Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
04/11/2014 1 FIBRAS Prof.ª Dr.ª Janaina Vieira FIBRA BRUTA FIBRA DIETÉTICA Até os anos 70 as fibras eram entendidas como componentes inertes dos alimentos que atravessavam o tubo digestivo e eram eliminados sem produzir efeitos no organismo humano No entanto, os estudos avançaram nessa área revelando a importância desse nutriente para o bom funcionamento do trato gastrintestinal e da saúde como um todo As evidências do papel fisiológico das fibras dietéticas mostravam uma associação entre a baixa ingestão de fibras e várias doenças altamente predominantes na civilização ocidental FIBRA BRUTA Inclui , teoricamente, materiais que não são digeríveis pelos organismos humano e animal e são insolúveis em ácido e base diluídos em condições específicas Celulose, lignina e pentosanas parede celular das plantas Não tem valor nutritivo, mas fornece a ferramenta necessária para os movimentos peristálticos do intestino OS COMPOSTOS IDENTIFICADOS COMO FIBRAS PODEM SER ENCONTRADOS: Na parede celular das células de tecido vegetal; No cimento intercelular; Na secreção produzida por plantas como resposta a uma agressão; Na cobertura de sementes para evitar desidratação. CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS Quanto á sua função Polissacarídeos estruturais Na parede celular: celulose (polímero de glicose), hemicelulose (polissacarídeos não celulósico) e algumas pectinas Compostos estruturais que não são polissacarídeos Lignina (polímero aromático) Polissacarídeos não estruturais Gomas e mucilagens (excretadas pelas células vegetais) e polissacarídeos do gênero carragena e agar (algas) 04/11/2014 2 APLICAÇÕES Importância da determinação de fibras Avaliação nutritiva de rações rações com muitas fibras tem baixo valor nutritivo Eficiência na moagem e refinação de farinhas Verificação da maturação de frutas e vegetais produtos muito maduros tem maior quantidade de fibra Adulterações do tipo de casca em nozes moídas, sementes em frutas processadas e serragem em alimentos em geral estes adulterantes aumentam a quantidade de fibras METODOLOGIA Fibras bruta Desenvolvido por cientistas alemães em 1864 Sistema de Weende Pesar 2g de amostra e extrair a gordura com éter de petróleo Ferver em refluxo com ác. Sulfúrico 1,25% por 30 min. Filtrar, lavando com água para retirar o resíduo de ácido Ferver em solução de NaOH 1,25% por 30 min. Filtrar em cadinho de Gooch Secar em estufa e pesar Incinerar em mufla, esfriar e pesar O peso perdido na incineração é calculado como fibra bruta PROCEDIMENTO MODIFICAÇÕES DO MÉTODO 100 modificações no método original Agentes oxidantes Uso de solventes especiais Concentrações de ácido e base 1958 Método oficial AOAC Equipamentos e reagentes mais precisos 1967 Novo conceito de fibra bruta fibra dietética Matérias vegetais insolúveis que não são digeríveis por enzimas proteolíticas e diastáticas, e que não podem ser utilizadas exceto por fermentação microbiana no trato digestivo de animais MÉTODOS GRAVIMÉTRICOS Fibra Dietética 1. Método detergente Fibras insolúveis em detergentes 2. Métodos enzimáticos Fibra insolúvel somente Fibra insolúvel + fibra solúvel 04/11/2014 3 FIBRA POR DETERGENTE ÁCIDO Determina celulose + lignina Utilizado em ração animal Amostra seca e moída (1 mm) Refluxo com H 2 SO 4 60 min. Filtrar, lavar com água quente e acetona Secar e pesar Separar todos os componentes solúveis Celulose, lignina (minerais, taninos e parte da pectina) FIBRA DETERGENTE ÁCIDO FIBRA POR DETERGENTE NEUTRO Determina celulose + hemicelulose + lignina Método oficial para determinação da fibra dietética em grãos de cereais FIBRA DETERGENTE NEUTRO Amostra seca e moída (1 mm) Refluxo em solução tampão SLS com borato, fosfato, EDTA e 1-etoxietanol (60 min.) Filtrar, lavar com água quente e acetona Secar e pesar Separar todos os componentes solúveis Celulose, lignina, hemicelulose, minerais, proteínas em parte Incinerar e pesar Por diferença: celulose, lignina, hemicelulose, amido e proteínas em parte VITAMINAS INTRODUÇÃO Necessárias para ativação das enzimas (coenzimas) A maioria das vitaminas não são sintetizadas pelo organismo (devem ser obtidas pela dieta) A falta de vitaminas (avitaminose ou hipovitaminose) acarreta determinados sintomas no organismo (doenças) Vitaminas (1911) - substâncias com o grupo funcional amina (achava-se que todas essas substâncias eram aminas) Fator Alimentar Acessório – termo atual também utilizado para designar esse grupo de substâncias. Atua na produção de rodopsina (percepção visual), queratinização da pele, reforço do sistema imunológico, formação de ossos, pele, cabelo e unhas, e antioxidante de radicais livres. Carência: cegueira noturna (hemeralopia). Excesso: pele seca, fissura nos lábios, lesões no fígado... Vitamina A (retinol) Atua no metabolismo do cálcio (absorção de cálcio pelos ossos), promove crescimento normal e mineralização dos ossos. Produzida a partir da ação dos raios UV na pele, convertendo a provitamina D em vitamina D ativada. Carência: raquitismo (ossos moles e mal formados) em crianças e adultos. Vitamina D (calciferol - antirraquítica) 04/11/2014 4 Atua no processo de formação de gametas, pode evitar abortos espontâneos e antioxidante de radicais ácidos. Carência: esterelidade, distúrbios no crescimento embrionário, necrose hepática e degeneração dos rins. Vitamina E (tocoferol - antiestéril) Atua na produção de protrombina (coagulação sanguínea). Carência: hemorragias, dificuldade de coagulação sanguínea, má função do fígado, má absorção intestinal. Vitamina K (filoquinona ou anti-hemorrágica) Produzida pela flora intestinal. Vitamina B1 (tiamina - antineurítica) Atua como coenzima de reações do ciclo de Krebs e cadeia respiratória (metabolismo de carboidratos). Carência: beribéri (neurites generalizadas, perda da sensibilidade, limitação dos movimentos e atrofia muscular). Vitamina B2 ou riboflavina Atua no metabolismo de carboidratos, coordenação motora e na saúde da pele. Carência: queilose (rachaduras no canto da boca e lábios avermelhados). Vitamina B3 (niacina ou ácido nicotínico) Atua no metabolismo de lipídios, carboidratos e do enxofre, estimula as circulação, diminui a pressão sanguínea alta, revitaliza a pele, realiza manutenção do sistema nervoso e digestório. Carência: pelagra (diarreia, dermatite e depressão nervosa). Vitamina B5 (ácido pantotênico) Atua no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, na síntese de aminoácidos, ácidos graxos e hormônios esteróides. Carência: distúrbios do sono e do equilíbrio, cansaço, cãibras e distúrbios digestivos como flatulência e cólicas abdominais. Vitamina B6 (piridixina) Atua no metabolismo de proteínas, lipídios e do aminoácido triptofano. Carência: seborreia, anemia, convulsões, paralisia muscular, dermatite, distúrbios de crescimento. Vitamina B7 ou B8 (vitamina H ou biotina) Atua no metabolismo de açúcares e gorduras. Carência: dores musculares, falta de apetite, flacidez, dermatite. Vitamina B9 (ácido fólico) Atua em conjunto com a vitamina B12 na síntese de proteínas e formação de hemáceas. Carência: vertigens, cansaço, perda da memória, malformação congênita. 04/11/2014 5 Vitamina B12 (cianocobalamina) Atua no metabolismo de ácidos nucléicos e na formação de hemáceas. Carência: anemia perniciosa (megaloblástica) e distúrbios do crescimento. Vitamina C (ácido ascórbico) Mantém a integridadedos capilares, facilita a circulação, fortalece o sistema imunológico, ajuda a absorção de ferro, aumenta a resistência do tecido conjuntivo, contribui para o desenvolvimento dos ossos, facilita a cicatrização, antioxidante. Carência: escorbuto (irritação e vermelhidão das gengivas, enfraquecimento dos dentes e hemorragias digestivas). Vitamina P (rutina ou bioflavonóides) Atua na proteção do endotélio (fortalecimento de pequenos vasos sanguíneos), diminuição do risco da formação de trombos. Carência: varizes e favorece o envelhecimento precoce. escorbuto Vitaminas Fontes Doenças provocadas pela carência (avitaminoses) Funções no organismo A fígado de aves, animais e cenoura problemas de visão, secura da pele, diminuição de glóbulos vermelhos, formação de cálculos renais combate radicais livres, formação dos ossos, pele; funções da retina D óleo de peixe, fígado, gema de ovos raquitismo e osteoporose regulação do cálcio do sangue e dos ossos E verduras, azeite e vegetais dificuldades visuais e alterações neurológicas K fígado e verduras desnutrição, má função do fígado, problemas intestinais atua na coagulação do sangue, previne osteoporose B1 cereais, carnes, verduras, levedo de cerveja beribéri atua no metabolismo energético dos açúcares B2 leites, carnes, verduras inflamações na língua, anemias, seborréia atua no metabolismo de enzimas, proteção no sistema nervoso. B5 fígado, cogumelos, milho, abacate, ovos, leite, vegetais fadigas, cãibras musculares, insônia metabolismo de proteínas, gorduras e açúcares B6 carnes, frutas, verduras e cereais seborréia, anemia, distúrbios de crescimento crescimento, proteção celular, metabolismo de gorduras e proteínas, produção de hormônios B12 fígado, carnes anemia perniciosa formação de hemácias e multiplicação celular C laranja, limão, abacaxi, kiwi, acerola, morango, brócolis, melão, manga escorbuto atua no fortalecimento de sistema imunológico, combate radicais livres e aumenta a absorção do ferro pelo intestino. H noz, amêndoa, castanha, lêvedo de cerveja, leite, gema de ovo, arroz integral eczemas, exaustão, dores musculares, dermatite metabolismo de gorduras, M ou B9 cogumelos, hortaliças verdes anemia megaloblástica, doenças do tubo neural metabolismo dos aminoácidos, formação das hemácias e tecidos nervosos PP ou B3 ervilha, amendoim, fava, peixe, feijão, fígado insônia, dor de cabeça, dermatite, diarréia, depressão manutenção da pele, proteção do fígado, regula a taxa de colesterol no sangue METODOLOGIAS Este método é aplicado para a determinação de vitamina C ou ácido L- ascórbico, em alimentos in natura ou enriquecidos, quando a quantidade da referida vitamina for maior que 5 mg e baseia-se na oxidação do ácido ascórbico pelo iodato de potássio. DETERMINAÇÃO DE VITAMINA C COM IODETO DE POTÁSSIO Material Papel de filtro qualitativo Dessecador Estufa Balança analítica Béqueres de 50 e 250 mL Erlenmeyer de 300 mL Pipetas Bureta Reagentes Solução de ácido sulfúrico a 20% v/v Solução de iodeto de potássio a 10%, m/v Solução de amido a 1%, m/v Procedimento Homogeneíze a amostra e pese uma quantidade que contenha ao redor de 5 mg de ácido ascórbico. Transfira para um frasco Erlenmeyer de 300 mL com auxilio de aproximadamente 50 mL de água. Adicione 10 mL de solução de ácido sulfúrico a 20%. Homogeneíze e, se necessário, filtre para outro frasco Erlenmeyer, lavando o filtro com água e logo após com 10 mL da solução de ácido sulfúrico a 20%. Adicione 1 mL da solução de iodeto de potássio a 10% e 1 mL da solução de amido a 1%. Titule com solução de iodato de potássio até coloração azul. Dependendo da quantidade de vitamina C contida na amostra, utilize solução de iodato de potássio 0,02 M ou 0,002 M. Analise sempre a amostra em duplicata e faça uma prova em branco. 04/11/2014 6 Cálculo 100 x V x F = vitamina C mg por cento m/m P V = volume de iodato gasto na titulação F = 8,806 ou 0,8806, respectivamente para KIO 3 0,02 M ou 0,002 M P = n° de g ou mL da amostra
Compartilhar