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1. SURSIS 
É a suspensão condicional da pena, com o fim de facilitar a reintegração no meio social, evitar a promiscuidade e demais efeitos deletérios dos estabelecimentos carcerários.
O sursis pode ser simples, especial, etário e humanitário. 
Requisitos para o sursis simples:
Objetivos (dizem respeito à pena):
Pena Privativa de Liberdade;
Não superior a dois anos;
Impossibilidade de substituição por pena(s) restrita(s) de direitos: é subsidiário em relação à(s) pena(s) restritiva(s) de direitos. 
Subjetivos (dizem respeito ao condenado): 
Não reincidente em crime doloso: doloso + doloso. É aquele que após sofrer condenação transitada em julgado por crime doloso comete outro crime doloso. A condenação anterior à pena de multa não impede o sursis (art. 77, § 1, do CP);
Circunstâncias judiciais favoráveis;
Preenchidos os requisitos, o juiz determinará a suspensão da execução da pena por um determinado período, bastando, para que o condenado consiga a extinção da pena, que ele cumpra todas as condições durante o período determinado. Se descumprir a qualquer momento as condições, a execução deixa de estar suspensa, e toda pena será executada. O período de prova é fixado pelo juiz e varia de dois anos a quatro anos. 
O fato de ser revel ou foragido não impede, a princípio, o sursis, um vez que tais requisitos não estão arrolados na lei como impeditivos do benefício. 
1.1 ESPÉCIES DE SURSIS 
Sursis simples: é aquele que impõe como condição a prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana durante o primeiro ano do período de prova. 
O que dá ao sursis a atribuição de simples são as condições durante o primeiro ano de cumprimento. 
Sursis especial: é aquele que tem como condições: I) a proibição de frequentar determinados lugares, II) proibição de sair da comarca sem autorização do juízo, e III) comparecimento mensal obrigatório, sendo que tais condições são impostas cumulativamente. 
Por ser mais brando em suas condições, o sursis especial exige dois requisitos além daqueles exigidos para o sursis simples: (I) a reparação do dano, e (II) que as condições do art. 59 sejam inteiramente favoráveis.
Sursis etário: é aquele em que é alterado o limite máximo da pena e o período de prova em razão da idade do agente. É aplicado no condenado maior de 70 anos de idade, desde que a pena não seja superior a quatro anos. No entanto, o período de prova é maior: de quatro a seis anos. 
Prevalece que são aplicadas as demais condições gerais do sursis, uma vez que os parágrafos não poderiam contradizer o sistema criado pela cabeça do artigo. 
Sursis humanitário: é aquele aplicado nos casos em que razões de saúde justifiquem a suspensão, com período de prova de quatro a seis anos. A vantagem é o requisito "quantidade de pena" é alterado para o limite máximo de quatro anos, como no sursis etário. 
Prevalece que são aplicadas as demais condições gerais do sursis, obviamente adequadas às especiais condições do agente. 
1.2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇOES DO SURSIS
As condições podem ser classificadas em legais, quando previstas em lei. Judiciais são aquelas que decorrem do poder discricionário do juiz, desde que não tenham caráter infamante ou violem a Constituição Federal. 
Em todas as espécies de sursis o julgador pode impor condições não previstas expressamente na lei. 
1.3. REVOGAÇÃO DO SURSIS 
Pode ser obrigatória ou facultativa. 
Na facultativa, além de revogar, o juiz pode optar por outras atitudes, como exacerbar as condições impostas, advertir novamente o sentenciado e prorrogar até o máximo o período de prova. 
Causas de revogação obrigatória: 
Condenação transitada em julgado por prática de crime doloso (não é a prática, é o trânsito em julgado);
Descumprimento das condições legais do sursis simples;
Não reparação do dano; 
Frustrar a execução da multa tendo condições para o adimplemento: para muitos estaria revogada, pois se a pena de multa não pode mais ser convertida em privação de Liberdade, o não adimplemento da multa não poderia, pela via reflexa da revogação do sursis, ter o mesmo efeito. No entanto, a jurisprudência continua a revogar com a frustração do pagamento. 
Causas da revogação facultativa:
Condenação transitada em julgado por crime culposo ou convenção penal. 
Descumprimento de qualquer outra condição que não as legais do sursis simples (que causam revogação obrigatória), ou seja, condições legais do sursis especial e todas as condições judiciais. Sempre deve ser dada oportunidade ao agente para justificar o descumprimento antes da decisão pela revogação. 
1.4. PRORROGAÇÃO AUTOMÁTICA 
Após o trânsito em julgado da condenação é realizada a audiência admonitória (art. 160 da LEP), a partir de qual começa a ser contado o período de prova. 
Se após a audiência admonitória o acusado estiver sendo processado pela prática de crime ou contravenção, o período de prova será prorrogado até o trânsito em julgado desse processo. Inquérito policial não autoriza a prorrogação 
A razão lógica da prorrogação é que o trânsito em julgado de sentença condenatória pode autorizar ou determinar a revogação do sursis, dependendo do sentido da sentença. 
Após o trânsito em julgado, há três possibilidades:
Absolvido: extingue a pena;
Condenação por crime doloso: revoga o sursis;
Condenação por crime culposo ou contravenção: pode ou não revogar (revogação Facultativa).
Durante a prorrogação, que não tem prazo determinado (até o trânsito em julgado da decisão no outro processo), não substituem as condições impostas

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