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Bianka Azevedo Morais Bruna Medeiros Freitas Eliene Alves Resende Luanna Carolline Machado Correa Mariana Nardini Dirceu Psicologia da Aprendizagem Fabiana Fleury Curado Palmas- TO 2017 Estudo de Caso - A História de Nailton Observação da Realidade Nailton tem 9 anos, é o segundo de cinco filhos, devido a problemas de aprendizagem na escola foi diagnosticado com oligofrenia leve, se saiu como abaixo da média no teste de inteligência, toma remédios receitados pelo médico que servem como calmante, são eles: Noan, Diazepam, Vitamina C e Imipramine. Foi encaminhado para um grupo de estimulação sócio psicopedagógica e a mãe ao grupo de orientação. Sua família é de classe baixa, pai é pedreiro e a mãe dona de casa, são migrantes nordestinos vindos da Bahia para São Paulo com o objetivo de tentar a vida na cidade grande. Apesar da dificuldade financeira, a casa está sempre limpa e as crianças são saudáveis. Há indícios de que a família está inserida em um contexto de cultura marxista, o pai bate nas crianças quando chega do trabalho e vê que elas estão na rua brincando, a mãe não permite que as filhas participem da pesquisa, por ser algo apenas para meninos. A mãe de Nailton acredita que existem algumas inadequações por parte da escola, chega a relacionar estas inadequações ao rendimento escolar das crianças, porém se contenta com a explicação que a culpa do fracasso escolar é do próprio Nailton, diz que ele tem inteligência em casa, mas que na escola ele não aprende a ler. Já o pai aponta a falta de diálogo entre o professor e o aluno como principal causa da dificuldade enfrentada pelo filho, e afirma que isso deprime a criança, porém não se acha no direito de cobrar uma mudança, pois não paga a escola. A escola relata que Nailton tem dificuldade de raciocínio, coordenação motora, é apático, muito quieto, nervoso e chorão, só procurando a família para apontar problemas. O menino se sente lesado pela escola, não recebe reforço motivador para participar das atividades na escola, é desconfiado com os projetos, lá não tem espaço para criatividade e autonomia, apenas reproduzir o que foi ensinado. A pesquisadora, Mª Helena Patto, percebeu que o menino tem uma grande paixão por pipas, que gosta de estar no grupo de amigos, e tem grandes habilidades. Através de atividades lúdicas ela observa que o menino tem capacidade cognitiva, noção de espaço e superfície, capacidade de planejamento e antecipação de resultados, capacidade de estabelecer relação entre eventos, é muito criativo e persistente. Apesar de possuir estas habilidades, o menino aceitou seu rótulo de nervoso e pouco aceita elogios da pesquisadora quando ela às destaca. Foi observado também que o menino, ao ser solicitado que fizesse um desenho, fez uma escola muito grande, porém com porta muito pequena, sem janelas e teve grande dificuldade de colocar uma escada nela, alegava que não havia espaço para a escada. Este desejo ilustra bem o problema de acesso à escola que o menino sente. Pontos Chave Foram levantados cinco pontos chaves que se acredita que sejam as possíveis causas da existência do problema de Nailton. O primeiro é a falta de estímulo, motivação que o garoto tem em relação a sua aprendizagem, ele relata a sua infelicidade com a escola, diz que a professora não tem tempo de olhar suas atividades, que quando há eventos escolares não há garantia de que vão devolver o trabalho dele, muito menos se o ganhador dos concursos vai de fato ganhar um prémio. Todos esses episódios contribuem para que o garoto não tenha mais interesse em participar das propostas escolares. O segundo ponto é a falta de sensibilidade e afetividade para com o garoto por parte da escola, o pai do garoto mesmo relata que acredita que o problema é a falta de diálogo entre o professor e aluno. Ele coloca “Com a criança, precisa primeiro entender o que ela tá falando e não ele ter que entender a gente…”, que é um ponto importante, pois ele mesmo relata que o menino se deprime pela ausência de diálogo, de vínculo. O terceiro ponto se refere ao modelo tradicional de ensino vigente da época que se caracterizava por professores rígidos, alunos que temiam a escola, sempre estavam atrasados no seu grau escola em relação a sua idade, havia muita reprovação. O irmão de Nailton relatou sobre uma professora que batia em seus alunos, ambos temem ter que estudar com ela. Esse medo da escola pode muito bem originar um bloqueio com a aprendizagem e justificar a dificuldade do menino. O quarto ponto se refere à rotulação recebida pelo médico com deficiente mental, desde então o menino foi deixado de lado pela escola porque o rótulo define que é problema, então eles não podem fazer nada, a família também aceitou o rótulo de deficiente e de nervoso, sempre tratando o garoto como chorão. O menino também aceita o rótulo, tanto é que justifica sempre o seu comportamento no fato de ser “nervoso”. O quinto e último ponto é a carência afetiva que o garoto sofre relacionado aos pais, o que gera nele uma necessidade de autoafirmação social. Patto traz os dados dos testes realizados por um psicólogo com o garoto, onde são levantadas as necessidades afetivas do menino. Ele busca no pai um companheiro, protetor, pois apenas vê nele um castrador e punidor, na mãe ele busca mais proteção, pois o papel de provedora que ele exerce não tem sido suficiente para preencher sua carência. Teorização No caso de Nailton percebe-se que em casa o seu aprendizado é diferente do que a escola diz. Seus pais relatam que de acordo com as atividades realizadas por ele no ambiente escolar, ele tem uma enorme dificuldade de aprender, que o seu rendimento escolar é baixo, mas relatam também a falta de motivação da escola para com ele. Onde já o rotularam como nervoso, apesar de suas habilidades. Já em casa ele consegue aprender, desenhar, se comunica bem e tem outro tipo de comportamento. Uma pesquisadora que esteve observando Nailton, relatou que através de atividades lúdicas ela pode perceber que ele tem, capacidade cognitiva, noção de espaço e superfície, capacidade de planejamento, capacidade de estabelecer relações entre eventos é muito criativo e persistente. Porém seu pai não se sente no direito de questionar a escola, pois não é uma escola particular. “Ao migrar o pensamento de Rogers (1951) do campo da psicoterapia para o campo educacional, surge a qualidade da aprendizagem, e o ato de aprender não depende exclusivamente de características fisiológicas, mas também de aspectos emocionais e relacionais nos quais se encontra envolvido o aprendiz, a exemplo de “um ambiente (clima) que seja facilitador dessa aprendizagem e crescimento” (SOUZA, LOPES, SILVA, 2013 apud CAPELO, 2000). Souza, Lopes e Silva (2013) explicam que Rogers acreditava que as pessoas são animadas por um potencial ao crescimento e à criatividade, tornando-se frustradas e às vezes até mesmo destrutivas quando uma concepção inferior de si mesmas ou limitações externas impede seu processo de valorização. ‘’(...) Essa participação ativa do aluno nas atividades escolares é reflexo de energia e entusiasmo, fruto do que o psicólogo Carl Rogers chamou de aprendizagem significativa’’ (SOUZA, LOPES, SILVA, 2013). O foco principal da Teoria desenvolvida por Carl Rogers conhecida como “não- diretiva” é a pessoa, onde a aprendizagem não se resume a acumulações de fatos, mas que essa provoque uma mudança no comportamento do indivíduo de forma direta,tanto em suas atitudes quanto em sua personalidade em cada fase de sua vida. Para Rogers os alunos aprendem melhor, se interessam mais pelo que está sendo ensinado, percebe-se uma assiduidade considerável e são mais criativos quando os professores criam um ambiente de confiança com esses alunos de forma mais afetiva e relacional. No caso de Nailton, segundo o que se pode perceber é que não existia qualquer tipo de afetividade entre professor e aluno, pois não havia um relacionamento de confiança entre eles. Relacionamento esse que o professor precisa estabelecer inicialmente para que o aluno se sinta seguro em se expressar e fazer tentativas de erros e acertos que viabilizam no seu desenvolvimento pessoal e educacional. Para Nailton a professora assumiu um papel de autoridade inquestionável dentro da sala de aula, tornando assim desnecessário qualquer tipo de argumentação da sua parte. A falta de afetividade e até mesmo de sensibilidade por parte da escola em relação ao aluno pode desencadear uma série de questões que contribuem consideravelmente na falta de entrosamento e relacionamento do aluno nas situações mais simples em sala, como por exemplo, pedir auxílio para entender ou concluir alguma atividade específica. No caso de Nailton, conforme está relacionado no texto, ele nunca solicita a professora e se atrapalha quando se fala com ele. Rogers defendia a ideia de que o professor deve ser o facilitador da aprendizagem, e que cabe a ele orientar da forma mais significativa possível o aluno no seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, permitindo que esse aluno descubra e realize as suas potencialidades em todo o seu processo de crescimento e autorrealização. Rogers estava convencido de que as pessoas só aprendem aquilo de que necessitam ou o que querem aprender. Sua atenção nessa teoria estava voltada sobre a relação aluno-professor, que deveria ser impregnada de confiança e destituída de noções de hierarquia. Rogers defendia que o ideal era que o aluno olhasse para a instituição escolar como um lugar que lhe permitisse uma autoavaliação de si, e não um lugar onde o aluno é apenas fruto de contínua avaliação. Quando o professor assume o papel de facilitador nesse processo, levando em consideração os sentimentos, emoções dos seus alunos por meio de um relacionamento mais próximo com o mesmo em que há demonstração de preocupação e interesse por ele, o processo de aprendizagem é consideravelmente facilitado, oportunizando a esse aluno a abertura de novas experiências, liberdade e responsabilidade de agir e disponibilidade para criar. No caso de Nailton, a escola era vista como um lugar em que ele não tinha autonomia para criar e se movimentar, em suas falas havia insatisfação com a mesma, exemplo disso foi em umas das situações no texto que dizia: “Agora na escola a professora põe uma menina para marcar as crianças que fazem bagunça. Eu já to cheio; a gente não pode nem jogar papel no lixo, nem pedir nada emprestado que a menina já marca...”, além dessa perspectiva de Nailton o seu pai também aponta uma deficiência no diálogo entre professor-aluno, em sua fala declara que sem diálogo as crianças não entendem. Em todo o caso, a escola é vista como a parte que aparece apenas para se tratar de algum problema e não como um lugar onde se mantinha algum tipo de vínculo afetivo. A teoria do psicólogo Carl Rogers permite pensar sobre o processo de aprendizagem através do ensino tradicional, levando a um pensamento crítico para que ocorra mudanças no processo de aprendizagem, tornando mais significativa tanto para o aprendiz quanto para o educador, fazendo com que seja mais do que um simples conhecimento, mas sim algo que leve o indivíduo a mudar suas escolhas, atitudes, personalidade e seu comportamento. Para Rogers, é necessário que a escola seja um campo de liberdade e que dê responsabilidade para o aprendiz, sendo que o professor é um facilitador para que isso ocorra. De acordo com o caso de Nailton, o contrário ocorria, o aluno temia a escola por muitos motivos, como a falta de reforço, a falta de responsabilidade dos educadores, como também a rigidez da professora, chegando ao ponto do aluno ficar depressivo pela seriedade da professora em sala de aula. A reprovação seriada foi algo bem marcante no caso de Nailton. O aluno não era capaz de se auto avaliar, de falar de suas dificuldades para o professor, que deveria ser um facilitador para esse processo, pois já tinha sido rotulado e o mesmo já havia aceito esta rotulação. Para Rogers é necessário que o aluno tenha esta liberdade de expressão para se auto avaliar, poder fazer críticas a si mesmo, reconhecendo no que precisa melhorar. O professor buscando uma relação de democracia, permite entender as emoções, o potencial do aluno e em que o mesmo tem mais facilidade e prazer em aprender, pois o aluno aprende e se dedica naquilo que ele considera importante para si. (SOUZA, CALLOU e MOREIRA, 2013 apud ROGERS, 1974) Rogers descarta esse processo da escola tradicional, pois as regras da mesma coloca o aluno na posição neutra perante as tomadas de decisões sobre seu modo de aprender e de ser avaliado. Este modo de ensino implica pressão no aluno, pois não há descoberta, apenas algo é passado e deve ser aprendido. A autodescoberta é essencial segundo o psicólogo. A respeito de rotulação, laudo médico e aceitação do rótulo por parte da família e do garoto, alguns enfoques tentam compreender o ser humano em todos os seus aspectos, o que mais ganha destaque é quando se trata de transtorno mental. O fundamental era estabelecer uma relação de pessoa-à-pessoa, considerar o cliente em sua totalidade organísmica, ao invés de encará-lo em classificações diagnósticas. (SOUZA, CALLOU e MOREIRA, 2013 apud ROGERS, 1961) Rogers desenvolveu em seus estudos, a importância de compreender a pessoa como um todo, por isso sua abordagem é centrada na pessoa, ele acredita que o indivíduo/cliente tem capacidade própria, de amadurecimento e crescimento pessoal, chamada de tendência atualizante. Para Rogers (1988, p.40) “(...) o indivíduo traz dentro de si a capacidade e a tendência, latente se não evidente, para caminhar rumo à maturidade. Em um clima psicólogo adequado, essa tendência é liberada, tornando-se real ao invés de potencial(...)” seja chamado a isto uma tendência ao crescimento, uma propensão rumo à auto regulação. Ou uma tendência direcionada para frente, esta constitui a mola principal da vida, e é, em última análise, a tendência de que toda a psicoterapia depende. Em sua abordagem centrada na pessoa, Rogers defende a importância do psicólogo ser empático na compreensão do cliente, aceitação positiva e incondicional. Somos de profunda ajuda somente quando nos relacionamos como pessoas, quando nos arriscamos como pessoas no relacionamento, quando vivenciamos o outro como pessoa em seu próprio direito (Rogers,1977 p. 100) Ao final do relato de Patto, ela traz os resultados gerais levantados pelos testes aplicados em Nailton por um psicólogo, um dos pontos que o CAT e o HTP levantaram foram as carências afetivas relacionadas aos pais. Rogers (1988) traz que para que se dê o processo de aprendizagem é necessário a integração da aprendizagem à fatores como: linguagem, inteligência, dinâmica familiar, afetividade, motivação e escolaridade. Com base nisso, entendemos que a dinâmica familiar é diretamente relacionada à carência afetiva de Nailton, então este é um fator que pode estar influenciando na sua dificuldade de aprender. “(...) Rogers chamou de consideração positiva incondicional caso essas avaliações sempre fossem positivas;ou seja, não haveria distanciamento ou incongruência entre o organismo e o self, a autoestima seria incondicional, as necessidades de consideração positiva e autoestima não discordariam da avaliação organísmica, fazendo a pessoa funcionar de modo completo. Mas, segundo este autor [Morris e Albert 2004], a maior parte dos pais trata seus filhos com a consideração positiva condicional, valorizando e aceitando apenas alguns aspectos da criança. A maneira como ela se comporta e satisfaz certas condições é que determinará a aceitação, o amor e afeto dados a ela. Assim, o autoconceito do indivíduo desvincula-se cada vez mais de sua capacidade inata de ser.” (SCARTEZINI, ROCHA, PIRES, 2013) A possibilidade de os pais estarem valorizando apenas alguns aspectos de Nailton pode ser grande gerados da frustração do garoto, levando-o a um sentimento de castração, onde tudo que ele faz está errado e o levou a aceitar o seu rótulo de nervoso e de Oligofrênico. Scartezini, Rocha e Pires (2013) ainda vem trazer o quanto o amor e o apreço de pessoas significativas como os pais é primordial para a formação da autoimagem da criança e isso influencia no rumo que sua vida vai levar.É aí que entramos na questão da auto afirmação social que Nailton também tem carência. “Em sua teoria, Rogers destaca duas necessidades importantes para o indivíduo, a necessidade de consideração positiva e a necessidade de autoconsideração, ambas aprendidas. A primeira desenvolve-se quando o indivíduo é bebê e a segunda em virtude de o bebê receber a consideração positiva dos outros. ” (SCARTEZINI, ROCHA, PIRES, 2013) Hipóteses de Solução Uma possível solução para ajudar no aprendizado de Nailton em seu ambiente escolar é que os professores estimulem mais para que ele se interesse no contexto escolar. Nailton se sente desmotivado, com os rótulos que deram para ele, e assim acaba dificultando sua aprendizagem. Um exemplo disso é que a pesquisadora que observou ele e realizou atividades lúdicas com, pode perceber que o mesmo tem várias habilidades. “Na concepção de Neri (1992), fazer com que os alunos se sintam motivados para aprender é o primeiro passo para a prevenção da indisciplina, e um grande desafio para o professor e a escola’’(ROGERS 1951; 1959) acreditava que as pessoas são animadas por um potencial ao crescimento e à criatividade, tornando-se frustradas e às vezes até mesmo destrutivas quando uma concepção inferior de si mesmas ou limitações externas impede seu processo de valorização’’(SOUZA, LOPES, SILVA, 2013) Assim Nailton era inferiorizado com os rótulos que foram colocados nele, e ao aceitar a forma como eles o viam acabava atrapalhando o desenvolvimento e aprendizagem. Por falta de estímulo e motivação no ambiente em que ele estava. Por tanto é necessário a mudança de comportamento daqueles que lhe cercam em seu ambiente escolar, aqueles que estão ali para ajudar a desenvolver suas habilidades e não dificultar. Para que se solucione essa questão de falta de afetividade entre professor- aluno, é importante que o professor esteja disposto a criar um ambiente positivista, onde o aluno é incentivado a explorar além daquilo que lhe é proposto, sendo esse incentivo acompanhado de um reconhecimento do seu esforço. Os professores podem criar esse ambiente através de elogios que levem esses alunos a se sentirem seguros para explorar, sem o medo de ser reprovado quando cometerem alguma falha no processo. No caso de Nailton a visão que ele tinha era de uma escola que não o acolhia e que lhe parecia inacessível, conforme os desenhos que ele produzia da mesma, e sempre que havia um investimento da parte do aluno, ele recebia uma resposta quase sempre decepcionante. Parecia recorrente a professora não olhar o material produzido por Nailton, por exemplo, e isso o deixaria frustrado. Talvez um olhar mais atento por parte do professor à situações nesse sentido pudesse tirar essa concepção de que o aluno era sempre excluído. Quem sabe uma explicação direcionada a turma ou individualmente, apontando o motivo de não ter dado tempo olhar o material de todos naquele dia e promessa de uma tomada de correção em uma aula seguinte talvez pudesse resolver essa questão. A escola também poderia atuar de forma mais presente na vida dos alunos, promovendo ações de interação entre escola-família, por exemplo, reuniões entre os pais e o corpo docente no intuito de aproximá-los e de informá-los sobre o desempenho e as propostas de ensino daquele período letivo. Nessas reuniões apresentar o material daquilo que está sendo produzido em sala de aula pelos seus filhos assim também como os projetos que estão sendo desenvolvidos e propósito dos mesmos na formação desses alunos. Uma outra sugestão que poderia tirar essa impressão de que a escola só procura as famílias para solucionar problemas, seria criar a cada semestre pelo menos, um dia da família na escola onde os pais e os alunos pudessem compartilhar de um tempo juntos dentro do ambiente escolar para um café da manhã seguido de uma palestra sobre algum tema específico na área da saúde, alimentação saudável entre outros temas, criando assim vínculos que pudesse se estreitados ao longo do ano letivo e passasse confiança no trabalho que está sendo desenvolvido. “Qualquer projeto educacional depende da participação familiar; em alguns momentos do incentivo, em outros uma participação efetiva no aprendizado como pesquisar, debater, orientar e valorizar a preocupação que o filho traz da escola. ”(FULGENCIO, NASCIMENTO, MARTINAZZO, 2012) Para que o problema de os alunos temerem o sistema de educação seja solucionado, é necessário que os professores mudem seus comportamentos em sala de aula, que se tornem facilitadores para o processo de aprendizagem, reconhecendo as dificuldades de cada aluno e incentivando cada pequeno ato de interesse do aluno no conteúdo. Assim ambos terão um relacionamento transparente e autêntico. Outro assunto que causa medo nos alunos é a reprovação, o educador deve ser um agente no processo de avaliação, fazendo com que o aluno não se preocupe em estar sendo avaliado, pois antes o educando deve auxiliar o aluno a melhorar em suas falhas, sem rotulá-lo mas acreditar que ele é capaz de dar o seu melhor, pois ao cometer o erro, o professor como facilitador ajudará o aluno a encontrar a aprendizagem correta, sem o menosprezar ou diminuí-lo. Deve-se ter mudanças a respeito da reprovação de ano, pois o aluno, como no caso de Nailton que era bom em lógica, poderia ser bom em alguns conteúdos da matemática, mas por ter dificuldades em outras disciplinas, teve que repetir tudo outra vez, até mesmo disciplinas que ele já havia aprendido. Devido a reprovação não ser estimuladora, mas sim o contrário, as escolas devem estabelecer novos meios para conduzir o aluno a aprendizagem na disciplina que teve dificuldades, fazendo com que ele repita apenas essa, sem ter que passar outra vez por algo que já aprendeu. Uma possível solução sobre os rótulos de Nailton, seria que a escola e a própria família se envolvesse mais com ele, que ressaltasse suas qualidades, pois ele acredita e aceita o rótulo de "nervosinho", ao invés de afirmarem e incentivarem sua criatividade, sua capacidade de aprender novas coisas. Sobre o laudo médico: É necessário que os profissionais "médicos", tenham mais cuidados com seus pacientes, principalmente quando se passa uma medicação, é importante que se investigue a fundo, antes de simplesmente prescrever remédio. Uma proposta que pode ajudar a resolver o problema de afetividade e autoimagemde Nailton é a inserção dos pais em um grupo de orientação de pais para que lá eles entendam a importância do papel que eles desempenham na vida dos filhos e traçar estratégias que ajudem a criar tempo de qualidade com os filhos, rotinas que reforcem as atividades que eles desempenham e assim ajudá-los a construir uma autoimagem mais segura e mais consolidada na narrativa dos pais sobre eles mesmos. “É preciso que os pais dediquem mais tempo aos filhos, para brincarem, passearem, dialogarem, se divertirem, compartilharem conhecimentos e experiências. Devem também, participar da educação escolar dos filhos, serem mais presentes e atuantes na vida deles” (PEIXOTO, 2012) Referencias FULGENCIO, Jaqueline Maria Pereira; NASCIMENTO, Priscila de Souza; MARTINAZZO, Lúcia Baroni. A importância da família no processo de aprendizagem da criança. 2012. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da- familia-no-processo-de-aprendizagem-da-crianca/86034/>. Acesso em: 10 maio 2017. MORRIS, C. G.; ALBERT, A. M. Introdução à Psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 2004. P.355 PEIXOTO, Danusa Corrêa Figueiró. Afetividade e aprendizagem: uma união necessária para a educação. 2012. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/n204768.pdf>. Acesso em: 10 maio 2017. RAFAEL, M. G. A relação de ajuda e a acção social: uma abordagem rogeriana. disponível em: http://www.rogeriana.com/graca/rasocial.htm. Acesso em: 10 maio 2017. Rogers, C. R. Tornar-se pessoa. São Paulo, Martins fonte, 1988. Rogers, C.R. (1977). Ellen west e solidão. In C.R Rogers e R.L Rosenberg. A pessoa como centro ( p. 91-101). São Paulo:EPU SCARTEZINI, Luma Guirado; ROCHA, Ana Carolina Raad; PIRES, Vanessa da Silva. A NECESSIDADE DE AUTOESTIMA EM CARL ROGERS. 2013. Disponível em: <http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/hkNYQZ4GFZuVXwL_2 013-5-13-15-59-41.pdf>. Acesso em: 10 maio 2017. SOUZA, Camila Pereira de; CALLOU, Virgínia Torquato; MOREIRA, Virginia. A questão da psicopatologia na perspectiva da abordagem centrada na pessoa: diálogos com Arthur Tatossian. 2013. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 68672013000200006>. Acesso em: 05 maio 2017. SOUZA, Marcus Vinícius Linhares de; LOPES, Eduardo Simonini; SILVA, Lara Lúcia da. Aprendizagem significativa na relação professor-aluno. 2013. Disponível em: <http://www.cch.ufv.br/revista/pdfs/vol13/artigo3evol13-2.pdf>. Acesso em: 12 maio 2017.
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