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___________________ *Bacharelando no 10º período do curso de direito do Unipê, landoaldof@yahoo.com Ao criador por tantos prodígios a mim concedidos como o propósito de estar cumprindo mais uma missão em minha vida, aos familiares que sempre ajudaram e estavam presentes na conquista de mais uma etapa. Agradeço também ao professor que admiro, o qual está me orientando neste trabalho, por sua ajuda e disponibilidade. ** José Guilherme Soares Lemos, professor e membro do Ministério Público da Paraíba. CONSUMAÇÃO DO LATROCÍNIO SEM A SUBTRAÇÃO DO OBJETO DA VÍTIMA Landoaldo Cesar da Silva Filho* José Guilherme Soares Lemos** RESUMO O presente trabalho de conclusão de curso tem como título a consumação do latrocínio sem a subtração do objeto da vítima, onde o enfoque será a abordagem da figura penal transcrita no §3º do Art. 157 do Código Penal, conduta caracterizada pelo roubo intencional seguido do resultado morte, razão pela qual, o momento consumativo do delito será objeto principal de análise desse estudo, por encontrar em seu escopo, divergências doutrinárias acerca da consideração ou não do crime, sem de fato ocorrer a cooptação do bem que esteja na posse da vítima. Nesse sentindo, Rogério Greco e outros grandes nomes do Direito Penal Pátrio advogam pelo fundamento de que o latrocínio consumado ocorre apenas quando as duas condutas se tornam efetivadas, sob alegação de que, reconhecer o crime sem a caracterização eficaz do roubo seria uma afronta ao princípio da legalidade e ao Inciso I do Art. 14 do Código Penal. Entretanto, encontra maior respaldo a tese patrocinada por Bittencour, Damásio e pelo saudoso Mirabete. Para estes, a consumação do delito independe da subtração do objeto, bastando apenas a vontade de retirá-lo da vítima, sendo esta vislumbrada na conduta intencional mediante o emprego de violência, e como consequência ocorra o óbito do ofendido. Dessa forma, o aludido entendimento coloca a vida no patamar de bem jurídico supremo. Semelhante pensamento tem o STF ao consagrá-lo na súmula 610. Portanto, o estudo busca direcionar o crime consumado, na causa especial de homicídio com o insucesso da subtração, bem como outros aspectos importantes do delito. Palavras-chave: Latrocínio; Consumação; Tentativa; Subtração; Súmula 610 do STF. 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1 2 CONCEITO DE LATROCÍNIO..................................................................................3 2.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE O LATROCÍNIO ....................................................4 2.2 LATROCÍNIO X ROUBO QUALIFICADO PELA LESÃO CORPORAL..................6 3 TENTATIVA E CONSUMAÇÃO DO LATROCÍNIO ................................................8 3.1 ROUBO CONSUMADO E HOMICÍDIO CONSUMADO.........................................9 3.2 HOMICÍDIO TENTADO E ROUBO TENTADO.................................................... 10 3.3 HOMICÍDIO TENTADO E SUBTRAÇÃO CONSUMADA..................................... 11 3.4 ROUBO TENTADO E HOMÍCIDIO CONSUMADO.............................................. 13 4 POSICIONAMENTOS CONTRÁRIOS AO DA SÚMULA 610.................................13 5 LATROCÍNIO CONSUMADO SEM A SUBTRAÇÃO DO OBJETO........................16 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 18 NOTAS DE RODAPÉ................................................................................................ 20 REFERÊNCIAS .........................................................................................................22 1 INTRODUÇÃO O presente estudo busca à análise quanto ao crime de latrocínio no caso em que o fracasso da subtração do objeto da vítima é seguido da realização do homicídio. Tipo penal bastante comum na atualidade e objeto de entendimento sumular, na esteira da súmula 610 do STF¹, este decorre do homicídio resultante do uso excessivo de violência adotada na conduta do roubo. Com um olhar especial sobre a constituição do crime como um todo, visaremos o esclarecimento de suas condutas integrantes e a punição cabível (pela legislação penal) para quem procede a autoria, sob o enfoque de ser um delito de clamor social bastante repudiado aos olhos da sociedade, por figurar em casos emblemáticos que marcaram as páginas policiais, uma vez que por sua conduta repugnante, se enquadra no rol dos crimes hediondos. O Estado, buscando punir o autor da infração penal, atribuiu a este uma das maiores reprimendas contidas em nosso ordenamento jurídico, imputando a quem 2 praticar o ilícito uma pena de 20 a 30 anos de reclusão, mais multa. A severidade da pena imposta não o submete ao julgamento pelo tribunal do Júri, pelo contrário, seu processamento e julgamento é de competência do juiz singular.² Para que se tenha a completa consumação do delito penal, a doutrina refere- se - de forma pacífica - a uma só espécie, ou seja, a consumação do ilícito ocorrendo o roubo e o homicídio, da mesma maneira, é unânime o entendimento de tentativa de latrocínio em decorrência das duas condutas tentadas. As outras duas hipóteses coexistentes, abarcam resistências em questões particulares de cada uma. No caso em que há roubo consumado e homicídio tentado, majoritariamente entende-se por tentativa de latrocínio. Da mesma forma, porém, com maior profundidade de embates no campo da doutrina, o roubo tentado pelo homicídio consumado é ponto de maior resistência em face do entendimento sumular editado pelo STF. No sistema jurídico brasileiro, podemos verificar que o acolhimento do latrocínio como sendo um crime de caráter patrimonial, se dá apenas por ser este decorrente de um outro delito patrimonial principiante, o roubo, caracterizado no desejo inaugural do agente em obter o produto de posse da vítima. A conduta primeira, enseja a classificação do ilícito no rol o qual se encontra. A classificação do ato criminoso como sendo crime complexo se dá por conta da dúbia conduta do agente, pois o delito em alhures se perfaz mediante a junção do roubo e do homicídio, ambos formando o latrocínio. É através da elucidação precisa ao longo do estudo dessas questões, rapidamente explanadas nesta lição introdutória, que partiremos para uma melhor compreensão sobre a espécie penal abordada nos itens seguintes. Voltando ao item principal, quer seja, o crime consumado sem que para isso seja necessária a consumação da res furtiva. Portanto, o principal enfoque do trabalho, está no conteúdo da súmula 610 do STF, que conta ainda com respaldo doutrinário e jurisprudencial, muito embora sofra expressa resistência em face da divergência levantada por setores da doutrina que, com veemência, contestam a tese de consumação do delito. Para uma parte considerável da doutrina, se estaria diante de uma tentativa do crime, por não haver a integral consumação das condutas, existindo o insucesso do meliante perante a retirada do objeto do roubo. Esta tese, salienta que ao optar pela consumação do delito para esta hipótese, o Supremo age de forma equivocada e 3 remota, transigindo com o que aduz o art. 14, inciso I do CP³ e o princípio contido no art. 5º XXXIX da CFRB4. A jurisprudência leva em consideração o mesmo entendimento da doutrina majoritária, que também é o mesmo do enunciado na súmula 610; sendo aplicável ao caso a pena contida na segunda parte do §3º do art. 157 do Código Penal. 5 Apega-se a corrente majoritária, na valoração dada a vida humana, que em hipótese alguma merece ser ceifada. A vigorosa teoria,tem o intuito de punir o autor do tipo penal, por este, na prática de sua conduta, agir cruelmente contra a integridade da vítima, atentando não apenas contra seu patrimônio, mas também ultrapassando os limites da resistência alheia ao tirar - de maneira infamante - a vida do ofendido. A controvérsia se dá também na existência ou não da tentativa, sendo acatada a presença do dolo na morte, por ser qualificadora do tipo, na medida em que o agente assume o risco de subtrair o bem e também deseja a morte da vítima, porém, por fato superveniente, esta sobrevive, configurando (neste caso) a hipótese de tentativa de latrocínio. Para os contrários, a hipótese de tentativa, neste caso, haveria o roubo qualificado pela lesão corporal grave. Destarte, faz-se necessário a conceituação do crime em comento, a descrição de suas condutas formadoras, dos elementos constitutivos por este abarcado, assim como as demais classificações. Fazendo uma análise acerca do crime em nosso ordenamento jurídico, de sua abordagem quanto à existência da tentativa, além das divergências contidas nas posições de nossos doutrinadores, tecendo uma maior atenção sobre o latrocínio consumado sem a subtração do objeto. Por esta razão, para melhor entendimento buscaremos a doutrina, a jurisprudência e a súmula 610 do STF. 2 CONCEITO DE LATROCÍNIO A rubrica latrocínio, embora não seja expressamente prevista em nosso código penal, é reconhecida e aplicável nos juízos e tribunais nacionais, por força do §3º do art. 157 do código penal. Compreendido pela conduta de subtrair o bem que esteja na posse da vítima, o sujeito ativo do crime se garante do emprego de violência (vis corporalis), fazendo que desta primeira ação, advenha como consequência a morte do ofendido. 6 4 Considerado um crime hediondo, tanto na sua vertente tentada ou consumada, a doutrina o trata como um ato de elevada complexidade, por envolver duas práticas ilícitas que se completam, o roubo e o homicídio. 2.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE O LATROCÍNIO Ao longo dos anos, as mais diferentes vozes do direito penal pátrio referem-se com atenção especial ao latrocínio, crime de caráter patrimonial, complexo e julgado pelo Juiz singular. Com uma pena de reclusão de 20 a 30 anos, o aludido delito tem imputada a sua conduta criminosa, uma das maiores e mais severas punições do nosso Direito. A parte final do § 3º do art. 157, in verbis: “se resulta morte, reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo de multa” 7 (de modo específico) assevera que a morte qualifica a subtração da res furtiva, sendo tratada como conduta qualificadora do delito em comento. Razão pela qual, torna-se essencialmente a causa determinante do latrocínio. O fato de não existir previsão expressa no ordenamento jurídico brasileiro, quanto ao nomem yuris8 referente ao crime, tem provocado divergências doutrinárias em relação a determinados aspectos de sua tipificação, uma vez que, inexistindo menção explícita em lei, torna-se forçoso a doutrina penal pátria proceder a nomenclatura e a própria classificação do latrocínio, bem como referir-se ao momento em que este se consuma. Motivado na maioria das vezes por um desejo de suprir algum vício, necessidade ou até mesmo por extinto criminoso, o agente recorre ao mundo obscuro do crime a fim de auferir vantagens, optando por meio ilícito contra o patrimônio alheio. Pode-se exemplificar com o seguinte caso: imagine que em uma empreitada delituosa, o agente ao querer violar o bem em posse de outrem, emprega violência na sua conduta furtiva, e como consequência desta, acaba ensejando a morte da vítima.9 O resultado provocado pela conduta primitiva do indivíduo, ao agir inicialmente com a intenção de retirar a posse do bem de quem legalmente é seu proprietário, utilizando- se para isso, da violência como meio garantidor da subtração, e por força desta, ocasionando a morte do sujeito passivo possuidor do objeto, constituem o crime de latrocínio. 5 A omissão organizacional do legislador quanto ao referido crime, fez com que a doutrina juntamente com a jurisprudência, se tornassem as principais fontes recorrentes quanto aos aspectos classificatórios do delito. O entendimento doutrinário é praticamente unânime ao reconhecer o delito como espécie criminal preterdolosa, por reunir as elementares do dolo no antecedente e culpa no consequente, havendo o conatus.10 O latrocínio, compreende as duas condutas, uma querida pelo agente executando-a por meio ardil, sendo imprescindível neste caso o emprego da violência para que, do resultado morte, o delito se configure. No caso do óbito decorrer de fato superveniente que não seja a violência, não estaremos diante de um caso de latrocínio, não havendo neste caso nexo de causalidade com a causa mortis da vítima. Desse modo, torna-se necessário que a morte seja ocasionada em razão apenas da violência empregada no roubo, não havendo o cabimento do delito do §3º do art. 157 nas hipóteses de grave ameaça. Reforçamos ainda que, o elemento subjetivo do delito é o preterdolo, nos apegamos ao mencionado pelo renomado doutrinador Cezar Roberto Bittencour: Observando-se a sistemática de nosso Código Penal, constate-se que o art. 157, § 3º, pretendeu tipificar um crime preterdoloso, uma vez que a locução utilizada, “se resulta”, indica, normalmente, resultado decorrente de culpa, e não meio de execução de crime, no caso roubo próprio e impróprio.11 Parece ser este o entendimento mais adequado, pelo fato do agente desejar subtrair o objeto da vítima, não assumindo o risco de querer a morte do ofendido. E como consequência da violência impregnada no roubo, irá ocorrer o homicídio, e assim a configuração do latrocínio. Embora seja esta tese quase que totalmente acatada pela doutrina, alguns nomes que a defendem já admitem a possibilidade de dolo na conduta consequente a fim de encobrir o delito primário. O latrocínio é espécie criminal onde o agente transgressor não inicia a empreitada com o objetivo de matar, ceifar a vida da vítima. O intuito do meliante é tão somente a abafação do bem do lesado. Nesse sentido, pode-se observar a ausência do animus necandi por parte do ofensor, já que não se vislumbra o desejo inaugural em cometer o homicídio, embora este possa assumir ou não o risco de praticá-lo, bastando apenas o óbito ser decorrente da violência real adotada no roubo. Para a doutrina majoritária, deve-se observar a intenção primária da conduta criminosa, por isso, a natureza do latrocínio é patrimonial, sendo a morte qualificadora do tipo, mesmo possuindo o bem jurídica vida valoração superior ao patrimônio. Nesse 6 diapasão, compreende o juízo competente para processar e julgar a ação penal do crime de latrocínio, o juiz singular da vara criminal e não o tribunal do júri. Não obstante, é de bom alvitre salientar o reconhecimento doutrinário acerca da classificação do delito em comento, como crime complexo, por aportar em sua caracterização mais de uma conduta infracional, eis porque há violação de dois bens jurídicos, a vida e o patrimônio, onde dois tipos penais autônomos se completam. Outra importante característica do tipo penal aludido, é sua disposição no rol das infrações penais da Lei nº 8072/90,12 por este motivo é considerado um crime hediondo, em razão de suas condutas causarem grande reprovação social, tidas como repugnantes aos olhos da sociedade. Sendo o autor do fato, insuscetível de indulto, graça, anistia e não tendo direito a fiança. No que tange a causa especial de aumento de pena, o entendimento majoritário nesta condição elencada no art.9º da lei nº 8072/90, aponta não ser possível a aplicação, em razão do art. 224 do código penal13 ter sido revogado pela lei 12.015/200914 e em justificativa à pena imputada ao crime pelo legislador, ser uma das maiores do nosso ordenamento jurídico (reclusão de 20 a 30 anos) atingindo o máximo das penas no Brasil, não havendo sentido quanto ao cabimento desta suposição, por ser de 30 (trinta) anos o limite superior de reclusão. 2.2 LATROCÍNIO X ROUBO QUALIFICADO PELA LESÃO CORPORAL Os resultados morte (latrocínio) e lesão corporal grave são consequências da violência empregada contra a pessoa (vis corporalis) vítima da subtração do bem, sendo qualificadoras determinantes do crime de roubo. A doutrina as divide nas modalidades culposa e dolosa, havendo dolo quando a intenção do agente for desejada por este, doutrina minoritária, e a culpa, como consequência da primeira ação. O último entendimento é acolhido com maior respaldo e atenção pela doutrina e jurisprudência, por serem estas condutas complementares e provenientes de um ato antecedente acrescido do meio agravante (violência). Por este motivo, opinamos pela forma culposa, visto que o ofensor não as almeja; assim preceitua o Art. 19 do Código Penal, in verbis: “Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. ”15 7 O latrocínio e o roubo qualificado pela lesão corporal grave são duas espécies criminais que possuem penas correspondentes a gravidade dos atos praticados pelo sujeito ativo, quanto ao primeiro recomendamos a releitura do último parágrafo do item 2.1 do estudo, o qual já discorremos no sentido da sanção correspondente. Em face do roubo qualificado pela lesão, a pena cominada a esta infração é de reclusão de 7 a 15 anos e multa.16 Ambos os crimes, podem caracterizar a presença de elementos do roubo próprio ou impróprio, e sobre si não são aplicáveis as majorantes do § 2º do art. 157, 17 que são as causas especiais de aumento de pena. A doutrina ainda recepciona o não cabimento do delito nas hipóteses de o meliante praticar e atingir seu comparsa. Neste caso, o crime de latrocínio não ocorre; eis que se torna necessário para que seja configurado, a morte da vítima proprietária do objeto e não de um dos sujeitos ativos da conduta primitiva. Neste sentido, assevera Rogério Greco: Tem-se afirmado, com razão, que a morte de qualquer pessoa, durante a prática do roubo, que não alguém do próprio grupo que praticava a subtração, caracteriza o latrocínio. 18 Nessa disposição, podemos dizer que o latrocínio ocorre quando da lesão do bem jurídico patrimônio, exercer o transgressor mecanismos violentos que acabem ocasionando como resultado a morte do sujeito passivo, podendo ser este a vítima ou terceiro, desde que não esteja envolvido na autoria do delito. Podemos exemplificar com o seguinte caso: Um agente adentra em uma joalheria, anuncia o assalto, rende proprietário e funcionários, exigindo destes joias e dinheiro. Ao perceber movimento estranho do segurança, o meliante descarrega a pistola contra o sujeito que vem a falecer no mesmo momento devido à gravidade dos disparos. Nervoso, com a situação que poderia advir em razão da atenção chamada pelos sons dos tiros, o ofensor se retira da loja e foge de carona com um comparsa. Vemos no caso em concreto, que o crime ocorre em uma joalheria, local de trabalho do ofendido, contudo, a conduta criminosa o torna terceiro prejudicado, equiparando-o a vítima proprietária da res em razão de sua vinculação com o local de trabalho, assim, se enquadra como sujeito passivo do crime. Outro importante ponto a ser analisado está na ausência de subtração efetiva dos objetos almejados pelo agente, pois o mesmo retirou-se da loja sem levar nenhum 8 dos bens de seu desejo. Nesta hipótese, pode-se observar o latrocínio da sumula 610 do STF. Tipo criminal consumado com a ausência de subtração do objeto da vítima. Tema a ser analisado no item 6 com maior amplitude, por ser o tema do nosso estudo. 3 TENTATIVA E CONSUMAÇÃO DO LATROCÍNIO Recepcionado pela doutrina como modalidade de crime de alta complexidade, o latrocínio é assim caracterizado, pelo fato de reunir sobre sua estrutura típica uma pluralidade de condutas criminosas, que quando independentemente executadas dão origem a crimes diferentes e autônomos, que possuem particularmente suas respectivas penas, elementos objetivos, subjetivos, qualificadoras entre outros itens classificatórios. A macro abrangência do delito, permite que suas condutas, quando numa situação fática forem praticadas, obedeçam a uma ordem cronológica que se tangencia pela ocorrência do dolo no antecedente e da culpa no consequente, ambas em conjunto dão oportunidade para que o latrocínio possa ser configurado, tais condutas que são o roubo, fruto da vontade e do risco assumido pelo agente de subtrair o objeto agravado pela morte do sujeito passivo. Sabe-se que devido ao número composto de condutas formadoras do delito do § 3º do art. 157 do CPB, a doutrina procurou elencar a forma tentada e consumada do crime, como consequência disso, a discrepância surgiu entre as variadas espécies apresentadas de acordo com as posições de cada corrente. Em primeiro plano, é importante salientar que a forma tentada do latrocínio, mesmo que minimamente, encontra resistência, entendendo os contrários à tentativa, pela ideia de que este não poderia abarcar formato tentado, por ser um crime preterdoloso, o qual torna-se impossível a existência da modalidade. Para os defensores da tese de possibilidade de tentativa, esta existirá com o emprego do dolo no homicídio tentado, hipótese em que o preterdolo será afastado.19 Duas concepções de tentativa podem existir neste ato criminoso, uma pelo latrocínio tentado diante da não consumação de nenhum dos elementos de sua composição, fato este, em que nem o homicídio e tampouco o roubo logram êxito, entendimento este pacífico. Outro exemplo de tentativa, embora existam divergências, se encontra quando há consumação do roubo, mas a vítima sobrevive. Alguns 9 doutrinadores entendem que há para este caso tentativa, já outros admitem seu enquadramento como roubo qualificado por lesão corporal grave, adiante trataremos do tema com maior análise. Ponto de convergência, por ser unanimidade doutrinária, a forma consumada do latrocínio quando decorrente da efetiva execução das duas condutas componentes do tipo penal em estudo, vale ressaltar a subtração do objeto da vítima e o resultado morte, é item sem objeção contrária pelo fato de preencher todos os requisitos do previsto pelo § 3º do art. 157, e obedecer integralmente ao previsto no Art. 14, inciso I do CP. Ao contrário das demais teses, a hipótese de latrocínio da súmula 610 do STF, é que causa maiores discrepâncias no campo doutrinário, por considerar que o crime consumado independe da subtração do objeto. São estes os quatro tipos que podem configurar tentativa ou consumação do delito. Em seguida, passaremos ao estudo de cada uma das modalidades tentadas e consumadas em seus respectivos tópicos. Com maior profundidade teceremos a análise do latrocínio da súmula 610 do STF, tema deste estudo e objetivo principal a ser apresentado, assim como esclarecido. 3.1 ROUBO CONSUMADO E HOMICÍDIO CONSUMADO Por não existirem objeções colocadas em desfavor desta via criminis, esta opção de tipicidade do mencionado delito, goza de maior prestígio à luz da jurisprudência e das variadas fluências da doutrina que caminham em consonância. Torna-se crucial, observara construção do conceito da infração em destaque, tomando como paradigma esta hipótese. Como já fora objeto de menção neste trabalho e digna de ser ressaltada novamente, a maneira pacífica com que o entendimento é acolhido pelos variados nomes de nosso Direito pátrio, é notório frisar a receptividade com que a tese do roubo consumado somado ao homicídio também consumado, encontram vasto amparo por nossos juristas, nessa linha, Rogério Greco assinala: Se temos um homicídio consumado e uma subtração consumada, não hesitamos em afirmar que estamos diante de um latrocínio consumado. 20 10 Muitos dos grandes penalistas do país, a reconhecem como única hipótese do aludido crime que de fato é consumado, muito embora exista o exemplo do elencado na súmula 610 do STF, alvo de maior polêmica e de questionamentos de longos anos entre os próprios juristas, e entre estes e os tribunais. É cediço que a conduta do tipo penal, destarte já referida inúmeras vezes neste trabalho, se origina primeiramente de uma manifestação voluntária precedente (roubo), sucedida de um ato involuntário (homicídio), oriundo desta adição é o latrocínio, que por este pensamento, necessariamente precisa advir das duas ações dolosas. A intencionalidade de ambas precisa estar presente. 3. 2 HOMÍCIDIO TENTADO E ROUBO TENTADO Esta espécie exemplificativa, assim como ocorre com a do latrocínio consumado pelo roubo e homicídio consumados, também encontra acolhimento praticamente unânime pela doutrina, uma vez que se desenvolve em razão de não ocorrer nenhuma das finalidades imperiosas necessárias a efetivar o delito consumado. O agente por algum fato superveniente, frustra seus planos, não conseguindo colocá-los em prática, vejamos o seguinte exemplo: imagine-se uma pessoa que vai saindo do trabalho e ao entrar no carro é abordada por um indivíduo exigindo seus pertences, assustada, insinua gesto que para o agente delituoso representa uma reação, logo, este procede ao disparo de dois tiros contra a vítima que é atingida. Por ouvir barulhos de sirene próximo ao local do crime, sem demora, o meliante se evade rapidamente da área sem levar objeto algum da vítima, que após o incidente é conduzida ao hospital e sobrevive aos ferimentos. No caso acima, estamos diante de um exemplo de insucesso da conduta primitiva como também dos atos sequenciais, resta claro no exemplo acima que nenhum dos requisitos foram preenchidos, e nesta sentença, estamos diante de uma de tentativa de latrocínio, por reunir em sua formação, a dupla conduta fundamental não exitosa. Nem o roubo e nem o homicídio obtiveram sucesso. Nessa condição, temos como fundamento o inciso II do art. 14 do CP, ao tratar o crime tentado como sendo aquele que uma das condutas ou todas não completam o iter criminis por acontecer circunstancia estranha a pretendida, vejamos: “Art. 14... 11 II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. ” 21 Na mesma direção, a jurisprudência assim se manifesta: EMENTA: APELACAO CRIMINAL. LATROCINIO NA FORMA TENTADA. PALAVRA DA VITIMA. TIPIFICACAO. REDUCAO DA PENA. 1 - NOS CRIMES DE NATUREZA PATRIMONIAL, PRATICADOS NA CLANDESTINIDADE, A PALAVRA DA VITIMA PREVALECE SOBRE A DO REU, QUANDO EM CONSONANCIA COM AS DEMAIS PROVAS COLHIDAS NOS AUTOS. 2 - SE O AGENTE PRATICA HOMICIDIO TENTADO E SUBTRAÇÃO PATRIMONIAL TENTADA, RESPONDE POR TENTATIVA DE LATROCINIO, DESCRITO NO ARTIGO 157, PARÁGRAFO TERCEIRO, "INFINE", C/C ARTIGO 14, INCISO II, DO CÓDIGO REPRESSIVO. (GOIÁS - APC N.35207-8/213) 22 Entretanto, merece análise incisiva, a presença do dolo na tentativa do homicídio que compõe a ação caracterizadora do crime complexo, existindo esse, haverá também a configuração da tentativa de latrocínio. 23 O tipo penal em sua essência, corresponde a uma figura preterdolosa, porém o elemento subjetivo do supracitado delito, não abarca a tentativa, motivo o qual o seu afastamento, revalida a ocorrência daquela. Neste escólio, as modalidades tentadas do ato delituoso, só serão possíveis obedecidas esta regra. Grandes nomes do Direito penal brasileiro, já admitem a possibilidade da conduta resultante poder ocorrer pelo dolo, não se restringindo apenas a culpa caracterizadora do preterdolo, eis o argumento de Bittencour: [...] a extrema gravidade das sanções cominadas uniu o entendimento doutrinário, que passou a admitir a possibilidade, indistintamente, de o resultado agravador poder decorrer tanto de culpa, quanto de dolo direto ou eventual. 24 Portanto, a ampliação interpretativa de que o resultado agravador da infração também pode advir de comportamento voluntário do autor do fato, deve ser observada na aplicação ao caso em concreto, em especial aqueles que assinalarem hipótese de tentativa. 3.3 HOMICÍDIO TENTADO E SUBTRAÇÃO CONSUMADA 12 O dolo mais uma vez, torna-se elemento imprescindível para determinação do evento criminoso, por ser este como visto no tópico anterior, tipo subjetivo basilar, uma vez que estabelece a origem que somado ao resultado morte, formam o latrocínio. A violência, item fundamental que surge do ato primário cometido, ganha destaque de qualquer forma, seja com o resultado agravador de caráter culposo ou doloso. O importante como já mencionamos, é que da primeira atuação se constate o risco assumido pelo executor. Para esta modalidade, é necessário que o êxito da subtração se configure e a vítima escape de lesões que poderiam colocar sua vida em perigo. Sobrevivendo o ofendido, estar-se-á diante de uma causa de latrocínio tentado pela subtração consumada pelo homicídio tentado. Esta teoria se confunde em alguns aspectos, com o crime de roubo seguido por lesão corporal grave, a doutrina trata o problema a partir da análise especificada de cada uma. A intencionalidade do agente, será aferida por meio de fatores externos peculiares a sua conduta. Para haver tentativa de latrocínio, o ato intencional, deve conter o emprego da violência que vise assegurar a impunidade de um outro crime, qual seja o roubo, querendo o agente a morte da vítima, não se realizando esta por circunstâncias alheias à sua vontade. Enquanto que no roubo qualificado por lesão corporal grave, a violência é empregada para assegurar a impunidade do crime, porém, o desejo do meliante é apenas lesionar o ofendido, não interessando a morte deste. Não obstante, a jurisprudência opina favoravelmente ao latrocínio tentado em concordância a esta posição, vejamos: CRIMINAL. RESP. TENTATIVA DE LATROCÍNIO. SUBTRAÇÃO CONSUMADA E HOMICÍDIO TENTADO. CONFIGURAÇÃO DO DELITO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. Evidenciado o dolo de matar por parte do réu, não há como se afastar a ocorrência da tentativa de latrocínio. A subtração consumada, aliada ao homicídio tentado, caracteriza a tentativa de latrocínio. A magnitude da lesão corporal causada é de somenos importância para a configuração do crime de tentativa de latrocínio. Precedente do STF. Irresignação que merece ser provida, para restabelecer a sentença monocrática. Recurso especial conhecido e provido, nos termos do voto do relator. (RESP 601871 RS 2003/0180359-5. RELATOR MINISTRO GILSON DIPP – PUBLICADO EM DJ 02.08.2004 P. 536). 25 13 Posição amplamente acolhida pela doutrina, embora exceções sejam levantadas por grandes nomes do Direito penal nacional, a exemplo de Nelson Hungria, ressalta o grande jurista, que havendo subtração consumada e homicídio tentado, se estaria perante uma tentativa de homicídio qualificado (art. 121,§ 2º, V). 26 Com todo respeito a teoria, discordamos do entendimento. 3.4 ROUBO TENTADO E HOMÍCIDIO CONSUMADO Dentre as quatro espécies tentadas e consumadas, esta é a modalidade que gera mais controvérsias entre os doutrinadores brasileiros, o latrocínio composto pelas condutas do roubo tentado somado ao homicídio consumado, torna-se palco de fortes divergências tomadas por diferentes posições. Alguns nomes de nossa doutrina, entendem haver tentativa de latrocínio na conduta de roubo tentado pelo homicídio consumado, corrente ainda minoritária. Para a maior parte de nossa doutrina, existe nesta hipótese delito consumado, esta última ideia concentra um maior respaldo. O Supremo Tribunal Federal, manifestou-se favorável a concepção defendida pela doutrina majoritária ao editar o entendimento contido na súmula 610, in verbis:"Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima." 27 A posição do Egrégio Tribunal, reforça a tese de consumação da infração penal, independentemente de haver a efetiva subtração do objeto, bastando tão somente o animus de cooptar a coisa, por esta compreensão, ver-se que a morte da vítima é, de fato, o elemento levado com maior consideração para aqueles que seguem o entendimento do STF. Neste escólio, uma análise mais aprofundada será feita nos próximos tópicos mostrando os pontos a favor e contra esta hipótese. 4 POSICIONAMENTOS CONTRÁRIOS AO ENTENDIMENTO DA SÚMULA 610 Nomes de destaque no cenário nacional defendem a hipótese do latrocínio pelo roubo tentado e homicídio consumado como um tipo penal na modalidade tentada, esta é a bandeira levantada com ânimo pelo renomado jurista Rogério Greco. Para este, havendo a clara ausência da efetivação das condutas ou de uma delas descritas 14 no §3º do art.157 do CPB, por não existir a sua completa execução, especialmente quanto a primeira, com a não consumação do roubo, o caminho do crime estaria prejudicado. Greco, em seu livro, divide esta tese como sendo defendida por três correntes, duas delas compõem os tradicionais embates como sendo o delito uma hipótese tentada ou consumada, uma terceira corrente, esta defendida por Hungria, afirma que se trata a conduta, ora descrita como sendo espécie de homicídio consumado, sem a punição da tentativa do roubo. Nesta razão, salienta o doutrinador: [...] a única solução que nos parece razoável é a de, sem desrespeito à unidade jurídica do crime, aplicar exclusivamente a pena mais grave, considerados os crimes separadamente, ficando absorvida ou abstraída a pena menos grave. Tome-se, por exemplo, o crime de latrocínio (art. 157, § 3º, in fine), e suponha-se que o homicídio (crime meio) seja apenas tentado, enquanto a subtração da res alínea (crime fim) se consuma: deve ser aplicada tão somente a pena de tentativa de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, V), considerando-se absorvida por ela a do crime patrimonial. Se, ao contrário, o homicídio se consuma, ficando apenas tentado o crime patrimonial, a pena única a aplicar-se é a do homicídio qualificado consumado. 28 Acerca deste entendimento, Greco salienta que “[...] havendo homicídio consumado e subtração tentada, deve o agente responder por tentativa de latrocínio e não por homicídio qualificado ou mesmo por latrocínio. ” 29 Parte da doutrina, baseada na concepção de Frederico Marques, 30 entende que a hipótese em questão, se configura como um exemplo de tentativa de latrocínio, por não haver o preenchimento de todas as condutas descritas, em razão de ser o crime, um tipo penal complexo, e para tal classificação, segundo esta doutrina, torna-se exigível que se complete o iter criminis. Utiliza o referido entendimento com base na violação ao inciso I do art. 14 do CPB, que assim transcreve: “Art. 14 - Diz-se o crime: I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal” 31. Enquadrando o delito na hipótese tentada, uma vez que não há a completa concretização da conduta do roubo, em confronto com o citado dispositivo. Nestes termos, Greco, Israel Domingos Jorio, entre outros renomados juristas, seguem esta linha de raciocínio, por considerarem um equívoco configurar a hipótese aludida como espécie de crime consumado. Nesse ensejo, a citada doutrina ainda acrescenta, que por ser um crime material, a figura do latrocínio exige o preenchimento da pluralidade das condutas, 15 uma vez que se trata de delito de alta complexidade, e por esta razão, torna-se imprescindível que seja assim configurado, pois as condutas criminosas ensejadoras do tipo penal, os chamados “crimes-membros” 32 necessitam desta caracterização. O homicídio, resultado qualificador e que junto com o roubo formam o delito, é elemento de maior relevância para a doutrina majoritária, esta ao afastar a necessidade de consumação do roubo e defender tão somente a consumação daquele, leva em relevância a valoração do bem jurídico vida, o que para a doutrina minoritária, é inconcebível tal fundamento, uma vez que aplicar uma pena tão dura como é a do latrocínio, a uma conduta incompleta, se estaria diante de uma injustiça e em violação ao princípio da legalidade. Acerca da questão Jorio descreve, “Quanto à supremacia do valor vida, não há dúvida. A defendemos com afinco. Apenas não cremos que a solução para o problema deva ser o assassínio dessa teoria. ” 33 O novel professor acrescenta: Não podemos concordar com a solução ao considerar consumado o latrocínio sem que se verifique a realização da subtração, afasta a incidência da regra trazida pelo art. 14, inciso I e parágrafo único do Código Penal, e agrava a situação do agente. O autor do delito, que deveria ser responsabilizado com pena prevista para o crime tentado, receberá, em desacordo com expressa disposição legal, a punição destinada ao crime consumado.34 Desta forma, para esta corrente, o STF comete um equívoco em relação ao supracitado dispositivo do CPB e ao princípio da reserva legal XXXIX do art. 5º da CFRB,35 comprometendo, de tal modo, a segurança jurídica, ao levantar tese absolutamente incompatível. No que pese a pena da hipótese tentada de latrocínio, esta seria desproporcional, por restar ceifado o bem jurídico maior, a vida, atribuindo a tal conduta, tão somente uma pena de 6 anos e 8 meses a 20 anos de reclusão, visto que, o fato como o bem da vida foi desgarrado nos parece uma penalidade branda a ser aplicável para um princípio de tão grande importância valorativa. Por outra parte, não havendo subtração e a morte se consumando de uma maneira mais sútil, a pena aplicável ao latrocínio consumado é de 20 a 30 anos de reclusão, mais multa. Vale ressaltar, buscando os subsídios necessários na doutrina, assim como nos julgados de nossos tribunais, a verificação da infração penal como sendo um delito consumado, independe da ocorrência de subtração. Devendo haver o desejo do agente em querer retirar a res da vítima, seu desejo precisa ser voluntário, e para isso, 16 este utiliza-se de meio vil, cruel no uso da violência, para garantir a posse do bem, e assim, sem medir o risco de suas consequências, atinge o bem jurídico supremo, a vida do ofendido. Neste escólio, entendemos este como hipótese de latrocínio consumado. 5 LATROCÍNIO CONSUMADO SEM A SUBTRAÇÃO DO OBJETO Como anteriormente apresentado, a circunstância criminal resultante da subtração tentada pelo óbito da vítima, ou seja, espécie de latrocínio consumado, é centro das maiores divergências na doutrina. Existem os argumentos contrários já abordados no item anterior,razão pela qual, neste tópico, versaremos sobre as considerações favoráveis a sua aplicabilidade no Direito pátrio. O entendimento a respeito da mencionada hipótese pelo STF, por meio da edição da súmula 610, partiu da premissa de existirem precedentes judiciais, quais sejam: HC 48935, Publicações: DJ de 3/9/1971, RTJ 61/318; HC 56171 Publicações: DJ de 22/9/1978 RTJ 87/828; HC 56704 Publicações: DJ de 23/3/1979, RTJ 95/94; HC 56817 Publicações: DJ de 30/3/1979, RTJ 93/102; HC 57420 Publicações: DJ de 14/12/1979 RTJ 96/94.36 Nesse contexto, a corte suprema em 17 de outubro de 1984, redigiu a referida súmula, vide item 3.4 págs. 14. Consolidando a matéria da consumação do latrocínio sem o sucesso do cooptação, por considerar salutar proeminência da vida, no Art. 5º caput, que preleciona: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida [...]” 37 A doutrina em sua ampla maioria, acosta-se de acordo com o enunciado da súmula, em defesa da supremacia valorativa que tem a vida em detrimento do patrimônio, pouco importando a efetiva consumação do último, uma vez que é o primeiro, linha mestra de todos os outros Direitos, motivo o qual se encontra inserido no rol dos Direitos de primeira geração. O cunho axiológico atribuído em relação a vida, ultrapassa todo e qualquer limite ou ordem jurídica que vise tão somente a estruturação de conceitos, pois este bem jurídico sobreleva todos os demais valores meramente técnicos. 17 Considerar este ato infamante como espécie de tentativa, seria rebaixar a importância que detém o princípio de primeira geração em nosso ordenamento jurídico, cometeria assim, uma pura injustiça ao aplicar ao agente transgressor reprimenda ínfima de 6 anos e 8 meses a 20 anos de reclusão. 38 Estar-se-á no caso, diante de um grande desafio imposto ao juiz singular, que é a imputação de uma punição rígida a uma conduta, esta ocorrida com o emprego de meio ardiloso no roubo ou em sua tentativa, e por isso, resultando no falecimento do ofendido. Torna-se nesta hipótese, desnecessária a efetivação da subtração do objeto, por ser o patrimônio violado independentemente de ser atingido. Há, por parte do autor do fato, a vontade ao assumir o risco de praticar a conduta, muito embora que esta não tenha logrado êxito. Mas em razão dela, com excesso do elemento vias fatos, restou ceifada o bem primário contido na alma de nossa constituição, a vida. Salientam renomados autores, os quais cabem representar, pela saudosa memória do mestre Júlio Fabrini Mirabeti, que preleciona: “[...] orientação, adotada pelo STF (Súmula 610), é a menos imperfeita, embora não perfeitamente ajustada à letra da lei, que exige, para a consumação do crime complexo, a dos elementos componentes. “ 39 Embora reconheça a imperfeição do entendimento sumular por ir de encontro a completa integralidade das condutas, o novel jurista sustenta a consumação do delito, em respeito a supremacia do Direito à vida. Na mesma linha, outros nomes a exemplo de Bittencour, Damásio, reconhecem tal hipótese. A jurisprudência segue o mesmo caminho, a exemplo de julgados como este: Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. LATROCÍNIO. SENTENÇA E ACÓRDÃO QUE FIRMAMHAVER LATROCÍNIO CONSUMADO E TENTADO EM CONCURSO FORMAL. PRETENSÃODE RECONHECIMENTO DE CRIME ÚNICO. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA.INDISFARÇÁVEL NECESSIDADE DE AMPLA DILAÇÃO PROBATÓRIA. PERFAZ-SE OLATROCÍNIO SE HAVIDA A MORTE, AINDA QUE NÃO A VIOLAÇÃO PATRIMONIAL.SÚMULA 610/STF. PARECER MINISTERIAL PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM. ORDEMDENEGADA. 1. Afirmado pelo Tribunal Estadual que a conduta perpetrada visou a atingir patrimônios distintos, bem como a integridade física década uma das vítimas, entendendo pela existência de concurso formal, a alteração dessa conclusão demandaria aprofundada dilação probatória, providência inadmissível em Habeas Corpus. Precedentes. 2. Este STJ, fundado primordialmente na Súmula 610 do Pretório Excelso, que enuncia haver crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração 18 de bens da vítima, firmou a orientação de que se perfaz o crime em que havida a morte, ainda que não a violação patrimonial. 3. Parecer do MPF pela denegação da ordem. 4. Ordem denegada. ( STJ - HABEAS CORPUS HC 137538 MG 2009/0102528-2 (STJ) DATA DE PUBLICAÇÃO: 12/04/2010) 40 Neste sentido, concluímos que os três pilares em que se fundam esta tese, demonstram, em clara consonância, a consumação do latrocínio sem a subtração do objeto da vítima, por haver neste exemplo a proteção ao bem jurídico de maior abrangência, e no qual o Direito tem o dever de zelar com maior atenção, por ser este o centro no qual todas as relações jurídicas se desenvolvem. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho de conclusão de curso foi demostrar a ocorrência do latrocínio consumado sem a necessidade da efetiva subtração, por se tratar de tema dotado de divergências doutrinárias. O presente trabalho, buscou trazer elementos para que pudessem ser demonstrados a possibilidade de consumação do delito nesta hipótese. Como também trouxemos a conceituação do crime de latrocínio, suas características, os elementos que o compõe, as hipóteses existentes, as opiniões da doutrina e o esclarecimento sobre a consumação do crime à luz da súmula 610 do STF. Podemos concluir que é possível que o latrocínio se concretize sem precisar da consumação do roubo, em decorrência do entendimento sumular, doutrinário e jurisprudencial, onde disciplina a possibilidade de ocorrência do tipo penal, em cima da valoração do bem jurídico, vida. Considerar a conduta como tentativa, seria imputar ao delito uma pena de 6 anos e 8 meses a 20 anos de reclusão, algo no mínimo injusto para um resultado tão danoso como a morte da vítima. Trouxemos a possibilidade de nos debruçar sobre as demais hipóteses de latrocínio, sejam elas nas formas tentadas ou consumadas, conforme a especificidade de cada conduta, respeitando os limites que a lei exige para adequá-lo ao caso em concreto. Essas limitações são impostas quando, por exemplo, se afasta o preterdolo da conduta do roubo e adota o dolo como tipo subjetivo do resultado morte na modalidade 19 tentada do crime. Assim como o afastamento da retirada efetiva do objeto, bastando tão somente o dolo da conduta com a morte do sujeito passivo. Concluímos este trabalho, após a análise das correntes doutrinárias existentes acerca do tema, verificando que é possível a consumação do delito, elevando a vida como elemento primordial, sendo desnecessário o sucesso da ação precedente, o roubo. 20 ABSTRACT CONSUMMATION OF ROBBERY WITHOUT THE OBJECT SUBTRACTION FROM VICTIM The present work of graduation is entitled as consummation of robbery without the object subtraction from victim, which the focus will be on the approach of the criminal figure transcribed in paragraph 3 of Art. 157 of the Penal Code, conduct characterized by intentional theft followed by death result. Which is why, the moment of consummation of the crime, will be the main object of analysis of this study, to find in scope, doctrinal disagreements about the consideration or not of the crime, without actually occur cooptation of the good that is in possession of the victim. In that sense, Rogério Greco and other greatnames of the Criminal Law Homeland, advocate the grounds that the consummate robbery, occurs only when the two pipelines become effect, on the grounds that recognize the crime without the effective characterization of theft, it would be an affront the principle of legality and the Item I of Art. 14 of the Criminal Code. However, finds greater support the thesis sponsored by Bittencour, Damasio and by the late Mirabet, for these, the consummation of the crime independent of the subtraction of the object, just by the desire to remove it from the victim, which is glimpsed in intentional conduct by the use violence, and the death occurs as a result of the offense. Thus, the aforementioned understanding puts life in the supreme legal interest threshold. Similar thinking has the STF to consecrate it in the score sheet 610. Therefore, the study seeks to target the consummate crime, in particular murder because with the failure of subtraction, as well as other important aspects of the offense. NOTAS DE RODAPÉ _______________ 1 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula&pagina=sumula_601_7 00 > Acesso em: 13 de abril de 2015. 2 CAROLLO, João Carlos. O latrocínio e a Súmula nº 610 do STF. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, 4 ago. 2011. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/19697>. Acesso em: 12 abril de 2015. 3 JORIO. Israel Domingos. Latrocínio. Belo Horizonte. Editora Del Rey. 2008.p.254. 4 JORIO. Israel Domingos. Latrocínio. Belo Horizonte. Editora Del Rey. 2008.p.254. 5 BRASIL. Código Penal Brasileiro: Decreto n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm>. Acesso em 13 de abril de 2015. 6 CAROLLO, João Carlos. O latrocínio e a Súmula nº 610 do STF. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, 4 ago. 2011. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/19697>. Acesso em: 13 abril de 2015. 7 BRASIL. Código Penal Brasileiro: Decreto n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm>. Acesso em 13 de abril de 2015. 8 PEREIRA. Geraldo Lopes. Tentativa de Latrocínio. Direito net. Disponível em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/7416/Tentativa-de-latrocinio.Acesso. Acesso em 13 de abril de 2015. 21 9 CAROLLO, João Carlos. O latrocínio e a Súmula nº 610 do STF. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, 4 ago. 2011. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/19697>. Acesso em: 13 abril de 2015. 10 ROCHA. William Alessandro. Consumação e tentativa no latrocínio. Via Jus. Disponível em: <http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=1516 >Acesso em: 14 de abril de 2015. 11 BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Especial. V.3. São Paulo: Saraiva, 2010.p.118. 12 BRASIL. Lei Nº 8.072, de 25 de julho de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8072.htm. Acesso em: 16 de abril de 2015. 13 BRASIL. Código Penal Brasileiro: Decreto n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm> Acesso em: 16 de abril de 2015. 14 BRASIL. Código Penal Brasileiro: Decreto n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm> Acesso em: 16 de abril de 2015. 15 BRASIL. Código Penal Brasileiro: Decreto n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm>Acesso em: 16 de abril de 2015. 16 GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. Vol. 3. Niterói. Impetus. 2014. P.76. 17 BRASIL. Código Penal Brasileiro: Decreto n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm>Acesso em: 19 de abril de 2015. 18 GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. Vol. 3. Niterói. Impetus. 2014. p.77. 19 JORIO. Israel Domingos. Latrocínio. Belo Horizonte. Editora Del Rey. 2008.p.255. 20 GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. Vol. 3. Niterói. Impetus. 2014. p.80. 21 BRASIL. Código Penal Brasileiro: Decreto n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm>Acesso em: 19 de abril de 2015. 22 GOIÁS. TJGO. Jurisprudência. Jus Brasil. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=+Latroc%C3%ADnio+tentado Acesso em: 20 de abril de 2015. 23 ROCHA. William Alessandro. Consumação e tentativa no latrocínio. Via Jus. Disponível em: <http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=1516> Acesso em: 20 de abril de 2015. 24 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo. Saraiva. 6ª Ed. 2010. P.118. 25 BRASIL. Jurisprudência.Jus Brasil. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=+Latroc%C3%ADnio+tentado Acesso em: 23 de abril de 2015. 26 GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. Vol. 3. Niterói. Impetus. 2014. p.80. 27 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula&pagina=sumula_601_7 00 > Acesso em: 23 de abril de 2015. 28 GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. Vol. 3. Niterói. Impetus. 2014. p.81. 29 GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. Vol. 3. Niterói. Impetus. 2014. p.82. 30 .GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. Vol. 3. Niterói. Impetus. 2014. p.81. 31 BRASIL. Código Penal Brasileiro: Decreto n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm> Acesso em: 25 de abril de 2015. 32 ROCHA. William Alessandro. Consumação e tentativa no latrocínio. Via Jus. Disponível em: <http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=1516> Acesso em: 26 de abril de 2015. 33 JORIO. Israel Domingos. Latrocínio. Belo Horizonte. Editora Del Rey. 2008.p.257. 34 . JORIO. Israel Domingos. Latrocínio. Belo Horizonte. Editora Del Rey. 2008.p.257. 35 BRASIL. Código Penal Brasileiro: Decreto n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm> Acesso em: 26 de abril de 2015 36. NETO. Roberto Carvalho da Silva. Incompatibilidade da Súmula 610 do STF, com o Art.14, Inciso I do Código Penal. Passei Direito. Ponte Nova. Junho de 2013. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/4899962/trabalho_sobre_a_sumula_610_stf> Acesso em: 01 de maio de 2015. 37 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:. < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em: 01 de maio de 2015 38. CAROLLO, João Carlos. O latrocínio e a Súmula nº 610 do STF. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, 4 ago. 2011. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/19697>Acesso em: 01 de maio de 2015.. 39 MIRABETTI. Julio Fabrini. Fabrini. Renato.n. Manual de Direito Penal. Vol. 2. São Paulo. Editora Atlas. Ed. 29ª 2012.p. 217. 40 BRASIL. Jurisprudência. Jus Brasil. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Latroc%C3%ADnio> Acesso em: 01 de maio de 2015. 22 REFERÊNCIAS BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Vol. 3. São Paulo. Saraiva. 6. Ed. 2010. BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <Http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula&pagin a=sumula_601_700 > Acesso em: 13 de abril de 2015. BRASIL. Lei Nº 8.072, de 25 de julho de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8072.htm. Acesso em: 16 de abrilde 2015 BRASIL. Jurisprudência. Jus Brasil. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Latroc%C3%ADnio> Acesso em: 01 de maio de 2015. CAROLLO, João Carlos. O latrocínio e a Súmula nº 610 do STF. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, 4 ago. 2011. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/19697>Acesso em: 01 de maio de 2015. GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. Vol. 3. Niterói. Impetus. 2014. P.76. JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. V. 2. Parte Especial. 25 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. JORIO. Israel Domingos. Latrocínio. Belo Horizonte. Editora Del Rey. 2008. MELLO, Sebástian Borges de Albuquerque. Latrocínio tentado: o lógico x o axiológico. Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 65, mai. 2003. Disponível em: http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=4086. Acesso em: 25 abril de 2015. 23 MIRABETTI. Julio Fabrini. Fabrini. Renato.N. Manual de Direito Penal. Vol. 2. São Paulo. Editora Atlas. Ed. 29ª 2012. NETO. Roberto Carvalho da Silva. Incompatibilidade da Súmula 610 do STF, com o Art.14, Inciso I do Código Penal. Passei Direito. Ponte Nova. Junho de 2013. Disponívelem:<https://www.passeidireto.com/arquivo/4899962/trabalho_sobre_a_su mula_610_stf> Acesso em: 01 de maio de 2015. PEREIRA. Geraldo Lopes. Tentativa de Latrocínio. Direito net. Disponível em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/7416/Tentativa-de-latrocinio. Acesso em 13 de abril de 2015. PERRET. Marcelo Lopes. Furto e Roubo- Doutrina e Legislações. Lopes Perret Advocacia. Disponível em: <http://www.lopesperret.com.br/2013/05/30/furto-e-roubo- doutrinas-e-legislacao/> Acesso em: 25 de abril de 2015. PRESTES. Lisiê Ferreira. Crimes contra do patrimônio, em destaque o latrocínio. Boletim Jurídico. Disponível em: <http: //www.boletimjuridico.com.br/ doutrina/texto.asp?id=2267>Acesso: 15 de abril de 2015. ROCHA. William Alessandro. Consumação e tentativa no latrocínio. Via Jus. Disponível em:<http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=1516 >Acesso em: 14 de abril de 2015. 24
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