Buscar

DIREITO CIVIL VII (COISAS)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
 PROPRIEDADE: 
 Conceito: 
 
- DIREITO e GARANTIA fundamentaiS (artigo 5º C.F.). 
 
Além disso, para Fábio Konder Comparato, a propriedade é ainda tida como 
algo que vem a trazer para o ser humano a própria dignidade da pessoa 
humana (artigo 1º C.F.). 
 
- Conceito está intimamente ligado: à formação politica; a vida das pessoas; formas de 
governo; socialismo x capitalismo; etc. 
 
- Poder absoluto, sofrendo apenas limitações econômicas e sociais. 
 
 
 Estrutura da Propriedade: 
 
a. Interna: 
 
Como ela se verifica na atuação direta dos poderes do titular (usar; fruir; dispor). 
 
Usar = juis utendi 
Fruir = jus fruendi 
Dispor = jus disponendi 
 
Reivindicar = rei vindicatio 
 
Proprietário protegendo o bem; 
 
Como o proprietário se comporta em relação ao bem dentro dos limites e poderes da 
propriedade. 
 
 
 
b. Externa: 
 
Como a propriedade se revela aos olhos dos outros; 
 
Uso (jus utendi): não é tão adequado; 
 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da 
coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a 
possua ou detenha. 
 
- Parágrafos: limitações explícitas ao poder de 
propriedade. 
 
Poderes da propriedade = Direitos (jus); 
 
Proprietário pode fazer tudo que é possível atualmente; 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
 Características da Propriedade: 
 
a. Perpétua 
 
Artigo 1.829 CC; Enquanto existir o bem, ela existe. Não tem limite de tempo. Não há 
caducidade; prescrição; 
 
É transmissível causa mortis. 
 
Proprietário atual é tido desde sempre e para sempre. Res perit domino; Ex.: taxa 
condominial. 
 
- Exceções (Artigo 1.359 e 1.360 CC): 
 
i. Propriedade Resolúvel: 
 
Rescindível; 
 
Contem no próprio título de aquisição à razão da sua resolução (à ideia do seu fim); Nasce 
com um tempo certo para existir. 
 
Não cabe alegação de boa-fé posterior de terceiro, pois está escrito no título. 
 
Ex.: Retrovenda; Alienação Fiduciária; etc. 
 
Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo 
advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais 
concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a 
resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. 
 
Todas operam o chamado domínio ex tunc; uma vez operada simplesmente apaga 
tudo que aconteceu no seu intercurso. 
 
 
ii. Propriedade Revogável: 
 
Não há no título de aquisição o prazo certo. Mas contém uma restrição imposta ao 
proprietário que se descumprir perderá a propriedade (causa superveniente). 
 
Pode ser revogada somente por ato superveniente e que não está previsto no título da 
aquisição. 
 
Alegação da boa-fé de terceiro pode ser alegada. 
 
Ex.: Revogação de doação por ingratidão (Artigo 557 CC). 
 
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o 
possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será 
considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve 
a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a 
própria coisa ou o seu valor. 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
DIFERENÇA PROPRIEDADE RESOLÚVEL E REVOGÁVEL!!! 
 
 
b. Absoluta 
 
Pois é o maior direito subjetivo; 
 
Mas não significa que a pessoa esteja livre totalmente para fazer tudo o que quiser. Só 
pode fazer tudo que é possível. 
 
Absoluto limitado; 
 
 
 
c. Exclusiva 
 
Composse (fato da posse) x Condomínio (propriedade); 
 
Não existem dois direitos reais incidentes sobre a mesma coisa, ao mesmo tempo, 
salvo se tiverem natureza jurídica e extensão diferente. 
 
Todos os bens possuem proprietário, salvo duas exceções. 
 
Mais de um proprietário = copropriedade; condomínio. 
 
 
 
d. Aderente: 
 
Direito de Sequela; Principio Aderência e da Ambulatoriedade; 
 
Em regra, todos os ônus são do proprietário, salvo disposições legais. 
 
 
 
e. Limitada: 
 
As limitações são amplas; de cunho: Religioso; moral; social; legal; etc. 
 
Classificação: 
 
i. Limitação Voluntária: 
 
O proprietário aderiu a elas por vontade própria. 
 
São de três tipos: 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
- Cláusulas contratuais que limitam o direito de propriedade: inalienabilidade, 
incomunicabilidade, impenhorabilidade e indivisibilidade. 
 
Normalmente vem inserida em contratos de doação ou testamento onde há a 
transferência da propriedade, mas há a imposição da restrição (Ex.: não poder vender). 
 
Limita qualquer dos poderes da propriedade e que o proprietário aceite essas 
limitações. 
 
Qualquer tipo de objeto lícito /contrato valido, está valendo! Qualquer coisa criada 
desde que o objeto seja licito, pode limitar a propriedade! 
 
 
 
- Propriedade gravada por ônus reais: 
 
Ônus reais = todos os direitos reais sobre coisa alheia (Artigo 1.225, II ao XII). 
 
Existe a imposição de um direito real limitado. 
 
Ex.: Usufruto (retira o direito de usar e fruir). 
 
Somente a lei, no artigo 1.225, incisos II ao XII estabelece as limitações dos direitos 
reais! 
 
 
 
- Bem de família voluntário: 
 
Não é aquele bem de família da lei 8.009/90 (bem de família compulsório). 
 
“É o bem de família para rico”. 
 
Bem de família voluntário = conceito = artigo 1.711 do CC. 
 
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou 
testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que 
não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, 
mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em 
lei especial. 
 
 
Limitação = artigo 1.715 do CC. 
 
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua 
instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de 
condomínio. 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
ii. Limitações Legais: 
 
Decorrem da Lei. 
 
 
 
 
- Direito Público: 
 
São basicamente a: desapropriação; requisição; tombamento; tributação; 
 
Ex.: ITR: se a terra é produtiva é mais barato, se não for produtiva é mais caro. 
 
 
 
- Direito Privado: 
 
Encontram-se basicamente no CC e em outras legislações esparsas. 
 
São atos lícitos que são limitados. 
 
Ex.: Artigo 1.277 CC (direitos de vizinhança). 
 
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as 
interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, 
provocadas pela utilização de propriedade vizinha. 
 
 
 
- Direito Social: 
 
Estão em normas que possuem um viés de proteção da sociedade (interesses difusos), 
e não de particulares. 
 
Ex.: Estatuto da Terra (limitações de tempo em determinados contratos); Código de Defesa do 
Consumidor (limitação em relação aos preços nas vitrines). 
 
 
 
 
 
 AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE: 
 
Ao contrario das formas de aquisição da posse, não são tão livres. 
 
Posse = se dá por qualquer forma de exercício do poder de propriedade. Pois a posse é 
um fato. 
 
Propriedade = é um direito, e precisam de certas formalidades, solenidades, figuras 
jurídicas, para sua aquisição. 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
1. IMÓVEL: 
 
Exige formalidade, e o Registro, salvo algumas hipóteses. 
 
- Sucessão aberta = morte de cujus, todos seus bens passam para os sucessores. Artigo 
80, II do CC. 
 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
II – o direito à sucessãoaberta. 
 
 
“Os direitos à sucessão aberta também são considerados bens imóveis por destinação legal, ainda que, 
no respectivo espólio, não haja nenhum bem imóvel. A proteção que se defere a tais direitos pela 
equiparação a coisa imóvel visa também aumentar a sua garantia, exigindo, assim, que eventual 
cessão de direitos hereditários somente se faça de forma solene, por escritura pública ou por termo 
nos autos do inventário". 
 
 
Por que o direito a sucessão aberta é considera bem imóvel? 
 
Para rastrear ou invalidar qualquer tipo de venda feita em detrimento dos demais 
sucessores. 
 
 
 
1.1. TRANSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA ou AQUISIÇÃO POR REGISTRO DO 
TÍTULO: 
 
- Forma de aquisição mais tradicional/normal; 
 
- É decorrente de um negócio jurídico de aquisição (alguém compra ou ganha ou permuta 
um imóvel e recebe a propriedade do imóvel por conta do negocio jurídico). 
 
- Totalmente dependente do Registro Público; 
 
- Cartório Registro de Imóveis: mantém e registra a existência da propriedade 
imobiliária de determinada comarca. 
 
- Matrícula: Descritivo do pedaço de um imóvel de uma comarca e o proprietário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UMA matricula representa SOMENTE UM imóvel = Princípio da Individuação. 
 
Tudo que está contido na matrícula é verídico = Princípio da Veracidade Registral. 
 
Todos os registros possuem uma ordem cronológica e lógica = Princípio da Continuidade. 
 
Todos esses Princípios possuem fundamento no Princípio da Publicidade!!! 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
- REGISTRO DO TÍTULO: 
 
Compra de um terreno. Negociação preço e coisa. Contrato de compra e venda de 
bem imóvel por escritura pública – tabelionato de notas. Escritura Pública  Registrar na 
Matrícula do imóvel. 
 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título 
translativo no Registro de Imóveis. 
 
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido 
como dono do imóvel. 
 
§ 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade 
do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como 
dono do imóvel. 
 
1º) Confeccionar a Escritura Pública (documento = traslado) e levar no Cartório de 
Registro de Imóveis. 
 
2º) Cartorário recebe a Escritura, e entrega um recibo (prenotação). Avalia a 
documentação, e se: 
 
Estiver perfeito = Registra; 
 
Faltar documento = Emite uma Nota de Exigência; 
 
Estiver em dúvida = não registra; vai até o Judiciário – o cartorário – (Suscitação 
de Dúvida). 
Obs.: Do cidadão interessado = Suscitação 
de Dúvida Inversa. 
 
Dirimida dúvida ou a exigência for cumprida: 
 
∟ A DATA DO REGISTRO será a DATA DA PRENOTAÇÃO!!! 
 
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao 
oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. 
 
 
 
 
1.2. ACESSÃO: 
 
ACESSÃO como forma de aquisição de propriedade = São ACRÉSCIMOS em 
propriedades JÁ EXISTENTES. 
Obs.: Benfeitorias = melhoramentos. 
 
 
Art. 1.248. A acessão pode dar-se: 
 
 
 
i. 
Quanto à origem: 
Naturais / Industriais / Mistas. 
Quanto ao objeto: 
Imóvel a Imóvel / Móvel a Imóvel / Móvel a 
Móvel. 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
i. Imóveis que se agregam a outros Imóveis; 
 
Natural – sem intervenção humana. 
 
 
I – por formação de ILHAS; 
 
Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou 
particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, 
observadas as regras seguintes: 
 
I – as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos 
sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as 
margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o 
álveo em duas partes iguais; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II – as que se formarem entre a referida linha e uma das margens 
consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse 
mesmo lado; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III – as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do 
rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos 
quais se constituíram. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
II – por ALUVIÃO; 
 
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, 
por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, 
ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos 
marginais, sem indenização. 
 
Rio deposita lenta e gradualmente sedimentos e materiais que aumentam a 
propriedade. 
 
Adquire-se a propriedade SEM indenização! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III – por AVULSÃO; 
 
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra 
se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a 
propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem 
indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. 
 
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o 
dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a 
que se remova a parte acrescida. 
 
Grande porção de terra, por força natural violenta, se destaca e se junta à outra prop. 
 
Aquele que recebeu a grande porção de terra é o proprietário daquela terra. 
 
Aquisição COM indenização (dentro de 1 ano)! – obrigação propter rem. 
Passado 1 ano = SEM indenização! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
IV – por ABANDONO DE ÁLVEO; 
 
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos 
proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham 
indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo 
curso, entendendo‑se que os prédios marginais se estendem até o 
meio do álveo. 
 
Álveo = terra que está por baixo das águas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ii. Móveis que se agregam a outros Imóveis; 
 
Industrial – feitas pelo homem = Construções. 
Mista – tem intervenção do homem e da natureza = Plantações. 
 
V – por PLANTAÇÕES ou CONSTRUÇÕES; 
 
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno 
presume‑se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o 
contrário. 
 
Dono do terreno é dono de tudo que é construído ou plantado no seu terreno. 
 
Má-fé: 
 
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio 
com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade 
destes; mas fica obrigado a pagar‑lhes o valor, além de responder 
por perdas e danos, se agiu de má-fé. 
 
Boa-fé = indenizado pelo material. 
 
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio 
perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e 
construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. 
 
 
 
 
iii. Móveis que se agregam a outros Móveis; 
 
O acréscimo se dá em um bem móvel; 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
1.3. USUCAPIÃO: 
 
- Artigo 1.238 CC. 
 
Forma de aquisição originária de propriedade que se caracteriza pela posse 
prolongada no tempo, satisfeito alguns requisitos legais. 
 
Originária: pois não há transmissão de propriedade do antigo para o novo. 
 
- Ação de Usucapião = sempre dirigida ao proprietário nominal do bem (matrícula) = 
réu. 
 
Autor = possuidor. 
 
∟ Objetivo: Registrar por meio de uma sentença a sua propriedade 
adquirida por usucapião. 
 
 
- Pode ser contida em vários imóveis. 
 
 
- Sentença é DECLARATÓRIA! 
 
O judiciárioreconhece que o possuidor cumpriu os requisitos, e não que o 
proprietário foi negligente, etc. 
 
É obtida como um prêmio para quem desenvolve a função social do bem. E não 
como uma perda. 
 
 
Por ser originária, NUNCA haverá indenização ao proprietário antigo. 
 
 
- Quanto menor o tempo, mais requisitos. 
 
- Quanto maior o tempo, menos requisitos. 
 
 
 
- Requisitos: 
 
Para toda e qualquer espécie de usucapião, precisa-se dos três primeiros requisitos. Salvo, a 
usucapião ordinária que precisa dos 4 requisitos!!! 
 
 
 
a. COISA HÁBIL A SER USUCAPIDA (RES HABILIS); 
 
Qual bem é que pode ser objeto de aquisição de propriedade por usucapião. 
 
Em principio TODOS os bens, menos os que não podem. 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
- Exceções: (não podem usucapir): 
 
- Gerais: 
 
Bens públicos (Artigo 102 CC, e 191 da CF); 
 
Bens inalienáveis (não pode ser vendido e/ou comprado; cláusula de inalienabilidade); 
 
 
- Pessoais (dizem respeito ao possuidor e proprietário): 
 
Não se aplicam somente a usucapião; 
 
Artigo 1.244 CC = reconhecimento da lei: prescrição. E aplicável também a usucapião 
os prazos que interrompem e suspendem (artigo 197, 198 e 199 CC). 
 
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obstam, 
suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião. 
 
 
- Especificas (se aplicam a 4 modalidades: rural; urbana; conjugal e coletiva). 
 
Não se aplica a usucapião extraordinária e ordinária; 
 
 
b. POSSE; 
 
Posse ad usucapionem; Animus domini; Mansa e pacífica; 
 
Requisitos: Ininterrupta, sem oposição, bem apropriável, animus domini e transcurso 
do lapso temporal determinado pela lei. 
 
 
c. TEMPO; 
 
Inicio da contagem: artigo 132 CC. Posse ad usucapionem. 
 
Regras de transição: 
 
- Artigo 2.028 CC  artigo 1.238 CC (extraordinária) x artigo 550 CC/16; e artigo 
1.242, parágrafo único CC x Artigo 551 CC/16. 
 
Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, 
na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo 
estabelecido na lei revogada. 
 
 
 
- Artigo 2.029 CC  artigo 1.238, parágrafo único CC (ordinária) e artigo 1.242, 
parágrafo único. 
 
Art. 2.029. Até dois anos após a entrada em vigor deste Código, os prazos 
estabelecidos no parágrafo único do art. 1.238 e no parágrafo único do art. 1.242 
serão acrescidos de dois anos, qualquer que seja o tempo transcorrido na vigência do 
anterior. 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
 
Usucapião especial urbana (CF, art. 183. CC, art. 1.240. Lei 10.257/2001, art. 9.º): cinco anos. 
 
Usucapião especial rural (CF, art. 191. CC, art. 1.239): cinco anos. 
 
Usucapião coletiva (Lei 10.257/2001, art. 10.º): cinco anos. 
 
Usucapião “conjugal”: 2 anos. 
 
Usucapião extraordinária : 10, 12, 15 ou 20 anos (conforme as regras de transição acima 
expostas) 
 
Usucapião ordinária: 5, 7, 10 ou 15 anos (conforme as regras de transição acima expostas) 
 
 
 
D. TÍTULO E BOA-FÉ; 
 
São exclusivos da Usucapião Ordinária. 
 
 
 
 
 
 
- Existem 6 tipos. 
 
A. EXTRAORDINÁRIA 
 
Está prevista no artigo 1.238 do Código Civil e INDEPENDE de justo título ou de boa-fé. 
É caracterizada pela posse que, cumulativamente, ocorra: 
 
 Com ânimo de dono; 
 
 De forma justa (não violenta, clandestina ou precária) e sem oposição, de 
maneira mansa e pacífica. 
 
 Ininterruptamente (continuamente); e 
 
 Por prazo igual ou superior a quinze anos, ou de dez anos quando o possuidor 
houver, comprovadamente estabelecido a sua moradia habitual no imóvel, ou 
nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como 
seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; 
podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título 
para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o 
possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado 
obras ou serviços de caráter produtivo. 
 
 
 
Artigo 2.029 CC: até 2 anos da entrado em vigor do CC o prazo se acrescenta a 2 anos. 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
 
B. ORDINÁRIA 
 
- Artigo 1.242 CC = prazo de 10 anos se o possuidor tiver posse res habilis, justo 
título, e boa-fé. 
 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e 
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
 
De forma bem resumida, existem apenas 3 (três) diferenças entre a usucapião 
ordinária e a extraordinária: 
 
1. A existência do justo título; 
 
2. A necessidade de demonstrar boa-fé; 
 
3. E o prazo de 10 (dez) anos, que pode ser reduzido para 5 (cinco) quando: 
comprovadamente, o possuidor houver adquirido o imóvel onerosamente, com 
registro cartorário da posse posteriormente cancelado pelo vendedor; o 
possuidor houver realizado, no imóvel, investimentos de interesse econômico e 
social; ou o possuidor houver estabelecido, no imóvel, a sua moradia habitual. 
 
 
 
C. COLETIVA 
 
Lei 10.257, Artigo 10. 
 
Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados, 
ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por CINCO ANOS, 
ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos 
ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, 
desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 
 
Grande número de pessoas, vivendo em composse pro indiviso, em área maior que 
250m2. 
 
 
 
 
D. URBANA 
 
- Artigo 1.240 CC = moradia (pro misero). 
 
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta 
metros quadrados, por CINCO ANOS ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a 
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja 
proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
 
E. RURAL 
 
Está prevista no artigo 191 da Constituição Federal, no artigo 1.239 do Código Civil e na 
Lei 6.969/81. 
 
Seus requisitos são: 
 
1. Não ser proprietário de imóvel rural ou urbano; 
2. Posse como se dono fosse, por cinco anos ininterruptos; 
3. Ausência de oposição; 
4. Área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares; 
5. Tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua família; 
6. Fixar no local sua moradia; 
7. Não pode ser imóvel público. 
Art. 191 CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, 
por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a 
cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua 
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
 
Art. 1.239 CC. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua 
como sua, por CINCO ANOS ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona 
rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de 
sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
 
 
Para se adequar somente pode ter até 50 hectares. Se tiver mais = usucapião 
extraordinária e ordinária. 
 
 
 
 
 
F. CONJUGAL OU FAMILIAR 
 
- Artigo 1.240-A CC = exige meação entre os cônjuges. 
 
Art. 1.240‑A. Aquele que exercer, por 2 (DOIS) ANOS ininterruptamentee sem 
oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² 
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou 
ex‑companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua 
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural. 
 
Dá-se somente em metade do bem. 
 
Comunhão parcial = bem deve ter sido comprado depois da consolidação do 
casamento e com recursos de ambos. 
 
 
Um deles abandona  2 anos  usucapião conjugal. 
 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
2. MÓVEL: 
 
Bens imateriais. Não exige registro, mas somente a tradição. Tradição = tradere = 
transferir. 
 
2.1. USUCAPIÃO: 
 
2 tipos. 
- Extraordinária e Ordinária. 
 
Quanto menos requisitos = maior tempo (Extraordinária). 
Quanto mais requisitos = menor tempo (Ordinária). 
 
Ordinária: 
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente 
durante TRÊS anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. 
 
Extraordinária: 
 
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por CINCO anos, produzirá 
usucapião, independentemente de título ou boa-fé. 
 
 
Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244. 
 
 
 
2.2. OCUPAÇÃO: 
 
Coisa sem dono: 
 
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a 
propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. 
 
- Res nullius: coisa que nunca teve dono. 
 
- Res derelictae: coisa abandonada. 
 
 
Coisa Perdida - Descoberta: 
 
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-
la ao dono ou legítimo possuidor. 
 
O dever legal, diz que deve procurar o verdadeiro dono. Se não achar entregar a 
autoridade competente (Artigo 1.170 e 1.176 CPC). Para restituir a coisa ao verdadeiro 
proprietário = se restituir tem direito ao achádego – Artigo 1.234 CC: 
 
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo 
antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por 
cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito 
com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir 
abandoná-la. 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
2.3. ACHADO DE TESOURO: 
 
É quando alguém casualmente encontra objeto valioso em outro bem. 
 
Art. 1.265 CC. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for 
achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. 
 
A doutrina e a jurisprudência se amoldaram para considerar que se o bem é 
encontrado em um bem móvel também é valido. 
 
Caracteriza-se por aquisição de propriedade; metade para quem encontrou 
casualmente, e a outra metade para o proprietário do bem em que foi encontrado. 
 
Ex.: corrente de ouro encontrado no meio de um livro da biblioteca da faculdade Mater Dei. 
Metade para quem encontrou e metade dono da faculdade. 
 
O encontro do tesouro não pode ser deliberado, deve ser casualmente. Não pode estar 
procurando... 
 
Quem procura: licitamente, com permissão / a mando do proprietário. Ou sub-
repticiamente (ilicitamente). 
 
O ato ilícito perde totalmente a propriedade, que fica para o 
dono do bem onde foi encontrado. 
 
Se foi licitamente: o proprietário autoriza ou já contrata 
determinado valor é válido. 
 
 
- Enfiteuse = direito real que foi proibido no código atual. 
 
Art. 1.266 CC. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre 
o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o 
descobridor. 
 
Artigo 2.038 CC = proíbe a constituição de enfiteuse. 
 
Art. 2.038 CC. Fica proibida a constituição de enfiteuses e 
subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às 
disposições do Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro 
de 1916, e leis posteriores. 
 
Enfiteuta = só fica obrigado a pagar anualmente o foro para o 
proprietário. 
 
Terreno aforado = quer dizer que sobre o terreno existe direito 
real de enfiteuse. 
 
- É perpétua; 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
- Direito real que passa para uma pessoa gratuitamente (salvo o foro anual); no Brasil 
era concedido em imóveis de propriedade da União para pessoas ligadas ao poder. 
 
PROVA: 
No achado de tesouro SEMPRE o proprietário terá direito a metade do que for 
encontrado no imóvel desde que casualmente. 
 
R.: INCORRETO. Pois no caso da Enfiteuse é o enfiteuta e não o proprietário. 
 
 
 
2.4. TRADIÇÃO: 
 
Tradere = transferir. 
 
Forma mais ordinária da aquisição de propriedade móvel. 
 
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da 
tradição. 
 
É a transferência de posse de um objeto com a intenção de transferir propriedade 
por ocasião de um negócio jurídico. 
 
Existem 3 formas de tradição: 
 
i. REAL / EFETIVA: 
 
Ex.: Entrega do carro. 
 
 
ii. SIMBÓLICA: 
 
Ex.: Entrega da chave do carro. 
 
 
iii. FICTA: 
 
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente 
continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao 
adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder 
de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por 
ocasião do negócio jurídico. 
 
 
 
 
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, 
exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for 
transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer 
pessoa, o alienante se afigurar dono. 
 
Segunda parte = Absoluta impropriedade! Inconstitucional! 
 
Absurdo = ser válida a venda de um bem seu, em leilão ou estabelecimento comercial, 
se o adquirente for de boa-fé. 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
- Propriedade Superveniente: 
 
§ 1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, 
considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição. 
 
Ex.: 27/05 venda computador de terceiro (Marcelo) para outra pessoa (Nayara). 28/05 a pessoa que 
vendeu (eu) compra o computador do terceiro (Marcelo). A propriedade é convalidada, pois retroage. 
 
Pois a propriedade é perpétua. 
 
Venda por quem não é dono: venda non domino. 
 
- Fundamento e efeitos para validação da venda ‘non domino’ = pois a propriedade é 
perpetua e o proprietário atual é tido como proprietário desde sempre. A aquisição 
da propriedade opera efeitos ex tunc. 
 
- Negócio jurídico nulo = tradição também será (frutos da arvore envenenada); 
 
§ 2º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio 
jurídico nulo. 
 
Pode ser nulidade em algum dos 4 requisitos (acordo de vontade; objeto lícito; forma 
legal; capacidade das partes). 
 
 
 
2.5. ACESSÕES: 
 
Móvel a Móvel; 
 
Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou 
adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível 
separa‑las sem deterioração. 
 
Mistura de bens móveis, que geram uma coisa diferente; 
 
 
 Adjunção; 
 
É a justa posição de bens de proprietários diferentes que não podem mais ser 
separados. 
 
Justa posição = quando se consegue diferenciar claramente. 
 
Ex.: casa de madeira velha. Remendada com madeira nova. 
 
 
 Comistão; 
 
É quando dois bens sólidos se misturam e não há como separar. 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
 
 Confusão; 
 
É quandodois bens líquidos se misturam e não há como separar. 
 
Pertence em condomínio aos proprietários dos vinhos. 
 
Ex.: vinho bom misturado com vinho ruim engarrafado. Não há como separar. 
 
200 litros vinho bom que vale 1.200 reais 
800 litros vinho ruim que vale 800 reais. 
 
Mistura. 
 
1000 litros = vale 1.000 reais. 
 
2000 reais = 60% vinho bom, e 40% vinho ruim. 
60 % = 600 reais. 
40 = 400 reais. 
 
 
 
- Especificação: 
 
Aquele que trabalha na matéria-prima alheia, e obtém espécie nova de coisa. 
 
Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver 
espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. 
 
Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, 
será do especificador de boa-fé a espécie nova. 
 
Ex.: Tela branca. Outra pessoa transforma em uma obra de arte. 
 
 
O talento que a pessoa empregou para criar o quadro é considerado bem móvel para 
efeitos legais (artigo 3º da lei 9610/98). 
 
Esse é o bem (talento) que se agrega no outro bem móvel (tela em branco). 
 
 
Serão sempre da pessoa que criou. Salvo se o especificador estiver de má-fé se o valor 
da coisa por ele criada não for muito superior ao da matéria-prima. 
 
Ex.: 
Especificador de boa-fé pega argila de outra pessoa. Tenta criar uma obra de 
Santo Antônio. Argila vale 10 reais. Obra vale 11,50. O Santo Antônio será do 
especificador (quem criou a obra) 
 
Especificador de má-fé pega argila de outra pessoa. Tenta criar uma obra de 
Santo Antônio. Argila vale 10 reais. Obra vale 11,50. O Santo Antônio será do 
dono da matéria-prima. 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
 PERDA DA PROPRIEDADE: 
 
Ocorre quando o titular do direito perde a propriedade. 
 
Possui 5 tipos: 
 
Art. 1.275. Além das causas* consideradas neste Código, perde-se a propriedade: 
 
*Todas as causas que impliquem em aquisição que já pertencia à outra pessoa podem 
ser consideradas como perda. 
 
Ex.: Usucapião (é aquisição da propriedade, porem ocorre a perda também) / Morte da pessoa 
natural. 
 
 
I – por ALIENAÇÃO; 
 
 
Todo e qualquer ato negocial que implique na transferência da propriedade para 
outra pessoa!!! 
 
 
Sempre pressupõe um ato negocial; e pode ser de dois tipos: 
 
 Ato de vontade particular do proprietário: 
 
Pressupõe acordo de vontades. 
 
Ex.: Compra e Venda, Doação, Permuta, Dação em Pagamento; 
 
OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA 1: Dizia-se que a dação seria uma forma voluntária de alienação, 
porém, “o credor pode consentir em receber” coisa diversa da prestação original (aliud pro alio 
– Código Civil, art. 356), o que revela o caráter negocial desta forma de extinção de obrigações 
sem pagamento, revelado, outrossim, de forma inequívoca no art. 357 do Código Civil. 
 
 
 
 Ato potestativo de terceiro (obriga o proprietário a perder a 
propriedade em favor de outra pessoa). 
 
Não possui caráter negocial direto neste ato, mas é gerado 
quando há um negócio jurídico precedente. 
 
Ex.: Retrovenda, Expropriação Judicial; 
 
OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA 2: Dizia-se também ser a expropriação judicial forma “compulsória” 
de alienação. Preferimos dizer, simplificando a questão, que é também um ato de poder 
(potestativo) de 3.º, amparado no ordenamento jurídico, já que a única coisa que a difere, 
nesse aspecto, da retrovenda etc., é ser oportunizada no final sempre por instituto processual, 
mas, ainda nesse aspecto, tendo relevância no direito material obrigacional o fundamento 
para a pretensão executiva (Código Civil, art. 391). A retrovenda, alienação fiduciária (1360), 
reserva de domínio, tudo isso também pode ser exigido via ação. 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
II – pela RENÚNCIA; 
 
É um ato formal e expresso onde o titular de um direito diz que não deseja mais 
manter esse direito!!! 
 
Artigo 267 (extinção sem resolução de mérito – desistência do processo) e 269 
(extinção com resolução de mérito – renúncia ao direito) CPC; 
 
Como no direito das coisas só há relação entre o titular e o bem, o titular pode 
renunciar o direito sobre àquele bem, sem objeção de outras pessoas. 
 
 
 
III – por ABANDONO; 
 
Todo abandono é ato material concreto que exterioriza vontade do proprietário em 
não mais ter aquele direito!!! 
 
Pressupõe a conjugação de dois requisitos: 
 
 Vontade do titular: 
 
Não é expresso formalmente, mas age de forma incompatível. 
 
Ex.: sofá no meio da rua. 
 
 Ato material de disposição; 
 
 
 
 
RENÚNCIA E ABANDONO: 
 
Servem para bens móveis e imóveis. 
 
Fica sem dono  (se for bem móvel: qualquer um que pegar vira dono – res derelicta; 
se for bem imóvel: arrecadação – como se fosse herança – herança vacante – 
Município, Estado, União). 
 
Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não 
mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, 
poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do 
Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. 
 
Terreno. Sem dinheiro. Não limpa o terreno, não paga IPTU. Município pode ajuizar 
ação, após 3 anos, para declarar o bem vago e arrecadá-lo. 
 
 
§ 2º Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, 
cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais. 
 
Esta presunção absoluta já foi rechaçada pela doutrina – não existe. 
 
§ 1º O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá 
ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, 
onde quer que ele se localize. 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
IV – por PERECIMENTO DA COISA; 
 
Perda total do bem!!! 
 
Pode ocorrer de duas formas: 
 
 Física: 
 
Perda efetiva do bem. 
 
Ex.: Estátua de gelo. Derretimento. 
 
 
 Jurídica: 
 
O bem não tem mais valor econômico. 
 
“Para ser objeto de propriedade o bem deve ter valor econômico”! 
 
Ex.: Fornecimento abundante para todos de tablets. 
 
 
 
 
V – por DESAPROPRIAÇÃO. 
 
Administração Pública retira a propriedade de um particular em razão de um 
interesse social, necessidade e utilidade pública!!! 
 
 
Expropriação Judicial: Pessoa antes de sofrer o processo, se obrigou numa relação 
negocial. 
 
Desapropriação: não há origem em nenhuma relação negocial. 
 
 
Por isso a desapropriação não pode ser inserida na alienação potestativa por ato de 
terceiro!!! 
 
 
Por que a desapropriação não pode ser classificada na alienação potestativa por ato de 
terceiro?? 
 
Pois como toda alienação há sempre um negócio jurídico realizado anteriormente, 
oportunizando a ação deste terceiro; enquanto na desapropriação a causa / razão da 
perda da propriedade é o interesse público. 
 
Fundamentos legais: Artigo 1275, V do CC, Decreto Lei 3.365/1941, e Artigo 5º, XXIV 
CF. 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
- Indenização prévia, justa em dinheiro. 
 
Quando se perde a propriedade?? No momento de criação do decreto ou no momento 
da indenização? 
 
R.: Enquanto não houver indenização (prévia) não há perda da propriedade. Somente 
após o pagamento haverá a imissão na posse. 
 
 
- Após o decreto  5 anos para desapropriar definitivamente  se não fizer: 
caducidade. 
 
 
 Retrocessão: 
 
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em 
obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência,pelo preço 
atual da coisa. 
 
Bem foi desapropriado para finalidade. Porem não houve destinação para nenhuma 
finalidade. Proprietário tem preferência para exigir a compra do bem novamente. 
 
 
 
 
 
 PROPRIEDADE: 
 
Formas especiais de propriedade; 
 
 
 
 RELAÇÕES DE VIZINHANÇA: 
 
Dizem respeito somente a bens imóveis e imóveis próximos. 
 
Vizinhos = não somente lado a lado. 
 
 
Artigo 1.228, §2º. 
 
 
Uso normal da propriedade é um ato lícito1, que causa dano: potencial, iminente ou 
atual, a saúde, sossego, e segurança, do imóvel vizinho. 
 
1 Ato dentro da lei, que mesmo assim causa dano. 
 
 
Ato ilícito = ato ilegal, contra lei que não pode ser entendido como válido. 
∟ Responsabilidade civil (Artigo 186, 189, e 927 CC) 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
- DO USO ANORMAL DA PROPRIEDADE: 
 
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio1 tem o direito de fazer cessar 
as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, 
provocadas pela utilização de propriedade vizinha. 
 
1 imóvel. 
 
 
- Parâmetros para determinar se o ato lícito pode causar dano ou a pessoa que se diz 
lesada é meramente um hipersensível que não consegue viver em sociedade: 
 
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da 
utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações 
em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. 
 
1º critério: zoneamento urbano (plano diretor). 
 
Se a atividade desenvolvida estiver fora / em desacordo com o plano 
diretor = errado. Qualquer reclamação faz cessar a utilização do bem 
imóvel (fecha o estabelecimento). 
 
Porém se há algum ponto em comum com o plano diretor, estabelece 
um equilíbrio, para não inviabilizar nem uma nem outra atividade. (Ex.: 
colocar paredes e portas antirruídos; morador centro relevar alguns sons). 
 
Os limites ordinários da propriedade devem ser analisados pontualmente, caso a caso. 
 
 
- Teoria da pré-ocupação: 
 
Ocupação anterior. 
 
Ex. Havan se instala longe da cidade. Depois de uns anos, ao redor vira um bairro residencial. 
Moradores reclamam. Dono da empresa diz que foi anterior a ocupação dos moradores  não 
prevalece. A empresa pode ser limitada em horários e até mesmo ser fechada. 
 
Não é valida para o uso anormal da propriedade. (Não adianta dizer que estava lá 
antes). 
 
 
Ação Cominatória; 
 
Multas diárias contra o ofensor para que cesse as atividades. 
 
Ou 
 
Astreintes; 
 
Para que desenvolva obras ou serviços para que faça cessar. 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as 
interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o 
possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal. 
 
Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, 
poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem 
possíveis. 
 
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho 
a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste 
caução pelo dano iminente. 
 
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de 
fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias 
garantias contra o prejuízo eventual. 
 
 
 
- DAS ÁRVORES LIMITROFES: 
 
Uma arvore que esteja na divisa de 2 imóveis = pertence em condomínio aos 
dois proprietários (vai ser estudado mais pra frente). 
 
Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume‑se pertencer em 
comum aos donos dos prédios confinantes. 
 
 
Árvore que passe galhos ou raízes para o imóvel vizinho = dono pode cortar 
tanto os galhos quanto as razies (mas deve devolver) e não tem que indeniza o 
outro proprietário, mesmo que a árvore morra. 
 
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, 
poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno 
invadido. 
 
 
Única exceção ao principio do acessório segue o principal!!!! 
 
Os frutos que caírem naturalmente, deixa de pertencer ao dono da 
árvore e passam a pertencer ao dono do terreno onde caíram desde que 
seja terreno particular. 
 
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo 
onde caíram, se este for de propriedade particular. 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL VII (Coisas) 
 
 
 7º PERÍODO NOTURNO 
- PASSAGEM FORÇADA: 
 
(Passagem de pessoas). 
 
Pessoa não tem acesso a rua, sem que passe por outros imóveis (encravamento). Em 
tese só poderia usar se o proprietário autorizasse. Porém, essas pessoas podem forçar 
a passagem mediante indenização. 
 
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, 
pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar 
passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. 
 
Vale tanto para zona urbana quanto para zona rural. 
 
O imóvel que vai ser cedido para passagem, será o imóvel que causar menos dano 
(melhor serve). É exercitado compulsoriamente, mas sempre pelo imóvel que menos 
danos sofrer. 
 
Não é servidão, pois é uma comodidade, facilidade; e a Passagem é 
necessidade. 
 
- Requisitos: 
 
a) Encravamento; 
 
b) Indenização; 
 
c) Menor onerosidade; 
 
 
 
 
- PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES: 
 
É quase a mesma coisa, só que ao contrário da necessidade da passagem forçada, diz 
respeito a facilidade. 
 
Trazer do ponto mais próximo ou que melhor se adapta os serviços e obras de 
necessidades básicas para a vida (Ex.: energia elétrica, etc). 
 
Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à 
desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, 
através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços 
de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for 
impossível ou excessivamente onerosa. 
 
Além de subterrâneo pode ser por via aérea.

Outros materiais