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Nossos objetivos nesse encontro 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 1 
AULA 2 
1. • Introduzir as diversas concepções acerca do direito 
natural. 
2. • Discorrer a respeito das correntes jusnaturalistas. 
3. • Apresentar o movimento positivista jurídico e sua 
polêmica com os jusnaturalistas. 
4. • Explicitar os postulados kelsenianos do normativismo 
jurídico. 
5. • Apontar as críticas formuladas à teoria pura do Direito. 
6. • Discorrer sobre o culturalismo jurídico e a Teoria 
Tridimensional do Direito. 
1 
1 
A ideia do Direito Natural. O jusnaturalismo. 
AULA 1 
AULA 2 
É corrente tradicional do pensamento 
jurídico, que defende a vigência e a 
validade de um direito superior ao direito 
positivo. 
Tem-se mantido de pé, apesar das várias 
crises por que tem passado, e apesar de 
criticada, mantém-se fiel ao menos a um 
princípio comum: a consideração do 
direito natural como direito justo por 
natureza, independente da vontade do 
legislador, derivado da natureza humana 
(jusnaturalismo) ou dos princípios da 
razão (jusracionalismo), sempre presente 
na consciência de todos os homens. 
2 
O JUSNATURALISMO 
TEOLÓGICO E RACIONALISTA 
 
Moral 
As duas correntes podem ser entendidas, 
portanto, segundo dois critérios: o 
teleológico e o racionalista. 
- TEOLÓGICO- direito é revelação divina 
e transcendente aos próprios homens. O 
homem é mero portador dos princípios 
revelados da vontade divina (São Tomás 
de Aquino). 
 
 
3 
3 
- RACIONALISTA - para eles existe 
um Direito imanente à natureza do 
homem e que as organizações políticas e 
sociais são formas especialíssimas de 
concretizar o direito natural (Hugo 
Grotius). 
• Os racionalistas partem do pressuposto 
de que existe uma verdadeira identidade 
entre o Direito e a Justiça, o que significa 
que não existe Direito injusto. O injusto é 
o antijurídico, e a sanção é o instrumento 
da restauração da expectativa de justiça. 
 
4 
4 
O ponto comum entre as diversas correntes do direito 
natural tem sido a convicção de que, além do direito 
escrito, há uma outra ordem, superior àquela e que é a 
expressão do Direito justo. É a idéia do direito perfeito e 
por isso deve servir de modelo para o legislador. É o 
direito ideal, mas ideal não no sentido utópico, mas um 
ideal alcançável. A divergência maior na conceituação 
do Direito natural está centralizada na origem e 
fundamentação desse direito. 
5 
Os jusnaturalistas nunca dissociaram ou 
distinguiram, mesmo nas formulações 
mais modernas, realidade e valor. 
AULA 1 
 
 
A necessidade de se reforçar a 
razão convencional em detrimento 
do ideal absolutista revelado 
superestimou os documentos 
escritos – a lei e o contrato – e 
criou as condições históricas e 
políticas para o desenvolvimento 
do legalismo positivista, 
caracterizado no Code Napóleon. 
 
A Revolução Francesa vai levar à contraposição entre direitos 
revelados e as convenções escritas como novas formas de 
transcrição dos valores racionais naturais diversamente dos 
valores divinos naturais. 
 
AULA 1 
O jusnaturalismo como idealismo jurídico, sempre está 
sendo vinculado aos modelos conservadores de Estado, 
mas isto não impediu que muitos estudiosos vinculassem 
o idealismo jusnaturalista às propostas revolucionárias e 
de transformação social, porque toda revolução pretende 
uma ordem justa contra a ordem que se presume injusta. 
 
Da mesma forma, toda contra-revolução conservadora é 
jusnaturalista porque pretende resguardar os valores de 
justiça estabelecidos contra a ameaça de novas formas 
de organização social. 
8 
O Positivismo Jurídico. 
• De manifestação revelada e inviolável, a lei 
transformou-se em instrumento essencial de poder, 
a sua índole e natureza. 
 
• A lei escrita transmudou-se de instrumento de 
construção da nova ordem em instrumento de sua 
conservação. 
9 
O Positivismo legalista 
A positivação do jusnaturalismo racionalista 
provocou o desenvolvimento do mais sólido 
movimento jurídico da história do 
pensamento jurídico contemporâneo. 
 
A legalidade, a ordem escrita, se sobrepôs a 
todos os padrões de legitimidade e justiça: o 
justo e o legítimo são valores que a lei 
transcreve e prescreve, e aquilo que a lei 
não alcança não é Direito. 
10 
A igualdade é igualdade perante a lei; a 
liberdade é a que a lei permite; o crime é 
crime se a lei o define como crime; ninguém 
deve fazer ou deixar de fazer algo senão em 
virtude da lei; nenhuma lei pode modificar 
direito (legalmente) adquirido, coisa julgada 
ou ato jurídico perfeito. 
 
O código passa a representar para toda a vida 
moderna o modelo de organização civil da 
sociedade. A perfeição do Código não admitia 
qualquer leitura que fugisse ao seu sentido 
literal – a verba legis – o sentido filológico e 
gramatical de suas palavras. 
11 
Para os juspositivistas o Direito é a lei – “eu não conheço o 
direito Civil, eu ensino o Code Napoléon” (Bugnet) 
 
Este positivismo de características aplicativas e 
mecanicista será a tendência dominante: legal, estatal e 
avalorativo. 
 
Todavia, não há como negar a importância dos 
juspositivistas na sociedade contemporânea. 
 
O legalismo positivista guarda a profunda defesa da 
ordem posta e o seu pressuposto é o pressuposto de sua 
aplicação. 
12 
O Normativismo jurídico 
Não é uma reação atualizadora do positivismo legalista e, 
nem muito menos, uma retomada idealista do fenômeno 
jurídico, circunscrito na virada do séc. XIX pelos 
sociologismos e pelo cientificismo que retirou do Direito o 
seu status de conhecimento transcendental, colocando-o no 
âmago dos problemas humanos. 
 
Kelsen propõe uma depuração do objeto da ciência jurídica, 
como medida, inclusive, de garantir autonomia científica 
para a disciplina jurídica, que, segundo ele, vinha sendo 
deturpada pelos estudos sociológicos, políticos, 
psicológicos, filosóficos etc. 
 
13 
 
 
A Teoria Pura do Direito 
 
Para Kelsen o estudo do fenômeno jurídico como 
fenômeno científico deve se dar a partir de 2 questões: 
1- definindo-se o objeto do conhecimento jurídico; 
2- identificando-se o método lógico de abordagem 
e percepção do conhecimento jurídico científico. 
 
 
O objeto do conhecimento jurídico é a norma 
jurídica. 
O plano da Teoria Pura era, assim, atingir a autonomia 
disciplinar para a ciência jurídica. Essa é a grande 
importância de seu pensamento, isto é, o seu caráter 
paradigmático. 
14 
• A norma jurídica é uma estrutura constituída de 
vários elementos, entre si vinculados 
deonticamente, assim como as estruturas 
normativas, entre si, têm vínculos de 
subordinação e de fundamentação hieráquico-
normativa. Estas duas dimensões lógicas – 
vínculos deônticos ou de imputação entre os 
elementos constitutivos da norma e os vínculos 
de validez ou de subordinação e 
fundamentação hierárquica são as bases 
metodológicas referenciais do normativismo. 
 O Normativismo se considera uma teoria lógica e não 
ideológica. 
 
15 
A moldura interpretativa kelseniana 
Segundo Kelsen, “o Direito a aplicar forma, em todas estas 
hipóteses, uma moldura dentro da qual existem várias 
possibilidades de aplicação, pelo que é conforme ao 
Direito todo ato que se mantenha dentro desse quadro ou 
moldura, que preencha esta moldura em qualquer sentido 
possível”. Kelsen considera que a norma superior forma 
uma moldura determinante de um campo de ação para a 
norma inferior, onde há várias possibilidades legais deaplicação do direito. Pode-se visualizar a moldura como 
uma figura geométrica, dentro da qual cabe ao órgão 
aplicador do direito escolher dentro das possibilidades 
oferecidas previamente pela norma superior. 
 
16 
Críticas à Teoria Pura do Direito e ao 
Positivismo Jurídico. 
• Assumindo atitude intransigente perante o Direito Natural, 
o positivismo jurídico se satisfaz plenamente com o ser do 
Direito Positivo, sem cogitar sobre a forma ideal do 
Direito, sobre o dever-ser jurídico. 
• Assim, para o positivista a lei assume a condição de único 
valor. 
• O positivismo jurídico é uma doutrina que não satisfaz as 
exigências sociais de justiça. 
17 
Se, de um lado, favorece o valor 
segurança, por outro, ao defender a 
filiação do direito a determinações do 
Estado, mostra-se alheio à sorte dos 
homens. 
 
O direito não se compõe exclusivamente 
de normas, como pretendem essas 
correntes. As regras jurídicas têm 
sempre um significado, um sentido, um 
valor a realizar. 
18 
18 
Das críticas feitas se extraem algumas 
conclusões: 
a) Não só os atos de vontade, mas também os atos 
intelectivos, estão impregnados do subjetivismo e da 
ideologia do intérprete; 
 
b) Todo ato de interpretação, seja do intérprete autêntico 
ou não-autêntico, é um ato de caráter ideológico. Daí 
deduz-se que o ato de interpretação do cientista do 
Direito também está preenchido de ideologia, restando 
prejudicada a concepção kelseniana da neutralidade 
pura ou pureza científica do cientista do Direito; 
19 
19 
c) A moldura interpretativa não é determinada 
objetivamente pela norma superior. É imprescindível a 
interação da ideologia do intérprete com a norma 
superior para a formação da moldura. Daí deduz-se 
que a moldura não pode ser rígida e hermética, sendo 
maleável e aberta; 
 
d) O Direito evolui permanentemente através dos atos 
contínuos de interpretação e como prova disto temos 
a Jurisprudência dos Tribunais e a doutrina, onde há 
sempre várias posições contrapostas, que refletem 
diferentes ideologias vigentes na sociedade, e 
contribuem enormemente para o avanço do Direito e 
para a busca da justiça. 
20 
20 
Noções sobre a Teoria 
Tridimensional do Direito 
Para o jusfilósofo brasileiro Miguel 
Reale: 
o Direito não é puro fato, não possui 
uma estrutura puramente factual, 
como querem os sociólogos; nem 
pura norma, como defendem os 
normativistas; nem puro valor, como 
proclamam os idealistas. Essas 
visões são parciais e não revelam 
toda a dimensão do fenômeno 
jurídico. O Direito congrega todos 
aqueles elementos: “é fato social na 
forma que lhe dá uma norma 
segundo uma ordem de valores”. 
 
21 
21 
Teoria Tridimensional do Direito 
• Buscou Reale demonstrar, em sua tese, que o Direito é 
uma realidade tridimensional, compreendida, através 
das seguintes dimensões básicas: fato, valor e norma. 
• Para Miguel Reale os três elementos dimensionais do 
Direito estão sempre presentes na substância do 
jurídico, ao mesmo tempo em que são inseparáveis pela 
realidade dinâmica do próprio Direito, formando o 
contexto do chamado tridimensionalismo “concreto”. 
• Há um mundo do ser que aprecia a realidade social 
como ela de fato é; há um quadro de idéias e valores; e, 
finalmente, um modelo de sociedade desejado (mundo 
do dever-ser) 
22 
22 
23 
23 
FATO (eficácia) Ser 
NORMA 
(vigência- ) 
Dever-ser 
VALOR 
(Fundamento) 
Poder-ser 
FJ 
Concepção tridimensional do Direito 
• O “Fato” é o acontecimento social que envolve 
interesses básicos para o homem e que por isso 
enquadra-se dentro dos assuntos regulados pela 
ordem jurídica (social, econômico, geográfico, 
demográfico, de ordem técnica, etc.). 
• O “Valor” é o elemento moral do Direito se toda 
obra humana é impregnada de sentido ou valor, 
igualmente o Direito: ele protege e procura realizar 
valores fundamentais da vida social, notadamente, 
a ordem, a segurança e a justiça (conferindo ao 
fato determinada significação que deve ser 
preservada). 
• A “Norma” consiste no padrão de comportamento 
social imposto aos indivíduos, que devem observá-
la em determinadas circunstâncias (relação ou 
medida que integra o fato ao valor) . 
24 
24 
Fato, valor e norma não existem para o 
Direito, separados um do outro, mas 
coexistem numa unidade concreta, 
resultando desta integração dinâmica o 
Direito. 
 
25 
25 
A Sociologia do Direito ocupa-se do 
Direito enquanto fato social. 
A Ciência do Direito ocupa-se do Direito 
enquanto norma. 
A Filosofia do Direito trata dos valores do 
Direito, dos ideais de justiça que são 
representados nas normas jurídicas e da 
finalidade última destas normas. 
26 
26 
27 
27 
CASO CONCRETO 1 
 
Três amigos acabaram de ler no jornal que Madalena, 19 anos, separada, 
mãe de três filhos, que ganha um salário mínimo trabalhando como 
empregada doméstica, foi condenada pelo Tribunal do Júri a três anos de 
prisão por ter cometido aborto. O primeiro amigo afirma que o Tribunal do 
Júri aplicou corretamente a lei, visto que a conduta de Madalena constitui 
crime contra a vida (art. 240 do Código Penal). O segundo amigo 
discorda, sustentando que a condenação foi injustificada, porque a lei 
sobre o aborto não é quase nunca aplicada. O terceiro afirma que o 
problema é de cunho filosófico, envolvendo reflexões sobre o moralmente 
certo ou errado e que houve uma injustiça, já que o caso foi resolvido 
segundo a letra da lei e não às exigências da justiça. 
 
Examine o caso apresentado procurando aplicar os conhecimentos 
adquiridos sobre a Teoria Tridimensional do Direito 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 2 
 
Recentemente o mundo foi surpreendido pela notícia de uma mãe francesa que, 
após anos cuidando de seu filho, que havia ficado tetraplégico, mudo e cego após 
um acidente automobilístico, praticou a eutanásia, provocando-lhe, por 
conseqüência, a morte. 
Marie Humbert, mãe de Vincent Humbert, será julgada pelo Poder Judiciário da 
França, cuja legislação proíbe a prática da eutanásia, podendo vir a ser 
condenada por tal conduta. 
O Caso Vincent Humbert, além de reacender o debate em torno da eutanásia, 
coloca em choque os direitos fundamentais à vida e à dignidade, desafiando o 
jurista na busca da solução mais justa. 
Pergunta-se: O direito positivo, da forma concebida pela escola kelseniana, será 
capaz de oferecer uma solução adequada à questão? 
 
 
 
28 
28 
Leitura para a próxima aula 
Nome do livro: Introdução ao estudo do direito. 
Nome do autor: NADER, Paulo. 
Editora: Rio de Janeiro:Forense 
Ano: 2008. 
Edição: 30. ed. rev. e ampl. 
Nome do capítulo: Direito costumeiro 
N. de páginas do capítulo: 8 
Nome do capítulo: O Desuso das Leis 
 
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