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Industrialização pesada

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Disciplina: Economia brasileira recente e perspectivas
Professor: Renault Michel 
Aluna: Ana Carolina Belarmino dos Santos
A industrialização pesada 
Na década de 50, um dos principais debates que estava ocorrendo era porque algumas economias são tão diferentes das outras no sistema capitalista. O que leva uma economia ser desenvolvida e as outras não e como superar esse subdesenvolvimento. 
Para a Comissão Econômica da América Latina e Caribe (CEPAL) existiam duas explicações para o subdesenvolvimento.
A primeira explicação consistia na restrição externa, ou seja, uma restrição no balanço de pagamentos dos países periféricos, a qual impedia a consolidação de um arranjo macroeconômico forte e sustentável, condição necessária para incluir os excluídos e obter mais riquezas. 
O segundo motivo se dava pela tese das trocas desiguais. Para a Cepal, quando um país subdesenvolvido crescia, ele perdia dólares gerando a possibilidade de crise, uma vez que ele sofria com uma restrição no balanço de pagamentos devido às trocas desiguais. Essas trocas ocorrem devido as diferentes elasticidades-renda dos produtos, as diferentes estruturas de mercado e pela insuficiência do mercado interno. 
O Brasil, por exemplo, possuía uma economia cafeeira e importava manufaturas. Entretanto, como as manufaturas tem uma maior elasticidade-renda do que café (produto primário), o país tinha saldos negativos no balanço de pagamentos, levando a transferência de sua riqueza para os países desenvolvidos, por causa das diferentes estruturas de mercado. A CEPAL defendia que as manufaturas vendidas pelos países desenvolvidos são do mercado de oligopólio. Sendo assim, esses países impõem os preços para os países subdesenvolvidos e não transferem suas riquezas. 
Já a insuficiência de mercado interno era justificada pelo circulo vicioso do atraso. A demanda tornava mais sofisticada a divisão do trabalho, que gerava mais eficiência/produtividade, aumentando os salários e consequentemente, aumentando ainda mais a demanda.
Para o desenvolvimento ocorrer a CEPAL propunha a intervenção do Estado, deslocando o eixo de produção da economia. No caso brasileiro, a opção seria a mudança da produção do café para a indústria.
 Dessa forma, no governo de Juscelino Kubitscheck em 1957, o principal instrumento da política econômica foi a política cambial, a qual passaria por uma reforma que definiria o que gostaria de importar ou não. O objetivo com uma reforma cambial era desestimular a importação de bens industrializados e incentivar a importação de produtos de base para a indústria, provendo assim, a industrialização. A reforma era dividida em três categorias: a especial (com câmbio desvalorizado); a geral (com um câmbio um pouco menos desvalorizado); e a especial (com o câmbio mais valorizado em relação às outras duas categorias). 
Porém, para alcançar a industrialização e o desenvolvimento, o Estado necessitava de condições de infraestrutura. Por esse motivo, ele se tornou o agente empreendedor fundamental no setor de infraestrutura. 
Com a ajuda dos estudos da CEPAL e da Comissão Mista Brasil – Estados Unidos (CMBEU), o governo de JK implantou o Plano de Metas. 
O plano de metas consistia em uma maior industrialização do país, solucionando os gargalos de infraestrutura e energia, não encerrando com o processo de substituições das importações. No setor de energia, ocorreu a construção de hidroelétricas visando à ampliação da capacidade para que se fosse possível consolidar os projetos de grande dimensão. No setor de transporte, a construção de rodovias federais e estaduais que interligavam todo o país foi o grande destaque. Um dos seus pontos principais era a construção de uma nova capital federal, Brasília, a qual seria implantada no centro do Brasil e com a ampliação das rodovias poderia ser acessada pelo país inteiro. O plano também visava o desenvolvimento das indústrias de base e de bens de consumo. Em função deste, no período de Juscelino, ocorreu à construção de siderúrgicas, fábricas de borrachas sintéticas e uma maior implantação de indústrias automobilísticas, gerando um grande estímulo para a indústria mecânica. Como incentivo para o setor privado, haveria o conjunto do câmbio, do Banco do Brasil e do BNDE.
	Em suma, o plano de metas fez com que ocorresse uma elevação no valor do PIB, tornando o Brasil uma das melhores economias do mundo deixando como herança uma grande infraestrutura nacional e um país mais industrializado. Entretanto, com algumas consequências negativas, como a inflação (uma irresponsabilidade da política fiscal ou uma circunstância necessária); desequilíbrio cambial; desequilíbrios regionais devido a transição de uma economia agrária para a urbanização acelerada; e uma grave desigualdade gerada pela industrialização, uma vez que a indústria exigia uma maior qualificação de mão de obra que os trabalhadores não possuíam, e por isso eram excluídos; ou seja uma incompatibilidade entre a matriz tecnológica e o mercado de trabalho. 
Tornando a industrialização brasileira, acompanhada do Plano de metas, um processo que mesmo com tanta evolução econômica não fez com que sua população melhorasse de vida.

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