Análise Crítica sobre o Papel da OAB - por Alan Fabiano

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Análise Crítica sobre o Papel da OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil é uma instituição que representa os advogados brasileiros e tem como obrigação a responsabilidade de zelar pela advocacia no Brasil. A instituição da Ordem dos Advogados ocorreu na data de 18 de novembro de 1930, por força do artigo 17 do Decreto nº19.408, assinada por Getúlio Vargas. Seu papel, que é definido pela Lei 8906/94, lhe incumbe um vasto rol de responsabilidades, o qual não se vê imputada a nenhuma outra entidade de classe profissional regulamentada. [1: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D19408.htm][2: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm]
A referida lei atribui à OAB o caráter de órgão de representação, defesa e disciplina dos advogados. Também se destina à defesa da Constituição, da ordem jurídica, do Estado democrático de Direito, dos direitos humanos, da justiça social, devendo pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da Justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas. 
A Ordem dos Advogados do Brasil era uma autarquia federal de caráter corporativista, semelhante ao Conselho Federal de Medicina, entretanto, atualmente, o entendimento recente do Supremo Tribunal Federal é de que a OAB é considerada serviço público independente, como preconiza o julgamento da ADI n°3026, o qual também esclarece que a Ordem tem como características, autonomia e independência, de modo que não se subordina aos ditames impostos à Administração Pública Direta ou Indireta. [3: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363283]
Outra característica da OAB é a responsabilidade pela aplicação do Exame de Ordem dos advogados no país. Questão essa que é muito discutida no cenário jurídico, onde vários grupos de representação de bacharéis em direito, bem como diversos órgãos públicos, à exemplo o Ministério Público e a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que emitiram duras críticas a OAB, pedindo o fim da exame de ordem. Segundo o Deputado Flavio Bolsonaro: “A OAB está sendo responsável pelo desemprego de quase quatro milhões de bacharéis em Direito, que estão tendo cerceada a garantia de exercer a profissão. Esse exame não reflete, verdadeiramente, a qualidade do profissional. Teremos um trabalho árduo e de longo prazo”. Entretanto, o assessor jurídico do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Oswaldo Pinheiro Ribeiro Junior, rebateu as críticas alegando que “o objetivo da prova, na verdade, é aferir a qualidade técnica dos formados para exercer a profissão de advogado”. Porém a promotora de Justiça Dora Beatriz da Costa do Ministério Público assegurou que a prova não define um bom profissional. “Ofereço inúmeras denúncias contra maus profissionais diariamente. Esse exame é inútil para definir a qualificação de um profissional. A sociedade precisa se conscientizar em relação a isso”. Mesmo diante de tantas questões, o fato é que o exame de ordem continua sendo aplicado e é a única porta de entrada para, qualquer bacharel que se submeta e passe na prova, possa entrar na carreira de advogado no Brasil.[4: http://www.alerj.rj.gov.br/common/noticia_corpo.asp?num=25030][5: http://cd.jusbrasil.com.br/noticias/100225752/oab-rebate-criticas-de-bachareis-sobre-exame-da-ordem]
A OAB possui alguns órgãos que integram o seu quadro; como o Conselho Federal (última instância para recursos na OAB, representa os interesses dos advogados, bem como dispõe de banco de dados dos inscritos na OAB); os Conselhos Seccionais (cria e intervém nas Subseções e na Caixa de assistência dos Advogados, julga recursos, fixa tabela de honorários) ; as Subseções (órgão de auxílio aos Conselhos seccionais, atua em um ou mais municípios, porém é exigido o mínimo de 15 advogados para criar uma subseção) e as Caixas de Assistências dos Advogados (é o órgão social da OAB, promove a previdência complementar dos advogados). Tais conselhos são descriminados no artigo 45 da Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB).[6: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/128661/lei-4215-63#art-67]
A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 103° no inciso VII confere a OAB a legitimidade para impetrar Ação Direta de Inconstucionalidade e Ação Declaratória de Constitucionalidade perante ao STF, além de mencionar no art.133 que o “advogado é indispensável à administração da justiça”. Isto permite que o órgão tenha uma expressiva relevância para a justiça brasileira, com um papel equivalente aos outros órgãos jurídicos brasileiros. O que na verdade acarreta maior responsabilidade, visto que essa equivalência atribuída a OAB, ao mesmo tempo que permite esta fiscalizar e exigir transparência dos órgãos públicos, também lhe traz o peso das mesmas exigências, fato que lhe proporciona ser alvo de críticas, como no caso em que o então presidente do STF, Joaquim Barbosa, em 2014, questionou a norma que isenta a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de pagar por gastos com água, energia, condomínio e vigilância das salas que ocupa em tribunais. “É um privilégio que não tem qualquer justificativa no Brasil de hoje” disse Barbosa. Ou como no caso em que o Ministério Público Federal ofereceu denúncia de fraude no Exame de ordem da OAB, e tantos outros questionamentos que se seguem ao longo dos anos, que são resultantes dessa relevância que a Ordem dos Advogados possui perante a justiça brasileira. [7: http://oglobo.globo.com/brasil/barbosa-critica-norma-que-isenta-oab-de-pagar-agua-energia-condominio-em-tribunais-11847213][8: http://www.prgo.mpf.mp.br/combate-a-corrupcao/noticias/1087-acoes-criminais-por-fraude-na-oab-nao-foram-arquivadas.html]
Com relação aos direitos e garantias fundamentais, a Ordem dos Advogados do Brasil, o artigo 44 da Constituição Federal, disciplina a responsabilidade deste órgão em zelar pela boa aplicação e manutenção dos direitos humanos. Essa responsabilidade, na realidade é uma atribuição de proporções que vai além da finalidade original da instituição, porque zelar pelos direitos e garantias é um papel pela defesa e representação da sociedade civil, da história, cultura, assim como todos os outros órgãos e entidades que influenciam ou tem o poder de mobilizar os diversos setores da sociedade para trazer equilíbrio a justiça e paz social. Para tanto, o desentrelaçamento da OAB para com o Poder Público, viabiliza a imparcialidade necessária para o fiel cumprimento do dever constitucional. 
REFERÊNCIAS
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/128661/lei-4215-63#art-67
Acessado em 18/06/2015
http://oglobo.globo.com/brasil/barbosa-critica-norma-que-isenta-oab-de-pagar-agua-energia-condominio-em-tribunais-11847213
Acessado em 18/06/2015
http://www.prgo.mpf.mp.br/combate-a-corrupcao/noticias/1087-acoes-criminais-por-fraude-na-oab-nao-foram-arquivadas.html 
Acessado em 18/06/2015
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D19408.htm 
Acessado em 18/06/2015
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.html 
Acessado em 18/06/2015
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363283
Acessado em 18/06/2015
http://www.alerj.rj.gov.br/common/noticia_corpo.asp?num=25030
Acessado em 18/06/2015
http://cd.jusbrasil.com.br/noticias/100225752/oab-rebate-criticas-de-bachareis-sobre-exame-da-ordem
Acessado em 18/06/2015