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O Direito de Família e a Multidisciplinaridade

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1.INTRODUÇÃO AO 
DIREITO DE FAMÍLIA
� O Direito de Família, na atualidade, comporta estudo
multidisciplinar
� O QUE É FAMÍLIA?
Conceito variável e suscetível de diversas significações
� Para um linguista:
� “Pessoas aparentadas que vivem, em geral, na mesma casa, 
particularmente, o pai a mãe e os filhos. Pessoas do mesmo 
sangue. Origem e ascendência. Conjunto de gêneros afins.” 
(Aurélio)
� Para um jurista tradicional:
� “Um conjunto de pessoas ligadas pelo vínculo da 
consangüinidade, cuja eficácia se estende ora mais 
larga, ora mais restritamente, segundo as várias 
legislações. Outras vezes, porém, designam-se por 
família, somente os cônjuges e a respectiva 
progênie.” (Clóvis Beviláqua)
� Para um jurista da modernidade:
� “... Família como refúgio afetivo, centro de 
intercâmbio pessoal e emanador da felicidade 
possível.” (Luiz Edson Fachin)
� Para um psicólogo:
� “... É uma organização social, com relações de 
produção, reprodução, distribuição e poder; com 
interesses coletivos e individuais e fortes 
componentes ideológicos, valorativos e afetivos.”
(Dora Davison)
� A família é uma organização que se 
transforma evolutivamente para adaptar-se 
às transformações sociais.
� O grande valor da família reside, 
precisamente, na grande plasticidade que 
possui para adequar-se às mudanças do 
meio e assim subsistir. 
� Gradual eliminação do papel da família 
como unidade econômica de produção. 
Passagem da economia agrária à economia 
industrial – INDUSTRIALIZAÇÃO
� As famílias são cada vez menores: a grande 
família rural cede espaço para a família 
nuclear urbana.
� O homem vai para a fábrica e a mulher 
lança-se no mercado de trabalho. 
� Diminuição progressiva do poder 
patriarcal, paralelamente à crescente 
individualização dos jovens e das mulheres
� Maior longevidade de seus membros 
permite que várias gerações convivam 
� Aumento de possibilidade de conflitos 
entre eles
� A emancipação da mulher
acarretando:
a) A democratização nas relações familiares (a 
crescente independência econômica das mulheres e 
sua participação na vida pública ampliou sua 
margem de negociação quanto aos direitos e 
responsabilidades dentro do lar)
b) As relações conjugais mais simétricas e 
equitativas (o que, paradoxalmente, é um novo 
fator de tensão na vida familiar)
c) A ampliação do espaço para as alternativas 
individuais (cada vez mais a mulher tem acesso a 
níveis educacionais superiores)
� Desvinculação da atividade sexual e consequente 
procriação. Avanços tecnológicos:
- sexo com procriação
- sexo sem procriação
- procriação sem sexo
� Outro fator de transformação é a crescente 
instabilidade da família tradicional, que se reflete 
no aumento de separações e divórcios
� Maior tolerância quanto à diversificação de 
estruturas familiares. Flexibilização das 
expectativas quanto à constituição e organização da 
família.
a) dessacralização do casamento (perde importância 
a sua “áurea sagrada”) 
b) dissociação da família/casamento
c) dissociação do vínculo conjugal com o vínculo parental 
(termina a relação conjugal, mas segue a parental)
d) aumento de uniões de fato
e) maior número de lares monoparentais
f) inversão da sequência casamento-filhos. Muitos casais 
contraem casamento com a chegada de filhos
� “Da superação do antigo modelo da grande-família, na 
qual avultava o caráter patriarcal e hierarquizado da 
família, uma unidade centrada no casamento, nasce a 
família moderna, com a progressiva eliminação da 
hierarquia, emergindo uma estrita liberdade de 
escolha; o casamento fica dissociado da legitimidade 
dos filhos. Começam a dominar as relações de afeto, 
de solidariedade e de cooperação...
� ... Proclama-se a concepção eudemonista da família: 
não é mais o indivíduo que existe para a família e para 
o casamento, mas a família e o casamento existem 
para o seu desenvolvimento pessoal, em busca de sua 
aspiração à felicidade.” Luiz Edson Fachin
� Família “eudemonista”. (Andrée Michel) Cada um 
busca na família sua própria realização, seu próprio 
bem-estar.
� “La familia es un espacio paradójico: Por un lado, es el 
lugar privilegiado del amor el cuidado y apoyo 
mutuos, la intimidad, la solidaridad, la comprensión, la 
compasión, el perdón, el compartir y otras 
experiencias profundas de la vida humana. Por outro 
lado, es el lugar privilegiado de la violencia, la 
desigualdad entre hombres y mujeres, las prácticas 
autoritarias, la discriminación, el abuso y el incesto.” 
Dora Davison
� Portanto, é este paradoxo “família” que o Direito de 
Família busca regular.
� Porém, não devemos esquecer que: 
� Algumas relações humanas o Direito pode regular 
totalmente; outras o Direito nada pode regular, e, 
outras, ainda, apenas parcialmente o Direito pode 
regular...
� ... e desta última natureza é que são as relações de 
“família”.
� O NÓ E O NINHO (Michelle Perrot) – Revista Veja 25 anos: 
reflexões para o futuro. São Paulo: Abril, 1993, p.75-81
� A REPERSONALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE FAMÍLIA ( Paulo 
Luiz Neto Lôbo)- Revista Brasileira de Direito de Família, Porto 
Alegre, n. 24, p. 136-156, jun./jul. 2004
� O PAPEL JURÍDICO DO AFETO NAS RELAÇÕES DE FAMÍLIA ( 
Silvana Maria Carbonera) In: Pereira, Rodrigo da Cunha (coord.) 
Anais do I Congresso Brasileiro de Direito de Família. Repensando 
o Direito de Família. Belo Horizonte: Del Rey, 1999, p. 485-511)
�Os “álbuns familiares”
FAMÍLIA NUCLEAR - MODELO “STANDARD”
PAI + MÃE + FILHOS = Pequena Família Burguesa
� UNIÃO ESTÁVEL ENTRE HOMEM E 
MULHER
� Reconhecimento da união estável entre 
homossexuais
� Decisão do STF - ADI 4277
e da ADPF 132
� Reconhecimento de várias estruturas 
coexistindo
�Momento de transição
� Do modelo singular ao modelo plural
� O Direito de Família surge como um ramo do Direito 
Privado
� Abrangido pelo processo de codificação do direito
(séc. XVIII e XIX)
� Código Napoleônico de 1804 = grande expoente 
� Família somente constituída pelo casamento
� “O direito de família é um conjunto de regras que disciplinam os 
direitos pessoais e patrimoniais das relações de família.” (Paulo Lôbo)
� O direito de família abrange:
� “a) o direito das entidades familiares, que diz respeito ao matrimônio 
e aos demais arranjos familiares, sem discriminação;
� b)o direito parental, relativo às situações e relações jurídicas de 
paternidade, maternidade, filiação e parentesco;
� c) o direito patrimonial familiar, relativo aos regimes de bens entre 
cônjuges e companheiros, ao direito alimentar, à administração dos 
bens dos filhos e ao bem de família;
� d) o direito de tutelar, relativo à guarda, à tutela e à curatela.” Paulo 
Lôbo
Código Civil de 1916:
� Inspirado no Código Napoleônico (1804 - marco do 
Direito de Família), traduz as idéias da época
� a) hierarquizada- (homem) - (mulher e filhos)
� Forte distinção dos gêneros:
� HOMEM = chefe da família
� MULHER= relativamente incapaz com o casamento 
até a Lei 4121/62
� b) patriarcal – confere ao pai a direção unitária da família regida pela 
lei da desigualdade arbitrária e poder imotivado
� c) matrimonializada - casamento legitima a família e era indissolúvel
� d) patrimonializada - privilegia as relações patrimoniais
� e) Transpessoal – os interesse de uma unidade da instituição 
prevalecem sobre os seus membros
� Com o tempo o CCB cede espaço para as leis extra-codificadas
� Lei 883/49 - reconhecimento dos filhos ilegítimos (com 
restrições – após dissolvida a relação conjugal)
� ESTATUTO DA MULHER CASADA – Lei 4121/62
� Lei de Alimentos nº 5.478/68
� LEI DO DIVÓRCIO – Leinº 6.515/77 (pós emenda 
constitucional nº 9)
� A Constituição Federal de 1988, surge como um 
texto unificador. Bastante inovador no que tange ao 
direito de família
� Publicização do Direito Civil em geral e do Direito de 
Família em particular (Constitucionalização do 
Direito de Família)
� As diretrizes da Constituição Federal serviram para 
um re-direcionamento do instituto da família
Constituição Federal de 1988
� Modelo plural = reconhece várias estruturas 
familiares,mantendo ainda a importância do 
casamento
� Igualdade de gênero
� Igualdade da filiação = interesse da criança e do 
adolescente
� Dimensão protetiva e não mais contemplativa da 
família
� a) Democrática – baseada na igualdade de homens e mulheres (a 
família diárquica ou bicéfala) e a igualdade da filiação (interesse da 
criança e do adolescente)
� b) Plural – são reconhecidas várias estruturas familiares relativizando a 
importância do casamento
� c) Repersonalizada – contrariamente à visão transpessoal a família 
está voltada para a realização pessoal de cada um dos seus membros
� d) Despatrimonializada – a família não mais vista como um centro de 
produção e transmissão de fortuna, mas o lugar propício de uma 
felicidade possível.
� e) Funcional – O caráter funcionalizador das relações familiares. A 
família instrumental. A família-função e não mais a família-instituição. 
Valor jurídico do afeto.
� ART. 226 � A família, base da sociedade, tem
especial proteção do Estado.
� § 1º O casamento é civil e gratuita sua celebração.
� § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos
da lei.
� § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a
união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão
em casamento.
� § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes.
� § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal
são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
� § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo 
divórcio. (Redação dada Pela Emenda 
Constitucional nº 66, de 2010)
� (TEXTO REVOGADO:§ 6º O casamento civil pode ser 
dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por 
mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada 
separação de fato por mais de dois anos.) 
� § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa
humana e da paternidade responsável, o planejamento
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado
propiciar recursos educacionais e científicos para o
exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
� § 8º O Estado assegurará a assistência à família na
pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações.
� ART. 227 É dever da família, da sociedade e do 
Estado assegurar à criança e ao adolescente, 
com absoluta prioridade, o direito à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão.
� § 1º O Estado promoverá programas de assistência
integral à saúde da criança e do adolescente, admitida
a participação de entidades não governamentais e
obedecendo os seguintes preceitos : ...
� § 2º...
� § 3º ...
� § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a
exploração sexual da criança e do adolescente.
� § 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na
forma da lei, que estabelecerá casos e condições de
sua efetivação por parte de estrangeiro.
� § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
� § 7º ...
ART. 228 São penalmente inimputáveis os
menores de dezoito anos, sujeitos às
normas da legislação especial.
� ART. 229 Os pais têm o dever de assistir, criar e educar
os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.
� ART. 230 A família, a sociedade e o Estado têm o dever
de amparar as pessoas idosas, assegurando sua
participação na comunidade, defendendo sua dignidade
e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
� Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – Lei 8.069/90
� Lei da Investigação Oficiosa da Paternidade – Lei nº 8.590/92
� Estatuto dos Conviventes – Leis nº 8971/94 e 9278/96 (leis 
consideradas revogadas pelo Código Civil de 2002)
� Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003)
� Nova Lei de Adoção (Lei 12.010/2010)
� Emenda Constitucional n. 66
�Retoma a codificação
�Agrega na sua maioria os 
princípios constitucionais em 
matéria de direito de família.
� Parte Geral 
� Livro I - Das Pessoas { Títulos I ,II e III
� Livro II - Dos Bens { Títulos Único
� Livro III - Dos Fatos Jurídicos { Títulos I , II e III
� PARTE ESPECIAL 
� Livro I – Do Direito das Obrigações (art. 233 e ss)
� Livro II – Do Direito de Empresa (art. 966 e ss)
� Livro III – Do Direito das Coisas (art. 1196 e ss)
� Livro IV - Do Direito de Família (art. 1511 e ss)
� Livro V - Do Direito das Sucessões (art. 784 e ss)
� Título I – Do direito pessoal
� Subtítulo I – do casamento
� Subtítulo II – das relações de parentesco
� TÍTULO II – Do direito patrimonial
� Subtítulo I – do regime de bens
� Subtítulo II – do usufruto e administração dos bens de filhos 
menores
� Subtítulo III – dos alimentos
� Subtítulo IV – do bem de família
� Título III – Da união estável
� Título IV – Da tutela e da curatela

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