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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 9º VARA FEDERAL DA SESÃO JUDICIARIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS/MG Processo n° Denunciado: JOSIANE ALMEIDA. JOSIANE ALMEIDA, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, o qual lhe move a Justiça Pública, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por sua procuradora devidamente constituída (procuração anexo), apresentar, tempestivamente, com base no art. 403, §3º do Código de Processo Penal, ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS pelas razões de fato e de direito que passa a apresentar para, depois, requerer: DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE Observando o que dispõe o art. 411,§4 e art 403 §3 do CPP, no final da audiência de instrução, o juiz concederá a palavra a acusação e a defesa, para que no prazo de 20(vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10(dez) minutos proceda oralmente as alegações finais. E considerando a complexidade do caso ou o número de acusados, o Juiz poderá conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Considerando que o Ministério Público, em sede de suas alegações finais, se limitou a ratificar a denúncia, requerendo a condenação de JOSIANE ALMEIDA pela prática do delito de peculato, a defesa vem tempestivamente apresentar as alegações finais por meio de memorais, tendo em vista que a audiência se deu em 03 de outubro de 2018, e que o prazo é de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. DOS FATOS: O mérito da denúncia trata-se a suposta pratica dos delitos de peculato enquadrados no artigo 312, do código penal. Segundo o que consta na denúncia o acusado teria no dia 08 de julho de 2018, a ré, funcionaria publica de uma autarquia federal, localizada em Belo horizonte/MG, teria cadastrado sem breve autorização, senha bancaria para referida correntista. Posteriormente a ré teria efetuado a solicitação de um cartão magnético de número xxxxxxx, após isso teria supostamente feito diversos saques, com o uso das senhas anteriormente cadastradas, dentre os meses de julho e agosto seguintes. Apesar que neste dia a ré teria chegado as 08h30min antes do início do expediente bancário e efetuando o login e senha em seu computador, sendo que a mesma não se manteve sentada em todo esse tempo na frente de sua máquina podendo outro agente que não a ré ter efetuado a solicitação do cartão as 09h00min (início do expediente), a frente da ré, para poder incriminar a mesma. Porem soma-se aos fatos que a ré buscou cargo público por meio de concurso e com muito devoção, afim de adquirir estabilidade e sustento digno a sua família. e já se faz proprietária de bens e recursos para e dignas e suficientes para provento seu e de sua família, sem qualquer necessidade de obter por meio ilícito e prejudicar sua idoneidade profissional, afim de qualquer vantagem DO DIREITO PRELIMINARMENTE: Salienta-se que desde o início desse processo, o princípio do devido processo legal, e o principio da ampla defesa e do contraditório garantidos pela CF/88 em seu art. 5 inciso LIV e LV vem sendo desrespeitado; assim requer a nulidade absoluta do processo, por ofensa também do princípio da culpabilidade e da presunção de inocência garantidos pela CF/88 em seu art 5, inciso LVII, e em conformidade com o art. 564, III, a, do CPP. Por todas as ofensas aqui demonstradas, aos princípios da ampla defesa e do contraditório art. 5 inciso LV da CF/88, e art. 564 inciso III do CPP; requer a nulidade do processo por cerceamento de defesa. Diante da ausência de elementos que justifiquem o oferecimento da presente denúncia em relação ao crime previsto no art. 312 do CP, em conformidade com o art. 395, III, CPP, requer, alternativamente, que a denúncia seja rejeitada em razão da ausência de justa causa. DA FUNDAMENTAÇÃO: Desde já, salienta-se a injustiça praticada contra o presente acusado, tratando-se a suposta pratica dos delitos de peculato enquadrados no artigo 312, do código penal. Primeiramente no dia em que se presume que a ré, tenha efetuado a requisição dos cartão magnético, e após a criação de senha, a ré não se encontrou-se sentada com em todo o expediente laboral, podendo a mesma se levantar para ir ao banheiro ou ate mesmo a impressora da agencia, podendo facilitar com que outra pessoa ou colega tenha efetuado a solicitação e cadastro de senha em nome da correntista, para posterior saque de seus recursos. Pois bem sabes que em analise as imagens os peritos constem que a ré não esteve na agencia para fazer qualquer tipo de saque excluindo assim o crime e peculato- apropriação. Assim o Ministério Publico, se se limitou a ratificar a acusação no crime de peculato, mas cabe destacar que o artigo 312, caput, que para se configurar crime de peculato- apropriação devera ser com o intuito de apropriar para si coisa de outrem valendo-se de seu cargo, porem no caso não se configura o crime de peculato-apropriação afinal, pode ser proveniente de um erro da ré ou de outrem a fim de lhe incriminar. Portanto não há de se falar em crime de peculato, conforme destaca o caput do próprio artigo: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Assim sendo, não houve qualquer crime que justificasse a condenação do acusado, não houve qualquer ato ilícito, sem ultrapassar a moralidade e licitude; não ocorreu o crime depeculato, pois restou ausente o apropriar-se para si ou para outrem, e muito menos qualquer outro crime. O acusada é um mulher idônea, trabalhadora e que sua capacidade financeira ou familiar faria com que a mesma agisse de ma-fé contra a coresntista, e nunca ultrapassou a moralidade; havendo de afastar o delito do Art 312 do CP aplicando o Art. 386 do CPP para a absolvição do réu, por ausência de tipicidade visto não constituir o fato infração penal. Por todo posto, espera-se a imediata absolvição do acusado. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer Vossa Excelência digne-se de: # Declarar a nulidade absoluta do processo, pela inépcia da denuncia, conforme argumentações das preliminares; # Alternativamente, a denúncia deve ser rejeitada por ausência de justa causa. # Ainda preliminarmente, requer seja declarada a nulidade do processo pelo cerceamento de defesa; # Absolver o acusado, pela inexistência do crime e/ou pela ausência de provas que possa levar a convicção da ocorrência do crime a ele imputado; Nesses termos, Pede e espera deferimento. Belo Horizonte/ MG 06 de outubro de 2018 Nome da Advogada (OAB ___)
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