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Recursos Humanos na Administração Pública - Livro- Texto - Unidade IV

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Unidade IV
Unidade IV
7 Regime juRídico Único e diReitos e vantagens dos seRvidoRes 
pÚblicos
7.1 Regime jurídico Único (lei nº 8.112/90)
7.1.1 Uma breve introdução ao Regime Jurídico Único
Indica a Constituição Federal de 1988 que todos os servidores públicos devem se submeter ao Regime 
Jurídico Único.
 saiba mais
Recomendamos a leitura da Lei nº 8.112/90, que é direcionada 
fundamentalmente para o tratamento das questões atinentes aos servidores 
públicos federais, que atuam na administração direta e indireta. 
É fundamentalmente a Lei do Servidor Público e correspondente à CLT 
no caso dos empregados da iniciativa privada.
Além dessa lei, há outras legislações específicas, nela baseadas, conforme o tipo de atuação do 
servidor público.
Cada ente federativo, além da União, isto é, os estados e os municípios, estabelece o seu próprio 
Estatuto, elaborado em consonância com a Lei nº 8.112/90.
Essa lei apresenta as responsabilidades trabalhistas dos servidores da administração direta e indireta, 
com exceção dos funcionários das empresas públicas e de sociedades de economia mista.
Temos na administração federal, além das pessoas jurídicas, principalmente as físicas, que, assim 
como nas demais esferas da Federação (estados e municípios), são chamadas de agentes públicos.
Os agentes públicos constituem um grupo grande e variado de atores que exercem, com ou sem 
remuneração, de forma permanente ou transitória, funções para o atendimento às necessidades do 
público em geral.
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Esse gênero (agentes públicos) pode ser subdividido em categorias/espécies:
•	 Agentes políticos: aqui considerados os políticos e seus auxiliares e, na opinião de muitos 
estudiosos, como conceito majoritário, mesmo os que não atuam com poder, mas são identificados 
na Constituição Federal (como juízes e promotores). 
Convive-se no Brasil com diversas subdivisões da categoria dos 
servidores públicos e muitas peculiaridades variam em face do regime 
jurídico que incide sobre as respectivas relações do trabalho (SANTA 
CATARINA, s.d.). 
•	 Agentes colaboradores: particulares, em atuação conjunta com a área pública, mas que não 
fazem parte da estrutura organizacional da administração – pessoas que são convocadas, em 
situações especiais (como eleições) ou se incorporam ao Estado de forma voluntária. 
Temos, então, os delegados, os honoríficos, os voluntários, os gestores de negócios e os 
credenciados.
Os agentes delegados (ou delegatórios) recebem da administração pública o exercício e não a 
titularidade da atividade administrativa. 
É o caso das concessionárias e permissionárias e, também, dos titulares de cartórios, alguns 
leiloeiros etc.
Essas pessoas são remuneradas pelos particulares e não pelo Estado, com base em tarifas, como 
as de pedágio.
Os agentes honoríficos são os que possuem honrabilidade e exercem uma função pública muito 
importante, como os jurados, mesários, os que prestam serviços militares obrigatórios, sendo 
convocados pelo próprio Estado, sem remuneração.
O soldo militar, que poderia gerar confusão, não tem a característica de remuneração, podendo, 
inclusive, ser inferior ao valor fixado para o salário mínimo.
Os agentes voluntários, por outro lado, também não recebem contraprestação pecuniária, mas, 
diferentemente dos honoríficos, não são convocados pelo Estado. Entre os exemplos, nesse caso, 
temos os Amigos da Escola.
Os gestores de negócios são os voluntários, mas diferem destes em relação ao momento em que 
se oferecem para a atuação na área pública, refletidos em situações emergenciais.
Os agentes credenciados não são tão observáveis na prática, por atuarem em atividades muito 
específicas, podendo ou não ser servidores públicos, representando o Estado.
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As pessoas que representam entidades federativas (União, estados e municípios) em reuniões 
internacionais específicas são exemplos de credenciados.
•	 Agentes administrativos: servidores públicos, propriamente ditos.
Diferem dos particulares em colaboração por fazerem parte da estrutura da administração, com 
uma relação de emprego.Temos os servidores, os empregados públicos e os temporários.
Os temporários são os que vão se relacionar por um determinado período, apesar de terem uma 
relação de emprego e atenderem à necessidade transitória da administração. Podemos mencionar, 
por exemplo, os casos de pesquisadores como os que atuam nos censos populacionais conduzidos 
pelo IBGFE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 
Também há casos de temporários, normalmente da área de saúde, contratados por seleção, pela 
impossibilidade de tempo de realização de concurso público.
 observação
O empregado público, por outro lado, possui um contrato de trabalho 
com a administração por prazo indeterminado e, sempre, por meio de 
concurso público.
O servidor público tem uma relação com o Estado que decorre de um ato administrativo, não se 
relacionando por meio da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). São regulamentados pela Lei 
nº 8.112/90.
O servidor público ocupa um determinado cargo, mas não emprego na administração da respectiva 
unidade da Federação.
Há, também, a diferença entre os cargos vitalício e efetivo, sempre ocupados através de concurso 
público.
No vitalício, após dois do concurso público, há a segurança de perda do cargo via uma sentença 
judicial transitada em julgado. No efetivo, adquire-se a estabilidade (da pessoa) e não a vitaliciedade 
(do cargo). 
Nesse caso, o cargo pode ser público em função de uma má avaliação de desempenho, excesso 
de gastos da unidade etc.
As aquisições excepcionais de vitaliciedade são as de nomeação para atuação nos altos 
escalões (como o caso do ministro do Supremo Tribunal Federal) e, no caso da estabilidade, 
para pessoas com mais de cinco anos de serviço que não prestaram, anteriormente, concurso 
público.
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Há, afinal, a diferença entre os cargos efetivos e em comissão.
Nos cargos em comissão não há a realização de concurso público, sendo de livre nomeação ou 
exoneração. Nem todos os cargos em comissão devem ser confundidos com função em comissão 
ou de confiança, por não demandarem designação. As funções de confiança somente podem ser 
ocupadas por servidores públicos.
De qualquer forma, nem em cargos, nem em funções em comissão, há a garantia da estabilidade, 
adquirida após 36 meses, com a aprovação na avaliação de desempenho do servidor.
Podemos caracterizar um Regime Jurídico como sendo o elenco de princípios, regras e de relações de 
direito a que se subordinam as relações jurídicas entre as organizações, privadas e públicas.
No Brasil, podem ser distintos três Regimes Jurídicos:
•	 Estatutário;
•	 Trabalhista;
•	 Especial.
7.1.2 Regime Estatutário 
É constituído pelas regras e normas que controlam a relação jurídica funcional entre o servidor 
publico estatutário e o Estado.
São considerados servidores públicos estatutários os efetivos, isto é, os aprovados em concursos 
públicos. Nessa categoria, estão enquadrados, também, os servidores comissionados ou de provimento 
em comissão, cujos cargos são ocupados provisoriamente e que, fundamentalmente, distinguem-se pela 
confiança que lhes é depositadapelos respectivos administradores.
Os titulares desses cargos podem ser afastados de suas funções, a qualquer momento, por 
conveniência do político que os nomeou. Assim, os servidores comissionados ou de provimento 
em comissão não possuem estabilidade em seus cargos, diferentemente do que ocorre com os 
estatutários. 
7.1.3 Regime Trabalhista
Esse regime é constituído pelas normas que regulam a relação jurídica entre o Estado e o empregado.
Ele é regulado pela própria CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), com base no Decreto-Lei nº 5.452, 
de 01/05/1943, e é caracterizado pela existência de um contrato na relação jurídica entre empregado e 
empregador.
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Pode ser adotado também para os servidores públicos, como os que atuam nas empresas estatais e 
sociedades de economia mista.
7.1.4 Regime Especial
Trata de uma categoria específica de servidores, os ditos temporários, como estabelecido na 
Constituição de 1988.
Entre as premissas fundamentais desse regime, podemos considerar: 
•	 prazo	determinado	para	a	contratação	do	servidor;
•	 função	exercida	em	caráter	temporário;	
•	 condições	de	exceção,	em	função	do	interesse	público	na	contratação	do	servidor.	
7.1.5 Regime Jurídico Único (RJU) 
Conforme estabelecido no artigo 39 da Constituição de 1988, cada ente da Federação deveria adotar 
um único regime jurídico, aplicável a todos os servidores integrantes de suas administrações diretas, 
autárquicas e fundacionais. 
A Emenda Constitucional – EC nº 19/98 – alterou o caput do art. 39 da CF/88, eliminando essa 
obrigatoriedade para os agentes que atuam na administração direta, autarquias e fundações públicas. 
Dessa forma, ficou oficializado que os regimes jurídicos anteriormente estabelecidos por leis ordinárias 
continuariam em vigor, para quem já estivesse neles enquadrado.
A nova redação do art. 39 – caput – propiciou às unidades públicas a contratação de pessoal pelo 
regime da CLT, para atender às suas particulares e as respectivas funções:
Art.39 A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios instituirão 
conselho de política de administração e a remuneração de pessoal 
integrado por servidores designados pelos respectivos poderes (BRASIL, 
1988). 
Os servidores que exercem atividades típicas de Estado, dada a essencialidade de suas atribuições 
e competências, não poderão ser contratados pelo regime contratual (isto é, pela CLT), e sim pelo 
Estatutário, o que dependerá de lei complementar que esclareça e identifique as carreiras típicas de 
Estado.
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 saiba mais
Recomendamos a leitura a seguir:
SANTA CATARINA (Estado). Secretaria de Estado da Fazenda. Diretoria 
de Auditoria Geral. Gerência de Auditoria de Atos de Pessoal. [s.d.]. Regimes 
jurídicos dos servidores públicos. Disponível em: <http://www.sef.sc.gov.br/
auditoria/images/stories/GEAPE/regimes_jurdicos.pdf>. Acesso em: 7 abr. 
2014. 
Segundo o texto, diversas foram as críticas às determinações da Emenda 
Constitucional nº 19/98, o que continua em discussão no STF (Supremo 
Tribunal Federal). 
Um maior detalhamento a respeito dessas modalidades de contratação 
de servidores públicos pode ser encontrada no livro:
MELO, F. J. G. Admissão de pessoal no serviço público: procedimentos, 
restrições e controles. Belo Horizonte: Fórum, 2006. p. 48-49.
7.1.6 Conceito de servidor e de cargo público
O agente público é a pessoa física que, de qualquer forma, participa ou exerce atribuições do Estado, 
com ou sem remuneração.
Costuma-se subdividir os agentes públicos em:
•	 Servidor público: pessoa física legalmente investida em cargo público, que possui vínculo 
institucional, seja com a administração direta quanto indireta (aqui incluídas as autarquias e 
fundações públicas).
“Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público” (BRASIL, 
1990a).
•	 Empregado público: embora seja também selecionado por concurso público, tal como é o caso 
do servidor público, vincula-se, por contrato, com as empresas públicas e de economia mista, 
obedecendo aos ditames da CLT (Consolidação das Leis do trabalho).
Entende-se por cargo público o conjunto de atribuições e responsabilidades que devem ser atribuídas 
a um servidor. São criados por lei, com denominação própria e vencimentos pagos pelos cofres públicos, 
para provimento em caráter efetivo ou em comissão, como determinado pela Lei nº 8.112.
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Tal Lei determina também, em seu artigo 4º:
“Art.4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei” (BRASIL, 1990).
Entre os cargos públicos, podemos dividir:
•	 Cargo	efetivo:	preenchimento	de	vaga	depende	de	aprovação	prévia	em	concurso	público.	
•	 Cargo	em	comissão:	é	de	livre	nomeação	e	exoneração,	pela	autoridade	competente,	conforme	
interesse e conveniência da entidade, independendo de aprovação prévia em concurso público.
O artigo 37 da Constituição Federal estabelece que um percentual de cargos em comissão seja 
reservado a servidores efetivos, descritos anteriormente.
7.1.7 Serviços públicos essenciais no Brasil
O artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor especifica os serviços públicos considerados essenciais: 
“[...] órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra 
forma de empreendimento” (BRASIL, 1990b), vale dizer, toda e qualquer empresa pública ou privada que 
por via de contratação com a administração pública forneça serviços públicos, assim como, também, as 
autarquias, fundações e sociedades de economia mista. O que caracteriza a pessoa jurídica responsável 
na relação jurídica de consumo estabelecida é o serviço público que ela está oferecendo e/ou prestando. 
Nesse mesmo artigo é estabelecida a obrigatoriedade dos serviços serem prestados de forma adequada, 
eficiente e segura e continuada. 
Há certos serviços que podem ser considerados não essenciais, sendo executados pelas atividades 
burocráticas internas das unidades da administração pública. 
O serviço entendido como essencial e que não pode ser interrompido denota um aspecto fundamental 
de urgência, como o fornecimento de água a uma família.
A Lei de Greve nº 7.783, de 28 de junho de 1989, determina que os sindicatos, trabalhadores e 
empregadores devem garantir, durante a interrupção, a prestação dos serviços indispensáveis ao 
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade:
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:
I	–	tratamento	e	abastecimento	de	água;	produção	e	distribuição	de	energia	
elétrica,	gás	e	combustíveis;
II	–	assistência	médica	e	hospitalar;
III	–	distribuição	e	comercialização	de	medicamentos	e	alimentos;
IV	–	funerários;
V	–	transporte	coletivo;
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VI	–	captação	e	tratamento	de	esgoto	e	lixo;
VII	–	telecomunicações;
VIII – guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e 
materiais	nucleares;	
IX	–	processamento	de	dados	ligados	a	serviços	essenciais;
X	–	controle	de	tráfego	aéreo;
XI – compensação bancária (BRASIL, 1989).
7.2 direitos e vantagens dos servidores públicos
7.2.1 Provimento
Entende-se como provimento o preenchimento ou ocupação de um cargo.
Existem casos de provimentomesmo nas situações em que a pessoa já atua como servidor público, 
havendo a divisão em:
•	 Provimento originário: nomeação, e depende da aprovação em concurso público. 
•	 Provimentos derivados: readaptação, reversão, reintegração, reaproveitamento etc.
 saiba mais
Leia sobre os atos que estabelecem a contratação e o preenchimento 
de vagas para a ocupação de cargos públicos efetivos ou em comissão, de 
acordo com artigo 8 da Lei nº 8.112/90:
BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime 
jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações 
públicas federais. Brasília, 1990a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/L8112compilado.htm>. Acesso em: 4 abr. 2014.
O Art 8º considera as seguintes possibilidades de provimento de cargo público:
•	 nomeação;
•	 promoção;
•	 readaptação;
•	 reversão;
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•	 aproveitamento;
•	 reintegração;
•	 recondução.
Regularmente, portanto, a admissão e a seleção de servidores devem ser feitas com base nos 
resultados dos concursos públicos, cujas condições, como prazos de inscrição, critérios de avaliação etc., 
são esclarecidos em edital específico.
Serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso público às pessoas 
portadoras de deficiência, visando ao provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a 
situação do candidato:
O capítulo 5 da Lei nº 8.112/90 prevê os incisos:
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos 
estabelecidos em lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se 
inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições 
sejam	 compatíveis	 com	 a	 deficiência	 de	 que	 são	 portadoras;	 para	 tais	
pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no 
concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica 
federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. 
(Incluído pela Lei nº 9.515, de 20/11/97) (BRASIL, 1990a). 
7.2.2 Nomeação
A nomeação é uma das formas de preenchimento de vaga de cargo público, seja sob a forma efetiva 
ou em comissão, como indicado anteriormente neste livro-texto. 
A nomeação, conforme a natureza do cargo a ser provido, será feita:
•	 Em	caráter	efetivo	(permanente).	
•	 Em	 caráter	 temporário:	 nos	 casos	 de	 cargos	 ou	 funções	 de	 direção,	 chefia,	 assistência	 e	
assessoramento superior e intermediário. 
•	 Em	caráter	vitalício,	para	os	magistrados,	 integrantes	do	Ministério	Público	e	Conselheiros	dos	
Tribunais de Contas.
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Na nomeação, a posse, cujo ato é representado pela assinatura do respectivo termo, em que deverão 
constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao respectivo cargo.
7.2.3 Posse do funcionário público
A posse é o ato administrativo formal e solene que concretiza a investidura em cargo público, 
efetivo ou não. O prazo para a posse de um servidor nomeado é de 30 dias contados da publicação da 
nomeação no Diário Oficial da entidade da Federação da nomeação. O exercício é caracterizado pelo 
desempenho das atribuições do cargo público e deverá ocorrer em até 15 dias, a partir da assinatura do 
termo de posse.
São requisitos básicos para investidura em cargo público:
•	 a	nacionalidade	brasileira;
•	 o	gozo	dos	direitos	políticos;
•	 a	quitação	com	as	obrigações	militares	e	eleitorais;
•	 o	nível	de	escolaridade	exigido	para	o	exercício	do	cargo;
•	 a	idade	mínima	de	dezoito	anos;
•	 a	aptidão	física	e	mental.
A investidura é o primeiro ato que liga a pessoa à organização pública. Ela pode ocorrer de forma 
diferente entre os diferentes níveis da Federação.
Indicam os artigos 4, 5 e 14 da Lei nº 8.112/90:
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. (Lei 
nº 9.527, de 10.12.97).
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores 
que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de 
outro cargo, emprego ou função pública.
Art. 14 A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica 
oficial (BRASIL, 1990a).
 saiba mais
Demais detalhes sobre os procedimentos relacionados com a posse de 
servidor público estão regulados nos artigos 13 a 20 da Lei nº 8.112/90.
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7.2.4 Estágio probatório
O período de estágio probatório, correspondente a três anos, é de avaliação da performance do 
servidor público, considerando aspectos como assiduidade, produtividade, iniciativa, responsabilidade e 
disciplina (conforme a MP 431/08).
7.2.5 Readaptação
A readaptação ocorre nos casos em que o servidor fica impossibilitado, por alguma razão, 
física ou mental, de executar sua função anterior, mas não necessariamente em outras 
atividades.
Se não houver cargo vago para a readaptação, o servidor é incluído na condição de excedente.
Conforme o artigo 24 da Lei nº 8.112/90: “§1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando 
será aposentado” (BRASIL, 1990a).
7.2.6 Reversão 
Nesse caso, o servidor sofre limitações físicas ou mentais para o próprio trabalho e há a ocorrência 
da aposentadoria por invalidez.
A reversão ocorre quando não existem mais os motivos para a invalidez, em função, por exemplo, 
de novas descobertas técnicas e científicas que permitem o retorno à função. Novamente, o servidor é 
considerado excedente, no caso de inexistência de cargo vago.
A MP (Medida Provisória) 2.225, de 2001, adicionou uma segunda hipótese de reversão surgida 
a partir da mudança do regime previdenciário do servidor (não sendo retirada a possibilidade de 
aposentadoria com vencimentos integrais da ativa, antes prevista, para quem retornar à ativa). Nesse 
caso, tratam-se de reversões com interesse da própria administração pública, em função de cargos 
vagos, pela impossibilidade de realização de novos concursos públicos, para os servidores já estáveis e 
aposentados de forma voluntária. A reversão deve ser requerida pelo servidor no prazo máximo de cinco 
anos, a contar do início de sua aposentadoria.
Essa situação ocorre em ocasiões de retorno do servidor aposentado, com idade inferior a setenta 
anos, à ativa, em cargo que ocupava anteriormente, nos casos de término da invalidez, ou, se for o caso, 
a pedido, dado o interesse da administração pública.
É importante considerar, também, que a reversão pode ocorrer nos casos dos servidores cuja 
aposentadoria haja sido voluntária, tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação e em que ele 
fosse estável, quando em atividade.
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7.2.7 Reintegração 
Trata-se da possibilidade de retorno de um servidor estável a cargo que ocupava, devido à invalidação 
judicial ou administrativa de seu processo de demissão, com o ressarcimento de todas as vantagens de 
que gozava anteriormente.
Ocorre nos casos em que o servidor é demitido, mas consegue apresentar argumentos e justificativas 
capazes de invalidar a sua saída, retornando ao seu cargo de origem, usufruindo, inclusive, do pagamento 
por danos morais ou de qualquer outra ordem.observação
Este procedimento é regulamentado no artigo 28 da Lei nº 8.112.
7.2.8 Recondução
É caracterizada pelo retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em função de:
•	 inabilitação	em	estágio	probatório	relativo	a	outro	cargo;	
•	 reintegração	ao	cargo	pelo	antigo	titular.
Ocorre nos casos em que, com a reintegração pelo servidor, que antes ocupava o seu cargo, o atual for 
reconduzido a seu cargo anterior ou aproveitado em outro cargo se aquele não estiver vago. Nesse caso, 
é também possível que o servidor fique em disponibilidade para futura recondução pela administração, 
mas recebendo parte de sua remuneração, conforme o tempo de serviço.
A recondução também é possível se não houver aprovação em estágio probatório, o que vale mesmo 
para quem já era servidor público, mas desempenhava outra função, da qual pediu afastamento, 
anteriormente.
 observação
Este procedimento é regulamentado no artigo 29 da Lei nº 8.112.
7.2.9 Aproveitamento
Este procedimento prevê o reingresso a uma determinada função, de servidor que esteja em 
disponibilidade, devido à impossibilidade de permanecer ativo, considerando, por exemplo, a extinção de 
seu cargo por medida legal. Uma das hipóteses é a de chamar ao trabalho os servidores excedentes, que 
estavam em disponibilidade. Os servidores não podem, nesse caso, optar por manter a disponibilidade.
Demais detalhes desse procedimento estão regulamentados nos artigos 30 e 31 da Lei nº 8.112.
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Unidade IV
7.2.10 Promoção 
É outra hipótese de provimento derivado. Trata-se de uma forma de provimento por um servidor 
que passa a ocupar função de hierarquia superior, pela maior complexidade e grau de responsabilidade 
exigida no novo cargo.
7.2.11 Estabilidade
Refere-se à garantia, estabelecida pela Constituição, de manutenção do vínculo de permanência do 
servidor público, se sua nomeação for para o provimento de cargo efetivo, após três anos de exercício, 
subordinada à avaliação de desempenho feita por uma comissão especificamente designada para essa 
verificação.
Os servidores poderão perder sua condição de estabilidade, em ocorrências como:
•	 sentença	judicial,	transitada	em	julgado;	
•	 processo	administrativo,	tendo	sido	assegurada	ampla	defesa;
•	 avaliação	de	desempenho,	também	assegurada	ampla	defesa;
•	 excesso	de	quadro.
Como indicado no Boletim Informativo CEJUR (GOIÁS, 2012): 
As críticas à estabilidade funcional são inúmeras. Muitos acreditam que 
ela favorece a baixa qualidade do serviço público, uma vez que o servidor 
estável não teria compromisso com produtividade e eficiência. Contudo, 
a própria legislação traz uma série de deveres e proibições que, se não 
observados, geram punição. Da simples advertência à demissão, tudo 
depende da natureza e da gravidade da infração, do dano causado, das 
circunstâncias e dos antecedentes funcionais. 
Ainda no mesmo texto, encontramos: 
A Lei 8.112/90 – Estatuto do Servidor – traz no artigo 116 os deveres dos 
servidores públicos, e no artigo 117 lista as proibições. As penalidades, no artigo 
127, são seis: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade, destituição de cargo em comissão e de função comissionada. Já 
o artigo 132 estabelece os casos em que deve ser aplicada a pena de demissão. 
O servidor que descumprir seus deveres ou violar as proibições pode ser punido 
administrativamente, por meio de Processo Administrativo Disciplinar (PAD). 
Geralmente, quem é punido nessa esfera recorre ao Judiciário, principalmente 
quando aplicadas as penas mais graves, que são demissão e cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade.
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7.2.12 Vacância
Quando surge uma vaga em determinado cargo público, seja de provimento efetivo ou em 
comissão.
Há duas hipóteses de vacância que, também, são de provimento:
•	 promoção;
•	 readaptação.
Assim, vacância não necessariamente significa que o servidor perde o vínculo com a administração. 
O inverso não é verdadeiro. 
Entre as hipóteses de vacância, podemos considerar as seguintes ocorrências com o antigo ocupante:
•	 Exoneração:	a	exoneração	de	cargo	efetivo	se	dará	nas	seguintes	condições:
— Quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido (15 
dias).
— Se não forem satisfeitas as condições do estágio probatório.
A exoneração de cargo em comissão se dará a pedido do servidor, ou a juízo da autoridade 
competente. 
•	 Demissão:	 ao	 contrário	da	exoneração,	 esta	 é	uma	punição.	A	primeira	poderia	 ser	 entendida	
como a demissão sem justa causa, prevista na CLT para os empregados da iniciativa privada.
•	 Promoção.	
•	 Readaptação.	
•	 Aposentadoria:	quando	o	servidor	tiver	completado	setenta	anos,	ou	por	sua	decisão	voluntária	
caso tenham sido cumpridos os requisitos para tal transferência.
•	 Posse	em	outro	cargo	 inacumulável:	 se	o	servidor,	quando	 já	é	estável	em	determinado	cargo	
público, obtém aprovação em concurso público para outra função, opta por esta forma de 
vacância em vez de pedir exoneração. Se for considerado inabilitado no estágio probatório para o 
novo cargo, poderá retornar ao anterior, em que era estável.
•	 Falecimento.
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Unidade IV
7.2.13 Remoção 
Constitui-se numa hipótese de deslocamento, da pessoa ou do cargo ocupado pelo servidor. 
É o procedimento de deslocamento do servidor no âmbito do mesmo quadro de pessoal, com ou sem 
mudança de sede, a seu pedido ou por interesse da administração, previsto no artigo 36 da Lei nº 8.112.
A remoção pode ocorrer por razões de:
•	 Interesse	da	administração.	
•	 Pedido,	 a	 critério	 da	 administração	 ou	 a	 pedido	 independentemente	 do	 interesse	 desta	
última, desde que para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público da 
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, que foi deslocado no interesse da 
administração. 
•	 Motivo	de	saúde	do	servidor,	cônjuge,	companheiro	ou	dependente	que	viva	às	suas	expensas,	
condicionada à comprovação por junta médica oficial.
7.2.14 Redistribuição 
Constitui-se numa hipótese de deslocamento, da pessoa ou do cargo ocupado pelo servidor. 
A redistribuição é o deslocamento do cargo, a critério da própria administração.
Ocorrerá apenas em caso de interesse da administração pública, visando ajustar a lotação e a força 
de trabalho às efetivas necessidades dos serviços a serem executados, inclusive no que tange às situações 
de reestruturação, eliminação ou criação de entidade.
Esse procedimento está previsto no artigo 37 da Lei nº 8.112/90.
O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ser removido, redistribuído, 
requisitado ou cedido terá no mínimo dez e no máximo trinta dias de prazo para retomada de suas 
atribuições, incluído o prazo de deslocamento. 
7.2.15 Substituição
Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de 
natureza especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente 
designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
Este procedimento está previsto no artigo 38 da Lei 8.112/90.
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7.2.16 Remuneração e vencimento 
O vencimento é representadopela retribuição pecuniária, nunca inferior ao salário mínimo em vigor 
no país, na ocasião, pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. 
A remuneração é irredutível e indica o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens 
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. O vencimento, a remuneração e o provento não serão 
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de 
decisão judicial.
As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor ou ao pensionista 
e amortizadas em parcelas mensais cujos valores não excederão a 10% da remuneração ou provento.
O servidor que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, 
terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.
Os procedimentos anteriormente indicados estão detalhados nos capítulos 40 a 48 da Lei nº 8.112.
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens (art. 49 da Lei nº 8.112/90):
•	 indenizações;
•	 gratificações;
•	 adicionais.
Vencimento é o valor fixo.
Remuneração é a soma do vencimento com outras vantagens pecuniárias e não pode ser inferior ao 
salário mínimo.
O abono faz com que o vencimento seja igualado ao salário mínimo, nos casos em que não houver 
adicionais que componham a remuneração total do servidor público.
Não pode haver sequestro ou penhora de vencimento ou remuneração, exceto em casos de pensões 
alimentícias. Mandados judiciais ou autorizações do próprio servidor podem autorizar descontos em 
seus vencimentos ou remunerações.
7.2.17 Indenizações
São consideradas, na Lei nº 8.112/90, as situações de indenizações, gratificações e adicionais. Trata-se 
de reposição de um valor anteriormente devido e não pago ao servidor público.
As indenizações não estão subordinadas ao teto (limite máximo) para os pagamentos aos servidores. 
O teto que vigora é o do artigo 37 – inciso 11 da Constituição – e é o salário atribuído aos Ministros do 
STF (Supremo Tribunal Federal).
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De acordo com o artigo 51 da Lei nº 8.112/90, o servidor pode ser beneficiado com:
•	 Ajuda	de	custo:	visa	compensar	as	despesas	de	instalação	do	servidor	que,	no	interesse	do	setor	
público, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, 
sendo, todavia, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o 
cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor vier a ter exercício na 
mesma sede.
A ajuda de custo pode variar de um a trinta dias de trabalho do servidor, conforme a distância do 
deslocamento do servidor público, pagas em uma única ocasião.
A ajuda de custo é extensiva à família, se, em caso de falecimento do servidor, ela retornar ao local 
original em até 12 meses.
•	 Diárias:	pagas	para	o	servidor	que,	por	interesse	do	setor	público,	afasta-se	da	sede	em	caráter	
eventual ou transitório, para indenizá-lo por despesas extraordinárias com pousada, alimentação 
e locomoção urbana, conforme disposto em regulamentos específicos.
•	 Auxílio-transporte:	pago	ao	servidor	que	realizar	despesas	com	a	utilização	de	meio	próprio	
de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias 
do cargo. Deve haver, obviamente, nesse caso, uma necessidade devida ao serviço a cargo do 
servidor.
•	 Auxílio-moradia:	para	a	compensação	dos	gastos	com	aluguel	ou	hotéis,	quando	o	servidor	
é requisitado a ocupar cargo em comissão ou exercer função de confiança, cargo de 
natureza especial, de ministro de Estado ou equivalentes, que acarrete sua mudança de 
residência.
Recentemente acrescentada na Lei, não é devida como regra a qualquer servidor, mas é possível 
apenas a quem ocupa cargo em comissão, de natureza especial ou seja ministro de Estado, se, para 
atuar, precisa mudar de localidade onde não tenha condições de usar apartamento funcional ou imóvel 
de sua propriedade.
O auxílio-moradia é pago por 8 a cada 12 anos de ocupação do novo cargo.
Esse auxílio possui um teto de 25% de sua remuneração no cargo, mas limitado a um valor 
estabelecido em lei.
7.2.18 Gratificações e adicionais
Além do vencimento e das vantagens previstas na Lei nº 8.112/90, serão concedidas aos servidores 
públicos, de acordo com o artigo 61:
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•	 Por	encargo	de	curso	ou	concurso:	
— Quando o servidor participa de treinamento para quem pretende realizar um concurso.
— Quando os próprios servidores atuais trabalham na elaboração, correção e aplicação das provas 
para os novos candidatos.
— Ela é limitada em 120 horas anuais, podendo excepcionalmente ser prorrogada por igual tempo.
•	 Gratificação	natalina:	equivale	ao	13º	salário	empregado	na	administração	das	empresas	públicas.
Ao servidor ocupante de cargo efetivo é devida retribuição pelo seu exercício de função de direção, 
chefia ou assessoramento, ou de cargo de provimento ou de natureza especial.
•	 Adicional	pelo	exercício	de	atividades	insalubres,	perigosas	ou	penosas:	recebem	esse	adicional,	
sobre o vencimento do cargo efetivo, os servidores que trabalhem com habitualidade em locais 
insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida. 
O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou 
em localidades cujas condições de vida justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em 
regulamentos.
Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias radioativas serão 
mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem 
o nível máximo previsto na legislação própria. Os servidores a que se refere este artigo serão 
submetidos a exames médicos a cada seis meses.
Mulheres em gestão deixam de receber esse adicional, dado que devem pedir afastamento previsto 
em lei.
Deve haver a opção por adicional por insalubridade ou periculosidade, não podendo ocorrer as 
duas simultaneamente e seus valores devem ser previstos em regulamentos específicos.
•	 Adicional	pela	prestação	de	serviço	extraordinário:	quando	o	servidor	atua	além	do	horário	de	
trabalho, que não deve superar a seis a oito por dia e quarenta, por semana.
Somente pode atuar em duas horas extras antes e depois do expediente de trabalho e sob ordem 
de seu superior.
Seu valor corresponde a 50% de sua remuneração. No caso dos empregados da iniciativa privada, 
o valor é determinado em convenção trabalhista.
•	 Adicional	noturno:	válido	para	o	servidor	público	como	para	qualquer	empregado	da	iniciativa	
privada.
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Unidade IV
É considerado trabalho noturno o período entre as 22h até às 5h horas do dia imediatamente 
posterior e seu valor é de 25% sobre sua remuneração.
•	 Adicional	 de	 férias:	 válido	 tanto	 para	 o	 servidor	 público	 como	 para	 qualquer	 empregado	 da	
iniciativa privada, corresponde a 1/3 da remuneração do servidor público. 
Tal como na iniciativa privada, o servidor público, após os primeiros 12 meses trabalhados, tem 
direito a período de férias. Os parcelamentos só podem ocorrer, em até três meses, a partir do 
segundo período.
As férias podem ser acumuladas em até dois períodos e podem ser canceladas em casos honoríficos 
(como mesários em eleições) ou em situações de calamidade pública. 
Diferentemente do que ocorre no caso dos empregados da iniciativa privada, as faltas aotrabalho 
não podem ser descontadas do período de férias.
Há outros casos especiais de períodos de férias previstos na Lei nº 8.112/90.
•	 Outros,	relativos	às	especificidades	do	local	ou	da	natureza	do	trabalho.
7.2.19 Licenças concedidas aos servidores públicos
Também podem ser consideradas como vantagens dos servidores públicos, embora não de cunho 
pecuniário.
Os servidores públicos poderão ser licenciados – sem trabalhar por algum tempo – por motivos 
como:
•	 Doença	em	pessoa	da	família
Podem ser concedidos até cento e cinquenta dias por ano, contados a partir do primeiro dia de 
licença. 
Até os primeiros sessenta dias, a licença é concedida com remuneração. O restante – até noventa 
dias – é concedido sem remuneração ao servidor público. Essa licença pode ser concedida durante 
o estágio probatório do servidor e contará como tempo de serviço o período em que ocorrer a 
remuneração.
•	 Afastamento	do	cônjuge	ou	companheiro
Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que 
foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de 
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. A licença será por prazo indeterminado e 
sem remuneração.
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Essa remoção só ocorre se o cônjuge for também servidor público e não atuar na iniciativa 
privada. Eventualmente, pode ser concedido, neste caso, o afastamento sem remuneração e 
ocorrer durante o estágio probatório.
Não obstante, a duração dessa licença não conta como tempo de serviço do servidor público.
•	 Prestação	do	serviço	militar
Para aqueles que são convocados para a prestação de serviço obrigatório, o que também configura 
um trabalho para a administração pública. Assim, não há restrição se o servidor está, ainda, em 
estágio probatório, sendo mantido e avaliado na nova e temporária função pública, militar.
E, naturalmente, o período militar conta como tempo de serviço do servidor público. O servidor 
deve retornar ao cargo anterior em até trinta dias, mantida a não remuneração.
•	 Execução	de	atividade	política
Neste caso, há também um período sem e com remuneração.
Contrariamente ao caso da doença em família, ela começa por um período sem (desde a escolha 
na convenção partidária até a véspera do registro da candidatura) e é completada por outro em 
que há a remuneração (do registro até o 10º dia antes do pleito). 
Tal licença pode ser concedida durante o tempo de estágio obrigatório e também contará como 
tempo de serviço o período em que ocorrer a remuneração.
•	 Aumento	de	capacitação	
Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da administração, 
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para 
participar de curso de capacitação profissional. Trata-se de uma licença não sujeita à acumulação, 
mas que conta como tempo de serviço para o servidor público.
Não existe mais o antigo conceito de licença-prêmio. 
•	 Tratamento	de	interesses	particulares
A critério da administração pública, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo 
efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares 
pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. A licença poderá ser interrompida, a 
qualquer tempo, a pedido do servidor ou devido a interesse da administração pública.
Nesse caso, o período de ausência não contará como tempo de serviço do servidor público.
O período máximo é de três anos.
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•	 Desempenho	de	mandato	classista
É assegurado ao servidor que já tenha superado o período do estágio probatório o direito à licença 
sem remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe 
de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão 
(considerado o tempo de efetivo exercício, exceto por promoção por merecimento).
A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, por uma 
única vez. O período será computado ao do servidor em seu cargo ou função.
Outros detalhes como o número de licenciados em função do número de filiados à associação, 
sindicato etc. estão previstos na Lei nº 8.112/90. Todas as situações relacionadas com as concessões de 
licenças aos servidores são reguladas pela mesma Lei. 
7.2.20 Afastamentos concedidos aos servidores públicos
Neste tópico, estão previstos os afastamentos relacionados com:
•	 Cessão	do	servidor	para	exercício	em	outro	órgão	ou	entidade	dos	poderes	da	União,	dos	estados,	
ou do Distrito Federal e dos municípios, para ocupação de cargo em comissão ou função de 
confiança ou em outros casos, previstos em legislações específicas.
•	 Para	exercício	de	mandato	eletivo,	conforme	indicado	no	item	13.1	deste	livro-texto.
No caso dos mandatos federais, estaduais e distritais, é impossível que seja mantida a função 
anterior de servidor público.
Apesar de a lei não especificar, entende a doutrina majoritária, que deve ser recebida a 
remuneração pelo mandato. No caso dos prefeitos, o servidor opta pela remuneração que 
receberá como prefeito ou da função antes exercida.
No caso dos vereadores, é possível ser, ao mesmo tempo, servidor e vereador, sempre que não 
ocorrer uma compatibilidade de horários em suas diferentes funções. Optará por uma das duas 
hipóteses de remuneração, caso haja incompatibilidade de horários entre as funções.
Tal licença sempre pode ser concedida no período do estágio probatório e contam como tempo de 
serviço, exceto nos casos de promoção por merecimento.
•	 Para	estudos	ou	missão	no	exterior,	cuja	ausência	não	exceda	quatro	anos.	
São previstos casos de participação em organismos internacionais. 
Haverá remuneração se o Brasil já não ajudar financeiramente a respectiva organização.
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•	 Para	pós-graduação	 stricto sensu no Brasil: estamos tratando de mestrado, doutorado e pós-
doutorado, não válido para estágio probatório. 
Tais afastamentos são concedidos com remuneração, depois que seja constatada a impossibilidade 
de cumprimento em conjunto com suas funções na administração pública. 
Todo o recurso deverá ser devolvido à administração pública em eventuais casos em que o servidor 
não consiga concluir a sua pós-graduação. 
São previstos também os afastamentos para atuação em outro órgão da administração pública.
Demais afastamentos estão previstos na Lei nº 8.112/90.
7.2.21 Direitos de petição
Os afastamentos, como as demais vantagens aqui indicadas, devem ser requeridos ao chefe ou superior 
imediato e dependerá de aprovação de autoridade competente, de cuja decisão cabe reconsideração e 
recurso, conforme o caso.
Há prazo prescricional, dependendo da situação que se está requerendo.
8 Regime disciplinaR e seguRidade social do seRvidoR
8.1 Regime disciplinar
Regime jurídico dos servidores públicos
A Constituição de 1988 definiu um regime jurídico único para os vários entes da federação. A 
Emenda Constitucional 19 possibilitou a aplicação desse regime ou a contratação, de acordo com a CLT 
(Consolidação das Leis do Trabalho).
A Lei nº 8.112/1990 regulamenta o regime jurídico adotado para os servidores civis da União, inclusive 
das autarquias e fundações públicas.
De qualquer forma, é importante considerar que a Constituição de1988 estabelece que o ingresso 
na área pública se dá somente a candidatos aprovados em concurso público.
Resumidamente, podemos dividir os servidores públicos em estatutários e celetistas.
8.1.1 Infrações e punições 
Novamente é a Lei nº 8.112 que aborda a questão disciplinar atinente à atuação dos servidores 
públicos.
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O regime disciplinar dos servidores públicos está regulamentado, no que tange a deveres, punições, 
acumulação das responsabilidades e das penalidades nos artigos 4 e 116 a 142 dessa Lei. O artigo 116 
refere-se aos deveres ao passo que o próximo menciona as punições que devem ser aplicadas em casos 
de seu descumprimento pelos servidores.
Há uma distinção entre descumprimento de dever e a prática de penalidade. No primeiro caso, a 
sanção será de responsabilidade da própria administração. No segundo, fica configurada a penalidade 
legal, pela qual deverá responder o infrator.
Os incisos I a VIII e XIX do artigo 117 referem-se aos casos de aplicação de advertência, com a 
abertura de um processo administrativo e a nomeação de uma comissão para a apuração dos fatos.
Apesar de constituir algo mais leve do que as suspensões e as punições, há a necessidade de 
estabelecimento de processo administrativo disciplinar. Ao final do julgamento da causa, haverá a 
aplicação da sanção, escrita/formalizada.
Nos incisos XVII e XVIII há a caracterização dos casos das reincidências às infrações anteriormente 
punidas e que podem levar à suspensão do servidor. As reincidências são possíveis de serem punidas 
com suspensão dentro de determinados prazos, em relação às infrações originais.
Existem, assim, prazos para que a administração elimine os registros de suspensões feitas no passado.
As infrações previstas nos incisos IX a XVI indicam os casos de aplicação da demissão.
 observação
Naturalmente, não existem prazos determinados para os cancelamentos 
de registros de demissão de servidores públicos.
No caso de servidor em comissão (cargo ou função em confiança), 
trata-se de destituição ao invés de demissão.
Fundamentalmente, no que se refere a deveres do servidor público, caracterizados pelos artigos 121 
a 126 da Lei nº 8.112/90, podemos mencionar:
•	 lealdade;
•	 legalidade;
•	 obediência	a	ordens	superiores;
•	 presteza	no	atendimento	interno	e	externo;
•	 sigilo	quanto	aos	assuntos	de	sua	entidade;
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•	 assiduidade;
•	 pontualidade;
•	 exercício	das	atividades	compatíveis	com	sua	função	durante	o	expediente;
•	 etc.
As responsabilidades do servidor público podem ser classificadas em função do desempenho irregular 
de suas funções, como: 
•	 Administrativas	–	são	as	infrações	disciplinares.
•	 Civis	–	quando	ocorrem	prejuízos	ao	erário	público	ou	a	terceiros.
•	 Penais	–	nos	casos	de	práticas	de	crimes	ou	contravenções.
Essas três modalidades de responsabilidades independem uma das outras, podendo ser simultâneas 
e com penalidades cumulativas.
Se o servidor público é condenado no processo penal, será punido no administrativo e no civil. Se 
for absolvido no processo penal com prova de inocência, é também considerado liberado nas instâncias 
administrativa e civil.
Contudo, se não houver a prova de inocência, ou seja, caso não se possa admitir a presunção da 
inocência, não haverá a liberação nas outras duas instâncias, cujos processos seguirão normalmente.
Obviamente, se, após análise, comprovadamente não foi confirmada a ocorrência, há também o caso 
da absolvição penal e, por consequência, nas esferas civil e administrativa.
 observação
Entretanto, falta de provas não gera absolvição em outras esferas de 
julgamentos.
O regime disciplinar não deve ser confundido com o poder penal do Estado, exercido pelo Poder 
Judiciário, cuja finalidade básica é manter a ordem e a convivência na sociedade como um todo e que 
objetiva a repressão de comportamentos classificados como crimes e contravenções.
O poder disciplinar relaciona-se com a atividade regida pelo Direito administrativo, para a punição 
de condutas, qualificadas em estatutos ou demais leis, como infrações funcionais. Sua finalidade é 
preservar de modo imediato, a ordem interna do serviço público.
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Unidade IV
É importante caracterizar que mesmo os inativos ou aposentados terão seus benefícios cassados na 
hipótese de cometer atos ilícitos, não cabendo, pois, as penas exclusivamente para os servidores que 
estiverem atuando, no momento, na administração pública. 
Estamos, novamente, tratando aqui dos casos de destituição ao invés de demissão.
Sintetizando, podemos caracterizar as seguintes penalidades disciplinares previstas na Lei nº 8.112/90:
•	 Advertência	–	não	existe	advertência	verbal,	mas,	sempre,	escrita.
•	 Suspensão	–	aplicada	por	um	período	de	até	noventa	dias,	por	decisão	da	administração	pública.	
Obviamente, o servidor não será remunerado durante o período da suspensão.
Nos casos em que, por exemplo, há poucos servidores para os exercícios de funções públicas, a pena 
de suspensão pode ser convertida em multa, com o servidor passando a receber metade do seu salário 
no período da pena. Multa não é, pois, uma pena autônoma, mas estabelecida pela administração, por 
interesse público.
 observação
O detalhamento das condições que podem levar às penas de suspensão 
está previsto na Lei nº 8.112/90.
•	 Demissão	–	a	demissão	será	aplicada	nos	casos	previstos	no	artigo	132	da	Lei	nº	8.112/90.
•	 Multas	–	essas	penalidades	serão	aplicadas	em	situações,	como:	
— Crime contra a administração pública (previstos no Código Penal). 
— Abandono de cargo (ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias 
consecutivos). 
— Inassiduidade habitual (falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, 
interpoladamente, durante o período de doze meses, improbidade administrativa). 
— Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição. 
— Insubordinação grave em serviço. 
— Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de 
outrem. 
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— Aplicação irregular de recursos públicos. 
— Corrupção. 
— Descumprimento ao sigilo exigido pelo cargo. 
— Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. 
— Resistência injustificada ao desenvolvimento e andamento de processos, ainda que não seja 
feita de má-fé, mas, sim, por procedimentos de morosidade, interrupções etc. 
— Coação e aliciamento de subordinados, com a indicação de futuros prejuízos, para que este se 
associe a agremiações ou partidos de interesse do chefe ou supervisor. 
Neste caso, há uma advertência funcional ao servidor que causou a situação e a desoneração 
daquele que estava exercendo de forma indevida a função pública, com exceção dos casos que 
demandam maior rigor em termos de punição.
— Valer-se do cargo para a obtenção de benefícios para si próprio ou terceiros, contrariamente à 
dignidade da função pública. 
Nesses casos, devem ser sempre cumpridos os objetivos da formalidade e da impessoalidade 
exigidos no desempenho de função pública.
Além da demissão, o servidor será punido pela impossibilidade de, nos próximos cinco anos, 
não poder exercer qualquer função pública, seja comoaprovado em concurso público ou em 
cargo de confiança.
Há algumas situações, de maior gravidade, em que o ex-servidor fica banido de forma 
permanente da esfera pública em que atuava anteriormente.
— Manutenção, sob sua chefia imediata, como assessores, cônjuges, companheiros, filhos ou 
parentes até o segundo grau – são os chamados casos de nepotismo. 
— Recebimento de propinas, comissão, presentes ou vantagem de qualquer espécie, em razão de 
suas atribuições.
•	 Cassação	de	aposentadoria	ou	disponibilidade	–	na	prática,	trata-se	de	punição	controversa,	à	
medida que é entendido o direito a esse benefício por quem por ele o pagou durante a sua vida 
ativa no trabalho. Uma vez aplicada, essa punição impede o recebimento dos benefícios, mas 
admite o posterior acréscimo de tempo em outro regime de trabalho. 
A cessação de disponibilidade faz com que o servidor permaneça em casa, sem trabalho, 
recebendo um benefício proporcional ao tempo trabalhado na função que foi extinta ou 
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reorganizada. A cassação se dá quando se identifica que o funcionário havia praticado alguma 
falta em seu período de atividade, sendo, a partir daí, vedado o recebimento do valor decorrente 
da concessão da disponibilidade.
•	 Destituição	de	cargo	em	comissão	–	neste	caso,	os	 infratores	que	forem	flagrados	em	práticas	
ilícitas serão destituídos do cargo.
•	 Destituição	de	função	comissionada	–	o	artigo	142	da	Lei	nº	8.112/90	aborda	o	tempo	para	a	
prescrição da ação disciplinar, desde o momento em que a administração tomou conhecimento 
da sanção. Uma vez prescrita, a punição não poderá ser mais aplicada. 
Existem também prazos para os casos de cancelamentos de registros de penalidades no dossiê 
(pasta de controle) do servidor.
8.1.2 Acumulação ilegal de cargos 
Ressalvados os casos previstos na Constituição Federal de 1988, é vedada a acumulação 
remunerada de cargos públicos, inclusive em unidades da administração indireta e em empresas 
públicas e sociedades de economia mista. Essa impossibilidade se aplica tanto a órgãos da 
administração direta quanto indireta. 
Os casos de compatibilidade devem obedecer a possibilidades de cumprimento dos horários previstos 
em cada função.
Se lícita, a acumulação de cargos fica condicionada à comprovação da compatibilidade de horários de 
trabalho. A administração pode conceder dez dias de prazo para que o servidor resolva a irregularidade, 
admitindo que a ocorrência se deu em boa-fé. Se, após isso, a situação não for resolvida, instala-se o 
PADV sumário, que será descrito posteriormente neste livro-texto.
8.1.3 Processo administrativo disciplinar
Ao tomar conhecimento de quaisquer irregularidades praticadas por servidor, a administração é 
obrigada, por meio de sindicância, a proceder a sua apuração. O servidor é responsável, como todas 
as pessoas físicas, penal e civilmente. O servidor público, além dessas duas, pode ser envolvido em um 
processo administrativo. 
É possível que, em apenas uma conduta, o servidor seja enquadrado nas três esferas de responsabilidade, 
apesar de elas serem independentes entre si. 
Podemos entender a existência da sindicância e da sindicância-processo. Da sindicância (investigação 
prévia à instalação de um processo administrativo) poderá resultar (Lei nº 8.112/90, art. 145):
•	 Arquivamento	do	processo.	
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•	 Aplicação	de	penalidade	de	advertência	ou	de	suspensão	de	até	30	(trinta)	dias.	
É necessário que se abra um processo para dar o direito de defesa ao acusado pelo ato ilícito.
•	 Instauração	de	processo	administrativo	disciplinar	(PAD).
Conclusão da 
sindicância 
(investigação)
Advertência ou 
suspensão por 
trinta dias
Arquivamento do 
processo
Abertura 
do processo 
administrativo 
disciplinar
Figura 16 – Possíveis conclusões de uma sindicância 
O PAD ordinário será composto das seguintes fases:
•	 Instauração:	será	nomeada	a	comissão,	formada	por	pelo	menos	três	servidores	estáveis	do	setor	
público.
•	 Inquérito	 administrativo:	 instrução	 (quando	 se	 julga	 toda	 a	 documentação),	 defesa	 (prazo,	
conforme as características da ocorrência, para se colher as alegações do servidor público) e o 
relatório final.
•	 Julgamento:	mediante	prazo	concedido	à	autoridade	competente.
Processo 
Administrivo 
Disciplinar (PAD)
Inquérito 
administrativoInstauração Julgamento
Figura 17 – Fases de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD)
Ele será instalado no caso em que não se aplica o PAD sumário, como descrito a seguir.
Há, então, situações em que o PAD pode ser instalado diretamente, sem a abertura de prévia 
sindicância (investigação).
O PAD sumário é adotado nas ocorrências relacionadas com abandono do cargo, inassiduidade 
habitual e acumulação ilícita de cargos públicos.
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Tratam-se, normalmente, de ocorrências de mais fácil apuração prática, e o processo deve ser 
conduzido de forma mais rápida e em que é clara a dificuldade ou até impossibilidade de justificativas 
pelo acusado.
No PAD sumário, temos as fases:
•	 Instauração:	a	comissão	pode	ser	formada	por	dois	servidores	estáveis.
•	 Instrução	sumária:	equivalente	ao	inquérito,	prevendo	a	indiciação,	defesa	(menor	do	que	no	PAD	
normal) e o relatório final.
•	 Julgamento:	também	em	menor	prazo	do	que	ocorre	com	o	PAD	normal.
PAD sumário
Instrução 
sumáriaInstauração Julgamento
Figura 18 – Fases de um processo administrativo disciplinar sumário (PAD sumário) 
Logicamente, são menores os prazos das fases do PAD sumário, comparativamente ao ordinário.
Cabe, finalmente, indicar que o servidor que está sendo processado não pode ser exonerado, nem 
aposentado. Todavia, é possível que se tenha o afastamento preventivo do referido servidor. Como esse 
afastamento não é uma punição, receberá, integralmente, os seus vencimentos e remuneração. 
Existem também os casos de revisão (reabertura) de processos, sem limite temporal, desde que 
provada a existência de fatos ou circunstâncias novas, ainda não consideradas, em relação aos que 
foram apurados anteriormente. Essa revisão pode ser requerida pelo próprio servidor, por familiares ou 
procuradores. Se houver a conclusão de que a penalidade anteriormente imputada foi maior do que 
deveria ter sido, a diminuição poderá ocorrer.
 observação
Se, ao contrário, for concluído que a penalidade deveria ter sido mais 
grave do que a anteriormente infringida ao servidor, não poderá ser feito o 
seu aumento, isto é, há proibição de agravamento da decisão.
Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração corresponde a um ilícito penal, a 
autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da 
imediata instauração do processo disciplinar.
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A Lei nº 8.112/90 detalha os procedimentos relacionados com a condução, prazos do processo 
disciplinar e o afastamento preventivo e julgamento do servidor público.
8.2 seguridade social do servidor 
A análise da questão previdenciária do servidor público não deve ser tratada com base na Lei 
nº 8.112/90, mas, sim, com base no artigo 40 da Constituição Federal.
Esse artigo prevê a adoção do Regime Próprio de Previdência Social para os servidorespúblicos, 
titulares de cargos efetivos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
O RGPS (Regime Geral da Previdência Social) é destacado no artigo 201 da Constituição Federal.
Os referidos regimes próprios são instituídos e organizados pelas respectivas unidades da Federação, 
conforme regulado pela Lei nº 9.717/98. Instalado o regime próprio, os servidores são afastados do 
Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
Entre os benefícios ao servidor, podem ser considerados:
•	 aposentadoria;
•	 auxílio-natalidade;
•	 salário-família;
•	 licença	para	tratamento	de	saúde;
•	 licença	concedida	à	gestante	e	à	adotante;
•	 licença	paternidade;
•	 assistência	à	saúde;
•	 garantia	de	adequadas	condições	individuais	e	ambientais	de	trabalho.
É importante considerar que os períodos sem remuneração podem ser computados desde que o 
próprio servidor faça o pagamento de sua contribuição à previdência.
Recursos Humanos e o exercício da cidadania no contexto brasileiro – considerações finais 
sobre a trajetória da disciplina Recursos Humanos na administração pública 
Antes de desenvolver este tópico, são necessárias algumas considerações sobre reputação corporativa, 
já que o servidor público inerente à sua vontade está inserido em um conjunto de princípios e valores do 
Estado, e a identidade corporativa aparece na forma das práticas administrativas empregadas nas suas 
relações internas e externas.
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Na nossa sociedade, baseada na linguagem, atribuem-se nomes a tudo o que pode ser percebido 
ou reconhecido para distinguir algo de outras coisas no mundo. Dessa forma, o servidor público e a 
entidade na qual está inserido são reconhecidos pelo seu nome e pelas suas apresentações, criando-se 
imagens mentais que levam à formação da reputação corporativa na percepção das pessoas. É tarefa 
fácil citar alguns adjetivos e seus sujeitos que levariam inevitavelmente à construção do entendimento 
da reputação. Como exemplo, qualidade/confiabilidade aos clientes/usurários, sobre a percepção dos 
serviços e/ou produtos oferecidos.
A reputação é um ativo intangível essencial como parte da estratégia competitiva, em um ambiente 
de mudanças globais. À medida que a velocidade das aquisições de ativos tangíveis se acelera e o 
processo de produção se “padroniza” globalmente, as organizações que desejam sustentar uma vantagem 
competitiva distinta (diferenciação) devem proteger, explorar e aprimorar seus ativos intangíveis. Isso é 
aplicável em qualquer setor da economia, inclusive no primeiro setor. E é nesse sentido que a gestão da 
identidade corporativa passa pelo gerenciamento corporativo de fatores tangíveis e intangíveis, visando 
criar uma rede interligada de percepções sobre imagem e reputação na mente do público, incluindo o 
próprio funcionário e, indiscutivelmente, a sociedade no seu sentido mais amplo.
Teceremos uma reflexão acerca do tema servidor público, cidadania e responsabilidade social e, 
inevitavelmente, o aspecto temporal se faz necessário: o século XXI.
Todo cidadão tem direitos, que são bens e vantagens garantidas pelas normas constitucionais. Dentre 
esses direitos, englobam-se as garantias de se viver em um meio ambiente ecologicamente equilibrado e 
de ter sua cidadania respeitada e efetivada, consoante dispõe a própria Carta Magna.
Deduz-se que a função do servidor público está intimamente ligada à razão de existir do Estado, 
qual seja, promover o bem comum. Por analogia, não há que se falar em concretização do bem-estar 
social sem a colaboração mútua entre Estado e população, colaboração esta que deve fundar-se nos 
critérios de cidadania, mais uma vez, inscritos na Carta Política.
O tema se desdobra em várias concepções distintas, dentre as quais se destacam o servidor público e 
sua	relação	com	a	cidadania;	o	servidor	público	e	sua	responsabilidade	social.	Vale	salientar	que	ambas	
as concepções se cingem à medida que se vislumbra a atuação do servidor público no seio da sociedade 
contemporânea.
Se a intenção aqui é a compreensão dessas duas premissas, torna-se necessária a análise preliminar de 
quem vem a ser o servidor público, razão pela qual será dedicado um tópico específico a tal matéria. No 
entanto, convém explanar preambularmente sobre o tema a fim de destacar os pontos mais relevantes.
Nesse sentido, o Título VIII da Constituição da República Federativa do Brasil é dedicado à Ordem 
Social,	a	qual	tem	por	base	o	primado	do	trabalho	e,	por	objetivo,	o	bem-estar	social;	e	não	se	pode	falar	
em bem-estar social sem a consecução das prerrogativas inerentes à cidadania e ao meio ambiente, logo 
esta consecução falece em aplicabilidade à medida que o servidor público mantém-se inerte ante tais 
questões.
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Será descortinada a importância do servidor público na materialização também dos princípios 
constitucionais, que são norteadores da interpretação e elaboração jurídicas em um Estado Democrático 
de Direito. 
Os princípios constitucionais são os mandamentos nucleares da Ordem Jurídica Nacional, 
metaforicamente, poder-se-ia dizer que são “troncos de onde se desgalham todas as normas positivadas”.
À medida que a sociedade se desenvolveu, fez-se necessário normatizar os interesses difusos e 
coletivos, bem como os direitos fundamentais já conquistados, dando-lhes uma roupagem constitucional 
para que sejam salvaguardados o conteúdo e a aplicabilidade. 
No início deste tópico, falamos sobre cidadania e responsabilidade social. Com a necessidade de 
aplicabilidade prática, surge o servidor público como “personificação”, não só das diretrizes constitucionais, 
mas de todos os dispositivos legais existentes.
Interessante saber que o servidor público tem, outrossim, responsabilidade socioambiental, pois a 
própria Carta Política assim dispõe (artigo 225). Tal responsabilidade se majora a cada ano, pois, no 
século XXI, são muitos os problemas com o meio ambiente que a humanidade tem enfrentado.
Para melhor elucidar a respeito dos preceitos constitucionais relativos ao meio ambiente, bem como 
as ações integradas que o Poder Público tem realizado com vistas à conscientização socioambiental da 
população, temos como exemplo o uso racional dos recursos naturais e bens públicos, a gestão adequada 
dos resíduos gerados, a qualidade de vida no ambiente de trabalho, a sensibilização e capacitação 
dos servidores, as licitações sustentáveis, dentro de uma proposta chamada “Agenda Ambiental na 
Administração Pública – A3P”, dentre outras ações (AMBIENTE BRASIL, 2011). 
Ao se buscar a conscientização da população, há necessidade de se conscientizar primeiro os 
servidores públicos, pois estes detêm notável caráter educativo na realização de suas funções.
A Carta Política deu ao meio ambiente a proteção necessária, dedicando-lhe, inclusive, um artigo 
próprio, qual seja, o 225. Resta, então, tornar eficaz o disposto. É preciso questionar se o escopo do 
constituinte tornou-se mera norma programática, um simples aconselhamento, ou se vem sendo 
respeitado e aplicado ao caso concreto.
É imprescindível a real aplicação da norma, não basta sua existência. Desta forma, cingem-se em um 
único desdobramento as questões da cidadania e da responsabilidade social e também a socioambiental, 
pois, em ambos os casos, falta aplicabilidade aos preceitos constitucionais pertinentes e, também em 
ambos os casos, o responsável pela mudança dessa dantesca realidade é o servidor público.
Ao analisar o tema, tem-se como foco a figura do servidor público, compreender quem ele é, quais 
suas atribuiçõese como se relaciona com os preceitos. Consequentemente, sabemos que os servidores 
públicos são as pessoas que exercem as atribuições atinentes aos cargos ou funções públicas. Dessa 
forma, são “pessoas”, dotadas de vontades, de anseios e de responsabilidades.
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Unidade IV
No âmbito da Federação Brasileira, cada ente federativo é autônomo, mesmo os municípios, motivo 
pelo qual cada um dos entes federados deve executar os serviços públicos diretos, com seus próprios 
servidores. É permitido a todo ente federado estabelecer a organização e o regime jurídico de seu quadro 
de servidores, desde que, por óbvio, sejam respeitados os preceitos constitucionais atinentes à matéria.
Entre as diretrizes que regem o regime jurídico dos servidores públicos estão várias questões 
relativas à cidadania e ao meio ambiente, pois esses temas devem ser observados por todas as esferas da 
administração pública, direta e indireta, consoante dispõe a própria Carta Magna, em várias passagens.
A Constituição da República trata dos servidores públicos em seu Título III, Da Organização do 
Estado, Capítulo VII, Da Administração Pública, Seção II, Dos Servidores Públicos, nos artigos 39 a 41. 
Nesses artigos, são definidos princípios básicos, orientadores do regime jurídico dos servidores públicos 
nos estados-membros, no Distrito Federal, nos municípios e mesmo na União. 
A administração pública deve estar atenta à formação de seus servidores, fornecendo-lhes cursos 
permanentes. No tocante à responsabilidade socioambiental do servidor público, ela deve ser suscitada 
pela própria administração pública, por meio de cursos e convênios, o mesmo devendo ocorrer quanto 
à sua responsabilidade cívica.
De certo, a celebração de convênios entre os entes federados, proposta no dispositivo legal citado, 
é uma realidade ainda pouco utilizada pela administração pública. Em se tratando de cidadania e meio 
ambiente, os convênios são ótimas oportunidades para integração entre os servidores públicos das 
unidades da Federação. 
Saliente-se, não há que se falar em zelo pelo meio ambiente sem que sejam propostas ações de 
cidadania. Por isso, cabe à administração enaltecer o papel do servidor público, inicialmente com cursos 
e formações, para posteriormente dar ênfase à conscientização da população em geral.
O servidor público também tem diversas atribuições relativas à cidadania. Em contrapartida, 
se o servidor público não exerce com zelo e competência as atribuições de seu cargo, ficará toda a 
Ordem Constitucional comprometida. Convém exemplificar: se um cidadão representa as autoridades 
competentes visando anular ato lesivo ao meio ambiente, mas, por incúria das autoridades, estas 
não aplicam as sanções legais cabíveis, sem a devida apuração dos fatos, é certo que os servidores 
públicos, no caso, não desempenharam sua responsabilidade com zelo e competência, restando a Ordem 
Constitucional maculada.
Em verdade, a justiça só é plena quando o cidadão faz valer as garantias que a Carta Magna lhe 
assegura, e quando o servidor público atua conforme sua função lhe exige, com zelo, dedicação, 
moral, ética, impessoalidade e responsabilidade. Todas as leis devem ser interpretadas e aplicadas pelos 
servidores públicos sob a luz de tais conceitos.
Cumpre, neste momento, encerrar com a palavra cidadania, a qual é elemento do tema exposto. O 
termo cidadania se relaciona diretamente com as noções de soberania popular e de direitos políticos, no 
entanto, estas são apenas duas das muitas faces que essa palavra possui.
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Para a maioria da doutrina moderna, porém, a cidadania se refere a um vínculo político que confere 
ao cidadão o direito de participar da vontade política do Estado, seja em sua formação, ou em sua 
manutenção. 
No entanto, a acepção de cidadania exige, também, ações positivas do Estado, que as efetiva por 
meio do servidor público, na prestação de serviços. A cidadania revela-se, portanto, não só como uma 
forma de abstenção do Poder Público ante os direitos fundamentais do homem, mas também como 
exigência de ações positivas do Estado, ante as necessidades humanas. 
A cada dia, o papel do servidor público não é apenas o de ser estável. É muito mais do que isso, pois 
a sua atuação está necessariamente voltada para os anseios da comunidade ou sociedade. Precisamos 
ter consciência nos argumentos coerentes com colocações cuidadosas. Vejamos: a estabilidade dos 
servidores somente se justifica se ela assegura, de um lado, a continuidade e a eficiência da administração 
e, de outro, a legalidade e impessoalidade da gestão da coisa pública. A responsabilidade do servidor 
público é grande, tornando-se um privilégio por tratar-se de um agente de transformação do Estado. 
O servidor deve estar sempre a serviço do público e, a partir dessa lógica, listamos alguns princípios 
fundamentais à sua atuação, como: agente de transformação a serviço da cidadania, o que se torna 
uma	 diferença	marcante	 dos	 demais	 trabalhadores;	 compromisso	 intransigente	 com	 a	 ética	 e	 com	
os	 princípios	 constitucionais;	 atualização	 permanente	 e	 desenvolvimento	 de	 novas	 competências;	
capacidade	de	lidar	com	a	diferença	e	a	diversidade;	habilidade	para	atuar	em	diferentes	contextos	e	
sob	diversos	comandos;	lidar	com	o	que	é	de	todos.
Portanto, o principal diferencial do servidor público é que este tem a oportunidade de servir à 
comunidade em que está inserido. Por isso, seu papel não pode ser visto como uma profissão qualquer, 
e sim como um desafio de se cuidar do que é de todos nós.
 Resumo
A última unidade de nosso livro-texto abordou, de maneira mais precisa, 
os aspectos relacionados com o Regime Jurídico Único, com base na Lei nº 
8.112/90. Esse regime é adotado, fundamentalmente, para os servidores 
públicos, da administração direta e, muitas vezes, indireta. É equivalente à 
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), utilizada para o regulamento da 
relação entre empregados e empregadores da iniciativa privada.
Após um maior detalhamento dos tipos de servidores, notadamente 
das pessoas físicas e dos cargos da administração pública, foram discutidos 
os aspectos relacionados aos direitos e vantagens daqueles que ocupam 
funções públicas.
Consideraram-se as questões relacionadas com a atuação dos servidores 
públicos:
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Unidade IV
•	 Nomeação.
•	 Promoção.
•	 Readaptação.
•	 Reversão.
•	 Aproveitamento.
•	 Reintegração.
•	 Recondução.
Também foram debatidos os tópicos referentes a afastamentos e 
retomadas da função e da estabilidade no trabalho/cargo, como a garantia 
de manutenção do vínculo de permanência do servidor público, estabelecida 
pela Constituição. Além disso, foram consideradas as condições de vacância 
do cargo público e as diferentes alternativas de remuneração (vencimentos, 
gratificações etc.).
As formas de licenciamento previstas para o serviço público também 
foram discutidas, sejam as de interesse do ocupante do cargo, sejam as da 
própria administração pública, bem como o Regime Disciplinar a que está 
sujeito o servidor público, em termos de infrações e punições previstas em 
cada situação, como em situações de acumulação ilegal de cargos públicos.
Ademais, estudou-se que a apuração das ilegalidades previstas no 
regulamento disciplinar é feita com base no PAD (Processo Administrativo 
Disciplinar), seja ordinário ou sumário.
A unidade é concluída com o tratamento da Previdência

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