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22/03/2015 1 HIDRATAÇÃO NO EXERCÍCIO Profa. Geórgia Sampaio Fernandes Cavalcante LÍQUIDOS � Líquidos são ESSENCIAIS para o sucesso de um programa de exercícios. � A água pode minimizar ou maximizar o desempenho de um atleta. FUNÇÕES DA ÁGUA NO ORGANISMO • Transporte de Nutrientes; • Proteção das articulações e vários órgãos; • Estabilização térmica; • Auxilia digestão, a absorção e a excreção; 75% da massa corporal do neonato Homens - entre 57% a 65% Mulheres - entre 46% e 53% 65 a 75% do peso do músculo 20 a 30% do peso do osso 10-15% Tecido gordo % de Água corporal www.snyderhealth.com_images_pctwtrbody1.gif 94% COMPARTIMENTOS HÍDRICOS A água se perde por dois compartimentos: O compartimento intracelular O compartimento extracelular (espaço entre as células e dentro dos vasos sanguíneos) Adaptado de www.snyderhealth.com_images_pctwtrbody1.gif 22/03/2015 2 Equilíbrio Homeostático Temperatura corporal Glicemia Níveis limítrofes RISCO OBS: 25% da energia produzida no exercício é utilizada para executar o trabalho, o restante e dissipado pelo calor. MECANISMOS DE TERMORREGULAÇÃO O aumento da temperatura interna causada pela prática de atividade física prolongada Desempenho • Afeta a força muscular • Desidratação • Risco de câimbra • fadiga A produção de calor é diretamente proporcional à intensidade do exercício. MECANISMOS DE TROCA DE CALOR COM O MEIO AMBIENTE Convecção Radiação Condução EVAPORAÇÃO Temperatura Umidade Radiação Vestimentas A troca de calor entre a pele e o ambiente sofre influência da: 22/03/2015 3 Conversão do líquido em vapor (suor). PERDA de calor > durante o exercício EVAPORAÇÃO 1g de suor evaporado = 0,58kcal de calor perdidas Hipotálamo: estabilizar a temperatura corporal interna em 37ºC. REGULAÇÃO HIPOTALÂMICA > 38 ºC e < que 36 ºC Vasoconstricção Vasodilatação Proteger o homem contra o superaquecimento ou esfriamento MECANISMOS DE TERMORREGULAÇÃO FATORES QUE INFUENCIAM OS MECANISMOS: nº receptores para o calor (percepção ao superaquecimento). CONTROLE DE TEMPERATURA Consequências da hipotermia: Aumento da taxa metabólica Tremor intenso Rigidez Óbito 22/03/2015 4 BALANÇO HÍDRICO INGESTÃO DE ÁGUA = PERDA DE ÁGUA + água metabólica BALANÇO HÍDRICO Perda de água/dia: Urina (1000 – 1500mL) Suor (700mL) Pele (350mL) Vapor de água da expiração (250 – 350mL) Fezes (100 - 200mL) Turnover: 1 a 3 L/dia (adulto sedentário) Ingestão de água/dia: Água de líquidos (1200mL) Água em alimentos (500 - 1000mL) Água Metabólica (350mL) Percentual de água nos alimentos: Alimento Percentual de água (%) Alimento Percentual de água (%) Alface 96 Laranja 87 Aipo 95 Cereais cozidos 85 Pepino 95 Maçã 84 Melancia 92 Uva 81 Brócolis fervido 91 Batata cozida 77 Leite sem gordura 91 Ovos 75 Espinafre 91 Banana 74 Vagem fervida 89 Milho cozido 65 Cenouras, cruas 88 Fonte: De Pennungton JA. Bowes and Church´s food values of portions commonly used, ed 17. Philadelphia: JB Lippincott, 1994 TAXAS DE PERDA PELO SUOR MEDIDAS EM EXERCÍCIOS DIFERENTES Atividade Sexo Temperatura Perda de calor (mL/h) Corrida de 10Km M 19-24 1830 Corrida de 10Km F 19-24 1490 Futebol M 25 1200 Futebol F 26 800 Basquete M 20-25 1600 Basquete F 10 780 (Reher e Burke, 1996). TAXA DE SUOR Volume de suor = {(peso antes - peso depois) + vol. ingerido} – volume ur. Volume de suor ÷ horas de atividade = mL de suor / hora de atividade. Grau de desidratação = (mudança no peso - volume ur. durante o exercício/peso antes) x 100 MONITORAMENTO DA EXCREÇÃO URINÁRIA Parâmetros para avaliar o estado de hidratação: Densidade da urina (< 1,020g/mL) Osmolalidade da urina (< 700mOsmol) Osmolalidade do plasma (< 290mOsmol) Peso corporal (< 1%) Indicam estado de desidratação: Urinar poucas vezes Pequeno volume de urina Coloração escura da urina 22/03/2015 5 MONITORAMENTO DA EXCREÇÃO URINÁRIA SEDE E DESIDRATAÇÃO A ausência da sensação de sede NÃO indica que o corpo está hidratado! A sede é considerada um bom sinal para a ingestão de água prevenindo a desidratação??? altas temperaturas alta umidade relativa do ar alta intensidade da atividade maior superfície corporal maior duração da atividade alto condicionamento (aclimatação) Ingestão insuficiente de líquidos anteriormente ao exercício uso de diuréticos exposição à saunas. Situações que podem promover a desidratação: Aumento na concentração da urina Diminuição do volume plasmático Aumento na freqüência cardíaca Redução na capacidade de redistribuição do fluxo sanguíneo para a periferia Redução na capacidade aeróbica para um dado débito cardíaco CONSEQÊNCIAS DA DESIDRATAÇÃO: DESIDRATAÇÃO 2% do peso corporal) (perda de água que representa mais de ESTADO HIPOIDRATADO DIMINUIÇÃO DO VOL. INTRACELULAR ALTA PRODUÇÃO DE SUOR ALTA PRODUÇÃO DE CALOR ATIVIDADE FÍSICA DE ALTA INTENSIDADE REDUÇÃO DA CAPACIDADE AERÓBIA / FADIGA / POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES RENAIS / CAIMBRAS PELO CALOR 22/03/2015 6 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA DESIDRATAÇÃO Perda % de peso Efeitos 1% Início do comprometimento da termor- regulação 2% Sede mais intensa 3% < débito urinário, boca seca 4% Redução do desempenho 5% Dor de cabeça 6% > FC, grave comprometimento da termo regulação 7% Colapso TÉCNICA DE HIPER-HIDRATAÇÃO Atenuar o aumento da temperatura corporal. Consequências negativas: Aumento do volume plasmático Ativação de mecanismos de eliminação de líquidos Maior diurese Desconforto para o atleta USO DE GLICEROL Hiponatremia HIPONATREMIA É um desequilíbrio hidroeletrolitico que resulta na queda anormal da concentração plasmática de sódio (< 135 mEq/l) Normal = 136-142 mEq/l). HIPONATREMIA DURANTE O EXERCÍCIO [Na+] Sérico ≤ 136 mEq/l Sintomas Leves [Na+] Sérico ≤ 130 mEq/l Sintomas Graves Principal Causa: ingestão excessiva de líquidos sem sódio Bergeron, GSSI, 2001 Mcardle et al, 2001 22/03/2015 7 FATORES QUE PREDISPOEM A HIPONATREMIA • Exercício de alta intensidade prolongado em um clima quente. • Maior perda de sódio associada a produção de suor contendo uma alta concentração de sódio. • Inicio de uma atividade física em estado com depleção de sódio • Uso de medicação diurética para hipertensão • Ingestão frequente de grandes quantidades de iquido isento de sódio durante exercício prolongado. SÓDIO • É o principal íon do espaço extracelular, contribui com cerca de 50% da osmolalidade total do plasma. (Maughan, R.J. & Burke, L.M. et al, 2004) SÓDIO A inclusão de sódio nas bebidas promove maior absorção de água e carboidratos pelo intestino durante e após o exercício. (Rev. Bras. Med. Esporte, 2009) HIDRATAÇÃO DO ATLETA ANTES DO EXERCÍCIO 250 - 500 ml de fluidos cerca de 2h antes do exercício. Se a temperatura estivermuito quente, beber mais 300mL 30 minutos antes. • Cuidado com a ingestão excessiva: indisposição gastrointestinal (vômitos). • Monitorar a coloração e densidade da urina. (SBME, 2009) DURANTE O EXERCÍCIO Iniciar a hidratação o mais cedo possível (15 min. Após o início do exercício) Não confiar na sede para iniciar o processo. Ingerir entre 150 e 200mL de líquidos a cada 15 a 20 min. de atividade. 22/03/2015 8 ATIVIDADES COM MAIS DE 1 HORA: Planejar uma bebida que forneça 30 a 60g de HC/hora de exercício (atenção às concentrações: 6 a 8%). Combinações de sacarose, frutose, glicose e maltodextrina. DURANTE O EXERCÍCIO ATIVIDADES COM > 3 HORAS: Planejar uma bebida que forneça 30 a 60g de HC/hora de exercício (aumentar na proporção em que aumenta a duração do exercício). Adição de sódio (0,5 a 0,7g/L de água) na solução de reidratação. DURANTE O EXERCÍCIO Ingestão depende de: Gosto Temperatura Odor Cor Acidez APÓS O EXERCÍCIO: ESTRATÉGIA DE REIDRATAÇÃO 50% A MAIS DA QUANTIDADE DE FLUIDOS QUE FOI PERDIDA DURANTE O EXERCÍCIO Considerar: organismo humano tem uma capacidade limitada de absorção de líquidos que é cerca de 12 ml/Kg de peso corporal/hora. IMPORTANTE: Recuperar o balanço hídrico em 4 a 6 horas após o exercício! Reidratação: nos primeiros 20 minutos do período de recuperação A ingestão de carboidratos cerca de 50g (30 a 50g) na primeira hora Álcool e cafeína e refrigerantes devem ser evitados Exposição ao sol ou sauna devem ser evitados. APÓS O EXERCÍCIO: ESTRATÉGIA DE REIDRATAÇÃO BEBIDAS ESPORTIVAS Isotônicos = Repositores Hidroeletrolíticos (Gatorade, Sportade, Marathon,etc ) Reter melhor a água, minimizando a diluição do plasma. REPOSITORES ENERGÉTICOS ≠ ENERGÉTICOS Energéticos com altas concentrações de carboidratos podem agravar a desidratação. Ex: Sucos concentrados Vantagens : • recurso no caso de hipoglicemia • repositores de energia Desvantagens = possível sensação de plenitude gástrica desconforto gástrico perda de água Energéticos: 22/03/2015 9 FATORES QUE AFETAM O PROCESSO DE HIDRATAÇÃO: Esvaziamento gástrico e absorção intestinal Densidade energética; Intensidade do exercício; Temperatura da bebida; Volume ingerido; Tipo de exercício; Osmolalidade; Concentração de sódio; Tipo de HC na solução. RAZÕES QUE LEVAM OS ATLETAS A SE HIDRATAREM EM QUANTIDADES INADEQUADAS: Regras do esporte Confiança na sede Desconforto gástrico Medo de urinar durante o exercício Palatabilidade Ausência de orientação por parte dos técnicos e preparadores físicos Alto custo de alguns repositores Consideram a hidratação irrelevante CUIDADOS IMPORTANTES Considerar o aspecto emocional Bebidas geladas têm seu benefício na termorregulação. Bebida mais fria é mais palatável. Cuidado com o consumo exagerado!!! *** HIDRATE-SE!!!!
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