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DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO PROPRIEDADE: Conceito: - DIREITO e GARANTIA fundamentaiS (artigo 5º C.F.). Além disso, para Fábio Konder Comparato, a propriedade é ainda tida como algo que vem a trazer para o ser humano a própria dignidade da pessoa humana (artigo 1º C.F.). - Conceito está intimamente ligado: à formação politica; a vida das pessoas; formas de governo; socialismo x capitalismo; etc. - Poder absoluto, sofrendo apenas limitações econômicas e sociais. Estrutura da Propriedade: a. Interna: Como ela se verifica na atuação direta dos poderes do titular (usar; fruir; dispor). Usar = juis utendi Fruir = jus fruendi Dispor = jus disponendi Reivindicar = rei vindicatio Proprietário protegendo o bem; Como o proprietário se comporta em relação ao bem dentro dos limites e poderes da propriedade. b. Externa: Como a propriedade se revela aos olhos dos outros; Uso (jus utendi): não é tão adequado; Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. - Parágrafos: limitações explícitas ao poder de propriedade. Poderes da propriedade = Direitos (jus); Proprietário pode fazer tudo que é possível atualmente; DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO Características da Propriedade: a. Perpétua Artigo 1.829 CC; Enquanto existir o bem, ela existe. Não tem limite de tempo. Não há caducidade; prescrição; É transmissível causa mortis. Proprietário atual é tido desde sempre e para sempre. Res perit domino; Ex.: taxa condominial. - Exceções (Artigo 1.359 e 1.360 CC): i. Propriedade Resolúvel: Rescindível; Contem no próprio título de aquisição à razão da sua resolução (à ideia do seu fim); Nasce com um tempo certo para existir. Não cabe alegação de boa-fé posterior de terceiro, pois está escrito no título. Ex.: Retrovenda; Alienação Fiduciária; etc. Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. Todas operam o chamado domínio ex tunc; uma vez operada simplesmente apaga tudo que aconteceu no seu intercurso. ii. Propriedade Revogável: Não há no título de aquisição o prazo certo. Mas contém uma restrição imposta ao proprietário que se descumprir perderá a propriedade (causa superveniente). Pode ser revogada somente por ato superveniente e que não está previsto no título da aquisição. Alegação da boa-fé de terceiro pode ser alegada. Ex.: Revogação de doação por ingratidão (Artigo 557 CC). Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO DIFERENÇA PROPRIEDADE RESOLÚVEL E REVOGÁVEL!!! b. Absoluta Pois é o maior direito subjetivo; Mas não significa que a pessoa esteja livre totalmente para fazer tudo o que quiser. Só pode fazer tudo que é possível. Absoluto limitado; c. Exclusiva Composse (fato da posse) x Condomínio (propriedade); Não existem dois direitos reais incidentes sobre a mesma coisa, ao mesmo tempo, salvo se tiverem natureza jurídica e extensão diferente. Todos os bens possuem proprietário, salvo duas exceções. Mais de um proprietário = copropriedade; condomínio. d. Aderente: Direito de Sequela; Principio Aderência e da Ambulatoriedade; Em regra, todos os ônus são do proprietário, salvo disposições legais. e. Limitada: As limitações são amplas; de cunho: Religioso; moral; social; legal; etc. Classificação: i. Limitação Voluntária: O proprietário aderiu a elas por vontade própria. São de três tipos: DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO - Cláusulas contratuais que limitam o direito de propriedade: inalienabilidade, incomunicabilidade, impenhorabilidade e indivisibilidade. Normalmente vem inserida em contratos de doação ou testamento onde há a transferência da propriedade, mas há a imposição da restrição (Ex.: não poder vender). Limita qualquer dos poderes da propriedade e que o proprietário aceite essas limitações. Qualquer tipo de objeto lícito /contrato valido, está valendo! Qualquer coisa criada desde que o objeto seja licito, pode limitar a propriedade! - Propriedade gravada por ônus reais: Ônus reais = todos os direitos reais sobre coisa alheia (Artigo 1.225, II ao XII). Existe a imposição de um direito real limitado. Ex.: Usufruto (retira o direito de usar e fruir). Somente a lei, no artigo 1.225, incisos II ao XII estabelece as limitações dos direitos reais! - Bem de família voluntário: Não é aquele bem de família da lei 8.009/90 (bem de família compulsório). “É o bem de família para rico”. Bem de família voluntário = conceito = artigo 1.711 do CC. Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial. Limitação = artigo 1.715 do CC. Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO ii. Limitações Legais: Decorrem da Lei. - Direito Público: São basicamente a: desapropriação; requisição; tombamento; tributação; Ex.: ITR: se a terra é produtiva é mais barato, se não for produtiva é mais caro. - Direito Privado: Encontram-se basicamente no CC e em outras legislações esparsas. São atos lícitos que são limitados. Ex.: Artigo 1.277 CC (direitos de vizinhança). Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. - Direito Social: Estão em normas que possuem um viés de proteção da sociedade (interesses difusos), e não de particulares. Ex.: Estatuto da Terra (limitações de tempo em determinados contratos); Código de Defesa do Consumidor (limitação em relação aos preços nas vitrines). AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE: Ao contrario das formas de aquisição da posse, não são tão livres. Posse = se dá por qualquer forma de exercício do poder de propriedade. Pois a posse é um fato. Propriedade = é um direito, e precisam de certas formalidades, solenidades, figuras jurídicas, para sua aquisição. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO 1. IMÓVEL: Exige formalidade, e o Registro, salvo algumas hipóteses. - Sucessão aberta = morte de cujus, todos seus bens passam para os sucessores. Artigo 80, II do CC. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II – o direito à sucessãoaberta. “Os direitos à sucessão aberta também são considerados bens imóveis por destinação legal, ainda que, no respectivo espólio, não haja nenhum bem imóvel. A proteção que se defere a tais direitos pela equiparação a coisa imóvel visa também aumentar a sua garantia, exigindo, assim, que eventual cessão de direitos hereditários somente se faça de forma solene, por escritura pública ou por termo nos autos do inventário". Por que o direito a sucessão aberta é considera bem imóvel? Para rastrear ou invalidar qualquer tipo de venda feita em detrimento dos demais sucessores. 1.1. TRANSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA ou AQUISIÇÃO POR REGISTRO DO TÍTULO: - Forma de aquisição mais tradicional/normal; - É decorrente de um negócio jurídico de aquisição (alguém compra ou ganha ou permuta um imóvel e recebe a propriedade do imóvel por conta do negocio jurídico). - Totalmente dependente do Registro Público; - Cartório Registro de Imóveis: mantém e registra a existência da propriedade imobiliária de determinada comarca. - Matrícula: Descritivo do pedaço de um imóvel de uma comarca e o proprietário. UMA matricula representa SOMENTE UM imóvel = Princípio da Individuação. Tudo que está contido na matrícula é verídico = Princípio da Veracidade Registral. Todos os registros possuem uma ordem cronológica e lógica = Princípio da Continuidade. Todos esses Princípios possuem fundamento no Princípio da Publicidade!!! DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO - REGISTRO DO TÍTULO: Compra de um terreno. Negociação preço e coisa. Contrato de compra e venda de bem imóvel por escritura pública – tabelionato de notas. Escritura Pública Registrar na Matrícula do imóvel. Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. 1º) Confeccionar a Escritura Pública (documento = traslado) e levar no Cartório de Registro de Imóveis. 2º) Cartorário recebe a Escritura, e entrega um recibo (prenotação). Avalia a documentação, e se: Estiver perfeito = Registra; Faltar documento = Emite uma Nota de Exigência; Estiver em dúvida = não registra; vai até o Judiciário – o cartorário – (Suscitação de Dúvida). Obs.: Do cidadão interessado = Suscitação de Dúvida Inversa. Dirimida dúvida ou a exigência for cumprida: ∟ A DATA DO REGISTRO será a DATA DA PRENOTAÇÃO!!! Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. 1.2. ACESSÃO: ACESSÃO como forma de aquisição de propriedade = São ACRÉSCIMOS em propriedades JÁ EXISTENTES. Obs.: Benfeitorias = melhoramentos. Art. 1.248. A acessão pode dar-se: i. Quanto à origem: Naturais / Industriais / Mistas. Quanto ao objeto: Imóvel a Imóvel / Móvel a Imóvel / Móvel a Móvel. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO i. Imóveis que se agregam a outros Imóveis; Natural – sem intervenção humana. I – por formação de ILHAS; Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes: I – as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; II – as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; III – as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO II – por ALUVIÃO; Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Rio deposita lenta e gradualmente sedimentos e materiais que aumentam a propriedade. Adquire-se a propriedade SEM indenização! III – por AVULSÃO; Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. Grande porção de terra, por força natural violenta, se destaca e se junta à outra prop. Aquele que recebeu a grande porção de terra é o proprietário daquela terra. Aquisição COM indenização (dentro de 1 ano)! – obrigação propter rem. Passado 1 ano = SEM indenização! DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO IV – por ABANDONO DE ÁLVEO; Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo‑se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. Álveo = terra que está por baixo das águas. ii. Móveis que se agregam a outros Imóveis; Industrial – feitas pelo homem = Construções. Mista – tem intervenção do homem e da natureza = Plantações. V – por PLANTAÇÕES ou CONSTRUÇÕES; Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume‑se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. Dono do terreno é dono de tudo que é construído ou plantado no seu terreno. Má-fé: Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar‑lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. Boa-fé = indenizado pelo material. Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. iii. Móveis que se agregam a outros Móveis; O acréscimo se dá em um bem móvel; DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO 1.3. USUCAPIÃO: - Artigo 1.238 CC. Forma de aquisição originária de propriedade que se caracteriza pela posse prolongada no tempo, satisfeito alguns requisitos legais. Originária: pois não há transmissão de propriedade do antigo para o novo. - Ação de Usucapião = sempre dirigida ao proprietário nominal do bem (matrícula) = réu. Autor = possuidor. ∟ Objetivo: Registrar por meio de uma sentença a sua propriedade adquirida por usucapião. - Pode ser contida em vários imóveis. - Sentença é DECLARATÓRIA! O judiciárioreconhece que o possuidor cumpriu os requisitos, e não que o proprietário foi negligente, etc. É obtida como um prêmio para quem desenvolve a função social do bem. E não como uma perda. Por ser originária, NUNCA haverá indenização ao proprietário antigo. - Quanto menor o tempo, mais requisitos. - Quanto maior o tempo, menos requisitos. - Requisitos: Para toda e qualquer espécie de usucapião, precisa-se dos três primeiros requisitos. Salvo, a usucapião ordinária que precisa dos 4 requisitos!!! a. COISA HÁBIL A SER USUCAPIDA (RES HABILIS); Qual bem é que pode ser objeto de aquisição de propriedade por usucapião. Em principio TODOS os bens, menos os que não podem. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO - Exceções: (não podem usucapir): - Gerais: Bens públicos (Artigo 102 CC, e 191 da CF); Bens inalienáveis (não pode ser vendido e/ou comprado; cláusula de inalienabilidade); - Pessoais (dizem respeito ao possuidor e proprietário): Não se aplicam somente a usucapião; Artigo 1.244 CC = reconhecimento da lei: prescrição. E aplicável também a usucapião os prazos que interrompem e suspendem (artigo 197, 198 e 199 CC). Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião. - Especificas (se aplicam a 4 modalidades: rural; urbana; conjugal e coletiva). Não se aplica a usucapião extraordinária e ordinária; b. POSSE; Posse ad usucapionem; Animus domini; Mansa e pacífica; Requisitos: Ininterrupta, sem oposição, bem apropriável, animus domini e transcurso do lapso temporal determinado pela lei. c. TEMPO; Inicio da contagem: artigo 132 CC. Posse ad usucapionem. Regras de transição: - Artigo 2.028 CC artigo 1.238 CC (extraordinária) x artigo 550 CC/16; e artigo 1.242, parágrafo único CC x Artigo 551 CC/16. Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada. - Artigo 2.029 CC artigo 1.238, parágrafo único CC (ordinária) e artigo 1.242, parágrafo único. Art. 2.029. Até dois anos após a entrada em vigor deste Código, os prazos estabelecidos no parágrafo único do art. 1.238 e no parágrafo único do art. 1.242 serão acrescidos de dois anos, qualquer que seja o tempo transcorrido na vigência do anterior. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO Usucapião especial urbana (CF, art. 183. CC, art. 1.240. Lei 10.257/2001, art. 9.º): cinco anos. Usucapião especial rural (CF, art. 191. CC, art. 1.239): cinco anos. Usucapião coletiva (Lei 10.257/2001, art. 10.º): cinco anos. Usucapião “conjugal”: 2 anos. Usucapião extraordinária : 10, 12, 15 ou 20 anos (conforme as regras de transição acima expostas) Usucapião ordinária: 5, 7, 10 ou 15 anos (conforme as regras de transição acima expostas) D. TÍTULO E BOA-FÉ; São exclusivos da Usucapião Ordinária. - Existem 6 tipos. A. EXTRAORDINÁRIA Está prevista no artigo 1.238 do Código Civil e INDEPENDE de justo título ou de boa-fé. É caracterizada pela posse que, cumulativamente, ocorra: Com ânimo de dono; De forma justa (não violenta, clandestina ou precária) e sem oposição, de maneira mansa e pacífica. Ininterruptamente (continuamente); e Por prazo igual ou superior a quinze anos, ou de dez anos quando o possuidor houver, comprovadamente estabelecido a sua moradia habitual no imóvel, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Artigo 2.029 CC: até 2 anos da entrado em vigor do CC o prazo se acrescenta a 2 anos. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO B. ORDINÁRIA - Artigo 1.242 CC = prazo de 10 anos se o possuidor tiver posse res habilis, justo título, e boa-fé. Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. De forma bem resumida, existem apenas 3 (três) diferenças entre a usucapião ordinária e a extraordinária: 1. A existência do justo título; 2. A necessidade de demonstrar boa-fé; 3. E o prazo de 10 (dez) anos, que pode ser reduzido para 5 (cinco) quando: comprovadamente, o possuidor houver adquirido o imóvel onerosamente, com registro cartorário da posse posteriormente cancelado pelo vendedor; o possuidor houver realizado, no imóvel, investimentos de interesse econômico e social; ou o possuidor houver estabelecido, no imóvel, a sua moradia habitual. C. COLETIVA Lei 10.257, Artigo 10. Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por CINCO ANOS, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. Grande número de pessoas, vivendo em composse pro indiviso, em área maior que 250m2. D. URBANA - Artigo 1.240 CC = moradia (pro misero). Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por CINCO ANOS ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO E. RURAL Está prevista no artigo 191 da Constituição Federal, no artigo 1.239 do Código Civil e na Lei 6.969/81. Seus requisitos são: 1. Não ser proprietário de imóvel rural ou urbano; 2. Posse como se dono fosse, por cinco anos ininterruptos; 3. Ausência de oposição; 4. Área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares; 5. Tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua família; 6. Fixar no local sua moradia; 7. Não pode ser imóvel público. Art. 191 CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Art. 1.239 CC. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por CINCO ANOS ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Para se adequar somente pode ter até 50 hectares. Se tiver mais = usucapião extraordinária e ordinária. F. CONJUGAL OU FAMILIAR - Artigo 1.240-A CC = exige meação entre os cônjuges. Art. 1.240‑A. Aquele que exercer, por 2 (DOIS) ANOS ininterruptamentee sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex‑companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Dá-se somente em metade do bem. Comunhão parcial = bem deve ter sido comprado depois da consolidação do casamento e com recursos de ambos. Um deles abandona 2 anos usucapião conjugal. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO 2. MÓVEL: Bens imateriais. Não exige registro, mas somente a tradição. Tradição = tradere = transferir. 2.1. USUCAPIÃO: 2 tipos. - Extraordinária e Ordinária. Quanto menos requisitos = maior tempo (Extraordinária). Quanto mais requisitos = menor tempo (Ordinária). Ordinária: Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante TRÊS anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. Extraordinária: Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por CINCO anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé. Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244. 2.2. OCUPAÇÃO: Coisa sem dono: Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. - Res nullius: coisa que nunca teve dono. - Res derelictae: coisa abandonada. Coisa Perdida - Descoberta: Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí- la ao dono ou legítimo possuidor. O dever legal, diz que deve procurar o verdadeiro dono. Se não achar entregar a autoridade competente (Artigo 1.170 e 1.176 CPC). Para restituir a coisa ao verdadeiro proprietário = se restituir tem direito ao achádego – Artigo 1.234 CC: Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO 2.3. ACHADO DE TESOURO: É quando alguém casualmente encontra objeto valioso em outro bem. Art. 1.265 CC. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. A doutrina e a jurisprudência se amoldaram para considerar que se o bem é encontrado em um bem móvel também é valido. Caracteriza-se por aquisição de propriedade; metade para quem encontrou casualmente, e a outra metade para o proprietário do bem em que foi encontrado. Ex.: corrente de ouro encontrado no meio de um livro da biblioteca da faculdade Mater Dei. Metade para quem encontrou e metade dono da faculdade. O encontro do tesouro não pode ser deliberado, deve ser casualmente. Não pode estar procurando... Quem procura: licitamente, com permissão / a mando do proprietário. Ou sub- repticiamente (ilicitamente). O ato ilícito perde totalmente a propriedade, que fica para o dono do bem onde foi encontrado. Se foi licitamente: o proprietário autoriza ou já contrata determinado valor é válido. - Enfiteuse = direito real que foi proibido no código atual. Art. 1.266 CC. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor. Artigo 2.038 CC = proíbe a constituição de enfiteuse. Art. 2.038 CC. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916, e leis posteriores. Enfiteuta = só fica obrigado a pagar anualmente o foro para o proprietário. Terreno aforado = quer dizer que sobre o terreno existe direito real de enfiteuse. - É perpétua; DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO - Direito real que passa para uma pessoa gratuitamente (salvo o foro anual); no Brasil era concedido em imóveis de propriedade da União para pessoas ligadas ao poder. PROVA: No achado de tesouro SEMPRE o proprietário terá direito a metade do que for encontrado no imóvel desde que casualmente. R.: INCORRETO. Pois no caso da Enfiteuse é o enfiteuta e não o proprietário. 2.4. TRADIÇÃO: Tradere = transferir. Forma mais ordinária da aquisição de propriedade móvel. Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. É a transferência de posse de um objeto com a intenção de transferir propriedade por ocasião de um negócio jurídico. Existem 3 formas de tradição: i. REAL / EFETIVA: Ex.: Entrega do carro. ii. SIMBÓLICA: Ex.: Entrega da chave do carro. iii. FICTA: Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. Segunda parte = Absoluta impropriedade! Inconstitucional! Absurdo = ser válida a venda de um bem seu, em leilão ou estabelecimento comercial, se o adquirente for de boa-fé. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO - Propriedade Superveniente: § 1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição. Ex.: 27/05 venda computador de terceiro (Marcelo) para outra pessoa (Nayara). 28/05 a pessoa que vendeu (eu) compra o computador do terceiro (Marcelo). A propriedade é convalidada, pois retroage. Pois a propriedade é perpétua. Venda por quem não é dono: venda non domino. - Fundamento e efeitos para validação da venda ‘non domino’ = pois a propriedade é perpetua e o proprietário atual é tido como proprietário desde sempre. A aquisição da propriedade opera efeitos ex tunc. - Negócio jurídico nulo = tradição também será (frutos da arvore envenenada); § 2º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo. Pode ser nulidade em algum dos 4 requisitos (acordo de vontade; objeto lícito; forma legal; capacidade das partes). 2.5. ACESSÕES: Móvel a Móvel; Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separa‑las sem deterioração. Mistura de bens móveis, que geram uma coisa diferente; Adjunção; É a justa posição de bens de proprietários diferentes que não podem mais ser separados. Justa posição = quando se consegue diferenciar claramente. Ex.: casa de madeira velha. Remendada com madeira nova. Comistão; É quando dois bens sólidos se misturam e não há como separar. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO Confusão; É quandodois bens líquidos se misturam e não há como separar. Pertence em condomínio aos proprietários dos vinhos. Ex.: vinho bom misturado com vinho ruim engarrafado. Não há como separar. 200 litros vinho bom que vale 1.200 reais 800 litros vinho ruim que vale 800 reais. Mistura. 1000 litros = vale 1.000 reais. 2000 reais = 60% vinho bom, e 40% vinho ruim. 60 % = 600 reais. 40 = 400 reais. - Especificação: Aquele que trabalha na matéria-prima alheia, e obtém espécie nova de coisa. Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova. Ex.: Tela branca. Outra pessoa transforma em uma obra de arte. O talento que a pessoa empregou para criar o quadro é considerado bem móvel para efeitos legais (artigo 3º da lei 9610/98). Esse é o bem (talento) que se agrega no outro bem móvel (tela em branco). Serão sempre da pessoa que criou. Salvo se o especificador estiver de má-fé se o valor da coisa por ele criada não for muito superior ao da matéria-prima. Ex.: Especificador de boa-fé pega argila de outra pessoa. Tenta criar uma obra de Santo Antônio. Argila vale 10 reais. Obra vale 11,50. O Santo Antônio será do especificador (quem criou a obra) Especificador de má-fé pega argila de outra pessoa. Tenta criar uma obra de Santo Antônio. Argila vale 10 reais. Obra vale 11,50. O Santo Antônio será do dono da matéria-prima. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO PERDA DA PROPRIEDADE: Ocorre quando o titular do direito perde a propriedade. Possui 5 tipos: Art. 1.275. Além das causas* consideradas neste Código, perde-se a propriedade: *Todas as causas que impliquem em aquisição que já pertencia à outra pessoa podem ser consideradas como perda. Ex.: Usucapião (é aquisição da propriedade, porem ocorre a perda também) / Morte da pessoa natural. I – por ALIENAÇÃO; Todo e qualquer ato negocial que implique na transferência da propriedade para outra pessoa!!! Sempre pressupõe um ato negocial; e pode ser de dois tipos: Ato de vontade particular do proprietário: Pressupõe acordo de vontades. Ex.: Compra e Venda, Doação, Permuta, Dação em Pagamento; OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA 1: Dizia-se que a dação seria uma forma voluntária de alienação, porém, “o credor pode consentir em receber” coisa diversa da prestação original (aliud pro alio – Código Civil, art. 356), o que revela o caráter negocial desta forma de extinção de obrigações sem pagamento, revelado, outrossim, de forma inequívoca no art. 357 do Código Civil. Ato potestativo de terceiro (obriga o proprietário a perder a propriedade em favor de outra pessoa). Não possui caráter negocial direto neste ato, mas é gerado quando há um negócio jurídico precedente. Ex.: Retrovenda, Expropriação Judicial; OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA 2: Dizia-se também ser a expropriação judicial forma “compulsória” de alienação. Preferimos dizer, simplificando a questão, que é também um ato de poder (potestativo) de 3.º, amparado no ordenamento jurídico, já que a única coisa que a difere, nesse aspecto, da retrovenda etc., é ser oportunizada no final sempre por instituto processual, mas, ainda nesse aspecto, tendo relevância no direito material obrigacional o fundamento para a pretensão executiva (Código Civil, art. 391). A retrovenda, alienação fiduciária (1360), reserva de domínio, tudo isso também pode ser exigido via ação. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO II – pela RENÚNCIA; É um ato formal e expresso onde o titular de um direito diz que não deseja mais manter esse direito!!! Artigo 267 (extinção sem resolução de mérito – desistência do processo) e 269 (extinção com resolução de mérito – renúncia ao direito) CPC; Como no direito das coisas só há relação entre o titular e o bem, o titular pode renunciar o direito sobre àquele bem, sem objeção de outras pessoas. III – por ABANDONO; Todo abandono é ato material concreto que exterioriza vontade do proprietário em não mais ter aquele direito!!! Pressupõe a conjugação de dois requisitos: Vontade do titular: Não é expresso formalmente, mas age de forma incompatível. Ex.: sofá no meio da rua. Ato material de disposição; RENÚNCIA E ABANDONO: Servem para bens móveis e imóveis. Fica sem dono (se for bem móvel: qualquer um que pegar vira dono – res derelicta; se for bem imóvel: arrecadação – como se fosse herança – herança vacante – Município, Estado, União). Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. Terreno. Sem dinheiro. Não limpa o terreno, não paga IPTU. Município pode ajuizar ação, após 3 anos, para declarar o bem vago e arrecadá-lo. § 2º Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais. Esta presunção absoluta já foi rechaçada pela doutrina – não existe. § 1º O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO IV – por PERECIMENTO DA COISA; Perda total do bem!!! Pode ocorrer de duas formas: Física: Perda efetiva do bem. Ex.: Estátua de gelo. Derretimento. Jurídica: O bem não tem mais valor econômico. “Para ser objeto de propriedade o bem deve ter valor econômico”! Ex.: Fornecimento abundante para todos de tablets. V – por DESAPROPRIAÇÃO. Administração Pública retira a propriedade de um particular em razão de um interesse social, necessidade e utilidade pública!!! Expropriação Judicial: Pessoa antes de sofrer o processo, se obrigou numa relação negocial. Desapropriação: não há origem em nenhuma relação negocial. Por isso a desapropriação não pode ser inserida na alienação potestativa por ato de terceiro!!! Por que a desapropriação não pode ser classificada na alienação potestativa por ato de terceiro?? Pois como toda alienação há sempre um negócio jurídico realizado anteriormente, oportunizando a ação deste terceiro; enquanto na desapropriação a causa / razão da perda da propriedade é o interesse público. Fundamentos legais: Artigo 1275, V do CC, Decreto Lei 3.365/1941, e Artigo 5º, XXIV CF. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO - Indenização prévia, justa em dinheiro. Quando se perde a propriedade?? No momento de criação do decreto ou no momento da indenização? R.: Enquanto não houver indenização (prévia) não há perda da propriedade. Somente após o pagamento haverá a imissão na posse. - Após o decreto 5 anos para desapropriar definitivamente se não fizer: caducidade. Retrocessão: Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência,pelo preço atual da coisa. Bem foi desapropriado para finalidade. Porem não houve destinação para nenhuma finalidade. Proprietário tem preferência para exigir a compra do bem novamente. PROPRIEDADE: Formas especiais de propriedade; RELAÇÕES DE VIZINHANÇA: Dizem respeito somente a bens imóveis e imóveis próximos. Vizinhos = não somente lado a lado. Artigo 1.228, §2º. Uso normal da propriedade é um ato lícito1, que causa dano: potencial, iminente ou atual, a saúde, sossego, e segurança, do imóvel vizinho. 1 Ato dentro da lei, que mesmo assim causa dano. Ato ilícito = ato ilegal, contra lei que não pode ser entendido como válido. ∟ Responsabilidade civil (Artigo 186, 189, e 927 CC) DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO - DO USO ANORMAL DA PROPRIEDADE: Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio1 tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. 1 imóvel. - Parâmetros para determinar se o ato lícito pode causar dano ou a pessoa que se diz lesada é meramente um hipersensível que não consegue viver em sociedade: Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. 1º critério: zoneamento urbano (plano diretor). Se a atividade desenvolvida estiver fora / em desacordo com o plano diretor = errado. Qualquer reclamação faz cessar a utilização do bem imóvel (fecha o estabelecimento). Porém se há algum ponto em comum com o plano diretor, estabelece um equilíbrio, para não inviabilizar nem uma nem outra atividade. (Ex.: colocar paredes e portas antirruídos; morador centro relevar alguns sons). Os limites ordinários da propriedade devem ser analisados pontualmente, caso a caso. - Teoria da pré-ocupação: Ocupação anterior. Ex. Havan se instala longe da cidade. Depois de uns anos, ao redor vira um bairro residencial. Moradores reclamam. Dono da empresa diz que foi anterior a ocupação dos moradores não prevalece. A empresa pode ser limitada em horários e até mesmo ser fechada. Não é valida para o uso anormal da propriedade. (Não adianta dizer que estava lá antes). Ação Cominatória; Multas diárias contra o ofensor para que cesse as atividades. Ou Astreintes; Para que desenvolva obras ou serviços para que faça cessar. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal. Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis. Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual. - DAS ÁRVORES LIMITROFES: Uma arvore que esteja na divisa de 2 imóveis = pertence em condomínio aos dois proprietários (vai ser estudado mais pra frente). Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume‑se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes. Árvore que passe galhos ou raízes para o imóvel vizinho = dono pode cortar tanto os galhos quanto as razies (mas deve devolver) e não tem que indeniza o outro proprietário, mesmo que a árvore morra. Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. Única exceção ao principio do acessório segue o principal!!!! Os frutos que caírem naturalmente, deixa de pertencer ao dono da árvore e passam a pertencer ao dono do terreno onde caíram desde que seja terreno particular. Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. DIREITO CIVIL VII (Coisas) 7º PERÍODO NOTURNO - PASSAGEM FORÇADA: (Passagem de pessoas). Pessoa não tem acesso a rua, sem que passe por outros imóveis (encravamento). Em tese só poderia usar se o proprietário autorizasse. Porém, essas pessoas podem forçar a passagem mediante indenização. Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. Vale tanto para zona urbana quanto para zona rural. O imóvel que vai ser cedido para passagem, será o imóvel que causar menos dano (melhor serve). É exercitado compulsoriamente, mas sempre pelo imóvel que menos danos sofrer. Não é servidão, pois é uma comodidade, facilidade; e a Passagem é necessidade. - Requisitos: a) Encravamento; b) Indenização; c) Menor onerosidade; - PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES: É quase a mesma coisa, só que ao contrário da necessidade da passagem forçada, diz respeito a facilidade. Trazer do ponto mais próximo ou que melhor se adapta os serviços e obras de necessidades básicas para a vida (Ex.: energia elétrica, etc). Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. Além de subterrâneo pode ser por via aérea.
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