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Direito Processual Penal - Recursos 23.02.2015 Bibliografia: ● Processo Penal Esquematizado. Norberto Avera. Método ● Manual de Processo Penal e Execução Penal. Guilherme Nucci. RT ● Curso de Processo Penal. Fernando Capez. Saraiva Teoria da Prova Prova como atividade probatória Atividade probatória - é o ato ou complexo de atos que se destinam a formar a convicção da autoridade judiciária sobre a existência ou não de uma situação fática. Prova como meio Meio probatório - são os instrumentos aptos a formar a convicção do juiz quanto a existência ou não de um fato. Prova É todo ato voltado a atestar a existência ou não de uma situação juridicamente relevante Destinatarios da prova No processo Penal é o órgão jurisdicional, podem ser o juiz, o desembargador ou ministro do tribunal superior. O jurado, no júri, também é destinatário da prova. Sujeitos da prova As pessoas responsáveis pela produção das provas. Exemplos: perito, testemunha, vítima que sobreviveu, assistente. Fonte de prova 1. sentido - pessoas ou coisas das quais pode se conseguir a prova. 2. Sentido - tudo aquilo que indica um fato ou afirmação que necessita de prova. O acusado pode ser fonte de prova, quando confessa o crime. Meios de prova São os instrumentos que serão usados para convencer o destinatario da prova. Existem dois sistemas no processo Penal: 1. Sistema - informado pelo princípio da taxatividade das provas. Significa que só podemos nos valer das provas previstas pelo legislador. 2. Sistema - informado pelo princípio da liberdade das provas. É o que vigora no processo Penal brasileiro. Princípio da liberdade das provas: Permite a utilização de qualquer meios de prova ainda que não previstos em lei desde que não sejam inconstitucionais ou contra a moral. Classificação dos meios de prova ● Provas nominadas - são aquelas previstas CPP ● Provas inominadas - não previstas no CPP ● Prova típica - aquela que possui um procedimento probatório específico ● Prova atípica - aquela que não possui um procedimento específico. Exemplo: reconstituição do crime Prova anômala É aquela utilizada para fins diversos daqueles que lhe são próprios, com característica de outra prova típica. Exemplo: testemunha cujo depoimento é colhido pelo Ministério Público e juntando no processo. Ela não ê admitida no processo Penal. Exceções ao princípio da liberdade da prova ● Com relação ao estado das pessoas a prova deve observar as regras da lei civil. Art. 155, ● Pessoas proibidas de depor - padres, advogados, psicólogos, psiquiatras. Art. 207, CPP. ● Prova no júri, que não tiver sido juntada com três dias de antecedência. ● Exame de corpo de delito nas infrações que deixam vestígios - é obrigada sua realização. Exemplo: exame de corpo de delito ● Não se pode valer de meios ilícitos e imorais. Exemplo: tortura. 25.02.2015 Objeto da prova ou tema probando São os fatos que interessam à decisão da causa O que precisa se provado: ● Fatos narrados pela acusação e defesa ● Direito consuetudinário - direito dos costumes ● Regulamentos/portarias ● Direito estadual, municipal e estrangeiro O que não precisa ser provado: ● Fatos notórios - de conhecimento geral ● Fatos axiomáticos - fato intuitivo e evidente ● Fatos inúteis ● Presunções legais Prova direta e indireta Prova direta - é aquela que recai diretamente sobre o fato que precisa se provado. Prova indireta - é aquela que provada a existência de um fato, chega-se a conclusão a cerca da existência de outro fato por meio de um raciocínio lógico. A prova indireta permite o decreto condenatório desde que formada por um conjunto coerente de provas. Indícios Art. 239, CPP - prova indireta O conceito de indício é usado pela doutrina como sinônimo de prova indireta. Prova emprestada A prova emprestada é aquela que é utilizada em um processo, tendo sido produzida em outro. É possível a utilização da prova emprestada, desde que aquele contra quem ela será usada tenha participado do processo onde ela foi produzida com contraditório ---------------------------------------------------- Princípios relacionados à prova 1. Princípio da liberdade das provas 2. Princípio da verdade real - no processo penal, em virtude do direito individual indisponível em jogo (liberdade de locomoção) cabe ao juiz a busca da verdade no curso do processo. 3. Prova Princípio do nemo tenetur se detegere - o acusado não é obrigado a produzir prova contra si mesmo. É expresso na convenção americana de direitos humanos - Pacto de São José da Costa Rica. Abrangência do princípio: a. O réu tem direito a permanecer em silêncio (é expresso também na CF, art. 5*, inciso 53. b. O réu tem direito a não praticar qualquer comportamento ativo que possa incrimina-lo c. O réu não é obrigado a participar ou a produzir prova que envolva partes do seu corpo Sistemas de valoração da prova - art. 155, CPP 1. Sistema da livre convicção do juiz -permite que o juiz avalie a prova sem a obrigação de fundamentar sua convicção. Exemplo: existe apenas com os jurados no tribunal do júri 2. Sistema da prova tarifa ou prova legal - a lei atribui o valor de cada prova. Esse sistema não existe no Brasil 3. Sistema da persuasão racional do juiz / livre convencimento motivado ou apreciação motivada - Existe no Brasil. O juiz pode usar qualquer prova e deve fundamentar seu convencimento Nenhum prova tem valor absoluto e o juiz deve valorar todas as provas, mesmo que para afasta-las. 02.03.2015 Elementos informativos x prova Art. 155, CPP - o juiz tomará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua declaração exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvas as prova cautelar, não repetíveis e antecipadas. Prova: Elementos informativos São aqueles colhidos na fase investigativa, no inquérito policial, sem contraditório. Difere-se da prova, que é aquela colhida no processo, na fase judicial, com contraditório. Provas cautelares São aquelas que devem ser produzidas porque existe um risco de desaparecimento do seu objeto em razão do decurso do tempo. O contraditório é divertido porque é postergado para a fase judicial. Provas não repetíveis São aquelas que não tem como ser novamente produzidas em virtude do desaparecimento ou destruição da fonte probatória. Exemplo: perícia de conjunção carnal no crime de estupro. Provas antecipadas Art. 225 Aquela produzida com a observância do contraditório real, perante o juiz, antes do momento processual oportuno e até antes do processo, em razão de sua relevância e urgência. Ônus da prova Art. 156 É o encargo que recai sobre a parte de provar a veracidade do fato por ela alegado. Como regra, o ônus da prova é da acusação, que apresenta a imputação em juízo, através da denuncia ou queixa. O réu terá o ônus de provar a existência de causa excludente da ilicitude ou culpabilidade. Provas ilícitas Art. 157 Provas ilegais As provas ilegais, de acordo com o art. 157, devem ser desentranhadas do processo porque violam regras constitucionais ou legais. A doutrina divide as provas ilícitas e ilegítimas. ● Provas ilícitas São aquelas que violam uma regra de direito material. Normalmente é obtida fora do processo. Por norma constitucional não pode ser admitida e deve ser retirada do processo. Exemplo: confissão obtida mediante tortura. ● Provas ilegítimas É aquela em que há violação de uma regra processual. Normalmente é obtida dentro do processo. Não precisa ser retirada do processo. Provas ilicitas por derivaçãoTeoria dos frutos da árvore envenenada. Art. 157, § 1* - as provas derivada das ilicitas também não são admitidas. A prova ilicitas por derivação é aquela que, não obstante produzida em momento posterior, é contaminada pelo vício da ilicitude originária. Exemplo: o réu confessa o crime e indica onde está o corpo da vítima, que é localizado sendo realizado exame pericial. Se é provado que a confissão obtida por tortura, ela será considerada ilícita e contaminara a prova pericial. A prova ilícita por derivação poderá ser utilizada quando demonstrado que poderia ser obtida através de uma fonte independente. Provas em espécie - art. 158 e seguintes 1. Prova pericial a. Conceito: Perícia é o exame feito por pessoas com conhecimentos técnicos, indispensável para a comprovação dos fatos que interessam à comprovação da causa b. Perito - pessoa que possui formação técnica e especializada, sendo portador de diploma de curso superior e que traz seus conhecimentos ao processo, auxiliando o juiz e as partes. i. Oficial - pessoa investida nessa função por lei, sendo funcionário público de carreira e tem por função realizar perícia. Basta um perito oficial para realizar a perícia. ii. Não oficial - a pessoa nomeada pelo juiz ou autoridade policial para realizar a perícia, desde que possua diploma. Nesse caso a perícia deve ser subscrita por dois peritos não oficiais. O perito não oficial deve prestar compromisso em realizar bem a perícia. c. Assistente técnico Auxiliar das partes, dotado de conhecimentos científicos, que traz ao processo informações relacionadas ao objeto da perícia. O perito é o imparcial e o assistente técnico é parcial. O perito que falseia a perícia comete o crime de falsa perícia e o assistente técnico pode responder por falsidade ideológica ou material. Se o perito de apropriados de algum objeto, responde por peculato e o assistente técnico por apropriação indébita. 04.03.2015 Corpo de delito Conceito É o conjunto de vestígios materiais e visíveis deixados pela prática da infração Obrigatoriedade do exame de corpo de delito ● Infrações de fato permanente - são as infrações que deixam vestígios materiais - o exame de corpo de delito é obrigatório ● Infrações de fato transeunte - são as infrações que não deixam vestígios materiais - não há como fazer o exame de corpo de delito (exemplo crimes contra a honra) Exame de corpo de delito ● Direto - realizado pelo perito diretamente sobre o corpo de delito ● Indireto - aquele realizado quando ja houver desaparecido o vestígio do crime, sendo feito por meio de documentos ou testemunhas Sistemas de apreciação do laudo pericial ● Vinculatório - não vigora no Brasil - o juiz fica obrigado a aceitar o laudo pericial ● Deliberatório - o juiz pode aceitar ou rejeitar o laudo pericial - art. 182 Conseqüências da falta de exame do corpo de delito Art. 564, III, "b", CPC A ausência do exame de corpo de delito nas infrações que deixam vestígio pode gerar a nulidade do processo. Exame complementar Art. 168, CPP Nos casos que envolvam lesões corporais, quando há necessidade de complementar o primeiro exame pericial realizado. Interrogatório Conceito É o ato judicial pelo qual o juiz ouve o acusado a respeito da acusação que lhe é feita. Natureza jurídica mista É um meio de defesa do réu e meio de prova quando há confissão Princípio da ampla defesa ● Defesa técnica - feita pelo advogado ou defensor público. O réu não pode renunciar à defesa técnica ● Autodefesa - feita pelo próprio réu ● Direito de audiência - reúnem o direito de ser ouvido pelo juiz ● Direito de presença - acusado tem o direito de acompanhar os atos da instrução processual junto como seu defensor ● Capacidade postulatória autônoma - o acusado pode exercer alguns atos independentemente do seu advogado; interposição de recursos Momento para realização do interrogatório No procedimento ordinário o interrogatório é o último ato da instrução processual (não impede que seja realizado no momento em que achar mais conveniente) O interrogatório, caso não realizado no momento oportuno (réu foragido, por exemplo), pode ser feito a critério da autoridade judicial, enquanto não houver trânsito em julgado - art. 196. Características ● Ato personalíssimo ● Presidido pelo juiz ● Sujeito ao contraditório - art. 188 ● Tecnicamente assistido - deve ser assistido por um advogado ou defensor do réu ● Público ● Oral - art. 192 ● Individual - art. 191 - havendo mais de um réu, serão interrogados individualmente 09.03.2015 Condução coercitiva - art. 260, CPP (não recepcionado pela CF) A maioria da doutrina entende que esse artigo não foi recepcionado em virtude do princípio de que o réu não é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Video conferência É valido por que: ● Segurança - evita o perigo de resgate ● Economia orçamentaria - gera economia ao estado com transporte ● Torna o processo mais célere ● O direito de audiência é assegurado porque o réu pode ser ouvido e pode acompanhar os atos do processo A video conferência é utilizada em último caso. Confissão Conceito É a aceitação formal da imputação feita na peça acusatória, por aquele a quem foi atribuída a autoria da infração penal. Valor A confissão não possui valor absoluto, pois o acusado poderá confessar para favorecer terceira pessoa - art. 197 Classificação a. Simples - o acusado confessa a prática do delito sem invocar qualquer tese de defesa b. Qualificada - o acusado confessa a prática do delito, mas apresenta algum fato voltado a modificar, impedir ou extinguir o direito de punir. Prova - diferença entre confissão simples e qualificada c. Extrajudicial - é aquela feita fora do processo, sem contraditório e ampla defesa. Essa confissão é elemento de informação e não prova, não podendo embasar sozinha a condenação d. Judicial - feita no processo, em juízo, com contraditório e ampla defesa. Pode ser utilizada para condenar. e. Delatória - a famosa delação premiada - aquela.em que o acusado confessa o crime e delata os crimes praticados pelos corréus, descrevendo todos os atos praticados pela organização criminosa - delação ou colaboração premiada - lei 12850/13. É um meio de obtenção de prova, e não provas. Características - art. 200 a. Retratabilidade - o réu pode se retratar da confissão, sem que isso seja interpretado em seu desfavor b. Divisibilidade - ela pode ser divisível, o acusado pode confessar parte ou totalidade imputação c. Ato personalíssimo - não pode passar procuração para confessar Declarações do ofendido Art. 201 O ofendido será ouvido em juízo sempre que possível. Se a vítima se recusa a comparecer em juízo, poderá ser conduzida coercitivamente. A vítima não presta compromisso de dizer a verdade, pois não é testemunha. Se a vítima mentir, não responderá por falso testemunho, mas poderá responder por denunciação caluniosa As declarações do ofendido não possuem valor absoluto. Prova testemunhal - arts. 202 a 225 Conceito de testemunha Pessoa física capaz de depor a respeito de um fato percebido por seus sentidos e relativos a causa. Características a. Judicialidade - é colhida em juízo na presença das partes b. Oralidade - a testemunha presta o depoimento oralmente, dependendo de características, por escrito - algumas autoridades podem escolher dar suas informações por escrito. c. Individualidade - cada testemunha é ouvida separadamente das demais d. Objetividade - testemunha depõe sobre fatos, não sobre suas opiniões e. Contraditoriedade - é submetida ao contraditório - cross examination - as partes fazem perguntasdiretamente à testemunha Classificações das testemunhas a. Numerárias - computadas no rol máximo permitido por lei - procedimento ordinário: 8 por fato criminoso - procedimento sumário: 5 por fato criminoso. b. Extranumerárias - aquelas que não fazem parte do rol legal e são ouvidas pelo juiz por sua determinação ou a pedido das partes, como testemunhas do juízo na c. Informantes (próxima aula) d. Próprias (próxima aula) e. Impróprias (próxima aula) 11.03.2015 Prova testemunhal Classificação das testemunhas a. Informantes - são as testemunhas que não prestam compromisso de dizer a verdade, tais como os parentes próximos do réu b. Direta - presta o depoimento sobre o fato que viu ou ouviu c. Indireta- presta depoimento sobre fato que ouviu dizer Desistência Eu posso desistir das testemunhas que arrolei, a qualquer tempo. A parte pode desistir das testemunhas antes ou durante a audiência. A única hipótese que depende da concordância da parte contrária e os jurados é no julgamento do júri. Substituição É possível nos casos em que a testemunha não é encontrada ou quando tenha falecido, desde que não configurado abuso. Deveres da testemunha a. Depor - art. 206 - toda testemunha que tiver sido regularmente arrolada tem a obrigação de depor art Exceção: i. Informantes - art. 206 ii. Proibidas - art. 207 b. Comparecimento - art. 219 i. Impossibilitados - art. 220 ii. Autoridades - art. 221 iii. Carta precatório e rogatória c. Prestar compromisso - art. 203 Exceções: i. Informantes - parentes - art. 206 ii. Menor de 14 anos iii. Deficientes mentais - art. 208 d. Dizer a verdade i. Falso testemunho e. Comunicar alteração de endereço - art. 224 Incidentes processuais a. Contradita - art. 214 - impugnar a testemunha a fim de que ela não seja ouvida pelo juiz. O juiz deve consignar a contradita e a resposta da testemunha b. Arguição de parcialidade - alega-se circunstância que torna a testemunha suspeita de parcialidade. Não se destina a impedir o depoimento, mas sim a diminuir o seu valor c. Retirada do réu da sala - art. 217 Etapas do depoimento a. Identificação - provimento 32 da corregedoria geral de.justiça (se a testemunha tem receio de que seus dados constem no processo) b. Advertência - art. 210 c. Perguntar sobre o fato 16.03.2015 Reconhecimento de pessoas e coisas - arts. 226 a 228, CPP Pessoas - art. 226 ● Procedimento - pode ser feito na fase policial ou judicial. A vítima.ou testemunha deve fornecer as características físicas da pessoa a ser reconhecida (autor do crime). Na sequência, o autor ou suspeito do fato é colocado ao lado de pessoas que tenham as mesmas características físicas que ele. Depois será lavrado o auto de reconhecimento positivo ou negativo ● Reconhecimento fotográfico - é possível que seja realizado, sendo considerado uma prova inominada, com valor relativamente inferior ao reconhecimento pessoal. Coisas - art. 227 ● Procedimento - é feito com relação a armas, instrumentos e objetos do crime ou objetos que se relacionem com o delito. Acareação - arts. 229 e 230 Conceito Ato que consiste na colocação de duas pessoas, frente a frente, que prestaram informações diferentes sobre o mesmo fato, com o fim de obter a verdade e promover o convencimento do juiz. É possível entre testemunha e testemunha, acusado e acusado e testemunha e vítima. Pressupostos 1. As pessoas acareadas já tenham sido previamente ouvidas 2. Exista um ponto divergente entre os acareados Documentos - arts. 231 a 238, CPP Conceito Quaisquer documentos escritos - definição tradicional do CPP. Embora o CPP restrinja o conceito de documento a escritos e papéis, atualmente o conceito abrange a fotografia, a gravação de imagem e áudio e outros meios digitais. Requisitos: ● Verdade - precisa expor a verdade dos fatos ● Autenticidade o Documentos públicos = presunção de autenticidade o Documento privado = reconhecimento por oficial público Produção a. Espontânea - ocorre quando a exibição, a juntada ou a leitura do documento feita pela parte. b. Provocada - art. 234 - feita pelo juiz quando tem conhecimento de documento relativo aos fatos e importante para o julgamento da causa. c. Limitação da produção - art. 233, caput, CPP Indícios - art. 239 Conceito Fato provado, que possa ligação com o fato probando, autoriza a concluir algo sobre esse ultimo Natureza Natureza de prova indireta. Valor probatório Valor relativo. Busca e apreensão - arts. 240 a 250 Domiciliar Visa apreender coisas obtidas por meios criminosos, tais como instrumentos do crime, armas, cartas, objetos ligados ao crime, etc. A casa, nos termos do art. 5*, inciso XI, CF, é asilo inviolável do indivíduo e por isso é necessária ordem judicial para nela ingressar sem consentimento, durante o dia, das 6h às 18h. Sem ordem judicial poderá entrar apenas em casos de flagrante ou desastre. Pessoal Decorre do poder de polícia, e ocorrerá quando houver suspeita de que a pessoa traga consigo arma proibida ou objetos de interesse criminal. 18.03.2015 Procedimentos 1. Processo e procedimento Conceitos Processo é uma sequência de atos vinculados entre si, voltados a permitir ao juiz a aplicação da lei ao caso concreto. Procedimento é a forma pela qual se desenvolve.o processo, sob seu aspecto interno. A depender do crime praticado, teremos um tipo de procedimento. 2. Procedimento especial e comum 2.1 Especial - previsto para crimes específicos no CPP ● Honra ● Contra a vida dolosamente - o procedimento especial é o júri ● Praticados por funcionário público ● Propriedade imaterial (falsificar um objeto, vender itens piratas) Leis esparsas: ● Drogas ● Maria da Penha ● Idoso ● Falências 2.2 Comum - art. 394 Procedimento comum - São os ritos padrões estabelecidos no CPP aplicados residualmente, isto é, quando não couber procedimento especial. a. Ordinário - pena privativa de liberdade máxima igual ou superior a 4 anos b. Sumário - pena privativa de liberdade máxima inferior 4 anos e superior a 2 anos c. Sumaríssimo (JECRIM lei 9.099/95) - infrações de menor potencial ofensivo, isto é, com uma pena máxima de até 2 anos. Para estabelecer o procedimento comum adequado devem ser levadas em consideração, para fixação da pena máxima, as qualificadoras, causas aumento de pena e causas de diminuição. 2.3 Exceções trazidas por algumas leis a. Idoso - lei 10.741/03, art. 94 - estabelece a possibilidade de aplicar JECRIM a crimes com pena até 4 anos b. Lei Maria da Penha - lei 11.340/06, art. 41 - não se aplica regras do JECRIM. 23.03.2015 Procedimento Ordinário - arts. 395 a 405, CPP a. Declarações do ofendido b. Testemunhas de acusação (até 8 por fato criminoso) c. Testemunhas de defesa (até 8) d. Esclarecimentos de peritos, acareações, reconhecimento e. Interrogatório do acusado f. Requerimento de diligências/deferimento ou indeferimento g. Alegações finais orais (primeiro acusação e depois defesa) - pode ser por escrito também h. Sentença (na própria audiência ou no prazo de 10 dias). Recebimento da denúncia/queixa-crime Art. 41, CPP - requisitos da peça acusatória. Efeitos do recebimento ● Interrupção da prescrição ● Início da ação penal Denúncia rejeitada - art. 395 ● A denúncia será rejeitada quando for inepta - ou faltar os requisitos do art. 41; ● Falta de pressupostos processuais/condições; ● Falta de justa causa para ação penal; ● Não existem requisitos mínimos da autoria e materialidade. No caso da denúncia ser rejeitada, cabe o recurso em sentidoestrito. No caso do recebimento da denúncia não cabe recurso para a defesa, porém ela pode impetrar HC fundada na falta da justa causa para a ação penal. Citação É a ação pela qual se dá conhecimento ao acusado da existência da ação penal. do teor da acusação, cientificando-o do prazo para apresentação da resposta escrita. Prazo de 10 dias para a resposta. A citação gera a formação do processo - art. 363. A ausência de citação e vícios gera a nulidade absoluta - art. 564, III, CPP. Espécies de citação a. Real (pessoal): i. por mandado - oficial de justiça - art. 351/352 ii. carta precatória de citação do acusado (oficial de justiça de outra cidade - art. 353/356 iii. carta rogatória - art. 368 iv. carata de ordem - para quem tem foro privilegiado b. Citação por hora certa - art. 362 Quando o réu está se ocultando para não ser citado. O oficial de justiça faz a citação com hora certa e o réu, se não comparecer no processo no prazo de 10 dias, terá defensor nomeado. c. Citação ficta - por edital - art. 366 A citação ficta será realizada somente quando se esgotarem as tentativas para a citação pessoal. Se o réu, citado por edital, não comparecer ao processo e não nomear advogado, o processo será suspenso, nos termos do art. 366. A citação por edital também implicará na suspensão da prescrição; na prática, se tentará novos endereços do réu para citação pessoal. Se o réu estiver em lugar inacessível, também será possível a citação por edital. Não existe citação por carta no processo penal. Resposta do réu à acusação Prazo de 10 dias (contados a partir da citação). Conteúdo Pode-se: ● arguir preliminares de inépcia da denúncia ● alegar fatos que interessem à defesa ● juntar documentos relevantes para a defesa ● requerer produção de provas ● arrolar testemunhas de defesa 25.03.2015 4.4 Absolvição sumária - art. 397 Opção dada ao juiz de não dar continuidade do processo. O recurso cabível é a apelação. Hipóteses: ● Existência manifesta (sem que haja qualquer dúvida) de causa excludente da ilicitude lista as causas excludentes (pesquisar) ● Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade com exceção de inimputabilidade ● Fato evidentemente não constituir crime ● Causa extintiva da punibilidade 4.5 Audiência de instituição, debates e julgamento Caso não ocorra absolvição sumária. ● Intimação da partes e requisição do réu preso ● Ausência do Ministério Público - adiamento ● Ausência do defensor o Justificada - adiamento o Injustificada - nomeação de ad hoc ● Ausência do réu - revelia, que não induz presunção de veracidade dos fatos,fazendo apenas com que o réu apenas não seja mais intimado para os próximos todo processo. Será intimado pessoalmente da sentença. Atos processuais a. Declarações do ofendido b. Oitiva de testemunhas de acusação e depois de defesa - até 8 testemunhas por fato criminoso - o juiz não pode inverter a ordem de oitiva, dando margem a nulidade do processo c. Esclarecimentos de peritos, acareações e reconhecimento d. Interrogatório do réu e. Requerimento de diligências - art. 402 f. Debates orais ou memórias escritos g. Sentença - será proferida na própria audiência ou no prazo de 10 dias. Pode acontecer de serem necessárias diligências como: juntada de folhas de antecedentes, laudos periciais ou documentos. Se a providência requerida não puder ser resolvida na própria audiência, o juiz interromperá a audiência e determinará a juntada da providência solicitada. Após, determinará que as partes apresentem alegações finais escritas no prazo de 5 dias. Se a providência requerida puder ser resolvida na própria audiência, seguem-se alegações finais orais das partes pelo prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10. Requisitos da sentença ● Relatório ● Fundamentação ● Dispositivo 5. Procedimento Sumário 1. Denuncia ou queixa a. Rejeitada - recurso em sentido estrito b. Recebida - citação só acusado 2. Citação do acusado a. Resposta à acusação, que gerara: i. Absolvição sumário - apelação ii. Designação de audiência de instrução e julgamento 3. Audiência de instrução e julgamento - em até 30 dias a. Declarações do ofendido b. Oitiva de testemunhas de acusação (até 5 testemunhas por fato criminoso) e defesa c. Esclarecimentos de peritos, acareações e reconhecimento d. Interrogatório do réu e. Alegações orais diretas (não há possibilidade de requerer novas diligências) f. Sentença 30.03.2015 5. Procedimento sumário (continuação) Diferenças com o procedimento sumário Ordinário Sumário Crimes com pena máxima igual ou superior a 4 anos Crimes com pena superior a 2 anos e inferior a 4 anos Máximo de 8 testemunhas por fato Máximo de 5 testemunhas por fato Possibilidade de requerer diligências ao final da instrução Não há previsão Designação de audiência em 60 dias Designação de audiência em 30 dias Possibilidade de converter debates orais em memoriais escritos Não há previsão 6. Procedimento comum sumaríssimo Juizados especiais criminais - lei 9.099/95 6.1 Conceito de infração de menor potencial ofensivo Art. 61, lei 9.099 - são as contravenção penais e crimes aos quais a lei preveja pena máxima não superior a 2 anos. Exceção: o jecrim não se aplica aos crimes de competência da.justiça militar e crimes praticados com violência doméstica. 6.2 Princípios Princípio.da.oralidade - os atos.deverão ser orais Princípio da informalidade - não precisa se prender regras escritas Princípio da economia processual Princípio celeridade processual 6.3 Competência territorial É fixada pelo local em que foi praticada a infração penal - art. 63 Intima-se o autor do fato e a vítima se houver. 6.4 Termo circunstanciado Art. 69 da lei 9.099 Visando dar maior celeridade ao procedimento sumaríssimo, dispensa-se a instauração de.inquérito policial, levando-se em sei lugar um ferro circunstanciado, que é menos formal e sem colheita minuciosa de prova. O TC é encaminhado ao fórum e enviado ao Ministério Público. Se o Ministério Público verificar que existem indícios de autoria e elementos de materialidade requerera a.designação de.audiência preliminar. 6.5 Audiência preliminar a. Tentativa de composição civil (entre vítima e autor) É realizada entre o autor do fato e.a vítima com o fim de.promover a reparação dos danos causados. A composição civil, se aceita pelas partes, implicará na extinção da punibilidade e terá.eficácia de.título executivo judicial Art. 72 a 74 lei A composição civil impedirá a apuração criminal do fato e põe fim ao procedimento sumaríssimo b. Transação penal (entre Ministério Público e autor do fato) Se não houver composição civil por ausência de interesse das partes ou por não haver prejuízo a ser ressarcido, ter cabimento a tentativa de transação penal. Se houver necessidade da vítima oferecer representação, ela será indagada, e se representar, poderá ocorrer a tentativa de transação. Se a infração for de.ação incondicionada também terá lugar a tentativa de transação A transação constitui uma mitigação ao princípio da obrigatoriedade da ação penal. Ela consiste na proposta feita pelo Ministério Público ao autor do fato, de aplicação de multa ou pena restritiva de direitos, caso ele preencha os requisitos previstos no art. 76, § 2*, da lei 9.099/95. Requisitos: ● Não possuir condenação pela prática de crime com pena privativa de liberdade Jurisprudência fixou que a condenação não pode ter ocorrido nos últimos 5 anos ● Não ter celebrado transação penal nos últimos 5 anos ● Possuir antecedentes, conduta social epersonalidade favoráveis A celebração da transação pé.al não retira a primariedade do autor do fato, não gera maus antecedentes e não implica em reconhecimento de culpa. A transação penal será homologado pelo juiz e caso seja descumprida, implicará no oferecimento de denuncia pelo Ministério Público. c. Oferecimento de.denuncia Se não for possível a celebração de.transação penal, o Ministério Público oferecerá denuncia pela prática da infração penal (oralmente e deve constar no termo de.audiência). A denuncia terá.lugar também nas hipóteses em que o autor do fato é intimado e não comparece à audiência. Hipóteses.de.denuncia: ● Quando não houver aceitação da transação ● Ausência do autor do fato na audiência ● Quando houver descumprimento da transação O autor, estando presente na audiência, é citado na hora e deve oferecer resposta, por.seu defensor, oralmente. Se o autor estiver ausente nada.audiência, expede-se mandado de citação. Se o autor não é localizado, o procedimento será mandado para a justiça.criminal comum e.terá.continuidade pelo procedimento sumário Não cabe citação por.edital. Art. 60 da lei 9.099/95 e seguintes - regulam o jecrim 01.04.2015 5.6 Audiência de instrução e julgamento ● Defensor oferece resposta à acusação oralmente ● Juiz recebe ou rejeita a denuncia - cabe apelação da rejeição ● Oitiva da vítima e testemunhas o Até 3 testemunhas - analogia ao art. 34 da lei 9.099/95 - corrente majoritária o Até 5 testemunhas - analogia ao art. 532, CPP ● Interrogatórios ● Debates orais - até 10 minutos ● Sentença Suspensão condicional do processo - art. 89 da lei 9.099/95 1. Conceito Trata-se de.um benefício oferecido ao acusado nos casos em que o crime cometido tem pena mínima em abstrato igual ou inferior a um ano e o acusado preencha determinados requisitos legais. A.suspensão condicional do processo, embora prevista na lei 9.099/95 se aplica a crimes.previstos no CP e em leis esparsas 2. Pressupostos de cabimento ● Crimes nos quais as penas mínimas prevista em abstrato sejam iguais ou inferiores a 1 ano ● Crimes podem estar previstos em qualquer lei (CP e leis esparsas) ● Não cabe nos crimes de competência da Justiça Militar - art. 90A lei 9.099/95 ● Causas de aumento e diminuição são usadas para cálculo da.pena.máxima 3. Requisitos para o benefício ● Objetivo o A.denuncia.tenha sido recebida o O acusou não pode estar sendo processo por.outro crime o O acusado não pode ter condenação pela prática de outro crime nos últimos cinco anos ● Subjetivos o Antecedentes, conduta social e personalidade favoráveis 4. Momento oportuno para proposta A proposta de suspensão deve ser feita por.ocasião do oferecimento da denuncia. Nada impede que seja feita posteriormente 5. Titularidade da proposta Pertence ao titular da ação penal - Ministério Público ou querelante Somente deixara de oferecer a proposta mediante justificativa. O juiz não pode oferecer a proposta de ofício, devendo se valer do art. 28, CPP por analogia. 6. Condições obrigatórias e facultativas Obrigatórias: ● O réu deve reparar o dano ● Não poderá frequentar determinados lugares ● Não poderá se ausentar da.comarca sem autorização do juízo ● Deverá.comparecer mensalmente ao fórum ● Tudo isso pelo período de 2 a 4 anos, estabelecido pelo juiz Facultativas são estabelecidas pelo voz de acordo com o fato e a pessoa do réu 7. Causas de revogação obrigatórias e facultativas Art. 89 Obrigatórias: ● Se o réu vier a ser.processado por.outro crime ou não reparar o dano Facultativas, a critério do juiz ● Se o réu vier a ser processado contravenção ou descumprir qualquer outra condição 8. Extinção da punibilidade Ocorrera quando o acusado cumpre todas as condições pelo período de suspensão A prescrição não corre durante o prazo de suspensão do processo 06.04.2015 Sentença 1. Classificações dos atos jurisdicionais a. Despachos de mero expediente - são os atos que geram impulso processual sem carga decisória. Exemplo: determinar citação. São irrecorríveis, não há um recurso previsto em lei para ser usado b. Decisões - resolvem incidentes processuais e põe fim ao processo i. Sentenças definitivas de condenação/absolvição - colocam fim ao processo, absolvendo ou condenado o réu, após esgotadas as etapas do procedimento. Cabe a interposição do recurso apelação (sempre cabe quando a decisão gera sucumbência) ii. Decisões interlocutórias - cabe a interposição de recurso em sentido estrito, quando previsto (rse) 1. Simples - resolvem incidentes processuais ou questões de regularidade formal do processo, sem extinguir o procedimento ou uma de suas etapas. Exemplo: decretação de prisão preventiva 2. Interlocutórias mistas - elas põe fim ao procedimento ou a uma de suas etapas, julgando ou não o mérito a. Terminativas - põe fim ao procedimento. Exemplo: rejeição de denuncia b. Não terminativas - coloca fim a uma etapa do procedimento. Exemplo: decisão de pronúncia. Exemplo: decisão de pronúncia no júri 2. Sentença a. Requisito do art. 381 - nomes das partes, exposição da acusação e da.defesa, motivos de fato de de direito, artigos de lei, dispositivo e assinatura do juiz. b. Partes i. Relatório ii. Fundamentação iii. Disposição c. Princípio da identidade física do juiz i. Art. 399, §2* O juiz que presidiu a audiência é aquele que vai proferir a sentença. Se tem vários juízes que realizaram a instrução, o último que terminar a instrução é quem deve proferir a sentença. 3. Sentença condenatória - deve estabelecer a pena, seu montante e o regime inicial de cumprimento de pena. a. Efeitos i. Genéricos - art. 91 ii. Específicos - art. 92 Para que os específicos ocorram o juiz deve apontar na sentença. 4. Sentença absolutória - art. 386 - tem efeito diferente a depender do caso concreto. 5. Publicação da sentença - art. 385 a sentença considera-se publicada quando for entregue pelo juiz ao escrivão. 6. Embargos de declaração - art. 382 É chamado também de embarguinhos. Visa dissipar ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão da sentença.art 7. Princípio da correlação entre acusação e sentença - arts. 383 e 384 sentença O acusado se defende dos fatos criminosos que a ele são imputados na peça acusatória (denuncia ou queixa). Portanto, deve existir uma correlação entre o fato narrado na denuncia ou queixa e o teor.da.sentença. O juiz não pode julgar ultra ou extra petita. Porém, podem ocorrer situações que implicarão na modificação da acusação feita na peça acusatória: Prova: ● Emendatio libelli ● Mutatio libelli 22.04.2015 Princípio da correlação (continuação) 7.1 Emendatio libelli - art. 383 ● Conceito O acusado deve descrever o fato na peça acusatória e dará a ele uma classificação jurídica. O réu se defende dá descrição fática e não dá captação jurídica. Assim, pode ocorrer, de o juiz, ao final do processo, entender provado o fato, mas dar a ele uma outra classificação jurídica. Pelos art. 383, o juiz pode condenar na classificação jurídica que entender correta, ainda que tenha que fixar pena mais alta. ● Cabimento Cabe em primeiro grau, quando o juiz de primeiro grau for dar a sentença, ou em segundo grau, observado o princípio da non reformatio in pejus (reformar a sentença para pior, se o Ministério Público não tiver recorrido também) ● Oportunidade Ocorre no momento dá prolação dá sentença ou do acórdão. 7.2 Mutatio libelli - art. 384 ● Conceito Pressupõe que no curso do processo tenha surgido uma elementar ou circunstância não descrita explícita ou implicitamentena peça acusatória. O órgão de acusação (Ministério Público ou querelante) deverá aditar a peça acusatória. ● Cabimento e oportunidade Ocorre após encerrada a instrução processual. ● Procedimento o O Ministério Público faz o aditamento o A defesa se manifesta em 5 dias o O juiz recebe ou rejeita o aditamento o Se necessário, promove-se nova oitiva de testemunhas (até mais 3 testemunhas a mais de cada parte), novo interrogatório, debates e julgamento. o aditamento dá denuncia poderá ser feito em qualquer fase do processo, com fundamento no art. 569, CPP. Assim, a Mutatio libelli fica reservada para os casos em que a instrução processual já se encerrou. 8. Intimação da sentença ● Ministério Público - a intimação é sempre pessoal - art. 390 ● Querelante e assistente da acusação - pessoal oi por advogado através dá imprensa - art. 391 ● Réu - pessoalmente, senão encontrado, é citado por edital - art. 392 ● Defensor dativo - intimação pessoal ● Defensor constituído - pela imprensa 9. Trânsito em julgado Revisão criminal - ação autônoma proposta pelo réu quando existem novas provas que modifiquem a sentença que recaiu sobre ele. 04.05.2015 Recursos 1. Conceito Recurso é um instrumento processual voluntário de impugnação de decisões judiciais, previsto em lei, utilizado antes da preclusão e, na mesma relação jurídica processual, objetivando a modificação, invalidação, integração ou esclarecimento da decisão anterior 2. Fundamentos a. Falibilidade humana - o juiz pode errar, de modo que o recurso pode ensejar a revisão da decisão b. Inconformismo - ninguém é um obrigado a aceitar uma decisão desfavorável c. Duplo grau de jurisdição - possibilidade de interposição de.um recurso que seja capaz de devolver ao Tribunal o conhecimento de toda a matéria de fato, de direito e probatória apreciada na primeira instância - art. 8*, §2*, h Pacto de São José da Costa Rica 3. Pressupostos ou requisitos de admissibilidade 3.1 Natureza objetiva a. Cabimento - Devolutivo existir previsão legal de recurso contra decisão b. Adequação -para cada decisão que comporte recurso, um único recurso será cabível Princípio da fungibilidade - art. 579 - prevê que o requisito da adequação pode ser mitigado, de modo que um recurso interposto erroneamente pode ser conhecido processado como o recurso correto. Requisitos de aplicação: 1) não pode ocorrer erro grosseiro, e 2) haja boa fé c. Tempestividade - o recurso ser interposto no prazo legal sob pena de preclusão temporal Os prazos para o acusado e seu defensor são separados e correm individualmente. Ambos tem legitimidade autônoma para recorrer. d. Inexistência de fato impeditivo Prova O Ministério Público pode renunciar ao direito de recorrer? Não, em virtude princípio da indisponibilidade da ação penal pública O réu pode renunciar ao direito de recorrer? Sim, ele pode Renúncia ao direito de recorrer e. Divergência entre.réu e defensor - vigora a vontade daquele que quiser recorrer Súmula 705 e 708 - f. Inexistência de fato extintivo Desistência - art. 576 - o Ministério Público não pode desistir do recurso interposto. Com relação ao acusado, admite-se a desistência Deserção é prevista em dias hipóteses: 1) falta de preparo do recurso do querelante em crimes de exclusiva ação penal privada - art. 806, § único, 2) se admitia a deserção na hipótese de fuga do recorrente em casos em que a lei exigia seu recolhimento a prisão. O art. 595, hoje revogado, previa que se o réu condenado fugisse depois de haver apelado, sua apelação seria declarada deserta 3.2 Natureza subjetiva a. Legitimidade recursal - art. 577, CPP - o recurso pode ser interposto pelo Ministério Público, pelo querelante, pelo réu e seu defensor O réu possui capacidade postulatória autônoma da do seu defensor para interpor recursos b. Interesse recursal - art. 577, parágrafo único - a desvantagem jurídica decorrente da decisão recorrida constitui o interesse recursal O interesse recursal deriva de uma situação de sucumbência (sofri uma desvantagem jurídica) O réu pode recorrer de uma decisão absolutória? O réu pode recorrer quando pretende a modificação do fundamento da absolvição (386 estudar as causas de absolvição) O Ministério Público pode recorreram favor do acusado? Sim, na medida em que lhe incumbe a defesa de.interesses indisponíveis como a liberdade de locomoção 4. Efeitos dos.recursos a. Devolutivo b. Suspensivo 06.05.2015 4. Efeitos dos recursos a. Devolutivo - consiste na possibilidade de devolver ao órgão ad quem aquilo quero objeto de impugnação no órgão a quo - o tribunal somente conhecerá (apreciar) a matéria que foi objeto de impugnação da parte. o objeto de impugnação é delimitado na interposição recurso. b. Suspensivo - consiste no impedimento da eficácia da decisão recorrida em razão da interposição do recurso - art. 596 Exemplo: a apelação da sentença absolutória, estando o réu preso provisoriamente, não possui efeito suspensivo (o réu será libertado). Já a apelação contra sentença condenatória estando o réu solto, terá efeito suspensivo (o réu não será imediatamente preso) - art. 596 e 597 c. Regressivo - ou efeito diferido - consiste no juízo de retratação, ou seja, a possibilidade de que o o órgão jurisdicional que proferiu a decisão recorrida, a reforme. Consiste na devolução da matéria impugnada ao próprio juiz que projetou a decisão recorrida.. Agravo, execução e RSE d. Extensivo - a consiste na extensão benéfica dos efeitos do recurso ao correu que não recorreu, desde que fundado em razões de.natureza objetiva - art. 580 e. Substitutivo - a decisão do tribunal substitui a decisão recorrida naquilo que tiver sido objeto de impugnação 5. Classificação a. Voluntários - regra - art. 574, caput- b. Necessários - de ofício - art. 574, parágrafo único 6. Princípio da non reformatio in pejus Nos casos de recurso exclusivo da vítima Em um recurso exclusivo da defesa (sem que haja recurso da acusação) o tribunal não pode agravar ou piorar a situação do acusado Reformatio in pejus indireta Uma vez anulada a decisão por força d recurso exclusivo da defesa, o juiz não poderá agravar a situação do acusado ao proferir nova sentença 7. Princípio da informatio in mellius Em um recurso exclusivo da acusação (sem que haja recurso do réu) o tribunal pode melhorar a situação do acusado Recurso em sentido estrito - RSE - art. 584 e seguintes Equivale ao agravo de instrumento do civil 1. Rol taxativo que admite interpretação extensiva - art. 581 a. 8 incisos revogados tacitamente pela LEP (lei de execução penal) (XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV) b. inciso XI sem aplicação 2. Prazo para interposição a. 5 dias - art. 586, caput b. 20 dias - art. 586, parágrafo único c. 15 dias - assistente não habilitado 3. Procedimento 3.1nos próprios autos - art. 583 - quando o recurso é. Interposto no processo e ele todo sobre para o tribunal. Hipóteses: ● Decisão que rejeita a denuncia ou queixa ● Decisão que pronúncia o réu ● Decisão que julga extinta a punibibilidade ● Decisão que julga exceção ● Casos em que o recurso não prejudique o andamento do processo 3.2 por formação de.instrumento - art. 587 e 589 - apenas parte do processo sobe ao tribunal 4. Efeitos do RSE a. Efeito regressivo b. Efeito Devolutivo - só existe se ao houve efeito regressivo c. Efeito suspensivo em alguns casos previstos no art. 584 (a regra é que não tenha esse efeito) 11.05.2015 Apelação 1. Conceito Meio ordinário de.impugnação de sentenças de condenação ou absolvição, ou de decisões definitivas ou com forçade definitivas, que possibilita nova apreciação da causa pelo órgão jurisdicional superior, devolvendo-lhe a análise das questões fatias jurídicas relacionadas a decisão prova 2. Hipóteses de cabimento possui caráter residual: a apelação só é usada quando não houver previsão expressa de recurso em sentido estrito. a. Sentenças definitivas de condenação / absolvição proferidas por juiz singular b. Decisões definitivas ou com força de definitivas (decisões que colocam fim a uma etapa do procedimento, e não condenam nem absorvem. Exemplo: decisão que concede habeas corpus), proferidas por juiz singular, desde que não caiba RSE c. Decisões do júri, quando ocorrer nulidade posterior a pronúncia d. Decisões do júri, quando a sentença do juiz presidente for contrária a lei ou a decisão dos jurados e. Decisões do júri quando houver erro quanto a pena/aplicação de medida de Segurança f. Decisões do júri, quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos - 1 vez 3. Prazo para interposição 5 dias - art. 593 4. Procedimento - arts. 600 a 601 O recurso é interposto no juízo recorrido, que exerce controle prévio de admissibilidade analisando pressupostos subjetivo e objetivos. O juiz pode delegar seguimento a apelação e dessa decisão cabe RSE. Se o juiz da seguimento a apelação, o apelante é intimado para apresentar razões em oito dias. Oito dias: Se a condenação envolver crime - três dias se for contravenção penal Na sequência o apelado é intimado para apresentar contra razões. A apelação em regra sobe ao tribunal nos próprios autos. Haverá traslado quando, havendo mais de um réu, apenas um for julgado ou apenas um tenha apelado A parte pode optar por apresentar razões na segunda instância 5. Apelação no jecrim (rito sumaríssimo) ● decisão que homologa ou transação penal - art. 76, §5* ● Decisão que rejeita a denuncia ou queixa ● Decisão definitiva de condenação e absolvição 10 para interpor, já com as razões. Qual é o recurso cabia que rejeita a denuncia ou queixa no jecrim? Apelação prova 6. Efeitos a. Devolutivo b. Suspensivo. Existe No caso de sentença condenatória c. Regressivo não existe Embargos infringentes e de nulidade - art. 609, parágrafo único Conceito É o recurso oponível contra decisão não unânime do órgão de segunda instância, desde que desfavorável ao acusado, possuindo caráter infringente quando destinado a discutir o mérito visando a modificação do acórdão ou caráter de nulidade quando voltado a discutir matéria processual Cabimento Só podem ser opostos em favor do réu de um acórdão proferido em recurso apelação ou RSE. Limita-se ao objeto de divergência Legitimidade e processamento Os embargo deve ser opostos no prazo de 10 dias e são dirigidos ao relator. Uma vez recebidos é determinado o processamento. Recebidos os embargos, determina-se o processamento, gerando efeito suspensivo do acórdão recorrido. Os.embargos implicam na designação de um novo relator.e revisor, que juntamente com os desembargadores que proferiram o acórdão recorrido, julgaram os embargos. Os desembargadores que participaram do primeiro julgamento.), Pode se retratar? Sim (prejuízo de retratação ) Novo julgamento., se a decisão co.tinha sendo desfavorável ao réu cabe novos embargos dessa decisão? Não 13.05.2015 Embargo de declaração - art. 382 e 619 1. Conceito recurso que visa dissipar dúvida/incerteza criadas pela obscuridade/imprecisão da decisão judicial de primeiro ao segunda instância. 2. Cabimento ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. Pré questionamento: requisito para levar os recursos ao tribunais superiores - STF STJ. Os embargos cabem para prequestionamento nos recursos especial e extraordinário 3. Legitimidade e processamento qualquer parte pode opor e 2 dias, sendo o recurso destinado ao juiz ou relator (jecrim 5 dias). O recurso deve indicar os pontos da decisão que devem ser complementados ou esclarecidos. 4. Efeitos interrompe prazo para outros recursos (art. 538, cpc por analogia). No jecrim gera suspensão para outros recursos Efeito infringente - a depender do ponto discutido nos embargos, eles poderão ter caráter infringente, alterando substancialmente a decisão embargada. Nessa hipótese os .embargos devem ser objeto de contrarrazões da parte contrária traslado - extrai cópias de peças do processo Carta testemunhavel - arts. 639/640 1. Conceito Recurso que cabe contra decisão que denega recurso interposto ou que, o admitindo, obste seu seguimento ap juízo ad quem 2. Cabimento Caráter subsidiário, pois será cabível quando não houver previsão de recurso específico. Exemplo: da.decisão que denega apelação cabe RSE. 3. Prazo 48 horas contadas do despacho que denega o recurso. 4. Processamento Por traslado, a parte indicar as peças. Correição parcial 1. Conceito instrumento de impugnação das.decisões que causem "inversão" tumultuaria dos atos do processo (ouvir as testemunhas de defesa antes da acusação) e em relação aos quais não caiba recurso específico. 2. Constitucionalidade e fundamento legal. Alguns doutrinadores sustentam que a correção racial prevista eles estaduais seria inconstitucional porque compete apenas a união legislar sobre direito processual penal art. 22,I,CF. No estado de São Paulo a correção parcial vem prevista no código judiciário do estado ponto(dec. Lei complementar 3/69 - arts. 93 a 96. Porém a correção parcial também é prevista em leis federais, utilizadas para afastar a alegação de inconstitucionalidade - lei 5010/66 art. 6*, I e lei 8625/93 art. 32, I 3. Legitimidade e processamento Qualquer parte pode opor visando impugnar erro ou abuso quanto a alegação atos e formas do processo. Exemplo: juiz que altera a ordem de oitiva das testemunhas sem consulta às partes e juiz que diante de arquivamento d inquérito policial remete os autos a delegacia para novas diligências. De acordo com o código judiciário do estado de sp, a correção parcial tem rito do agravo de instrumento. 20/05/2015 (continuação) Recurso extraordinário Efeitos Tem efeito devolutivo. Súmula Vinculante Art. 103,A, CF - decisão de ⅔ do STF Súmula com efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública, podendo rever o conteúdo ou cancelar. Recurso Especial - RES 1. Conceito É o recurso dirigido ao STJ, visando dar a possibilidade de julgar questão federal de natureza infraconstitucional, decidida anteriormente por TRF ou tribunais dos estados, DF e territórios. 2. Finalidade Garantir a autoridade das leis federais e uniformizar sua aplicação no território nacional. 3. Cabimento Art. 105, III, CF. Cabe contra causas decididas em única ou última instância por TRF ou tribunal estadual/DF/territórios, quando: a. contrariar trabalho ou lei federal ou negar-lhe vigência; b. julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c. der a lei federal interpretação divergente da que lhe tenha atribuído outro tribunal. A divergência entre órgãos do mesmo tribunal se resolve por “incidente de uniformização de jurisprudência” (arts. 475 a 479, CPC). 4. Súmulas 7 - não cabe RES para simples reexame de prova 13 - não cabe RES quando a divergência é entre julgado do mesmo tribunal 5. Pré-questionamento É necessário. 6. Legitimidade Se aplicam as mesmas diretrizes relativas ao Recurso Extraordinário - súmula 7. Prazos e processamento As normas relativas ao processamento do RES são as mesmas aplicadas ao Recurso Extraordinário. Recurso Ordinário Constitucional 1. ConceitoÉ dirigido ao STF ou STJ visando o reexame de todas as matérias de fato e de direito, decididas pelo tribunal recorrido, em hipóteses específicas previstas na CF. 2. Cabimento Pode ser no STF: a. decisões denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança decididas em única instância pelos tribunais superiores - art. 102, II, “a”, CF b. crimes políticos - art.102, II, “b”, CF.. Pode se dar no STJ: a. decisões proferidas em habeas corpus impetrados em única ou última instância pelos TRF’s e tribunais estaduais, quando a decisão for denegatória - art. 105, II, “a”, CF b. decisões proferidas em mandado de seguranças julgados em única instância pelos TRF’s ou tribunais quando for denegatória - art. 105, II, “b”, CF. O ROC é mais utilizado pelo réu. 3. Processamento O ROC no STF está previsto no regimento interno; no STJ está previsto na lei 8.038/90.
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