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vetores - saneamento (1) 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
Escola Politécnica 
Saneamento e Saúde 
Professor José Maurício Fiuza 
 
VETORES, CONTROLE (GERAL) E ALIMENTOS 
I. Introducão	
   3	
  
II. Como	
  os	
  vetores	
  relacionam-­‐se	
  coma	
  nutrição.	
  	
   7	
  
III. Controle	
  Integrado	
  de	
  Pragas	
  em	
  estabelecimentos	
  de	
  alimentos	
   8	
  
IV. Legislação	
   9	
  
V. A	
  dinâmica	
  do	
  ambiente	
   9	
  
VI. Medidas	
  preventivas	
   10	
  
VII.Bibliografia	
   14
I. Introducão 
No Brasil e no mundo há um sério problema, que envolve pragas e vetores e que 
muitas vezes é desconhecido pela população. As complicações concernentes a 
esses seres, vão desde prejuízos na produção de alimentos, bem como 
contaminações alimentares, até outras doenças causadas por contato direto com 
os mesmos. 
Vetor é um ser vivo capaz de transmitir de forma ativa (estando ele mesmo 
infectado) ou passiva um agente infectante (parasita, protozoário, bactéria ou 
vírus), ou seja, é um meio em que o agente etiológico utiliza para ser 
transmitido. Existem vários tipos e famílias de vetores, mas os mais conhecidos 
por transmitir doenças são o Aedes aegypti, que transmite dengue e febre 
amarela, Anopheles, responsável pela transmissão da malária, Culex, transmissor 
de uma doença causada por um verme, chamada filariose e o barbeiro, um 
percevejo responsável pela transmissão da doença de chagas. Além destes, há as 
chamadas pragas urbanas que são as baratas, que podem transmitir hanseníase e 
hepatite, formigas, que carregam vírus e bactérias que causam as infecções 
hospitalares, cupins, ratos, cigarras, moscas que podem transmitir também várias 
doenças. 
Há uma diferença entre vetor biológico e vetor mecânico. Vetor biológico é um 
agente que ajuda na replicação de um patógeno, eles são geralmente infectados 
repetidamente pelo agente causador da doença, onde ocorre nele uma fase do 
desenvolvimento do agente etiológico, como por exemplo, mosquitos, roedores, 
suínos, moscas, baratas. Já os mecânicos, é o vetor que carrega o patógeno, mas 
o patógeno não se modifica no vetor, a infecção em vetores mecânicos tende a 
ser curta e ele é considerado nada mais do que um transportador, por exemplo, 
uma mosca doméstica transporta microrganismos acidentalmente ao pousar 
sobre material infectante, como uma lesão ativa em mucosas, causando uma 
doença chamada tracoma. Baratas, roedores e suínos também são considerados 
vetores mecânicos. 
A contaminação provinda de vetores pode vir de contato direto ou até por 
ingestão acidental de algum alimento que esteja contaminado por ele, como por 
exemplo, a Doença de Chagas, onde em todos os casos, a penetração do parasito 
pode ocorrer pela mucosa oral íntegra ou lesada. Em humanos, esse tipo de 
transmissão acontece de forma esporádica e circunstancial por ingestão de 
diferentes tipos de alimentos contaminados pelo parasito, tais como, caldo de 
cana, polpa de açaí, sopas, comida caseira, leite e carne de caça semicrua. 
Geralmente são encontrados vetores ou reservatórios infectados nas imediações 
da área de produção, manuseio ou utilização dos alimentos contaminados, e que 
houve muitos surtos em estados brasileiros como Santa Catarina, Pará, Paraíba e 
Amazonas e também há registros desse tipo de ocorrência na Colômbia, 
Argentina e México (Sousa et al, 2011). 
Os artrópodes também tem uma importância médica, já que transmite doenças. 
Dentre os artrópodes se encontram os piolhos, que é vetor do tifo exantemático, 
causado por Rickettsiaprowazekii, Pthiruspubis(chato), ácaros que causam 
dermatites e podem transmitir vírus e serem transmissores de muitas doenças e 
carrapatos. Eles são os animais que mais afetam a qualidade de vida dos homens 
através de sua simples presença, da possibilidade de causar prejuízos à 
agricultura e no armazenamento de alimentos, de afetar estruturas residenciais, 
ou pela ameaça que podem causar a saúde pública (COSTA et al, 2006). 
Outro problema que envolve o ataque de vetores e que vem aumentando são as 
alterações climáticas, pois as modificações de temperatura e o regime de chuvas 
podem trazer maior abundância e disseminação de vetores e patógenos, podendo 
causar até pandemias, além das secas, que também traz as queimadas florestais, 
onde além de causar doenças respiratórias, espalham os vetores de doenças 
como o mosquito transmissor da malária para os centros urbanos. A migração 
dos vetores para áreas quentes que não contavam com tais transmissores será um 
grave problema de saúde pública, pois os sistemas de saúde, se não tiverem uma 
visão de longo prazo e proativa, serão pegos de surpresa por doenças que antes 
não era habitual do local e a economia dos países, principalmente os em 
desenvolvimento, poderá ser seriamente abalada sob essa condução. 
Fatores de ordem biológica, geográfica, ecológica, social, cultural e econômica 
atuam sinergicamente na produção, distribuição e controle das doenças vetoriais, 
também conhecidas como metaxêmicas. Se, para algumas delas, existe 
tratamento médico, preventivo ou curativo bastante eficaz e efetivo, como a 
vacina contra a febre amarela e a oxamniquine e opraziquantel para as 
esquistossomoses, para a maioria, as medidas de controle são complexas por 
envolver diferentes elos da cadeia de transmissão. 
A forma como o setor saúde se organiza para controlar estas doenças tem 
variado ao longo do tempo, ora centralizando-se em estruturas institucionais de 
âmbito federal, ora baseando suas ações em esferas estaduais ou municipais. O 
modelo proposto pelo atual Sistema Único de Saúde (SUS) implica 
responsabilização de todos os níveis de governo pela prevenção e controle de 
doenças . 
O comportamento do indivíduo e da família em relação ao ambiente afeta 
diretamente a saúde, devendo-se então, o controle das doenças vetoriais não ser 
feita exclusivamente nas unidades de saúde. O lixo é um fator de contaminação 
do solo e da água e também tem papel importante na transmissão de doenças, 
uma vez que os vetores como moscas, mosquitos, baratas e roedores, encontram 
no lixo alimento e condições ideais para proliferação. Logo, devem ser seguidas 
práticas relacionadas à higiene pessoal e da habitação, saneamento básico, e 
controle de insetos e roedores, pois a adoção de práticas conducentes à 
promoção da saúde é condição para manutenção do ambiente saudável. 
Muitos talvez não saibam, mas as pragas e vetores custam caro à nação 
brasileira e até mesmo reflete de maneira negativa na reputação do Brasil no 
exterior, bem como em diversas áreas, a exemplo na exportação, no custo do 
SUS e INSS, no turismo entre outros. O Brasil perde cerca de 25% da produção 
nacional de alimentos por causa das pragas e vetores. estima-se que 50% das 
contaminações alimentares são causadas por pragas e vetores; calcula-se que 
28% dos atendimentos do SUS, em todo Brasil, são causados por problemas 
gastrointestinais, diarreias, úlceras, problemas alérgicos e dermatológicos. 
Alguns insetos são inofensivos e úteis ao homem. Na verdade, é a grande 
maioria dos insetos, uma vez que sem os quais muitas plantas e árvores que 
fornecem alimento ao homem e aos animais não seriam polinizadas nem dariam 
frutos. Um grande número se alimenta exclusivamente de plantas, ao passo que 
alguns comem outros insetos. 
Por outro lado há também aqueles que danificam plantações. Mas os piores são 
os que causam doenças e morte. As doenças transmitidas por vetores (insetos) 
“provocaram mais mortes desde o século 17 até a parte inicial do século 20 do 
que todas as outras causas somadas”, diz Duane Gubler, dos Centrosde Controle 
e Prevenção de 
D o e n ç a s , d o s 
Estados Unidos. 
—-> Veja alguns 
vetores, doenças 
transmitidas e 
controle de forma 
detalhada, no 
“Manual de 
Saneamento” aqui 
no moodle !. 
II. Como os vetores relacionam-se coma nutrição. 
A alimentação, como é sabiso, é um processo essencial para a manutenção da 
vida do ser humano, já que garante o desenvolvimento dos processos naturais do 
organismo. Nessa perspectiva a produção de alimentos é ponto chave para 
manutenção da boa saúde, e alimentos seguros têm importância crítica para a 
qualidade de vida do ser humano, pois garante que a alimentação proporcione a 
nutrição das células e do organismo e evita o desenvolvimento de doenças. 
 A necessidade de uma alimentação segura propiciou a criação de órgãos 
competentes para o controle da produção de insumos. No Brasil, o Ministério da 
Agricultura, Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária são os 
órgãos responsáveis por esse controle, e para tanto instituem legislação específica, 
portarias, resoluções sobre procedimentos de controle que visam à redução e eliminação 
dos riscos de contaminações de alimentos, desde seu preparo, processamento, passando 
pelo transporte, distribuição, armazenamento, até seu consumo. A importância disso 
está no fato de que alimentos contaminados poderem gerar surtos de doenças de origem 
alimentar que afetam a saúde dos consumidores (GERMANO & GERMANO, 2003). 
 Existem três tipos de contaminação; de origem física, origem química e de 
origem biológica, sendo a última a de interesse desse trabalho. A contaminação 
biológica se subdivide em macrobiológica, que é ocasionada por moscas, caramujos, 
pulgões, lesmas, formigas e roedores; e microbiológica, causada por parasitas, vírus, 
fungos e bactérias. O foco do estudo são os contaminantes macrobiológicos, que além 
de serem contaminantes por si, são vetores dos contaminantes microbiológicos (SILVA 
JR., 1997). 
 Segundo Heller, 1998 o controle de vetores de doenças transmissíveis, 
especialmente artrópodes e roedores é uma ferramenta que compõe o saneamento, que 
constitui o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou 
podem exercer efeitos deletérios sobre seu estado de bem estar físico, mental ou social. 
Esse controle porém é de difícil implementação devido as condições higiênico sanitárias 
a que a população é exposta e nesse contexto os vetores continuam sendo veículo de 
doenças para o ser humano. 
 Devido a importância dos vetores dentro do contexto da alimentação e nutrição 
do ser humano, o presente trabalho se compõe no intuito de investigar as causas dessa 
contaminação e os meios de se sanar esse problema, assim como compreender os efeitos 
ocasionados pela contaminação de insumos por esses vetores. 
III. Controle Integrado de Pragas em estabelecimentos de 
alimentos 
O controle de pragas é um tema de grande discussão haja vista que emprego, 
quando realizado quimicamente, com ajuda dos praguicidas, interesses milionários. O 
aumento da temperatura global e mesmo a escassez de água tem fortes implicações na 
ocorrência de pragas como pode ser nesse presente ano (2015) uns dos principais 
indutores epidemiológicos da dengue em todoBrasil e, particularmente, São Paulo. 
Assim, não se deve desprezar o controle biológico, a exemplo da liberação de machos 
infertéis realizada em alguns municípios de São Paulo ao uso de nossa flra nativa em 
que a citronella afasta os mosquitos ou se tenta a cura da esquissitosomose com chás de 
carqueja. A nossa cultura popular para controle de moscas a exemplo dos sacos plásticos 
comágua que se coloca no teto de alguns estabelecimentos é de fato efetivo uma vez 
que a visão das moscas subdividem o campo de visão em centenas de pequenos 
mosaicos e o que ela vê refletido num saco com água pode amedrontá-la fazendo que 
ela evite esses ambientes. 
Assim, o controle de pragas em restaurantes, lanchonetes, cozinhas industriais, 
refeitórios de qualquer estabelecimento é um item obrigatório a ser considerado, pois o 
risco de contaminação dos alimentos em decorrência da presença de pragas é enorme. 
Algumas pragas podem ser vetores de doenças diversas, como disenteria, difteria, 
salmonelose, tuberculose, entre outras. 
IV. Legislação
O controle de pragas em estabelecimentos de alimentos é regido pela Resolução 
de Diretoria Colegiada RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Aplica-se aos serviços 
de alimentação que realizam as seguintes atividades: cozinhas institucionais, 
restaurantes, lanchonetes, cantinas, entre outros. Dessa forma, uma empresa, laboratório 
ou indústria de qualquer ramo de atividade que contenha um restaurante, lanchonete ou 
similar em seu estabelecimento, deve tomar providências quanto ao controle de pragas 
urbanas nesses locais. O item 4.3.1 assim define: “A edificação, as instalações, os 
equipamentos devem ser livres de vetores e pragas urbanas. 
Deve existir um conjunto de ações eficazes e contínuas… com o objetivo de 
impedir a atração, acesso ou proliferação dos mesmos”. Para o controle, o item 4.3.2 
especifica: “Quando as medidas de prevenção não forem eficazes, o controle químico 
deve ser executado por empresa especializada…”. Em estabelecimentos produtores ou 
industrializadores de alimentos, a RDC nº 275 de 21 de outubro de 2003 estabelece o 
Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados (os POPs). Um dos 
procedimentos se refere ao controle integrado de pragas. No item 4.2.6, a Resolução 
especifica: “Os POPs referentes ao controle integrado de vetores e pragas urbanas 
devem contemplar as medidas preventivas… No caso de adoção de controle químico, o 
estabelecimento deve apresentar comprovante de execução de serviço fornecido pela 
empresa especializada contratada…”. 
V. A dinâmica do ambiente
O controle de pragas nesses ambientes requer uma análise criteriosa do ambiente 
físico e das condições de higienização, armazenagem e entrada de mercadorias no local. 
É sempre bom lembrar que nesses locais o aporte de alimentos é extraordinário, e 
muitas vezes um controle químico será bastante limitado pelo risco de contágio dos 
alimentos. Outras vezes, a iscagem para controle de ratos será restrita a alguns pontos, e 
o uso de gel para controle de baratas ou formigas poderá ser muito prejudicado pela 
competição com os alimentos disponíveis num determinado local. 
Algumas vezes o local se apresenta limpo, com uma boa infra-estrutura, mas 
pode ocorrer a invasão das pragas dentro das caixas de papelão, das embalagens 
plásticas que envolvem alguns alimentos, em especial os grãos, massas e farelos, nos 
pallets de madeira. Alguns carunchos (pequenos besouros) ou baratas de cozinha podem 
invadir estes estabelecimentos dessa forma. Outras vezes alguma reforma é iniciada no 
local, aumentando os locais de acesso que antes não ocorria. Ou quando a reforma é 
iniciada na vizinhança, em algum imóvel anexo, disseminando as pragas para outros 
locais. Pode acontecer com a proliferação de ratos, por exemplo, quando seus ninhos 
são perturbados por conta de uma limpeza em um terreno baldio. 
Ocorreram casos em que a importação de pragas, especialmente carunchos e 
ovos de barata de cozinha, foi em decorrência do armazenamento, pelos funcionários, 
de pacotes de biscoito ou outro alimento dentro dos armários dos vestiários. Em vários 
locais desses estabelecimentos a higienização é diária, muita vezes realizadas duas 
vezes ao dia. Desse modo, a aplicação de inseticidas na forma líquida será efêmera. O 
controle de pragas deve ser estudado na abrangência desse contexto, sob o risco de 
subdimensionar o problema, exigindo mais intervenções e desgaste junto ao cliente.VI. Medidas preventivas
Mais importantes que o controle químico, as medidas preventivas tem forte 
impacto na redução da presença e proliferação das pragas em qualquer estabelecimento. 
Uma análise criteriosa deve ser realizada, sempre com o cuidado de associar alguma 
falha estrutural com os aspectos comportamentais da praga em questão: onde ela busca 
abrigo, de que forma pode invadir o ambiente, quais recursos ela busca, quais fontes de 
água e alimento podem estar disponíveis. 
Para evitar a entrada de insetos, verificar ralos sem proteção, portas e janelas 
com vedação insuficiente, sistemas de fechamento automático das portas inoperante, 
frestas na parede, onde o encanamento ou tubulação adentra em algum ambiente. Para 
ratos, verificar também se existem grelhas quebradas, ou vãos entre as telhas de 
fibrocimento, no caso de infestação por ratos de telhado. Nas áreas externas, evitar a 
presença de entulho, deixar o gramado bem aparado, acondicionar o lixo bem protegido 
e vedado, não deixar amontoados objetos em desuso, inspecionar os veículos de carga, 
evitar que caixas de madeira ou de papelão entrem no estabelecimento. Inspecionar 
também os “pallets”, pois podem abrigar baratas de cozinha em suas frestas. 
Nas áreas internas, muito cuidadas com as frestas em azulejos e nas paredes, que 
podem abrigar baratas de cozinha ou ninhos de formigas. Todas essas ações devem ser 
seguidas de um programa de procedimentos de boas práticas que envolverão os 
funcionários, para os devidos cuidados com a higienização, manutenção de 
equipamentos, que impeçam o aparecimento das pragas. O conjunto das medidas 
preventivas, conscientização dos funcionários da mudança de alguns hábitos, e o 
controle químico terão o resultado esperado no controle de pragas nesses 
estabelecimentos. 
Por possuir grande importância na transmissão de doenças através dos alimentos 
os vetores veem sendo alvo de diversos estudos, segundo Ianni e Mady (2005) e Dias 
(2006), foram encontradas evidencias de contaminação por Trypanosoma cruzi em 
caldo de cana e em suco de açaí, em algumas localidades os vetores (barbeiros) foram 
identificados e foi comprovado que estavam infectados com o parasita provocando 
casos de agudos de Doença de Chagas nas pessoas que ingeriram as bebidas 
contaminadas. 
Os dois artigos se referem ao conhecimento prévio datado das décadas de vinte e 
quarenta sobre a contaminação oral por parte do Trypanosoma cruzi, já nessa época 
estudos realizados demonstravam a presença desse microorganismo no sangue de 
animais que haviam consumido vetores (moscas) previamente contaminados. Vários 
experimentos foram feitos na área que comprovavam a existência da contaminação via 
oral. “Desde 1987 sabe-se que o Trypanosoma cruzi pode permanecer infeccioso por 24 
horas no caldo de cana” (IANNI, MADY, 2005). 
Ainda segundo Ianni, Mady, (2005) na Amazônia, os três primeiros casos foram 
registrados em 1966, também com contaminação via oral. Até 2001 havia 148 casos 
informados na Amazônia brasileira, sendo 121 agudos, com cinco mortes. Somente no 
Pará, 71 casos foram notificados, incluindo dezessete microepidemias familiares, 
principalmente por ingestão de suco de açaí contaminado. Os estudos de Dias (2006) 
apontam o relato de Mazza e cols., sobre transmissão por leite materno, outras 
observações assinalaram casos de transmissão oral em Teutônia (RS), no Pará, na 
Paraíba, na Colômbia, na Argentina, no México e na Amazônia, registrando-se mais 
recentemente um surto em Santa Catarina (2005). Um outro episódio parece ter ocorrido 
no Ceará, em 2006, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da 
Saúde. Em acidentes de laboratório, a contaminação oral foi comprovada em técnicos 
que se infectaram pela ingestão de formas de cultura ou de sangue contaminado, 
enquanto que pelo menos um caso (na Argentina) deveu-se a ingestão comprovada de 
carne de caça. A transmissão oral ao homem já foi registrada com linhagens Z1 e Z2 do 
parasita. 
Esses estudos demonstram a necessidade de um trabalho de prevenção contra os 
vetores desse microorganismos e por isso medidas simples como adequado 
armazenamento de insumos e pré-lavagem do material para que haja retirada de 
materiais infectantes e diminuição da chance de ocorrência infecções. 
 As formigas também foram estudadas, sendo constatados por Costa (2006) que 
esses artrópodes são os vetores de microrganismos no serviço de nutrição e dietética do 
Hospital Escola da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, bem como foi 
verificado por Schuller (2004) em unidades de alimentação na região de São Paulo. 
Costa (2006) explana que os artrópodes são os animais que mais afetam aqualidade de 
vida dos homens através de sua presença, da possibilidade de causar prejuízos à 
agricultura e no armazenamento de alimentos, de afetar estruturas residenciais, ou pela 
ameaça que podem causar a saúde pública. Nos últimos anos, a atenção está se voltando 
para as formigas que quando ocorrem em hospitais, são vetores de patógenos, podendo 
ser encontradas também em alimentos estocados. 
Schuller (2004) destaca a presença das formigas nas Unidades de Alimentação e 
Nutrição, que na atualidade são essenciais para garantia da qualidade de vida do ser 
humano, pois devido a correria do dia a dia as refeições realizadas nas UANs 
substituem refeições realizadas em domicílio e dessa forma podem ser veículo 
importante de contração de doenças. Dessa forma a prevenção de vetores é essencial no 
serviço para que não haja a contaminação dos alimentos por microrganismos patógenos. 



 Também foi evidenciada em 50% dos estabelecimentos a presença de vetores 
mecânicos, tendo a mosca doméstica como o principal vetor. Em estudo realizado por 
Mennucci (2010) com analise de amostras de carne de sol comercializadas em “Casas 
do Norte” em Diadema, foram identificados matérias estranhas prejudiciais a saúde, 
sendo em sua maioria de espécimes pertencentes à Ordem Diptera, representados pelas 
moscas domésticas. As moscas são vetores de organismos patogênicos para o homem, 
dentre eles estão as bactérias, como Shigella sp. e Vibrio cholerae, além de vírus 
entéricos, protozoários e helmintos. 
 Mennucci (2010) também encontrou em 6,8% das amostras pelos de roedores. 
Esta evidência é indicativa da presença e/ou infestação por roedores no estabelecimento, 
e de que o produto entrou em contato direto com o animal ou com suas fezes, pois, ao 
lamber-se, o roedor ingere os pelos e os elimina nas fezes. Os roedores são importantes 
animais portadores da Salmonella spp., eliminando este agente para o ambiente, 
juntamente com suas fezes, podendo transmitir esse microrganismo para o homem pelos 
alimentos que entrar em contato. 
 Em pesquisa desenvolvida por Prado (2002) em um Hospital na cidade de 
Goiânia, foram coletadas 103 baratas nas copas da enfermaria e do centro cirúrgico, 93 
baratas estavam contaminadas por algum tipo de microrganismo, sendo a Klebsiella 
pneumoniae a espécie mais prevalente nas baratas coletadas, seguida por Enterobacter 
aerogenes, Serratia marcescens, Hafnia alvei, Enterobacter cloacae e Enterobacter 
gergoviae. Todas essas enterobactérias podem ser associadas a surtos e epidemias 
hospitalares. Para que isso não ocorra é necessário evitar que esses insetos entrem em 
contato com os alimentos para que não haja contaminação. Assim, os alimentos devem 
ser mantidos em recipientes fechados, o ambiente deve ser mantido livre de fragmentos 
e restos de alimentos ou matéria orgânica, as lixeiras devem ficar fechadas e devem ser 
esvaziadas com frequência, a estrutura física deve ser continuamente monitorada, e as 
frestas em paredes, portase rodapés, assim como as rachaduras nos sistemas de 
distribuição de água, esgoto e eletricidade, devem ser vedadas. 
Os estudos analisados e o trabalho de Heller (1998) nos mostram a intrínseca 
relação entre saneamento, saúde e a prevenção de doenças. Um bom planejamento de 
saneamento prevê a prevenção de vetores por meio de desinssetização, desratização e 
outras práticas que impedem que os vetores alcancem os alimentos e possa dessa forma 
contaminá-los com patógenos, dessa forma o planejamento sanitário da cidade e dos 
locais de produção de alimentos é essencial para a garantia da produção de alimentos 
seguros para o consumo humano. Além das ações preventivas, as ações corretivas 
também são importantes no contexto da produção de alimentos, pois a manutenção das 
práticas de dedetização e a observação do ambiente para repetir a ação quando 
necessárias são ferramentas utilizadas nas áreas de produções de alimentos como forma 
de garantir a não contaminação de insumos através de vetores. 
É possível notar que o Saneamento é fundamental apara a garantia da segurança 
alimentar e desenvolvimento das ações em promoção e prevenção de saúde, inclusive 
no tocante a produção de distribuição de alimentos. As questões sanitárias devem ser 
levadas em consideração no planejamento estrutural de cidades e unidades de produção 
e fornecimento de alimentos e ações corretivas e preventivas nessa área precisam ser 
utilizadas corretamente para a existência de uma saúde de qualidade. 
 
VII.Bibliografia
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 RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004 – Regulamento Técnico de Boas 
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 RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 
 Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados 
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