Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO DO TESTE RAVEN A atividade mental edutiiva envolve a capacidade de extrair um significado de uma situação confusa; de desenvolver novas compreensões; de ir além do que é dado para perceber o que não é imediatamente óbvio; de estabelecer constructos (em grande parte não verbais), que facilitam lidar com problemas complexos, envolvendo muitas variáveis mutuamente dependentes. São capacidades que tanto as crianças necessitam para desenvolver um sentido das regras não escritas da linguagem, quanto, por exemplo, os executivos em seus processos de tomada de decisão em negócios internacionais. A atividade mental reprodutiva inclui o domínio, a lembrança e a reprodução de materiais (em grande parte verbais) que constituem uma base cultural de conhecimentos explícitos, normalmente verbalizados. INSTRUÇÕES PARA APLICAÇÃO MATERIAL DO TESTE Para aplicação do CPM são necessários: (a) caderno de aplicação, (b) folha de respostas, (c) este Manual, (d) crivo de correção, (e) cartazes (para aplicação coletiva). APLICAÇÃO INDIVIDUAL Quando se usa a Forma de Caderno do teste, as crianças tendem a ser menos cuidadosas, uma vez que não podem ver o resultado da colocação do pedaço escolhido no desenho que deve ser completado. Então, é necessária uma orientação para assegurar que a criança olhe bem o desenho e esteja convencida de que o pedaço apontado é o único que poderá completá-lo. Durante uma conversa preliminar, anotam-se, na folha de respostas, os dados da criança a ser testada. Depois disso abre-se o caderno na primeira página, AI , e diz-se: "Olhe para este desenho." (Apontar a figura superior.) "Como você vê, este é um desenho do qual foi tirado um pedaço. Cada um destes pedaços abaixo (apontar para cada um) tem a forma certa para completar o espaço, mas apenas um deles é o pedaço certo. O n. 1 tem a forma certa, mas não tem o desenho certo. O n. 2 não tem nenhum desenho. O n. 3 está totalmente errado. O n. 6 está quase certo, mas está errado aqui (apontar para a parte branca). Só um é o certo. Mostre o pedaço que é totalmente certo." Se a criança não mostrar o pedaço certo, continue sua explicação até que a natureza do problema a ser resolvido seja bem compreendida. Depois disso passar para o problema A2, dizendo: "Agora mostre o pedaço que foi tirado deste desenho. " Se a criança errar, redemonstrar o problema AI e pedir-lhe novamente para fazer A2. Se o problema for resolvido corretamente, passar para A3 e proceder como antes. No item A4, antes que a criança tenha tempo para apontar um dos pedaços, dizer: "Olhe bem para o desenho." (Passar o dedo sobre ele.) "Apenas um destes pedaços está completamente certo. Preste atenção, olhe para cada um deles primeiro." (Apontar para cada um dos seis pedaços.) "Agora mostre o certo para colocar aqui. " (Apontar para o espaço.) Quando a criança indicar um dos pedaços, quer este seja o certo ou não, dizer: "É este o certo para colocar aqui" (Apontar para o desenho e para o espaço a ser completado.) Se a criança disser" Sim", aceitar sua escolha com aprovação, quer esteja correta ou incorreta. Se a criança quiser mudar a sua escolha, dizer: "Então, mostre qual é o certo. " Se agora a criança escolher certo ou errado dizer novamente: "É este, que é o certo?" Se a criança estiver satisfeita, sua escolha é aceita. Se ela ainda estiver em dúvida dizer: "Então, qual é o certo?" E aceitar o que foi apontado, agora como decisão final da criança. O problema A5 é demonstrado da mesma forma que o A4. Em qualquer momento, entre AI e A5, o problema AI pode ser usado para ilustrar o que a criança deve fazer e pode-se então pedir-lhe para tentar de novo. Se a criança não for capaz de resolver os problemas AI a A5 corretamente, a Forma de Tabuleiro do teste deve ser usada. Se eles forem resolvidos facilmente passar para A6, dizendo apenas: "Olhe bem para o desenho. Agora, qual destes pedaços (apontar para cada um) vai aqui?" (Mostrar o espaço.) "Preste atenção, apenas um é totalmente certo, qual é ele? Pense bem antes de mostrar qual é". À medida que cada problema é apresentado, a mesma instrução é dada, enquanto for necessário. Anotar a resposta da criança no espaço apropriado na folha de respostas. Ao demonstrar o primeiro problema da Série Ab, apontar novamente para cada uma das três figuras no desenho e o espaço a ser completado e dizer: "Veja o que acontece ... esta, esta - esta ... o que deverá estar aqui? Mostre o pedaço certo que deverá ir aqui. Preste atenção. Olhe um de cada vez: Só um é totalmente certo. Qual é ele?" Nos problemas Ab 1 a Ab 5, depois que a criança tiver mostrado um dos pedaços, quer esteja certo ou errado, dizer: "É este o certo para completar este desenho?" (Apontar para o desenho e o espaço a ser preenchido.) Do mesmo modo que antes, se a criança disser "Sim", aceitar a sua escolha com aprovação. Se a criança mudar de idéia, proceder como na Série A, e aceitar o que ela finalmente considerar como certo. Depois do 5° problema não se deve mais perguntar à criança se o que foi escolhido está certo. Dizer simplesmente: "Olhe bem para o desenho. " (Apontar para cada uma das figuras e o espaço a ser preenchido). "Preste atenção, apenas um destes pedaços completa bem o desenho." (Apontar para cada um deles.) "Qual é ele?" A mesma orientação é dada para cada problema, enquanto for necessário. Anotar o tempo a partir do problema A3. APLICAÇÃO COLETIVA Não devem ser testadas mais do que 8 ou 9 crianças em cada grupo. A aplicação coletiva só deve ser feita para crianças acima de 8 anos de idade ou que estejam, no mínimo, na 2a. série do 1º grau. Para as sessões será necessário: 1) Reservar aproximadamente uma hora e meia, embora muitas crianças terminem na primeira metade desse tempo. 2 ) Uma reprodução em tamanho de cartaz dos dois primeiros itens. Antes de começar a sessão do teste, estas devem ser fixadas em um quadro sobre um cavalete, de tal modo que o item AI oculteA2, mas a folha deAI possa ser virada para expor A2. 3) Um lápis para cada criança. 4) Um conjunto de cadernos de aplicação das Matrizes Progressivas Coloridas - um para cada criança. 5) Um conjunto de folhas de respostas. Antes das crianças entrarem na sala, anotar os dados de cada criança na parte superior da folha de respostas e distribuir os cadernos do teste e as folhas, de modo a impedir a cópia. Certifique-se de que cada criança sente-se no lugar correto. Quando as crianças entrarem: I) Pedir-lhes para não abrirem os cadernos até que seja dada ordem para fazê-Io. II) Explicar que o Teste de Matrizes Progressivas mede a capacidade de perceber e pensar com clareza. III) Pedir às crianças para abrirem os seus cadernos na 1 a. página. Mostrando a ampliação que está no cavalete, dizer: "Esta é igual a de vocês. No alto está escrito A - Série A - e na sua folha de respostas vocês têm uma coluna aqui para a Série A. Este é AI. Como vocês vêem na parte superior há um desenho grande com um pedaço faltando. Cada um destes pedaços abaixo (apontar para cada um deles) tem a forna correta para completar o espaço, mas nem todos completam o desenho. " "O número 1 (apontar para o pedaço e depois para o desenho) está completamente errado. Os números 2 e 3 também estão errados, eles completam o espaço, mas não têm o desenho correto. E o número 6? Ele tem o desenho certo (ilustrar que o desenho é o mesmo do que está acima), mas ele não o completa totalmente. Mostrem com seu dedo aquele que está totalmente certo. " Observar se isto é feito corretamente. Se necessário explicar mais e então dizer: "Sim, o certo é o número 4. Portanto, a resposta para AI é 4. Escreva 4 aqui, ao lado do número 1 na coluna A na sua folha de respostas. Não virem a página ainda". Esperarque todos terminem e continuar: "Em todas as páginas de seus cadernos há um desenho com um pedaço faltando. Vocês têm que procurar em cada um dos pedaços abaixo, qual é o certo para completar o desenho acima. Quando vocês tiverem encontrado o pedaço certo, escrevam o número dele na sua folha de respostas ao lado do número do desenho. Não escrevam nos cadernos. " "No começo são fáceis e ficam cada vez mais difíceis, à medida que vocês continuam. Sempre há apenas um pedaço que completa o desenho. Não há truques, se vocês prestarem atenção à maneira de resolver os fáceis, vocês acharão os outros menos difíceis. Tentem cada um na ordem, isto é, do começo para o fim do caderno. " "Trabalhem no seu próprio ritmo. Não pulem nenhuma página. Não voltem para trás. Vejam quantos vocês podem fazer corretamente. Vocês podem gastar quanto tempo quiserem. Virem a página e façam o próximo problema". Quando tiver passado tempo suficiente para todos anotarem a resposta de A2 dizer: "Naturalmente o certo é o número 5. Vejam se vocês escreveram o número 5 na sua folha de respostas, ao lado do número 2 na coluna A." "Continuem sozinhos dessa maneira até o fim do caderno. Eu vou andar pela sala, para ver se vocês estão continuando corretamente. " "Levantem a mão quando acabarem". IV) Anotar o tempo. (Ver item VII). V) Verificar se cada criança anotou corretamente, na folha, as respostas dos primeiros 5 itens. Se alguma criança não compreendeu a natureza do problema e o que deve fazer, demonstrar novamente o item 1, mas não ajudá-Ia com o conteúdo dos itens. VI) No final de 15 minutos, verificar novamente se as crianças estão registrando suas respostas no lugar certo. As crianças freqüentemente omitem itens e deslocam todas as respostas subseqüentes para cima na folha de respostas. VII) No final de 20 minutos pedir às crianças para fazer um círculo em volta do número do problema em que elas estão trabalhando. VIU) Pedir às crianças para avisar, quando elas terminarem. Então, verificar se a folha de respostas foi preenchida corretamente e se a idade que elas declararam corresponde à sua data de nascimento. Elas podem então voltar às suas atividades normais. Anotar o tempo a partir do item A3. AVALIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS AVALIAÇÃO A avaliação do teste é feita colocando-se um gabarito ou chave de correção sobre a folha de respostas, atribuindo-se um ponto a cada resposta" certa". Quando a aplicação é feita individualmente, o aplicador anota, na folha de respostas, a opção ou opções feitas pelo sujeito; no caso de aplicação coletiva, o próprio sujeito anota suas escolhas. Na Forma de Caderno, quando a aplicação é feita individualmente, o pedaço que o sujeito aponta corno sua escolha final é a considerada "certa" ou "errada". N a aplicação coletiva pode ocorrer que o sujeito anote mais de urna escolha para um determinado item; neste caso, o aplicador deve informá-lo para riscar todas, com exceção daquela que ele considera como "correta". Se esse erro não foi observado pelo aplicador até o término do teste, considera-se a escolha que estiver na extrema direita, quer as outras respostas estejam "certas" ou "erradas". A pontuação total corresponde ao número de "acertos". No entanto, esse resultado pode não corresponder ao potencial real do sujeito, caso tenha ocorrido interferência de alguma variável durante a aplicação. Por isso, deve ser verificada a consistência da pontuação, que consiste em uma subtração entre os totais parciais obtidos em cada série e os totais parciais esperados, que podem ser consultados na Tabela XXIII em relação ao total de pontos obtido pela criança. Nenhuma das diferenças pode ser maior do que 2. (Nota: a soma algébrica das 3 diferenças obtidas deve ser igual a zero.) Caso contrário, o teste não é considerado uma estimativa válida da capacidade intelectual do sujeito. A Tabela XXIII apresenta os pontos esperados em cada série para cada escore total a partir de 8 pontos, obtidos para a amostra brasileira. O método mais satisfatório de interpretar a significância do escore total de uma pessoa é considerá-lo em termos da porcentagem de frequência com que um escore similar ocorre entre pessoas de sua própria idade, isto é, através do percentil associado à pontuação. Este método tem como vantagem sobre outros, que não é feita nenhuma suposição a priori de que, na infância, o desenvolvimento da capacidade intelectual seja necessariamente uniforme ou distribuído simetri¬camente. Para transformar a pontuação total, obtida pela criança, em percentil, deve-se procurar na coluna da tabela adequada, correspondente à idade da criança, o total de pontos obtidos e, a partir deste, localizar o percentil na primeira coluna à esquerda. Caso o número de pontos esteja entre dois percentis, deve-se considerar o percentil mais baixo, em função da forma como foi construída a tabela e do significado do percentil. De fato, o percentil indica a porcentagem de pessoas que, na amostra de padronização, estão abaixo de um determinado resultado bruto, ou seja, a posição relativa da pessoa testada (Anastasi, 1977). Por exemplo, o percentil 30 indica que o resultado obtido é igualou superior ao de 30% da população. Portanto se um resultado está entre o percentil 30 e 40 isso significa que a pessoa não atingiu um número de pontos suficiente para ser classificada no percentil 40 e deve ser considerado o percentil 30. É importante ressaltar que não se pode dizer que uma criança compreendeu a natureza do teste, a não ser que ela seja capaz de resolver os cinco primeiros problemas da Série A, embora ela ainda possa obter até 10 pontos por escolher aleatoriamente uma figura correta em seis. O presente Manual apresenta três tabelas de percentis: para a População Geral (Tabela XXIV), para Escolas Públicas (Tabela XXV) e para Escolas Particulares (Tabela XXVI). Para escolher a tabela a ser usada, deve-se levar em conta o objetivo da aplicação do teste e em que tipo de escola a criança estuda. Se for importante comparar o resultado sem considerar o nível sócio-econômica-cultural onde a criança vive, deve ser consultada a Tabela da População Geral. Se essa variável for considerada, deve-se consultar a tabela de Escolas Públicas ou de Escolas Particulares, de acordo com o tipo de escola em que a criança estuda, uma vez que esse dado pode afetar muito o percentil obtido. Após a obtenção do percentil, deve-se fazer a interpretação do nível de inteligência da criança de acordo com a classificação descrita a seguir.
Compartilhar