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Atendimento Pré Hospitalar - Livro-Texto Unidade II

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Unidade II
Unidade II
3 EmErgências EnvolvEndo tEcidos E ossos
3.1 Ferimentos em tecidos moles, objeto empalado e amputação
3.1.1 Ferimentos em tecidos moles
Podem‑se classificar os tecidos moles em:
• pele;
• órgãos internos;
• músculos;
• tecido adiposo.
É necessário compreender que o ferimento nessas áreas pode ser aparente ou não, constituindo, 
neste último caso, uma lesão interna.
Contudo, para avaliar de maneira mais criteriosa, é preciso entender alguns aspectos referentes 
às feridas ou lesões, as quais são resultantes de agressão sofrida pelos tecidos e causada por agentes 
externos de naturezas diversas (cortante, contundente ou perfurante). Cada tipo causa um ferimento, 
que poderá ser superficial ou profundo, aberto ou fechado.
Ao falarmos de feridas, torna‑se necessário abordar o processo de cicatrização. Uma vez instalada a lesão, 
tem‑se uma reação inflamatória, que está diretamente relacionada ao agente agressor (limpo ou contaminado), 
com posterior vasoconstrição, vasodilatação e exsudação, além de originar reações hemostáticas para a 
formação do coágulo e outras reações celulares para que se consolide o processo de cicatrização.
No caso do grau de contaminação, as feridas podem ser consideradas limpas ou contaminadas. 
Contudo, não cabe a nós diagnosticá‑las, apenas mantê‑las limpas e protegidas.
Quanto ao tipo de agente externo causador, as feridas podem ser:
• Incisas ou cortantes: provocadas por agentes perfurocortantes, são caracterizadas por:
— predomínio do comprimento sobre a profundidade;
— bordas regulares, nítidas e retilíneas;
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— corte com profundidade igual de um extremo a outro da lesão;
— parte mediana mais profunda.
• Cortocontusas: o traumatismo causa a penetração do instrumento. Caracteriza‑se por formato 
irregular e perda de tecido epitelial. Observam‑se ainda equimoses e hematomas. Exemplo de 
agente causador: machado.
• Perfurantes: originadas por agentes longos e pontiagudos que transfixam a pele e o órgão, o que 
determinará a gravidade da lesão. Exemplos de agentes causadores: pregos, alfinetes.
• Perfurocontusas: têm um ou dois orifícios (entrada/saída). Exemplo de agente causador: arma de 
fogo.
• Lacerocontusas: são lesões decorrentes de compressão que causam esmagamento da pele e de 
uma tração que causa uma lesão tecidual. Têm bordas irregulares e mais de um ângulo. Exemplo 
de agente causador: mordida de cão.
• Perfuroincisas: são decorrentes de instrumentos perfurocortantes com gume e ponta. 
Externamente, uma pequena lesão; profundamente, comprometimento de órgãos importantes. 
Ex.: punhal. A classificação para feridas por tipo de arma é:
• Ferimento por arma branca: classificado como cortocontuso, pode ser profundo ou superficial 
e provoca hemorragia externa ou interna.
Além de proceder aos cuidados gerais, deve‑se:
— acionar o Sistema de APH ou priorizar o transporte;
— tranquilizar a vítima e colocá‑la em decúbito dorsal;
— expor o ferimento, retirando ou cortando as vestes;
— prevenir o estado de choque;
— suspeitar de lesões em órgãos internos.
• Ferimento por arma de fogo: classificado como perfurocontuso, pode provocar hemorragia 
interna e apresenta como características um orifício de entrada e um trajeto com graves danos à 
vítima, podendo transfixar o corpo ou permanecer alojado em suas estruturas.
Além de proceder aos cuidados gerais, deve‑se atentar para:
— acionar o sistema de APH ou priorizar o transporte, especialmente nos casos de ferimentos 
que estejam em cavidades;
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— tranquilizar a vítima e colocá‑la em decúbito dorsal;
— expor o ferimento, removendo ou cortando as vestes;
— não arrancar a roupa da vítima, mas sim cortá‑la o necessário;
— verificar se existe orifício de saída;
— prevenir o estado de choque.
As feridas também podem ser classificadas como abertas, em que existe quebra de continuidade da 
pele ou da mucosa, e fechadas, em que a integridade da pele é mantida, podendo provocar, por exemplo, 
hematoma, seroma etc. De acordo com seu tamanho, o ferimento poderá deixar o organismo vulnerável 
à infecção, à desidratação e à perda de calor.
3.1.2 Ferimentos com objetos empalados
Devem ser estabilizados na posição em que se encontram, independentemente da região do corpo 
afetada.
Além de proceder aos cuidados gerais, deve‑se atentar para:
• acionar o sistema de APH ou priorizar o transporte;
• controlar sangramentos externos;
• nunca remover o objeto nem permitir que a vítima o faça;
• estabilizar o objeto antes de movimentar a vítima;
• dar suporte emocional à vítima, durante o atendimento ou transporte.
3.1.3 Amputação
É o nome de toda lesão que resulta em separação de uma das extremidades ou de uma estrutura 
protuberante do corpo humano. Pode ser resultante de acidentes envolvendo objetos cortantes, 
de esmagamento ou de forças de tração. Frequentemente, é relacionada a acidentes de trabalho e 
automobilísticos, tendo maior prevalência em homens jovens.
Podem‑se classificar as amputações em:
• completa ou total: o segmento é totalmente separado do corpo;
• parcial: o segmento tem 50% ou mais de área de separação do corpo;
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• desenluvamento: quando a pele e o tecido adiposo são arrancados em lesão do tecido subjacente, 
mas não há separação.
Em virtude da possibilidade de reimplantação, o atendimento inicial deve ser rápido. Preservando o 
membro amputado, sem menos importância, temos o risco de morte por hemorragia, cujo controle é 
crucial na primeira fase do atendimento de primeiros socorros.
O atendimento básico consiste em:
• prestar assistência ventilatória, caso necessário;
• controlar a hemorragia;
• tratar o estado de choque, caso ocorra.
Cuidados com o segmento amputado:
• limpá‑lo com solução salina ou água estéril, sem imersão em líquido;
• envolvê‑lo em gaze estéril ou tecido limpo e seco;
• cobrir a área ferida com compressa embebida em solução salina;
• proteger o membro amputado em saco plástico e mantê‑lo em contato com superfície gelada, 
contudo nunca colocá‑lo diretamente em contato com gelo.
3.2 Ferimentos em áreas específicas: olhos, orelhas e nariz
3.2.1 Ferimento nos olhos
Pode provocar lesão irreversível, levando à cegueira. Além de proceder aos cuidados gerais, deve‑se atentar para:
• evitar a pressão direta sobre o globo ocular;
• aplicar curativo oclusivo em ambos os olhos, mesmo que apenas um olho tenha sido afetado;
• quando houver objeto encravado, não removê‑lo, e sim estabilizá‑lo, utilizando copo de plástico, 
compressa ou outro objeto;
• se houver protrusão do globo ocular, não tentar recolocá‑lo;
• tratar a protrusão ocular da mesma forma que um objeto encravado;
• dar apoio emocional à vítima;
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• prevenir o estado de choque;
• nunca explorar a órbita ocular para tentar inspecionar ou remover objetos do local.
3.2.2 Ferimento nas orelhas
Pode ser cortante ou lacerante. O sangramento pela orelha pode indicar traumatismo craniano. Além 
de proceder aos cuidados gerais, deve‑se atentar para:
• controlar sangramentos externos;
• não remover objetos encravados;• não interromper a saída de líquido e/ou sangue pelo conduto auditivo externo.
3.2.3 Ferimento no nariz
Pode indicar fratura de crânio. Além de proceder aos cuidados gerais, deve‑se atentar para:
• acionar o sistema de APH ou priorizar o transporte;
• manter a permeabilidade das vias aéreas e a estabilização da coluna cervical;
• não interromper a saída de líquido e/ou sangue pelo nariz.
 saiba mais
A obra que segue traz informações específicas sobre esse tema. Não 
deixe de conhecê‑la!
SILVA, R. C. L.; FIGUEIREDO, N. M. A.; MEIRELES, I. B. Feridas: fundamentos 
e atualizações em enfermagem. São Caetano do Sul: Yendis, 2007.
3.3 Ferimentos musculoesqueléticos: fraturas, luxações, entorses e 
distensões
3.3.1 Fraturas
Resultam da ruptura na continuidade do osso, sendo definidas de acordo com seu tipo e sua extensão. 
Acontecem quando o osso é exposto a um estresse maior do que ele pode suportar, seja por impacto 
direto, forças de esmagamento, movimentos de torção repentinos ou contrações musculares extremas.
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É relevante dar atenção ao estado geral do acidentado. Isso é feito de 
diversos modos: verificando a presença de dificuldade respiratória, mantendo 
as vias áreas permeáveis; removendo a roupa sobre o local do ferimento; 
controlando o sangramento; e imobilizando os locais suspeitos de fraturas.
Figura 12
Existem dois tipos de fratura:
• fechada: sem exposição óssea;
• exposta: o osso está ou esteve exposto.
Sobre os sinais e sintomas, deve‑se desconfiar de fratura sempre que a parte suspeita não possuir 
aparência ou função normais, ou quando houver:
• dor intensa que aumenta com o movimento;
• edema do ponto fraturado;
• deformidade de contorno;
• perda de função (dificuldade de movimento);
• posição anormal do membro fraturado;
• mobilidade insólita de um ponto, como se ali houvesse uma nova articulação;
• sensação de crepitação.
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Primeiros socorros (para leigos):
• manipular o mínimo possível o local afetado;
• não mover o paciente antes de conhecer a lesão;
• não lhe permitir levantar‑se nem sentar‑se;
• expor o local: cortar ou remover as roupas;
• não colocar o osso no lugar;
• proteger ferimentos com panos limpos e controlar sangramentos nas lesões expostas;
• imobilizar a área afetada antes de remover a vítima;
• manter o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e aplicar compressas de gelo 
para diminuir o edema, a dor e a progressão do hematoma;
• solicitar socorro e manter a pessoa calma e aquecida;
• encaminhar para atendimento hospitalar.
Como socorrer
Em caso de fratura fechada, deve‑se:
• verificar circulação, tato e movimentos dos membros;
• imobilizar, usando talas e ataduras para impedir movimentos.
Em caso de fratura aberta (exposta):
• não se deve tocar no osso;
• deve‑se cobrir o local com pano limpo.
Em caso de fratura de coluna, deve‑se:
• verificar os sinais vitais SSVV;
• deixar a vítima na mesma posição;
• imobilizar todo o corpo;
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• mover a vítima apenas se você for treinado;
• discar 193.
Em caso de estiramento, contusão e entorse, deve‑se:
• aplicar gelo picado envolvido por toalha ou saco plástico;
• comprimir com atadura elástica sem apertar;
• elevar o local afetado acima do nível do coração;
• não aplicar calor até 48 horas após a lesão.
Em caso de luxação:
• checar circulação;
• checar temperatura;
• checar sensibilidade;
• imobilizar articulação.
3.3.2 Luxações
Uma luxação é o deslocamento da extremidade de um osso ao nível de sua articulação; ocorre 
quando as superfícies articulares dos ossos formadores das articulações estão em desalinho, ou seja, 
fora do contato anatômico.
Os sinais e sintomas incluem:
• dor mesmo imobilizado e em repouso;
• deformação local;
• impossibilidade de movimentação;
• inchaço no local;
• equimose.
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A dor só irá melhorar quando a articulação for colocada em sua posição 
natural, ato que deve ser realizado somente por médicos, pelo risco de 
piorar a lesão.
O atendimento inicial inclui:
• imobilizar a articulação luxada;
• encaminhar a vítima ao pronto‑socorro o mais breve possível;
• evitar movimentar a articulação atingida;
• colocar o acidentado em repouso.
 observação
Não tente colocar a articulação no lugar!
3.3.3 Entorses
Correspondem à torção forçada de uma articulação, que estira ou rompe seus ligamentos, mas 
não desloca os ossos. Os ligamentos são estendidos além de suas capacidades. Entorses são comuns 
nos membros inferiores (principalmente nos joelhos e tornozelos), podendo ocasionar dor intensa à 
movimentação, considerável edema – decorrente da ruptura dos vasos sanguíneos –, equimose no local, 
extravasamento de líquidos (sangue), levando aos hematomas, aumento da temperatura e dificuldade 
para movimentar ou apoiar o membro acometido.
Como tratamento inicial, sugere‑se:
• repouso: ajuda a impedir lesões adicionais e promove a cura;
• elevação da parte lesionada: para controlar o edema;
• aplicação de frio: por 20 a 30 minutos, nas primeiras 24 a 48 horas, produz vasoconstrição, 
diminui o sangramento, o edema e o desconforto;
• atadura compressiva: a compressão elástica ajuda a controlar o sangramento, reduz o edema e 
fornece suporte para os tecidos lesionados.
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3.3.4 Distensões
São “trações musculares”, ou seja, lacerações musculares microscópicas e incompletas induzidas por 
uso, alongamento ou estresse excessivos, com sangramento no tecido. É comum ocorrer nos músculos 
que movimentam duas articulações, como: músculos posteriores da coxa, que flexionam os joelhos e 
estendem a articulação dos quadris; quadríceps; face anterior da coxa; gastrocnêmio; na panturrilha; e 
bíceps, no braço.
A sintomatologia inclui dor aguda ou pontada no momento da lesão; sensibilidade e inchaço; e 
equimose após 24 horas. O atendimento inicial compreende repouso, gelo, compressão e elevação do 
membro afetado.
 observação
As lesões nos nervos e nos vasos sanguíneos que nutrem a pele e as 
extremidades são as complicações mais comuns das fraturas e das luxações. 
Por isso, a avaliação da sensibilidade e da circulação (pulso, função motora 
e sensorial) distal nas fraturas é muito importante.
Metas para a atenção básica
As lesões dos pés causadas por queda de sapato de salto alto, com frequência, estão associadas à 
coluna lombar. Qualquer lesão dos joelhos, quando a vítima está sentada, pode ser associada à lesão 
dos quadris. De maneira parecida, as lesões dos quadris podem ter dor irradiada até o joelho. Os quadris 
estão intimamente ligados e devem ser avaliados paralelamente.
As quedas sobre os punhos das mãos frequentemente provocam lesão no antebraço. O mesmo 
acontece com o tornozelo e com a parte próxima à tíbia, no lado externo da perna. Qualquer lesão 
que pareça afetar o ombro deve ser examinada de forma cuidadosa, pois pode facilmente envolver o 
pescoço e o tórax, além do ombro. As fraturas de pelve normalmente se associam a grandes perdas de 
sangue, e deve‑se sempre suspeitar quehouve o choque.
 observação
Não desloque ou arraste a vítima até que a região suspeita de fratura 
tenha sido imobilizada – a menos que ela se encontre em iminente 
perigo.
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3.4 atendimento básico ao politraumatizado, imobilizações, transporte e 
atendimento adequado das vítimas de trauma
3.4.1 Atendimento ao politraumatizado
O trauma é a terceira causa mais comum de morte, sendo entendido como uma doença de caráter 
endêmico na sociedade moderna, não abalando apenas o campo da saúde pública, mas também o 
plano sociopolítico da sociedade. Como tal, pode ser prevenido por meio de campanhas educativas e de 
capacitação profissional. É considerado uma epidemia mundial, tendo como custo global um valor que 
excede os 500 bilhões de dólares anualmente, fato que assume proporções maiores caso se considerem as 
perdas salariais, as despesas médicas, os danos ao patrimônio, a perda de força de trabalho e os prejuízos 
indiretos decorrentes de acidentes de trabalho, além de levar em conta que acomete os membros mais 
jovens e potencialmente mais produtivos da sociedade.
Por ser considerado uma doença, uma vez que tem um agente (energia), um vetor (veículo 
automotor, arma de fogo etc.) e um hospedeiro (o paciente), deve ser abordado com estratégias de 
prevenção, diagnóstico precoce, tratamento adequado e reabilitação, no intuito de reduzir a morbidade 
e a mortalidade.
A distribuição temporal das mortes por trauma descreve uma curva de três picos, a saber:
• Primeiro pico (morte imediata): ocorre nos primeiros segundos a minutos após a lesão, com a 
mínima chance de reversão, decorrente de traumatismo cranioencefálico, trauma raquimedular 
ou ruptura da aorta, de vasos do coração ou de outros grandes vasos.
• Segundo pico (morte prematura): engloba o denominado “tempo de ouro” (golden hour), 
ocorrendo de minutos até várias horas após a lesão; decorrente de hematomas cerebrais, trauma 
torácico, ruptura de baço, laceração do fígado, fratura pélvica e/ou grandes lesões e hemorragias 
intensas. Tal conceito é a janela de oportunidade durante a qual a equipe médica pode ter êxito 
no atendimento, reduzindo a morbidade e a mortalidade relacionadas ao trauma.
• Terceiro pico (morte tardia): decorre entre vários dias e semanas após a lesão inicial, em virtude 
de infecções generalizadas e da falência de múltiplos órgãos. O atendimento realizado durante as 
fases anteriores tem impacto sobre o prognóstico nesse estágio.
Essa distribuição temporal das mortes tende a refletir o quanto se tem de investir no cuidado 
pré‑hospitalar e hospitalar ao trauma, bem como nos programas de prevenção de acidentes. Outro fator 
seria a necessidade de estabelecer uma padronização do atendimento a esse público.
Diante do exposto, o American College of Surgeons (ACS), por acreditar que um atendimento 
apropriado e padronizado possa melhorar significativamente o prognóstico dos pacientes traumatizados, 
e com o intuito de aprimorar o cuidado de pacientes cirúrgicos, criou, em 1978, juntamente com o seu o 
Comitê de Trauma, o ATLS®, sigla correspondente a Advanced Trauma Life Support, ou Suporte Avançado 
de Vida no Trauma (SAVT), em português.
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De acordo com um consenso geral, a avaliação rápida e precisa de uma vítima de trauma é de 
extrema importância para que medidas sejam aplicadas adequadamente ao suporte de vida, por meio de 
uma abordagem sistematizada e num tempo adequado. Dentre as etapas dessa sistematização, temos:
• preparação;
• triagem;
• exame primário (CAB da vida);
• reanimação;
• medidas auxiliares ao exame primário e à reanimação;
• exame secundário e história pregressa;
• medidas auxiliares ao exame secundário;
• reavaliação e monitoração após reanimação;
• cuidados definitivos.
É necessário que os exames primários e secundários sejam feitos continuamente no decorrer do 
atendimento, haja vista que uma vítima de trauma pode reverter seu quadro em muito pouco tempo.
Para um atendimento adequado à vítima de trauma, as atividades citadas, muitas vezes, são 
realizadas simultaneamente, pois a vítima necessita de um cuidado rápido e eficaz, específico para a 
situação vivenciada. Para um paciente gravemente traumatizado, o limite entre a vida e a morte pode 
ser definido nos primeiros momentos do atendimento.
Antes da avaliação inicial, deve‑se isolar o local e proporcionar segurança à vítima e ao socorrista. 
Isso inclui manter‑se afastado até que seja garantida a segurança do local e a retirada da vítima da área 
de risco antes de iniciar o tratamento, na presença de:
• incêndio;
• rede elétrica danificada;
• produtos perigosos;
• tráfego de veículos;
• armas;
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• agressor no local;
• circunstâncias adversas (locais de difícil acesso, iluminação precária, condições de tempo 
desfavoráveis e situações imprevisíveis).
Passos a serem seguidos numa situação de emergência:
• Observação: em alguns instantes, o socorrista deve observar a situação e começar a decidir, com 
calma, mas rapidamente, o melhor a fazer.
• Proteção: individual e coletiva:
— isolamento da área;
— uso de roupas claras;
— uso de luvas descartáveis e máscaras (se necessário).
O uso de luvas previne o contato do socorrista com o sangue e as secreções da vítima, além de 
proporcionar mais qualidade ao atendimento.
• Sinalização: coloque dispositivos de advertência (triângulo, pisca‑alerta, folhagens, tochas) pelo 
menos 50 metros antes do local.
— Peça a outras pessoas que parem e ajudem.
— À noite, use roupas claras ou tenha sempre à mão um pedaço de tecido claro.
• Isolamento: tem o objetivo de delimitar a área de ação dos socorristas, impedindo a interferência 
de curiosos. Pode ser feito com cordas ou com os próprios espectadores, formando uma barreira 
humana, que deve estar sempre voltada para a via e de costas para o acidente.
• Localização: atenção ao observar o local do acidente, pois nem sempre as lesões externas ou as 
vítimas que você visualiza inicialmente são as únicas. Faça uma busca de pistas, como: vítimas 
projetadas do veículo, crianças sobre o veículo e vítimas presas nos bancos traseiros. 
As etapas da sistematização do atendimento à vítima com trauma são divididas em:
• Preparação: para que o atendimento seja realizado com êxito, é necessário que a equipe de 
atendimento se organize, seja no âmbito pré‑hospitalar, seja no intra‑hospitalar, uma vez 
que a estruturação do atendimento pré‑hospitalar (APH) deve ser inter‑relacionada com o 
intra‑hospitalar, de tal forma que este deverá ser notificado durante o transporte da vítima, 
visando à provisão de todos os recursos humanos e materiais necessários ao atendimento. O APH 
prioriza a manutenção das vias aéreas, o controle de hemorragias, a imobilização e o transporte 
seguro a um centro de referência em trauma, preferencialmente.
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• Triagem: a classificação de acordo com a gravidade é a característica principal dessa fase, além da 
disposição dos recursos disponíveis, baseados no CAB da vida; pois, quando há situações em que 
exista um grande número de pessoas, é importante que as vítimas com risco iminente de morte 
sejam removidas com prioridade ao intra‑hospitalar.
• Exame primário: para identificar e corrigir as condições da vítima que ofereçam risco de morte,faz‑se necessária uma avaliação rápida e dinâmica, para estabelecer prioridades e otimizar o 
atendimento. O exame primário deve ser feito em não mais que 5 a 10 minutos, e é conduzido de 
acordo com o mnemônico ABCDE do trauma (ATLS):
• A (Airway) – Vias aéreas + proteção da coluna cervical.
• B (Breathing) – Respiração e ventilação.
• C (Circulation) – Circulação com controle da hemorragia.
• D (Disability) – Incapacidade, estado neurológico.
• E (Exposure) – Exposição com controle do ambiente.
 observação
Só se deve avançar para o próximo passo depois que o anterior tiver 
sido completamente solucionado.
É de suma importância ressaltar que as diretrizes da Associação Americana de Cardiologia (AHA), de 
2010, para a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e para o Atendimento Cardiológico de Emergência 
(ACE) recomendam uma alteração na sequência de procedimentos do Suporte Básico de Vida (SBV) 
de A‑B‑C (via aérea, respiração, compressões torácicas) para C‑A‑B (compressões torácicas, via aérea, 
respiração) em adultos, crianças e bebês (excluindo‑se recém‑nascidos). O motivo é que, segundo estudos, 
a maioria das PCRs ocorre em adultos, e a maior incidência ocorre em pacientes com arritmias cardíacas 
potencialmente fatais. Para essas vítimas, os elementos iniciais cruciais de SBV são compressões torácicas 
e a desfibrilação precoce. Logo, na sequência utilizada anteriormente (ABC), as compressões torácicas, 
muitas vezes, eram retardadas enquanto, com a alteração da sequência para C‑A‑B, as compressões 
torácicas são iniciadas mais cedo, e o atraso na ventilação será mínimo.
A – Manutenção das vias aéreas com proteção da coluna cervical
A avaliação das vias aéreas à procura de alguma obstrução (corpo estranho, sangue ou 
fratura) é a primeira ação do profissional que presta atendimento à vítima. Durante todas as 
manobras de abordagem das vias aéreas, a estabilidade da coluna cervical deve ser mantida, 
seja manualmente, por outra pessoa, seja com o uso do colar cervical, para evitar movimentação 
excessiva dessa área.
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B – Respiração e ventilação
A estabilização de uma vítima de trauma não indica uma ventilação adequada, logo o socorrista 
deve atentar para o bom funcionamento pulmonar, expondo o tórax da vítima e colocando a mão sobre 
este. Assim, o examinador pode, além de observar os movimentos da caixa torácica, senti‑los.
C – Circulação com controle da hemorragia
A presença de grandes hemorragias é a principal causa de óbito em vítimas de trauma que se 
reflete diretamente em uma hipotensão severa. Alguns parâmetros podem ser utilizados para avaliar 
indiretamente o volume sanguíneo na abordagem primária:
• Nível de consciência: a diminuição do volume sanguíneo reduz o fluxo sanguíneo cerebral, o que 
logo influencia o nível de consciência de uma vítima de trauma, a qual pode alternar da agitação 
até a inconsciência.
• Pele: grandes hemorragias levam à diminuição da circulação geral, alterando a cor, a temperatura 
e a umidade da pele.
• Pulso: em situações de perda sanguínea, podem‑se perceber alterações no volume, na frequência 
e na regularidade do pulso. Para que se avalie melhor, os pulsos centrais, como o femoral e o 
carotídeo, são os preferenciais. Logo, a ausência destes indica uma necessidade de intervenção 
rápida e imediata, evitando a morte da vítima.
Hemorragias externas são visivelmente identificadas e controladas no exame primário, com medidas 
simples, como compressão manual ou uso de outros dispositivos (talas infláveis ou manguitos, por 
exemplo).
Caso o sangramento não cesse com o uso do curativo compressivo, podem‑se utilizar, como último 
recurso, torniquetes.
D – Incapacidade (avaliação neurológica)
O nível de consciência é avaliado de forma rápida e padronizada por meio da sigla AVDN (A – Alerta; 
V – responde a estímulo Verbal; D – responde a estímulo Doloroso; N – Não responde) e do tamanho e 
simetria das pupilas.
Outros fatores podem estar relacionados com o rebaixamento do nível de consciência, entre eles o 
uso de álcool, drogas e medicamentos.
E – Exposição/controle do ambiente
Para que a avaliação primária seja eficaz, é necessário expor a vítima, despindo‑a, e, dessa forma, 
realizar o exame da cabeça aos pés, tanto na região frontal quanto na dorsal. Nessa fase, deve ser 
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realizada a imobilização cervical ou de alguma outra fratura, caso necessário. É preciso ressaltar que, 
para assegurar a privacidade da vítima e evitar a hipotermia, deve ser utilizado um cobertor ou uma 
manta térmica.
3.4.1.1 Reanimação
No risco iminente de morte, o processo de reanimação deve ser imediato, dotado de medidas que 
possam promover e otimizar a sobrevida da vítima, seguindo todas as etapas do CAB da vida.
3.4.1.2 Exame secundário
Imediatamente após a estabilização da vítima e o exame primário, deve ser feita a avaliação 
secundária, que consiste em um exame geral minucioso, associado com exames complementares, como 
radiografias e estudos laboratoriais, para posterior tratamento definitivo eficaz.
3.4.2 Imobilização
A fratura consiste em qualquer interrupção da continuidade de um osso, podendo ser caracterizada 
por:
• dor local;
• hematoma;
• deformidade;
• incapacidade funcional;
• mobilidade anormal;
• crepitação óssea.
Se existir a suspeita de lesão osteoarticular, nunca se deverá tentar movimentar a parte afetada, 
uma vez que uma atuação precipitada ou incorreta pode agravar o quadro, acarretando, por exemplo, a 
ruptura de um vaso sanguíneo ou nervo, pela deslocação de um fragmento ósseo.
Ao se suspeitar de uma fratura, antes do transporte da vítima, deve‑se aplicar alguma forma de 
imobilização, mesmo que seja improvisada, com os elementos que se tiver à mão, de modo que se 
assegure que a parte lesionada não se movimente.
Se apenas uma articulação for acometida, a imobilização de um ligamento será suficiente; contudo, 
se houver fratura, será preciso imobilizar as duas articulações das extremidades. Caso a fratura seja 
nos membros inferiores, deve‑se imobilizar o joelho e o tornozelo; caso seja nos membros superiores, o 
cotovelo e o pulso.
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Para fazer uma imobilização, pode‑se improvisar uma tala, amarrando delicadamente o membro 
lesado (braço ou perna) a uma superfície, como uma tábua, uma revista dobrada ou um cabo de 
vassoura, com tiras de pano, ataduras ou cintos, sem apertar muito, para não dificultar a circulação 
sanguínea. O comprimento das talas deve ultrapassar o das articulações acima e abaixo do local da 
fratura e sustentar o membro atingido. Ao imobilizar braços e pernas, deixe os dedos visíveis, de modo 
que verifique qualquer alteração. Se os membros estiverem edemaciados ou com hematomas, as tiras 
deverão estar mais frouxas. Não se esqueça de que nunca se deve fixá‑las no local da fratura.
Em casos de fratura de punho, antebraço, cotovelo, costelas ou clavícula, improvise uma tipoia com 
um pedaço grande de tecido, com as pontas presas ao redor do pescoço. Contudo somente use‑a se o 
braço ferido puder ser flexionado sem dor ou se já estiver dobrado.
Em caso de fratura de fêmur ou de pelve (bacia):
• imobilizar totalmente os membros inferiores, incluindo‑se a articulação do quadril;
• utilizar cobertores, talas rígidas grandes e bandagens triangulares ou tiras de pano para fixação;
• nos casos de fraturas de pelve e fêmur com grande hemorragia, devem‑se prevenir o estado de 
choque e priorizaro transporte.
3.4.3 Transporte e atendimento adequado das vítimas de trauma
O transporte das vítimas de trauma requer do socorrista o máximo cuidado para que não se agravem 
as lesões já existentes nem se originem outras. Contudo, deve‑se primeiramente assegurar as funções 
dos sinais vitais, bem como controlar as hemorragias e as fraturas devidamente imobilizadas.
Recomenda‑se o transporte de vítimas de trauma nos seguintes casos:
• vítima inconsciente;
• estado de choque instalado;
• grande área do corpo queimada;
• hemorragia abundante;
• choque;
• envenenamento;
• picada de animal peçonhento;
• acidente com fratura de membros inferiores, bacia ou coluna vertebral.
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Métodos de transporte:
• Transporte de apoio: passa‑se um braço da vítima por trás da nuca do socorrista, segurando‑a com um 
dos braços, colocando o outro por trás das costas dela, em diagonal. Utilizado para as vítimas de vertigem 
ou desmaio, com ferimentos leves ou pequenas perturbações, sem alteração da consciência e da marcha.
• Transporte ao colo: um socorrista pode levantar e transportar a vítima, colocando um braço 
debaixo dos joelhos dela, e o outro, em torno das costas. Utilizado em casos de envenenamento, 
sem alteração da consciência, ou de fraturas (exceto na coluna).
• Transporte nas costas: a vítima coloca os braços sobre os ombros do socorrista e este segura, 
na frente, os braços dela. Usa‑se em casos de envenenamento ou com entorses e luxações dos 
membros inferiores, previamente imobilizados.
• Manobra de retirada de acidentado com suspeita de fratura de coluna de um veículo: o 
socorrista deve se colocar atrás da vítima, com as mãos sob as axilas dela, posicionando um dos braços 
ao encontro do tórax e arrastando‑a para fora do veículo, apoiando a região dorsal da pessoa nas coxas. 
Contudo, essa manobra deve ser feita apenas em situações de extrema urgência.
• Transporte de apoio em dois: quando a vítima for obesa, serão necessários dois socorristas, que 
irão passar o braço dela pelos ombros, segurando‑a com um dos braços e passando o outro por 
trás das costas, em diagonal. Esse tipo de transporte é usado em caso de vertigem ou desmaio, 
presença de ferimentos leves ou alteração leve do nível de consciência.
• Transporte de maca: o melhor meio de transporte, pois mantém o alinhamento corporal. 
Contudo, é necessário lembrar‑se de estabilizar as vias aéreas e os sinais vitais.
 saiba mais
Para saber mais, leia o texto:
BOMBEIROS EMERGÊNCIA. Ferimentos e fraturas. [s.l.]. Disponível em: 
<http://www.bombeirosemergencia.com.br/fraturasferimentos.html>. 
Acesso em: 26 maio 2014.
4 traumatismos cranioEncEFálico, cErvical, torácico, abdominal, 
pélvico E gEnital
4.1 trauma cranioencefálico
O traumatismo cranioencefálico (TCE) é a causa de aproximadamente 25% dos óbitos em consequência 
de acidentes automobilísticos, e ocorre quando forças mecânicas são transmitidas ao tecido cerebral.
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A lesão pode ser originada por um trauma ou pela penetração de algum corpo estranho na cabeça, 
os quais provocam impacto direto no tecido cerebral. Os traumatismos por impacto podem resultar de 
forças de desaceleração e/ou aceleração; em muitos casos, esses fenômenos ocorrem em simultâneo.
As alterações e perdas funcionais estão diretamente relacionadas às lesões cerebrais sofridas, sendo 
as mais comuns:
• fraturas de crânio: frequentemente, não causam déficits aparentes, contudo não podemos deixar 
de destacar sua gravidade. Podem ser classificadas em aberta, fechada, na calota craniana ou na 
base do crânio. Caracterizadas pela presença de sangramento no ouvido ou no nariz, otorreia ou 
rinorreia, equimose retroauricular (Sinal de Battle) e edema e hematoma periorbital (olhos de 
guaxinim).
• concussões: consistem de uma lesão cerebral caracterizada por cefaleias, vertigens, dificuldade 
de concentração, perda de memória temporária, fadiga e alterações do nível de consciência 
(confusão, desorientação e perda total).
• contusões: caracterizadas por uma lesão que produz hemorragia cerebral decorrente de 
um mecanismo de aceleração/desaceleração. Os sinais variam de pequenos déficits a grandes 
hemorragias e edema cerebral.
• hematomas: os traumatismos cranianos, geralmente, resultam em hematomas, e estes produzem 
danos pelo efeito de pressão e deslocação do conteúdo intracraniano. Do ponto de vista anatômico, 
há dois tipos principais de hematoma: extraparenquimatoso (fora do tecido cerebral), que são o 
epidural e o subdural; e intraparenquimatoso, que danifica diretamente o tecido cerebral.
4.2 trauma cervical
As fraturas da coluna cervical e da vertebral são decorrentes de força ou pressão excessivas no pescoço 
ou na coluna, resultando numa fratura com potencial para causar invalidez permanente. Normalmente 
geradas por acidentes automobilísticos, de moto, quedas, mergulho em piscina e alguns esportes.
Alguns sinais são importantes, pois podem indicar uma possível fratura de pescoço ou coluna:
• posicionamento estranho da cabeça ou do pescoço;
• diminuição de força ou adormecimento dos membros ou de outras partes do corpo;
• dor no pescoço ou na coluna.
Os primeiros socorros incluem:
• avaliar os sinais vitais; na ausência destes, aplicar os procedimentos de RCP e, imediatamente, 
solicitar socorro especializado;
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• não movimentar a vítima até que ela esteja adequadamente imobilizada; em caso de desconforto 
ou dor, não manipulá‑la até a chegada de socorro especializado;
• durante qualquer movimento, assegurar‑se de que a cabeça, o pescoço e a coluna estejam 
devidamente alinhados, fazendo todo o possível para evitar que a vítima movimente a cabeça de 
um lado para o outro.
Em caso de ausência de socorro especializado para o transporte da vítima, proceda da seguinte 
forma:
• antes da remoção, estabilize a região cervical da vítima por meio de um colar improvisado, de 
modo que não permita nenhum movimento da cabeça;
• ao movimentar a vítima, assegure‑se de que a cabeça e o restante do corpo estejam alinhados;
• com o auxílio de outras pessoas, deslize cuidadosamente a vítima sobre algum material rígido 
estabilizador, procurando “fixá‑la” à prancha, principalmente a parte superior do corpo;
• mantenha a vítima aquecida.
4.3 trauma torácico
Provocado, em sua maioria, por acidentes automobilísticos, sua gravidade está diretamente 
relacionada ao tipo de lesão associada; logo, essas vítimas devem ser consideradas como em estado 
grave, mesmo que não apresentem sinais clínicos aparentes.
Nos traumatismos fechados de tórax, ou contusões torácicas, não há lesão aparente na pele. Nos 
traumatismos abertos ou ferimentos torácicos, podem surgir complicações maiores. Estes podem ser 
chamados de penetrantes quando atingem a pleura, o pericárdio ou o mediastino, levando a alterações 
respiratórias e metabólicas acentuadas, que podem ser agravadas pela idade do acidentado ou pela 
existência de processos patológicos cardiopulmonares anteriores. Quanto à localização do ferimento, há 
o torácico, o cervicotorácico e o toracoabdominal.
Além de proceder aos cuidados gerais, deve‑se fazer o seguinte:
• acionar o sistema de APH ou priorizar o transporte;
• se houver um objeto encravado, estabilizá‑lo antes de movimentar a vítima;
• se o ferimento for perfurante e houver entrada de ar, utilizar um plástico para fazer curativo 
oclusivo, deixando uma pequena abertura,que servirá como válvula e permitirá o mecanismo da 
respiração;
• evitar envolver o tórax da vítima com atadura, para não prejudicar o mecanismo da respiração;
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• deitar a vítima no mesmo lado da lesão;
• prevenir o estado de choque;
• encaminhá‑la rapidamente para o serviço especializado.
4.4 trauma na região abdominal
Os acidentes automobilísticos correspondem a 60% dos traumatismos abdominais, e podem ser 
classificados em:
• Fechados ou contusões: caracterizam‑se pelo efeito do agente traumático sobre a parede 
abdominal, sem provocar laceração da pele, contudo podem apresentar lesões viscerais graves, 
evoluindo para alguma perfuração, no caso de vísceras ocas, ou hemorragia, em órgão sólido 
ou algum vaso importante; logo, devem ser encaminhados para a assistência qualificada com 
urgência.
• Abertos: podem ser uma simples ferida, ou uma ruptura da parede abdominal, suficiente para 
ocorrer uma evisceração.
Além de proceder aos cuidados gerais, deve‑se atentar para:
• acionar o sistema de APH ou priorizar o transporte;
• tranquilizar a vítima e colocá‑la em decúbito dorsal, mantendo as vias aéreas permeáveis;
• não tocar nas vísceras nem tentar recolocá‑las dentro do corpo;
• cobrir o ferimento e as vísceras que estiverem expostas com plástico limpo ou curativo oclusivo;
• redobrar os cuidados com a contaminação durante a aplicação dos curativos;
• fixar o curativo, sem apertá‑lo; caso se encharque de sangue, colocar outro por cima sem retirar 
o primeiro;
• promover o aquecimento da vítima;
• prestar‑lhe apoio emocional.
Conduta nas eviscerações:
• expor o local da lesão;
• não tocar nas vísceras;
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• não tentar recolocá‑las na cavidade abdominal;
• manter a umidificação com gaze estéril umidificada com soro fisiológico estéril;
• efetuar curativo oclusivo com plástico estéril;
• manter o aquecimento da vítima;
• encaminhá‑la para o serviço especializado rapidamente.
4.5 trauma de pelve
A pelve é uma estrutura que protege o sistema urinário, os grandes vasos e os nervos dos membros 
inferiores, podendo o traumatismo dessa região resultar em disfunção urológica e neurológica, com 
perigo de vida, bem como em hemorragias. O traumatismo pélvico, com frequência, decorre de acidentes 
automobilísticos, queda ou esmagamento. A maior parte das lesões da pelve envolve fratura, com ou 
sem lesão dos tecidos subjacentes. São classificadas em:
• estáveis: com ruptura do arcabouço ósseo da pelve ou do cóccix, sem deslocamento;
• instáveis: nas quais há fraturas em mais de um local, ou no acetábulo.
A vítima pode apresentar:
• hematoma perineal, que indica extravasamento de urina ou sangue;
• dor à palpação, ou crepitação nas cristas ilíacas;
• sensação de formigamento e diminuição de força no membro inferior;
• urina com sangue. A prioridade nesse tipo de traumatismo é prevenir ou controlar as hemorragias fatais.
4.6 trauma genital
O traumatismo genital raramente decorre de uma ação isolada, estando associado a outros traumas, 
como torácico, abdominal e pélvico. É classificado como: de impacto, desencadeado por desaceleração, e 
penetrante, que resulta de punhaladas ou acidentes com arma de fogo na região abdominal ou nas costas, 
sendo caracterizado pela presença de contusões abdominais, hematomas e sangue no meato urinário.
 lembrete
As fraturas ou traumas, ou a combinação de ambos, são situações 
comuns em acidentes de trânsito e atropelamentos, principalmente com 
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motocicletas. Nos últimos anos, os acidentes de trajeto têm aumentado 
significativamente, tornando‑se os primeiros na lista geral de acidentes 
de trabalho. Empresas que possuem serviços de transporte, nos diversos 
modais, precisam ter seus funcionários treinados e capacitados para esse 
tipo de atendimento, além de noções de direção defensiva.
 resumo
Nesta unidade, estudamos que os princípios do atendimento de 
emergência baseiam‑se nos três R’s:
• rapidez no atendimento;
• reconhecimento das lesões;
• reparação das lesões.
É recomendado procurar sempre conhecer a história do acidente, 
pedir ou solicitar que seja pedido um resgate especializado, enquanto os 
procedimentos básicos são realizados, sinalizar e isolar o local do acidente 
e utilizar, durante o atendimento, preferencialmente, luvas e calçados 
impermeáveis.
Os procedimentos adequados são:
• Verificar no local do acidente se não há riscos para o socorrista, como 
fios elétricos soltos, fumaça, líquidos inflamáveis e objetos cortantes 
que possam ferir quem vai fazer o atendimento.
• Chamar um serviço médico de emergência (geralmente todas as 
indústrias fornecem esse serviço com profissionais da saúde).
• Acalmar‑se e ganhar a confiança da vítima, avaliar seu estado de 
consciência e suas lesões. Com a ausência dessas funções, realizar o 
ABC, ressaltando que a massagem cardíaca requer treinamento com 
um profissional responsável. Caso contrário, chamar a emergência o 
mais rápido possível.
Também estudamos que os principais acidentes ocorridos em ambientes 
de trabalho são: ferimentos em geral, entorses, fraturas, hemorragias, 
choques elétricos, insolações, intoxicações e queimaduras. As fraturas e os 
traumas são os resultados mais comuns de riscos físicos, decorrentes de 
quedas de atividades em altura, de choques com objetos em movimento ou 
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de encontros com objetos estáticos – situações comuns nas mais diversas 
atividades industriais. O conhecimento básico do atendimento a essas 
ocorrências é fundamental em qualquer ambiente laboral.
 Exercícios
Questão 1. Ao se fazer a avaliação prévia de um acidentado, constatou‑se que ele possuía inúmeras 
feridas. Nesse primeiro momento, é importante o socorrista:
A) Buscar diagnosticá‑las, no sentido de estabelecer se elas são consideradas limpas ou contaminadas.
B) Verificar se a ferida foi causada por agentes perfurocortantes e localizar onde o acidentado se 
encontra.
C) Imobilizar o acidentado para que ele não tenha reação violenta ao receber o atendimento.
D) Procurar manter as feridas limpas e protegidas.
E) Utilizar qualquer material que se encontre próximo para cobrir as feridas.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: não cabe ao socorrista fazê‑lo, mas sim proteger a ferida para posteriormente receber 
o atendimento médico adequado.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: nesse momento, o foco é proteger a ferida para evitar contaminação e complicações 
futuras.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: salvo exceções, o procedimento é tranquilizar e acalmar a vítima enquanto se aplicam 
as técnicas de atendimento pré‑hospitalar.
D) Alternativa correta.
Justificativa: esse é o protocolo a se seguir.
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E) Alternativa incorreta.
Justificativa: deve‑se evitar contaminar as feridas, utilizando materiais que não estejam limpos e 
que possam trazer‑lhes outros contaminantes.
Questão 2. Ao se deparar com um acidentado que sofreu um ferimento com objeto empalado, 
deve‑se:
A) Retirar o mais rápido possível o objeto do ferimento.
B)Cortar as partes do objeto que se encontram expostas e, em seguida, cobrir o ferimento.
C) Acalmar a vítima, oferecendo‑lhe uma bebida alcoólica para tranquilizá‑la.
D) Levantar a vítima e caminhar com ela até encontrar um socorro médico.
E) Jamais remover o objeto, e sim estabilizá‑lo para depois poder movimentar a vítima.
Resolução desta questão na plataforma.

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