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Infecções de origem odontogênica

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CIRURGIA - 2015 
 
DIEGO MARDEGAN 
INFECÇÕES DE ORIGEM ODONTOGÊNICA 
 
INTRODUÇÃO 
 As infecções odontogênicas podem ser de origem periodontal, periapical e 
pericoronarite; sendo assim, o “cat jump” é saber identificar as fases de evolução e o 
tratamento adequado, uma vez que ela pode se disseminar para seio cavernoso ou para o 
mediastino. A infecção se instala em um organismo quando há o desequilíbrio entre a 
virulência (alta) e a imunidade (baixa) do indivíduo; os microrganismos presentes geralmente 
são cocos aeróbios e anaeróbios gram-positivos e bastonetes anaeróbios gram-negativos. Em 
linhas gerais, o processo infeccioso é resolvido com a remoção do agente causal e com 
antibióticos de amplo espectro – ou pode ser selecionado de acordo com o tipo de 
microrganismo identificado através do antibiograma. Em casos de abscesso, deve-se evitar 
anti-inflamatórios, e os analgésicos prescritos devem ser puros (Dipirona, Paracetamol ou 
Tramal). 
 
ABSCESSO PERIAPICAL 
Trata-se coleção de purulenta localizada no ápice radicular do dente devido a necrose 
pulpar. Ele passa por vários estágios, evoluindo de subagudo para agudo, e este para crônico. 
Ainda, a fase aguda é dividida em inicial – evolução – evoluída. Cada etapa será descrita em 
tópicos diferentes. 
 
 SUBAGUDO 
Pode ocorrer quando há destruição cariosa, pulpite, pericementite, necrose pulpar, e 
ausência de mobilidade dentária. O paciente relata dor intensa e a sensação de dente 
crescido. O tratamento é feito com antibiótico (cefalexina, ampicilina, amoxicilina, 
eritromicina, azitromicina, lincomicina e clindamicina – que deve ser interrompido 
somente 48 horas após a remissão dos sinais e sintomas) seguido pela remoção da causa, 
com endodontia ou exodontia. 
 
 AGUDO: INICIAL 
Nessa fase o abscesso está restrito ao periósteo e a coleção purulenta sai pela região que 
apresenta menor resistência. Clinicamente, o dente apresenta mobilidade, a mucosa está 
CIRURGIA - 2015 
 
DIEGO MARDEGAN 
com hiperemia, o paciente relata dor aguda, sensação de dente crescido, gânglios 
linfáticos palpáveis e móveis e edema amolecido. O tratamento é feito com antibióticos e 
remoção da causa, com endodontia ou exodontia. 
 
 AGUDO: EVOLUÇÃO 
A evolução do abscesso é a fase em que o mesmo rompe o periósteo e atinge os tecidos 
moles. A região apresenta hipertermia, aumento volumétrico endurecido a palpação e 
dor. Quando a infecção atinge os músculos pode ocorrer o trismo; os linfonodos são 
palpáveis, em alguns casos há febre, insônia e anorexia. Para o tratamento, deve ser 
realizada a antibióticoterapia, fisioterapia com calor (intra ou extra-bucal) e remoção da 
causa por drenagem. 
 
 AGUDO: EVOLUÍDO 
Há aumento volumétrico amolecido com ponto de flutuação, dor de dente atenuada e 
presença de sintomas gerais. A base para o tratamento é antibioticoterapia, remoção da 
causa por drenagem, reidratação e utilização de vitamina C. 
 
 DRENAGEM 
O objetivo da drenagem é manter as estruturas anatômicas afastadas para favorecer o 
escoamento do pus; o dreno é reconhecido pelo organismo como corpo estranho e 
promove transudação plasmática, favorecendo a fagocitose. É importante ter alguns 
cuidados, como a prescrição de antibióticos até 48 horas após a remissão dos sinais, 
fisioterapia com calor, troca diária do curativo, ordenha, remoção do dreno em 48/72 
horas, hidratação do paciente e repouso. As fases da drenagem são: antissepsia com PVPI, 
localização do ponto de flutuação, anestesia circular, punção da mucosa bucal com lâmina 
11, divulsão no interior dos tecidos, ordenha, dreno de borracha por 24/48 horas e 
cuidados de antissepsia e curativo (se extra-bucal). 
 
CRÔNICO 
 
 CRÔNICO ENCAPSULADO 
CIRURGIA - 2015 
 
DIEGO MARDEGAN 
Quando o agente causal não é eliminado ou a terapêutica adotada não foi adequada, o 
organismo responde encapsulando o abscesso. O tratamento realizado é a 
antibioticoterapia, fisioterapia com calor e remoção da causa por drenagem. 
 
 CRÔNICO FISTULADO 
O pus drena continuamente por fístulas intrabucais (resolução espontânea) ou extrabucais 
(tratamento cirúrgico). O tratamento é a remoção da causa. 
 
 CRÔNICO CONDENSANTE 
O abscesso atinge o tecido ósseo, que estimula a proliferação de osteoblastos e forma a 
osteíte condensante ou hipercementose. A osteomielite é um processo inflamatório que 
atinge os espaços medulares do osso, formando sequestros ou esclerose óssea. Nessa 
condição há maior ocorrência na mandíbula e apresenta odor fétido; o alcoolismo 
predispõe a osteomielite. O tratamento é a realização de cultura e antibiograma, 
antibioticoterapia específica e remoção dos sequestros ósseos; não deve curetar a lesão.

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