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Teoria Antropológica - Slides de Aula Unidade I

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Profa. Sirlei Terra
UNIDADE I
Teoria Antropológica
 Pai do funcionalismo na Antropologia Social.
 Trabalha compreensão sobre as instituições sociais em razão da satisfação das 
necessidades coletivas.
 A sociedade é um sistema fechado e coerente em sim mesmo = postura não 
evolucionista.
 Estabeleceu a importância do trabalho de campo etnográfico 
e do rigor científico, nas observações empreendidas nesse método de pesquisa. 
Primeiro antropólogo a “estar em campo”.
 Em “Os argonautas do Pacífico” (sua principal obra) fez 
etnografia dentre os aborígenes das Ilhas Trobriands 
(1922).
Bronislaw Malinowski (1884-1942)
 Sobrinho de Émile Durkheim (1858-1917) - fundador da Escola Sociológica 
Francesa e responsável pela consolidação da Sociologia como disciplina científica.
Mauss também participou da gênese desta escola, no Brasil.
 Noções de troca e reciprocidade como fundamentais para a Antropologia Social. 
Principal obra “O Ensaio sobre a Dádiva”, 1925.
É na relação com outras pessoas que construímos os significados das coisas 
que vemos, pensamos e vivemos.
 Fatos sociais totais = inclui aspectos simbólicos:
 expressão de todas as dimensões da vida social;
 Instituições religiosas, jurídicas, morais, econômicas e 
os fenômenos estéticos e morfológicos, perfazem um 
conjunto de fatos que se relacionam de maneira 
complexa.

Marcel Mauss (1858-1917)
 O ensaio sobre a dádiva:
 Dádiva: fundamento para toda a sociabilidade e comunicação humana.
 Há exemplos etnográficos da existência de sistemas de troca nas sociedades 
não capitalistas e nas capitalistas.
 Alianças dependem da dádiva:
Matrimonial: (2 famílias trocando filhos formam alianças entre si).
Política: apoio para obtenção de cargos e favores. Coligação de partidos.
Religiosa: sacrifícios, orações.
Diplomáticas: Diplomacias internacionais gerando 
alianças ou não alianças.
Marcel Mauss (1858-1917)
 A troca funda o social (por meio de toda simbologia nela contida, desde sua 
origem), pois estabelece um sistema de reciprocidade em que continuamente 
se articulam o dom de dar, a obrigação de receber e a obrigação de retribuir. 
 A reciprocidade não está vinculada a ganhos econômicos. O que importa 
é o valor simbólico do que é trocado e não seu valor material. 
 Não são apenas os objetos materiais que podem ser trocados. Afetos, amizades, 
confidências também são exemplos de elementos que podem ser trocados.
Troca e reciprocidade
 Conceitos envolvidos:
 Kula (estudado por Malinowski) - circuito Kula ou intercâmbio Kula: 
 sistema de troca tradicional baseado em princípios de reciprocidade, 
na Ilha Trobriand), refere-se a escambo de conchas. 
Pessoas envolvidas trocam colares ou braceletes de conchas (que não são 
usados), seguindo um percurso que pode durar até 5 anos.
Embora não tenham valores, revestem-se de valores ao trazerem prestígio 
aos seus donos.
Sistema de obtenção de status e renome mediado 
pelas trocas materiais.
Troca e reciprocidade
 Potlach (estudado por Marcel Mauss): oriundo do ensaio sobre a dádiva:
Refere-se a cerimônias de caráter festivo (ex.: casamento, funeral), no qual o chefe 
da tribo oferece a um rival uma enorme quantidade de riquezas de forma ostensiva, 
no intuito de humilhá-lo ou desafiá-lo, sendo que o rival tem a obrigação de aceitar o 
dom. Este dom dá origem a outro potlach que deve ser mais generoso e importante 
que o anterior:
Sistema de obrigações: dom de dar, obrigação de receber e obrigação de retribuir. 
Assim sucessivamente formando uma rede de reciprocidade e constituindo vínculos:
 A recusa pode trazer cisão.
 Não diz respeito a trocas mercantis.
Troca e reciprocidade
 Reciprocidade: constitui a troca de objetos, bens e mulheres.
 Troca de mulheres, por meio do casamento, para estabelecer alianças entre 
grupos familiares. A mulher é fundamental para a união de duas linhagens.
 O vínculo social se dá pela troca matrimonial com outros grupos, reforçando a 
proibição do incesto como forma de controlar as alianças (neste caso, o que define 
o incesto é o parentesco e não a consanguinidade), gerando a exogamia, 
resultando na união institucional entre dois grupos, levando a uma repartição de 
tarefas entre os cônjuges o que consolidará uma relação de dependência.
 4 pilares da sociabilidade humana: proibição do incesto; 
regra da exogamia; lei oficial que une entre si as famílias 
e as linhagens; e a repartição de tarefas.
Princípio de reciprocidade em Claude Lévi-Strauss
 Trata das economias das sociedades não capitalistas (caçadores, coletores, 
baseadas na horticultura), passando por aquelas que têm economias agrícolas 
regulamentadas por poderes centrais e atingindo até os agrupamentos industriais 
e capitalistas. 
 Fornece elementos para uma compreensão da economia que vai além do sistema 
de trocas, compreendendo também as razões pelas quais se estabelece a troca e 
os significados que ela tem em contextos específicos.
 Busca os valores sociais e culturais subjacentes a cada troca comercial ou não 
comercial.
Antropologia econômica
 Procura compreender as relações sociais e culturais mais amplas que estão 
intrincadas e que são expressas pelo ato de consumir.
 Procura dar ênfase ao significado cultural do consumo em suas práticas que se 
constituem na vida em sociedade em diferentes agrupamento humanos.
 Consumo: algo mais amplo que gosto pessoal, pois é relativo aos significados 
estabelecidos no interior da cultura.
 Quando optamos por uma determinada marca, pode ser que essa opção se dê 
também pelo que a publicidade veicula como sendo o ideal, ao acionar elementos 
culturais que têm significado para nosso grupo social.
 A “Teoria das compras” de Daniel Muller, contribui para a 
compreensão desses fatos.
Antropologia do consumo
 A teoria de Muller mostra como, em nossa sociedade, os objetos de consumo 
ganham seu significado de acordo com sua capacidade de objetivar valores 
pessoais e sociais. Expressando a constituição da contemporaneidade.
 Tem a expressão de amor, como base de significação, pelo rito devocional, 
levando ao fortalecimento dos laços de parentesco.
 Nos posiciona em patamares distintos na estrutura social e nos coloca em 
sistemas de classificação inerentes à vida social, articulando coisas, pessoas, 
grupos sociais, estilos, desejos... que comunicam lugares sociais.
 O que se consome produz lugares diferenciados para as 
pessoas, resultando em status diferenciados.
Teoria das compras de Daniel Muller
(ENADE 2011, adaptado) Para o antropólogo francês Marcel Mauss, as relações de 
troca são fundamentais em todas as sociedades. Analise as afirmações que seguem.
I. A prática social da troca de presentes origina-se com a consolidação do modo 
capitalista de produção.
II. O que fundamenta as relações de troca de presentes é o ganho econômico obtido 
a partir dos bens trocados.
III. A troca de presentes é baseada em relações de reciprocidade.
IV.O ato de presentear instaura e reforça as alianças e os vínculos sociais.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I e II. 
b) II e III. 
c) III e IV.
Interatividade 
d) I, II e III. 
e) II, III e IV.
 Ritual:
 Objeto de análise antropológica de eventos que fogem do cotidiano, que fazem 
parte de uma dinâmica cultural única. Algo que faz parte.
 Ex.: rituais indígenas, casamentos, formaturas, noções de sagrado e profano.
 Contém um conjunto de símbolos que acionamos nos rituais e que nos auxilia a 
nos comunicarmos socialmente e dão sentido à realidade.
 Ao antropólogo cabe investigar o que é transmitido por meio desses signos e 
comunicado em um ritual (forma, momento, para e por quem, impactos sociais...). A partir da observação dos rituais de um povo, o 
profissional pode compreender suas regras sociais, 
modos de vida e sistema de crença.
Ritual e simbolismo
Simbolismo:
 Leslie White: símbolo é a unidade básica de qualquer comportamento humano. 
O comportamento simbólico viabilizou o surgimento da humanidade.
 Os símbolos estabelecem uma relação entre signo e objeto. Sua principal 
caraterística é a multiplicidade de interpretação. Está presente em nossas 
vidas e constituem nosso modo de viver a vida.
 Diferencia-se de signo por sua capacidade de evocar sentimentos e guiar 
nossas ações.
 Dizem respeito a atos, objetos, formas linguísticas, 
conceitos... Portadores de vários significados diferentes 
entre si. Ex.: linguagem humana.
Ritual e simbolismo
 Signos: são expressivos, só dizem algo se conseguirmos escutá-los, entendê-los e 
interpretá-los. O sentido do signo é estabelecido na relação com outros signos que 
fazem parte do mesmo sistema de significados e dependem desse sistema para 
comunicar também. Ex.: @ remete a endereço eletrônico, em outro contexto um 
mesmo signo pode ter outro significado.
Ritual e simbolismo
 Um drama social é um gênero de performance cultural que se manifesta 
primeiramente com a quebra de uma norma, a infração de uma regra de 
moralidade, lei, costume ou etiqueta, na arena pública.
 Drama social: quebra, ruptura = crise = reparação/rompimento lhe dão conteúdo, 
e o procedimento de reparação a forma. O drama social é gerador de vários 
gêneros de performance cultural (procedimentos jurídicos e rituais de reparação).
 Os processos simbólicos vão construir as molduras espaciais e temporais que 
formam o drama, tornando-o uma ferramenta analítica útil para a antropologia.
 Consiste em pegar os fios que ligam os eventos, mapear 
suas relações (origem), prever impactos. Ex.: carnaval no 
Brasil (ritual de inverso, festa/contestação- máscaras de 
políticos). 
 A crise gera a ordem.
Drama social para Victor Turner (1981)
 Define a obra de arte como um símbolo presentacional que articula a vida 
emocional do ser humano.
 Drama: meio de expressão artística: relações que a autora estabelece entre o 
que poderia ser chamado de “relações simbólicas”, algo que as pessoas fazem 
durante momentos dramáticos, como significa eventos ou quais assiste ou toma 
posição. Lida com compromissos e consequências.
 No drama é necessário que dois atores tenham se confrontado dentro de um 
processo específico.
 Ideia de que pode ser tragédia (ritmo vital da 
autoconsumação) ou comédia (ritmo vital da 
autopreservação.
 Para Langer a obra de Arte é a criação das formas 
simbólicas do sentimento humano.
A noção de drama em Susane Langer
 Para Turner (1981), a vida social é indeterminada, sendo que seu fluxo é contínuo.
 A narrativa é parte dessa lógica. Desejos fazem parte da vida social e analisá-los 
pode romper com os modelos estéticos de descrição da sociedade. Assim, são 
criados tipos simbólicos, de algum modo paradigmáticos como traidores, 
renegados, mártires, vilões...
 Sob cada tipo de performance pode-se encontrar as estruturas sociais que podem 
conter tipos contemporâneos de performance, e que podem se constituir condutas. 
As regras podem estruturar/enquadrar a performance.
 Momentos de performance são momentos de 
reflexibilidade, condição em que um grupo 
reflete sobre ele mesmo.
Performance
 Para Langdon (1999, p. 23), performances são orquestrações de meios simbólicos 
comunicativos, e não expressões de um único meio. Resultam de um conjunto de 
mensagens sutilmente variadas sendo comunicadas numa performance.
 Momentos de performances são momentos de “reflexibilidade”, uma condição na 
qual um grupo reflete sobre ele mesmo.
 Os atos performáticos possuem formas diversas e variáveis que podem mudar 
dependendo da cultura. Em Turner, têm caráter ritual, cuja plenitude performática 
é matriz de outros tipos de performances culturais.
 Para a antropologia a noção drama social também está 
pautada na ideia de ação, com alto grau de abstração.
Performance
Assinale a alternativa que não corresponde a uma análise antropológica do Carnaval 
no Brasil.
a) É um rito de inversão, pois envolve a contestação das normas sociais 
estabelecidas.
b) Carnavais e carnavalizações, por meio da festa, dissolvem totalmente as barreiras 
sociais. 
c) O Carnaval promove uma abertura para as camadas populares desfilarem.
d) O Carnaval é uma festa desprovida de quaisquer fins 
políticos ou críticos e visa exclusivamente ao lucro. 
e) O uso reiterado de fantasias com máscaras de políticos 
do cenário nacional é uma forma de crítica a eles.
Interatividade
 Pessoa:
 Marcel Mauss funda a noção de pessoa, enquanto categoria de análise. Procurou 
estabelecer uma noção básica de pessoa nas sociedades tribais conectando-a à 
noção moderna. 
 Sua contribuição revela o caráter não natural construído na noção de pessoa, 
fruto de uma lenta construção sociocultural.
 Construiu a genealogia da noção de pessoa ao demonstrar que esta foi criada a 
partir de processos históricos, da seguinte forma:
Indivíduo, corpo e pessoa
 Clãs-Pueblos da América do norte: pessoa é uma posição ocupada dentro do 
grupo. O nome representa uma posição na estrutura da sociedade que pode ser 
preenchida por qualquer pessoa. 
O papéis preexistem às pessoas e às individualidades.
 Kwakiutl: a noção de pessoa diz respeito aos indivíduos e se estende a suas 
coisas que são parte dele. 
Vai além dos limites do corpo e alcançamos objetos.
 Indianos: primeiro povo a ter a noção de indivíduo com consciência do “eu”.
Indivíduo, corpo e pessoa
 Roma: Modelo de pessoa que hoje utilizamos. Cidadão livre que ganha direito à 
cidadania, sendo uma persona civil e jurídica.
 Grécia-estoicismo: noção de pessoa tem sentido moral. O ser sem máscara, 
que deve ser consciente, independente, autônomo e responsável por si.
 Cristianismo: consolida a noção de indivíduo como unidade, e instaura a pessoa 
na categoria do eu consciente, indivisível com consciência de si e consciência 
psicológica.
Indivíduo, corpo e pessoa
 Construção social de cada um e nós. Constitui uma análise fundamental 
para a Antropologia.
 Identidade social (Heilborn, 1996): conjunto de marcas que colocam um sujeito em 
um determinado mundo social e o exclui de outro.
 Gilberto Velho (1987): construção social da identidade é composta de vários 
elementos, inclusive as noções de prestígio e ascensão social.
O sujeito deve ter a individualização como ideologia (sujeito moral).
O que se individualiza mais é um potencial desviante, 
mas este tem dificuldades para se impor por conta do 
controle social (família, bairro...)
Pessoa e indivíduo
 Vernant (1987): o ser cumpre papéis = a pessoa (tem práticas e atitudes 
psicológicas) sendo uma natureza real.
Eu: é definido por seus pensamentos mais íntimos, suas reflexões = eu, como 
sujeito = indivíduo na primeira pessoa (traços e atributos que o tornam singular)
 Veyne (1987): indivíduo é o sujeito que se une à sua própria identidade por meio 
da consciência em si (valoriza sua imagem), cuja subjetividade varia conforme a 
classe.
 Strathern (1996): indivíduo e pessoa como totalidade com 
expressões mentais (identidade, noção de cidadania) e 
corporalidade (alteridade).
Pessoa e indivíduo
Mauss (1947): noção de habitus como natureza social, sendo as técnicas corporais 
que se relacionam com as sociedades, educações, conveniências, modas 
e prestígio:
 Técnicas corporais: formas tradicionais como as pessoas, em cada sociedade 
fazem uso de seus corpos, educado pelas normas da sociedade. O corpo é o 
objeto, o meio técnicodo homem. Nossa postura corporal atual segue alguma 
regra social que nos foi ensinada.
 Admite a existência de 3 dimensões da pessoa: biológica, psicológica e 
sociológica, de forma relacional.
 A sociológica constrói a biológica e a psicológica. 
Corpo como fato social total.
 As normas sociais condicionam, moldam e educam o 
corpo e suas ações, movimentos e posturas.
Pessoa e indivíduo
 Técnicas corporais são normas como as pessoas, em cada sociedade, fazem uso 
de seus corpos de modo tradicional. São formas educadas pelas normas da 
sociedade para ter uma ou outra postura ou atitude em certos contextos.
 Nossos movimentos corporais de hoje foram construídos historicamente 
e não são naturais (andar, nadar, correr).
 Em Mauss a noção de habitus é de natureza social e varia entre indivíduos e 
sociedade (educação, moda, prestígio).
O habitus extrapola os limites da repetição ou imitação. 
Para Pierre Bourdieu: habitus é o modo pela qual uma 
pessoa vê e interpreta as coisas enquanto membro de 
um grupo social.
Corpo e técnicas corporais
 Habitus informa e limita determinada prática. A subjetividade seria a forma como 
cada um interioriza as experiências da vida, tendo conotação coletiva.
 A imitação seria prestigiosa (aceitação social). 
 O ato é composto de 3 elementos:
 1-Elemento social (status)
 2-Elemento psicológico (cognição). O agente que tem influência psicológica, 
compreende 3 dimensões do ato: o técnico, o físico e o mágico-religioso.
 3-Elemento biológico: base corporal.
 As técnicas variam de cultura para cultura. Ex.: Técnica 
de nascimento. Modo de se alimentar na infância. Modo 
de desmame. Técnica da adolescência: iniciação 
masculina. Forma de dormir.
Corpo e técnicas corporais
 Heilborn (1996): 1) atributos/traços que classificam o sujeito (gênero, idade). 
2) como esses tributos se inserem num campo de significações. 3) como essas 
marcas se expressam (valores). 
 Jardim (1995): marcas do corpo são singularizações que têm uma história e são 
sinais de pertencimento e de posição social.
 Bourdieu (1996): o mundo social tende a identificar a normalidade com a 
identidade de um ser responsável.
 Há sempre a possibilidade de transgressões. Fisiculturismo com patrocinadores.
 Hipervalorizarão do corpo, com padrões estéticos 
atuais.
 Ex.: cultura do silicone como corpo perfeito marcando 
distinção, hoje generalizada e permitida. 
Algumas noções acerca do corpo na contemporaneidade
Na contemporaneidade, o corpo tem sido tratado como elemento de identidade e 
pertencimento a uma sociedade de consumo que impõe padrões de beleza. 
Sobre o assunto, assinale o que for incorreto.
a) Os padrões de beleza são produzidos pela sociedade.
b) A construção de um corpo perfeito ou ideal está relacionada com um discurso 
sobre saúde que nem sempre é verdadeiro.
c) A padronização dos corpos afeta somente o universo feminino. 
d) Atingir o padrão de corpo ideal por meio da atividade 
física, dieta, cirurgia e produtos farmacêuticos é 
inacessível para a maior parte da população. 
e) Hoje, a prática de exercícios físicos não está atrelada 
unicamente à prevenção de doenças.
Interatividade
 Nossa forma de pensar a saúde e a doença é mais uma e diferente das outras 
formas de pensá-las. Não é melhor nem pior. Variou ao longo da história.
 Percepções diferentes estão presentes em nossa contemporaneidade: médicos e 
benzedeiros ao mesmo tempo. Há doenças curadas por tratamento ou pela fé.
Azize (2002, p. 72): demonstra a existência de outras racionalidades médicas ao 
falar sobre o choque entre os sistemas locais e os valores da biomedicina ocidental:
Compreende os aspectos simbólicos nos sistemas médicos nativos e nas crenças 
da biomedicina ocidental.
Diferentes culturas podem ter percepções distintas sobre 
a saúde e a doença, cura e seus processos.
Antropologia da saúde e da doença
 Uchoa e Vidal (1994): a Antropologia pode criar teorias para fundamentar estudos 
sobre modos culturais de pensar e agir com relação à saúde, e contribuir para a 
adequação sociocultural de diferentes programas de saúde.
 Marroni (2007): as doenças são percebidas não só como resultado do fator 
biológico. Ações de prevenção, tratamento ou de planejamento de saúde 
necessitam levar em conta valores, atitudes e crenças de uma população.
 No Brasil há procura pela biomedicina, medicina popular, sistemas médico-
religiosos e outros, e pelo uso concomitante dessas.
 Pensar o sistema de atenção à saúde, como sistema 
cultural de saúde ajuda a compreender esses múltiplos 
comportamentos.
Antropologia da saúde e da doença
 OMS - Organização Mundial de Saúde: A saúde é um estado de bem estar físico, 
mental e social e não apenas a ausência de doença, sendo direito fundamental da 
humanidade.
 Os governos têm responsabilidade pela saúde dos seus povos, a qual só pode 
ser assumida pelo estabelecimento de medidas sanitárias e sociais adequadas.
 Uchoa e Vidal (1994): pensar a saúde no universo sociocultural do enfermo 
subsidia a melhoria do atendimento integral à pessoa e otimiza o processo 
de cura.
 A compreensão do contexto sócio-histórico-cultural é 
pressuposto fundamental para qualquer sistema de 
saúde e de cura que visa ao sucesso.
Antropologia da saúde e da doença
 Cultura: fenômeno total que orienta os modos de diferentes agrupamentos 
humanos, fornecendo uma visão de mundo compartilhada, informando 
conhecimentos, práticas e atitudes, saúde e doença (LANGDON; WIIK, 2010).
 Os sistemas de atenção à saúde variam nos diferentes grupos. Cada e todas as 
sociedades desenvolvem conhecimentos, práticas e instituições particulares.
 Engloba todos os componentes presentes em uma sociedade relacionados à 
saúde: conhecimentos, causas, tratamento, técnicas terapêuticas, praticantes, 
papéis, padrões e agentes, somando-se relações de poder e instituições.
 É amparado por esquemas de símbolos que condizem 
com a cultura do grupo.
Cultura e saúde
 É por meio das narrativas dos mitos e rituais que podemos chegar analiticamente à 
estrutura social.
 O médico dialoga com seus pacientes por meio de seus ritos que fazem com que a 
mensagem chegue ao inconsciente.
 O xamanismo é uma expressão concreta da eficácia simbólica e que implica 
sempre processos de interação social. Três elementos se ligam: o xamã, o doente 
e o público (experiência do xamã, a crença em seu ritual e sua eficácia).
 Na eficácia simbólica há uma manipulação psicológica do órgão doente que 
desempenha um papel primordial para a cura (xamã ou consultório médico).
 É o simbolismo, e não o que é validado como verdade, 
que vai produzir sua verdade, pautada na eficácia dos 
resultados.
Claude Lévi-Strauss e a eficácia simbólica
 Susan Sontag (1993-2004): hoje há uma ideia compartilhada e punitiva 
relacionada às doenças contemporâneas. Há a culpabilização do paciente pelo 
próprio infortúnio (câncer: falha em lidar com os próprios sentimentos).
 O câncer representa metaforicamente o papel de uma doença vivenciada como 
invasão cruel e secreta, cujo papel continuará a ser este até que, um dia, sua 
etiologia se torne tão clara e seu tratamento tão eficaz, como se tornou a 
tuberculose. O nome da doença é tido como portador de um poder mágico e falar 
seu nome traz o temor de que a pessoa pode piorar. É preciso desmistificar a 
doença.
 Refletir a respeito dos impactos dos estereótipos acerca 
das doenças e de quem adoece dela é “bom para pensar” 
sobre os vários tipos de simbolismos culturais nos quais 
estas percepções são ancoradas.
Doença como metáfora
Acerca das inter-relações entre saúde e doença, a partir do ponto de vista 
antropológico, é correto afirmar que:a) A cultura orienta os modos de vida de diferentes agrupamentos humanos, 
exceto no que concerne aos padrões de saúde e doença.
b) A cultura fornece uma visão de mundo compartilhada pelas pessoas que 
pertencem a determinada sociedade, informando conhecimentos, 
práticas e atitudes que auxiliam os processos de cura.
c) Saúde e doença dizem respeito a aspectos exclusivamente biológicos.
d) O universo sociocultural do enfermo não deve ser levado 
em consideração pelos programas e práticas 
terapêuticas. 
e) A adesão a programas de saúde, prevenção e processos 
de cura depende exclusivamente dos investimentos 
governamentais.
Interatividade
ATÉ A PRÓXIMA!

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