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Exercícios de Política G2 (Montesquieu; Rousseau; Tocqueville; Burke; Stuart Mill; Karl Marx) Obs: possivelmente as respostas não estão completas 1 - “Ser deixado de fora da Constituição é um grande desencorajamento para um indivíduo e ainda maior para uma classe; bem como ser obrigado a implorar aos árbitros de seu destino, sem poder tomar parte em sua deliberação”. Por que Stuart Mill faz essa afirmação? Analise o trecho considerando as consequências de tal restrição. Qual é a contribuição da mesma para a formação de uma sociedade verticalizada? Stuart Mill testemunhou muitas das transformações na economia e sociedade inglesa desencadeadas pela Revolução Industrial, dessas mudanças surgiu a classe operária que, apesar do alargamento das bases sociais no sistema eleitoral, não tinha suas demandas respondidas na política, logo, os operários não estavam protegidos pela lei e, por conta disso, seriam “deixado de fora da Constituição”. O fundamento de Stuart Mill é baseado na participação política que não deveria ser vista como privilégios de poucos, entretanto, como movimento operário não fazia parte da deliberação no processo político, para conseguir direitos os trabalhadores assalariados teriam que pressionar ,“implorar”, àquela pequena parcela que detêm o poder. A dependência causada pela ausência da participação de todos gera uma sociedade verticalizada, na qual é mantida pelo sentimento de hierarquia e obediência do inferior, o operário, ao superior, a classe proprietária. 2 – “Ainda durante o Antigo Regime (séculos XV-XVIII), as monarquias absolutas europeias já haviam promovido uma significativa centralização e racionalização da administração estatal , incluindo aí os cargos e funções da magistratura antes dispersos e privatizados pela nobreza”. Analise o trecho do texto “Judiciário: entre a Justiça e a política” sob a perspectiva de Marx. A quem serve essa centralização política, jurídica e administrativa? Qual é a relação com o processo de dominação e alienação do homem? Para Marx a centralização política, jurídica e administrativa, personificada na figura do Estado é considerada essencialmente um instrumento de dominação de uma classe, um regime político definido pela classe que exerce o poder, a burguesia. O segmento dominante assegura o monopólio dos meios de produção e, por consequência, a desigualdade crescente, assim contribuindo para o processo alienação do trabalhador, um estranho ao produto de sua atividade. 3 – Robespierre (líder jacobino da Revolução Francesa) defendeu a decapitação do rei Luís XVI a partir da defesa da distinção entre Direito e Política, argumentando que o rei não poderia ser julgado pelas vias do primeiro, mas pelas razões de Estado, impostas pela segunda. Comente o trecho a partir das ideias apresentadas por Burke e suas críticas ao governo ativista. Edmund Burke acreditava no princípio da igualdade perante a lei, um defensor da Constituição, enquanto, Robespierre privilegiava as razões estatais gerando um governo ativista, no qual o Estado escolhe um grupo para beneficiar além dos outros, causando naqueles que não estão sendo beneficiados a sensação de desproteção. 4 - "Os funcionários judiciais deviam perder aquela falsa independência que apenas havia servido para disfarçar a sua submissão abjeta aos sucessivos governos (...) Tal como os demais funcionários públicos, os magistrados e os juízes deviam se funcionários eleitos, responsáveis e destituíveis". Analise o trecho da obra de Marx considerando as críticas que faz a divisão de poderes, defendida por Montesquieu. Ela garantiria mesmo a liberdade política? Sim? Não? Por quê? Como ela poderia ser garantida na visão do autor alemão? Na perspectiva de Montesquieu, o melhor governo é o democrático, o governo virtuoso que recolhe as eleições do povo e está regido por leis que todos cumprem, através da divisão de poderes um limita o outro garantindo a liberdade política. Enquanto para Marx, a liberdade só é possível num contexto de uma comunidade, onde não há relação de dominação da classe burguesa sobre a operária, o indivíduo é realmente livre quando pode dispor dos meios de produção, o que não ocorre processo político é monopolizado pela burguesia, sendo assim, a separação dos três poderes não assegura a liberdade. 5 - "O mais forte não é nunca forte o bastante para ser sempre o senhor, se não transforma sua força em direito e a obediência em dever". Por quê? O que é necessário para tornar a obediência um dever? Que estratégia é essa? Analise o trecho da obra de Rousseau considerando o que diz sobre a usurpação. Segundo Rousseau, a propriedade não é direito natural, mas sim uma usurpação do primeiro ocupante no estado de natureza que foi forte o suficiente para mantê-la para si, contudo, isso não elimina a insegurança de perdê-la. Com contrato social e o estabelecimento das leis, a área de terra ocupada é protegida pelo Estado tornando-se estável e um direito. Rousseau critica o direito de propriedade porque é um efeito da força do estado de natureza proporcionada pela liberdade natural, perdida com o pacto social, então homem ganhou a liberdade civil, limitada pela vontade geral que deve impedir excessiva da desigualdade incompatível com a condição igual estabelecida entre todos os contratantes para constituição do estado civil. 6 - " Nas repúblicas da Itália em que esses três poderes (Executivo, Legislativo e Poder de Julgar) estão reunidos, encontra-se menos liberdade do que em nossas monarquias. Assim, o governo precisa, para sustentar-se, de meios tão violentos quanto o governo dos turcos; testemunha disso são os inquisidores de Estado e a caixa em que qualquer delator pode, a qualquer momento, lançar um bilhete com sua denúncia". Analise o trecho da obra de Montesquieu ressaltando o que ele considera importante para a existência da liberdade política. Por que a violência é utilizada nos territórios em questão? Montesquieu relacionava a natureza do governo com o princípio do governo para sua estabilidade, na qual a monarquia seria o sentimento de classe, a república seria a prevalência do interesse público e o despotismo seria medo, ainda que não seja um regime. Montesquieu também estabelecia, como condição de Estado de direito, a separação dos poderes executivo, legislativo e judiciário e independência entre eles, dotados de igual poder. O equilíbrio entre as forças dos três poderes asseguraria um regime estável, resultando na descentralização que possibilita a liberdade política, portanto, não existindo motivo para violência quando um poder não sobressai o outro e fiscaliza uns aos outros, o que não ocorre nas repúblicas da Itália mencionadas no trecho da obra. 7 - “Ainda mais salutar é o lado moral da instrução propiciada pela participação do cidadão individual em funções públicas, por mais rara que esta seja”. Considerando o trecho citado, explique porque para Stuart Mill a não ampliação do sufrágio, além de injusto, coloca a perder as possibilidades educativas da participação política. Todos devem participar? Qual é a relação da participação com o aumento da tolerância? Para Stuart Mill, o trato da coisa pública diz respeito a todos da sociedade e a incorporação dos segmentos populares no processo político é a única via possível para salvar a liberdade inglesa dos interesses egoístas da classe média, porque o voto é uma forma de poder na qual os trabalhadores poderiam defender seus interesses. O sufrágio universal estimula uma dose importante de competição que é o substrato para o processo, desenvolvimento e reforma social da humanidade. 8 - Qual é a importânciapara Tocqueville da ação política da sociedade? O que é necessário para que ela possa se fortalecer? Por que tal processo ajuda a evitar o aparecimento de um governo despótico? A ação política é importante, segundo Tocqueville, para defesa da cidadania , porque pode dificultar o surgimento de uma sociedade de massa e a ascensão de um Estado autoritário, além de determinar se um governo será despótico ou não. A partir das associações dos indivíduos e das instituições políticas, fundamentais para um desenvolvimento democrático, é promovida a descentralização política e as liberdades dos cidadãos são garantidas. 9 - Como Burke compreendia os papeis dos representantes e dos partidos políticos? Qual é a importância deles para evitar o que chamava de “esquemas de perfeição”. Desenvolva explicando o que o autor chama de "esquemas de perfeição". Para Burke, os “esquemas de perfeição” partem de concepções teóricas que, sem contato com a realidade, muitas vezes obstruem ou corrompem a ação política por não considerar a complexidade dos problemas em que estão envolvidos. Por outro lado, os partidos políticos no Parlamento não partiriam de princípios abstratos e representariam a vontade popular que contribuem para formar uma sociedade estável. 10 - "O corpo político, tal como o corpo do homem, começa a morrer desde seu nascimento e traz em si mesmo as causas de sua destruição (...) Não depende dos homens prolongar a própria vida, mas depende deles prolongar a do Estado pelo tempo que for possível, dando-lhe a melhor constituição que possa ter". Analise o trecho da obra de Rousseau e explique o que deve ser feito, na perspectiva do autor, para manter o Estado em bom funcionamento. Segundo Rousseau, o princípio da vida do corpo político reside na autoridade soberana e sendo a lei apenas a declaração da vontade geral, para que o Estado mantenha-se em bom funcionamento é necessário que a essa vontade se realize, por meio da Constituição, e que o governo, corpo intermediário encarregado da execução da lei e manutenção da liberdade, seja um funcionário do povo e este seja o soberano.
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