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Normas de Biossegurança
Explicação das normas de biossegurança para a utilização e permanência no laboratório de anatomia.
 
Plano de Ensino
Apresentação do plano de ensino. Explanação sobre a importância da disciplina para os cursos, seus objetivos, os conteúdos que serão abordados e sua estruturação. Apresentação do mapa conceitual da disciplina.
 
Unidade 1
 
1.         Anatomia Humana – Generalidades
1.1.  Conceito
Anatomia humana é a ciência que se dedica ao estudo da estrutura do corpo humano. A palavra anatomia tem origem grega e significa “cortar em partes” ou dissecar. Em seu sentido mais amplo, a anatomia estuda o corpo macro e microscopicamente. Atualmente, utilizamos o termo morfologia para englobar os aspectos macroscópicos (anatomia) e os microscópicos (histologia, citologia, embriologia e ciências afins) do corpo humano. A anatomia é a base do conhecimento das ciências da saúde com aplicação direta na prática clínica, experimental e cirúrgica.
1.2.  Normalidade, variação anatômica, anomalia e monstruosidade
O termo normal, em medicina, significa sadio. Em anatomia, o termo normal é também utilizado para definir a estrutura mais frequente, ou seja, que é encontrada no mais alto número ou na mais alta percentagem, estatisticamente significativo, de indivíduos da espécie humana. A variação anatômica é um pequeno desvio do aspecto anatômico normal de uma estrutura sem que haja prejuízo à função. Anomalia é uma alteração, congênita ou adquirida, do padrão de normalidade de uma estrutura que causa prejuízo à função. A monstruosidade é uma anomalia tão acentuada que interfere no desenvolvimento do corpo, sendo incompatível com a vida.
1.3.  Terminologia anatômica
A terminologia anatômica é o vocabulário ou lista de termos anatômicos, palavras ou expressões utilizadas para designar as partes do corpo humano. Surgiu da necessidade de diminuir a quantidade, padronizar e uniformizar os termos anatômicos utilizados em todo mundo, através de uma só lista oficial. A terminologia anatômica é resultado da ação conjunta da Comissão Federativa da Terminologia Anatômica (CFTA) e de 56 associações, que são os membros da Federação Internacional de Associações de Anatomistas (FIAA), única entidade internacional que representa todos os aspectos da anatomia e as associações anatômicas.
1.4.  Partes do corpo
O corpo humano se divide em cabeça, pescoço, tronco (tórax, abdome, pelve e dorso), e membro superior (cíngulo do membro superior, axila, braço, cotovelo, antebraço e mão) e membro inferior (cíngulo do membro inferior, quadril, coxa, joelho, perna e pé).
1.5.  Posição anatômica
A posição anatômica é o padrão de referência para se estudar o corpo humano como um todo ou suas partes. O indivíduo está ereto (em posição ortostática), com os membros superiores pendentes naturalmente, adjacentes ao corpo, de cada lado do tronco, com o olhar fixo no horizonte, face voltada para frente, palmas para frente com os dedos justapostos, membros inferiores unidos, com os pés juntos e com as pontas dos dedos também dirigidas para frente.
1.6.  Planos e eixos do corpo humano
Os planos de delimitação do corpo humano incluem o anterior ou ventral, o posterior ou dorsal, o superior ou cranial, o inferior ou podálico e os laterais. Os planos de secção do corpo humano são representados pelos planos sagital mediano, sagital paramediano, frontal ou coronal e o transversal ou horizontal. Os eixos de movimento são o sagital (ântero-posterior), o longitudinal (crânio-podálico) e o transversal (látero-lateral).
1.7.  Termos gerais
Para estudar a forma, a posição e as relações dos órgãos e estruturas do corpo, é necessário compreender os termos anatômicos de posição e direção como: anterior, posterior, superior, inferior, lateral, ventral, dorsal, cranial, caudal, transversal, longitudinal, axial, mediano, medial, intermédio, médio, externo, interno, 
Unidade 2
 
2.  Sistema Esquelético
 
2.1.  Conceito e função
       É o conjunto de ossos e cartilagens que se interligam para formar o arcabouço do corpo e desempenhar importantes funções como: sustentação, proteção, movimento, hematopoese, armazenamento de gordura, armazenamento de minerais.
 
2.2.  Esqueleto axial e apendicular
       O esqueleto axial consiste nos ossos que formam o eixo do corpo, sustentando e protegendo os órgãos da cabeça, do pescoço e do tronco. É formado por: ossos da cabeça (14 ossos da face e 8 ossos do crânio); ossículos da audição (6); osso hióide (1); ossos da coluna vertebral (26) e ossos do esqueleto do tórax (24 costelas e 1 esterno).
       O esqueleto apendicular consiste nos ossos dos membros superior e inferior e nos ossos dos cíngulos, que unem os membros ao esqueleto axial. É formado por: cíngulo do membro superior (2 escápulas e 2 clavículas); ossos da parte livre do membro superior (2 úmeros, 2 rádios, 2 ulnas, 16 ossos carpais, 10 ossos metacarpais e 28 falanges); cíngulo do membro inferior (1 sacro e 2 ossos do quadril) e ossos da parte livre do membro inferior (2 fêmures, 2 tíbias, 2 fíbulas, 14 ossos tarsais, 10 ossos metatarsais e 28 falanges).
 
2.3.  Classificação dos ossos
       A principal classificação dos ossos leva em consideração a sua forma e a predominância de uma de suas dimensões sobre as outras. Assim, os ossos podem ser classificados em longos, curtos, planos, irregulares, pneumáticos e sesamoides. Os conceitos devem ser relacionados com exemplos claros.
 
2.4.  Estrutura de um osso longo típico
       O osso longo é aquele que apresenta um comprimento consideravelmente maior do que sua largura e espessura. Os ossos longos apresentam partes específicas que devem ser abordadas: diáfise, epífises, cavidade medular, cartilagem epifisial, lâmina epifisial, linha epifisial e metáfise.
 
2.5.  Substância óssea compacta e esponjosa
       Macroscopicamente, a substância óssea compacta constitui a parte externa do osso, apresenta lamínulas de tecido ósseo fortemente unidas umas às outras, sem que haja espaço livre interposto, sendo assim, muito duro e denso. Na substância óssea esponjosa, as lamínulas ósseas, mais irregulares em forma e tamanho, possuem um arranjo que deixa espaços ou lacunas entre si que se comunicam e são preenchidos por medula óssea.
 
2.6.  Características da superfície do osso
       A forma e os pontos de referência de superfície (acidentes anatômicos) de cada osso indicam seu papel funcional no esqueleto. Ossos longos, por exemplo, fornecem apoio ao corpo e funcionam como alavancas durante os movimentos. Ossos que suportam carga (peso do corpo) são volumosos e têm superfícies articulares grandes e processos para fixação de músculos. Áreas rugosas nesses ossos podem servir para a fixação de ligamentos, tendões ou músculos. Uma superfície plana fornece um local de fixação para um músculo plano ou pode oferecer proteção. Sulcos ao redor de uma extremidade articular de um osso indicam locais em que passam tendões ou nervos, e as aberturas através de um osso permitem a passagem de nervos ou vasos sanguíneos. 
       Exemplos de estruturas figurativas da superfície óssea: côndilo, fóvea, cabeça, alvéolo, fissura, forame, fossa, seio, sulco, crista, epicôndilo, processo, ramo, espinha, trocanter, tubérculo e tuberosidade. 
 
2.7.  Periósteo e nutrição do osso
       O periósteo é uma camada de tecido conjuntivo especializado que reveste a superfície externa dos ossos, com exceção das faces articulares. O periósteo apresenta uma propriedade osteogênica e possui um papel importante nos processos de remodelamento e reparo ósseo.
       Os ossos são estruturas ricamente vascularizadas. As artérias do periósteo penetram o osso, irrigando-o e se distribuindo na medula óssea.
Unidade 3
 
3.  Sistema Articular 
3.1.  Conceito e função
       Articulação é o termo utilizado para designar a conexão existente entre quaisquer partes rígidas do esqueleto,quer sejam ossos, quer sejam cartilagens, com o intuito de realizar a união entre os ossos e permitir o movimento entre eles. As articulações são classificadas em três tipos (fibrosas, cartilagíneas e sinoviais), de acordo com a natureza do elemento que se interpõe entre as peças que se articulam.
 
3.2.  Articulação fibrosa
       Nas articulações fibrosas o elemento que se interpõe entre as peças que se articulam é o tecido conjuntivo fibroso. A grande maioria se localiza no crânio e sua mobilidade é extremamente reduzida. Os principais tipos de articulação fibrosa são as suturas, as sindesmoses e as gonfoses (tipo de sindesmose em particular). Explicar para o aluno as diferenças e os principais exemplos de cada tipo.
 
3.3.  Articulação cartilagínea
       Nas articulações cartilagíneas a mobilidade é reduzida, e o elemento que se interpõe entre as peças que se articulam é a cartilagem. Quando se trata da cartilagem hialina, temos uma sincondrose, que pode ser temporária ou permanente (p. ex., lâmina epifisial e sincondrose da primeira costela),; quando se trata de fibrocartilagem, temos uma sínfise (p. ex., sínfise púbica, sínfise intervertebral).
 
3.4.  Articulação sinovial
       Nas articulações sinoviais existe grande mobilidade e o elemento que se interpõe entre as peças que se articulam é a sinóvia. As articulações sinoviais são classificadas com base em sua forma (morfologia) em seis tipos principais: plana, trocóoidea, gínglimo, selar, elipsóoidea e esferóoidea.
 
3.5.  Características das articulações sinoviais
       As articulações sinoviais possuem características importantes que devem ser conceituadas e discutidas, tais como: cápsula articular, cavidade articular, sinóvia, lábio articular, disco articular, menisco articular e ligamentos.
 
3.6.  Movimentos das articulações sinoviais 
       As articulações sinoviais realizam movimentos angulares, circulares e especiais. Os movimentos angulares aumentam ou diminuem o ângulo da articulação (flexão/extensão e abdução/adução). Os movimentos circulares (rotação lateral/medial e circundução) ocorrem em articulações onde umacuja superfície óssea é arredondada ou oval e se articula com uma depressão do outro osso. Quando os termos usados para descrever os movimentos gerais em torno de eixos não se aplicam aos movimentos de certas articulações ou regiões do corpo, utilizamos outros termos (inversão/eversão,  protração/retração, elevação/abaixamento, pronação/supinação, oposição/reposição), que são caracterizados como movimentos especiais. Explicar e demonstrar esses movimentos.
Aplicação Prática Teórica
Unidade 4
 
4.  Sistema Muscular
 
4.1.   Conceito e função
Os músculos são, tecnicamente, órgãos que formam o sistema muscular e que correspondem a aproximadamente 40% do peso do corpo. Apesar de existirem três tipos de músculos (esquelético, cardíaco e liso), o sistema muscular trata apenas dos músculos estriados esqueléticos. As três principais funções dos músculos são: (1) proporcionar o movimento; (2) a produção de calor e (3) a manutenção da postura e sustentação do corpo.
 
4.2.   Tipos de músculos
Existem três tipos de músculos: esquelético, cardíaco e liso. Embora os três compartilhem algumas propriedades, diferem entre si na anatomia microscópica, na localização e no controle exercido pelas glândulas endócrinas e pelo sistema nervoso.
 
4.3.   Componentes anatômicos dos mm. estriados esqueléticos
 Os componentes anatômicos dos músculos estriados esqueléticos são: os tendões, as aponeuroses e os ventres musculares. A porção média e carnosa do músculo, chamada de ventre muscular, é formada predominantemente por fibras musculares e possui a propriedade de contração. As extremidades do músculo podem ser formadas por tendões ou aponeuroses. Quando a extremidade é cilindroide ou então, possui uma forma de fita, recebe o nome de tendão; quando é laminar, recebe o nome de aponeurose. Os tendões e as aponeuroses são compostos de tecido conjuntivo denso, modelado e servem, principalmente, para fixar os músculos aos ossos. Entretanto, os tendões e as aponeuroses também podem fixar os ossos a cartilagens, cápsulas articulares, septos intermusculares, derme, tendão de outro músculo etc.
 
4.4.   Classificações musculares
 Os músculos podem ser classificados das seguintes maneiras:
·   Quanto à forma: p. ex., trapézio, romboide, redondo, quadrado, piramidal etc.;
·   Quanto ao arranjo das fibras: disposição paralela das fibras (fusiformes ou planos); disposição oblíqua das fibras (semipeniformes, peniformes e multipeniformes);
·   Quanto ao número de tendões de origem: quando o músculo possui mais de um tendão, diz-se que apresenta mais de uma cabeça. São então classificados em bíceps (duas cabeças de origem), tríceps (três cabeças de origem) ou quadríceps (quatro cabeças de origem);
·   Quanto ao número de tendões de inserção: pode ser unicaudado (um tendão de inserção), bicaudado (dois tendões de inserção) ou policaudado (três ou mais tendões de inserção);
·   Quanto ao ventre muscular: podem ser digástricos (apresentam dois ventres musculares) ou poligástricos (três ou mais ventres musculares);
·   Quanto à ação: p. ex., flexor, extensor, adutor, abdutor, rotador, pronador, supinador, flexor plantar, flexor dorsal etc.;
·   Quanto à função: agonista (quando o músculo é o agente principal do movimento); antagonista (quando o músculo se opõe ao trabalho do agonista); sinergista (quando o músculo atua no sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser feito pelo agonista) e fixador (ou posturais, são músculos que não estão diretamente relacionados com o movimento principal, mas estabilizam várias partes do corpo para tornar possível a ação principal).
 
4.5.   Anexos musculares
 Os anexos musculares incluem as fáscias, as bainhas tendíneas e bolsas sinoviais. As fáscias são extensões de tecido conjuntivo intersticial que envolve cada músculo ou grupo de músculos. Elas mantêm os músculos em posição, mesmo durante a contração, servem como origem e inserção muscular, constituem retináculos e fitas especializadas para os tendões, dão vias de passagem para vasos e nervos e permitem o deslizamento dos órgãos adjacentes. As bainhas tendíneas envolvem os tendões, protegendo a integridade destas estruturas. As bolsas sinoviais são idênticas à membrana sinovial da cápsula articular. Elas contêm líquido e facilitam o deslizamento dos músculos, tendões e fáscias. 
Aplicação Prática Teórica
Unidade 5
 
5.  Sistema Cardiovascular
 
5.1.   Conceito e função
O sistema cardiovascular é o responsável por conduzir o sangue pelo organismo, sendo constituído por vasos sanguíneos (artérias e veias) e pelo coração, que funciona como a bomba propulsora para o movimento do sangue. O sistema cardiovascular possui funções relacionadas com o transporte, regulação e proteção. O sangue circulante transporta o material nutritivo que foi absorvido pela digestão dos alimentos para todas as células do organismo. De forma semelhante, quando o sangue circula pelos pulmões, o oxigênio é incorporado às hemácias, e conduzido até as células do organismo. O gás carbônico produzido pela respiração celular é levado pelo sangue aos pulmões para eliminação através do ar exalado. Além disso, o sangue circulante também transporta os produtos do metabolismo celular, água e íons em excesso, desde os locais onde foram produzidos até os órgãos encarregados de eliminá-los. O papel regulador se deve aos hormônios e outras moléculas reguladoras que o sangue transporta desde seu local de origem até os tecidos distantes nos quais esses elementos devem atuar. O sangue possui ainda células especializadas na defesa orgânica contra substâncias estranhas e micro-organismos, como os leucócitos.
 
5.2.   Anatomia do coração
 O coração, órgão central do sistema cardiovascular, é ligeiramente maior que uma mão fechada e funciona como umabomba dupla, autoajustável, de sucção e pressão, cujas porções trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todas as partes do corpo.
O coração e as raízes de seus grandes vasos (vasos da base) estão envolvidos pelo pericárdio, um saco fibrosseroso de parede dupla que tem a função de separar o coração dos outros órgãos do mediastino, protegendo-o e limitando sua expansão súbita durante a diástole ventricular. O pericárdio consiste em uma camada externa fibrosa, o pericárdio fibroso, e de uma camada interna serosa, o pericárdio seroso. Este último apresenta uma lâmina parietal, aderente ao pericárdio fibroso e uma lâmina visceral, aderente ao miocárdio que também é chamada de epicárdio. Entre as duas lâminas do pericárdio seroso existe um espaço potencial que normalmente contém uma película fina de líquido seroso que permite o coração mover-se sem atrito, chamado de cavidade do pericárdio.
 
 5.2.1.   Localização e camadas
 O coração está situado na cavidade torácica, atrás do esterno, acima do diafragma e num espaço entre os dois pulmões denominado mediastino médio. 
As paredes do coração são constituídas por três camadas: o epicárdio, camada mais externa que forma a lâmina visceral do pericárdio seroso; o miocárdio, a camada média e espessa constituída pelo músculo cardíaco; e o endocárdio, a camada interna que recobre a superfície interna do coração e suas valvas.
 
5.2.2.   Morfologia externa
 O coração apresenta a forma de um cone truncado, apresentando uma base, um ápice e faces (esternocostal, diafragmática e pulmonar). Na superfície externa do coração, observamos dois apêndices, cada qual se relacionando com um dos átrios, chamados de aurículas.
 
5.2.3.   Morfologia interna
 O coração apresenta quatro câmaras internas: dois átrios (direito e esquerdo) e dois ventrículos (direito e esquerdo). Essas câmaras são delimitadas pelos septos: atrioventricular, entre os átrios e os ventrículos, interatrial, entre os átrios e interventricular, entre os ventrículos. O septo atrioventricular possui dois orifícios: o óstio atrioventricular direito e o óstio atrioventricular esquerdo, por onde o sangue proveniente do átrio passa para o ventrículo. Cada óstio atrioventricular possui um dispositivo que controla a passagem do sangue que são as valvas atrioventriculares. A valva atrioventricular direita é composta por três válvulas e a valva atrioventricular esquerda é composta por duas válvulas. Estas válvulas estão fixadas aos músculos papilares, projeções do miocárdio nas paredes internas dos ventrículos, através das cordas tendíneas.
 
5.2.4.   Irrigação e drenagem do coração
 O coração é irrigado pelas artérias coronárias direita e esquerda. Os dois principais ramos da artéria coronária direita são o ramo marginal direito e o ramo interventricular posterior; os dois principais ramos da artéria coronária esquerda são o ramo interventricular anterior e o ramo circunflexo.
A drenagem venosa do coração é feita, principalmente, pelas veias cardíacas que desembocam no seio coronário. São elas: a veia cardíaca magna, a veia cardíaca parva e a veia interventricular posterior (cardíaca média).
 
5.2.5.   Complexo estimulante do coração
 O controle da atividade cardíaca é feito através do plexo cardíaco (simpático), que atua aumentando a frequência cardíaca e dilatando as artérias coronárias, e através do nervo vago (parassimpático), que atua de maneira oposta. Estes nervos vão atuar sobre o complexo estimulante do coração, que conduz os impulsos e coordena o ciclo cardíaco. O complexo estimulante do coração consiste em células musculares cardíacas e fibras de condução altamente especializadas para os impulsos iniciais e os conduzem rapidamente através do coração. Os principais elementos são: o nó sinoatrial, o nó atrioventricular, o fascículo atrioventricular, os ramos direito e esquerdo, e os ramos subendocárdicos
Aplicação Prática Teórica
5.3.   Vasos da base
 Os vasos da base (ou grandes vasos) são os vasos por onde o sangue entra e sai do coração e estão localizados na base do coração. São eles: a veia cava inferior e a veia cava superior (que conduzem o sangue rico em gás carbônico para o átrio direito); o tronco pulmonar que se divide em artérias pulmonares direita e esquerda (que conduzem o sangue rico em gás carbônico do ventrículo direito para os pulmões); as veias pulmonares direitas e esquerdas (que conduzem o sangue rico em oxigênio para o átrio esquerdo) e a artéria aorta (que conduz o sangue rico em oxigênio do ventrículo esquerdo para o corpo). 
No óstio do tronco pulmonar e no óstio da aorta, localizados nos ventrículos direito e esquerdo, respectivamente, existe um dispositivo para impedir o retorno do sangue durante a diástole ventricular: a valva do tronco pulmonar e a valva da aorta. Cada uma destas valvas está constituída por três válvulas semilunares.
 
5.4.   Circulação sistêmica e pulmonar
A circulação sistêmica tem início no ventrículo esquerdo, de onde o sangue é bombeado para a rede capilar dos tecidos de todo o organismo. Após as trocas, o sangue retorna pelas veias ao átrio direito.
A circulação pulmonar tem início no ventrículo direito, de onde o sangue é bombeado para a rede capilar dos pulmões. Depois de sofrer hematose, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo. 
 
5.5.   Principais artérias do corpo humano
 ·   Aorta: 
Parte ascendente da aorta, arco da aorta, parte descendente da aorta (parte torácica da aorta e parte abdominal da aorta);
·   Cabeça e Pescoço:
Tronco braquiocefálico, artérias carótida comum, carótida interna, carótida externa e subclávia;
·   Tórax: 
Parte torácica da aorta: artérias intercostais posteriores;
·   Abdome e Pelve:
Parte abdominal da aorta: artéria frênica inferior, tronco celíaco (artéria hepática comum, gástrica esquerda e esplênica), renal, mesentérica superior, mesentérica inferior, ilíaca comum (ilíaca interna e externa);
·   Membros superiores: 
Artéria axilar, braquial, braquial profunda, radial, ulnar e interóssea comum;
·   Membros inferiores:
Artéria femoral, femoral profunda, poplítea, tibial anterior, tibial posterior e fibular.
 
5.6. Principais veias do corpo humano
 ·   Cabeça e Pescoço:
Veia jugular interna, jugular externa e braquiocefálica;
·   Tórax:
Veia cava superior, cava inferior, ázigo, hemiázigo e hemiázigo acessória;
·   Abdome e Pelve:
Veia renal e porta do fígado;
·   Membro superior:
Veia subclávia e axilar;
·   Profundas: veias braquiais, ulnares, radiais, interósseas anteriores e posteriores;
Superficiais: veia cefálica, basílica, intermédia do cotovelo, intermédia do antebraço, cefálica do antebraço e basílica do antebraço;
Membro inferior:
Profundas: femoral, femoral profunda, poplítea, tibiais anteriores, tibiais posteriores e fibulares; Superficiais: veia safena magna e safena parva.  
Unidade 6
 
6.  Sistema Linfático
 
6.1.  Generalidades
 O sistema linfático está intimamente relacionado com o sistema cardiovascular, estrutural e funcionalmente. Uma rede de vasos linfáticos drena o excesso de líquido intersticial (aproximadamente 15% que não retorna diretamente pelos capilares) e o devolve à corrente sanguínea pelo fluxo unidirecional, que se movimenta lentamente em direção às veias subclávias. 
Resumidamente, suas funções principais são: (1) transportar o excesso de líquido intersticial que se formou inicialmente como filtrado do sangue; (2) serve como rota através da qual gorduras absorvidas e algumas vitaminas são transportadas do intestino delgado para o sangue; (3) suas células (chamadas de linfócitos), localizadas nos tecidos linfáticos, ajudam a proporcionar as defesas imunológicas contra doenças causadas por micro-organismos e outras substâncias estranhas.
 
6.2.   Capilares, vasos e ductos linfáticos
 As macromoléculas do líquido intersticial que não passam para os capilares sanguíneos entram emcapilares especiais (os capilares linfáticos) que contêm linfa. Dos capilares linfáticos, seguem através da linfa para os vasos linfáticos até chegarem aos ductos linfáticos que desembocam em veias de médio ou grande calibre. Os capilares linfáticos são mais calibrosos e mais irregulares que os sanguíneos e terminam em fundo cego. Os vasos linfáticos apresentam válvulas em forma de bolso, como a das veias, assegurando, assim, o fluxo da linfa em uma só direção, ou seja, para o coração. O maior tronco linfático recebe o nome de ducto torácico, começa no abdome como uma bolsa (a cisterna do quilo), sobe através do tórax e desemboca na junção entre a veia jugular interna esquerda com a veia subclávia esquerda. O ducto torácico é responsável pela drenagem linfática de quase todo o corpo, enquanto outro ducto importante, o ducto linfático direito, drena a linfa da metade direita da cabeça, do pescoço e do tórax, do pulmão direito, do lado direito do coração, da face diafragmática do fígado e do membro superior direito. O ducto linfático direito desemboca na veia subclávia direita, no seu ângulo de junção com a veia jugular interna direita.
 
6.3.   Órgãos linfáticos primários
 Medula óssea: a medula óssea vermelha é encontrada no interior das cavidades porosas da substância esponjosa. No adulto, a produção de células sanguíneas ocorre na medula óssea vermelha, especialmente no esterno, nas vértebras, nas partes do osso do quadril e nas epífises proximais do úmero e do fêmur. Na criança, a quantidade de medula óssea vermelha é maior, ocupando também as cavidades medulares dos ossos longos. À medida que a criança cresce, as cavidades medulares vão sendo preenchidas por tecido adiposo, e a ele damos o nome de medula óssea amarela.
 
Timo: situado em parte no tórax e em parte na porção inferior do pescoço. A porção torácica fica atrás do esterno e a porção cervical, anteriormente e dos lados da traqueia. O timo cresce após o nascimento até atingir seu maior tamanho na puberdade. Após a puberdade, o timo sofre involução gradual e é amplamente substituído por tecido adiposo e fibroso. É um importante local imunológico na criança; promove o desenvolvimento e a maturação dos linfócitos indiferenciados em linfócitos T.
 
6.4.   Órgãos linfáticos secundários
Baço: está localizado na cavidade abdominal, à esquerda do estômago o qual está suspenso. Não é um órgão vital no adulto, mas ajuda outros órgãos na produção de linfócitos, filtração do sangue e destruição de eritrócitos. Na criança, é importante local de produção de eritrócitos. Apresenta duas faces, a diafragmática e a visceral. Na face visceral há uma fenda, o hilo do baço, por onde passam vasos e nervos. O baço é drenado pela veia esplênica e irrigado pela artéria esplênica.
 
Anel linfático da faringe: o anel linfático da faringe é composto por uma série de tonsilas que formam um anel protetor de tecido linfático contra a invasão de substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Estão localizadas em torno das aberturas entre as cavidades nasal e oral e a faringe. Este anel é formado pela tonsila lingual, palatina, faríngea e tubária.
 
Linfonodos: estão interpostos no trajeto dos vasos linfáticos e agem como uma barreira ou filtro contra a penetração na corrente circulatória de micro-organismos, toxinas ou substâncias estranhas ao organismo. Os linfonodos são, portanto, elementos de defesa para o organismo e, para tanto, produzem glóbulos brancos, principalmente linfócitos. Estão frequentemente localizados ao longo do trajeto dos vasos sanguíneos, como ocorre no pescoço e nas cavidades torácica, abdominal e pélvica. Na axila e na região inguinal, são abundantes.
Aplicação Prática Teórica
Unidade 7
 
7.  Sistema Respiratório
 
7.1.  Vias aéreas inferiores
 ·    Traqueia: é um órgão tubular, semirrígido, com aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro, ligando a laringe à traqueia. É constituída por uma série de anéis cartilagíneos incompletos em forma de “C”, sobrepostos e unidos entre si pelos ligamentos anulares. 
 
·    Brônquios: após o término da traqueia, iniciam-se os brônquios principais direito e esquerdo, que se dirigem para os pulmões. Cada brônquio principal da origem aos brônquios lobares que ventilam os lobos dos pulmões. Estes, por sua vez, dividem-se em brônquios segmentares que vão ventilar os segmentos broncopulmonares do pulmão. Os brônquios segmentares sofrem ainda sucessivas divisões (bronquíolos, lóbulo e ácino) antes de terminarem nos alvéolos pulmonares. Percebe-se, então, que cada brônquio principal dá origem no pulmão a uma série de ramificações conhecidas, em conjunto, como árvore bronquial.
 
·    Pulmões: são órgãos pares, grandes e esponjosos, situados no interior da cavidade torácica. Cada pulmão se estende do diafragma a um ponto logo acima da clavícula, e suas superfícies são limitadas pelas costelas anteriormente e posteriormente. Os pulmões estão separados um do outro pelo coração e por outras estruturas do mediastino, que é a área entre os dois pulmões. Todas as estruturas do sistema respiratório após os brônquios principais, incluindo a árvore bronquial e os alvéolos pulmonares, estão contidas no interior dos pulmões. Os pulmões se subdividem em lobos, três no pulmão direito (superior, médio e inferior) e dois no esquerdo (superior e inferior). Cada lobo, por sua vez, se subdivide em segmentos broncopulmonares, considerados como sendo as maiores porções de um lobo ventiladas por um brônquio específico que se origina, diretamente, de um brônquio lobar.
 
7.2.  Pleura e cavidade pleural
 As pleuras são membranas serosas que envolvem os pulmões e revestem a cavidade torácica. A pleura visceral adere à superfície externa do pulmão e se estende em cada uma das fissuras interlobares. A pleura parietal reveste as paredes internas do tórax e a superfície torácica do diafragma. Entre a pleura visceral e a pleura parietal encontra-se a cavidade pleural semelhante a uma fresta, que contém um líquido lubrificante que permite às membranas deslizarem facilmente uma em relação à outra durante a respiração. Os pulmões não ocupam completamente as cavidades pleurais durante a expiração, assim, existem outros espaços pleurais em potencial que são chamados de recessos pleurais. Entre eles, é importante observar o recesso costodiafragmático e o recesso costomediastinal.
7.3.   Conceito e divisão
 O sistema respiratório inclui aqueles órgãos e estruturas que funcionam conjuntamente para colocar os gases em contato com o sangue do sistema cardiovascular. Das quatro funções básicas do sistema respiratório, nem todas estão relacionadas com a respiração. São elas: (1) fornecer oxigênio para a circulação sanguínea e remover o gás carbônico; (2) possibilitar a produção de som ou vocalização quando o ar expirado passa através das pregas vocais; (3) auxiliar na compressão abdominal durante a micção, a defecação e o parto (os músculos abdominais tornam-se mais eficientes durante a respiração profunda quando o ar é mantido nos pulmões com a glote fechada e fixando o diafragma); (4) torna possível movimentos aéreos protetores e reflexos, como na tosse e no espirro, para manter limpa a passagem do ar.
Estruturalmente, o sistema respiratório pode ser dividido em vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores. As vias aéreas superiores incluem o nariz, a faringe e as estruturas associadas. As vias aéreas inferiores incluem a laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões.
Funcionalmente, o sistema respiratório é frequentemente dividido em uma porção de condução e uma porção de respiração. A porção de condução inclui todas as cavidades e estruturas que transportam gases para e dos alvéolos pulmonares. A porção de respiração consiste nos alvéolos pulmonares (no pulmão) que são as unidades funcionais do sistema respiratório onde ocorrem as trocas gasosas entre o ar e o sangue.
 
7.4.   Vias aéreas superiores
 Nariz: o nariz constituiuma passagem para o ar, funciona como uma estrutura condicionadora do ar (filtra, aquece e umidifica), recebe as lágrimas, as secreções da mucosa nasal e paranasal e é o órgão periférico do sentido da olfação. Seu estudo inclui o nariz externo, a cavidade nasal e os seios paranasais.
 
Faringe: é um tubo muscular associado a dois sistemas: respiratório e digestório, situando-se posteriormente à cavidade nasal, oral e à laringe. Em função da sua localização e das relações estabelecidas com essas cavidades, ela é dividida em três partes: parte nasal da faringe, parte oral da faringe e parte laríngea da faringe.
 
7.5.   Vias aéreas inferiores
 Laringe: é um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço que, além de via condutora de ar, também é órgão da fonação, ou seja, da produção de som. Localiza-se anteriormente à faringe e é continuada diretamente pela traqueia. O estudo da laringe compreende: o esqueleto da laringe e a cavidade da laringe.
8.  Sistema Digestório
 
8.1.  Conceito e divisão
 Anatômica e funcionalmente, o sistema digestório pode ser dividido em canal alimentar (ou trato gastrointestinal) e órgãos anexos. O canal alimentar se estende da boca ao ânus e é um tubo contínuo de aproximadamente 9 metros de comprimento. Atravessa a cavidade torácica e entra na cavidade abdominal no nível do diafragma.
 
Os órgãos que constituem o canal alimentar incluem a cavidade oral, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado e o intestino grosso. Os órgãos anexos do sistema digestório incluem os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.
 
8.2.  Canal alimentar
 ·   Cavidade oral: a cavidade oral pode ser dividida em duas partes: o vestíbulo da boca e a cavidade própria da boca. O vestíbulo da boca é o espaço delimitado pelos lábios, bochechas, pelas gengivas e pelos dentes, constituindo o restante a cavidade própria da boca. O teto da cavidade própria da boca é formado pelo palato, que é dividido em palato duro, anterior, ósseo, e o palato mole, posterior, muscular. Do palato mole projeta-se uma saliência cônica, mediana, a úvula palatina, e lateralmente, duas pregas denominadas arco palatoglosso, mais anterior, e arco palatofaríngeo, posterior, produzidas por músculos de mesmo nome. Entre os arcos, há um espaço denominado fossa tonsilar, ocupado pela tonsila palatina. A cavidade oral se comunica com o meio externo através de uma abertura chamada de rima da boca, que é a fenda existente entre os lábios superior e inferior. A comunicação da cavidade oral (cavidade própria da boca) com a parte oral da faringe ocorre através do istmo das fauces, que é a passagem delimitada superiormente pela úvula palatina, lateralmente pelos arcos palatoglosso e palatofaríngeo e inferiormente pelo dorso da língua. 
 
Órgãos anexos do sistema digestório relacionados com a cavidade oral:
 
·   A língua: é um órgão anexo muscular que exerce importantes funções na mastigação, na deglutição, na gustação e na articulação da palavra;
 
·   Os dentes são estruturas rijas, esbranquiçadas, implantadas em cavidades da maxila e da mandíbula denominadas alvéolos dentais, e com função de mastigação, desenvolvimento e proteção das estruturas adjacentes e articulação da palavra. No adulto existem 32 dentes (8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares). Cada dente possui 3 partes principais: a coroa, o colo e a raiz;
 
·   As glândulas salivares são responsáveis pela produção da saliva que funciona como solvente, limpando os dentes e dissolvendo as moléculas de alimento de forma que possam ser degustadas. A saliva também contém enzimas que digerem o amido e muco lubrificante que ajuda na deglutição. As glândulas salivares maiores (extrínsecas) são a glândula parótida, a glândula submandibular e a glândula sublingual. Existem as glândulas salivares menores (labiais, da bochecha, molares, palatinas e linguais) que estão presentes nas túnicas mucosas do palato e da cavidade oral, que não serão abordadas;
 
·   Faringe: é um tubo muscular associado a dois sistemas: respiratório e digestório, situando-se posteriormente à cavidade nasal, oral e à laringe. Em função da sua localização e das relações estabelecidas com essas cavidades, ela é dividida em três partes: parte nasal, parte oral e parte laríngea;
 
·   Esôfago: é a porção do canal alimentar que conecta a faringe ao estômago. É um órgão tubular colapsado, com aproximadamente 25 cm de comprimento, que tem origem no nível da laringe e se coloca posteriormente à traqueia. Possui três partes: parte cervical, parte torácica e parte abdominal;
 
·   O diafragma separa o abdome do tórax e é atravessado por três estruturas importantes: o esôfago, a aorta e a veia cava inferior que passam pelo hiato esofágico, pelo hiato aórtico e pelo forame da veia cava, respectivamente; 
 
·   Estômago: é um órgão oco, com paredes estratificadas, e que pode ser visto como uma dilatação do canal alimentar que se segue ao esôfago e é continuado pelo intestino delgado. Localiza-se abaixo do diafragma, com sua maior porção à esquerda do plano mediano. É o órgão responsável pela mistura mecânica do alimento com as secreções gástricas para a formação do quimo, que será conduzido para o intestino delgado;
 
·   Intestino delgado: é a porção do canal alimentar entre o estômago e o intestino grosso. Possui aproximadamente 3 m de comprimento e 2,4 cm de largura no indivíduo vivo. É o principal local de absorção de nutrientes. Está dividido em três partes: o duodeno, o jejuno e o íleo;
 
·   Intestino grosso: o intestino grosso apresenta em média 1,5 m de comprimento e 6,5 cm de diâmetro. Constitui a porção final do canal alimentar e está subdividido em: ceco, colo ascendente, colo transverso, colo descendente, colo sigmoide, reto e canal anal. O intestino grosso tem pequena ou nenhuma função digestiva, mas absorve a água e eletrólitos do quimo restante. Além disso, atua na formação, no armazenamento e na eliminação das fezes do corpo. 
Aplicação Prática Teórica
8.3.   Órgãos anexos
 
Em função de suas localizações topográficas, os dentes, a língua e as glândulas salivares foram estudados juntamente com a cavidade oral. Os órgãos anexos restantes são o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas:
 
·   Fígado: é o maior órgão interno do corpo, pesando aproximadamente 1,3 kg em um adulto. Está localizado imediatamente abaixo do diafragma e à direita, embora uma pequena porção ocupe também a metade esquerda do abdome. Trata-se de uma glândula que desempenha importante papel nas atividades vitais do organismo, seja interferindo no metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas, seja secretando a bile e participando de mecanismos de defesa;
 
·   Vesícula biliar: é um órgão sacular fixo à face inferior do fígado. Esse órgão armazena e concentra a bile produzida pelo fígado;
 
·   Pâncreas: depois do fígado, é a glândula anexa mais volumosa do sistema digestório. É uma glândula mista porque apresenta funções exócrina e endócrina. A função endócrina é executada pelas ilhotas pancreáticas (de Langerhans) que secretam os hormônios insulina e glucagon. A secreção exócrina é o suco pancreático, que contém enzimas, e é conduzido pelo ducto pancreático até o duodeno.
 
8.4.   Peritônio e suas expansões na cavidade abdominal
 
Os órgãos abdominais são revestidos por uma membrana serosa, em maior ou menor extensão, o peritônio, que apresenta duas lâminas: o peritônio parietal, que reveste as paredes da cavidade abdominal e o peritônio visceral que envolve as vísceras. As duas lâminas são contínuas, permanecendo entre elas uma cavidade virtual, a cavidade peritoneal, que contém pequena quantidade de líquido. Alguns órgãos abdominais se situam junto à parede posterior do abdome, sendo assim, revestidos pelo peritônio parietal e chamados de órgãos retroperitoneais.
 
 
Unidade 9
 
9.  Sistema Urinário9.1.   Conceito e divisão
O sistema urinário, juntamente com o sistema respiratório, com o sistema digestório e com o tegumento comum, é considerado um sistema excretor. O sistema urinário é o principal responsável pelo equilíbrio hídrico e eletrolítico, além da excreção de derivados nitrogenados tóxicos, como a ureia e a creatinina. Também é responsável pela eliminação de resíduos tóxicos que podem ser o resultado da ação de bactérias e a remoção de várias drogas que foram introduzidas no corpo. O veículo de excreção do sistema urinário é a urina produzida pelos rins.
Assim, o sistema urinário compreende os órgãos responsáveis pela produção da urina, os rins, e os órgãos responsáveis pela condução da urina até a sua eliminação para o meio externo: os ureteres, a bexiga urinária e a uretra.
 
9.2.   Rim
É um órgão par, localizado posteriormente ao peritônio parietal, o que o identifica como retroperitoneal. Os rins estão situados à direita e à esquerda da coluna vertebral, ocupando o direito uma posição inferior em relação ao esquerdo, em virtude da presença do fígado à direita. Os rins são os órgãos responsáveis pela produção de urina. 
As glândulas suprarrenais estão localizadas sobre a parte medial do polo superior dos rins, onde podem ser facilmente visualizadas. São responsáveis pela produção de glicocorticoides, aldosterona e epinefrina.
 
9.3.   Ureter
Assim como os rins, os ureteres são retroperitoneais. Possuem aproximadamente 25 cm de comprimento e são definidos como tubos musculares que unem os rins à bexiga urinária. Partindo da pelve renal, sua porção superior dilatada, segue um trajeto descendente até desembocar na parede posterior da bexiga urinária. O ureter é dividido em três partes: parte abdominal, parte pélvica e parte intramural.
 
9.4.   Bexiga urinária
A bexiga urinária é um órgão sacular que se destina ao armazenamento de urina. Está localizada atrás da sínfise púbica, anteriormente ao reto. No sexo feminino, a bexiga urinária está em contato com o útero e com a vagina. No sexo masculino, a próstata está localizada embaixo da bexiga urinária. Sua forma e seu tamanho variam de acordo com a quantidade de urina em seu interior.
 
9.5.   Uretra
É um tubo mediano que estabelece comunicação entre a bexiga urinária e o meio externo. Existem diferenças anatômicas e funcionais entre os sexos. O estudo mais detalhado da uretra será feito nos sistemas genitais masculino e feminino.  
Unidade 10
 
10. Sistema Genital Masculino
O sistema genital masculino é constituído por um conjunto de órgãos internos e externos que são responsáveis por produzir gametas masculinos, os espermatozoides, e transferi-los para o sistema genital feminino através do coito ou cópula. Outra função do sistema genital masculino consiste em produzir e secretar hormônios sexuais que mantêm os órgãos sexuais masculinos e contribuem para a libido masculina (desejo sexual).
 
10.1. Órgãos genitais masculinos internos
·   No estudo dos órgãos genitais masculinos internos devem ser abordados: o testículo, o epidídimo, o ducto deferente, o funículo espermático, a glândula seminal, o ducto ejaculatório, a próstata e a glândula bulbouretral.
 
·   Testículo: são órgãos pares, esbranquiçados e ovoides, com aproximadamente 4 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. São os órgãos produtores dos espermatozoides, e que, a partir da puberdade, produzem também um hormônio, a testosterona, responsável pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários masculinos. O testículo é revestido pela túnica vaginal e pela túnica albugínea. A túnica albugínea emite expansões internas que dividem o testículo em 250 a 300 lóbulos do testículo em forma de cunhas. Cada lóbulo do testículo contém túbulos seminíferos, nos quais ocorre a espermatogênese.
 
·   Epidídimo: é uma estrutura alongada em forma de “C”, situada contra a margem posterior do testículo, à qual se acha intimamente aderida e onde pode ser sentida pela palpação. Os espermatozoides ficam aí armazenados até o momento da ejaculação. O epidídimo se divide em três partes bem definidas: a cabeça do epidídimo, o corpo do epidídimo e a cauda do epidídimo.
 
·   Ducto deferente: é um tubo fibromuscular com aproximadamente 45 cm de comprimento e 2,5 mm de espessura que conduz os espermatozoides do epidídimo até o ducto ejaculatório. Para chegar ao ducto ejaculatório dentro da cavidade pélvica, o ducto deferente atravessa a parede da pelve, passando pelo canal inguinal, juntamente com as outras estruturas que formam o funículo espermático.
 
·   Funículo espermático: o funículo espermático se estende do testículo ao canal inguinal e consiste em ducto deferente, artéria testicular, plexo pampiniforme, nervos, músculo cremaster, vasos linfáticos e tecido conjuntivo.
 
·   Glândula seminal: são duas glândulas enoveladas com aproximadamente 5 cm de comprimento situadas na base da bexiga urinária, em frente ao reto. São responsáveis pela secreção de uma substância viscosa, ligeiramente alcalina, responsável pela mobilidade e vitalidade dos espermatozoides. A descarga das glândulas seminais constitui aproximadamente 60% do volume do sêmen.
 
·   Ducto ejaculatório: tem aproximadamente 2 cm de comprimento e é formado pela união do ducto deferente com o ducto da glândula seminal. Ambos os ductos ejaculatórios recebem as secreções das glândulas seminais e os espermatozoides provenientes de ducto deferente, atravessam o parênquima da próstata e desembocam na parte prostática da uretra. 
 
·   Próstata: é um órgão pélvico, ímpar, localizado inferiormente à bexiga urinária e é atravessada em toda sua extensão pela parte prostática da uretra. Consiste principalmente de musculatura lisa e tecido fibroso, mas também contém glândulas. A secreção da próstata confere a cor de leite ao esperma, ajuda na motilidade dos espermatozoides e sua alcalinidade protege o esperma em sua passagem pelo meio ácido da vagina da mulher. A descarga da próstata ocupa aproximadamente 40% do volume do sêmen.
 
·   Glândula bulbouretral: constituem um par de glândulas do tamanho de ervilhas que estão localizadas debaixo da próstata, nas proximidades da parte membranácea da uretra. Diante da estimulação sexual antes da ejaculação, as glândulas bulbouretrais são estimuladas a secretar uma substância mucoide que cobre o revestimento da uretra para neutralizar o pH da urina residual, além de lubrificar a extremidade do pênis em preparação para o coito. Seus ductos possuem aproximadamente 2,5 cm e desembocam na parte esponjosa da uretra.
 
 
10.2. Órgãos genitais masculinos externos
·   No estudo dos órgãos genitais masculinos externos devem ser abordados: o pênis, a uretra masculina e o escroto.
 
·   Pênis: é o órgão masculino da cópula, normalmente flácido, mas, quando seus tecidos lacunares se enchem de sangue, apresenta-se túrgido, com sensível aumento de volume e torna-se rígido, ao que se conhece como fenômeno da ereção. É formado basicamente por três cilindros de tecido erétil, os corpos cavernosos e o corpo esponjoso.
 
·   Uretra masculina: a uretra masculina é um canal comum para a micção e para a ejaculação, com cerca de 20 cm de comprimento. Inicia-se no óstio interno da uretra, na bexiga, e termina no óstio externo da uretra, na extremidade do pênis. Possui quatro partes: parte intramural, parte prostática, parte membranácea e parte esponjosa. A uretra é um órgão do sistema urinário.
 
·   Escroto: é uma bolsa situada atrás do pênis e abaixo da sínfise púbica. É dividido pelo septo do escroto em dois compartimentos, cada um contendo um testículo. Apresenta várias camadas, entre as quais a pele, que é fina, hiperpigmentada e com pelos, e a túnica dartos, constituída essencialmente por fibras musculares lisas. O escroto, através da sua arquitetura, propicia uma temperatura favorável à espermatogênese, e a túnica dartos atua como um “termostato”, visando manter a constânciadesta temperatura
Unidade 11
 
11.  Sistema Genital Feminino
O sistema genital feminino é constituído por um conjunto de órgãos internos e externos que são responsáveis por produzir gametas femininos, secretar hormônios sexuais, receber os espermatozoides do homem durante o coito, fornecer os locais para a fertilização, implantação do blastócito e para desenvolvimento embrionário e fetal, oferecer condições para o parto e prover nutrição para o bebê através da secreção de leite pelas glândulas mamárias (pertencentes ao tegumento comum).
 
11.1  Órgãos genitais femininos internos
No estudo dos órgãos genitais femininos internos, devem ser abordados: o ovário, a tuba uterina, o útero e a vagina.
 
·   Ovário: é um órgão par responsável pela produção de gametas e dos hormônios sexuais, estrogênio e progesterona. Os ovários de uma mulher sexualmente madura são estruturas sólidas, ovoides, com aproximadamente 3,5 cm de comprimento, 2 cm de largura e 1 cm de espessura. A cor e a textura dos ovários variam de acordo com a idade e o estágio reprodutor da mulher. Em meninas jovens, são lisos e róseos, na puberdade, tornam-se branco acinzentados e com superfície rugosa devido às cicatrizes causadas pelas ovulações.
 
·   Tuba uterina: o par de tubas uterinas transportam os ovócitos dos ovários para o útero. Cada tuba uterina tem aproximadamente 10 cm de comprimento e 0,7 cm de diâmetro. Possui duas aberturas, o óstio uterino da tuba, que se comunica com a cavidade do útero, e o óstio abdominal da tuba uterina, que se comunica com a cavidade abdominal. A tuba uterina possui quatro partes: a parte uterina, o istmo da tuba uterina, a ampola da tuba uterina e o infundíbulo da tuba uterina. Nas margens do infundíbulo, encontra-se uma série de franjas irregulares chamadas de fímbrias da tuba uterina.
 
·   Útero: é o órgão que recebe o blastócito que se desenvolveu de um ovócito fertilizado e proporciona o local para a sua implantação e desenvolvimento. É um órgão muscular em forma de pera invertida. Está localizado perto do assoalho da cavidade pélvica, anteriormente ao reto e póstero-superiormente à bexiga urinária. No estado não gravitício o útero tem aproximadamente 7 cm de comprimento, 5 cm de largura (em sua região mais larga) e 3 cm de espessura. Possui três regiões anatômicas importantes: o fundo do útero, o corpo do útero e o colo do útero. Os principais meios de fixação do útero são o ligamento largo do útero e o ligamento redondo do útero. O útero apresenta paredes formadas por três camadas: o endométrio, o miométrio e o perimétrio.
 
·   Vagina: é um órgão tubular, fibromuscular, que recebe o sêmen da uretra do pênis ereto durante o coito, serve como via de escoamento do sangue menstrual e, durante o parto, dá passagem para o nascimento do bebê. Está situada entre a bexiga urinária e o reto. Possui aproximadamente 9 cm de comprimento e se estende do colo do útero até o vestíbulo da vagina. Comunica-se superiormente com o útero através do óstio do útero e, inferiormente, abre-se no vestíbulo da vagina através do óstio da vagina. O recesso profundo que cerca a protrusão do colo do útero na vagina é chamado de fórnice da vagina. Nas virgens, o óstio da vagina é fechado parcialmente pelo hímen, uma membrana de tecido conjuntivo revestida por mucosa interna e externamente. Com a ruptura do hímen após o coito, formam-se as carúnculas himenais.
 
11.2  Órgãos genitais femininos externos
O conjunto dos órgãos genitais femininos externos recebe o nome de pudendo feminino. As estruturas do pudendo feminino incluem o monte do púbis, o lábio maior do pudendo, o lábio menor do pudendo, o clitóris, o vestíbulo da vagina, o bulbo do vestíbulo e as glândulas vestibulares.
 
·   Monte do púbis: é uma elevação mediana, anterior a sínfise púbica, que forma um coxim subcutâneo constituído de tecido adiposo. Na puberdade é coberto por pelos espessos com uma distribuição característica. O monte do púbis, elevado e acolchoado, amortece a sínfise púbica e o pudendo feminino durante o coito.
 
·   Lábio maior do pudendo: são duas pregas de pele longitudinais espessadas que contêm tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo, como também algumas fibras de músculo liso. São contínuos anteriormente com o monte do púbis. Suas faces laterais são pigmentadas e, após a puberdade, cobertas por pelos. Suas faces mediais são róseas, úmidas, sempre lisas e glabras. A fenda delimitada entre os lábios maiores do pudendo é chamada de rima do pudendo.
 
·   Lábio menor do pudendo: são duas pequenas pregas cutâneas localizadas medialmente aos lábios maiores do pudendo. A pele que os recobre é lisa, úmida e vermelha. Não possuem pelos, mas têm glândulas sebáceas. Anteriormente, os lábios menores do pudendo se unem para formar o prepúcio do clitóris e também protegem os óstios da vagina e da uretra.
 
·   Clitóris: é formado por tecido erétil capaz de se dilatar como resultado do ingurgitamento sanguíneo. É o homólogo do pênis, mais exatamente dos corpos cavernosos. Possui duas extremidades fixadas ao ísquio e ao púbis, os ramos do clitóris, que depois se juntam formando o corpo do clitóris, e este termina por uma dilatação, a glande do clitóris. O clitóris, mais particularmente a glande do clitóris, é uma estrutura extremamente sensível e ligada à excitabilidade sexual feminina.
 
·   Vestíbulo da vagina: é uma fenda longitudinal delimitada entre os lábios menores da vagina nos quais estão localizados o óstio da vagina, o óstio externo da uretra e os orifícios dos ductos das glândulas vestibulares.
 
·   Bulbo do vestíbulo: é formado por duas massas pares de tecido erétil, alongadas e dispostas como uma ferradura ao redor do óstio da vagina. Não são visíveis na superfície porque estão situadas profundamente e recobertas pelos músculos bulboesponjosos. São homólogos rudimentares do bulbo do pênis e porção adjacente do corpo esponjoso. Quando cheios de sangue, dilatam-se e, desta forma, proporcionam maior contado entre o pênis e o óstio da vagina. 
 
·   Glândulas vestibulares: durante a excitação sexual, o óstio da vagina é lubrificado pela secreção dos pares de glândulas vestibulares maiores e menores (que apresentam número variado), localizadas profundamente e nas proximidades do óstio da vagina. Os ductos das glândulas vestibulares maiores se abrem no vestíbulo da vagina perto das margens laterais do óstio da vagina. Os minúsculos ductos das glândulas vestibulares menores se abrem no vestíbulo da vagina, entre os óstios da uretra e da vagina.
 
11.3  Peritônio e suas expansões na cavidade pélvica
Na pelve feminina, após recobrir a bexiga urinária, o peritônio reflete-se do assoalho e das paredes laterais da pelve sobre o útero, formando o ligamento largo do útero. Este ligamento divide a cavidade pélvica em dois compartimentos importantes: a escavação vesicouterina e a escavação retouterina.
 
11.4  Mamas
As mamas são anexos da pele e fazem parte do tegumento comum pois, estruturalmente, seu parênquima é formado por glândulas mamárias que são, na realidade, glândulas sudoríferas modificadas. Entretanto, as mamas são estudadas com o sistema genital feminino, pois, funcionalmente, se especializam na secreção leite para a nutrição da criança em função das modificações ocorridas durante a gestação.
 
·   Arquitetura: a parte do parênquima mamário é formada pelas glândulas mamárias, compostas por 15 a 20 lobos piramidais. Cada um dos lobos da glândula mamária é formado por lóbulos da glândula mamária e possuem ductos lactíferos que se abrem na papila mamária. Ao conjunto dos lobos da glândula mamária, dá-se o nome de corpo da mama. A parte do estroma mamário é formada por tecido adiposo que envolve os lobos da glândula mamária e pelos ligamentos suspensores da mama, que conferem sustentação às mamas. A mama apresenta uma pele fina com glândulas sudoríferas e sebáceas.
 
·   Morfologia externa: apresenta uma forma geralmentecônica, mas com muitas variações, dependendo da quantidade de tecido adiposo, do estado funcional e da idade. A papila mamária é uma projeção na qual desembocam os 15 a 20 ductos lactíferos dos respectivos lobos da glândula mamária. Ao redor da papila mamária, há uma área de maior pigmentação, a aréola da mama, em que há glândulas sudoríferas e sebáceas, formando pequenos tubérculos, os tubérculos areolares.  
12.  Sistema Nervoso
 
12.1.  Noções básicas sobre o desenvolvimento do sistema nervoso
 O sistema nervoso tem sua origem a partir do folheto embrionário que está em contato com o meio externo, o ectoderma. O ectoderma sofre um espessamento formando a placa neural. A placa neural cresce progressivamente, se torna mais espessa e adquire um sulco longitudinal chamado de sulco neural, que se aprofunda e forma a goteira neural. Os lábios da goteira se fundem e formam o tubo neural. No ponto em que o ectoderma não diferenciado se fecha sobre o tubo neural, se desenvolvem células que formam, de cada lado o tubo neural, uma lâmina longitudinal denominada crista neural. O tubo neural dará origem aos elementos da parte central do sistema nervoso e a crista neural dará origem aos elementos da parte periférica do sistema nervoso.
 
12.2.  Divisão anatômica do sistema nervoso
 É a divisão mais conhecida, segunda a qual o sistema nervoso apresenta-se em duas partes: a parte central e a parte periférica. A parte central do sistema nervoso é composta pelo encéfalo que compreende o cérebro (telencéfalo e diencéfalo), o cerebelo e o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e pela medula espinal. A parte periférica do sistema nervoso é composta por nervos (cranianos e espinais), gânglios e terminações nervosas.
 
12.3.  Divisão funcional do sistema nervoso
 Funcionalmente, o sistema nervoso é dividido em somático e visceral. O sistema nervoso somático relaciona o organismo com o meio ambiente e apresenta um componente aferente e outro eferente. 
O sistema nervoso visceral está relacionado à inervação e ao controle das estruturas viscerais, apresentando também um componente aferente e outro eferente. A parte eferente do sistema nervoso visceral é chamada de parte autônoma do sistema nervoso e é subdividida em parte simpática e parassimpática.
 
12.4.  Tecido nervoso
 Basicamente, o tecido nervoso é formado por dois tipos de células: os neurônios e as células da neuroglia. O neurônio é a unidade morfofuncional do sistema nervoso, são células especializadas em responder a estímulos físicos e químicos, conduzir impulsos e liberar mediadores químicos específicos. A maioria dos neurônios possui três regiões específicas: corpo celular, dendritos e axônio. Os neurônios podem ser classificados segundo a sua função em: neurônios motores (controlam órgãos efetores como glândulas exócrinas, glândulas endócrinas e fibras musculares), neurônios sensitivos (recebem estímulos sensitivos do meio ambiente e do próprio organismo) e os neurônios de associação e interneurônios (estabelecem conexões com outros neurônios, formando circuitos complexos). As células da neuroglia ocupam o espaço entre os neurônios e apresentam funções de sustentação, revestimento ou isolamento, modulação da atividade neuronal e defesa.
 
·   Sinapse: é a responsável pela transmissão unidirecional dos impulsos nervosos. As sinapses são locais de contato entre os neurônios ou entre neurônios e outras células efetoras. A função da sinapse é transformar um sinal elétrico (impulso nervoso) do neurônio pré-sináptico em um sinal químico que atua sobre a célula pós-sináptica. Existem sinapses químicas e sinapses elétricas.
 
·   Fibra nervosa: as fibras nervosas são constituídas por um axônio e suas bainhas envoltórias. Elas podem ser mielínicas ou amielínicas. Os grupos de fibras nervosas formam os tratos e fascículos, na parte central do sistema nervoso, e os nervos na parte periférica do sistema nervoso.
 
·   Nervo: na parte periférica do sistema nervoso, as fibras nervosas se agrupam em feixes dando origem aos nervos. Em função do seu conteúdo em mielina e colágeno, os nervos são esbranquiçados, exceto os raros nervos muito finos formados somente por fibras amielínicas. Os nervos estabelecem comunicações entre os centros nervosos superiores e os órgãos da sensibilidade e os efetores (músculos e glândulas). Possuem fibras aferentes e eferentes. As fibras aferentes levam para os centros superiores as informações obtidas no interior do corpo e no meio ambiente. As fibras eferentes levam impulsos dos centros nervosos para os órgãos efetores comandados por esses centros. Os nervos que possuem apenas fibras aferentes são chamados de sensitivos e os que são formados apenas por fibras eferentes são chamados de motores. A maioria dos nervos possui fibras dos dois tipos, sendo, portanto, chamados de nervos mistos.
 
12.5.     Parte central do sistema nervoso
 A parte central do sistema nervoso está protegida pelos ossos do esqueleto axial e inclui o encéfalo e a medula espinal.
 
12.5.1.  Medula espinal
 Está localizada dentro do canal vertebral da coluna vertebral, porém, sem ocupá-lo totalmente. No homem apresenta aproximadamente 45 cm, e é um pouco menor na mulher. À medida que se aproxima do seu término, a medula espinal vai se afilando e formando o cone medular que se continua com um filamento meníngeo chamado de filamento terminal. O limite inferior da medula situa-se no nível da segunda vértebra lombar. A medula espinal apresenta duas dilatações: a intumescência cervical e a intumescência lombossacral. Essas dilatações correspondem ao local de origem das grossas raízes nervosas que vão formar os plexos braquial e lombossacral, responsáveis pela inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente. Em cortes transversais da medula espinal é possível observar, na parte central, uma formação de substância cinzenta em forma de “H” ou de borboleta rodeada por substância branca, externamente. A substância cinzenta é formada por uma grande concentração de corpos neuronais. A substância branca da medula espinal é formada por fibras, a maior parte delas mielínicas. Estas fibras sobem e descem na medula espinal podendo ser agrupadas em três funículos: anterior, lateral e posterior. A medula espinal é dividida em 31 segmentos medulares. De cada um desses segmentos, sai um par de nervos espinais, totalizando 31 pares de nervos espinais. Como foi dito, a medula termina no nível de LII, abaixo desse nível, o canal medular é preenchido por meninges e nervos que formam a cauda equina.
 
12.5.2.  Encéfalo
 O encéfalo é formado pelo cérebro (telencéfalo e diencéfalo), pelo cerebelo e pelo tronco encefálico.
 
·   Telencéfalo: compreende os dois hemisférios cerebrais direito e esquerdo que são divididos parcialmente pela fissura longitudinal do cérebro e unidos pelo corpo caloso. Cada hemisfério cerebral possui uma cavidade chamada de ventrículo lateral, que se comunicam com o terceiro ventrículo pelos forames interventriculares. A superfície cerebral apresenta depressões denominadas sulcos do cérebro, que delimitam os giros do cérebro. Muitos sulcos do cérebro são inconstantes e não possuem nomes, outros, porém, recebem denominações especiais e ajudam a delimitar os lobos do cérebro, estes são chamados sulcos interlobares. Entre os sulcos interlobares, os principais são o sulco lateral e o sulco central. Os lobos do cérebro são: o lobo frontal, o lobo parietal, o lobo occipital, o lobo temporal e o lobo insular. No telencéfalo, a substância cinzenta está localizada externamente formando o córtex cerebral e a substância branca localiza-se internamente, formando o corpo medular do cérebro. A principal área motora do córtex cerebral está situada no giro pré-central, enquanto que a principal área sensitiva somática do córtex cerebral está situada no giro pós-central.
 
·   Diencéfalo: o diencéfalo é encoberto pelo telencéfalo durante o desenvolvimento e possui asseguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. O terceiro ventrículo é a cavidade do diencéfalo. Mantém comunicação com o quarto ventrículo através do aqueduto do mesencéfalo e com os ventrículos laterais através dos forames interventriculares.
 
·   Cerebelo: o cerebelo possui uma porção mediana, ímpar, chamada de verme do cerebelo que está ligada a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. A superfície do cerebelo apresenta sulcos de direção predominantemente transversal, que delimitam lâminas finas denominadas folhas do cerebelo. O cerebelo é constituído por um centro de substância branca, o corpo medular do cerebelo, revestidas externamente por uma fina camada de substância cinzenta, o córtex cerebelar. O corpo medular do cerebelo com as lâminas brancas que dele irradiam, quando vistas em cortes sagitais, recebem o nome de árvore da vida.
 
·   Tronco encefálico: o tronco encefálico está localizado entre a medula espinal e o diencéfalo, situando-se anteriormente ao cerebelo. O tronco encefálico se divide em bulbo, inferiormente; mesencéfalo, superiormente; e ponte, situada entre ambos
Aplicação Prática Teórica
 
12.  Sistema Nervoso
 
12.5.3.  Ventrículos encefálicos e suas comunicações
 As cavidades do telencéfalo constituem os ventrículos laterais, que se comunicam com a cavidade do diencéfalo, o terceiro ventrículo, através dos forames interventriculares. O terceiro ventrículo se comunica com o quarto ventrículo através do aqueduto do mesencéfalo. O quarto ventrículo se comunica com o espaço subaracnoideo através das aberturas laterais e mediana do quarto ventrículo. O líquido cerebrospinal circula por estes espaços.
 
12.5.4.  Meninges e líquido cerebrospinal
Toda parte central do sistema nervoso está envolvida por membranas fibrosas chamadas de meninges, que são: dura-máter, aracnoide-máter e pia-máter. Existem três espaços em relação a estes envoltórios que são: o espaço extradural/epidural, o espaço subdural e o espaço subaracnoideo (que contém o líquido cerebrospinal). No encéfalo, a parte encefálica da dura-máter se projeta entre alguns sulcos e forma septos importantes como: a foice do cérebro, o tentório do cerebelo e a foice do cerebelo.
 
O líquido cerebrospinal (LCS) é um fluido aquoso, límpido e incolor, composto principalmente por água. É produzido nos plexos corioideos localizados nos ventrículos encefálicos e absorvido nas granulações aracnoideas. O LCS desempenha três funções principais: (1) suporta o peso do encéfalo no interior do crânio, (2) atua como protetor ou amortecedor entre o encéfalo e a dura-máter com o crânio adjacente (proteção mecânica) e (3) proporciona um meio líquido estável para a parte central do sistema nervoso.
            
12.6.  Parte periférica do sistema nervoso
 A parte periférica do sistema nervoso consiste em terminações nervosas, troncos nervosos periféricos, plexos e gânglios que ligam a parte central do sistema nervoso a outras partes do corpo. São estruturas nervosas de ligação localizadas fora do esqueleto axial.
 
12.6.1.  Nervos cranianos
 Os nervos cranianos são aqueles que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles (10) faz conexão com o tronco encefálico, com exceção apenas dos nervos olfatório e óptico, que se ligam, respectivamente, ao telencéfalo e ao diencéfalo. São eles: nervo olfatório [I], nervo óptico [II], nervo oculomotor [III], nervo troclear [IV], nervo trigêmeo [V], nervo abducente [VI], nervo facial [VII], nervo vestibulococlear [VIII], nervo glossofaríngeo [IX], nervo vago [X], nervo acessório [XI] e nervo hipoglosso [XII].
 
12.6.2.  Nervos espinais
 Os nervos espinais são aqueles que fazem conexão com a medula espinal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e partes da cabeça. São em número de 31 pares, que correspondem aos 31 segmentos da medula espinal. São, pois, 8 pares de nervos espinais cervicais, 12 pares de nervos espinais torácicos, 5 pares de nervos espinais lombares, 5 pares de nervos espinais sacrais e 1 par de nervos espinais coccígeos.
 
12.6.3.  Gânglios
 Os gânglios são dilatações constituídas principalmente por corpos de neurônios na parte periférica do sistema nervoso.
 
12.6.4.  Terminações nervosas
 As terminações nervosas são estruturas localizadas na extremidade das fibras que constituem os nervos e podem, funcionalmente, ser divididas em dois tipos: sensitivas (aferentes) ou motoras (eferentes). As terminações sensitivas, quando estimuladas (calor, luz etc.), dão origem a um impulso nervoso que segue pela fibra em cuja extremidade elas estão localizadas. Este impulso é levado para a parte central do sistema nervoso e atinge áreas específicas do cérebro local em que é ?interpretado?, resultando em diferentes formas de sensibilidade. As terminações nervosas motoras existem na porção terminal das fibras eferentes e são os elementos de ligação entre estas fibras e os órgãos efetuadores: músculos ou glândulas.
 
12.7. Divisão autônoma do sistema nervoso
 
O termo divisão autônoma do sistema nervoso é usado para descrever aquelas células nervosas, localizadas tanto na parte central do sistema nervoso quanto na parte periférica, que estão envolvidas com a inervação e o controle dos órgãos viscerais, músculos lisos, músculo cardíaco e glândulas. A principal função da divisão autônoma do sistema nervoso é descrita amplamente como a homeostasia do meio ambiente interno. Isso é garantido pela regulação dos mecanismos cardiovasculares, respiratórios, digestivos, excretores e termorreguladores, que ocorrem de modo automático e com relativamente pouco controle voluntário.
Como já foi visto, o sistema nervoso é dividido, funcionalmente, em somático e visceral. O sistema nervoso somático relaciona o organismo com o meio ambiente e apresenta um componente aferente e outro eferente. O sistema nervoso visceral está relacionado à inervação e ao controle das estruturas viscerais, apresentando também um componente aferente e outro eferente. A parte eferente do sistema nervoso visceral é chamada de parte autônoma do sistema nervoso. Os neurônios eferentes da divisão autônoma do sistema nervoso organizam-se em dois grupos distintos: os da parte simpática e os da parte parassimpática.
Aplicação Prática Teórica
  
1.   VAN DE GRAAFF. Livro: Anatomia Humana. 6.ed. Barueri, SP: Manole, 2003 
                            
2.   DÂNGELO; FATTINI. Livro: Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2007 (Capítulos 1, 2, 3 e 4).
 
3.   DI DIO. Livro: Tratado de Anatomia Sistêmica e Aplicada. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2002. (Volume 1: Capítulo 2, pp. 50-51; Capítulo 4, pp. 69-74).

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