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ATPS Direito Civil II 3 etapa

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DEPARTAMENTO DE DIREITO – 2º PERÍODO NOTURNO.
DIREITO CIVIL II.
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVIONADA - ATPS
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVIONADA - ATPS
 SUMÁRIO
INTRODUÇÂO ..........................................................................................................05
FRAUDE CONTRA CREDORES............................................................................06
AÇÃO PAULIANA: HISTÓRICO...........................................................................06
3.1 - Ação pauliana no direito romano...................................................................06
AÇÃO PAULIANA NO DIREITO CONTEMPORÂNEO....................................08
NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO PAULIANA..................................................09
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA FRAUDE: CONSILIUM FRAUDIS, EVENTUS DAMNI E SCIENTIA FRAUDIS...................................................10
 6.1 - Consilium fraudis...........................................................................................10
 6.2 - Eventus damni................................................................................................10
 6.3 - Scienta fraudis................................................................................................10
 
POSICIONAMENTO DOUTRINÁRIO CONTROVERSO..................................11
ATOS REVOGÁVEIS...............................................................................................12
NEGÓCIO JURÍDICO INEXISTENTE..................................................................13
 9.1 - Nulidade.......................................................................................................13
 9.2 - Espécies de nulidade....................................................................................14
 9.3 - Causas de nulidade.......................................................................................14
 9.4 - Anulabilidade...............................................................................................15
 9.5 - Causas de anulabilidade...............................................................................15
SIMULAÇÃO..............................................................................................................15
 10.1 - A Simulação absoluta..................................................................................16
 10.2 - A Simulação relativa...................................................................................16
 10.3 - Exemplos de simulação relativa..................................................................17
 10.4 - Aparentarem conferir ou transmitir direito a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem............................................................................17
 10.5 - Contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira...17
 10.6 - Os instrumentos particulares forem antedatados ou pós-datados................17
 10.7 - Efeitos da invalidação do negócio jurídico: Direitos de terceiro de boa-fé.17
 10.8 - Diferença entre dissimulação e simulação...................................................17
AÇÃO JUDICIAL(CASO).........................................................................................18
COCLUSÃO................................................................................................................19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................20
1. INTRODUÇÃO
O negócio jurídico é toda ação humana combinada como o ordenamento jurídico, voltada a criar, modificar ou extinguir relações ou situações jurídicas, cujos efeitos vêm mais da vontade do que da Lei. Diante dessa vontade são criados os contratos, qualquer que seja, um testamento e outras formas de negócios jurídicos. 
A vontade, condicionada à satisfação de necessidades, é a principal fonte de efeitos e o negócio jurídico é o principal instrumento que as pessoas têm para realizar seus interesses. Mas para ter validade é necessário que o negócio jurídico atenda aos requisitos do art. 104 do CC (a gente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei), deixando de ter um desses requisitos o negócio jurídico é inválido. 
Diante disso, inválido é o negócio jurídico que não produz efeitos, ou que, pelo menos, pode não os produzir. É aquele negócio que contém defeito, em virtude do qual será nulo, anulável ou ineficaz. Ao estudar a fraude contra credores e a ação pauliana estuda-se a própria história do direito como ciência, tamanha a sua importância, tanto na sua evolução desde os primórdios da espécie humana, como na sua aplicação atual. 
A permitividade das civilizações antigas, onde o devedor respondia com o próprio corpo por suas obrigações acabou por evoluir, culminando com um sistema social (jurídico) onde toda a máquina judiciária necessita de meios para coibir as situações abusivas em que se colocam os sujeitos passivos das obrigações, esses meios também acabaram por evoluir, graças àquelas artimanhas todas utilizadas com o intuito de burlar a própria lei. 
Os doutrinadores, os juízes, os legisladores, enfim, todos aqueles que manipulam a criação e a aplicação da lei, divergem em vários pontos sobre o controvertido tema. A fraude contra credores está sempre presente através de qualquer artifício, manobra intencional, utilizada pelo devedor com o intuito de escusar-se do pagamento de sua dívida ao credor; consiste na alienação de bens capazes de satisfazer a pretensão legítima do detentor de um crédito; enquanto que a ação pauliana visa a desconstituição desta alienação fraudulenta e a retomada do objeto (bem imóvel) ao patrimônio do devedor para satisfazer crédito pré-existente.
2. FRAUDE CONTRA CREDORES
Artifício ardil utilizado pelo devedor com o intuito de burlar o recebimento do credor; consiste na alienação de bens capazes de satisfazer a pretensão legítima do detentor do crédito.
Os inúmeros artifícios fraudulentos serão expostos, conceituados e debatidos no decorrer deste artigo, onde serão expostos alguns entendimentos doutrinários que, ao firmarem certos entendimentos no direito material, nos concedem subsídios para melhor fundamentar as ações cabíveis capazes de anular determinado ato fraudulento.
Deveremos nos deter com maior ênfase às fraudes consistentes em alienações de bens imóveis, objeto de anulabilidade via ação pauliana, que é o objeto fulcral deste pequeno trabalho.
3. AÇÃO PAULIANA: HISTÓRICO
Logo após o surgimento da Lex Poetelia Papiria, que impossibilitou a continuidade da aplicação da execução pessoal do devedor, começaram, também, a surgir manobras fraudulentas que visavam despir o credor da garantia do recebimento do seu crédito.
A fraude contra credores, prevista no artigo 106 do Código Civil, é a mais comum dessas manobras. Contra essa artimanha utilizada pelo devedor, surgiu a Ação Pauliana, que visa a anulação da alienação fraudulenta, para que o credor possa, assim, ter o seu crédito satisfeito.
3.1. AÇÃO PAULIANA NO DIREITO ROMANO
O devedor, nas civilizações mais antigas, respondia com o próprio corpo pelas obrigações assumidas, sendo que, o não cumprimento dessas obrigações, colocava-o em uma situação análoga à dos escravos, ocorrendo, portanto, uma execução corporal.
Essa situação em que ficava o devedor permitia que o credor detivesse, em suas mãos, a liberdade e, até, a própria vida ao devedor impontual.
Desde a antiguidade oriental,com o surgimento das primeiras civilizações humanas, no antigo Egito, temos a figura do escravo originário da escravidão por dívidas, o qual perdia sua liberdade em mãos do credor, que o utilizava como quisesse.
A própria Lei da doze tábuas, na tábua terceira já previa uma execução pessoal, estatuindo, no seu inciso 9, o seguinte: "se são muitos os credores, é permitido, depois do terceiro dia de feira, dividir o corpo do devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores não importando cortar mais ou menos; se os credores preferirem, poderão vender o devedor a um estrangeiro, além do Tibre".
Esse tipo de procedimento adotado para que o credor conseguisse receber seu crédito, onde, se quisesse, o detentor ativo da dívida, poderia matar (executar) o devedor, deu a origem que acabou por denominar o processo de execução atual, onde o credor executa (judicialmente) seu direito.
Com o surgimento, em Roma, da Lex Poetelia Papiria, a execução transferiu-se do corpo do devedor para o seu patrimônio, daí então o devedor não mais poderia ser escravizado ou sofrer qualquer tipo de penalidade que atingisse sua integridade física, ficando o credor, apenas, com o direito de executar seu crédito sobre o patrimônio do devedor.
O direito, atualmente, não permite mais a execução física do devedor; somente nos casos excepcionais da pensão alimentícia e do depositário infiel, previstos, inclusive, em nossa atual Constituição Federal.
Em Roma antes mesmo do surgimento da Lex Poetelia Papiria, já existiam pactos que não eram assegurados por ação em juízo, mas que já inovavam as formas de transferências de obrigações, as quais eram impossíveis de serem realizadas ante a coexistência da execução pessoal do devedor.
A Ação Pauliana foi criada em Roma, pela atividade do Pretor Paulo "A princípio tinha caráter penal e era dirigida contra o terceiro que se houvesse prestado às manobras fraudulentas do devedor; depois veio a ser contra o donatário que tivesse tirado proveito do delito cometido pelo devedor. No início o réu era condenado a uma pena pecuniária, cuja execução se não cumpria se o bem indevidamente desviado fosse restituído ao patrimônio do devedor e mais tarde, não obstante sua natureza pessoal, a ação pauliana apresentava-se como uma actio in rem, tendo por objeto a nulidade do ato fraudulento e a recuperação da coisa para o patrimônio do devedor".
No direito canônico, além de condenarem a má fé do devedor insolvente, os canonistas consagraram o princípio de par condictio creditorum, sendo notável a tendência no sentido de proteger os credores contra os meios fraudulentos de que se servisse o devedor.
4. AÇÃO PAULIANA NO DIREITO CONTEMPORÂNEO
O Código Civil Português de 25.11.66 (Dec. Lei 47.344) cuida do assunto nos artigos 610 a 622, Livro II, do Título I, Capítulo V, Seção II, Subseção III, com o título Impugnação Pauliana.
Através da impugnação pauliana, objetiva-se a restituição dos bens ao devedor, mas na medida do interesse do credor demandante. Por isso, na verdade, os bens não retornam ao patrimônio do devedor. O sujeito passivo da ação é o terceiro que procedeu de má fé, ou se locupletou com o prejuízo do credor.
O devedor também figura como réu, podendo o subadquirente ser acionado se agiu de má fé, mesmo que a alienação tenha sido onerosa.
No direito germânico, os usos e costumes receberam com certa passividade a doutrina romana da revogação dos atos fraudulentos praticados a dano dos credores.
O instituto não se encontra disciplinado no BGB, pois, já o estava segundo a Ordenança de 21.07.1.879, que cuidou especificamente da revogação dos atos jurídicos praticados pelo devedor não compreendidos no procedimento falencial.
Em linhas gerais, a revocatória sujeita-se às seguintes condições: existência de um crédito líquido e exigível, anterior ao ato fraudulento; podem ser revogados todos os atos positivos do devedor, sejam a título oneroso, sejam a título gratuito; o requisito da fraude consiste na intenção de prejudicar os credores, cuidando, a própria lei, de estabelecer uma série de casos em que a fraude é presumida, ante a dificuldade da respectiva prova; a ação deve ser proposta contra o terceiro que contratou com o devedor, ciente da intenção do mesmo de prejudicar os seus credores, tratando-se de atos a título oneroso, ou mesmo que tenha agido de boa-fé, em se tratando de atos gratuitos.
No Código Civil argentino, o instituto da pauliana encontra-se provido de ampla regulamentação, com o aproveitamento da experiência doutrinária mais atualizada.
No direito brasileiro pré-codificado a matéria não se achava regulada na lei civil, ainda que esta reconhecesse o vício da fraude, e com fundamento nela, autorizasse a ação pauliana, segundo o direito romano.
O Código Comercial de 1.850 cuida da nulidade dos contratos celebrados em fraude pelo falido, para a recomposição da massa (arts. 827-8).
O Código Civil, em discrepância com a melhor técnica, inseriu o instituto da fraude contra credores entre os defeitos dos atos jurídicos, e juntamente com os vícios de consentimento, para imprimir-lhes a similar sanção da anulabilidade (art. 147, II).
5. NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO PAULIANA
A ação pauliana, é uma ação pessoal que concede ao interessado a faculdade de pleitear a anulação da alienação fraudulenta.
Os requisitos necessários para a propositura de uma Ação Pauliana são o: consilium fraudis e o eventus damni.
O consilium fraudis, segundo Washington de Barros Monteiro "é a má fé, o intuito malicioso de prejudicar". O eventus damni, segundo o mesmo autor é: "todo ato prejudicial ao credor, por tornar o devedor insolvente, ou por ter sido praticado em estado de insolvência".[9]
No Brasil, o único requisito exigido é o eventus damni, onde aceita-se que a fraude é presumida com a ocorrência somente ao elemento objetivo.
A anterioridade do crédito, também, é requisito evidentemente essencial para a propositura da ação pauliana.
A ação pauliana é ação constitutiva negativa, na qual se promove a anulação do ato tido como fraudulento.
Uma falha técnica do CC, criticada à unanimidade pela doutrina e já verberada quando da discussão do respectivo projeto, tem ensejado uma ampla digressão quanto à natureza da sentença na ação pauliana: cuidando dos efeitos dos atos jurídicos nos artigos 86 a 113, o legislador encartou sob a mesma epígrafe os vícios de consentimento e a fraude contra credores, no pressuposto da sanção unificada a que estariam sujeitos os atos defeituosos (art. 147, II).
Ao contrário do que se possa entender, não decorreu de uma opção científica, mas de uma "acomodação legislativa", sem consciência bastante de que a pauliana do direito moderno, na evolução moral do instituto, não preserva irrestrita fidelidade às fontes romanas, onde se apresentava com características mais propriamente de um incidente de execução concursal.
Numerosos autores, apegando-se à literabilidade do art. 147, II, do CC, insistem em ver na fraude contra credores um ato jurídico anulável (em contraposição à fraude de execução, em que o ato jurídico seria nulo ou seria ineficaz).
Assim, no sistema do nosso Direito Civil, a ação pauliana é inquestionavelmente uma ação de anulação; destina-se a revogar o ato lesivo aos interesses dos credores, tem por efeito restituir ao patrimônio do devedor insolvente o bem subtraído, para que sobre o acervo assim integralizado recaia a ação dos credores e obtenham estes a satisfação de seus créditos; em suma, a ação pauliana tende a anulação do ato fraudulento, fazendo reincorporar ao patrimônio do devedor o bem alienado.
6. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA FRAUDE: CONSILIUM FRAUDIS, EVENTUS DAMNI E SCIENTIA FRAUDIS
6.1. CONSILIUM FRAUDIS
O Consilium Fraudis, como já foi definido, é o elemento subjetivo a má fé, o intuito malicioso de prejudicar. 
Esse elemento exige apenas uma figura abstrata, uma intenção mental do agente, não importando se ele tenha ou não consciência das consequências de seu ato.
6.2. EVENTUS DAMNI
O Eventus Damni,como já foi, também, definido, é o elemento objetivo, é todo ato prejudicial ao credor, por tornar insolvente o devedor, ou por ter sido praticado em estado de insolvência. 
Esse elemento exige a prática concreta do ato, a existência do defeito fático, da presença de elemento inadequado na prática do ato.
6.3. SCIENTA FRAUDIS
A Scienta Fraudis é a ciência da insolvabilidade, ciência de ser nocivo aos credores o ato de fraudador. 
Deve então o credor ter ciência de que o devedor fraudulento está tornando-se insolvente, deve ele conhecer a fraude para que possa pleitear a anulação.
7. POSICIONAMENTO DOUTRINÁRIO CONTROVERSO
A Ação Pauliana tem cabimento ante a ocorrência de qualquer ato fraudulento e lesivo das garantias do credor, que são compostas pelos bens integrantes do patrimônio do devedor.
A revogação de tais atos tem como pressuposto básico o empobrecimento do sujeito passivo da obrigação, de modo a frustrar o adimplemento da obrigação.	
Para que a ação pauliana possa ter lugar, torna-se necessário o concurso de determinados requisitos, sem os quais o credor ficará cerceado em sua pretensão revocatória.
Nossa doutrina diverge muito no sentido da necessidade de coexistirem os três elementos (consilium fraudis, eventus damni, scientia fraudis), existindo unanimidade apenas no eventus damni, visto que uns acham que até os outros dois não são essenciais.
Washington de Barros Monteiro, por exemplo, afirma que "o direito pátrio contenta-se com o eventus damni; não exige que o ato seja intrinsecamente fraudulento".
Já Pontes de Miranda acha que o artigo 106 do Código Civil se abstrai ao Consilium Fraudis: "No sentido exato de intenção, e da Scientia Fraudis por parte daquele a quem se transmite, gratuitamente ou a quem se remete a dívida". Afirma, ainda o mesmo autor que: "no artigo 107, não: se é certo que se continua se abstrair do Consilium Fraudis, exige-se a notoriedade do fato da insolvência (ciência por todos), ou pelo menos do outro figurante". "A Scientia Fraudis só é pressuposto necessário, em se tratando de espécie do artigo 107; ao artigo 106 é completamente estranha".
Fausto Pereira de Lacerda Filho, por sua vez, afirma: "Assim, conclui-se que o devedor age em fraude aos credores quando tem pleno conhecimento de sua situação patrimonial e sabe que qualquer alteração no sentido de diminuí-la, importará na impossibilidade de saldar seus compromissos. E o Consilium Fraudis estará evidenciado quando as circunstâncias demonstrarem que o devedor não podia ignorar que o ato praticado torná-lo-ia insolvente ou agravaria a insolvência, se preexistente".
Arnold Wald, levantando outra controvérsia, afirma: "O Código distingue entre os atos gratuitos e os atos onerosos. Quanto aos primeiros são anuláveis pela simples prova de sua relação com a insolvência. Os segundos só podem ser anulados quando a insolvência for notória ou houver motivo para ser conhecida do outro contraente, ou quando for provado o Consilium Fraudis, ou seja, a má fé do adquirente".
8. ATOS REVOGÁVEIS
Como atos passíveis de rescisão, entendem-se aqueles que se prestam à vulneração da garantia dos credores pela diminuição maliciosa do patrimônio do devedor, levando-o à insolvência ou agravando esta situação, se preexistente.
Não é somente o ato a título oneroso que pode ser considerado como fraudulento. O credor tem a faculdade de promover a revogação de quaisquer atos lesivos da garantia que a pauliana visa resguardar em sua integridade.
Deste modo, passíveis de revogação são os atos onerosos e gratuitos, alienações em geral, constituições de direito, mormente os reais, remissão de dívidas, pagamento ou garantia de dívidas não vencidas, doações, repúdio de herança e outros.
Nosso Código Civil, na Seção V, procura reprimir fraude verificada em cinco tipos de negócios jurídicos: 
a) Atos de Transmissão Gratuita de Bens:
b) Atos de Remissão de Dívida:
c) Contratos Onerosos:
d) Pagamento Antecipado de Dívidas: 
e) Outorga de Direitos Preferenciais:
A fraude em atos de transmissão gratuita de bens e de remissão de dívida encontra-se disciplina no artigo 106 do Código Civil: "Os atos de transmissão gratuita de bens, ou remissão de dívida, quando os pratique o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, poderão ser anulados pelos credores quirografários como lesivos dos seus direitos".
Temos, então, a doação e o dote, e, também, o perdão da dívida incluídos nessa categoria.
Quanto à fraude verificada em contratos onerosos, a mesma acha-se disciplinada no artigo 107 do Código Civil: "serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória ou houver motivo para ser conhecida ao outro contraente".
Se oneroso o ato, sai um valor do patrimônio do devedor, mas em seu lugar entra outro; se gratuito não existe contra prestação, devendo o outro contraente restituir aos credores o lucro obtido com a fraude do devedor, embora dela não haja participado.
A fraude consistente em antecipação de pagamentos encontra-se discriminada no artigo 110 do Código Civil: "O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito ao acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu".	
Só pode ser anulada a dívida não vencida, pois se vencida a dívida, trata-se de conduta plenamente lícita.	
Constitui fraude, também, a outorga de direitos preferenciais a um dos credores. Artigo 111 do Código Civil: "Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor".
Trata-se de garantias reais, as quais abalariam a igualdade de condições entre os credores, privilegiando o credor favorecido.
9. NEGÓCIO JURÍDICO INEXISTENTE
A invalidade pretende explanar e abranger duas classificações, que são: a Nulidade e a Anulabilidade do negócio Jurídico, resumidamente falando eles são empregados a dizer quando o negócio não produz efeitos pré-desejados por ambas as partes, sabendo que a nulidade visa tornar nulo interesses de ordem pública em geral envolvendo toda nossa sociedade de modo geral, já a Anulabilidade visa os interesses de pessoas privadas, individuais e especificas de uma pessoa ou grupo separados.
Muito se discute em relação a “vontade”, se ela fora manifestada pela pessoa que participou do negócio jurídico, a vontade é muito importante no processo de invalidade, dependendo dela o negócio invalida ou não.
O negócio jurídico inexistente parte-se de preceitos elementares que são considerados mais valorativos dentro da percepção de uma questão de consentimento da pessoa correlacionada a vontade, sem consentimento o negócio poderá não se validar, basicamente algo que é inexistente falta alguns fatores essenciais para a sua formação.
NULIDADE
A nulidade é uma punição que é imposta aos negócios com o objetivo de produzir futuros efeitos que eles possam causar nulidade caracteriza-se também quando ofende preceitos de ordem pública, ou seja, envolve a todos, sociedade e toda a população.
ESPÉCIES DE NULIDADE
Temos diversos tipos de nulidades começando pela:
 Absoluta: que é quando há um interesse social, além do interesse privado, para que se anule um negócio, sendo assim ofende preceitos de toda a sociedade.
 Relativa: Podem ser consideradas como anuláveis, contém vícios para que se determine a invalidade, mais pode ser afastado ou sanado,
Total: Quando atinge todo o negócio jurídico
Parcial: Afeta somente uma parte dele, sendo assim não prejudicará a parte válida, somente a que puder ser prejudicada,
 Textual: Quando a lei especifica o fim que tomara a nulidade,
Virtual: Quando o legislador pode utilizar-se de linguagem de expressão.
CAUSAS DE NULIDADE
Para finalizarmos a invalidade iremos por fim mostrar as causas de nulidade de acordo com o ART.166. C.C, que diz inicialmente que é Nulo: negócio jurídico celebrado porabsolutamente incapaz, quando for ilícito, impossível o seu objeto, quando o motivo ter fim ilícito, quando não revestir de prescrição em lei, quando for preterida uma solenidade expressa em lei, quando tiver por fim fraudar lei imperativa e por fim quando a lei considerar taxativamente nula.
Os dos casos expressos que geralmente ocorrem em maior número em relação a casos cotidianos, podemos citar os casos de absolutamente incapazes que são impedidos de contrair qualquer tipo de negócio sem o acompanhamento de um maior de idade para obtê-lo, podemos citar um exemplo de: um absolutamente incapaz, que tem por objetivo de contrair negócio em uma loja de celulares, pretende ele comprar um celular de última geração avaliado em cerca de 1000 reais e junto com ele um plano fidelizado, poderá esse menor contrair negócio? Com certeza não, a não ser que seja feito em nome de um maior, pai ou mãe, ou membro da família, se agir este de má fé utilizando-se de falsos registros ou documentos, o negócio anulara automaticamente quando for descoberto tal ato ilícito.
Podemos citar também os casos de objetos ilícitos como mercadorias contrabandeadas ou falsificadas que são consideradas ilícitas pelo fato de não obterem notas fiscais, e não pagarem impostos para o governo do estado ou união é muito comum em mercadorias de contrabando materiais eletroeletrônicos, muitas operações já foram feitas pela Policia Rodoviária Federal e também pela Policia Federal, e obtiveram grande êxito para seus fins penais, se encaixa em nulidade afirmativamente sabendo que é de interesse Ordem Pública Geral.
9.4 ANULABILIDADE
É a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vicio do consentimento ou vicio social. Ela visa à proteção do consentimento ou refere-se à incapacidade do agente.
O negócio jurídico anulável produz efeitos até ser anulado em ação. A anulabilidade é prescritível e admite confirmação, como forma de sanar o defeito caracterizado.
9.5 CAUSAS DE ANULABILIDADE
O art. 171 do CC declara que:
“Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico”
I - por incapacidade relativa do agente;
II – por vicio resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores”.
10. SIMULAÇÃO
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
Na simulação não há um vício de consentimento, porque o querer do agente tem em mira, efetivamente, o resultado que a declaração procura realizar ou consentir. Há um defeito no negócio jurídico que a doutrina chama de simulação como vícios sociais que é um desacordo intencional entre a vontade interna declarada para criar, aparentemente, um ato negocial que inexiste ou para ocultar, sob determinada aparência o negócio querido, enganando terceiro, acarretando a nulidade do negócio. Têm-se a simulação absoluta e a simulação relativa. 
10.1 A SIMULAÇÃO ABSOLUTA
Ocorre quando a declaração enganosa da vontade exprime um negócio jurídico bilateral ou unilateral, não havendo a intenção de realizar ato negocial algum. Como exemplo o marido, antes da separação judicial, emite um título de crédito que na verdade não representa qualquer negócio, mas tem por fim prejudicar a mulher na partilha (RT 307/376, 317/155, 441/276) ou como esclarece certo acórdão assim ementado: "Ocorre vício de negócio jurídico na iminência de processo de separação, ou de fazer desaparecer o patrimônio do casal, para que não tenha de entregar, assim, a meação da esposa" (RT 574/87)
A SIMULAÇÃO RELATIVA
É a que resulta no intencional desacordo entre a vontade interna e a declarada. Ocorrerá sempre que alguém, sob a aparência de um negócio fictício, realizar outro que é o verdadeiro, diverso, no todo ou em parte, do primeiro, com o escopo de prejudicar terceiro. Apresentam-se dois contratos: um real e outro aparente. Os contratantes visam ocultar de terceiros o contrato real, que é o querido por eles. A simulação relativa está relacionada nos incisos I, II e III do art. 167, CC.
É uma simulação relativa subjetiva, pois a parte contratante não tira proveito do negócio, por ser sujeito aparente. O homem casado, que pretendendo doar um imóvel à concubina, simula a venda a um amigo, o qual, por sua vez e mais tarde, transfere o bem a ela. (RT 556/203). O que sucede na venda realizada a um terceiro para que ele transmita a coisa a um descendente do alienante, a quem se tem a intenção de transferi-la desde o início, burlando o disposto no art. 496 do CC, mas tal simulação só se efetivará quando se completar com a transmissão dos bens ao real adquirente. (Súmulas do STF 152 e 494)
 
CONTIVEREM DECLARAÇÃO, CONFISSÃO, CONDIÇÃO OU CLÁUSULA NÃO VERDADEIRA.
É uma simulação relativa objetiva, porque respeita à natureza do negócio pretendido, ao objeto ou a um de seus elementos contratuais. 
Como exemplo, é o que ocorre em que as partes na escritura de compra e venda declaram preço inferior ao convencionado com a intenção de burlar o fisco, pagando menos imposto. Neste caso, se aplica a 2ª parte do caput do art. 167, CC, sendo nulo apenas a declaração de preço inferior, mantendo-se válido a compra e venda (a substância e a forma).
Outro exemplo mais frequente é quando o marido, às portas da separação judicial, emite nota promissória de alto valor a favor de um amigo, simulando a existência de dívida, visando lesar a mulher na partilha dos bens do casal. (RT 619/129)
 OS INSTRUMENTOS PARTICULARES FOREM ANTEDATADOS OU PÓS-DATADOS.
As partes ao colocarem no instrumento particular a antedata ou pós-data, constante no documento, não aquela em que o mesmo foi assinado, a falsa data indica discordante da verdade.
 EFEITOS DA INVALIDAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO: DIREITOS DE TERCEIRO DE BOA-FÉ.
Havendo decretação da invalidação do negócio jurídico simulado, os direitos de boa–fé em face dos contratantes deverão ser respeitados.
DIFERENÇA ENTRE DISSIMULAÇÃO E SIMULAÇÃO.
Não há que confundir a simulação com a dissimulação. A simulação provoca falsa crença num estado não real; quer enganar sobre a existência de uma situação não verdadeira, tornando nulo o negócio. A dissimulação oculta ao conhecimento de outrem uma situação existente, pretendendo, portanto, incutir no espírito de alguém a inexistência de uma situação real. No negócio jurídico subsistirá o que se dissimulou se válido for na substância e na forma (2ª parte do art. 167, CC).
11. AÇÃO JUDICIAL(CASO)
Dados Gerais
	Processo:
	AC 63258 SC 2005.006325-8
	Relator(a):
	Wilson Augusto do Nascimento
	Julgamento:
	07/10/2009
	Órgão Julgador:
	Segunda Câmara de Direito Comercial
	Publicação:
	Apelação Cível n, de Lages
	Parte(s):
	Apelantes: Adriano Ribeiro e outro
Apelado: Banco Ita & uacute; S/A
Interessado: Marino Xavier
Ementa
APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - PRAZO DE DEZ DIAS PARA OFERECIMENTO DOS EMBARGOS - INICIO DA CONTAGEM - REDAÇÃO DO REVOGADO INCISO I DO ART. 738 DO CPC APLICADO AO CASO - PROCESSO RETIRADO EM CARGA PELO PROCURADOR DOS DEVEDORES - DEVOLUÇÃO APÓS INTIMAÇÃO DO CARTÓRIO - INICIAL PROTOCOLADA INTEMPESTIVAMENTE - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - MANUTENÇÃO DO QUANTUM FIXADO - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO NÃO PROVIDO.
O prazo para apresentação dos embargos à execução é de dez dias nos termos do revogado inciso I do art. 738 do Código de Processo Civil, contados a partir da intimação da penhora, salvo quando existe aciência inequívoca da parte, exatamente como ocorre com a retirada em carga dos autos pelo patrono que defende seus interesses.
Tópicos de legislação citada no texto
Artigo 738 da Lei nº 5.869 de 11 de Janeiro de 1973
Inciso I do Artigo 738 da Lei nº 5.869 de 11 de Janeiro de 1973
Lei nº 5.869 de 11 de Janeiro de 1973
12. CONCLUSÃO
O objetivo do trabalho é mostrar através da análise dos respectivos artigos quando o negócio jurídico é nulo, anulável ou inexistente, através dos defeitos graves e leves e casos de inexistência de um negócio jurídico; quem pode alegar os vícios no negócio jurídico; o prazo para reclamar judicialmente de um negócio jurídico com defeitos; e, os efeitos da invalidade do negócio jurídico quando reconhecidos ou declarados. 
Por fim, também a intenção do trabalho é apresentar uma abordagem dos artigos um a um, explanado de forma didática, com exemplos e casos judiciais concretos de forma a mostrar o conhecimento adquirido dessa equipe.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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VITAGLIANO, J. A. Fraude contra credores e ação pauliana. Monografia apresentada no Curso de Especialização "lato sensu" em Direito da Instituição Toledo de Ensino (ITE – Bauru), para conclusão do módulo de Direito Civil, monitorado pela Doutora Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka. Não publicada.
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