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Apostila hidrografia-bacia

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ST 306 Hidrologia e Drenagem CESET- UNICAMP
Hidrografia
Hidrografia é a ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra. Os mapas dos mares e das partes navegáveis dos rios servem não apenas para mostrar a profundidade das águas, mas também a amplitude das marés, velocidade e direção das correntes, a forma do litoral e até a natureza do fundo do mar, para fins de navegação. Esses dados oceanográficos obtidos com esse estudo, têm sido úteis para pesquisas submarinas, procura de petróleo e gás natural.
O volume global de água da Terra é estimado em 1,42 milhões de metros cúbicos e abrange oceanos, mares, geleiras, águas do subsolo, lagos, água da atmosfera e rios. Os oceanos e mares ocupam 71% da área do globo. As águas continentais possuem um volume total de 38 milhões de km cúbicos, cerca de 2,7% da água do planeta. A água doce congelada (geleiras e calotas polares) corresponde a 77,2% das águas continentais; a água doce armazenada no subsolo (lençóis freáticos e poços), 22,4%; a água dos pântanos e lagos, 0,35%; a água da atmosfera, 0,04% e a água dos rios, 0,01%.
Oceano: Vasta extensão de água salgada que cobre a maior parte da Terra e envolve os continentes. Os oceanos são importantes fontes de recursos para a humanidade. Eles apresentam reservas de minerais, além de petróleo, gás natural, enxofre e potássio no interior das rochas.
Mares: São diferentes dos oceanos pela dimensão e posição geográfica. São consideradas partes dos oceanos, localizando-se entre limites continentais. Também são menos profundos, variam a salinidade, densidade, temperatura e transparência das águas.
Lagos: São depressões do solo cheias de água e podem ou não possuir ligação com o mar. Alguns ficam no interior de bacias fechadas. Outros, por sua grande extensão e água salgada, são chamados de mares. Os LAGOS, por influírem sobre a umidade do ar, têm ação reguladora do clima, assim como os mares. Na vizinhança dos lagos, o clima é sempre mais ameno e temperado que nas outras regiões. A maioria dos lagos não tem área maior de 300 km quadrados, quase todos se situam acima do nível do mar.
Rios: São cursos naturais de água que se deslocam de níveis mais altos (nascentes) até níveis mais baixos (foz ou desembocadura). Os rios podem ser perenes quando desembocam, escoam o ano todo, ou temporários, quando escoam nas estações de chuva e secam no período de estiagem. Em seu curso, as águas dos rios transportam quase sempre uma grande quantidade de detritos. Se as águas correm calmas, os detritos depositam-se no fundo do rio, mas quando as águas se lançam em um mar de águas impetuosas, os detritos se acumulam perto da foz e se espalham em todas as direções. Há um grande relacionamento entre os seres que vivem nos rios e os que vivem nas margens ou proximidades dos cursos de água. As folhas das plantas e os insetos que caem na água servem de alimentação para muitos animais. Tudo isso representa uma incessante entrada e saída de matéria orgânica do curso de água.
Percurso de um rio
Bacias Hidrográficas
São regiões geográficas formadas por rios que deságuam num curso principal de água.
Esquema de distribuição de água.
Os rios têm grande importância econômica; eles irrigam terras agrícolas, abastecem reservatórios de água urbanos, fornecem alimentos e produzem energia através das hidrelétricas. O transporte fluvial também tem grande importância e é muito utilizado em razão da economia de energia e grande capacidade de carga dos navios.
A produção brasileira de energia em 1997 é de 185.961.000 tep (toneladas equivalentes de petróleo), enquanto o consumo total é de 227.279.000 tep. O déficit de 41.318.000 tep é suprido com importações. A produção nacional concentra-se em energia primária renovável – energia hidráulica, lenha e derivados de cana-de-açúcar – que alcança 70,7% do total. As formas de energia primária não renovável, que incluem petróleo, gás natural, carvão, urânio (U308), são responsáveis por 29,3% da produção interna. Processada em hidrelétricas e refinarias, a energia primária transforma-se em eletricidade, gasolina, óleo diesel etc.
Cerca de 97% da energia elétrica produzida no Brasil é gerada em hidrelétricas. Somente a Bacia do Prata possui cerca de 60,9% das hidrelétricas em operação ou construção. O país aproveita, no entanto, apenas uma pequena parte do seu potencial hidráulico. De 127 mil Mw/ano de capacidade estimada, apenas 32,2 mil Mw/ano são produzidos. O alto custo de construção de uma usina, somada aos problemas sociais e ambientais decorrentes do alagamento de grandes áreas, desestimula a instalação de novas hidrelétricas. A região amazônica é o exemplo mais claro dessa dificuldade. Apesar de ter o maior potencial hidrelétrico do país, seus rios são pouco apropriados para a construção de usinas por correrem em regiões muito planas, que requerem o alagamento de áreas mais extensas. A Usina de Balbina, no estado do Amazonas, precisou inundar 2.360 km² para produzir 250 mw de energia. Já a Usina de Boa Esperança, no Piauí, localizada em terreno mais adequado, alagou apenas 352,2 km² para gerar energia equivalente.
Bacia do Rio Paraguai
O rio Paraguai nasce no estado do Mato Grosso, desloca-se para o sul, recebendo vários tributários, principalmente do lado leste, até desembocar no rio Paraná. A precipitação média anual é de 1700 mm na parte alta da bacia e de 1100 mm na região do pantanal, uma extensa planície de 180.000 Km², a oeste do estado do Mato Grosso. A declividade dessa planície é de aproximadamente 40 cm/Km de leste a oeste e de 2cm/Km de norte a sul. Os rios da região têm capacidade de suportar as descargas médias, mas durante fortes cheias alaga-se uma área de aproximadamente 30.000 Km². As enchentes ocorrem na região do alto curso da bacia, provocadas pelas fortes precipitações, propagando-se para a região do pantanal. O lento escoamento das águas no pantanal e a complexa combinação das contribuições de cada planície, funcionando as lagoas e baias como reguladores, recebendo água na elevação do nível e cedendo na recessão, levam as cheias do rio Paraguai a se propagar durante vários meses do ano, a jusante. Ocorrem enchentes locais em diversas regiões, ao longo do ano, dependendo do regime de chuvas. Na região entre Cáceres e Cuiabá, o trimestre mais chuvoso estende-se de janeiro a março, com ocorrência de níveis elevados em março. Na sub-bacia do Miranda, o trimestre mais chuvoso estende-se de dezembro a fevereiro, com ocorrência de níveis elevados em fevereiro. Em Cáceres, as cheias ocorrem entre fevereiro e março, com águas escoando para jusante e recebendo contribuições intermediárias até alcançar Corumbá entre maio e junho, e Porto Murtinho, entre julho e agosto. De Bela Vista do Norte até deixar o território brasileiro, na foz do rio Apa, o rio Paraguai apresenta uma hidrografia de enchente muito uniforme, com apenas um pico anual, próximo a Forte Coimbra. A partir daí até a confluência do rio Apa, podem ocorrer pequenos picos devido a contribuições locais. 
O Ciclo Hidrológico da Água
Chamamos de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, a constante mudança de estado da água na natureza.O grande motor deste ciclo é o calor irradiado pelo sol.
A permanente mudança de estado físico da água, isto é do ciclo hidrológico, é a base da existência da erosão da superfície terrestre. Não fossem as forças tectônicas, que agem no sentido de criar montanhas, hoje a Terra seria um planeta uniformemente recoberto por uma camada de 3 km de água salgada.
Em seu incessante movimento na atmosfera e nas camadas mais superficiais da crosta, a água pode percorrer desde o mais simples até o mais complexo dos caminhos.
Quando uma chuva cai, uma parte da água se infiltra através dos espaços que encontra no solo e nas rochas. Pela ação da força da gravidade esta água vai se infiltrando até não encontrar mais espaços, começando então a se movimentarhorizontalmente em direção às áreas de baixa pressão.
A única força que se opõe a este movimento é a força de adesão das moléculas d'água às superfícies dos grãos ou das rochas por onde penetra.
A água da chuva que não se infiltra, escorre sobre a superfície em direção às áreas mais baixas, indo alimentar diretamente os riachos, rios, mares, oceanos e lagos.
Em regiões suficientemente frias, como nas grandes altitudes e baixas latitudes, calotas polares, esta água pode se acumular na forma de gelo, onde poderá ficar imobilizada por milhões de anos. 
O caminho subterrâneo das águas é o mais lento de todos. A água de uma chuva que não se infiltrou levará poucos dias para percorrer muitos e muitos quilômetros. Já a água subterrânea poderá levar dias para percorrer poucos metros. Havendo oportunidade esta água poderá voltar à superfície, através das fontes, indo se somar às águas superficiais, ou então, voltar a se infiltrar novamente.
A vegetação tem um papel importante neste ciclo, pois uma parte da água que cai é absorvida pelas raízes e acaba voltando à atmosfera pela transpiração ou pela simples  e direta evaporação (evapo-transpiração).
Esquema do ciclo da água
A ÁGUA NO BRASIL
O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água. Sua distribuição, porém, não é uniforme em todo o território nacional. 
A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do mundo. O volume d'água do rio Amazonas é o maior do globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta. Essa é, também, uma das regiões menos habitadas do Brasil. 
Em contrapartida, as maiores concentrações populacionais do país encontram-se nas capitais, distantes dos grandes rios brasileiros, como o Amazonas, o São Francisco e o Paraná. E há ainda o Nordeste, onde a falta d'água por longos períodos tem contribuído para o abandono das terras e para a migração aos centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, agravando ainda mais o problema da escassez de água nessas cidades. 
Além disso, os rios e lagos brasileiros vêm sendo comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação e tratamento. 
Na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no garimpo clandestino. E nas grandes cidades esse comprometimento da qualidade é causado principalmente por despejos domésticos e industriais. 
Se a bacia é ocupada por florestas nas condições naturais, essa água vai ter uma boa qualidade porque vai receber apenas folhas, alguns resíduos de decomposição de vegetais. Uma condição perfeitamente natural. Mas, se essa bacia começar a ser utilizada para a construção de casas, para implantação de indústrias, para plantações, então a água começará a receber outras substâncias além daquelas naturais, como, por exemplo o esgoto das casas e os resíduos tóxicos das indústrias e das substâncias químicas aplicadas nas plantações. Isso vai contribuir para que a água vá piorando de qualidade. Por isso ela deve ser protegida na fonte, na bacia. Essa água, depois, vai ser submetida a um tratamento para ser usada pela população. Mas, mesmo a estação de tratamento tem suas limitações. Ela retira com facilidade os produtos de uma floresta, de uma condição natural. Mas esgotos pioram muito, e a presença de substâncias tóxicas vai tornando esse tratamento cada vez mais caro. Acima de um certo limite, o tratamento nem mais é possível, porque existe uma limitação para a capacidade depuradora de uma estação de tratamento. Então, a água se torna totalmente imprestável.
Esses problemas atingem também os principais rios e represas das cidades brasileiras, onde hoje vivem 75% da população. Em Porto Alegre, o rio Guaíba está comprometido pelo lançamento de resíduos domésticos e industriais, além de sofrer as conseqüências do uso inadequado de agrotóxicos e fertilizante. Brasília, além de enfrentar a escassez de água, tem problemas com a poluição do lago Paranoá. A ocupação urbana das áreas de mananciais do Alto Iguaçu compromete a qualidade das águas para abastecimento de Curitiba. O rio Paraíba do Sul, além de abastecer a região metropolitana do Rio de Janeiro, é manancial de outras importantes cidades de São Paulo e Minas Gerais, onde são graves os problemas devido ao garimpo, à erosão, aos desmatamentos e aos esgotos. Belo Horizonte já perdeu um manancial para abastecimento - a lagoa da Pampulha - que precisou ser substituído pelos rios Serra Azul e Manso, mais distantes do centro de consumo. Também no rio Doce, que atravessa os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a extração de ouro, o desmatamento e o mau uso do solo agrícola provocam prejuízos enormes à qualidade de suas águas. 
"Em seu processo de crescimento, a cidade foi invadindo os mananciais que outrora eram isolados , estavam distantes da ocupação urbana. E também é muito importante frisar que toda ação que ocorre numa bacia hidrográfica vai afetar a qualidade da água desse manancial. Não é simplesmente a ação em torno do espelho d'água que faz com que você degrade mais ou menos. Muito pelo contrário: pode ocorrer o surgimento de uma área industrial distante desse espelho d'água principal, mas com grande capacidade de poluição e, portanto, com possibilidade de degradar totalmente esse manancial. Os corpos d'água são entes vivos. Eles conseguem se recuperar, mas possuem um limite. Portanto, é muito importante que a população esteja consciente de que é preciso disciplinar todo tipo de uso e ocupação do solo das bacias hidrográficas, principalmente das bacias cujos cursos d'água formam os mananciais que abastecem a população".
Bacias Hidrográficas Brasileiras
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BACIAS HIDROGRÁFICAS NA HIDROLOGIA
GENERALIDADES
	A maior parte dos problemas práticos de Hidrologia se refere a uma bacia hidrográfica de curso d’água em uma secção determinada deste (quase sempre um ponto medidor de vazão). As características topográficas, geológicas, pedológicas e térmicas da bacia desempenham papel essencial no seu comportamento hidrológico, sendo importante medir numericamente algumas dessas influências.
REGIÕES HIDROLÓGICAS
Bacia Hidrográfica:
	As Bacias Hidrográficas ou Bacias de Drenagem destacam-se pela simplicidade que oferecem na aplicação do balanço de água.
	Segundo os Viessman, Harbaugh e Knapp, a Bacia Hidrográfica é uma área definida topograficamente, drenada por um curso d’água ou um sistema conectado de cursos d’água tal que toda vazão efluente é descarregada através de uma simples saída. Esse sistema é constituído de uma superfície plana inclinada, completamente impermeável (a água não pode ser transmitida através da superfície), confinada em todos os quatro lados por uma saída num dos cantos. Se um temporal “input” for aplicado ao sistema, um “output”, designado como escoamento superficial.
O balanço de água nesse sistema pode ser representado pela equação hidrológica:
 I - O = ds Onde: I = input por unidade de tempo
 dt O = output por unidade de tempo
 ds/dt = variação do armazenamento dentro do sistema
	É necessária uma altura mínima na superfície para que haja escoamento, mas à medida em que o temporal se intensifica a altura de água retida sobre a superfície (detenção superficial) aumenta.
	Quando o temporal acaba a água retida sobre a superfície continuará escoando como vazão efluente. Porém existem perdas, parte da água é evaporada ou infiltra-se no solo e durante todo o curso de escoamento a água continuará sendo evaporada, mesmo sendo quantidades pequenas não podem ser desprezadas.
	Considerando estes processos teremos as seguintes expressões matemáticas:
- Balanço Hídrico acima da superfície:
P - R + Rg - Es - Ts - I = Ss
- Balanço Hídrico abaixo da superfície:I + G1 - G2 - Rg - Eg - Tg = Sg
- Balanço Hídrico na Bacia Hidrográfica:
P - R - (Es + Eg) - 9Ts + Tg) - (G1 - G2) = (Ss + Sg)
Divisores:
	A Bacia Hidrográfica contornada por um divisor, que é uma linha que divide as precipitações que caem nas bacias vizinhas e que encaminha o escoamento superficial para outro sistema fluvial. O divisor segue uma linha rígida em torno da bacia atravessando o curso somente no ponto de saída. O divisor une os pontos de máxima cota entre bacias, não impedindo que cada bacia tenham picos isolados em seu interior.
	Os terrenos de uma bacia são delimitados por dois tipos de divisores de água:
- Divisor Topográfico ou Superficial: É condicionado pela topografia, fixa a área da qual provém o deflúvio superficial da bacia.
- Divisor Freático ou Subterrâneo: É determinado pela estrutura geológica dos terrenos, sendo influenciado pela topografia. Este divisor estabelece os limites dos reservatórios de água subterrânea de onde é derivado o deflúvio básico da bacia, muda de posição com as flutuações do lençol.
Classificação dos cursos d’água:
	Com grande importância no estudo das bacias hidrográficas é o conhecimento do sistema de drenagem, ou seja, que tipo de curso d’água está drenando a região. Uma maneira comumente usada para classificar os cursos d’água é a de tomar como base à constância do escoamento com o que se determinam três tipos:
- Perenes: Estes cursos contém água durante todo o tempo, o lençol subterrâneo mantém uma alimentação contínua e não desce nunca abaixo do leito do curso d’água, mesmo durante as secas mais severas.
- Intermitentes: Estes cursos d’água, em geral, escoam durante as estações de chuvas e secam nas de estiagem. Durante as estações chuvosas, transportam todos os tipos de deflúvio, pois o lençol d’água subterrâneo conserva-se acima do leito fluvial e alimentando o curso d’água o que não ocorre na época de estiagem, quando o lençol freático se encontra em um nível inferior ao do leito; nessa época o escoamento cessa ou ocorre somente durante, ou imediatamente após as tormentas.
- Efêmeros: Estes cursos d’água existem apenas durante ou imediatamente após os períodos de precipitação e só transportam escoamento superficial. A superfície freática encontra-se sempre a um nível inferior ao do leito fluvial, não havendo, portanto a possibilidade de escoamento de deflúvio subterrâneo.
	Muitos rios possuem seções dos três tipos, dependendo da variação da estrutura geológica ao longo de seu curso, o que torna difícil à catalogação destes rios por tipo. A maioria dos grandes rios é perene, enquanto os rios definidos como efêmeros são normalmente bastante pequenos.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA
	As características físicas de uma bacia são elementos de grande importância em seu comportamento hidrológico, devido à existência de uma estreita correspondência entre o regime hidrológico e estes elementos.
Área de Drenagem
	É a área plana de uma bacia (projeção horizontal) inclusa entre seus divisores topográficos. A área da bacia é o elemento básico para o cálculo das outras características físicas. Normalmente é determinada por planimetria em mapas com escalas razoavelmente grandes (1:50000) e expressa em km2 ou hectares.
Forma da Bacia
	A forma superficial de uma bacia hidrográfica é importante devido ao tempo de concentração a partir do início da precipitação, necessário para que toda a bacia contribua na seção em estudo, ou seja, tempo que leva a água dos limites da bacia para chegar à saída da mesma.
	Em geral as bacias hidrográficas dos grandes rios apresentam a forma de uma pêra ou de um leque, mas as pequenas bacias variam muito no formato, dependendo da estrutura geológica do terreno. 
- Coeficiente de Compacidade (Kc): É a relação entre o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de área igual à da bacia. A tendência à enchente de uma bacia será tanto maior quanto mais próximo da unidade for este coeficiente. Um coeficiente igual à unidade corresponderia a uma bacia circular.
A = .r2	r = A/	Kc = P/2.r
Kc = 0,28. P/ A
- Fator de Forma (Kf): É a relação entre a largura média e o comprimento axial da bacia. Mede-se o comprimento da bacia (L) quando se segue o curso d’água mais longo desde a desembocadura até a cabeceira mais distante na bacia. A largura média (Lm) é obtida quando se divide a área pelo comprimento da bacia.
				Kf = L’/L
						Kf = A/L2
				L’ = A/L
Sistema de Drenagem
	O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus tributários, o estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois indica a maior ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica.
- Ordem dos cursos de água: Reflete o grau de ramificação ou bifurcação dentro de uma bacia. Diz-se de primeira ordem as correntes formadoras, ou seja, os pequenos canais que 9não tenham tributários; quando dois canais de Primeira ordem se unem formam um segmento de Segunda ordem. A junção de dois rios de Segunda ordem dá lugar à formação de um rio de Terceira ordem, e assim, sucessivamente.
- Densidade de drenagem (Dd): É expresso pela relação entre o comprimento total dos cursos d’água de uma bacia e a sua área total. Varia de 0,5 Km/Km² para as bacias de drenagem pobre, a 3.5 ou mais, para bacias excepcionalmente bem drenadas.
				Dd = L/A
- Extensão média do escoamento superficial: É definido como a distância média em que a água da chuva teria que escoar sobre os terrenos de uma bacia, caso o escoamento se desse em linha reta desde onde a chuva caiu até o ponto mais próximo no leito de um curso d’água qualquer da bacia.
- Sinuosidade do curso d’água: É a relação entre o comprimento do rio principal (L) e o comprimento de um talvegue (Lt), que é um fator controlador da velocidade do escoamento.
				Sin = L/Lt
Características do relevo de uma bacia
	O relevo da bacia tem influência sobre os fatores meteorológicos e hidrológicos, pois a velocidade do escoamento superficial é determinada pela declividade do terreno; enquanto que a temperatura, a precipitação, a evaporação e outros são funções da altitude da bacia.
- Declividade da Bacia: A declividade dos terrenos controla em boa parte a velocidade com que se dá o escoamento superficial, afetando o tempo que leva a água da chuva para concentrar-se nos leitos fluviais que constituem a rede de drenagem das bacias. A magnitude dos picos de enchente e a maior ou a menor oportunidade de infiltração e susceptibilidade para erosão dos solos dependem da rapidez com que ocorre o escoamento sobre os terrenos da bacia.
- Curva hipsométrica: É a representação gráfica do relevo médio de uma bacia. Representa o estudo da variação da elevação dos vários terrenos da bacia com referência ao nível médio do mar, essa variação é indicada por meio de um gráfico que mostra a porcentagem da área de drenagem que existe acima ou abaixo das várias elevações. A curva hipsométrica pode ser determinada pelo método das quadrículas.
- Elevação média da bacia: A elevação média é determinada por meio de um retângulo de área equivalente à limitada pela curva hipsométrica e os eixos coordenados; a altura do retângulo é a elevação média. Uma das equações utilizadas para este cálculo é:
 E = ea Onde: E = elevação média
 A e = elevação média entre duas curvas de nível consecutivas
 a = área entre as duas curvas de nível
 A = área total
- Declividade de Álveo: A água da precipitação concentra-se nos leitos fluviais depois de se escoar superficial e subterraneamente pelos terrenos da bacia e é conduzida em direção à desembocadura. A velocidade de escoamento de um rio depende da declividade dos canaisfluviais. Assim, quanto maior a declividade, maior será a velocidade de escoamento e bem mais pronunciados e estreitos serão os hidrogramas das enchentes. Obtém-se a declividade de um curso d’água, entre dois pontos, dividindo-se a diferença total de elevação do leito pela extensão do curso d’água entre esses dois pontos.
- Retângulo equivalente: Constroí-se um retângulo equivalente de área igual à da bacia tal que o lado menor seja l e o lado maior L. Situam-se as curvas de nível paralelas a l, respeitando-se a hipsometria natural da bacia. Para o cálculo da bacia temos: P o perímetro, A a área e Kc o coeficiente de compacidade da bacia: 
L = KcA/1,12.[1+1 - (1.12/Kc)2
l = KcA/1,12.[1+1 - (1.12/Kc)2
Bacia representativa e experimental:
	Segundo determinação do Decênio Hidrológico Internacional, as Bacias Representativas são bacias com certo tipo ecológico bem determinado e localizadas em regiões onde o ciclo hidrológico não esteja muito perturbado pelo homem, mas que não sejam tomadas precauções especiais para proibir qualquer intervenção humana que possa determinar repercussões de caráter hidrológico. Nessas bacias devem ser instalado um número razoável de estações hidrometerológicas, hidrométricas e de observações das águas subterrâneas, necessárias para o estudo das diversas fases do ciclo hidrológico.
	Bacia Experimental é definida como aquela na qual se podem modificar a vontade as condições naturais, como a cobertura vegetal ou o solo, mediante procedimentos de combate à erosão e onde sejam estudados os efeitos dessas modificações sobre o ciclo hidrológico.
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DESSES FATORES SOBRE AS VAZÕES
- A descarga anual cresce de montante para jusante à medida que cresce a área da bacia hidrográfica.
- Em uma dada seção, as variações das vazões instantâneas são tanto maiores quanto menor a área da bacia hidrográfica.
- As vazões máximas instantâneas em uma seção dependerão de precipitações tanto mais intensas quanto menor for a área da bacia hidrográfica: para as bacias de pequena área, as precipitações causadoras das vazões máximas têm grande intensidade e pequena duração; para as bacias de área elevada, as precipitações terão menor intensidade e maior duração.
- Para uma mesma área de contribuição, as variações das vazões instantâneas serão tanto maiores e dependerão tanto mais das chuvas de alta intensidade quanto: maior for a declividade do terreno; menores forem as depressões retentoras de água; mais retilíneo for o traçado e maior a declividade do curso de água; menor for a quantidade de água infiltrada; menor for a área coberta por vegetação.
- O coeficiente de deflúvio relativo a uma dada precipitação será tanto maior quanto menores forem as capacidades de infiltração e os volume de água interceptados pela vegetação e obstáculos ou retidos nas depressões do terreno.
O coeficiente de deflúvio relativo a um longo intervalo de tempo depende principalmente das perdas por infiltração, evaporação e transpiração.
BIBLIOGRAFIA
01. FENDRICH, Roberto et al. Drenagem e Controle da Erosão Urbana. 4.ed. Curitiba, Editora Universitária Champagnat, 1997. 
02. GARCEZ, L. N. Hidrologia. São Paulo, Editora Blucher, 1974.
03. _______. Elementos de Engenharia Hidráulica e Sanitária. Vol. 2. São Paulo, Editora Blucher, 1974.
04. MARTINS, Rodrigo C. et al. Uso e Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil velhos e novos desafios para a cidadania. São Carlos, Editora RIMA, 2002.
05. SOUZA PINTO, N. L. et al. Hidrologia Básica. São Paulo, Editora Blucher. Rio de Janeiro FENAME, 1976.
06. VILLELA, S. M. e MATTOS, A. Hidrologia Aplicada. São Paulo, Editora McGraw Hill do Brasil, 1975.
07. TUCCI, Carlos E. M. et al. Avaliação e Controle da Drenagem Urbana. Porto Alegre, Ed. Universidade/ UFRGS, 2000.
08. _______. Drenagem Urbana. Vol. 5. Porto Alegre, ABRH/ Editora da Universidade/UFRGS, 1995.
09. ________. Hidrologia: ciência e aplicação. 2. ed. Porto Alegre, ABRH/ Editora da Universidade/UFRGS, 2000.
10. Textos fornecidos sobre tópicos específicos.
11. Apostila de Hidrologia e Drenagem, 2002. 
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