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Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS ARQUITETURA EFÊMERA Aula 4: Cenários Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Objetivo Cenários – A efemeridade na concepção e montagem de cenários • Ampliar a percepção do tema da efemeridade ligada a um espaço físico conhecido dos alunos apenas como espectadores; • Compreender as estratégias e técnicas utilizadas por trás da cena para se criar a “magia do espetáculo”; • Ampliar o conhecimento sobre as produções audiovisuais, performances e shows que permitem inúmeras formas de atuação na criação espacial e cênica. Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Cenários – A efemeridade na concepção e montagem de cenários Significado da palavra cenário: - nome masculino, adjetivo. 1. decoração do espaço de representação numa peça de teatro, num filme etc.; 2. lugar onde se desenrola a ação (ou parte da ação) de uma peça teatral, de um filme ou de uma narrativa; 3. ambiente que rodeia um acontecimento; 4. situação; cena; panorama; cenário in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/cenário. Acesso em: 20 dez 2016. Conceito Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Cenários – A efemeridade na concepção e montagem de cenários A cenografia tem por origem as palavras skenographia (do grego) e scenographia (do latim) e pode ser compreendido como a “síntese histórica e tecnológica do ato projetivo cênico, abrange atualmente todo o processo de criação e produção do evento estético-espacial e da imagem cênica” (URSSI, 2006, p. 14) De maneira geral, a literatura dramática fica documentada em livros, porém os cenários e figurinos subsistem por meio de fotografias e desenhos, o espetáculo é uma arte efêmera, que se realiza integralmente ao longo da sua duração. Pois, ao término de “uma temporada, restará dele apenas a memória. A concentração de esforços artísticos, em torno do efêmero, atribui ao teatro miséria e grandeza inconfundíveis” (MAGALDI, 1996, p.). A definição parece mais adequada, no entanto, quando “menciona a origem grega, mas errônea quando afirma que cenografia é a arte de representar em perspectiva” (ROSSINI, 2012, p. 162). Conceito Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS A cenografia Cenários – A efemeridade na concepção e montagem de cenários A função da cenografia é mais ampla do que simplesmente a substituição da situação original “ela é também um elemento narrativo, um auxiliar que permite situar espacial e temporalmente o tema abordado por um texto teatral ou por uma exposição.” (ROSSINI, 2012, p. 158). Nos primórdios do teatro, o cenário era utilizado para construir uma ilusão do espaço aberto, de uma rua, de um jardim ou de um espaço interior como um quarto, uma alcova ou uma sala de um palácio com o uso da perspectiva e de trompe-l’oeil (técnica artística com truques de perspectiva). Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS A cenografia Cenários – A efemeridade na concepção e montagem de cenários A cenografia tem ampliado cada vez mais a sua atuação e cumpre papel importante no contexto contemporâneo dos museus, cinema, televisão e teatros, na arte e em atividades diversas da vida contemporânea. Os termos cenografia de exposições, arquitetura de exposições ou design de exposições são empregados para designar o trabalho de organização do espaço e das formas de expor um conteúdo. São cada vez mais amplas a aplicação e a utilização, os museus, por exemplo, “investem, cada vez mais, em espaços flexíveis que possam ser modificados e adaptados a cada novo projeto curatorial. A cenografia de exposições é um recurso que se constrói no espaço para oferecer ao visitante uma experiência sensível do conteúdo escolhido por meio da cor, dos percursos e das imagens” (ROSSINI, 2012, p. 158). Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS A cenografia Cenários – A efemeridade na concepção e montagem de cenários Na maior parte dos casos, o responsável pelo projeto, que pode ser o cenógrafo, o arquiteto, o artista ou o designer, deve preservar alguma sobriedade na escolha dos materiais, cores e organização espacial, os quais possam acolher e mostrar, da melhor maneira possível, as peças escolhidas. “O ideal contemporâneo defendido e desejado, especialmente pelos artistas e curadores, segue sendo o espaço com pouca interferência: paredes perfeitamente niveladas e com pé direito alto; um conjunto de elementos articulados para proporcionarem uma leitura do público focalizada nas obras expostas. Se, para as exposições de obras de arte, a cenografia, quando cria um espaço ficcional, pode ser um concorrente que as deprecia e as coloca num segundo plano, como no caso citado, em outros, é a cenografia que apresenta e dá o acesso ao conteúdo de uma exposição” (ROSSINI, 2012, p. 164). Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS A cenografia Cenários – A efemeridade na concepção e montagem de cenários Ao final do século passado e ao longo do século XXI, a cenografia e o design de performance têm progressivamente se deslocado do espaço fechado do teatro para um território híbrido situado na interseção entre teatro, arquitetura, exposição, artes visuais e mídia. São espaços simultaneamente híbridos, mediados, narrativos, resultado de transformações no entendimento transdisciplinar do espaço e numa consciência distinta de intervenção social. Esses dois fatores de “expansão” podem ser vistos como forças centrais na prática e no pensamento cenográfico contemporâneo. A evolução das possibilidades de atuação no campo dos cenários tem se ampliado progressivamente para outros campos do conhecimento. As produções audiovisuais, performances e shows permitem “inúmeras formas de atuação na criação espacial e cênica” (URSSI, 2006, p.112). Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Estruturas de conteúdo Teatro Teatro tradicional O teatro ocidental tem sua origem na Grécia entre os séculos VII e VI a.C. Os principais elementos que compõem o espaço cênico grego são: o teatro, a orquestra e a cena. Todo esse espaço era originalmente uma tenda onde os atores trocavam de figurinos e, posteriormente, onde o aparato cenográfico era guardado. Na Renascença, foi concebido o espaço cênico com a estrutura e com os princípios da harmonia clássica da arquitetura greco- romana proposta por Vitrúvio (Séc. I a.C.) sobre o ofício do projeto para teatro e que serviu de base para o teatro contemporâneo. B-Floor Theater Companhia de Teatro, Bangcoc, Tailândia, setembro 2012. Fonte: Wellcome Library, 2016 Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Estruturas de conteúdo Teatro Teatro de rua O espaço urbano e o espaço de exibição são definições de adequações para realização da atividade cênica do teatro de rua. Segundo o teatrólogo Patrice Pavis o teatro de rua é aquele “que se produz em locais exteriores às construções tradicionais: rua, praça, mercado, metrô, universidade etc.” (1999, p.385). São motivações diversas que podem conduzir à escolha pelo teatro de rua, pode ir desde uma tentativa de levar o teatro às pessoas que não têm acesso ao espaço teatral convencional, até uma forma de teatro político com uma plateia quase sempre heterogênea e imprevisível Artistas apresentando-se em rua no centro de Barcelona, Espanha, 2014. Fonte: Fábio Bitencourt, 2016. Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Estruturas de conteúdo Teatro Teatro em espaços alternativos (igrejas, museus, colégios etc.) A diversidade de possibilidades que o ambiente possibilita ao teatro é também resultado da proposta da mensagem que se pretende passar adiante, o públicoa quem se destina e a expectativa do autor combinado com os atores do espetáculo cenicamente combinados. O espetáculo, por sua vez, “constrói um ambiente, resultado de uma cadeia infinita de significados, onde o espectador recebe simultaneamente diversos tipos de informações vindas do cenário, da iluminação, do figurino, dos gestos, da fala” (URSSI, 2006, p. 78). Cenário para filmagem durante as festas juninas de São João no Bairro do Anhembi, São Paulo. Fonte: Rede Globo, 2016. Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Ópera O teatro para representação da ópera visa apresentar um espetáculo que revive a aura do drama antigo com o equilíbrio entre música, poesia e teatro. Os cenário eram elaborados inicialmente em trompe-l’oeil simulando a tridimensionalidade. Para a realização da ópera, os cenários buscam a representação do espaço idealizado proporcionando uma espécie de ilusionismo na perspectiva visual do espectador, permitindo-o “mergulhar no palco” (URSSI, 206, p. 39). Estruturas de conteúdo Cenário da ópera Aída, de Giuseppe Verdi, Teatro Municipal de São Paulo, SP, 2013. Fonte: Heloisa Ballarini/SECOM, Prefeitura de São Paulo, 2016. Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Referências Referências COHEN, Renato. Performance como linguagem: criação de um tempo espaço de experimentação. São Paulo: Perspectiva, 1989. GONÇALVES, Fernando do Nascimento. Fabulações Eletrônicas: Apropriações artísticas da comunicação e da tecnologia em Laurie Anderson. E-papers Rio de Janeiro, 2006, 286 p. Disponível em: https://www.academia.edu/9823090/FABULAC_O_ES_ELETRO_NICAS_Apropriac_o_es_arti_sticas_da_comu nicac_a_o_e_da_tecnologia_em_Laurie_Anderson. Acesso em: 22 nov 2016. MAGALDI, Sábato. Iniciação ao teatro. São Paulo, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Disponível em: http://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/33457534/- _Iniciacao_ao_Teatro.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAJ56TQJRTWSMTNPEA&Expires=1483563211&Signature=M W9yhmXdvk8FAbvj3iF8SU%2Bh%2BWo%3D&response-content- disposition=inline%3B%20filename%3DIniciacao_ao_Teatro.pdf. Acesso em: 03 jan 2017. Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Referências MAGALDI, Sábato. Tendências contemporâneas do teatro brasileiro. Estudos Avançados. vol.10, n. 28, São Paulo Sept./Dec. 1996. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40141996000300012 . Acesso em: 15 dez 2016. ROSSINI, Élcio. Cenografia no teatro e nos espaços expositivos: uma abordagem além da representação. TransInformação, Campinas, 24(3):157-164, set./dez., 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tinf/v24n3/a01v24n3. Acesso em: 05 dez 2016. SANTOS, Milton. Sociedade e Espaço: a formação social como teoria e como método. Editora Vozes, São Paulo, 1997. URSSI, Nelson José. A linguagem cenográfica. Escola de Comunicação e Artes, USP, São Paulo, 2006, 119 p. Disponível em: http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/C%EAnica/Pesquisa/a_linguagem_cenografica.pdf . Acesso em: 02 dez 2016. Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS Saiba mais Articulação prático-teórica • Realizar visita a um espetáculo de teatro ou ópera em cartaz, dedicando atenção exclusiva ao cenário e suas técnicas, materiais e controle do ponto de vista do espectador etc. • Elaborar resenha com as informações técnicas e respectivas críticas e avaliação dos aspectos relacionados ao cenário: técnicas, materialidade, plasticidade e compatibilidade funcional entre este e o tema do espetáculo. Arquitetura efêmera AULA 4: CENÁRIOS VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Cenários (continuação); Concepção e montagem de cenários; Cenários para shows, exposições, cinema e novelas. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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