Buscar

Antropologia - Homem Cordial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Curso: Direito
Disciplina: Antropologia
Pergunta referente ao texto 5
1 – De quais características se constitui o Estado Moderno sobre a ótica de Sérgio Buarque de Holanda, quem é o homem cordial, em que posição se encontrava o Brasil quando foi palco da análise critica realizada por ele? E Hoje ainda permanecem as características de outrora?
Antes de começar a destrinchar a análise feita por Sérgio Buarque sobre o povo Brasileiro, precisa-se saber antes quem é o Sérgio Buarque e qual sua linha de pensamento que consequentemente servirá como prisma para sua análise crítica.
Sérgio é um dos intelectuais definitivos do Brasil no Século XX, Jornalista, e teve como grande influência Marx Weber, que dizia que o Estado é burocrático, racional, legal e impessoal, ou seja, um Estado em que a Lei predomina, e é baseado na Meritocracia. Influenciado por Weber, Sérgio Buarque usa então os elementos de sua teoria para analisar a sociedade brasileira.
Quem é o homem Cordial? É o homem dominado pelo coração, pelo impulso e emoção. É hospitaleiro, afável, doce. Porém, também é repleto de interesse por meio dessa proximidade física que ele vive. Procura a proximidade dos contrários, que é marca da cordialidade, tão presente na sociedade Brasileira. E é através do homem cordial, que muito expande suas relações que só deveriam estar presentes no âmbito familiar, tornando próximo o que deveria ser profissional, que a sociedade brasileira se encontra mergulhada em relações pessoais, e acaba vendo o Estado como uma extensão de seu círculo familiar. 
Sérgio diz que uma sociedade moderna é aquela livre de relações pessoais, é uma sociedade impessoal. A família patriarcal se fazia de Estado, e, uma coisa é família, outra, totalmente oposta é o Estado, não havendo comunhão entre os dois. Nós temos dificuldade para distinguir os interesses públicos do privado, sendo esses dois polos distintos. Encontramos os cargos públicos ocupados pelos interesses pessoais, diferentemente da meritocracia que é característica do Estado Moderno.
A modernidade, a urbanização para Sérgio Buarque, levaria um colapso das relações de carácter pessoal, que no Estado Moderno não haveria essas relações “familiares” e sim a individualização, o anonimato. Sergio via na individualização o passo para a transformação do Estado Brasileiro, pois, só haveria essa transformação com a erradicação do homem cordial. Quando o homem tornasse mais independente, individual, a sua ótica tende a mudar, deixando de ver as relações como outrora na família patriarcal, tendo uma visão mais burocrática das relações. 
	Ainda hoje vemos os resquícios da família patriarcal. Dessa dificuldade de separar público do Privado. O nepotismo, por exemplo, que mesmo tendo Leis que punam essa prática, ainda se encontra e em larga escala hoje em dia. Quando a verba pública é usada para custear gastos que deveriam ser pagos com dinheiro próprio. Quando se usa o jatinho para viagens particulares, do próprio “jeitinho brasileiro” que é tão justificado para burlar as normas impostas pelo Estado. Quando usamos dos tantos elogios “inhos” a outrem para conquistar a freguesia, para conquistar tal pessoa a cumprir o que queremos.
A extensão de nossas relações familiares ao Estado, tão condenada, continua viva e em grande escala.

Outros materiais