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Estudo de caso - Nailton

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Prévia do material em texto

Bianka Azevedo Morais 
Bruna Medeiros Freitas 
Eliene Alves Resende 
Luanna Carolline Machado Correa 
Mariana Nardini Dirceu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Psicologia da Aprendizagem 
Fabiana Fleury Curado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palmas- TO 
2017 
 
 
Estudo de Caso - A História de Nailton 
 
Observação da Realidade 
 
 Nailton tem 9 anos, é o segundo de cinco filhos, devido a problemas de 
aprendizagem na escola foi diagnosticado com oligofrenia leve, se saiu como abaixo da 
média no teste de inteligência, toma remédios receitados pelo médico que servem 
como calmante, são eles: Noan, Diazepam, Vitamina C e Imipramine. Foi encaminhado 
para um grupo de estimulação sócio psicopedagógica e a mãe ao grupo de orientação. 
Sua família é de classe baixa, pai é pedreiro e a mãe dona de casa, são 
migrantes nordestinos vindos da Bahia para São Paulo com o objetivo de tentar a vida 
na cidade grande. Apesar da dificuldade financeira, a casa está sempre limpa e as 
crianças são saudáveis. Há indícios de que a família está inserida em um contexto de 
cultura marxista, o pai bate nas crianças quando chega do trabalho e vê que elas estão 
na rua brincando, a mãe não permite que as filhas participem da pesquisa, por ser algo 
apenas para meninos. 
A mãe de Nailton acredita que existem algumas inadequações por parte da 
escola, chega a relacionar estas inadequações ao rendimento escolar das crianças, 
porém se contenta com a explicação que a culpa do fracasso escolar é do próprio 
Nailton, diz que ele tem inteligência em casa, mas que na escola ele não aprende a ler. 
Já o pai aponta a falta de diálogo entre o professor e o aluno como principal causa da 
dificuldade enfrentada pelo filho, e afirma que isso deprime a criança, porém não se 
acha no direito de cobrar uma mudança, pois não paga a escola. 
 A escola relata que Nailton tem dificuldade de raciocínio, coordenação motora, é 
apático, muito quieto, nervoso e chorão, só procurando a família para apontar 
problemas. O menino se sente lesado pela escola, não recebe reforço motivador para 
participar das atividades na escola, é desconfiado com os projetos, lá não tem espaço 
para criatividade e autonomia, apenas reproduzir o que foi ensinado. 
 A pesquisadora, Mª Helena Patto, percebeu que o menino tem uma grande 
paixão por pipas, que gosta de estar no grupo de amigos, e tem grandes habilidades. 
Através de atividades lúdicas ela observa que o menino tem capacidade cognitiva, 
noção de espaço e superfície, capacidade de planejamento e antecipação de 
resultados, capacidade de estabelecer relação entre eventos, é muito criativo e 
persistente. 
 Apesar de possuir estas habilidades, o menino aceitou seu rótulo de nervoso e 
pouco aceita elogios da pesquisadora quando ela às destaca. Foi observado também 
que o menino, ao ser solicitado que fizesse um desenho, fez uma escola muito grande, 
porém com porta muito pequena, sem janelas e teve grande dificuldade de colocar uma 
escada nela, alegava que não havia espaço para a escada. Este desejo ilustra bem o 
problema de acesso à escola que o menino sente. 
Pontos Chave 
 
 Foram levantados cinco pontos chaves que se acredita que sejam as possíveis 
causas da existência do problema de Nailton. O primeiro é a falta de estímulo, 
motivação que o garoto tem em relação a sua aprendizagem, ele relata a sua 
infelicidade com a escola, diz que a professora não tem tempo de olhar suas 
atividades, que quando há eventos escolares não há garantia de que vão devolver o 
trabalho dele, muito menos se o ganhador dos concursos vai de fato ganhar um 
prémio. Todos esses episódios contribuem para que o garoto não tenha mais interesse 
em participar das propostas escolares. 
 O segundo ponto é a falta de sensibilidade e afetividade para com o garoto por 
parte da escola, o pai do garoto mesmo relata que acredita que o problema é a falta de 
diálogo entre o professor e aluno. Ele coloca “Com a criança, precisa primeiro entender 
o que ela tá falando e não ele ter que entender a gente…”, que é um ponto importante, 
pois ele mesmo relata que o menino se deprime pela ausência de diálogo, de vínculo. 
 O terceiro ponto se refere ao modelo tradicional de ensino vigente da época que 
se caracterizava por professores rígidos, alunos que temiam a escola, sempre estavam 
atrasados no seu grau escola em relação a sua idade, havia muita reprovação. O irmão 
de Nailton relatou sobre uma professora que batia em seus alunos, ambos temem ter 
que estudar com ela. Esse medo da escola pode muito bem originar um bloqueio com a 
aprendizagem e justificar a dificuldade do menino. 
 O quarto ponto se refere à rotulação recebida pelo médico com deficiente 
mental, desde então o menino foi deixado de lado pela escola porque o rótulo define 
que é problema, então eles não podem fazer nada, a família também aceitou o rótulo 
de deficiente e de nervoso, sempre tratando o garoto como chorão. O menino também 
aceita o rótulo, tanto é que justifica sempre o seu comportamento no fato de ser 
“nervoso”. 
O quinto e último ponto é a carência afetiva que o garoto sofre relacionado aos 
pais, o que gera nele uma necessidade de autoafirmação social. Patto traz os dados 
dos testes realizados por um psicólogo com o garoto, onde são levantadas as 
necessidades afetivas do menino. Ele busca no pai um companheiro, protetor, pois 
apenas vê nele um castrador e punidor, na mãe ele busca mais proteção, pois o papel 
de provedora que ele exerce não tem sido suficiente para preencher sua carência. 
 
 
 
Teorização 
 
No caso de Nailton percebe-se que em casa o seu aprendizado é diferente do 
que a escola diz. Seus pais relatam que de acordo com as atividades realizadas por ele 
no ambiente escolar, ele tem uma enorme dificuldade de aprender, que o seu 
rendimento escolar é baixo, mas relatam também a falta de motivação da escola para 
com ele. Onde já o rotularam como nervoso, apesar de suas habilidades. Já em casa 
ele consegue aprender, desenhar, se comunica bem e tem outro tipo de 
comportamento. Uma pesquisadora que esteve observando Nailton, relatou que 
através de atividades lúdicas ela pode perceber que ele tem, capacidade cognitiva, 
noção de espaço e superfície, capacidade de planejamento, capacidade de estabelecer 
relações entre eventos é muito criativo e persistente. Porém seu pai não se sente no 
direito de questionar a escola, pois não é uma escola particular. 
 
“Ao migrar o pensamento de Rogers (1951) do campo da psicoterapia 
para o campo educacional, surge a qualidade da aprendizagem, e o ato 
de aprender não depende exclusivamente de características fisiológicas, 
mas também de aspectos emocionais e relacionais nos quais se encontra 
envolvido o aprendiz, a exemplo de “um ambiente (clima) que seja 
facilitador dessa aprendizagem e crescimento” (SOUZA, LOPES, SILVA, 
2013 apud CAPELO, 2000). 
 
Souza, Lopes e Silva (2013) explicam que Rogers acreditava que as pessoas 
são animadas por um potencial ao crescimento e à criatividade, tornando-se frustradas 
e às vezes até mesmo destrutivas quando uma concepção inferior de si mesmas ou 
limitações externas impede seu processo de valorização. ‘’(...) Essa participação ativa 
do aluno nas atividades escolares é reflexo de energia e entusiasmo, fruto do que o 
psicólogo Carl Rogers chamou de aprendizagem significativa’’ (SOUZA, LOPES, 
SILVA, 2013). 
O foco principal da Teoria desenvolvida por Carl Rogers conhecida como “não-
diretiva” é a pessoa, onde a aprendizagem não se resume a acumulações de fatos, 
mas que essa provoque uma mudança no comportamento do indivíduo de forma direta,tanto em suas atitudes quanto em sua personalidade em cada fase de sua vida. Para 
Rogers os alunos aprendem melhor, se interessam mais pelo que está sendo ensinado, 
percebe-se uma assiduidade considerável e são mais criativos quando os professores 
criam um ambiente de confiança com esses alunos de forma mais afetiva e relacional. 
No caso de Nailton, segundo o que se pode perceber é que não existia qualquer 
tipo de afetividade entre professor e aluno, pois não havia um relacionamento de 
confiança entre eles. Relacionamento esse que o professor precisa estabelecer 
inicialmente para que o aluno se sinta seguro em se expressar e fazer tentativas de 
erros e acertos que viabilizam no seu desenvolvimento pessoal e educacional. Para 
Nailton a professora assumiu um papel de autoridade inquestionável dentro da sala de 
aula, tornando assim desnecessário qualquer tipo de argumentação da sua parte. 
A falta de afetividade e até mesmo de sensibilidade por parte da escola em 
relação ao aluno pode desencadear uma série de questões que contribuem 
consideravelmente na falta de entrosamento e relacionamento do aluno nas situações 
mais simples em sala, como por exemplo, pedir auxílio para entender ou concluir 
alguma atividade específica. No caso de Nailton, conforme está relacionado no texto, 
ele nunca solicita a professora e se atrapalha quando se fala com ele. Rogers defendia 
a ideia de que o professor deve ser o facilitador da aprendizagem, e que cabe a ele 
orientar da forma mais significativa possível o aluno no seu processo de aprendizagem 
e desenvolvimento, permitindo que esse aluno descubra e realize as suas 
potencialidades em todo o seu processo de crescimento e autorrealização. 
Rogers estava convencido de que as pessoas só aprendem aquilo de que 
necessitam ou o que querem aprender. Sua atenção nessa teoria estava voltada sobre 
a relação aluno-professor, que deveria ser impregnada de confiança e destituída de 
noções de hierarquia. Rogers defendia que o ideal era que o aluno olhasse para a 
instituição escolar como um lugar que lhe permitisse uma autoavaliação de si, e não 
um lugar onde o aluno é apenas fruto de contínua avaliação. Quando o professor 
assume o papel de facilitador nesse processo, levando em consideração os 
sentimentos, emoções dos seus alunos por meio de um relacionamento mais próximo 
com o mesmo em que há demonstração de preocupação e interesse por ele, o 
processo de aprendizagem é consideravelmente facilitado, oportunizando a esse aluno 
a abertura de novas experiências, liberdade e responsabilidade de agir e 
disponibilidade para criar. 
No caso de Nailton, a escola era vista como um lugar em que ele não tinha 
autonomia para criar e se movimentar, em suas falas havia insatisfação com a mesma, 
exemplo disso foi em umas das situações no texto que dizia: “Agora na escola a 
professora põe uma menina para marcar as crianças que fazem bagunça. Eu já to 
cheio; a gente não pode nem jogar papel no lixo, nem pedir nada emprestado que a 
menina já marca...”, além dessa perspectiva de Nailton o seu pai também aponta uma 
deficiência no diálogo entre professor-aluno, em sua fala declara que sem diálogo as 
crianças não entendem. Em todo o caso, a escola é vista como a parte que aparece 
apenas para se tratar de algum problema e não como um lugar onde se mantinha 
algum tipo de vínculo afetivo. 
A teoria do psicólogo Carl Rogers permite pensar sobre o processo de 
aprendizagem através do ensino tradicional, levando a um pensamento crítico para que 
ocorra mudanças no processo de aprendizagem, tornando mais significativa tanto para 
o aprendiz quanto para o educador, fazendo com que seja mais do que um simples 
conhecimento, mas sim algo que leve o indivíduo a mudar suas escolhas, atitudes, 
personalidade e seu comportamento. 
 Para Rogers, é necessário que a escola seja um campo de liberdade e que dê 
responsabilidade para o aprendiz, sendo que o professor é um facilitador para que isso 
ocorra. De acordo com o caso de Nailton, o contrário ocorria, o aluno temia a escola 
por muitos motivos, como a falta de reforço, a falta de responsabilidade dos 
educadores, como também a rigidez da professora, chegando ao ponto do aluno ficar 
depressivo pela seriedade da professora em sala de aula. 
 A reprovação seriada foi algo bem marcante no caso de Nailton. O aluno não era 
capaz de se auto avaliar, de falar de suas dificuldades para o professor, que deveria 
ser um facilitador para esse processo, pois já tinha sido rotulado e o mesmo já havia 
aceito esta rotulação. Para Rogers é necessário que o aluno tenha esta liberdade de 
expressão para se auto avaliar, poder fazer críticas a si mesmo, reconhecendo no que 
precisa melhorar. O professor buscando uma relação de democracia, permite entender 
as emoções, o potencial do aluno e em que o mesmo tem mais facilidade e prazer em 
aprender, pois o aluno aprende e se dedica naquilo que ele considera importante para 
si. (SOUZA, CALLOU e MOREIRA, 2013 apud ROGERS, 1974) 
 Rogers descarta esse processo da escola tradicional, pois as regras da mesma 
coloca o aluno na posição neutra perante as tomadas de decisões sobre seu modo de 
aprender e de ser avaliado. Este modo de ensino implica pressão no aluno, pois não há 
descoberta, apenas algo é passado e deve ser aprendido. A autodescoberta é 
essencial segundo o psicólogo. 
A respeito de rotulação, laudo médico e aceitação do rótulo por parte da família 
e do garoto, alguns enfoques tentam compreender o ser humano em todos os seus 
aspectos, o que mais ganha destaque é quando se trata de transtorno mental. O 
fundamental era estabelecer uma relação de pessoa-à-pessoa, considerar o cliente em 
sua totalidade organísmica, ao invés de encará-lo em classificações diagnósticas. 
(SOUZA, CALLOU e MOREIRA, 2013 apud ROGERS, 1961) 
Rogers desenvolveu em seus estudos, a importância de compreender a pessoa 
como um todo, por isso sua abordagem é centrada na pessoa, ele acredita que o 
indivíduo/cliente tem capacidade própria, de amadurecimento e crescimento pessoal, 
chamada de tendência atualizante. 
Para Rogers (1988, p.40) “(...) o indivíduo traz dentro de si a capacidade e a 
tendência, latente se não evidente, para caminhar rumo à maturidade. Em um clima 
psicólogo adequado, essa tendência é liberada, tornando-se real ao invés de 
potencial(...)” seja chamado a isto uma tendência ao crescimento, uma propensão rumo 
à auto regulação. Ou uma tendência direcionada para frente, esta constitui a mola 
principal da vida, e é, em última análise, a tendência de que toda a psicoterapia 
depende. 
Em sua abordagem centrada na pessoa, Rogers defende a importância do 
psicólogo ser empático na compreensão do cliente, aceitação positiva e incondicional. 
Somos de profunda ajuda somente quando nos relacionamos como pessoas, quando 
nos arriscamos como pessoas no relacionamento, quando vivenciamos o outro como 
pessoa em seu próprio direito (Rogers,1977 p. 100) 
 Ao final do relato de Patto, ela traz os resultados gerais levantados pelos testes 
aplicados em Nailton por um psicólogo, um dos pontos que o CAT e o HTP levantaram 
foram as carências afetivas relacionadas aos pais. Rogers (1988) traz que para que se 
dê o processo de aprendizagem é necessário a integração da aprendizagem à fatores 
como: linguagem, inteligência, dinâmica familiar, afetividade, motivação e escolaridade. 
Com base nisso, entendemos que a dinâmica familiar é diretamente relacionada à 
carência afetiva de Nailton, então este é um fator que pode estar influenciando na sua 
dificuldade de aprender. 
 
“(...) Rogers chamou de consideração positiva incondicional 
caso essas avaliações sempre fossem positivas;ou seja, não 
haveria distanciamento ou incongruência entre o organismo e o 
self, a autoestima seria incondicional, as necessidades de 
consideração positiva e autoestima não discordariam da avaliação 
organísmica, fazendo a pessoa funcionar de modo completo. Mas, 
segundo este autor [Morris e Albert 2004], a maior parte dos pais 
trata seus filhos com a consideração positiva condicional, 
valorizando e aceitando apenas alguns aspectos da criança. A 
maneira como ela se comporta e satisfaz certas condições é que 
determinará a aceitação, o amor e afeto dados a ela. Assim, o 
autoconceito do indivíduo desvincula-se cada vez mais de sua 
capacidade inata de ser.” (SCARTEZINI, ROCHA, PIRES, 2013) 
 
 A possibilidade de os pais estarem valorizando apenas alguns aspectos de 
Nailton pode ser grande gerados da frustração do garoto, levando-o a um sentimento 
de castração, onde tudo que ele faz está errado e o levou a aceitar o seu rótulo de 
nervoso e de Oligofrênico. Scartezini, Rocha e Pires (2013) ainda vem trazer o quanto 
o amor e o apreço de pessoas significativas como os pais é primordial para a formação 
da autoimagem da criança e isso influencia no rumo que sua vida vai levar.É aí que 
entramos na questão da auto afirmação social que Nailton também tem carência. 
“Em sua teoria, Rogers destaca duas necessidades 
importantes para o indivíduo, a necessidade de consideração 
positiva e a necessidade de autoconsideração, ambas aprendidas. 
A primeira desenvolve-se quando o indivíduo é bebê e a segunda 
em virtude de o bebê receber a consideração positiva dos outros. ” 
(SCARTEZINI, ROCHA, PIRES, 2013) 
 
 
 
 
Hipóteses de Solução 
 
Uma possível solução para ajudar no aprendizado de Nailton em seu ambiente 
escolar é que os professores estimulem mais para que ele se interesse no contexto 
escolar. Nailton se sente desmotivado, com os rótulos que deram para ele, e assim 
acaba dificultando sua aprendizagem. Um exemplo disso é que a pesquisadora que 
observou ele e realizou atividades lúdicas com, pode perceber que o mesmo tem várias 
habilidades. 
“Na concepção de Neri (1992), fazer com que os alunos se sintam 
motivados para aprender é o primeiro passo para a prevenção da 
indisciplina, e um grande desafio para o professor e a escola’’(ROGERS 
1951; 1959) acreditava que as pessoas são animadas por um potencial 
ao crescimento e à criatividade, tornando-se frustradas e às vezes até 
mesmo destrutivas quando uma concepção inferior de si mesmas ou 
limitações externas impede seu processo de valorização’’(SOUZA, 
LOPES, SILVA, 2013) 
 
Assim Nailton era inferiorizado com os rótulos que foram colocados nele, e ao 
aceitar a forma como eles o viam acabava atrapalhando o desenvolvimento e 
aprendizagem. Por falta de estímulo e motivação no ambiente em que ele estava. Por 
tanto é necessário a mudança de comportamento daqueles que lhe cercam em seu 
ambiente escolar, aqueles que estão ali para ajudar a desenvolver suas habilidades e 
não dificultar. 
 Para que se solucione essa questão de falta de afetividade entre professor-
aluno, é importante que o professor esteja disposto a criar um ambiente positivista, 
onde o aluno é incentivado a explorar além daquilo que lhe é proposto, sendo esse 
incentivo acompanhado de um reconhecimento do seu esforço. Os professores podem 
criar esse ambiente através de elogios que levem esses alunos a se sentirem seguros 
para explorar, sem o medo de ser reprovado quando cometerem alguma falha no 
processo. No caso de Nailton a visão que ele tinha era de uma escola que não o 
acolhia e que lhe parecia inacessível, conforme os desenhos que ele produzia da 
mesma, e sempre que havia um investimento da parte do aluno, ele recebia uma 
resposta quase sempre decepcionante. 
Parecia recorrente a professora não olhar o material produzido por Nailton, por 
exemplo, e isso o deixaria frustrado. Talvez um olhar mais atento por parte do 
professor à situações nesse sentido pudesse tirar essa concepção de que o aluno era 
sempre excluído. Quem sabe uma explicação direcionada a turma ou individualmente, 
apontando o motivo de não ter dado tempo olhar o material de todos naquele dia e 
promessa de uma tomada de correção em uma aula seguinte talvez pudesse resolver 
essa questão. 
A escola também poderia atuar de forma mais presente na vida dos alunos, 
promovendo ações de interação entre escola-família, por exemplo, reuniões entre os 
pais e o corpo docente no intuito de aproximá-los e de informá-los sobre o desempenho 
e as propostas de ensino daquele período letivo. Nessas reuniões apresentar o 
material daquilo que está sendo produzido em sala de aula pelos seus filhos assim 
também como os projetos que estão sendo desenvolvidos e propósito dos mesmos na 
formação desses alunos. 
Uma outra sugestão que poderia tirar essa impressão de que a escola só 
procura as famílias para solucionar problemas, seria criar a cada semestre pelo menos, 
um dia da família na escola onde os pais e os alunos pudessem compartilhar de um 
tempo juntos dentro do ambiente escolar para um café da manhã seguido de uma 
palestra sobre algum tema específico na área da saúde, alimentação saudável entre 
outros temas, criando assim vínculos que pudesse se estreitados ao longo do ano 
letivo e passasse confiança no trabalho que está sendo desenvolvido. 
 
“Qualquer projeto educacional depende da participação familiar; 
em alguns momentos do incentivo, em outros uma participação 
efetiva no aprendizado como pesquisar, debater, orientar e 
valorizar a preocupação que o filho traz da escola. ”(FULGENCIO, 
NASCIMENTO, MARTINAZZO, 2012) 
Para que o problema de os alunos temerem o sistema de educação seja 
solucionado, é necessário que os professores mudem seus comportamentos em sala 
de aula, que se tornem facilitadores para o processo de aprendizagem, reconhecendo 
as dificuldades de cada aluno e incentivando cada pequeno ato de interesse do aluno 
no conteúdo. Assim ambos terão um relacionamento transparente e autêntico. 
 Outro assunto que causa medo nos alunos é a reprovação, o educador deve ser um 
agente no processo de avaliação, fazendo com que o aluno não se preocupe em estar 
sendo avaliado, pois antes o educando deve auxiliar o aluno a melhorar em suas 
falhas, sem rotulá-lo mas acreditar que ele é capaz de dar o seu melhor, pois ao 
cometer o erro, o professor como facilitador ajudará o aluno a encontrar a 
aprendizagem correta, sem o menosprezar ou diminuí-lo. 
 Deve-se ter mudanças a respeito da reprovação de ano, pois o aluno, como no 
caso de Nailton que era bom em lógica, poderia ser bom em alguns conteúdos da 
matemática, mas por ter dificuldades em outras disciplinas, teve que repetir tudo outra 
vez, até mesmo disciplinas que ele já havia aprendido. Devido a reprovação não ser 
estimuladora, mas sim o contrário, as escolas devem estabelecer novos meios para 
conduzir o aluno a aprendizagem na disciplina que teve dificuldades, fazendo com que 
ele repita apenas essa, sem ter que passar outra vez por algo que já aprendeu. 
Uma possível solução sobre os rótulos de Nailton, seria que a escola e a própria 
família se envolvesse mais com ele, que ressaltasse suas qualidades, pois ele acredita 
e aceita o rótulo de "nervosinho", ao invés de afirmarem e incentivarem sua 
criatividade, sua capacidade de aprender novas coisas. Sobre o laudo médico: É 
necessário que os profissionais "médicos", tenham mais cuidados com seus pacientes, 
principalmente quando se passa uma medicação, é importante que se investigue a 
fundo, antes de simplesmente prescrever remédio. 
 Uma proposta que pode ajudar a resolver o problema de afetividade e 
autoimagemde Nailton é a inserção dos pais em um grupo de orientação de pais para 
que lá eles entendam a importância do papel que eles desempenham na vida dos filhos 
e traçar estratégias que ajudem a criar tempo de qualidade com os filhos, rotinas que 
reforcem as atividades que eles desempenham e assim ajudá-los a construir uma 
autoimagem mais segura e mais consolidada na narrativa dos pais sobre eles mesmos. 
 
“É preciso que os pais dediquem mais tempo aos filhos, para 
brincarem, passearem, dialogarem, se divertirem, compartilharem 
conhecimentos e experiências. Devem também, participar da 
educação escolar dos filhos, serem mais presentes e atuantes na 
vida deles” (PEIXOTO, 2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referencias 
 
FULGENCIO, Jaqueline Maria Pereira; NASCIMENTO, Priscila de Souza; 
MARTINAZZO, Lúcia Baroni. A importância da família no processo de aprendizagem 
da criança. 2012. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-
familia-no-processo-de-aprendizagem-da-crianca/86034/>. Acesso em: 10 maio 2017. 
 
MORRIS, C. G.; ALBERT, A. M. Introdução à Psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 
2004. P.355 
 
PEIXOTO, Danusa Corrêa Figueiró. Afetividade e aprendizagem: uma união necessária 
para a educação. 2012. Disponível em: 
<http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/n204768.pdf>. Acesso em: 10 
maio 2017. 
 
RAFAEL, M. G. A relação de ajuda e a acção social: uma abordagem rogeriana. 
disponível em: http://www.rogeriana.com/graca/rasocial.htm. Acesso em: 10 maio 2017. 
 
Rogers, C. R. Tornar-se pessoa. São Paulo, Martins fonte, 1988. 
 
Rogers, C.R. (1977). Ellen west e solidão. In C.R Rogers e R.L Rosenberg. A pessoa 
como centro ( p. 91-101). São Paulo:EPU 
 
SCARTEZINI, Luma Guirado; ROCHA, Ana Carolina Raad; PIRES, Vanessa da Silva. 
A NECESSIDADE DE AUTOESTIMA EM CARL ROGERS. 2013. Disponível em: 
<http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/hkNYQZ4GFZuVXwL_2
013-5-13-15-59-41.pdf>. Acesso em: 10 maio 2017. 
 
SOUZA, Camila Pereira de; CALLOU, Virgínia Torquato; MOREIRA, Virginia. A questão 
da psicopatologia na perspectiva da abordagem centrada na pessoa: diálogos com 
Arthur Tatossian. 2013. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
68672013000200006>. Acesso em: 05 maio 2017. 
 
SOUZA, Marcus Vinícius Linhares de; LOPES, Eduardo Simonini; SILVA, Lara Lúcia 
da. Aprendizagem significativa na relação professor-aluno. 2013. Disponível em: 
<http://www.cch.ufv.br/revista/pdfs/vol13/artigo3evol13-2.pdf>. Acesso em: 12 maio 
2017.

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