Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 A Psicologia da cor Desde os primórdios da humanidade,a cor já é utilizada como elemento de sinalização Através da arte rupestre expressavam as ansiedades da época Fonte de cor na época: Sangue de animais, frutas vermelhas, folhas verdes, carvão... 2 Mesclada à cada sociedade do planeta, em diferentes períodos, uma mesma cor tende a adquirir diversos significados. Nas sociedades ocidentais, por exemplo, o branco tem simbolismo oposto (vida) ao representado nas sociedades orientais (morte) 3 Ao se falar em evolução das cores, é necessário mencionar a evolução da pintura que através dos estudos de Leonardo Da Vinci, Pablo Picasso, Rafael, Michelangelo, Monet, Salvador Dalí, Velasquez, entre outros. Esses artistas deram uma nova dimensão ao uso de cores, pois misturaram tons de forma criativa, obtendo resultados revolucionários que são estudados até os dias de hoje. Iluminação, Gradação, Tons Claros e Escuros, Efeitos Estéticos 4 A partir dos estudos de Da Vinci, há uma ruptura paradgmática, onde os designers encontram caminhos livres para criação Entretanto, o modo como a cor chega aos nossos olhos inevitavelmente faz com que o cérebro ainda perceba significados inconscientes que ela muitas vezes transmite. 5 Graças a isso, a essa percepção inconsciente, é que se faz necessário ao design, antes do conhecimento teórico, o bom senso. Antes de escolher as cores para a composição do layout, o profissional deve ter em mente dois pontos: O tipo da empresa para qual está construindo um site. O público-alvo que esta empresa pretende atingir. 6 Segundo Bystrina, para sua sobrevivência psíquica, o homem constrói sobre a estrutura da primeira realidade sensível, predeterminada biofisicamente, uma outra realidade, operada pela cultura. Essa “segunda realidade”, concebida pela criatividade, imaginação e fantasia humana, tem um caráter sígnico e é essencialmente narrativa (Bystrina, Semiótica da Cultura) Aspectos fisiológicos 7 Propõe-se realizar uma análise mais profunda a capacidade perceptiva do homem, no que se refere à informação cromática, investigando as invariantes na recepção, no armazenamento, na geração e na produção de informação Com isso pretende-se apresentar informações que sirvam de base para criação e uso mais eficiente na comunicação (de uma interface) 8 Inicialmente, vamos procurar essas invariantes na descrição do aparelho óptico e de seu comportamento geral visando fornecer um repertório mínimo para o estudo da formação da imagem e da percepção das cores. LOBOS CEREBRAIS ÁREA DE BROCA Parte motora da fala CEREBELO (Equilíbrio) 3º LOBO TEMPORAL (Audição) 2º LOBO PARIETAL Área de interpretação 1º LOBO FRONTAL: Pensamento e emoções 4º LOBO OCCIPTAL (Visão) Área pré-motora voluntária Área pós-sensorial voluntária PONTE e BULBO ou MEDULA OBLONGA respiração e batimentos cardíacos 9 O que chamamos de “cor” é como percebemos na nossa cultura o espectro de luz; cada cor equivale a um comprimento de onda de luz, uma vibração eletromagnética que nosso olho recebe pelas células cones, cerca de três milhões delas em cada olho. Do centro da fóvea sai o nervo óptico que vai direto para o cérebro (Tálamo), e posteriormente para nuca, onde fica o córtex visual que interpreta culturalmente a luz como cor. 10 TÁLAMO TÁLAMO DUAS MASSA OVÓIDE DE SUBSTÂNCIA CINZENTA FUNÇÃO INTEGRADORA : • Retransmite as informações ascendentes sensorial para o córtex. • Relaciona informação sensorial (auditiva, visual, gustativa, dor, calor, tato fino e grosso e pressão. A informação cromática quando é emitida ainda não constitui um signo. Ela deverá, para isso, ser recebida pela nossa visão e atualizada pela percepção e interpretação da sua materialidade. 11 Nesse processo informacional, a percepção visual desempenha um papel de grande relevância, pois é por meio do “comportamento” do aparelho óptico e do cérebro que alguns aspectos da cor são decodificados. Esse comportamento interno da percepção visual é regido por códigos construídos por estruturas preexistentes e por sistemas informacionais hereditariamente transmitidos, os quais podemos considerar invariantes. 12 Essas estruturas invariantes dos processos informacionais na produção e recepção dos textos cromáticos são regidos pelos códigos primários. Segundo Bystrina (Semiotick der Kultur, p.104-5) � Os códigos primários são os fisiologicamente mais antigos e compõem os códigos genéticos (informações entre antepassados e descendentes), os códigos intraorgânicos (informação no interior de um organismo) e os códigos perceptivos (informações entre o organismo e o seu meio) 13 Os códigos secundários não são transmitidos hereditariamente como os códigos primários. códigos secundários Dessa forma, a partir dos códigos primários da percepção visual e da decodificação neurônica das cores, adquirimos naturalmente um repertório de signos que, com a atuação reguladora dos códigos secundários, passa a construir o que conhecemos superficialmente como linguagem das cores. 14 parâmetros de definição da cor A definição da aparência da cor figura-se através de três características principais. O matiz, o valor e o croma. Caivano, Sistemas de orden del color, p.13 Os três parâmetros para definição das cores são praticamente universais. Um primeiro para determinar a exata posição da cor no espectro eletromagnético; um segundo para determinar as atenuações ascendentes (clareamento) e descendentes (escurecimento) da cor; e um terceiro para determinar a proximidade da cor espectral com a sua correspondente em uma escala de tons de cinza. 15 Por matiz entende-se a própria coloração definida pelo comprimento de onda; é o que determina o que conhecemos por azul, vermelho, amarelo, verde, etc. Por valor, entende-se a luminosidade da cor, ou o quanto a cor se aproxima do branco ou do preto. Por croma, entende-se a saturação ou o grau de pureza da cor. O croma se refere ao aspecto que varia entre uma cor intensa ou de máxima pureza e um apagado ou acinzentado, supondo que pertençam ao mesmo matiz e possuam idêntico valor. Caivano, Sistemas de orden del color, p.14 16 Consideramos primárias as cores que não podem ser formadas pela soma de outras cores (são irredutíveis), e secundárias as cores formadas pelo equilíbrio óptico ou físico entre duas cores primárias, ou seja, cores formadas pela mistura de duas cores primárias em iguais quantidades ou iguais intensidades. Cores primárias e secundários As cores primárias 17 Cores Secundárias Consideramos primárias as cores que não podem ser formadas pela soma de outras cores (são irredutíveis), e secundárias as cores formadas pelo equilíbrio óptico ou físico entre duas cores primárias, ou seja, cores formadas pela mistura de duas cores primárias em iguais quantidades ou iguais intensidades. Assim, obtemos as cores-luz secundárias cyan (mistura das luzes azul e verde), magenta (mistura de luzes azul e vermelha) e amarelo (mistura das luzes verde e vermelho), e as cores-pigmento secundárias vermelho (mistura dos pigmentos amarelo e magenta), verde (mistura dos pigmentos azul e amarelo) e azul (mistura dos pigmentos cyan e magenta). Como a manipulação das cores é diferente para a mistura de luzes e de pigmentos, podemos observar que uma cor irredutível em uma das sínteses é uma cor composta na outra, e que as cores primárias da síntese subtrativa são secundárias na síntese aditiva e vice-versa (Figura 01 e 02). 18 Síntese subtrativa das cores (Figura 01) Síntese aditiva das cores (Figura 02) 19 As cores que percebemos são produzidas pela luz. A luz do sol, aparentemente branca, é, na verdade, composta pelas sete cores do arco-irís. Quando a luz do sol ilumina um objeto, algumas dessas cores são absorvidas pelo objeto, enquanto as outras são refletidas na direção dos olhos que as percebem. É esse o fenômeno na direção dos olhos que as percebem. Esse fenômeno nos permite dizer qual a cor dos objetos. As cores exercem diferentes efeitos fisiológicos sobre o organismo humano e tendem, assim, a produzir vários juízos e sentimentos. Aparentemente, damos um peso às cores. Na realidade, olhando para cada uma cor damos um valor-peso, mas é somente um peso psicológico. 20 A cor, elemento fundamental em qualquer processo de comunicação, merece uma atenção especial. É um componente com grande influência no dia a dia de uma pessoa, interferindo nos sentidos, emoções e intelecto. Através da combinação de diferentes cores descobrimos efeitos surpreendentes. A cor é vista: impressiona a retina. A cor é sentida: provoca emoção. A cor é construtiva, pois tendo um significado próprio, possui valor de símbolo, podendo assim, construir uma linguagem que comunique uma idéia, que pode ser de leveza, alegria, sobriedade, etc. 21 Cores complementares Cores complementares são as cores opostas no disco de cores. Ex: o vermelho é complementar do verde. O azul é complementar do laranja. As cores complementares são usadas Para dar força e equilíbrio a um trabalho criando contrastes. raramente se usa cores apenas cores complementares em um trabalho, o efeito pode ser desastroso. Ressaltamos que as cores complementares são as que mais contrastes entre si oferecem, sendo assim, se queremos destacar um amarelo, devemos colocar junto dele um violeta. Cores Análogas Cores análogas são as que aparecem lado-a-lado no disco de cores. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. Por exemplo o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado tem em comum a cor laranja. Elas são usadas para dar a sensação de uniformidade. A composição em cores análogas são consideradas elegantes, e podem ser equilibradas com uma cor complementar. 22 Tom Refere-se ao maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Quando se adiciona preto a determinado matiz, este se torna gradualmente mais escuro, e essas graduações são chamadas escalas tonais. Para se obter escalas tonais mais claras acrescenta-se branco. A temperatura das cores A temperatura das cores, designa a capacidade que as cores têm de parecer quentes ou frias. 23 Contrastes Cores contrastantes São cores que, quando usadas próximas umas das outras, produzem uma sensação de choque. As cores contrastantes são diretamente opostas no disco das cores. Assim, a cor que mais contrasta com o vermelho é o ciano; o mesmo acontece com o azul e o amarelo; e com o magenta e verde. Se a cor é primária, contrasta sempre com a secundária e vice-versa. O resultado estético dessas combinações nem sempre é satisfatório, a não ser que haja interesse em explorar o choque visual produzido por elas. Quando mais forte forem elas, maior será esse impacto. Contrastes Orle Baertling Aqui um exemplo do uso da cor preto para destacar as demais. 24 Contrastes de limite A cor central é uma mistura das duas cores laterais. Observe que a faixa central é clareada por cada uma das duas outras cores, mas do lado oposto. No limite com a faixa vermelha, o violeta é clareado pelo azul e, no limite com a faixa azul, o violeta é clareado pelo azul, o violeta é clareado pelo vermelho. Dicas de combinações � Brinque de combinar. Utilize pequenas amostras, desenhe e use lápis de cor. Faça exercícios. É sério! A prática também é importante. Desenhe um bloco, ou junte alguns retalhos e verifique: você gostou? O que está faltando? Ficou escuro, coloque mais brilho e diminua o contraste. Ficou muito claro? Que tal acrescentar uma "sombra"? O que irá dar harmonia na combinação, não é só a mistura do amarelo com verde, ou do azul com o rosa, é o complemento do esquema inicial, o balanceamento dos valores. Lembre-se: claro, médio e escuro em harmonia. Estude, aprecie e analise a sua combinação e procure saber qual o objetivo que você quer alcançar com o seu esquema de cor: alegria, seriedade, luminosidade, tranqüilidade, inovação, agressividade etc. O círculo cromático é uma boa ferramenta para combinarmos cores, mas lembre-se de que regras podem ser quebradas. 25 Dicas de combinações Esquema de Cores Primárias - As cores primárias são cores puras e que merecem atenção e cuidado quando usadas. Complemente com cores neutras. Tríade - É um esquema que usa três cores secundárias eqüidistantes. Por exemplo: verde, violeta, laranja ou então violeta azulado, laranja avermelhado, verde amarelado. A tríade é considerada como um dos esquemas mais harmoniosos na roda de cores. Forma um triângulo isósceles na Roda de Cores. Dicas de combinações Esquema de Cores Quentes - Você combina as cores e tonalidades consideradas quentes: amarelo, laranja,vermelho e marrom. Esquema de Cores Frias - Você combina as cores e tonalidades consideradas frias: azul, verde e violeta. 26 Dicas de combinações Esquema de Cores Diretamente Complementares - Combinar duas cores diretamente opostas na roda. Uma intensifica a outra. É uma forma de dar início a um esquema. Por exemplo: Laranja é diretamente complementar ao azul, então, comece com azul e laranja e complemente com as tonalidades (claro, médio e escuro), podendo balancear com cores neutras e os bons vizinhos. Dicas de combinações Quadricolor - É um esquema que usa duas cores complementares separadas por duas cores adjacentes a elas. É um esquema considerado harmônico, porque contém duas cores diretamente complementares. Por exemplo: Azul, vermelho violeta, laranja, verde amarelado. Formam um retângulo na Roda de Cores. 27 Dicas de combinações Esquema Complementar Dividido - É um esquema com 3 cores, sendo que duas são análogas ou adjacentes e a terceira é uma diretamente complementar. Por exemplo: amarelo (complementar) com azul violeta e vermelho violeta (adjacentes). Dicas de combinações Esquema Duplo Complementar Dividido - É um esquema onde duas cores diretamente complementares se juntam a duas outras cores separadas mutuamente por uma adjacente. Neste esquema forma-se um retângulo na roda de cores. Por exemplo: verde, vermelho, amarelo e violeta. 28 Dicas de combinações Lembre-se de que ao formar um esquema, necessariamente você não usará apenas as cores dispostas na extremidade da roda de cores, o balanço e a harmonia vêm com o uso das tonalidades (valores): claro-médio-escuro. Cor é responsabilidade emocional. Esquema policromático: Usam-se muitas cores da roda de cores. É uma combinação charmosa e alegre. � Cores Acromáticas: São as cores chamadas neutras: o branco, o preto, as cinzas e os marfins. Cores acromáticas ou neutras 29 � As cores podem parecer diferentes em função da cor do fundo. Aspectos das cores Efeitos com as cores Qual dos círculos é maior? 30 O significado das cores Força, euforia, alegria e confiança Estimulante, alerta, esperança Dinamismo, energia, revolta, calor, raiva Bem-estar, paz, saúde, equilíbrio Viagem, verdade, intelectualidade, advertência. Fantasia, mistério, egoísmo, espiritualidade. Estima, valor, dignidade. Pensar, melancolia. O significado das cores em nossas vidas. Idade do saber, da experiência, eda benevolência.Acima de 60 anos Idade do juízo, do misticismo, da lei.Período de 50 a 60 anos Idade do pensamento e da inteligência.Período de 40 a 50 anos Idade da diminuição do fogo juvenil.Período de 30 a 40 anos Idade da força, potência, arrogância.Período de 20 a 30 anos Idade da imaginação, excitação, aventura.Período de 10 a 20 anos Idade da efervescência e da espontaneidade Período de 1 a 10 anos 31 Bibliografia Da cor à cor inexistente – Israel Pedrosa Editora Universidade de Brasília – 3ª edição Psicodinâmica da cores em comunicação – Modesto Farina Editora Edgar Blucher Ltda – 4ª edição Arte & Percepção Visual – Rudolf Arnheim Editora Livraria Pioneira – 7ª edição www. pat.patches.nom.br – Teoria da cores
Compartilhar