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leis penais especias

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Prévia do material em texto

( ( ( ( (((((((((((((((((I((((((((((( 
GABRIEL HABIB 
Defensor PUblico Federal no Rio de Janeiro. 
P6s graduado pelo Institute de Direito Penal EconOmico 
e Europeu da Universidade de Coimbra. 
Professor e Coordenador do Curse Forurn!RJ. 
Professor e Coordenador do Curso IDEIA/RJ. Professor do Curso CEJUS-
Centro de Estudos Juridicos de Salvador/BA. 
Professor da EMERJ- Escola da Magistratura do Rio de Janeiro. 
Professor de FESUDEPERJ- Funda9ao Escola da Defensoria PUblica do Rio de Janeiro. 
Professor do Curso CEJUSF /RJ. 
Professor da p6s graduayao da Universidade Estacio de sa. 
Professor do Curso Juridico!PR. Professor do Curso CEJJUF/MG. 
LEIS PENAIS ESPECIAIS 
I TOMOII I 
LEIS N"' 2.889/1956; 5.553/1968; 7.347/1985; 7.716/1989; 
7.853/1989; 8.429/1992; 9.034/1995; 9.609/1998; 9.807/1999; 
LC 105/2001; 10.741/2003. 
Dicas para realiza<;:ao de provas de concursos artigo por artigo 
2010 
I :D~M~ PODIVM 
EDITORA 
]ilsPODIVM 
www.editorajuspodivm.com.br 
Capa: Carlos Rio Branco Batalha 
Diagrama~ao: Cendi Coelho 
cendicoelho@yahoo.cQm.br 
Conselho Editorial 
Dirley da Cunha Jr. 
Fredie Didier Jr. 
Gamil Foppel El Hireche 
Jose Marcelo Vigliar 
Leonardo de Medeiros Garcia 
Marcos Ehrhardt Jr. 
Nestor T8.vora 
Roberio Nunes Filho 
Rodolfo Pamplona Filho 
Rodrigo Reis Mazzei 
Rogerio Sanches Cunha 
Todos OS direitos desta edic;:ao reservados a Ediy5es JusPODIVM. 
Copyright: Edi96es JusPODIVM 
E terminantemente proibida a reproduyao total ou parcial desta obra, por qualquer meio 
ou processo, sem a expressa autorizayao do autor e da Edic;6esJusPODIVM. A violac;ao 
dos direitos autorais caracteriza crime descrito na legislayao em vigor, sem prejuizo das 
sanc;:Oes civis cabiveis. 
IEDr! ~ODNM 
EDIT ORA 
JUsPODIVM 
Rua Mato Grosso, no 17 5 -Pi tuba, 
CEP: 41830-151-Salvador-Bahia 
Tel: (71) 3363-8617 I Fax: (71) 3363-5050 
E-mail: livros@editorajuspodivm.corn.br 
Site: www.editorajuspodivm.com.br 
·:''1 
i 
AGRADECIMENTOS 
Aos mens alunos e amigos Bruno Sergio, Marcela Cruz, Renan 
Gavioli e Renata de Brito, pela valiosa contribui9ao que deram para a 
forrna9ao da presente obra. 
A todos os mens alunos e leitores que, com suas perguntas sempre 
relevantes, pertinentes e tempestivas, contribuem para o meu Cresci-
mento como professor e operador do Direito. Nunca se esque9am que os 
sonhos sao as molas propulsoras da vida; que s6e estudo traz a liberda-
de; que as vit6rias sao conquistadas na medida em que nos reerguemos 
a cada queda; que o esfor9o pessoal e a exata medida das ben9aos que a 
vida no traz; que na vida, o fato de nao haver resultados imediatos, nao 
significa que voces nao estejam prosperando nos estudos; que a vida 
sempre segue o seu curso norrnal e nao para para voce chorar ou ficar 
olhando para tras, lamentando-se com a reprova9ao, pois se voce ficar 
olhando para tras nao vera a aprovas:ao que ainda vira pela frente; que 
as coisas definitivas levam tempo para serem construidas; que ha certos 
caminhos para os quais nao existem atalhos, devendo ser totalmente 
percorridos; que s6 o estudo constante conduz ao sucesso; que o tempo, 
senhor da razao, sempre vai bendizer o fruto do seu esfor<;:o pessoal, e 
s6 o seu esfor<;:o pessoal os levara a conhecer pessoas e mundos que os 
acomodados jarnais conhecerao, e isso se chama sucesso. 
Nao se esque<;:am, ainda, de lutar sempre, veneer talvez e sempre 
prosperar, pais todo esfor<;:o sera bern recompensado! 
5 
~ 
~ 
~ 
~ 
., 
---=-~ 
~ 
' 
~ 
., 
,, 
SUMAruO 
Agradecimentos........................................................................................ 5 
Proposta da Cole~iio Leis Especiais para Concursos............................. 11 
Prefacio 
Abrangencia da obra 
., Organizac;Oes criminosas 
Lei n• 9.034, de 3 de maio de 1995 
Crime de genocidio 
Lei n• 2.889, de 1" de outubro de 1956 
<.. 
Crime previsto na.tei de improbidade administrativa 
Lei n• 8.429 de 2 junho de 1992 
Lei de prote~lio a vitimas e testemunhas amea~adas. 
13 
15 
17 
51 
65 
Dela~lio premiada. Lei n• 9.807, de 13 de julho de 1999....................... 69 
Crimes contra os portadores de deftciencia 
Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989 
Crimes de preconceito de ra'Ta ou de cor 
95 
Lei n• 7.716, de 5 de janeiro de 1989 ...................................................... 117 
Crime de viola~lio de sigilo das opera~oes de institui~oes financeiras 
Lei complementar n• 105, de 10 de janeiro de 2001.. ............................ 147 
Contraven~lio de reten~iio de documento 
Lei n• 5.553, de 6 de dezembro de 1968....................................... .......... 153 
Crimes contra a propriedade intelectual de programa de computadot 
Lei 9.609, de 19 de fevereiro de 1998 ...................................................... 159 
Estatuto do idoso 
Lei 10.741, de 1• de outubro de 2003 167 
Crime de desobediencia na lei da a~lio civil publica 
Lei n• 7.347, de 24 de julho de 1985 ........................................................ 207 
ANEXO 
Decreta n• 30.822, De 6 de maio de 1 209 
9 
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c'-'-._ 
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PROPOSTA DA COLE<;:AO 
LEis EsPECIAIS PARA CoNCURsos 
A colevao Leis Especiais para Concursos tern como objetivo prepa-
rar os candidates para os principais certames do pais. 
Pela experiencia adquirida ao Iongo dos anos, dando aulas nos prin-
cipais cursos preparat6rios do pais, percebi que a grande maioria dos 
candidates apenas leem as leis especiais, deixando os manuais para as 
materias mais cobradas, como constitucional, administrative, processo 
civil, civil, etc .. Isso ocorre pela falta de temp@. do candidato ou porque 
falta no mercado livros especificos (para concursos) em relayao a tais leis. 
Nesse sentido, a Coleyao Leis Especiais para Concursos tern a in-
tenvao de suprir uma lacuna no mercad.o, preparando os candidates para 
questoes relacionadas as leis especificas, que vern sendo cada vez mais 
contempladas nos editais. 
Em vez de somente ler a lei seca, o candidato ten\. dicas especificas 
de concursos em cada artigo ( ou capitulo ou titulo da lei), questoes 
de concursos mostrando o que os examinadores estao exigindo sobre 
cada lema e, sobretudo, os posicionamentos do STF, STJ e TST (prin-
cipalmente aqueles publicados nos inforrnativos de jurisprudencia). As 
institui9oes que organizam os principais concursos, como o CESPE, 
utilizam os inforrnativos e noticias (publicados na pagina virtual de ca-
da tribunal) para elaborar as questoes de concursos. Por isso, a necessi-
dade de se conhecer ( e bern!) a jurisprudencia dos tribunais superiores. 
Assim, 0 que se pretende com a presente coleyaO e preparar 0 lei tor, 
de modo rapido, pratico e objetivo, para enfrentar as quest5es de prova 
envolvendo as leis especificas. 
Boa sorte! 
Leonardo de Medeiros Garcia 
(Coordenador da co!eyao) 
leonardo@leonardogarcia.com.br 
leomgarcia@yahoo.com.br 
www.leonardogarcia. com. br 
11 
' 
PREFACIO 
E com muita satisfas;ao que fas;o a apresentas;ao do livro sobre Leis 
Especiais de autoria do amigo, professor e Defensor Publico Federal, 
Dr. Gabriel Habib. 
0 autor e uma daquelas pessoas obstinadas pelo estudo do Direito 
Penal e suas implicas;oes praticas. Como nao poderia deixar de ser, na 
presente obra, procura analisar os detalhes mais importantes, as discus-
soes mais atuais sobre os temas que se propos a enfrentar no Torno I, 
vale dizer: A Lei de Abuso de Autoridade, o Esta(tito do Desarmamento, 
A Lei sobre os Crimes contra a Ordem Tribut:i.ria, a Lei de Lava gem de 
dinheiro, a Lei de Crimes Hediondos, a Lei de Tortura, a Lei de Cor-
rups:ao de Menores, a Lei que preve os Crimes contra as Finans:as Pu-
blicas, bern como a Leide Licitas:oes; no Torno II: A lei de Organizas:ao 
Criminosa, a lei de Crime de Genocidio, o Crime previsto na lei de Im-
probidade Administrativa, a lei de Delas;ao Premiada, a lei dos Crimes 
contra os Portadores de Deficiencia, a lei dos Crimes de Preconceito de 
Ras;a ou de Cor, a lei dos Crimes de Violas:ao de Sigilo das Operas;oes 
de Instituis:oes Financeiras, a lei da Contravens;ao de Retens;ao de Do-
cumento, a lei dos Crimes contra a Propriedade Intelectual de Programa 
de Computador, a lei dos Crimes contra o Idoso, bern como a lei que 
trata do Crime de Desobediencia naAs;ao Civil Publica. 
Percebe-se, com toda clareza, que o autor trouxe ao conhecimento 
do publico o que ha de melhor sobre os temas, enfrentando questOes 
complexas que, ap6s a sua explicas;ao, tornaram-se simples, tendo em 
vista a clareza, a didatica e a profundidade com que as resolve. 
Gabriel Habib, sem qualquer duvida, pertence a uma "nova safra" 
de penalistas, que nao se limita a transcrever pensamentos ja exaustiva-
mente discutidos por outros doutrinadores. Trata-se de urn verdadeiro 
pensador das ciencias penais, urn professor que procura, de acordo com 
uma 6tica nova, moderna, trazer as solus;oes aos problemas enfrentados 
no dia a dia do penalista. 
Para mim, portanto, e uma honra inigualavel poder apresentar esta 
obra que, certamente, se encontrara entre aquelas de consulta obrigat6-
ria para os estudantes e profissionais do direito. 
13 
r 
·-
~. 
~ 
GABRJEL HABIB 
Ficam aqui registrados os meus agradecirnentos ao grande amigo 
Gabriel Habib por nos ter brindado com um trabalho digno de sua capa-
cidade intelectual. 0 mercado se ressentia de uma obra com esse estilo. 
Tenho certeza de que todos apreciarao cada linha escrita, cada racioci-
nio desenvolvido. Fiquem na paz. 
14 
Rogerio Greco 
Procurador de Justh;a 
Mestre em Ctencias Penais pela UFlv!G 
Doutorando pela Universidade de Burgos {Espanha) 
ABRANGENCIA DA OBRA 
Esta obra tern a finalidade de ser a mais completa e abrangente da 
literatura especifica brasileira, com aproximadamente 32 Leis Penais 
Especiais, dividida em !res Tomos. 
Do Torno I constam as seguintes leis: 1- Abuso de autoridade (lei 
4.898/1965); 2- Estatuto do Desarmamento (lei 10.826/2003); 3- Cri-
mes Contra a Ordem Tributana (lei 8.137/1990); 4- Crime de Lavagem 
de Dinheiro (lei 9.613/1998); 5- Crimes Hediondos (lei 8.07211990); 
6- Crime de Tortura (lei 9.455/1997); 7- Co{rup9iio de Menores (lei 
2.252/54); 8- Crimes Contra as Finan9as Publicas (lei 10.028/2000); 
9- Crimes contra as Licita96es (lei 8.66611993). 
Do Torno II constam as segnintes leis: 1- Organizas;ao Criminosa 
(lei 9.034/1995); 2- Crime de Genocidio (lei 2.889/1956); 3- Crime na 
lei de Improbidade Administrativa (lei 8.429/1992); 4- Delayiio Pre-
miada (lei 9.807/1999); 5- Crimes contra os Portadores de Deficien-
cia (lei 7.853/1989); 6- Crimes de Preconceito de Ras;a ou de Cor (lei 
7.716/1989); 7-Crime de Violaviio de Sigilo das Opera96es de Institui-
y5es Financeiras (lei complementar 105/2001 ); 8-Contravens:ao de Re-
tenviio de Documento (lei 5.553/1968); 9- Crimes contra a Propriedade 
Intelectual de Programa de Computador (lei 9.609/1998); 10- Estatuto 
do ldoso (lei 10.741/2003); 11- Crime de Desobediencia na lei daAs:ao 
Civil Publica (lei 7.347/1985). 
Do Torno III, que vini em breve, constarao as seguintes leis: 1- Lei 
de Violencia Domestica e Familiar contra a Mulher (lei 11.340/2006); 
2- Crimes de Transito (lei 9.503/1997); 3- Estatuto da Crians:a e do 
Adolescente (lei 8.069/1990); 4- Crime de Discriminas:ao de Gra-
videz (lei 9.029/1995); 5- Crimes relacionados a Atividades Nude-
ares (lei 6.453/1977); 6- Crimes contra o Planejamento Familiar (lei 
9 .263/1996); 7- Crimes previstos na lei de Transplante de Orgaos e Te-
cidos (lei 9.434/1997); 8- Crimes contra as Relas:5es de Consumo (leis 
8.078/90 e 8.137/90); 9- Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional 
(lei 7.492/86). 10- Lei de Interceptayiio Telefonica (lei 9.296/96); 11-
Crimes Falimentares (lei 11.101/2005); 12- Crimes Previdendtrios (lei 
9.983/2000). 
15 
<'':"' 
>. 
0RGANIZA(:OES CRIMINOSAS 
LEI N° 9.034, DE 3 DE MAIO DE 1995 
1. Objeto da lei. A lei que trata dos delitos praticados por quadrilha ou ban-
do, organizar;Des criminosas e associar;Des criminosas de qualquer tipo 
divide-se topograftcamente em tres capftu!os. No capitulo I a lei trata da 
defini<;ao de a<;ao praticada por organiza<;ao criminosa, bem como dos 
meios operacionais para a sua investiga~ao par parte do Poder PUblico. 
No capitulo II, a lei trata da preserva<;ao do sigilo constitucional. Par fim, 
no capitulo Ill, a lei trata das disposi<;6es gerais, 
2. Meios de prova. Trata-se de qua!quer elemento probat6rio, regulamenta-
do pelo C6digo de Processo Penal ou par lei especial, desde que obtido de 
~, 
forma lfcita, que possa servir de e!emento para que o julgador forme o seu ""' 
convencimento sabre os fates deduzidos no processo criminal. 
3. Procedimentos investigat6rios. Na expressao procedimentos investigat6-
rios o legislador pretendeu abranger qua!quer especie de processo ou pro-
cedimento, por meio do qual sejam apuradas a pratica da infra<;ao penal e 
a sua respectiva autoria. Abarca, portanto, toda a persecw;:ao penal, seja 
n_a sua 1.2 fase, que e a do inquerito po!icial, seja na sua 2.2 fase, em que se 
tem a a<;ao penal. 
4. llicitos decorrentes de a~Oes praticadas par quadriJha ou banda ou or-
ganiza<;6es ou associa<;6es criminosas de qualquer tipo. 0 legislador uti-
lizou a expressao ilfcitos. Por ilfcito entenda-se todo ato que seja contrclrio ~ 
ao ordenamento jurfdico, inconformado ;3 ordem jurfdica. Trata-se, dessa 
forma, de expressao generica, que nao tem seu conteudo restrito ao Direi-
to Penal. Assim, pela expressao ilicitos entenda infra~ao penal. Como no 
17 
GABRIEL HABIB 
Brasil se adotou a teoria bipartida de infra,ao penal, o legislador, no art. 
12, ao usar a expressao iifcitos, quis se referir a crimes ou delitos e contra-
ven<;Oes penais. 
5. Quadrilha ou banda. Consiste na reuniao permanente e duradoura de 
quatro ou mais pessoas, ajustadas de forma nao eventual a pr;§tica de di-
versos crimes. Trata-se de tipo penal autOnomo previsto no art. 288 do 
C6digo Penal, que disp6e /(Associarem-se mais .de tres pessoas, em qua-
drilha ou banda, para o fim de cometer crimes." A quadrilha nao pode ser 
confundida com a coautoria. Nesta1 basta que haja duas ou mais pessoas, 
previa mente ajustadas para a prauca, em regra1 da mesma infra<;ao penal 
(crime ou contraven<;ao penal)~ nao se exigindo a reuniao permanente. 
Naquela1 se exige a associa<;ao permanente, duradoura e estavel de, no 
mfnimo quatro pessoas, destin ada a pratica de varies crimes. 
6. Associa~ao criminosa. Trata-se da reuni3o de duas ou mais pessoas para a 
pr<3tica de uma infra<;ao penai:'"A figura da associa<;ao criminosa nao e es-
tranha ao ordenamento juridic01 uma vez que j8 e contemp!ada em outras 
leis, como a associa,ao para o tratico previsto no art. 35 da lei 11.343/2006 
("Art. 35. Associarem-se duos ou mais pessoas para a fim de praticar,. rei-
teradamente au ni'io, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 
12, e 34 desta Lei: Pena-reclusi'io, de 3 (tres) a 10 (dez) anos, e pagamento 
de 700 (setecentos) a 1.200 (mile duzentos) dias-mu/ta. Paragrafo unico. 
Nos mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a 
pr6tica reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. 11 ) e a associa<;:ao 
para a pratica de genoddio, prevista no art. 22, da lei 2.889/56 (Art. 2" As-
sociarem-se mm's de 3 {tr€s) pessoas para prtitica dos crimes mencionados 
no artigo anterior: Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos). 
7. Organiza~ao criminosa. Sempre houve grande crftica da doutrina no 
sentido de que o legislador teriaviolado o prindpio da reserva legal, na 
vertente da taxatividade, em razao de nao ter conceituado o que seria 
organiza<;ao criminosa. A celeuma se instalou em razao de a presente lei 
ter feito men<_;ao a organizar;Oo criminosa na sua ementa e em diversos 
de seus dispositivos sem ter, entretanto, conceituado tal institute. Na re-
da,ao originaria do art. 12 da lei, s6 havia men,ao a banda au quadrilha, 
com a seguinte reda>ao: "Art. 1" Esta lei define e regula meios de provo 
e procedimentos investigat6rios que versarem sabre crime resultante de 
a,:i'ies de quadri/ha au banda'~ Sucede que a lei teve a sua reda,ao al-
terada pela lei 10.217, de 11 de abril de 2001, que inseriu, no art. 12, as 
18 
0RGANIZA<;6ES CRIMINOSAS 
associafOes cnmmosas e as organizar;Oes cnmmosas. L~ se foram quase 
dez anos eo legislador, ate hoje, nao conceituou o que vern a ser organiza-
<;ao criminosa. Nao seve em nenhum dispositive legal que traga o concei-
to, a no<;ao, os elementos tipicos do que venha a ser organiza<;ao crimina-
sa. Assim, tal conceitua<;:ao ficou a cargo da doutrina, o que e inaceitclvel, 
uma vez que, segundo o prindpio da legalidade penal, todo e qualquer 
elemento tipico deve estar previsto em lei. A doutrina, como fonte de co-
nhecimento mediata do direito penal, cabe interpretar a lei, mas nao criar 
tipos penais, sob pena de se gerar inseguran,a jurfdica. Tal falha legislativa 
teria o condao de comprometer todos os dispositivos da lei ora estudada, 
no tocante a aplica<;:ao dos mesmos as organiza<;:6es criminosas. E como 
sustenta grande parte da doutrina. Entretan~, a jurisprudencia do STJ 
tern considerado que o conceito de organiza<;:ao criminosa esta positivado 
no art. 22 da Convenr;fJo das Nar;Oes Unidas contra o Crime Organizado 
Transnaciona/, adotada em Nova York, em 15 de novembro de 2000, cha-
mada de Conven>ao de Palermo, promulgada pelo Decreta 5.015, de 12 
de mar>o de 2004, que diz: "Para efeitos do presente Convenri'io, entende-
se par: a) NGrupo criminoso organizado"- grupo estruturado de tres au 
mais pessoas, existente h6 atgum tempo e atuando concertadamente com 
o prop6sito de cometer uma ou mais infrar;Oes graves au enuncfadas na 
presente Convenr;Oo, com a intenr;Oo de obter, direta ou indiretamente, urn 
beneficia econOmico ou outro beneficia material". 
~ STJ. 
"Capitula~ao da conduta no incise VII do art. 1.9 da Lei n.9 9.613/98, que 
nao requer nenhum crfme antecedente espedfico para efeito da confi-
gura~ao do crime de !avagem de dinheiro, bastando que seja praticado 
por organizat;ao criminosa, sendo esta disciplinada no art. 1.2 da lei n.9 
9.034/95, com a redac;ao dada pela Lei n.9 10.217/2001, c.c. o Decreta 
Legislative n. Q 231, de 29 de maio de 2003, que ratiftcou a Convent;ao 
das Na~6es Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, prom.u!-
gada pelo Decreta n.9 5.015, de 12 de marc;o de 2004. Precedente." (HC 
77771/SP. Rei. Min. Laurita Vaz. DJe 22/09/2008). 
~ Aplica~ao em concurso. 
TRF s• Regiiio. Juiz Federal Substituto. 2009. C£SP£. 
Alnda com rela~ao ao direito penal, julgue os seguintes itens. 
Ill - Critica-se, na doutrina, a lei que dispOe acerca dos crimes organizados, 
sob o argumento de que tal norma teria desrespeitado o prindpio da taxa-
tividade e da reserva legal_ por nao conter a deftni~ao de crime organizado, 
19 
GABRiEL HABIB 
de forma que a lei de combate ao crime organizado somente poderia ser 
ap!icada aos crimes de quadrilha ou banda e de associa~Yao criminosa, j<l: pre-
vistas em lei. A Conven~ao das Na~6es Unidas contra o Crime Organizado 
Transnadona!, todavia, conceitua grupo criminoso organizado como o grupo 
estruturado de tres ou mais pessoas, existente· ha algum tempo e atuando 
concertadamente com o prop6sito de co meter uma au mais infra<;5es graves 
ou enunciadas na citada conven<;ao, com a intem;ao de obter, direta au indi-
retamente, um beneficia econOmico ou outro beneficia materia!. 
A alternativa est6 correta. 
8. Caraderisticas da organiza~ao criminosa. De acordo com o disposto no 
Decreta 5.015/2004, sao elementos caracterizadores da organiza<;ao cri-
minosa: 1. Grupe estruturado de tres ou mais pessoas; 2. Existencia do 
grupo ha algum tempo; 3. Prop6sito de cometer uma ou mais infrao;:oes 
graves ou enunciadas na prOpria Conven<;ao de Palermo e 4. lnten<;3o de 
obter, direta ou indiretamente, urn beneffcio ec~n6mico ou outre benefi-
cia material. 
9. Resolu~ao n" 517 do Conselho da Justio;:a Federal. Em 30 de junho de 
2006, o Conselho da Justio;:a Federal editou a Resoluo;:ao nQ 517, que alte-
rou a Resoluo;:ao nQ 314, de 12 de maio de 2003, autorizando a criac;ao, pe-
los Tribunais Regionais Federais, de Varas Especializadas para o processo 
e julgamento os crimes praticados por organiza<;5es criminosas, indepen-
dentemente do carater transnacional ou nao das infrat;5es. Alem disso, a 
Resoluc;ao nQ 314, no paragrafo unico do art. 1Q disp6e que deverao ser 
adotados os conceitos previstos na Conven<;3o das Nat;Oes Unidas contra 
o Crime Organizado Transnacional promulgada pelo Decreta nQ 5.015, de 
12 de marc;o de 2004. 
20 
Eis as mencionadas Resoluc;oes: 
Resolu~ao n'" 517, de 30 de junho de 2006. 
"Art. 12 0 art. 12 da Resolw;ao n2 314, de 12 de maio de 2003, passa a 
vigorar com a seguinte reda~ao: "Art. 12 Os Tribunals Regionais Federais, 
na sua area de jurisdi~ao, poderao especializar varas federais criminals 
com competencia exc!usiva ou concorrente para processar e ju!gar: I- os 
crimes contra o sistema financelro nacional e de lavagem ou ocultat;ao 
de bens, direitos e valores; e II- os crimes praticados par organizac;6es 
criminosas, independentemente do carclter transnadonal ou nao das in-
frac;5es:' Parclgrafo Unico. Deverao ser adotados os conceitos previstos 
na Convenc;ao das Na~Oes Unidas contra o Crime Organizado Transna-
cional promulgada pelo Decreta n9 5.015, de 12 de marc;o de 2004." 
I 
I 
I 0RGANIZAC0ES CRJMINOSAS 
Resolu~ao n'" 314, de 12 de maio de 2003. 
"Disp6e sabre a especializafYao de varas federais criminals para proces-
sar e julgar, na Justi~a Federal. crimes contra o sistema financeiro nacio-
na! e de lavagem ou ocultac;ao de bens, direitos e val ores. 0 PRES!DENTE 
DO CONSELHO DA JUSTI<;:A FEDERAL, usando de suas atribuil'6es I ega is e 
tendo em vista o decidido na sessao ordin<l:ria rea!izada em 31 de mar<;o 
de 2003, resolve: Art. 12 Os Tribuna is Regionais Federals, na sua area 
de jurisdit;ao, especializarao varas federais criminals com competencia 
exdusiva au concorrente, no prazo de sessenta dias, para processar e 
julgar os crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem ou 
oculta<;ao de bens, direitos e va!ores. Art. 22 Esta Resoluc;ao entrara em 
vigor na data de sua pub!icac;ao." 
10. Diferen~as entre banda ou quadrilha e organik~ao criminosa. Da ancllise 
dos elementos tipicos previstos no art. 288 do C6digo Penal e no art. 2Q da 
Conven<;8o de Palermo, extraem-se as seguintes diferen<;as entre ambos: 
1. No de!ito de quadrilha exige-se o mfnimo de 4 pessoas. Para a conftgu-
ra<;ao da organiza<;ao criminosa, basta a reuniao de, no mfnimo, 3 pessoas; 
2. Nao se exige, para a configurao;:ao do del ito de quadrilha a sua existencia 
ha algum tempo, bastando, para a sua configura~ao, a reuniao de 4 ou 
mais pessoas de forma estavel e duradoura. Na organiza~ao criminosa, a 
Conven~ao de Palermo exige a sua existencia hcl algum tempo; 3. 0 delito 
de quadrilha somente pode estar configurado sea sua destinao;:ao for para 
a priltica de crimes, uma vez que o legislador utilizou tal expressao crimes 
no plural, ou seja, jamais ,havera uma quadrilha com destinac;ao a pratica 
de apenas urn delito. A organiza~ao criminosa pede existir para a pratica 
de apenas urn del ito, ou mais de urn. 4. Na quadrilha, o legislador nao exi-
giu expressamente urn especial fim de agir. A organiza~ao criminosa exigeurn especial fim de agir, isso €, somente existira se houver a inten~ao de 
obter, direta ou indiretamente, um beneficia econOmico ou outre benefi-
cia material. 
Exige-se o mfnimo de 4 pessoas 
Nao se exige a existencia ha a!gum tempo, 
bastando a estabilidade e durabi!idade. 
Destina-se a priltica de crimes 
Exige-se a reuniao de, no minima, 3 
pessoas 
Exige~se a sua existE!ncla h<i algum 
tempo 
Pode destinar-se a pr<itica de apenas 
um crime 
21 
~ 
~ 
GABRIEL HABIB 
Nao se exige expressamente um especial 
fim de agir 
Exlge-se um especial fim de agir, con-
sistente na intenr;ao de obter, direta 
ou indiretamente, um beneficia eco-
n6mico ou outro beneficia materiaL 
11. lncidencia da lei na hip6tese de prcltica de contraven~Oes pen a is por ban do 
ou quadrilha. Questao relevante versa sabre a possibilidade de a presente 
lei ser aplicada as hip6teses de pratica de contraven<;5es penais, como o 
jogo do bicho. Vimos acima que a lei fez men<;ao expressa ao delito de ban-
do ou quadrilha. Tal delito, previsto no art. 288 do C6digo Penal, somente 
pode se dar, segundo a sua reda<;ao legal, para a pratica de crimes, excluin-
do-se, dessa forma, as contravem;6es penais. E verdade que o art. 12 da lei 
ora comentada fez menc;ao expressa a ilfcitos, nao exduindo as contraven-
<;5es penais. Entretanto, tem-se que se trabalhar com a tipifica<;ao do C6di-
go Penal. que, par sua vez, exclui as contraven<;Oes pen a is ao fazer refen2n-
cia tao somente a crimes. A_sstm, a solw;ao mais correta, a luz do prindpio 
da legalidade penal, e pela impossibilidade de aplica<;ao da presente lei 
as hip6teses de pratica de contraven<;5es penais par banda ou quadrilha. 
12.1ncidencia da lei na hip6tese de prcltica de contraven~Oes penais por or-
ganiza~ao criminosa. Como afirmado acima, o STJ tern considerado que a 
conceito de organizac;ao criminosa esta positivado no art. 22 da Conven-
riio dos Nariies Unidas contra a Crime Organizado Tronsnociona/, adotada 
em Nova York, em 15 de novembro de 2000, chamada de Conven<;ao de 
Palermo, promulgada pelo Decreta 5.015, de 12 de mar<;o de 2004. Des-
sa forma, par nao haver restric;ao legal, diversamente do item anterior, 
parece ser possfvel a aplica<;ao da presente lei as hipoteses de pratica de 
contravenc;6es penais por organiza<;ao criminosa, uma vez que o art. 12 fez 
men~ao expressa a ilfcitos, nao excluindo as .contraven~6es penais. 
13. Crimes omissivos. Da !eitura do art. 12, verifica-se que o legislador utHizou 
a expressao a~Oes. Sabe-se que a conduta humana.~ para o Direito Penal, 
pode ser, a!E~m de do\osa ou culposa, comissiva ou omissiva. Nessa Ulti-
ma hip6tese, t€:m-se os delitos omissivos, que se classificam em omissivos 
pr6prios e omissivos impr6prios. A questao relevante e saber se, ao usar 
a expressao OfOes, o legislador teria suprimido da lei a sua ap!icac;ao aos 
delitos omissivos praticados par quadrilha ou banda, organiza<;5es crimi-
nosas e associac;Oes criminosas. Parece que nao foi essa a inten~ao do 
legislador. Realmente faltou-lhe tecnica legislativa, mas, par interpreta<;ao 
teleologica, buscando-se a mens /egislatoris, parece tambem que ele quis 
abranger tanto os delitos comissivos, quanta os delitos omissivos. 
22 
0RGANIZAC,:0ES CRIMINOSAS 
1. Procedimentos de investiga~ao e forma~ao de prova. Ver cementa rio ao 
art. 1Q da lei. 
2. Abrangenda. 0 legislador abrangeu todas as fases da persecu<;ao penal, 
ou seja, a primeira fase, do inquerito policiat e a segunda fase, da ac;ao 
penal. ~ 
3. Incise I. Vetado. 0 incise I previa a figura do agente infiltrado. A reda<;ao 
era a seguinte: "/- a infiltrariio de agentes da policia especializada em 
quadrilhas au bandos, vedada qualquer co-participariio delituosa, exce-
riio feita ao disposto no art. 288 do Decreta-lei n2 2.848, de 7 de dezem-
bro de 1940 - C6digo Penat de cuja a~Oo se preexclui, no coso, a antiju-
ridicidade': A figura do agente infiltrado, vetada quando da edi<;ao da lei 
9.034/95, foi nova mente introduzida, de forma definitiva na lei (art. 22, V), 
pelo advento da lei 10.217/2001. 
1. A~ao controlada. Tambem conhecida como flagrante retardado, flagran-
te diferido ou flagrante postergado, trata-se de permissive legal para que 
Autoridade Policial deixe de efetuar a prisao em flagrante 'do agente, para 
concretizar tal prisao no momenta mais eficaz do ponto de vista da forma~ 
c;ao de provas e fornecimento de informac;Oes. Assim, embora o agente es-
teja em flagrante delito, a Autoridade Policial podera esperar o momenta 
mais oportuno. 
2. Aplica~ao restrita do dispositive. 0 artigo ora comentado fez men<;ao ex-
pressa a organiza~Oo criminosa, excluindo de sua incid€ncia o banda au 
quadrilha e a associariio criminosa. 
23 
GABRIEL HABIB 
3. Diferen~a entre a a~ao controlada e o flagrante esperado. Na a10ao con-
trolada, o agente ja esta em flagrante da pratica do crime. No flagrante 
esperado, o agente ainda nao esta em flagrante da pratica do delito, e a 
Autoridade Policial fica na expectativa da sua ocorrencia para efetivar a 
prisao. 
0 ag~mte jil est3 em flagrante da prcltica I o agente ainda nao estil em flagrante 
,do en me. da priltica do delito. A Autoridade Po-
!icial fica na expectativa da sua ocor-
rencia para efetivar a pris3o. 
4. Necessidade de autoriza~ao judicial. N§.o e necessaria autoriza~§.o judicial 
para a efetiva<;ao da a10ao controlada. 
24 
~ Aplica<;ao em concurso. ·, 
~ Delegado de Polfcia Civil. Tocantins/2008. CESPE. 
A lei que disp6e acerca da preven~aa e repressao de- a~Oes praticadas por 
organiza~6es criminosas estabeleceu a figura da a~§.o controlada, o que sig-
nifica que, em determinados casas, a autoridade po!icial podera retardar a 
prisao em flagrante dos investigados, desde que os mantenha sob estrita e 
ininterrupta vigi!3ncia. 
A alternativa est6 correta. 
PGE/CE. Procurador. 2008c CESPE. 
Determinada organiza~ao criminosa voltada para a pn:ltica do trafico de ar~ 
mas de fogo esperava um grande carregamento de armas para dia e local 
previamente determinados. Durante a investiga~§.o policial dessa organiza-
~ao criminosa, a autoridade policial recebeu informa~6es seguras de que 
parte do ban do estava reunida em um bare receberia a dinheiro com o qual 
pagaria a carregamento das arm as, repassando, ainda no local, grande quanH 
tidade de droga em troca do dinheiro. Mantido o local sob observa~ao, de-
cidiu a autoridade policial retardar a prisao dos integrantes que estavam no 
bar de posse da droga, para que os po!iciais pudessem segui~los, identificar 
o fornecedor das armas e, enfim, prend€-los em flagrante. Nessa situa~ao, 
n§.o obstante as regras previstas no C6digo de Processo Penal, sao v<3!idas 
as di!ig&ndas po!iciais e as eventuais pris6es, em face da denominada a~§.o 
controlada, prevista na lei do crime organizado. 
A alternativa est6 correta. 
0RGANIZA<;:6ES CRI!vilNOSAS 
5. A~ao controlada na lei de drogas. A lei de drogas (lei 11.343/2006) preve 
no art. 53, II, a a~ao controlada, permitindo a nao-atuac;:ao policial em rela-
l'ao aos portadores de drogas, com a seguinte reda10ao: "Art. 53. Em qual-
quer jose do persecu~fio criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, 
sao permitidos, a/em dos previstos em lei, mediante autoriza9iio judiciale 
ouvido o Ministerio PUblico, os seguintes procedimentos investigat6rios: .. 
J/- a ndo-atua~do policialsobre os porta dares de drogas, seus precursores 
qufmicos ou outros produtos utilizados em sua produr;Oo~ que se encon-
trem no territ6rio brosileiro, cam a finalidade de identificar e responsabi-
Jizar maior nUmero de integrantes de opera~Oes de tr6fico e distribuit;Oo, 
sem prejuizo do m;:ao penal cabivel. Paragrafo unico. No hip6tese do inciso 
II deste artigo, a autorizar;:ao sera concedido desrif! que sejam conhecidos 
o itineraria prov6vel e a identificaraodos agentes do de/ito ou de colabo-
radores.': Como se pede deduzir da leitura do dispositive legal citado, a 
dlferen~a existente entre a a~ao controlada na lei de crime organizado e 
na lei de drogas reside na necessidade de autoriza~ao judicial, exigida pel a 
ultima. Questao relevante versa sabre a influencia da lei de drogas na lei 
de crime organizado, parse tratar de lei posterior. Em outras palavras, sera 
que a lei de drogas teria alterado a lei de crime organizado, passando, essa, 
a exigir, tambem, autoriza~ao judicial? A questao se resolve pelo principia 
da especialidade, au seja, a autoriza~ao judicial somente e exigida na a~ao 
controlada para a investiga,ao com base no lei de drogas. Entretanto, de 
acordo como STJ, mesmo que o delito investigado seja o trafico de drogas, 
se a investigarao for feita com base no lei de organizarao criminosa, e 
desnecesscl:ria a autoriza~ao judicial para a a<_;:§.o controlada, em razao da 
falta de exigencia por parte dessa lei. 
~ STJ 
INFORMAT!VO N9 409- Quinta Turma 
A~AO POLICIAL CONTROLADA. MP. 
Pretende-se afastar, par fa ita de pr€via manifesta~ao do MP, a decisao 
que deferiu a busca e a preen sao em sede de investiga~ao requerida pela 
autoridade policial, bern como reconhecer a ilegalidade do ato praticada 
pela po!fcia, que "acompanhou" o velcula utilizado para o transporte de 
quase meia tonelada de cocafna, retardando a abordagem. Quanta ao 
primeiro tema, v€-se que nao ha dispositive legal a determinar obriga-
toriamente que aquela medida seja precedida da anuencia do membra 
do Parquet. Ademais, a preteri<;§.o de vista ao MP deu-se em raz§o da 
urgencia da medida, bern como da ause-ncia, naquele momenta, do re-
presentante do MP designado para atuar na vara em questa:o. Ja quanto 
25 
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GABRIEL HABIB 
a segunda quest3o, a a<;3o policia! controlada (art. 29, 11, da Lei n. 
9.034/1995} nao se condiciona a previa permissao da autoridade judici-
a ria, o que legitima o po!icial a retardar sua atuar;ao como fim de buscar 
o momenta mais eficaz para a formar;ao de provas e fornecimento de in-
forma,oes. HC 119.205-MS, Rei. Min: Jorge Mussi,julgadoem 29/9/2009. 
1. Quebra do sigilo fiscal, bancario, financeiro e eleitoral. A CRFB/88, no 
art. 5Q, X, disp5e que "sao inviol6veis a intimidade, a vida privada, a honra 
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizafOO pe!o dana 
material ou moral decorrente de sua violat;Oo'~ Justamente em razao da 
prote<;ao constitucional que a vida privada e a intimidade recebem, e que 
se exige autorizac.;:ao judicial para o afastamento do sigilo referente as in-
forma~Oes fiscais, banc3rias, financeiras e eleitorais. 
2. Quebra do sigilo pelo Ministerio Publico, Questao relevante versa sabre 
a possibi!idade de o Minist€rio PUblico afastar diretamente tais sigilos, 
independentemente de autoriza<;ao judicial. A Lei Complementar 75/93, 
que disp6e sobre a organiza~ao, as atribuf~Oes e o estatuto do Ministerio 
Publico da Uniao, preve, em seu. art. 82, incisos II, IV e VIII que "para o 
exercfcio de suas atribuit;Oes, o Ministerio PUblico do Unilio poder6, nos 
procedimentos de sua compet€ncia: II - requis;tar informafOes; exames; 
perfcias e documentos de autoridades da Administrat;Oo PUblica direta au 
indireta; IV- requisitar injormar;6es e documentos a entidades privadas; 
VIII - ter acesso incondicional a qua/quer banco de dodos de carater pu-
blico au relativo a servir;o de releviincia publico". Apesar da reda<;ao do 
dispositive legal, entende-se que o Ministerio Publico nao pode quebrar o 
sigilo diretamente, independentemente de autorizac.;:ao judicial, em razao 
da d3usula de reserva dejurisdic.;:3o, face a prote~ao constitucional da inti-
midade e vida privada assegurada no art. so, X, da CRFB/88. 
~ STJ. 
26 
"RECURSO EM HABEAS CORPUS - CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTA-
RIA, CONTRA 0 SISTEMA FINANCEIRO E DE LAVAGEM DE DINHEIRO -IN-
VESTIGA<;:OES PRELIMINARES- QUE BRA DO SIGILO FISCAL DO INVESTIGA-
00 -INEXISTENCIA DE AUTORIZAc;:Ji.O JUDICIAL- REQUISI<;:AO FE ITA PELO 
MEMBRO DO MINISTERIO PUBLICO DIRETAMENTE A RECEITA FEDERAL 
- IUCITUDE DA PROVA- OESENTRANHAMENTO DOS AUTOS- TRANCA-
MENTO DO INQUERITO POLICIAL- IMPOSSIBILIDADE- EXISTENCIA DE 
OUTROS ELEMENTOS DE CONVIC<;:AO NAO CONTAMINADOS PELA PROVA 
0RGANIZAY6ES CRIMINOSAS 
ILfCITA- DADO PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. I. A requisi,ao de 
c6pias das declara~5es de impasto de renda do investigado, feita de forma 
unilateral pelo Ministerio PUblico, se constitui em inequfvoca quebra de 
seu sigi!o fiscal, situa~ao diversa daquela em que a autoridade fazend<§ria, 
no exerdcio de suas atribuir;Oes, remete c6pias de documentos ao par-
quet para a averigua~ao -de possfvel i!fcito penaL II. A quebra do sigilo fis-
cal do investigado deve preceder da competente autoriza~ao judicial, pois 
atenta diretamente contra as direltos e garantias constitucionais da inti-
midade e da vida privada dos cidadaos. Ill. As prerrogativas institucionais 
dos membros do Ministerio PUblico, no exerdcio de suas fun<;Oes, nao 
compreendem a possibilidade de requisir;ao de documentos fiscais sigi!o-
sos diretamente junto ao Fisco. IV, Oevem ser desentranhadas dos autos 
as provas obtidas par meio ilfcito, bern como as que delas decorreram. V. 
Haven do outros elementos de convicr;ao nal< afetados pela prova iHcita, a 
fnquerrto policial deve permanecer intacto, sendo impassive! seu tranca-
mento. VI. Dado parcial provlmento ao recurso. (RHC 20329/PR. ReL Min. 
Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG, OJ 22/10/2007)." 
3, Quebra do sigilo par funciom\rios do Banco Centrale autoridades e agen-
tes fiscais tributaries. A Lei Complementar 105/2001 possui do is artigos 
que podem gerar certa dUvida no interprete, se eles estariam a autorizar a 
quebra do sigilo por funcionarios do Banco Centrale autoridades e agen-
tes fiscais tributaries. 0 primeiro dispositive e 0 art. 22, § 12, que disp5e 
que "a dever de sigilo e extensivo ao Banco Central do Brasil, em rel01;iio ils 
opera90es que realizar e iis informat;Bes que obtiver no exercicio de suas 
atribui96es. § 1 Q 0 sigilo, inclusive quanta a cantos de depOsitos, a plica-
fOes e investimentos mantidos em institui96es financeiras, niio pode ser 
oposto ao Banco Central do Brasil: I - no desempenho de suas funfOes 
de fiscalizafdo, compreendendo a apurQ(;Cio, a qualquer tempo, de ilfcitos 
praticados par contra/adores, administradores, membros de conselhos es-
tatut6rios, gerentes, mandat6rios e pre pastas de institUifOes financeiras,· 
If- ao proceder a inquerito em instituiflio financeira submetida a regime 
especial'~ 0 segundo dispositive e o art. 62, que tern a seguinte reda~ao: 
'As outoridades e os agentes fiscais tribut6rios da Uniiio, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municfpios somente poderiio examinar documentos, 
Jivros e registros de instituifOes ftnanceiras, inclusive os referentes a con-
tas de depositos e oplicar;oes financeiras, quando houver processo admi-
nistrativo instaurado au procedimento fiscal em curs a e tais exames sejam 
considerados indispens6veis pela autoridade administrativa competente. 
Par6grafo Unico. 0 resultado dos exames, as injorma90es e os documen-
tos a que se refere este artigo serfio conservados em sigUo, observada a 
legis/ar;iio tributaria': Em bora seja possivel concluir que os funcionarios 
27 
GABRlEL HABIB 
do Banco Central e autoridades e agentes fiscais tributaries nao poderiam 
quebrar o sigi!o diretamente sem autoriza~ao judicial, em razao da d3usu-
la de reserva de jurisdi~ao, face a protet;ao constitucional da intimidade e 
vida privada assegurada no art. 52, X, da CRFB/88, a jurisprudencia do STJ 
se pacificou em seni:ido contrario, ou seja, pela possibilidade. 
-7 STJ. 
"AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTARIO. RECURSO ESPECIAL. SIGILO BAN-
CARlO. UTILIZAc;:AO DEINFORMAc;:OES DE MOVIMENTAc;:OES FINANCEI-
RAS PELAS AUTORIDADES FAZENDARIAS. APLICAc;:il.o DA LC 105/2001 
E DA LEI10.174/2001, INDEPENDENTEMENTE DA EPOCA DO FATO GE-
RADOR. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL 
DESPROV!DO. 1. 0 entendimento padfico desta Corte Superior € de que 
a utiliza~§o de informa~5es financeiras pelas autoridades fazend3rias 
n§o viola o sigilo de dados banc3rios, em face do que disp6e n§o s6 o 
C6digo Tributario Nacional (art. 144, § 12), mas tamb€:m a Lel 9.311/96 
(art. 11, § 32, com a reda~§o introduzida pe!a lei 10.174/2001) e a lei 
Complementar 105/2001 (arts. 52 e 62), inclusive podendo ser efetuada 
em re!ac;ao a perfodos anteriores a vigencia das referidas leis. {AgRg no 
RESP 971102/SP. Rei. Min. Denise Arruda, DJe 04/05/2009)." 
l, Capta~ao ambiental. Na capta<;ao ambiental, um interlocutor obtem da-
dos de outre interlocutor. A conversa se dil entre ambos, havendo o con-
tate pessoal entre os interlocutores. Aqui a grava.;ao do teor da conversa 
e feita pelo proprio interlocutor. 
2. lntercepta~ao ambiental. Na intercepta.;ao ambiental, a obten.;ao dos da-
dos e feita par uma terceira pessoa, que nao e nenhum dos interlocutores. 
Essa terceira pessoa grava a conVersa que acontece entre outras duas ou 
mais pessoas. 
Fe ita porum dos interlocutores. I Feita por pessoa diversa dos inter!ocu-
tores. 
Ha o contato pessoal entre os interlo- I Nao hi! o contato pessoa! entre o lnter-
cutores. ceptador e os interlocutores. 
28 
0RGANIZA<;:0ES CRIMINOSAS 
3. Tempo de dura~ao. Tendo em vista que a lei nao fez ressalva quanta ao 
tempo de dura.;ao da capta<;ao e da intercepta1=ao ambiental, conclui-se 
que elas nao possuem prazo maximo de durat;ao. 
4. Diferen~as entre o art. 22, IV da lei 9.034/95 e a lei 9.296/96. A lei 9.296/96, 
que regulamentou o art. 52, XII da CRFB/88, trouxe, em seu texto, a figura 
jurldica da interceptac;:aote\efOnica. Embora as duas leis tratem de institutes 
semelhantes, hei diversas diferen~as entre ambos, a seguir elencadas: 1. Na 
lei 9.034/95, 0 legislador fez men<;ao expressa a intercepta.;ao e a capta<;ao 
ambiental. Na lei 9.296/96, o legislador fez men,ao somente a intercepta-
<;ao (Art. 12 A intercepta<;ao de comunica<;5es telefonicas, de qualquer natu-
reza, para prova em investigat;ao criminal e em instrut;ao processual penal, 
observara o disposto nesta Lei e dependera det,_ordem do juiz competente 
da a<;ao principal, sob segredo de justi<;a); 2. Na lei 9.034/95, nao ha prazo 
determinado para a dura1=ao da medida. Na lei 9:296/96, o prazo e de 15 
dias, renoveivel par igual tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade 
da medida (Art. 52 A decisao sera fundamentada, sob pena de nulidade, 
indicando tambem a forma de execut;ao da dilig€ncia, que nao pod era exce-
der o prazo de quinze dias, renovavel por igual tempo uma vez comprovada 
a indispensabilidade do meio de prova); 3. A lei 9.034/95 permite a capta-
<;ao ou intercepta>ao de sinais eletromagneticos, 6ticos ou acusticos. A lei 
9.296/96 permite a interceptat;ao do fluxo de comunicac;:Oes em sistemas de 
informatica e telematica (Art. 12 ... Paragrafo unico. 0 disposto nesta Lei apli-
ca-se a interceptat;ao do fluxo de comunicac;:Oes em sistemas de informatica 
e telematica); 4. Na lei 9.034/95, a capta.;ao ou intercepta<;ao podeser feita 
de forma incondicional. Na lei 9.296/96, a intercepta.;ao possui natureza de 
meio subsidiario de prova, uma vez que o legislador dispos que tal medida 
somente sera cabivel se nao houver outre meio disponfve! para a formac;:ao 
da prova (Art. 22 Nao sera admitida a intercepta1=ao de comunica<;oes telef6-
nicas quando ocorrer qualquer das seguintes hip6teses .. .l!- a prova puder 
ser feita por outros meios disponfveis); 5. Na lei 9.034/95, e possfvel a in-
tercepta<;ao ou capta<;ao ambiental para a investiga<;ao de qualquer delito. 
Na lei 9.296/961 a interceptat;ao somente pode ser autorizada para fins de 
investiga<;ao de delito apenado com reclusao (Art. 22 Nao sera admitida a in-
terceptat;3o de comunicat;Oes telefOnicas quando ocorrer qualquer das se-
guintes hip6teses ... lll- o fato investigado constituir infra1=ao penal punida, 
no maximo, com pena de deten<;ao); 6. A lei 9.034/95 nao estabelece prazo 
para o Juiz decidir sobre o pedido de intercepta1=ao ou capta<;ao ambiental. 
A lei 9.296/96 estabeleceu o prazo de 24 horas para o Juiz decidir sobre a 
medida a ele requerida (Art. 42 0 pedido de intercepta<;ao de comunica.;ao 
29 
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GABRIEL HABIB 
telefOnica contera a demonstrac;ao de que a sua realizac;:ao e necessaria a 
apurac;:ao de infrac;:ao penal, com indicac;:ao dos meios a serem emprega-
dos .... § 2Q 0 juiz, no prazo maximo de vinte e quatro horas, decidira sabre 0 
pedido). 
Ait.'t.i, !X~il.<lj'9: .;; ~~> .. ;:'t.~'ht'' tl".:i ii\g2;~~· .. 
.••. ····.' • . . ••• •.. •:;•y >" 
lnterceptac;ao e captac;ao ambiental. lntercepta<;ao telefOnica. 
N§.o hil prazo determinado para a dura- 0 prazo e de 15 dias, renovave! par 
<;ao. igual tempo. 
Captac;ao ou lnterceptac;ao de sinais lnterceptac;ao do fluxo de comunica-
eletromagn€ticos, 6ticos ou acUsticos. <;6es em sistemas de informatica e te-
lemiltica. 
A captac;ao ou intercepta<;3o pode ser A intercepta<;ao possui natureza de 
feita de forma incondicionaL '• meio subsidiilrio de prova. 
Passive! a interceptac;ao ou capta<;3o A interceptac;ao somente pede ser au-
ambiental para a investigac;ao de qual- torizada para fins de investigac;ao de 
quer delito. delito apenado com redusao 
Nao ha prazo para o Juiz decidir sobre Prazo de 24 horas para o Juiz decidir so-
o pedido de interceptac;ao ou capta<;3o bre a interceptac;ao. 
ambiental. 
5. Direito 3 intimidade. A CRFB/88, no art. 59, X, disp5e que "siio invio-
16veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indeniza~ao pelo dono material ou moral decor-
rente de sua viola~Oo'~ Dessa forma, a intimidade e a vida privada tern 
prote~ao constitucional. Assim, sea conversa entre os interlocutores se 
der em um amblente privado, ou de forma reservada, deve haver auto-
riza~ao judicial. 
6. Autoriza~ao judicial circunstanciada. Em razao da mencionada prote-
<;ao constitucional que a CRFB/88 da a intimidade e a vida privada, o 
inciso IV fez exigencia expressa de autoriza.;:ao judiciaL Autoriza.;:ao judi· 
cia I circunstanciada e, na verdade, autoriza<;ao detalhada e bern funda· 
mentada, em consonancia com o art. 93, IX da CRFB/88, que positivou o 
principia da motiva~ao das decis5es judiciais, cuja reda~ao e a seguinte: 
"Lei complementafr de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor6 
30 
[ 
) 
I 
l 
' 
I 
I 
I 
0RGANIZAC0ES CRIMINOSAS 
sabre o £statuto da Magistratura, observados os seguintes princfpios: 
IX todos os julgomentos dos 6rgiios do Poder Judiciario sera a publicos, e 
fundamentodas todos as decisoes, sob pena de nulidade, podendo a lei 
limitor a presenr;a, em determinados atos, as pr6prias partes e a seus 
advogados, au somente a estes, em casas nos quais a preservac;Oo do 
direito a intimidade do interessado no sigilo nQo prejudique 0 interesse 
pUblico a injormar;Oo'~ 
7 STF 
INFORMATIVO N2 529- PLENARIO. 
Escuta Ambiental e Explora!1ao de local: Escrit6rio de Advogado e Pe-
rlodo Noturno-4. 
Prosseguinda, rejeitou-se a preliminar de(ilicitude da prova de escuta 
ambienta!, par ausencia de procedimento previsto em lei. Sustentava 
a defesa que a Lei 9.034/95 nao teria tra~ado normas procedimentais 
para a execuc;ao da escuta ambiental, razao pe!a qual a med!da naa 
poderia ser adotada no curse das investiga~Oes. Entendeu-se nao pro-
ceder a alega<;§o, tendo vista que a Lei 10.217/2001 deu nova reda<;§o 
aos artigos 1!? e 2!? da Lei 9.034/95, definindo e regulando meios de 
prova e procedimentos investigat6rios que versem sabre ilicitosde-
correntes de ac;Oes praticadas par quadrilha ou banda ou organiza<;Oes 
ou associac;Oes criminosas de qua!quer tipa. Salientou~se o disposto 
nesse art. 2!?, na redac;ao dada pela Lei 10.217/2001 ("Em qualquer 
fase de persecuc;ao criminal sao permitidos, sem prejufzo dosjil previs-
tos em lei, os seguintes procedimentos de investigac;§o e forma<;§a de 
provas: ... IV- a captac;ao e a interceptac;ao ambiental de sinais eletro-
magn€ticos, 6ticos ou acUsticos, e o seu registra e analise, mediante 
circunstanciada autorizac;ao judicial;"}, e concluiu-se pela !icitude da 
escuta realizada, ja que para obten<;ao de dados por meio dessas for-
mas excepcionais seria apenas necessaria circunstanciada autorizac;ao 
judicial, o que se dera no caso. Asseverou-se, ademais, que a escu-
ta ambienta! nao se sujeita, par motivos 6bvios, aos mesmos limites 
de busca domiciliar, sob pena de frustra~ao da medida, e que, nao 
havendo disposi<;ao legal que imponha disciplina diversa, basta a sua 
!egalidade a circunstanciada autoriza~ao judiciaL lnq 2424/RJ, rei. Min. 
Cezar Peluso, 19 e 20.11.2008. 
31 
GABRlEL HABIB 
1. Agente infiltrado. 0 legislador permitiu que o agente publico pudesse 
se infiltrar na organiza~ao criminosa, na associac;ao criminosa ou no 
banda ou quadrilha para efetivar a colheita de elementos e informa<;5es 
que possam servir de base para investiga~ao e repressac ao crime orga-
nizado. 
2. Obriga<;ao assumida em Tratado lnternacional. 0 Brasil foi signata rio da 
Convenc;ao das Nat;:5es Unidas contra o Crime Organizado Transnacionat 
adotada em Nova York, em 15 de novembro de 2000, que trata do tema 
no seu art. 20. 1, com a seguinte reda<;ao: "Artigo 20. Tecnicas especiais 
de investigafOo. 1. Se os principios fundamentais do seu ordenamento ju-
ridico nacional o permitirem, coda Estado Parte, tendo em canto as suas 
possibilidades e em conformidade com as condi~Oes prescritas no seu 
direito interno, adotar6 as medidas necess6rias para permitir o recurso 
apropriado a entregas vigiadas e,quando o considere adequado1 o recurso 
a outras tecnicas especiais de investigaf001 como a vigi!Oncia eletrOnica 
' ou outras form as de vigiliincia e as opera>oes de inftltra>fio, par parte das 
autoridades competentes no seu territ6rio, a fim de com bater eftcazmente 
a criminalidade org_anizadan. 
3. Agente da Policia. E o agente da Policia Judicia ria, que tern par fun<;ao 
apurar a pr8tica da infrayao penal e a sua respectiva autoria. 
4. Agente de lnteligEmcia. Trata-se de funcionclrio pUblico que nao pertence 
aos quadros da Polfcia Judicia ria, mas sim a outre 6rga:o. Eo case da ABIN 
- Agencia Brasileira de lnteligencia- criada pel a lei 9.883/99, "que integra 
as af6es de planejamento e execufOO das atividades de inteligencia do 
Pais, com a ftnalidade de fornecer subsidios ao Presidente da Republica 
nos assuntos de interesse nacional. 0 Sistema Brasileiro de fnte/igencia 
tem como fundamentos a preservofOO do soberania nacional, a defesa do 
Estado Democratico de Direito e a dignidade da pessoa humana, devendo 
ainda cumprir e preservar os direitos e garantias individuais e demo is dis-
positives da Constitui>oo Federal, as tratados, convem;oes, acordas e ajus-
tes internacionais em que a Republica Federativa do Brasil seja parte ou 
signatario, e a legisla>fio ordinaria. Para os efeitos de aplica,ao desta Lei, 
entende-se como inteligencia a atividade que objetiva a obten,ao, analise 
e disseminafdO de conhecimentos dentro e fora do territ6rio nacional sa-
bre fatos e situa,aes de imediata ou potencial influencia sabre o processo 
decis6rio e a 0900 governamental e sabre a salvaguarda e a seguran~a do 
sociedade e do Estado." (art. lQ) 
32 
0RGANIZA<;6ES CRIMINOSAS 
5. Particular. Nao pode ser agente inftltrado, face a inexistencia de previsao 
legal. 
6. Autoriza~ao judicial circunstanciada. Autorizat;:ao judicial circunstanciada 
e, na verdade, autoriza<;ao detalhada e bern fundamentada, em conso-
nancia com o art. 93, IX da CRFB/88, que positivou o principia da motiva-
~ao das decis5es judiciais, conforme coment8rio ao incise anterior. 
7. Tempo de dura~ao. Tendo em vista que a lei nao fez ressalva quanta ao 
tempo de dura<;ao da infiltra<;ao do agente, conclui-se que ela nao possui 
prazo maximo de durac;ao. 
8. Agente infiltrado e lei de drogas. A lei de drag~ (lei 11.343/2006) preve 
no art. 53, I a figura do agente infiltrado, com a seguinte reda<;ao: ''l\rt. 
53. Em qualquer jose da persecuftio criminal re/ativa aos crimes previstos 
nesta Lei1 sao permitidos, a/em dos previstos em lei, mediante autorizar;fio 
judiciale ouvido o Ministerio PUblicoJ os seguintes procedimentos investi-
gat6rios: .. I- a infi/tra>oo par agentes de po/icia, em tarefas de investiga-
t;fiD1 constituida pe/os 6rg0os especializados pertinentes'~ Percebe-se, pel a 
leitura do dispositive, que ha uma semelhanc;a e uma diferenc;a. A seme-
lhante reside em que, em ambas as leis, se exige autoriza<;ao judicial. A 
diferen~a consiste no fato de que a lei de organiza~ao criminosa exige que 
seja agente de policia ou de inteligencia e a lei de drogas somente exige 
que seja agente de polfcia, nao fazendo menyao a agente de inte!igl§ncia. 
:~~~~c~~.:~;r~;.~l~~~~,~kf~I~Jti~a~ l.t~1 
Agente de polfcia ou de intelig€ncia Agente de polfcia 
9. Exclusao de responsabilidade penal do agente infiltrado. Evidentemen-
te, nao se pode atribuir responsabilidade penal ao agente infiltrado, pe-
los delitos que vier a cometer em razao da infi!trac;ao. Questiona-se, em 
doutrina, qua! seria a natureza jurfdica na exdusao da responsabilidade 
penal do agente infiltrado. Vimos, acima, que na reda<;ao originaria da lei 
9.034/95, o inciso I do art. 2e, que acabou sendo vetado, trazia a figura do 
agente infiltrado, excluindo a ilicitude de sua conduta. Percebe-se, assim, 
que a mens legislatoris foi tornar lfcita a conduta do agente infiltrado. Des-
sa forma, como o legislador tornou a trazer essa figura na lei 10.217/2001, 
inserindo-a no incise ora comentado, quer nos parecer que o legislador 
agiu imbufdo do mesmo espfrito, au seja, de exduir a ilicitude do agente 
inftltrado, embora nao 0 tenha dito expressamente. 
33 
~ 
~. 
"~ 
~. 
GABRIEL HABIB 
1. Sigilo da autoriza~ao judicial. Trata-se do sigilo necess3rio a garantia do 
sucesso das investigac;:iies, da infiltrac;:ao e da seguranc;:a do proprio agente 
infiltrado. 
-7 Aplicac;:ao em concurso. 
"' Jnspetor da Policia Civii/RJ. 2007. FGV. 
A Lei do Crime Qrganizado (Lei 9.034/95) preve a seguinte medida investi-
34 
gativa: 
A) pris3o temporaria. 
B) infiltrar;ao de agentes. 
C) interceptar;3o de comuniEar;6es telef6nicas. 
D) arresto de bens. 
E) pris3o preventiva. 
Alternativa correta: Letra B. 
0RGANIZA<;:6ES CRIMINOSAS 
1. Diligencias realizadas direta e pessoalmente pelo Juiz. Juiz inquisidor. 0 
legislador trouxe a obrigatoriedade de o Juiz re~izar pessoalmente a di-
ligencia investigat6ria quando foro caso de violac;:ao de sigilo preservado 
pela Constituic;:ao da Republica ou pela lei. 
2. Aplica~ao restrita. Nos moldes I ega is, tal atividade probat6ria do Juiz esta-
ria restrita a colheita de dados, dados, documentos e informa<;iies fiscais, 
banc<3rias, ftnanceiras e e!eitorais. 
3. Sistema acusat6rio. Reconhece-se, ha a!gum tempo, a instrumentalida-
de do processo penat como meio de tornar efetivo o direito material, 
possibilitando as partes as meios pelos quais o juiz formara a sua convic-
<;3o acerca da imputa<;ao deduzida pelo 6rg3o acusador. Nao se ve o pro-
cesso como um ftm em si mesmo, e sim como uma tecnica desenvolvida 
para a tutela do direito material. Essa vis3o instrumentalista do processo 
estabelece uma ponte entre o direito processual eo direito materia!. Com 
a consci@ncia de que o processo penal constitui verdadeiro instrumento 
garantidor da democraciaprocessual, o operador do Dire ito precisa enxer-
g<3-!o como instrumento a servir;:o da ordem constitucional, refletindo as 
bases do regime democr<3tico, que encontra respaldo no sistema acusat6-
rio, onde estao bem definidas e separadas as fun<;iies de acusar, defender 
e julgar, dividindo-as em tres pessoas distintas. 
4. Viola~ao do sistema acusat6rio. A realizar;:ao de diligt?ncia investigat6ria 
diretamente pelo Juiz ressuscita a figura doJuiz inquisidor, ja sepultada ha 
muito tempo, em plena incompatibilidade com o atual e vigente sistema 
acusat6rio. Como dito no item acima, no sistema acusat6rio, as funr;:Oes 
de acusar e julgar estao absolutamente separadas. Fazer como que o Juiz 
busque a prova diretamente implica radical comprometimento de sua im-
parcialidade enquanto magistrado. 
35 
GABRIEL HABIB 
5. A inconstitucionalidade do dispositive. Foi proposta uma A,ao Direta de 
lnconstituciona!idade, na qual se buscou a declara<.;:ao de inconstituciona-
lidade do art. 32 ora comentado, que, no STF, ganhou o numero 1.570. 0 
pedido foi julgado procedente e o STF declarou a inconstitucionalidade 
do mencionado artigo. Note-se que, de acordo com a notfcia abaixo, o 
STF declarou a inconstitucionalidade do art. 32 somente em rela,ao aos 
dados, documentos e informa,oes fiscais e eleitorais. No que toea aos 
dados, documentos e lnforma<;6es banc3rias e financeiras, 0 STF disse 
que a a<;ao teria ficado prejudicada, em razao de o art. 3.2, nesse ponte 
especifico, estar revogado pela lei complementar 105/2001, logo nao po-
deria dedarar a inconstitucionalidade da parte do dispositive que estava 
revogada. Tal afirma10ao em nada influencia a declara,ao de inconstitu-
cionalidade. Uma coisa € certa: 0 STF declarou o art. 3!? inconstitucionat 
sepu!tando a figura do Juiz inquisidor; s6 nao quis se pronunciar sabre os 
dados, documentos e informa<.;:Oes banccirias e financeiras par estarem 
36 
tacitamente revogados. '" 
-') STF 
INFORMATIVO N• 336 
Coleta de Provas por Juiz: Due Process of law 
0 Tribunal, par maioria, julgou procedente em parte o pedido formula-
do em ac;:ao direta ajuizada pelo Procurador-Geral da RepUblica contra o 
art. 32 da Lei 9.034/95, que conferia aa juiz competencia para dlligenciar 
pessoa!mente nos procedimentos de investigac;:ao e obtenc;:aa de pravas 
nas persecw;6es penais relativas a atos de organizac;:5es criminosas, nas 
hip6teses em que houvesse possibilidade de vio!ac;ao de sigilo. Prelimi-
narmente, o Tribunal cansiderou prejudicada a ac;ao direta no ponte em 
que autorizava o acesso a dadas, documentos e informac;Oes bancilrias 
e ftnanceiras, em razao da superveniencia da LC 105/2001, hierarqui-
camente superior, que regulou integralmente a questao, revogando a 
norma impugnada par lncompatibiHdade. Em seguida, no que se refere 
aos dados, documentos e informac;Oes fiscais e eleitorais, o Tribunal jul-
gou procedente a pedido, par ofensa ao prindpio do devido processo 
\ega!, par entender que a coleta pessoal de provas desvirtua a func;ao 
do juiz, de modo a comprometer a imparcialidade deste no exerdcio 
da prestac;ao jurisdidonaL Vend do o Min. carlos Ve\loso, que juigava 
improcedente o pedido, par considerar que o carclter pUblico do pro-
cesso nao proibiria, em hip6teses excepcionais, a participac;ao ativa do 
juiz na busca da verdade material (Lei 9.034/95, art. 39: "Nas hipOteses 
do incise Ill do art. 2Q desta Lei, ocorrendo possibi\idade de violac;ao de 
sigilo preservado pel a Constituic;ao ou par lei, a diligencia sera rea!izada 
0RGANIZAC0ES CRlMfr.iOSAS 
pessoalmente pelo juiz, adotado o mais rigorosa segredo de justic;a." 
"art. 2Q- Em qualquer fase de persecuc;ao criminal que verse sabre 
a<;ao praticada par organizac;:5es criminosas sao permitidos, a!em dos ja 
previstas na lei, os seguintes procedimentos de investigac;aa e formac;:ao 
de provas: ... Ill - o acesso a dad as, documentos e informac;6es fiscais, 
bancarias, financeiras e eleitorais."). ADI 1570/DF, rei. Min. Mauricio 
Correa, 12.2.2004. 
1. 6rgao fracionario especializado. 0 legislador impos as policias judi-
ciarias, encarregadas da apura<.;:ao do fato criminoso e de sua respectiva 
autoria, a setoriza~ao especializada no combate aos delitos praticados 
por organiza~Oes criminosas. Trata-se de norma programirtica, que visa 
ao melhor acompanhamento dos de!itos dessa natureza, para uma me-
lhor e mais eficaz apura<.;:ao. A Polfcia Judici<3ria e aquela que esta prevista 
expressamente na CRFB/88, art. 144, §1Q, IV e §4Q: "Art. 144. A seguran10a 
publica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, e exercida 
para a preserva,ao da ordem publicae da incolumidade das pessoas e do 
patrim6nio, atraves dos seguintes 6rgaos: § lQ A polfcia federal, institu-
fda par lei como 6rgao permanente, organizado e mantido pe!a Uniao e 
estruturado em carreira, destina-se a: IV- exercer, com exclusividade, as 
fun,oes de polfcia judiciaria da Uniao. § 42- As polfcias civis, dirigidas por 
delegados de polfcia de carreira, incumbem, ressalvada a competencia da 
Uniao, as funr;Oes de polfcia judici<3ria e a apurar;ao de infra<.;:Oes penais, 
exceto as militares. 
1. Aplica,ao restrita do dispositive. 0 artigo ora comentado fez men10ao ex-
pressa a organiza~lio criminosa, excluindo de sua incid€ncia o banda ou 
quadriJha e a associa9Cio criminosa. 
37 
~-, 
~ 
~-
-. 
--
GABRIEL HABIB 
2. ldentifica~ao criminal. Consiste na individualizac;:ao da pessoa, para a co-
!heita de suas caractedsticas pessoais, podendo ser utilizados processo 
datilosc6pico e fotografico. 
3. Previsao constituciona\. A identifica,ao criminal esta .positivada na 
CRFB/88, que dispoes no art. 52, LVIII que "o civilmente identificado ni5o 
ser6 submetido a identifica~Oo criminat salvo nos hip6teses previstas em 
I ., El. 
-7 Aplica~ao em concurso. 
TJ/TO. Juiz de Dire ito. 2007. C£SP£ 
No que concerne as leis penais especiais, assinale a op~ao correta. 
A) Na hlp6tese de a<;ao praticada por organiza~ao crlminosa, o acusado envoi~ 
vida na a~ao sera apenas civil mente ldentificado e nao deve ser submetido 
a identifica<;ao criminal. de acordo com direito garantido em regra geral da 
Constituic;ao FederaL -.• 
A afternativa est6 r:irrada. 
4. ldentifica,ao criminal. Lei 12.037/2009. A identifica,ao criminal esta re-
gulamentada pela lei 12.037/2009, que tem a seguinte reda1=ao: 
38 
"Art. 19 0 civil mente identificado niio ser6 submetido a identifica~Oo cri~ 
min a/, salvo nos casas previstos nesta Lei. 
Art. 2.fJ: A identiftca~Cio civile atestada por qualquer dos seguintes docu-
mentos: 1-carteira de identidade; !1- carteira de trabalho; Ill- carte ira 
profissional; IV- passaporte; V- carteira de identificafiiO funciona/,· VI-
outre documento pUblico que perm ita a identiftcafOO do indiciado. Par6-
grafo Unico. Para asftnalidades desta Lei, equiparam-se aas dacumentos 
de identificat;Cio civis os documentos de identificat;Cio militares. 
Art. 3.fJ: Embora apresentado documento de identificaftiO, poder6 ocor-
rer identificat;Oo criminal quando: I - o documento- apresentar rasura 
ou tiver indicia de falsificat;tio; II - o documento apresentado for insu~ 
ficiente para identificar cabo/mente o indiciado; Ill - o indiciado portar 
documentos de identidade distintos, com informat;O~s canflitantes entre 
si; IV- a identificafliO criminal for essencial bs investigat;t5es policiais, 
segundo despacho da aut_oridade judiciO ria competente, que decidir6 de 
ojicio ou mediante representar;tio do autoridode policial, do Ministerio 
PUblico ou da defesa; V- constar de registros po/iciais o usa de outros 
names ou diferentes qualificar;Oes; VI - o estado de conservat;Cio ou a 
distdncia temporal ou da localidade da expediftio do documento apre-
sentado impossibilite a completa identificafCiO dos caracteres essenciais. 
0RGAN!ZA(::6ES CRIMINOSASPar6grafo Unico. As c6pias dos documentos apresentados deveriio ser 
juntadas aos autos do inqw?rito, ou outra forma de investigar;ao, ainda 
que consideradas insuftcientes para identiftcar o indiciado. 
Art. 4f! Quando houver necessidade de identificat;iio criminal, a auto-
ridade encarregada tomar6 as pravidencias necess6rias para evitar o 
constrangimento do identiftcado. 
Art. 5.fJ: A identiftcOt;Cio criminal incluir6 o processo dati/osc6pico e o fo-
togr6ftco, que serOo juntados aos autos do comunicar;Cio da prisiio em 
flagrante, ou do inquerito policial ou outra forma de investigaftiO. 
Art. 69 E vedado mencionar a identificafiio criminal do indiciado em 
atestados de antecedentes ou em informat;Oes niio destinadas ao juizo 
criminal, antes do triinsito em julgado do sentenr;a condenat6ria. 
Art. 7.fJ: No coso de niio oferecimento da de~Uncia, ou sua rejeifiiO, ou 
absolvit;Cio, e facultado ao indiciado ou ao reu, ap6s 0 arquivamento 
definitivo do inquerito, ou trdnsito em julgado da sentent;a, requerer a 
retirada da identijicOf;Cio fotogr6fica do inquerito ou processo, desde que 
apresente provas de sua identiftcaffiO civil. 
Art. 88 Esta Lei entra em vigor no data de sua publicafOO. 
Art. 9B Revoga-se a Lei n-B 10.054, de 7 de dezembro de 2000." 
5. Compatibilidade entre o art. 52 da lei 9.034/95 eo art. s•, LVIII CRFB/88. 
Dos dispositivos acima mencionados, retira-se a seguinte norma: De acor-
do com a CRFB/88, a regra geral e a de que a pessoa que ja for civilmente 
identificada, nao podera ser submetido a identifica<_;a:o criminal, ressalva-
das as exce1=6es I ega is previstas no art. 32 da lei 12.037/2009. 
6. Sumula 568 do STF. Dispoe a sumula 568 do STF: "A identificar;i5o crimi-
nal nfio constitui constrangimento ilega!, ainda que o indiciado j6 tenha 
sido identificado civilmente." Vimos que, ap6s o advento da CRFB/88, bem 
como da lei 12.037/2009, a regra e a nao identifica,ao criminal se o in-
diciado ja for civilmente identiftcado. Assim, tal sUmula ficou esvaziada, 
nao passu indo mais aplicabilidade. Salvo nas excec;:5es referidas no item 
anterior. 
7. STJ. Revoga,ao do art. 52 da lei 9.034/95 pelo art. 32 da lei 10.054/2000 
(atualmente revogada). A identifica1=ao criminal, antes do advento da 
lei 12.037/2009, era regulamentada pel a lei 10.054/2000, que dispunha 
em seu art. 12 que a identiftcac;ao criminal poderia se dar em determina-
das situa1=6es, desde que o agente nao fosse civilmente identificado. Em 
seu art. 32, a lei 10.054/2000 trazia as hip6teses excepcionais nas quais 
poderia haver a identiftca~ao criminat nas quais nao estava abrangida a 
39 
GABRIEL HABIB 
hip6tese de organiza<;3o crlminosa. Dessa forma, STJ entendeu que a lei 
10.054/2000, por ser posterior a lei 9.034/95, a teria revogado tacitamen-
te. No entendimento do STJ, conforme o informative abaixo citado, nao 
poderia mais ser feita a identificac;8'o criminal das pessoas envolvidas com 
ac;ao praticada par organizac;5es criminosas, uma vez que o art. 32 da lei 
10.054/2000 nao contemplou essa possibilidade no seu rol. 0 mesmo en-
tendimento deve ser mantido, agora, na vigencia da lei 12.037/2009. 
~ STJ 
INFORMATIVO N•187- Quinta Turma 
IDENTIFICA~AO CRIMINAL CIVILMENTE IDENTIFICAOO. 
0 art. 32, caput e incises, da Lei n. 10.054/2000, enumerou, de forma 
incisiva, as casas nos quais o dvi!mente identiftcado deve, necessaria-
mente, sujeitar-se a identiftca~ao criminal, nao constando, entre eles, 
a hip6tese de que o acusado se envolva com a a~ao praticada por orga-
nizac;6es criminosas. Com efeito, restou revogado a preceito contido no 
art. 52 da Lei n. 9.034/1995, a qua! exige que a identifica~ao crimina! de 
pessoas envolvidas com o crime organizado seja rea!izada independen-
temente da existencia de identifica~ao civiL RHC 12.965-DF, Rei. Min. 
Felix Fischer, ju\gado em 7/10/2003. 
1. Dela~ao premiada. Delatar significa apontar o responsavel pela infra,ao 
penal praticada. Pelo institute da deJa,ao, o acusado aponta outras pes-
seas como igualmente responsaveis pe\a prc1tica da infrac;ao penal. Diz-se 
premiada porque o delator recebe algum beneficia do Estado em troca 
das informa1=6es prestadas, uteis a elucida1=ao do delito praticado. Na lei 
ora comentada, o "premia" consiste na reduc;ao da pena de urn a dais 
ter<;os. 
2. Natureza jurfdica. A dela1=ao premiada tern natureza de causa especial de 
diminui1=ao de pena, que deve ser ap\icada na terceira lase da aplica<;ao da 
pena. Note-se que nessa lase a pena pode ficar a baixo do minima legal. 
3. Beneficiario. 0 Jegislador utilizou a expressao agente. Logo, o beneficia da 
dela<;ao premiada abrange tanto o coautor quanta o participe da infra<;ao 
penal. 
40 
1 0RGANlZA(,":0ES CRIMINOSAS 
4. Destinatario da dela~ao. 0 legislador nao estabeleceu o destinatario da 
dela<;ao. Entende-se que ela pede ser feita aos 6rgaos encarregados de 
persecu,ao penal (Autoridade Policial e membra do Ministerio Publico), 
bern como a Autoridade Judiciaria. 
5. Requisitos. A delayao deve efetivamente esclarecer as infra~Oes penais 
praticadas pela organizac;ao criminosa e sua autoria, nao podendo consis-
tir em informa<;5es desconexas com essas fina!idades. A/em disso, se exige 
que a dela<;ao seja espontanea, nao podendo ser voluntaria. 
~ STJ. 
"PENAL. RECURSO ESPECIAL. ROUBO CIRCUNSTANCIADO E EXTORSAO 
MEDIANTE SEQUESTRO. DELA~AO PREMIADA. ART. 6' DA LEI 9.034/95. 
NJiO-OCORRENCIA. RETRATA~AO EM JUiZO. SUMULA 283/STF. RECUR-
SO ESPECIAL NAO-CONHECIDO. 1. A Lei 9.034/95, que dispos sobre os 
meios de prevenc;ao e repressao de a~6es praticadas por organiza~Oes 
criminosas, preve, em seu art. 62, a redu~ao da pena de 1/3 a 2/3 para 
os que, espontaneamente, colaborarem no esdarecimento de infra<;6es 
penais e sua autoria. 2. A -revelac;ao do indiciado devera ser esponta-
nea, ou seja, de livre vontade, sem a instlga~ao ou coac;ao de terceiros 
e eftcaz, au seja, deve produzir efeitos prc'iticos quanta aos demals inte-
grantes da quadri!ha, grupo, organiza~ao ou banda, ou na !ocalizac;ao do 
produto, substancia ou droga i!icita. (REsp 628048/SP. Rel. Min. Arnalda 
Esteves Lima. DJe 13/04/2009)" 
6. Momento para a dela<;ao. Pode ser rea\izada em qualquer lase da perse-
cuc;ao penal, ou seja, tanto na fase do inquerito policial, quanta na fase da 
a(:ao penal. 
7. Oela~ao feita ap6s o transite em julgado. Como o Jegislador nao estabe-
leceu marco temporal limite, entende-se que ela pode ser feita mesmo 
ap6s o transite em julgado da sentenc.;:a condenat6ria. Nessa hip6tese, 
o instrumento processual adequado e a revisao criminal, com base no 
art. 621, Ill do C6digo de Processo Penal, que possui a seguinte reda(:ao: 
':4 revisoo dos processos findos sera admitida: Ill - quando, ap6s a 
senten9aJ se descobrirem novas provas de inocencia do condenado 
ou de circunst6ncia que determine ou autorize diminui9Go especial da 
pen a;~ 
8. Obrigatoriedade da diminui~ao da pena. Preenchidos os requisites dade-
la.;ao, torna-se obrigac.;:ao do juiz aplicar a causa de diminuic.;:ao de pena. 
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GABRIEL HABiB 
9. Nao revoga~ao pela lei 9.807/99. A lei 9.807/99 nao revogou o art. 62 da 
lei 9.034.95, uma vez que, embora os dispositivos legais tratem do mesmo 
tema - dela~ao premiada da \eitura de ambos, verifica-se que os seus 
requisites d§o diversos. 
1. Aplicac;ao restrita do dispoSitive. 0 artigo ora comentado fez men~3b ex-
pressa a organizar;fio criminosa1 excluindo de sua incid€ncia 0 banda ou 
quadrilha e a associm;Go criminosa. 
-7 Aplicac;ao em concurso. 
o MP/AM. Promotor de Justi~a. 2007. CESPE. 
·, 
A respeito de aspectos penais das leis espedais, assina!e a opt;:ao correta. 
D) Em caso de agente que tenha tido intensa e efetiva participat;:ao em organi-
za~ao criminosa, a legis!a~ao aplic3vel a especie somente ad mite a concessao 
de liberdadeprovis6ria com fiant;:a. 
A alternativa est6 errada. 
PGE/CE. Procurodor. 2008. CESPE. 
Acerca das leis penais especiais, assinale a op~ao correta. 
B) A Lei n2 9.034/1995, que disp6e a respeito do crime organizado, nao veda 
a concessao de liberdade provis6ria aos agentes que tenham tido intensa e 
efetiva participa~ao na organiz.a~ao criminosa. 
A a!ternativa est6 errada. 
2. Veda~ao de liberdade provis6ria. 0 art. 72 veda a liberdade provis6ria 
aos agentes que tenham tido intensa e efetiva participa.;:ao na organiza-
s:ao criminosa. 0 \egislador quis proibir que o preso em flagrante fosse 
posto em liberdade, proibindo a liberdade provis6ria. A prisao em fla-
grante, como toda e qualquer prisao imposta antes do transito em julga-
do da sentens:a condenat6ria constitui uma pris§o provis6ria, e como tal 
deve ser encarada, sob pena de a mesma ser uti!izada como instrumento 
de vingan<;a privada do proprio Estado de Direitq, ,bern como antecipa-
~ao do cumprimento de uma pena que ainda nao existe, e que pode nem 
existir par raz6es diversas. 
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0RGANlZAC0ES CRIMINOSAS 
Toda e qualquer prisao provis6ria, medida cautelar que e, deve ser re-
gida pelos Prindpios da Necessidade e Excepcionalidade. Assim, toda e 
qua!quer prisao provis6ria somente deve ser decretada ou mantida se for 
necessaria, e, ainda assim, de forma excepcional. 
Portanto, nao se decreta a prisao do reu automaticamente s6 porque ele 
nao e primario e de bons antecedentes e o crime nao e afian~avel. Em 
qua!quer hip6tese1 e precise que seja demonstrada a necessidade da pri-
sao, par meio da presen~a dos requisites da prisao preventiva previstos 
no art. 312 do C6digo Processual Penal. A jurisprudencia atual utiliza os 
pressupostos da prisao preventiva para qualquer tipo de prisao provis6ria. 
E com base nesse raciocfnio que os Tribunais S~eriores so!idificaram suas 
jurisprudencias no sentido de nao existir prisao provis6ria ex lege, isto e, 
prlsao que decorra meramente da lei, sem motivas:ao, sem que estejam 
presentes os requisites da prisao preventiva previstos no art. 312 do C6di-
go de Processo Penal, sob pena de viola<;ao dos prindpios da presun.;:ao de 
inocEmcia, devido processo legal, contradit6rio e ampla defesa. 
~ STJ. 
"HABEAS CORPUS. TRAFICO ILiCITO DE ENTORPECENTE E POSSE IRRE-
GUlAR DE ARMA DE FOGO. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISORIA INDEFE-
RIDO. SUPERVENIENCIA DE SENTEN~A CONDENATORIA QUE MANTEM, 
NOS TERMOS DO DECRETO CONSTRITIVO ANTERIOR, 0 cARCERE CAU-
TElAR. INEXISTENCIA DE MOTIVA~AO VALIDA. NECESSIDADE DA CUS-
TODIA PROVISORIA NAO DEMONSTRADA. PRECEDENTES. 1. A custodia 
caute\ar do Paciente esta sen do mantida, na hip6tese, pelos fundamen· 
tos da deds3o que !he negou o beneficia da Hberdade provisO ria, apenas 
em face da vedat;:ao traz.ida pe!a lei dos Crimes Hediondos e em argu-
mentos abstratos, desprovidos de qua!quer suporte f3tico, que nao po-
d em respaldar a prisao provis6ria. 2. Mesmo para os crimes em que hi! 
veda<;:ao expressa a liberdade provis6ria, como e o caso do Estatuto do 
Oesarmamento, da Lei dos Crimes Hediondos e a das Organiza~Oes Cri-
minosas1 prestigia-se a regra constitucional da !iberdade em contraposi-
<;::30 ao cilrcere caute!ar, quando nao houver demonstrada a necessidade 
da segrega~ao. 3. Exige-se concreta fundamenta~ao judicial para se de-
cretar ou manter a pris3o cautelar, com demonstra<;:ao dos pressupostos 
do art. 312 do C6digo de Processo Penal, sob pena de desrespeito ao art. 
93, incise IX, da Constitui~ao Federal. 4. Ordem concedida para revogar a 
prisao provis6ria do ora Paciente, se par outre motive nao estiver preso, 
sem prejufzo de eventual decretat;:ao de prisao preventiva devidamente 
fundamentada. (HC 61631/RJ. Rei. Min. Laurita Vaz, DJ 18/12/2006)." 
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. ··~: 
44 
GABRIEL HABIB 
Note-se que o art. 72 dessa lei foi objeto da ordem de habeas corpus n2 
94.404 MC/SP, publicada no informative n2 516 do STF. 
-7 STF. 
INFORMATIVO N• 516 
"Crime Organizado- Veda~ao Legal de liberdade Provis6ria -lnconsti-
tucionalidade- Conven~3o de Palermo- Pris3o Cautelar- Requisites 
(Transcri~Oes) 
EMENTA: "HABEAS CORPUS". ESTRANGEIRO NAO DOMICILIADO NO 
BRASIL. CONDI<;:AO JURiDICA QUE NAO 0 DESQUALIFICA COMO SUJEITO 
DE DIREITOS E TITULAR DE GARANTIAS CONSTITUCIONAIS E LEGAlS. 
PLENITUDE DE ACESSO, EM CONSEQUENCIA, AOS INSTRUMENTOS PRO-
CESSUAIS DE TUTELA DA LIBERDADE. RESPEITO, PELO PODER PUBLICO, 
AS PRERROGATIVAS JURiDICAS QUE COM POEM 0 PROPRIO ESTATUTO 
CONSTITUCIONAL DO DIREITO DE DEFESA. VEDA<;iio LEGAL ABSOLUTA, 
EM CARATER APRIORiSTICO, DA CONCESSAO DE LIBERDADE PROVISO-
RIA. LEI DO CRIME ORGANIZADO (ART. 72). INCONSTITUCIONALIDADE. 
OFENSA AOS POSTULADOS CONSTITUCIONAIS DA PRESUN<;:AO DE INO-
CENCIA, DO "DUE PROCESS OF LAW", DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMA-
NA E DA PROPORCIONALIDADE. 0 SIGNIFICADO DO PRINciPIO DA PRO-
PORCIONALIDADE, VISTO SOB A PERSPECTIVA DA "PROIBI<;AO DO 
EXCESSO": FATOR DE CONTEN<;AD E CONFORMA<;AO DA PROPRIAATIVI-
DADE NORMATIVA DO ESTADO. ENTENDIMENTO DE AUTORIZADO MA-
GISTERIO DOUTRINARIO (LUIZ FlAVIO GOMES, ALBERTO SILVA FRANCO, 
ROBERTO DELMANTO JUNIOR, GERALDO PRADO E WILLIAM DOUGLAS, 
"INTER ALIA"). PRECEDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: ADI 
3.112/DF (ESTATUTO DO DESARMAMENTO, ART. 21). CONVEN<;:AO DE 
PALERMO (CONVEN<;:AO DAS NA<;:OES UNIDAS CONTRA 0 CRIME ORGA-
NIZADO TRANSNACIONAL). TRATADO MULTILATERAL, DE AMBITO GLO-
BAL, REVESTIDO DE ALTiSSIMO SIGNIFICADO, DESTINADO A PROMOVER 
A COOPERA<;AO PARA PREVENIR E REPRIMIR, DE MODO MAIS EFICAZ, A 
MACRODELINQUENCIA E AS ORGANIZA<;OES CRIMINOSAS DE CARATER 
TRANSNACIONAL. CONVEN<;AO INCORPORADAAO ORDENAMENTO PO-
SITIVO INTERNO BRASILEIRO (DECRETO N2 5.015/2004). INADMISSIBILI-
DADE DA INVOCA<;AO DO ART. 11 DA CONVEN<;AO DE PALERMO COMO 
SUPORTE DE LEGITIMA<;iiO E REFOR<;O DO ART. 72 DA LEI DO CRIME 
ORGANIZADO. A SUBORDINA<;iiO HIERARQUICO-NORMATIVA, A AUTO-
RIDADE DA CONSTITUI<;:AO DA REPUBLICA, DOS TRATADOS INTERNA-
CIONAIS QUE NAO VERSEM MATERIA DE DIREITOS HUMAN OS. JURIS-
PRUDENCIA (STF). DOUTRINA. CARATER EXTRAORDINARIO DA PRIVA<;iiO 
CAUTELAR DA LIBERDADE INDIVIDUAL INVIABILIDADE DE SUA DECRE-
TA<;iio, QUANDO FUN DADA NA GRAVIDADE OBJETIVA DO DELITO, NA 
'" 
·-- ----·~-- _-, 
0RGANlZAC6ES CRlMINOSAS 
SUPOSTA OFENSA A CREDIBILIDADE DAS INSTITUI<;OES, NO CLAMOR 
PUBLICO E NA SUPOSI<;AO DE QUE 0 REU POSSA INTERFERIR NAS PRO-
VAS. NAO SE DECRETA PRISAO CAUTELAR, SEM QUE HAJA REAL NECES-
SIDADE DE SUA EFETIVA<;AO, SOB PENA DE OFENSA AO "STATUS LIBER-
TATIS" DAQUELE QUE A SOFRE. PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR 
DEFERIDA. DECISAO: Trata-se de "habeas corpus", com pedido de medi-
da liminar, impetrado contra decisao emanada da Quinta Turma do E. 
Superior Tribunal de Justic;a, que, em sede de outra ac_;§.o de "habeas 
corpus", denegou o "writ" constitucional (HC 100.090/SP). Registro, des-
de logo, par necessaria, tal como assinalei na decis§.o par mim proferida 
no exame de pedido de medida cautelar formulada no HC 94.016/SP, 
Rei. Min. CELSO DE MELLO, que o fa to de o paciente ostentar a condi~ao 
jurfdica de estrangeiro e de n§.o possuir dqmidlio no BrasH n§.o lhe inibe, 
s6 par si, o acessa aos instrumentos proc~ssuais de tutela da liberdade 
nem lhe subtrai, par tais raz5es, o dire ito de ver respeitadas, pelo Poder 
PUblico, as prerrogativas de ordem jur!dica e as garantias de Indole cons~ 
titucianal que o ordenamento positive brasileiro canfere e assegura a 
qualquer pessoa que sofra persecu~ao penal instaurada pelo Estado. 
Cabe advertir, ainda, que tamb€m o estrangeiro, inclusive aquele que 
n3o possui domidlio em territ6rio brasileiro, tern direita pUblico subjeti~ 
vo, nas hip6teses de persecw;§.o penal, a observancia e ao integral res-
peito, por parte do Estado, das prerrogativas que com pOem e d§a signi-
ficado a dausula do devida processo legal, pais- como reiteradamente 
tern proclamado esta

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