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JUSTA CAUSA OBREIRA Danilo França Santos - FSBA Direito do Trabalho I – Professor Luis Cláudio Madeira Resumo Este texto apresenta de maneira sucinta os elementos essenciais da justa causa do empregado, visando explanar os pontos fundamentais sobre o tema, abordando, para tal, os aspectos gerais que caracterizam tal instituto. 1 - Introdução O Direito Laboral está revestido de princípios, cuja função precípua é garantir que algumas situações não sejam tidas como atípicas, fazendo com que o trabalhador fique desprotegido. Pode ser citado, como exemplo crasso, o princípio da continuidade da relação empregatícia, que possui dentre suas características a vedação do empregador da demissão arbitraria, pois, o contrato de trabalho é, em sua essência, indeterminado, pois o obreiro necessita do trabalho para sua subsistência. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em seu artigo 482, versa sobre situações, com um rol taxativo, onde poderá ser aplicada a justa causa do empregado. Entende-se como conceito de justa causa como sendo um motivo para que o empregador efetue a demissão do empregado, rescindindo o contrato. Em um conceito mais amplo, utilizando a definição dada por Amauri Mascavo Nascimento, onde podemos entender a Justa Causa como sendo “a ação ou omissão de um dos sujeitos da relação de emprego, ou de ambos, contrária aos deveres normais impostos pelas regras de conduta que disciplinam as suas obrigações resultantes do vínculo jurídico.” (NASCIMENTO, Amauri Mascavo, 2011) 2 - Condições essenciais Existem condições para que a Justa Causa exista de fato, seja válida e admissível: a atualidade, gravidade e a casualidade. Quanto a atualidade, como o próprio nome já diz, não há que se falar em despedimento por fato ocorrido em circunstância com um lapso de tempo alto, visto que, perderá a eficácia, sendo o despedimento por justa causa por fato atual, devendo haver uma imediatidade. Além de tal fator, existe a necessidade de haver um motivo grave para a justa causa acontecer, caracterizando assim o elemento da gravidade, sendo que esta gravidade atinja o máximo da tolerância permitida. Um item que precisa ser chamado atenção quanto a gravidade do fato para gerar a demissão, seria a maneira de avaliar a gravidade da falta. Sobre isso diz Délio Maranhão “a gravidade da falta, em relação ao empregado, deve ser avaliada, de regra, in concreto, considerando-se não apenas uma medida-padrão abstrata de conduta — o bom trabalhador — mas as condições pessoais do agente e outras circunstâncias concretas de tempo, meio, costumes etc. Em relação ao empregador, de regra, é aferida in abstracto, tendo como padrão o bônus pater famílias dos nossos dias: o burguês honesto e avisado”. Quanto a casualidade é importante frisar que a causa deve sempre anteceder a dispensa do obreiro, determinando assim com precisão qual o motivo da dispensa. Não é necessário uma ofensa patrimonial para que a justa causa seja materializada, sendo assim, tal fator não condicionante para que ocorra a dispensa por justa causa. É vedado a dupla punição, ou seja, o empregador não pode punir uma mesma falta do empregado duplamente. 3 - Art. 482, CLT O artigo 482 da CLT traz em seu bojo as situações em que o empregador poderá rescindir o contrato do obreiro por justa causa. Sendo eles: ato de improbidade; incontinência de conduta ou mau procedimento; negociação habitual; condenação criminal; desídia; embriaguez habitual ou em serviço; violação do segredo da empresa; indisciplina, insubordinação ou agressão; abandono de emprego; ato lesivo da honra ou da boa fama e prática constante de jogos de azar. 4 - O que é devido ao obreiro na demissão por justa causa Caso o empregado ainda não tenha completado um ano de serviço, terá direito ao saldo de salário e o termo de rescisão de contrato sem mencionar o código. Tendo mais de um ano, além dos dois direitos supracitados no item anterior, terá também como direito garantido o recebimento da férias vencidas, caso ainda não tiver gozado das mesmas e acréscimo das sobre as férias vencidas não gozadas no valor de, no mínimo, 1/3. Conclusão A Justa Causa é um instituto previsto na CLT para que haja uma espécie de proteção, sendo que atos lesivos a empresa e que desconstituam a relação de confiança do empregador no empregado, seja devidamente sancionada. Possui no artigo 482 da Consolidação das Leis Trabalhista um rol taxativo de situação onde poderá ser aplicada, fazendo assim com que o obreiro tenha seu contrato rescindido. Por conta dos elementos que caracteriza a justa causa, percebe-se que há uma subjetividade inerente a maneira como deve ser aplicada, pois, faltando um dos elementos, quais sejam, atualidade, gravidade e casualidade, haverá uma macula a utilização do instituto, sendo necessária a tutela do Estado para que seja resolvida tal situação. Bibliografia Consultada Nascimento, Amauri Mascaro Curso de direito do trabalho: história e teoria geral do direito do trabalho : relações individuais e coletivas do trabalho / Amauri Mascaro Nascimento. – 26. ed. – São Paulo : Saraiva, 2011.
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