Indubrasil e Pardo Suiço

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL - UCS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
ZOOTECNIA DE BOVINOS
INDUBRASIL E PARDO SUÍÇO
GABRIEL V. MARTINS, HELTON ZATTI, LUCIANE JAHN E ROBERTA ZORZI 
CAXIAS DO SUL, ABRIL DE 2015.
GABRIEL V. MARTINS, HELTON ZATTI, LUCINE JAHN E ROBERTA ZORZI
INDUBRASIL E PARDO SUÍÇO
Trabalho apresentado à disciplina de Zootecnia de Bovinos do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Caxias do Sul – UCS, correspondente a avaliação da mesma.
 Prof. Dr. Raquel C. Arnoni
CAXIAS DO SUL
2015
RESUMO
O presente trabalho buscou apresentar o histórico, a origem e as principais características das raças bovinas Indubrasil e Pardo Suíço. A raça Indubrasil teve sua origem no Brasil, na região do triangulo mineiro, sendo oriunda do cruzamento entre varias raças zebuínas pré-existentes no país, buscando as melhores características de cada raça. Tem como principais virtudes: a rusticidade, docilidade e grande heterose nos cruzamentos. São animais robustos, apresentando dupla aptidão, bom desempenho leiteiro e de carcaça para animais de cortes. As pelagens podem ser branca, vermelha, cinza e pele escura. A raça Pardo Suíça é uma das mais antigas do mundo, tendo sua origem nos Alpes Suíços, sendo bastante rústica, adaptável, fértil e longínqua. Sua seleção era baseada na corpulência, aptidão para o trabalho e produção leiteira, formando assim animais de dupla aptidão, tendo bom desempenho leiteiro e ótimo rendimento de carcaça. Esses animais apresentam cor cinza e pele escura. São utilizados em cruzamentos com outras raças apresentando bons resultados. Além desta descrição o trabalho apresenta entrevista realizada com criador da raça Indubrasil.
Palavras chave: características raciais, origem, Indubrasil, Pardo Suíço, cruzamentos.
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo foi apresentar as origens, características, aptidões das raças bovinas Indubrasil e Pardo Suíço. Também está inserida no trabalho uma entrevista feita com o criador da raça Indubrasil Fiorindo Bachi, onde ele relata como começou a criar raça e também sobre o potencial produtivo e genético da mesma.
2 INDUBRASIL
2.1 Origem e histórico da raça
A introdução das raças zebuínas, iniciada no século passado e intensificada a partir de 1920, ocasionou um grande impulso à pecuária de corte do Brasil. Em decorrência, principalmente, da sua grande adaptabilidade a altas temperaturas e resistência a endo e ectoparasitas, condições deficientes de manejo e pastagem de baixa qualidade e com disponibilidade restrita. Isto, provavelmente é resultado de uma seleção natural os cinco mil anos de sua existência nos trópicos, destas formas os zebuínos puros ou mestiços encontram-se amplamente difundidos na região nordeste (Martins Filho et al., 2001).
A raça Indubrasil surgiu no triângulo Mineiro, como resultado, principalmente, do cruzamento entre as raças Gir e Guzerá, mas também com participação de outras raças importadas da Índia, como o Ongole, Hissar, Mewati e Sindi (Santiago, 1986).
Há relatos de que o Indubrasil possa ter surgido ocasionalmente, através da curiosidade de criadores e estudiosos da época que queriam unificar em uma raça as principais qualidades do gado zebu. O primeiro registro genealógico na Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) aconteceu em 1938. Segundo a associação de criadores bovinos, o gado Indubrasil, ocupa atualmente o quarto lugar entre as principais raças de origem indiana criadas no Brasil.
Um dos principais responsáveis pelo resultado foi o Coronel José Caetano Borges, em Uberaba/MG, que teve padrão racial estabelecido pela Sociedade Rural do Triângulo Mineiro no ano citado.
2.2 Aparência geral
Cabeça grande, orelhas grandes (a maior entre os bovinos), chifres médios, corpo volumoso, cupim de pequeno à médio, linha superior longa, tórax amplo e profundo, flanco cheio, membros fortes e um tanto grosseiros, ossatura pesada, olhos sonolentos, as fêmeas de grande porte podendo atingir 750 kg na fase adulta (casos de 900 kg) e os machos adultos com peso máximo de 1000 quilos (recordes acima de 1.200kg). O tipo pode tender para qualquer das raças de fundação.
Apresenta uma boa habilidade materna, docilidade e conversão alimentar entre os destaques da raça. Boa adaptação em confinamentos, com ótimo ganho de peso diário e bom rendimento de carcaça. Dupla aptidão e grande heterose nos cruzamentos (vigor híbrido dos cruzados, quando comparado às raças sintéticas).
Atualmente o Rio Grande do Sul possui o maior mercado de sêmen da raça. Podem ser utilizados em cruzamentos com animais de sangue zebu como de europeu e tem fama de ser soberano nos cruzamentos. Já há inclusive cruzamento do Indubrasil com o gado Holandês. 
2.3 Tamanho
Vacas com 1,42m e 600 kg, touros com 1,50m e 900 kg.
2.4 Pelagem
Branca, vermelha e cinza fumaça, com extremidades em gerais mais escuras, pele preta ou escura, vassoura preta e unhas escuras. Pelos finos, curtos e sedosos.
2.5 Aptidões e qualidades
Carne, leite e trabalho. Raça rústica, pesada, grande, com rendimento de 60%. Embora não perfeitamente fixa, e boa para criação extensiva e para cruzamentos. 
As taxas de crescimento absoluto (TCA): 750 e 650 g por dia, para machos e fêmeas, em sistemas de confinamento.
2.6 Curiosidades
Esta raça já teve outros nomes: Induberaba, Induaraxá, Indubahia, Induporã. Com o nome Indubrasil aprovado em 1929 oficialmente.
Em 1946, os EUA importaram este animal para melhoramento do Brahman.
Função do cupim, barbela e orelhas grandes: Cupim: Carne muito nobre e reserva energética. Barbela: Armazenamento de gordura. Em períodos de fartura de carne, ela se enche e em períodos de secas ela diminui. Orelhas grandes: Funciona como uma espécie de radiador, pois por ser uma área grande e de fácil circulação venosa, sendo então fácil dissipar calor por esta área, por isso que em épocas de 40°C é comum ver o Indubrasil comendo em baixo do sol quente pastando naturalmente enquanto outras raças estão em baixo de árvores, sombrites e dentro da água.
3 ENTREVISTA: 
Nome cabanha: Sitio Tio Fiorindo.
Nome proprietário: Fiorindo Bachi (pai) e Elair Bachi (filho).
Local e telefone: São Silvestre - Pain Filho. Fiorindo - (54)99570468 e Elair - (54)99251059.
Histórico da propriedade: O Indubrasil começou em nossa propriedade em meados de 2007, é um gado que eu tive a felicidade em me apaixonar logo no primeiro contato, pela docilidade, pela beleza racial e por essas condições que ele se adaptou perfeitamente ao nosso revelo. Primeiramente compramos alguns animais apenas por capricho, mas o Indubrasil tem uma função muito especial em nossa propriedade, meu pai teve problema de alcoolismo por 30 anos e minha mãe em consequência disso tinha problema de depressão. Os animais por transmitirem esse olhar dócil, por terem esse temperamento calmo, vieram para propriedade e começam a dar a contribuição deles no sentido de que se tornaram amigos da família. Meu pai começou a ter interesse em cuidar deles, grande fator que auxiliou ele à deixar os problemas dele para trás (de alcoolismo) foi a criação do Indubrasil. Ele iniciou financeiramente com essa possibilidade de ganhar dinheiro em cima dessa raça, por serem animais que se adaptam a qualquer propriedade, eles são utilizados pelo embelezamento de propriedade, hobby, para carne, leite e cruzamentos, o Indubrasil colaborou para nossa propriedade, por isso trabalhamos cada vez mais com raça, acreditando sempre no crescimento e reconhecimento da raça.
O Sítio Fiorindo foi a primeira propriedade a criar esta raça no RS, reconhecida pela ABCZ, por que fez esta escolha? O que te levou a optar pelo indubrasil?
 O Indubrasil me impressionou à primeira vista, por sua beleza peculiar, docilidade. Esta raça é totalmente diferente das demais raças bovinas, principalmente pelas orelhas. Eu crio à oito anos, apenas esta raça.Quais as raças de que melhor de adaptam com ao cruzamento?
Ele é o soberano dos cruzamentos, o contato que tivemos foi com o Holandes, cruzamento extraordinário, pode ser utilizado tanto para leite quanto para carne, pode ser cruzado com o gado Angus também já obtivemos resultados excelentes e Braford também. No cruzamento com o Nelore ele tem rendimento maior de carcaça de 2 a 3 arrobas. 
Idade e peso ao abate?
Como a gente não tem feito trabalho direcionado ao frigorifico, trabalha sempre seguindo a genética, não sei dizer exatamente qual a idade e peso ao abate.
Idade e peso no entoure?
Fêmeas na faixa de 16 a 20 meses, varia entre 400 e 500 kg.
Conversão alimentar?
Principal dentro da raça, prova disso está dentro da propriedade do meu pai, são 7 hectares, 5 hectares são utilizados para formação de silagem e nós estamos conseguindo manusear 87 animais em menos de 12 hectares
Rendimento médio de carcaça?
No Indubrasil puro 55% e no cruzamento 60%.
Peso médio ao nascer e ao desmame?
Peso ao nascer varia de 25 a 30 kg machos e fêmeas, no desmame 250 kg, idade mais ou menos 6 meses.
Habilidade materna?
É um fator importante, possui uma extraordinária habilidade materna, nunca vi uma mãe abandonar um terneiro.
Características raciais?
Principal característica são as orelhas longas, as cores que predominam são o branco e o vermelho, são animais com membros fortes.
Longevidade?
Varia entre 12 a 15 anos.
Esta raça necessita de alguma especificação veterinária ou de alguma alimentação diferenciada?
Não necessita de nenhum atendimento veterinário especial. Na verdade é um dos zebus mais rústicos, basta olhar o nordeste do país lá a raça predomina. É um animal próprio para longas caminhadas, resistente a falta de alimentos e também é muito resistente a pragas (carrapatos e bernes). Aqui no Sul ele é muito usado porque existem muitos terrenos dobrados (relevo acidentado - morros) e onde outras raças não entram ele vai feliz da vida. Além disso, come qualquer coisa.
Qual a dica para quem quer começar no setor?
Sendo bem otimista e realista ao mesmo tempo, o Indubrasil é uma grande raça, genuinamente brasileira, tem muitas potencialidades e tem vários mercados para ser explorado.
Quais as vantagens da criação desde raça?
Conversão alimentar, soberano nos cruzamentos, longevidade e rusticidade.
Qual a desvantagens desta raça?
A desvantagem do Indubrasil talvez seja a falta de dados e números, pesquisas para provar o grande potencial que a raça tem, isso é uma desvantagem que temos em relação as outras raças.
Algum obstáculo nestes cinco anos de criação?
Eu sou um criador pequeno, tenho aproximadamente 90 animais hoje. A maior dificuldade foi chegar a uma exposição e logo a primeira que participei foi a Expointer, mas o esforço valeu a pena! Nossos animais foram os grandes campeões e nós recebemos o titulo de melhor criadores da raça.
 Facilidade de partos?
Ótima facilidade para partos, onde 98% dos partos são normais e os outros 2 % é questão de ajeitar cabeça e patas.
 Ganho de peso?
Sem estimativa, mas a propriedade vai entrar no Programa Melhoramento Genético Zebuíno (PMGZ), para representar a associação geral. Mas já se tem pesquisas com gado confinado que mostram 750 e 650 g por dia, para machos e fêmeas.
 Resistência a parasitas?
Por ele vir da Índia, lá existia grande quantidade de parasitas, então ele veio com uma grande carga genética em se defender dos parasitas. Na propriedade se usa uma dose anual, mas mais pelo verme, do que propriamente para o carrapato e berne.
 Sabe-se que as raças zebuínas possuem alta fertilidade. A raça Indubrasil responde para tal também?
Sim. Inclusive já tem colegas de vocês veterinários, que estão utilizando a raça zebuína em vacas que tem problema em emprenhar.
 Intervalo entre partos? E qual a probabilidade de nascer mais machos ou fêmeas?
Aqui na propriedade é de 13 á 14 meses, mas não porque os animais são tardios e sim porque a propriedade ainda esta se adaptando, por ter um grande número de animais e a propriedade precisa ainda melhorar questão de piqueteamentos, mais cuidados com os bezerros e com instalação de cochos específicos para eles, assim exigindo menos leite da mãe, aí desta forma a vaca se desgasta menos e a probabilidade dela emprenhar é bem rápido. Vacas de pista da expo inter a média é de 45 dias. E a probabilidade de nascidos é de 50% machos e 50% fêmeas.
Qual o sistema de criação é utilizado na propriedade?
Da para se dizer que quase 100% extensivo. Eles só vêm para casa para ganhar silagem e sal. As que ficam mais confinadas são as que ficam no período pré parto.
Em qual clima e sistema de criação melhor se adapta?
Para o Indubrasil não existe clima especifico, pois ele se adapta à um clima de 40°C do Nordeste e a um clima de 0 à -5°C aqui do RS, na chegada do frio ele engrossa e cresse os pelos e na chegada do verão volta a clarear e derrubar os pelos.
Que tipo de alimentação é fornecido aos animais?
Silagem e pastagem natural (nativa).
Quantidade de litros de leite de uma vaca?
A propriedade não trabalha com leite, mas por curiosidade a própria propriedade já fez um teste e em 4 dias, de 4 litros passou para 10L e ainda tinha para o terneiro, e se fosse continuar ela poderia aumentar ainda mais. 
Raças que fazem parte da sua composição genética?
Somente Indubrasil.
MENSAGEM: “Estamos totalmente felizes com a raça, pois existe mercado, os animais se adaptam com facilidade, o que comem convertem bem, não são exigentes a alimentação, pois comem o que os fornecer.”
4 PARDO SUÍÇO
4.1 Origem da raça
A raça Pardo-Suíço é uma das raças bovinas mais antigas e mais puras que se conhece. É uma raça muito apreciada por suas diferentes qualidades, pela quantidade e qualidade do leite, por sua carne e por sua habilidade para trabalho.
Apresenta duas linhagens específicas, sendo uma de origem Americana, com aptidão leiteira e outra Européia, com aptidão para produção de carne (AMCGS, 2007 apud KUSS et al, 2008). 
Conhecido como gado Schwyz, teve a denominação de gado Pardo-Suíço, oficialmente adotado em 1880. Nos países de língua inglesa é conhecido como Brown Swiss, na Suíça e países de língua alemã como Braunvieh e na Itália como raça Bruna.
Os mais antigos Pardo-Suíços, registrados pela história, viviam numa região correspondente ao nordeste da Suíça, desde cerca de 4000 A.C. (datação feita a partir de ossos encontrados nas ruínas do Lago Suíço, na borda dos Alpes), em condições climáticas e topográficas extremamente duras.
Nesse ambiente a natureza foi a responsável pela primeira seleção genética, pois sobreviveram os mais fortes, definindo os atributos básicos do Pardo-Suíço: rusticidade; adaptabilidade; fertilidade e longevidade. 
A partir do início do século passado, surgiu outro fator seletivo da raça, além da própria natureza. Os fazendeiros suíços começaram a selecionar animais para atender a demanda de exportação para o norte da Itália, em função de altura, peso e produção leiteira. A seleção de vacas matrizes era baseada em “corpulência, harmonia de conformação e produção de leite”.
No Brasil, os primeiros animais da raça chegaram ao início do século (1911), através de importações oficiais, sob patrocínio do governo. Vinte e sete anos após, em 1938, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço. Em 11 de março de 1939, na Granja dos Papagaios situada em Itaipava, município de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, foi registrado o primeiro animal nacional, um garrote de nome “Hector de Papagaios”, tatuado com o número 001, pelo então Presidente da República Exmo. Sr. Getúlio Vargas.
4.2 Características gerais da raça
 Forte e vigorosa, rusticidade acompanhada de qualidade. Cor cinza variando desde o claro até o escuro e suas nuances. Pele pigmentada escura. Pelo curto e fino, mais claros ao redor dos olhos, focinho e na face interna da orelha, onde são mais longos, mucosas nasais escuras. Animais com chifres deverão apresentá-los com base branca e pontas pretas,de tamanho médio, afunilado até a ponta, não havendo discriminação para ausência de chifres. Cascos escuros.
4.3 Linhagem Européia (Corte)
	Esta linhagem direciona-se para produção de cortes. Animais apresentam cabeça grande e moderadamente grande. Lombo largo e linha dorsal reta. O peito é profundo com costelas bem arqueadas. Os posteriores são bem desenvolvidos e carnudos. Coloração “cinza-escuro” e seus nuances. Os animais adultos atingem de 600 a 700 Kg, nas fêmeas e nos machos chegam de 950 a 1000 Kg (AMCGS, 2015). Ganho de peso diário, nas fêmeas de 0,7 Kg com altura de 1,35 m e nos machos de 0,8 Kg, com altura de 1,45 m aos 24 messes (ABCPS, 2015).
	Animais Pardo Suíço, destacam-se na produção de carne pela marmorização da mesma e pela alta musculosidade, apresentando carcaças de boa conformação (KUSS et al, 2008). 
4.4 Linhagem Americana (Leite)
 Os animais desta linhagem devem ter evidência de habilidade produtora leiteira, angulosidade e condição corporal compatível com o estágio fisiológico. 
De acordo com ABCPS (2015), o sistema mamário deve apresentar ligamento, forma, equilíbrio, capacidade, consistência, textura, irrigação e evidencia de longevidade. Quartos anteriores de comprimento moderado, largura uniforme desde a frente à parte de trás, não bojudo, inserção suave como o ventre, ligamentos firmes e volume aproximadamente igual ao dos quartos posteriores. Quartos posteriores presos desde o alto, largos projetando-se ligeiramente além dos membros posteriores, de bastante uniformidade em sua largura desde a parte de cima até sua base. Bem aderido ao ventre, mostrando o ligamento intermediário bem definido quando visto de trás.
Os tetos de tamanho uniforme, de comprimento e diâmetro médio, cilíndricos, aprumos bem separados vistos de lado, e vistos de trás proporcionais a largura do úbere, quando o úbere estiver repleto e voltado para dentro quando esgotado. As veias mamarias volumosas, ramificadas e sinuosas.
O úbero deve ser pouco profundo, nunca ultrapassando a linha do jarrete. 
4.5 Produção Leiteira
	 De acordo com AMCGS (2015), o Pardo Suíço é uma raça de alta produção leiteira, apresentando leite com quantidades de sólidos totais e proteínas, adequados ao mercado consumidor, tanto para industrialização como para consumo inatura. 
4.6 Cruzamentos
	O desempenho produtivo de um animal é atribuído a combinação do potencial genético e o ambiente de criação. Para uma população, as alterações nas características produtivas, ao longo dos anos, também têm influência de fatores ambientais e da constituição genética dos indivíduos. O objetivo principal de um programa de melhoramento genético animal consiste em alterar a média para o caráter desejado. Este objetivo é obtido pela alteração da frequência gênica, na população para os genes que regulam o caráter desejado, ou seja, pela seleção. ARAÚJO et al (2003).
Dentre as raças melhoradoras, o Pardo-Suíça tem atendido as exigências produtivas de variados tipos de sistemas de produção, demonstrando grande crescimento, especialmente durante a última década (RENNÓ, 2000 apud RENNÓ, 2002). A sua coloração uniforme, com pele pigmentada, garante maior proteção contra a radiação ultravioleta, impedindo as doenças relacionadas com a exposição ao sol. A resistência ao calor permite que os touros acompanhem os rebanhos zebuínos. As qualidades da raça e a uniformidade das crias são vistas já na primeira cruza(F1). No Brasil, estima-se que exista cerca de 1 milhão de cabeças oriundas de cruzamento com a raça Pardo-Suíço. Pelo excelente resultado dos cruzamentos os machos Pardo-Suíços são muito procurados e comercializados como reprodutores.
4.7 Linhagem leiteira
Pardo-Suíço x Girolando(tricross): Caracterizado por pelagem escura, uniforme e produzir machos rústicos e fêmeas produtivas, férteis e com maior persistência de lactação e adaptação à máquina de ordenha. A produção leiteira de vacas Tricross de 4,741 kg de leite em 305 dias (15,54 kg/dia).
Pardo-Suíço x Indubrasil: Os produtos deste cruzamento são conhecidos como animais Itapetinga, denominação proveniente do sul da Bahia, região onde o cruzamento é popular. Estes animais impressionam pelo grande porte e pela boa produção leiteira.
Pardo-Suíço x Guzerá: Crias conhecidas como Lavínias. É outro cruzamento muito utilizado no Nordeste. Em média, as fêmeas adultas pesam entre 450 e 550 kg com produção leiteira de 2.670 kg em 228 dias. Os machos atingem excelente peso aos 24 meses.
Pardo-Suíço x Gir: Este cruzamento resulta em animais com pelagem mais uniforme, maior estatura, boa produção de leite e em úberes com tetas de tamanho e formato mais desejáveis.
4.8 Linhagem de corte
Pardo-Suíço x Nelore: Este cruzamento é muito difundido no Brasil, o F1 apresenta garrotes precoces e pesados, as fêmeas são excelentes reprodutoras, melhorando muito a habilidade materna em relação as suas mães. As ½ sangue desmamam seus bezerros com média de 235 kg aos 7 meses de idade, chegando aos 24 meses com 590 kg. Este cruzamento foi campeão da Prova de Carcaça em Uberaba/MG, com 24 meses de idade, 598kg de peso vivo e 344 kg de peso morto, alcançando 57,33% de rendimento de carcaça. Já no IMEP, Instituto Melon de Estudos, em Goiás, o rendimento foi de 58,17% em produção de novilho superprecoce. Em teste realizado no Mato Grosso do Sul, em parceria com a EMBRAPA/CNPGC – Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte, o pardo-Suíço cruzado com zebu foi o melhor ganhador de peso, com 1.010g/dia, em regime de pasto. Já em confinamento, os cruzados apresentaram um peso final médio de 518 kg, ganho de peso médio diário de 1.844g, com rendimento de carcaça de 55,20%. A camada de gordura externa foi de 3mm. Alguns destes animais registraram ganho de peso diário acima de 2.000g.
A produção de animais F1 Pardo Suíço x Canchin é mais interessante ao produtor, devido à maior velocidade de ganho de peso e maior peso de carcaça, ao frigorífico, por obter carcaças de melhor conformação e grau de acabamento, e ao consumidor, por apresentar maior grau de marmorização da carne e textura mais fina.
5 CONCLUSÃO
Sendo assim, com o presente trabalho, foi possível constatar que, tanto a raça indubrasil quando a raça pardo suíço são animais bastante rústicos, adaptáveis, de alta conversão alimentar, ótima habilidade materna, férteis, de dupla aptidão e de vidas longínquas. Ambas são utilizadas para melhoramento genético de outras raças, pois, as suas colorações de pele e pelo os garantem proteção contra a radiação ultravioleta, impedindo as doenças relacionadas a exposição do sol. Dentro de suas particularidades, o indubrasil se destaca pela docilidade, já o pardo suíço por serem fortes e vigorosos, sem serem grosseiros.
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