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Psicoses e Síndromes Psicóticas

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PSICOSES OU SÍNDROMES PSICÓTICAS
 Psicose ou Síndromes Psicóticas caracterizam-se por sintomas típicos como alucinações, delírios, pensamento desorganizado e comportamento bizarro como fala e risos imotivados. É um distúrbio psiquiátrico grave onde a pessoa perde contato com a realidade e apresenta sintomas paranoides como delírios e alucinações auditivas de conteúdo persecutório
Podem ter várias origens: lesões e tumores cerebrais, origens tóxicas, uso de álcool e outras drogas, infecções, traumas emocionais etc. Alguns casos podem evoluir para cura.
A principal forma de psicose, pela frequência e importância clínica é a esquizofrenia.
Esquizofrenia (F. 20): Distorções do pensamento, da percepção e da afetividade. A consciência e a capacidade intelectual são preservadas, mas a evolução da doença pode provocar uma deficiência cognitiva. 
“Maior transtorno em psiquiatria, acomete pessoas precocemente com relação à idade, conduzindo alterações graves do pensamento, afeto e vontade”.
“Distúrbios dos processos de pensamento, percepção e afetividade, ocasionando uma deterioração grave do funcionamento social e ocupacional”.
Sintomas de primeira ordem da esquizofrenia (Kurt Schneider):
1) Percepção delirante,
2) Alucinações auditivas características,
 3) Eco do pensamento ou sonorização do pensamento,
 4) Difusão do pensamento,
 5) Roubo do pensamento,
 6) Vivências de influência: corporal e sobre o pensamento
Síndromes deficitárias nas psicoses (sintomas negativos): caracterizada por perda das funções psíquicas (vontade, pensamento, linguagem); empobrecimento global da vida psíquica e social.
1) Distanciamento afetivo podendo chegar a embotamento afetivo: perda da capacidade de sintonizar afetivamente com as pessoas e de demonstrar ressonância afetiva nos contatos interpessoais (o que Bleuler chamou de autismo).
 2) Retração social
 
3) Empobrecimento da linguagem e do pensamento (alogia)
 4) Diminuição da fluência verbal
 5) Diminuição da vontade (hipobulia) e apragmatismo
 6) Autonegligência
 7) Lentificação psicomotora e empobrecimento da esfera gestual e motora.
Síndromes produtivas das psicoses (sintomas positivos): manifestações novas, floridas e produtivas.
1) Alucinações, ilusões ou pseudo-alucinações (auditivas são mais frequentes)
2) Delírios (paranoides, autorreferentes, de influência)
3) Comportamentos bizarros, atos impulsivos
4) Agitação psicomotora
5) Ideias bizarras
 6) Produções linguísticas novas como neologismos e parafasias
Reflexos na vida diária: isolamento social, desinteresse, introspecção, ausência de objetivos, poucos vínculos afetivos, déficit no autocuidado, manifestações de sexualidade inadequadas, pode haver agressividade.
Sinais prodrômicos:
 Manifestações comportamentais que podem surgir nas primeiras duas décadas de vida. Apresentam, de modo geral, retraimento social, tornam-se quietas, introvertidas, com tendência ao isolamento e à manifestação de desconfiança e excentricidade, história de poucos amigos e dificuldades da escola.
Na adolescência não conseguem estabelecer relacionamento afetivo, não participam de atividades esportivas, sociais ou profissionais, principalmente em equipe. Aparente interesse por assuntos filosóficos, esotéricos ou de ficção. Podem manifestar ansiedade, fobia, obsessão ou compulsão.
EPIDEMIOLOGIA
 Ocorre entre 1/100 pessoas, sem diferenças quanto ao sexo, classe social, país, área urbana ou rural.
Nas mulheres o início é mais tardio, com maior propensão a sintomas do humor, e a um melhor prognóstico.
3 em cada 4 casos de esquizofrenia começam entre os 15 e 25 anos, antes dos 10 e depois dos 50 anos o início é extremamente raro.
90% das pessoas com esquizofrenia têm a doença por toda a vida.
Está classificada em 4º lugar, no mundo em termos de ônus. As 3 primeiras são: depressão, uso de álcool e TAB.
É uma doença crônica: mais comum que a esclerose múltipla (5 vezes), que o diabetes insulino-dependente (6 vezes), que a distrofia muscular (60 vezes).
20% a 50% dos pacientes com esquizofrenia tentam suicídio, 10% obtêm sucesso. 
ETIOLOGIA: 
Desconhecida, mas existem algumas hipóteses:
 Fatores ambientais estressantes. 
Fatores psicossociais e orgânicos
 Formas ou tipos de esquizofrenia:
F20.0-Paranoide: ideias delirantes de perseguição e grandeza e alucinações auditivas correspondentes, desconfiança, hostilidade e agressividade podem estar presentes. 
F.20.1-Hebefrênica: início dos sintomas geralmente antes dos 25 anos, com pensamento desorganizado, prejuízo no funcionamento social e pessoal, comportamento bizarro, embotamento afetivo e afeto pueril (conduta tola, risos imotivados, caretas faciais, comunicação incoerente, aparência negligenciada).
Nas formas desorganizadas de síndromes esquizofrênicas tem-se:
Pensamentos progressivamente desorganizados
Comportamentos desorganizados e incompreensíveis
Afeto inadequado nas esferas afetivas, ideativas e volitivas
Afeto pueril, onde reage de forma infantil (“boboca”)
F.20.2-Catatônica: alterações acentuadas no comportamento motor, hipertonia, flexibilidade cerácea, alterações da vontade como negativismo, mutismo e impulsividade Pode haver agitação violenta (furor catatônico) e/ou estupor.
F.20.3- Simples ou indiferenciado: desenvolvimento insidioso, com maior presença de sintomas negativos. Empobrecimento psíquico e comportamental, autonegligência, embotamento afetivo e distanciamento social. Pode manifestar dificuldade para cumprir exigências sociais e ter comportamento andarilho. 
F.20.5-Residual ou Crônica: esquizofrenia presente há vários anos e com várias sequelas. 
Fatores de bom prognóstico: 
 Início tardio e agudo,
 Episódico curto, 
Presença de fatores precipitantes, 
Presença de sintomas afetivos e de sintomas positivos, 
As formas paranoide ou catatônica 
Bom funcionamento social e pessoal prévio ao acometimento.
Fatores de mau prognóstico: 
Início precoce e insidioso, 
Ausência de fatores precipitantes ou de sintomatologia de humor, 
Forma desorganizada e personalidade esquizoide prévia,
 História familiar de esquizofrenia, 
Sintomas negativos.
Tipos de psicoses:
 Delirante: presença de um delírio ou sistemas delirantes, são persistentes e podem durar a vida toda. Usualmente são persecutórios, hipocondríacos ou grandiosos. Há relativa preservação da personalidade e do resto do psiquismo. Não há outros sintomas psicóticos. Ocorre geralmente depois dos 40 anos.
Esquizofreniforme ou parafrenia: quadro semelhante à esquizofrenia, de surgimento tardio (após 45 ou 50 anos). Em geral surgem delírios e alucinações, mas há preservação da personalidade. 
Esquizoafetivo (F25): episódio de humor e sintomas da esquizofrenia ocorrem juntos ou com espaço de poucos dias entre eles. Os sintomas de humor podem ser depressivos ou maníacos.
 Psicótico Induzido por Substância (F 10): sintomas psicóticos como consequência fisiológica do uso de uma droga.
Psicótico Devido a uma Condição Médica Geral: sintomas psicóticos como consequência fisiológica de uma condição médica geral. Neoplasias, epilepsia, lesão em nervo auditivo, infecções SNC, cefaleia enxaquecosa, hipo/hipertireoidismo, hipoglicemia, LES, doenças hepáticas ou renais. 
Psicoses breves, Reativas ou Psicogênicas: Surgimento agudo, remissão rápida dos sintomas (dias ou semanas), não deixam sequelas no psiquismo. Menos de 50% surgem depois de traumas psíquicos mais ou menos intensos (assalto, acidente de trânsito, perda de familiares). Predominam sintomas floridos, ansiedade acentuada, medos difusos, intensa perplexidade, confusão mental.
Diagnóstico de Enfermagem
 Pensamento perturbado
Percepção sensorial perturbada
Alteração da identidade pessoal
Ansiedade
Risco de suicídio
Conflito de decisões
Interação social prejudicada
Isolamento social
Risco de violência direcionada a si mesmo e aos outros
Déficit de autocuidado
 Padrão de sono perturbado
Obstipação intestinal
Alteração da menstruação
Processos familiares interrompidos
Não-adesão ao tratamento.
OBSERVAÇÕES:
 É importante estimular gradativamente o paciente psicótico a participar de atividades grupais para que ele desenvolva segurança na vida em grupo, com vistas à sua reintegração e reabilitação social.
A família e o cliente devem ser alertados para que não interrompam o tratamento.
O relacionamento terapêutico faz parte do tratamento global da psicose. O cliente demora um certo tempo para começar a responder aos cuidados, o que faz com que o profissional, às vezes, tenha tendência a abandoná-lo involuntariamente

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