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CADERNO COMPLETO PROCESSO TRABALHO I

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Direito Processual do Trabalho I 
Prof. M.Sc. Rogério Alves Dias 
 
 
Guilherme Azevedo 
 
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB 
Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais – FAJS 
Curso de Direito 
 
16/02/2018 (sexta-feira) 
 
1) Conceitos de Direito Processual do Trabalho 
 “É o ramo do direito que disciplina o processo do trabalho, o qual é o meio 
para a solução jurisdicional de conflitos trabalhistas” (Gustavo Filipe Barbosa 
Garcia). 
 “É o ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de princípios, 
normas e instituições próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa dos 
conflitos decorrentes das relações jurídicas tuteladas pelo direito material do 
trabalho e regular o funcionamento dos órgãos que compõem a justiça do trabalho” 
(Carlos Henrique Bezerra Leite). 
 “É o ramo da ciência jurídica, dotados de normas e princípios próprios para a 
atuação do direito do trabalho e que disciplina a atividade das partes, juízes e seus 
auxiliares, no processo individual e coletivo do trabalho” (Renato Saraiva). 
 Via de regra, o processo começa em decorrência de uma lide. 
Lide: conflito de interesses qualificado por 
uma pretensão resistida/insatisfeita. 
 Sendo assim, a partir do momento que se tem uma lide, ela precisa ser 
solucionada. Para isso, temos três meios de solução de conflito: 
 a) Autotutela: na autotutela tem-se a imposição do mais forte. Via de regra, 
esse meio de solução de conflito é proibido no direito, ou seja, não se pode decidir 
com as próprias mãos. 
Direito Processual do Trabalho I 
Prof. M.Sc. Rogério Alves Dias 
 
 
Guilherme Azevedo 
 b) Autocomposição: aqui, a lide será solucionada pelas próprias partes 
envolvidas. Neste caso, tem-se uma conciliação. 
 c) Heterocomposição: na heterocomposição, um terceiro irá solucionar o 
conflito. Esse terceiro pode ser o judiciário, ou pode ser pela via arbitral. Aqui se 
encaixa a disciplina de direito processual do trabalho, onde os conflitos serão 
solucionados pelo poder judiciário. Levando em consideração que é um conflito 
trabalhista, quem irá solucioná-lo será a Justiça do Trabalho. 
2) Autonomia do Direito Processual do Trabalho 
 O Direito Processual do Trabalho é ou não um ramo autônomo do direito? 
Para isso, temos duas teorias: 
 a) Monista: defendem a tese de que o Direito Processual do Trabalho não é 
um ramo autônomo do direito, pois quando se fala em “direito processual”, fala-se 
em um direito uno, onde o Direito Processual Civil, Direito Processual Penal, Direito 
Processual do Trabalho, dentre outros, seriam subdivisões. 
 b) Dualista: para a teoria dualista, o Direito Processual do Trabalho é sim um 
ramo autônomo do direito, uma vez que possui princípios próprios, regras próprias e 
institutos próprios. Além disso, ainda possui uma justiça especializada (Justiça do 
Trabalho). Essa é a teoria majoritária. 
3) Fontes do Direito Processual do Trabalho 
 As fontes do Direito Processual do Trabalho podem ser classificadas em 
fontes formais e fontes materiais: 
 a) Fonte formal: é o meio pelo qual o direito se exterioriza – Constituição 
Federal, CLT, CPC, entre outras legislações processuais. 
 b) Fonte material: são as mesmas do direito material do trabalho, já que 
processo é o instrumento que faz valer o direito material, como por exemplo, fatos 
sociais, políticos, econômicos e morais. 
4) Eficácia da lei processual trabalhista no tempo (912 da CLT, 14 do CPC) 
Direito Processual do Trabalho I 
Prof. M.Sc. Rogério Alves Dias 
 
 
Guilherme Azevedo 
 A pergunta é: qual a lei processual aplicável a determinado processo? 
Obviamente, a lei que está em vigor. Mas, e se a lei processual mudar durante esse 
processo? A nova lei se aplica ou não se aplica a esse processo que está em curso? 
 Para saber sobre a eficácia da lei processual no tempo, é preciso saber 
acerca de três teorias: 
 a) Teoria da unidade processual: para essa teoria, levando em conta a 
unidade do processo, só irá ser aplicada uma única legislação processual – aquela 
que estava em vigor na data do ajuizamento da ação. 
 b) Teoria das fases processuais: para essa teoria, o processo é divido em 
fases (postulatória, ordinatória, instrutória, decisória e recursal). Desta forma, a lei 
nova será aplicada no processo, porém, somente na fase posterior. 
 c) Teoria do isolamento dos atos processuais: a lei nova tem aplicabilidade 
imediata, ou seja, no momento em que ela entra em vigor, será aplicada 
automaticamente naquele processo em curso. E os atos que foram praticados 
anteriormente, são atos válidos ou inválidos? É necessário praticá-los novamente 
com base na nova lei? Não, eles serão considerados atos válidos, em razão do 
tempus regit actum (pratica do ato conforme a lei que estiver em vigor naquela data). 
Essa é a teoria adotada no Brasil. 
Art. 912 (CLT) - Os dispositivos de caráter 
imperativo terão aplicação imediata às 
relações iniciadas, mas não consumadas, 
antes da vigência desta Consolidação. 
Art. 14. (CPC) - A norma processual não 
retroagirá e será aplicável imediatamente aos 
processos em curso, respeitados os atos 
processuais praticados e as situações 
jurídicas consolidadas sob a vigência da 
norma revogada. 
5) Reforma trabalhista (Art. 6º, Lei nº 13.467/2017) 
 A reforma trabalhista trouxe alterações tanto no Direito do Trabalho quanto no 
Direito Processual do Trabalho. 
Direito Processual do Trabalho I 
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Guilherme Azevedo 
 A reforma trabalhista se aplica ou não se aplica aos processos que estão em 
curso na justiça do trabalho? Via de regra, sim (teoria do isolamento dos atos 
processuais). 
 A reforma trabalhista foi publicada no dia 13 de julho de 2017, mas só entrou 
em vigor 120 dias depois (11 de novembro de 2017) – IMPORTANTE GUARDAR 
ESSAS DATAS. 
 Na reforma trabalhista, temos três problemas quanto a “aplicabilidade 
imediata” sustentada pela teoria do isolamento dos atos processuais: 
 a) Honorários periciais: quando o juiz necessitar de conhecimentos técnicos 
ou científicos, ele será auxiliado por um perito. Após apresentar o laudo, o perito tem 
direito a receber pelo serviço prestado (honorários periciais). Acontece que, antes da 
reforma trabalhista, quem era beneficiário da justiça gratuita não pagava honorários 
periciais. Ou seja, se eu perdesse na pretensão objeto da perícia, e se eu fosse 
beneficiário da justiça gratuita, eu não iria pagar os honorários, e sim a União. 
Contudo, com a reforma trabalhista, mesmo que você seja beneficiário da justiça 
gratuita, você terá que pagar os honorários periciais. Ex: eu ajuizei uma ação em 
SET/2017 e agora, FEV/2018, pretendo realizar uma perícia. A pergunta é: eu devo 
ou não devo pagar os honorários periciais, ainda que eu seja beneficiário da justiça 
gratuita? Sim. A tese defendida é que se deve utilizar o CPC de forma subsidiária 
(art. 1047): 
Art. 1.047. As disposições de direito 
probatório adotadas neste Código aplicam-se 
apenas às provas requeridas ou 
determinadas de ofício a partir da data de 
início de sua vigência. 
 Para esse artigo (1047, CPC), deve-se levar em consideração o requerimento 
específico da perícia, ou seja, a data que foi requerida a prova pericial, ou a partir da 
determinação de ofício pelo juiz. 
 Em suma, para eu saber se vou pagar os honorários periciais ou não, é 
preciso levar em consideração a data do requerimento da prova pericial. Se a data 
do requerimento da prova pericial foi depois de 11/11/2017, eu entro na nova regra. 
Direito Processual do Trabalho I 
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Guilherme Azevedo 
Por outrolado, se eu fiz esse requerimento antes de 11/11/2017, não vou pagar 
esses honorários periciais se eu perder. 
 Obs: o requerimento de perícia genérico é válido para aplicação desta regra? 
Enunciado 366 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: 
O protesto genérico por provas, realizado na 
petição inicial ou na contestação ofertada 
antes da vigência do CPC, não implica 
requerimento de prova para fins do art. 1047. 
(Grupo: Direito intertemporal e disposições 
finais e transitórias) 
 O requerimento genérico, então, para fins do 1047, é válido? Não. 
 b) Honorários advocatícios: antes da reforma trabalhista, não existiam 
honorários sucumbenciais na justiça do trabalho na forma do CPC. Antes da 
reforma, somente o advogado do sindicato recebia honorários sucumbenciais. 
Advogado privado não tinha direito a honorários sucumbenciais. 
 Com a reforma trabalhista, todos os advogados passaram a ter direito aos 
honorários advocatícios, mesmo que esteja atuando em causa própria. 
 Ex: eu ajuizei uma ação em SET/2017 e perdi. A sentença saiu em FEV/2018. 
A pergunta é: o juiz vai me condenar em honorários advocatícios? Para responder, é 
preciso saber a natureza jurídica dos honorários advocatícios. Temos duas 
correntes: 
 - Primeira: diz que os honorários advocatícios têm natureza jurídica 
processual, levando em consideração que ele decorre da sucumbência. Para quem 
defende que ele tem natureza processual, ele vai utilizar a teoria do isolamento dos 
atos processuais, ou seja, terá aplicabilidade imediata, devendo ser verificada a data 
em que essa decisão foi proferida. Se ela foi proferida depois da entrada em vigor, 
aplica-se os honorários advocatícios. 
 - Segunda: diz que os honorários advocatícios têm natureza jurídica híbrida, 
ou seja, têm natureza processual, decorrente da sucumbência, bem como têm 
natureza material (alimentar). Quem defende que os honorários advocatícios têm 
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natureza híbrida, deve ser observada a data do ajuizamento da ação, e não a data 
da sentença a ser proferida. 
 O TST ainda não decidiu essa questão. Mas, provavelmente, o Tribunal vai 
adotar a segunda corrente – Enunciado 98 da 2ª Jornada de Direito Material e 
Processual do Trabalho: 
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. 
INAPLICABILIDADE AOS PROCESSOS EM 
CURSO - EM RAZÃO DA NATUREZA 
HÍBRIDA DAS NORMAS QUE REGEM 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (MATERIAL 
E PROCESSUAL), A CONDENAÇÃO À 
VERBA SUCUMBENCIAL SÓ PODERÁ SER 
IMPOSTA NOS PROCESSOS INICIADOS 
APÓS A ENTRADA EM VIGOR DA LEI 
13.467/2017, HAJA VISTA A GARANTIA DE 
NÃO SURPRESA, BEM COMO EM RAZÃO 
DO PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE, UMA 
VEZ QUE A EXPECTATIVA DE CUSTOS E 
RISCOS É AFERIDA NO MOMENTO DA 
PROPOSITURA DA AÇÃO. 
 c) Recursos: quanto aos recursos, é preciso fazer duas observações: 
 - Primeira observação: quanto aos pressupostos recursais (requisitos), deve-
se observar a data da publicação da decisão. 
 - Segunda observação: no que tange ao processamento do recurso, e ao 
julgamento, se aplica a lei nova. 
 Ex: a sentença foi publicada enquanto a lei velha estava em vigor. Os 
pressupostos processuais vão observar a lei velha ou a lei nova? A lei velha; e 
quanto ao processamento e julgamento, a lei velha ou a lei nova? A lei nova. 
 
21/02/2018 (quarta-feira) 
 
Direito Processual do Trabalho I 
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6) Integração normativa 
 Sabe-se que o juiz não pode deixar de sentenciar alegando lacuna ou 
obscuridade na legislação. Nestes casos, ele irá se utilizar de outro meio para 
decidir aquele mérito. Se utilizar a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
(LINDB), vai ser utilizado o seu art. 4º: 
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá 
o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito. 
 Contudo, também temos o art. 140, do CPC, que traz expressamente o 
seguinte: 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a 
alegação de lacuna ou obscuridade do 
ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por 
equidade nos casos previstos em lei. 
 Acontece que a CLT trata desse assunto. Então, se eu tiver omissão na 
legislação processual trabalhista, irei utilizar o art. 8º da CLT: 
Art. 8º - As autoridades administrativas e a 
Justiça do Trabalho, na falta de disposições 
legais ou contratuais, decidirão, conforme o 
caso, pela jurisprudência, por analogia, por 
eqüidade e outros princípios e normas gerais 
de direito, principalmente do direito do 
trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e 
costumes, o direito comparado, mas sempre 
de maneira que nenhum interesse de classe 
ou particular prevaleça sobre o interesse 
público. 
Parágrafo único - O direito comum será fonte 
subsidiária do direito do trabalho, naquilo em 
que não for incompatível com os princípios 
fundamentais deste. 
Direito Processual do Trabalho I 
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Guilherme Azevedo 
§ 1º O direito comum será fonte subsidiária 
do direito do trabalho. (Redação 
dada pela Lei nº 13.467, de 
2017) (Vigência) 
§ 2o Súmulas e outros enunciados de 
jurisprudência editados pelo Tribunal Superior 
do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do 
Trabalho não poderão restringir direitos 
legalmente previstos nem criar obrigações 
que não estejam previstas em 
lei. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 
2017) (Vigência) 
§ 3o No exame de convenção coletiva ou 
acordo coletivo de trabalho, a Justiça do 
Trabalho analisará exclusivamente a 
conformidade dos elementos essenciais do 
negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 
104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 (Código Civil), e balizará sua atuação 
pelo princípio da intervenção mínima na 
autonomia da vontade 
coletiva. (Incluído pela Lei nº 13.467, 
de 2017) (Vigência). 
 Em suma, havendo omissão, lacuna ou obscuridade na legislação, o juiz pode 
deixar de sentenciar? Não. Ele terá que resolver pela integração normativa (art. 8º, 
CLT). 
7) Princípios 
 Quando falamos em princípios, identificamos três funções: interpretativa, 
informadora e integrativa. 
 - Interpretativa: o princípio auxilia na interpretação da norma. Na hora de 
interpretar uma norma, o juiz vai se utilizar também dos princípios; 
 - Informadora: é a função de inspirar o legislador na criação da norma; 
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 - Integrativa: os princípios servem como meio de integração normativa. 
7.1) Princípios constitucionais 
a) Princípio do devido processo legal 
 Ninguém será privado dos seus bens ou da sua liberdade sem o devido 
processo legal. Art. 5º, inciso LIV, da CF: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
LIV – ninguém será privado da liberdade ou 
de seus bens sem o devido processo legal; 
 Cuidado: quando se fala em processo legal, tem-se o devido processo legal 
formal e o devido processo legal substancial: 
 - Formal: nada mais é que a forma/procedimento, ou seja, alguém só pode ser 
privado dos seus bens e da sua liberdade desde que o procedimento daquele 
processo seja observado. Neste caso, deve-se observar a legislação processual da 
CLT e o CPC. 
 - Substancial:leva-se em consideração que aquela pessoa que será julgado 
por aquele tribunal teve o livre acesso à justiça, que ela tenha efetivamente uma 
decisão de mérito e que essa decisão seja concedida em uma duração razoável 
(princípio da razoável duração do processo). 
b) Princípio do juiz natural 
 O devido processo legal é conduzido por um juiz. Esse juiz deve ser 
competente. Ou seja, você só pode ser julgado por um órgão competente, desde 
que esse juiz seja um juiz imparcial. 
 Tem-se a garantia de ser julgado por meio de um processo que observa a 
legislação processual, onde se tem todos os direitos e garantias para que se tenha 
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uma tutela efetiva, bem como tem que ser julgado por um órgão competente, desde 
que o juiz seja imparcial. 
 Art. 5º, XXXVII, CF: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de 
exceção; 
c) Princípio da igualdade 
 Quando se está falando de processo, fala-se em igualdade de tratamento. O 
mesmo tratamento que o juiz der para uma parte, terá que dar, também, para a parte 
contrária. 
 Art. 7º, CPC: 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de 
tratamento em relação ao exercício de direitos 
e faculdades processuais, aos meios de 
defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz 
zelar pelo efetivo contraditório. 
 Art. 139, I, CPC: 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme 
as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de 
tratamento; 
d) Princípio da inafastabilidade da jurisdição: 
 Art. 5º, XXXV, CF: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
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Guilherme Azevedo 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do 
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
 Art. 3º, CPC: 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação 
jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da 
lei. 
§ 2o O Estado promoverá, sempre que 
possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3o A conciliação, a mediação e outros 
métodos de solução consensual de conflitos 
deverão ser estimulados por juízes, 
advogados, defensores públicos e membros 
do Ministério Público, inclusive no curso do 
processo judicial. 
e) Princípio do contraditório: 
 Todos no processo têm direito ao contraditório. 
 Contraditório: tem por finalidade dar ciência à parte de que um ato foi 
praticado e que, se ela quiser, poderá se manifestar quanto àquele ato. 
 O contraditório pode ser formal ou substancial: 
 - Formal: informação + possibilidade de manifestação. Ex: uma das partes 
juntou folha de ponto. Nesse caso, o juiz deverá intimar a parte contrária para que 
ela tenha conhecimento desse ato e que, se ela quiser, se manifeste no prazo de 10 
dias. 
 - Substancial: informação + possibilidade manifestação + poder de influência. 
Hoje o contraditório é visto da seguinte forma: dar-se-á ciência a uma das partes 
sobre determinado ato praticado, abrir-se-á a possibilidade de manifestação à parte 
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contrária e, no momento da manifestação, essa parte (contrária) terá o poder de 
influenciar quem vai julgar o processo. 
 Art. 5º, LV, CF: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes; 
 Art. 7º, 9º e 10, CPC: 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de 
tratamento em relação ao exercício de direitos 
e faculdades processuais, aos meios de 
defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz 
zelar pelo efetivo contraditório. 
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma 
das partes sem que ela seja previamente 
ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se 
aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência 
previstas no art. 311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau 
algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha 
dado às partes oportunidade de se 
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manifestar, ainda que se trate de matéria 
sobre a qual deva decidir de ofício. 
 Cuidado com o artigo 10, do CPC. Ex: uma empregada ajuizou uma ação em 
face de uma empresa. O juiz, quando foi sentenciar, verificou que seus direitos 
estavam prescritos. Contudo, nenhuma das partes alegou prescrição. A pergunta é: 
o juiz pode sentenciar sem antes dar a possibilidade de manifestação pelas partes? 
Não (art. 10, CPC). Qual será, então, o procedimento a ser adotado pelo juiz? Abrir 
o contraditório para o reclamante e para o reclamado, com o objetivo de não proferir 
uma decisão surpresa. 
 O art. 10, do CPC, veio para se evitar a decisão surpresa (a que, no 
julgamento final do mérito da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar 
fundamento jurídico ou embasar-se em fato não submetido à audiência prévia de 
uma ou de ambas as partes – IN n. 39/2016 – TST). 
f) Princípio da motivação das decisões judiciais 
 Todas as decisões, sejam elas judiciais ou administrativas, devem ser 
motivadas, fundamentadas. 
 Art. 93, IX, CF: 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os 
seguintes princípios: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário serão públicos, e fundamentadas 
todas as decisões, sob pena de nulidade, 
podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a 
seus advogados, ou somente a estes, em 
casos nos quais a preservação do direito à 
intimidade do interessado no sigilo não 
prejudique o interesse público à 
informação; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004). 
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 Art. 11, CPC: 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do 
Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena 
de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de 
justiça, pode ser autorizada a presença 
somente das partes, de seus advogados, de 
defensores públicos ou do Ministério Público. 
g) Princípio da publicidade 
 Via de regra, os atos processuais serão públicos. Excepcionalmente, esses 
atos correrão em segredo de justiça. 
 Art. 93, IX, CF: 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os 
seguintes princípios: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciárioserão públicos, e fundamentadas 
todas as decisões, sob pena de nulidade, 
podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a 
seus advogados, ou somente a estes, em 
casos nos quais a preservação do direito à 
intimidade do interessado no sigilo não 
prejudique o interesse público à 
informação; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004). 
 Art. 770, CLT: 
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos 
salvo quando o contrário determinar o 
interesse social, e realizar-se-ão nos dias 
úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
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 Cuidado: quando os processos correrão em segredo de justiça? “Quando o 
contrário determinar o interesse social”. Com base no interesse social, esses atos 
podem sim correr em segredo de justiça. 
h) Princípio da duração razoável do processo 
 Esse princípio virou um princípio constitucional em 2004 com a Emenda 
Constitucional nº 45. 
 Art. 5º, LXXVIII, CF: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e 
administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua 
tramitação. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
 Art. 4, CPC: 
Art. 4o As partes têm o direito de obter em 
prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa. 
 Art. 765, CLT: 
Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho 
terão ampla liberdade na direção do processo 
e velarão pelo andamento rápido das causas, 
podendo determinar qualquer diligência 
necessária ao esclarecimento delas. 
7.2) Princípios do Código de Processo Civil 
a) Princípio da primazia da decisão de mérito 
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Guilherme Azevedo 
 Sabe-se que a sentença pode ser terminativa ou definitiva: 
 - Terminativa: quando não há a resolução do mérito, ou seja, quando não há a 
análise do mérito. 
 - Definitiva: quando há a resolução do mérito, ou seja, quando há a análise do 
mérito. 
 Art. 4º, CPC: 
Art. 4o As partes têm o direito de obter em 
prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa. 
 Antes do CPC de 2015, se você fosse recorrer, e ficasse faltando 1 centavo 
do seu preparo, o seu recuso era considerado deserto e não subia para julgamento. 
Não teria, também, complementação desse 1 centavo. Não se aplicava a 
complementação na Justiça do Trabalho. 
 Com o CPC de 2015, essa prática não pôde continuar, uma vez que deve ser 
levada em consideração a decisão de mérito. 
b) Princípio da cooperação 
 Qualquer pessoa que estiver no processo, não somente as partes, ou seja, 
qualquer pessoa que direta ou indiretamente esteja participando daquele processo, 
deve cooperar entre si para que se obtenha uma decisão de mérito. 
 Art. 6º, CPC: 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem 
cooperar entre si para que se obtenha, em 
tempo razoável, decisão de mérito justa e 
efetiva. 
 Hoje, o modelo atual do processo é o cooperativo (princípio da cooperação – 
art. 6º, CPC). Contudo, antes dele, tivemos o modelo adversarial e o modelo 
inquisitivo: 
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Guilherme Azevedo 
 - Adversarial: o juiz tinha um papel passivo. Ou seja, levando em 
consideração que existia um conflito de interesse entre autor e réu, o juiz estava ali 
simplesmente para exercer a função de mediador. 
 - Inquisitivo: o juiz passou a ter o papel de direção (“quem manda aqui sou 
eu”). 
c) Princípio da boa-fé 
 Art. 5º, CPC: 
Art. 5o Aquele que de qualquer forma 
participa do processo deve comportar-se de 
acordo com a boa-fé. 
 Qualquer pessoa que participar no processo deve atuar com boa-fé, ou seja, 
deve atuar com lealdade. 
7.3) Outros princípios 
a) Princípio do dispositivo (ou princípio da demanda) 
 Sabe-se que uma das características da jurisdição é a inércia, devendo, 
então, ser provocada pelas partes. 
 Art. 2º, primeira parte, CPC: 
Art. 2o O processo começa por iniciativa da 
parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei. 
b) Princípio do inquisitivo (ou princípio do impulso oficial) 
 Art. 2º, segunda parte, CPC: 
Art. 2o O processo começa por iniciativa da 
parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei. 
7.4) Princípios do processo do trabalho 
a) Princípio da aplicação subsidiária 
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Guilherme Azevedo 
 Nós não temos um código do trabalho, nem um código de processo do 
trabalho. O que nós temos é uma CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Essa 
Consolidação nada mais é do que um conjunto de normas que estavam soltas e que 
foram reunidas. Nela, há tanto normas que versam sobre direito material quanto 
normas que versam sobre direito processual do trabalho. 
 Acontece que a CLT não traz todo o procedimento do processo. Nestes 
casos, devemos utilizar uma outra legislação para complementar a CLT. Vou utilizar 
a legislação processual comum de forma subsidiária, ou seja, vou aplicar o CPC de 
forma subsidiária. 
 Art. 769, CLT (processo de conhecimento): 
Art. 769 - Nos casos omissos, o direito 
processual comum será fonte subsidiária do 
direito processual do trabalho, exceto naquilo 
em que for incompatível com as normas deste 
Título. 
 Cuidado: quando a CLT for omissa quanto a um ato processual, utiliza-se o 
CPC de forma subsidiária, desde que haja compatibilidade com as normas 
processuais do trabalho (omissão + compatibilidade das normas). Ex: no processo 
civil, se os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, de escritórios distintos, 
eles têm direito ao prazo em dobro. Contudo, na Justiça do Trabalho, essa regra não 
pode se aplicar, uma vez que essa regra é incompatível com o processo do trabalho. 
O objetivo principal do processo do trabalho é a celeridade. 
 Art. 889, CLT (processo de execução): 
Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do 
processo da execução são aplicáveis, naquilo 
em que não contravierem ao presente Título, 
os preceitos que regem o processo dos 
executivos fiscais para a cobrança judicial da 
dívida ativa da Fazenda Pública Federal. 
 O CPC será utilizado de forma subsidiária na Justiça do Trabalho, seja no 
processo de conhecimento, seja no processo de execução. Cuidado para não cair 
na pegadinha de que o CPC só pode ser utilizado de forma subsidiária no processo 
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Guilherme Azevedo 
de conhecimento. Pois, como já dito, pode ser utilizado tanto no processo de 
conhecimento, como no processo de execução. 
 Art. 15, CPC: 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem 
processos eleitorais, trabalhistas ou 
administrativos, as disposições deste Código 
lhes serão aplicadas supletiva e 
subsidiariamente. 
 Art. 1º, IN nº 39/2016 – TST: 
Art. 1° Aplica-se o Código de Processo Civil, 
subsidiária e supletivamente, ao Processo do 
Trabalho, em caso de omissão e desde que 
haja compatibilidade com as normas e 
princípios do Direito Processual do Trabalho, 
na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 
15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015. 
 A pergunta é: quando vou utilizaro CPC de forma subsidiária e quando vou 
utilizar o CPC de forma supletiva? Quando a CLT for omissa, ou seja, ela não trata 
do assunto (omissão total), utiliza-se o CPC de forma subsidiária. Por outro lado, 
quando a CLT tratar do assunto de forma incompleta (omissão parcial), utiliza-se o 
CPC de forma supletiva. 
b) Princípio da oralidade 
 Por que o processo do trabalho é mais célere do que os outros processos? 
Porque, via de regra, alguns atos processuais serão praticados verbalmente. Ex: 
reclamação trabalhista (verbal ou escrita), contestação (verbal ou escrita), razões 
finais (verbal). 
 O ato praticado verbalmente deve ser reduzido a termo. Ex: oitiva de uma 
testemunha. 
 Trata-se de um princípio doutrinário. 
c) Princípio da conciliação 
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Guilherme Azevedo 
 Todos os processos trabalhistas, sem exceção, estão sujeitos à conciliação, 
independentemente do grau de jurisdição. 
 Art. 764, CLT: 
Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos 
submetidos à apreciação da Justiça do 
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. 
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e 
Tribunais do Trabalho empregarão sempre os 
seus bons ofícios e persuasão no sentido de 
uma solução conciliatória dos conflitos. 
§ 2º - Não havendo acordo, o juízo 
conciliatório converter-se-á obrigatoriamente 
em arbitral, proferindo decisão na forma 
prescrita neste Título. 
§ 3º - É lícito às partes celebrar acordo que 
ponha termo ao processo, ainda mesmo 
depois de encerrado o juízo conciliatório. 
 Empregado e empregador irão fazer um acordo (conciliação). Quando se faz 
tal acordo, é preciso verificar se esse acordo vai ser feito pelo objeto da inicial ou se 
ele vai ser feito pelo extinto contrato de trabalho: 
 Se o acordo for feito pelo objeto da inicial, dar-se-á quitação somente dos 
pedidos constantes na reclamação trabalhista, ou seja, na petição inicial. 
 Contudo, se o acordo for feito pelo extinto contrato de trabalho, dar-se-á 
quitação geral de todo o período que foi trabalhado, inclusive daqueles pedidos que 
não constavam na petição inicial. Nesse caso, o empregado não poderá, 
futuramente, ajuizar uma ação pedindo qualquer coisa que tenha ficado de fora da 
petição inicial. 
 Mais vantajoso para o empregado: acordo feito pelo objeto da inicial, pois, se 
o advogado tiver deixado algum pedido de fora, ainda poderá ajuizar uma outra ação 
contra aquela empresa. 
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 Mais vantajoso para o empregador: acordo feio pelo extinto contrato de 
trabalho, pois o empregador terá a segurança de que não aparecerá outra ação 
sendo ajuizada pelo mesmo empregado contra ele. 
 Quando se fala em princípio da conciliação, em alguns momentos do 
processo, o juiz é obrigado a propor o acordo. Para isso, é necessário saber qual o 
rito utilizado. Se for o rito sumaríssimo (valor da causa de até 40 salários mínimos), o 
juiz é obrigado a fazer 1 (uma) única proposta de acordo, logo após a abertura da 
audiência, sob pena de nulidade. Se for o rito ordinário (valor da causa acima de 40 
salários mínimos), o juiz é obrigado a tentar a conciliação em 2 (dois) momentos. O 
primeiro momento é logo após a abertura da audiência. O segundo momento é após 
as razões finais e antes da sentença. Esses dois momentos são chamados de juízos 
conciliatórios (art. 764, § 3º, CLT). 
 Cuidado: mesmo depois desses dois momentos, as partes ainda podem fazer 
acordo. 
 Caso: eu ajuizei uma ação pedindo R$ 50.000,00. Contudo, fiz um acordo 
com o empregador no valor de R$ 15.000,00. Fomos até o juiz e solicitamos a 
homologação de tal acordo. Pergunta: o juiz é obrigado a homologar esse acordo? 
Súmula 418, TST: 
A homologação de acordo constitui faculdade 
do juiz, inexistindo direito líquido e certo 
tutelável pela via do mandado de segurança. 
 Obs: com a reforma trabalhista, temos um novo procedimento chamado 
“homologação de acordo extrajudicial” (procedimento de jurisdição voluntária). A 
súmula 418, do TST, não se aplica à jurisdição voluntária. 
d) Princípio do jus postulandi 
 A capacidade postulatória é privativa do advogado devidamente inscrito nos 
quadros da OAB. Ou seja, somente pode fazer pedido em juízo o advogado 
devidamente inscrito na OAB. 
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 Contudo, na Justiça do Trabalho, as partes podem pessoalmente postular 
sem necessidade de estarem representadas por advogado, independentemente do 
valor da causa. 
 Art. 791, CLT: 
 Art. 791 - Os empregados e os 
empregadores poderão reclamar 
pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e 
acompanhar as suas reclamações até o final. 
§ 1º - Nos dissídios individuais os 
empregados e empregadores poderão fazer-
se representar por intermédio do sindicato, 
advogado, solicitador, ou provisionado, 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos 
interessados a assistência por advogado. 
§ 3o A constituição de procurador com 
poderes para o foro em geral poderá ser 
efetivada, mediante simples registro em ata 
de audiência, a requerimento verbal do 
advogado interessado, com anuência da parte 
representada. (Incluído pela Lei 
nº 12.437, de 2011). 
 A CLT diz que você pode postular sem advogado até o final, contudo, até o 
final, esse processo pode chegar até o STF, passando pela Vara do Trabalho, pelo 
TRT e pelo TST. 
 A Vara do Trabalho e o TRT são chamados de instâncias ordinárias. O TST e 
o STF são instâncias extraordinárias. Você só pode ficar sem advogado nas 
instâncias ordinárias (Vara do Trabalho e TRT). Se for para o TST, ou para o STF, 
obrigatoriamente terá que ter a presença de advogado. 
 Exceções: súmula 425, do TST: 
O jus postulandi das partes, estabelecido no 
art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
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Guilherme Azevedo 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do 
Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a 
ação cautelar, o mandado de segurança e os 
recursos de competência do Tribunal Superior 
do Trabalho. 
 Se eu estiver na Vara do Trabalho ou no TRT e for uma ação rescisória, uma 
ação cautelar, mandado de segurança ou recurso de competência do TST, eu 
preciso de advogado. 
 Caso: eu ajuizei uma ação e perdi. Quero agora recorrer para o TRT, eu 
mesmo posso fazer esse recurso? Sim. Contudo, se eu perder no TRT e quiser levar 
a causa para o TST, precisarei de advogado. 
 
23/02/2018 (sexta-feira) 
 
e) Princípio da normatização coletiva 
 Esse princípio tem previsão no art. 114, da CF: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
I as ações oriundas da relação de trabalho, 
abrangidos os entes de direito público externo 
e da administração pública direta e indireta da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
II as ações que envolvam exercício do direito 
de greve; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
III as ações sobre representação sindical, 
entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e 
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empregadores; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
IVos mandados de segurança, habeas 
corpus e habeas data , quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua 
jurisdição; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
V os conflitos de competência entre órgãos 
com jurisdição trabalhista, ressalvado o 
disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
VI as ações de indenização por dano moral 
ou patrimonial, decorrentes da relação de 
trabalho; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VII as ações relativas às penalidades 
administrativas impostas aos empregadores 
pelos órgãos de fiscalização das relações de 
trabalho; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VIII a execução, de ofício, das contribuições 
sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus 
acréscimos legais, decorrentes das sentenças 
que proferir; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
IX outras controvérsias decorrentes da 
relação de trabalho, na forma da 
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 45, de 2004) 
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as 
partes poderão eleger árbitros. 
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à 
negociação coletiva ou à arbitragem, é 
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Guilherme Azevedo 
facultado às mesmas, de comum acordo, 
ajuizar dissídio coletivo de natureza 
econômica, podendo a Justiça do Trabalho 
decidir o conflito, respeitadas as disposições 
mínimas legais de proteção ao trabalho, bem 
como as convencionadas 
anteriormente. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 3º Em caso de greve em atividade 
essencial, com possibilidade de lesão do 
interesse público, o Ministério Público do 
Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, 
competindo à Justiça do Trabalho decidir o 
conflito. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004). 
 A Justiça do Trabalho é a única justiça que tem a possibilidade de criar regras 
(gerais e abstratas) que são aplicáveis a uma categoria/coletividade. 
 Quando se fala em justiça, sabemos que cabe ao judiciário aplicar a lei ao 
caso concreto. Contudo, a única justiça que tem a possibilidade de normatizar é a 
Justiça do Trabalho, conforme disposto no art. 114, da CF. 
 Temos uma ação na Justiça do Trabalho chamada “Dissídio Coletivo”. Nesse 
Dissídio Coletivo vai ser proferida uma sentença chamada “sentença normativa” 
(com duração de até 4 anos). Trata-se de uma sentença normativa pois ela cria lei 
entre as partes. 
f) Princípio da extra petição 
 É quando o juiz concede um direito que não foi requerido pela parte, ou seja, 
ele te dá um direito que não foi pedido. Isso é chamado de extra petição. 
 Sabemos que uma sentença não pode ser ultra petita, extra petita ou citra 
petita. Via de regra, o juiz só pode conceder aquilo que foi pedido, ou seja, o juiz 
está adstrito aos pedidos da petição inicial. 
 Contudo, pelo princípio da extra petição, o juiz vai poder dar algum direito que 
não foi requerido, pois ele o faz estando autorizado pela lei. 
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Guilherme Azevedo 
 Exemplo 1: súmula 211 do TST: 
Súmula nº 211 do TST 
JUROS DE MORA E CORREÇÃO 
MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO 
PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO 
JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 
20 e 21.11.2003 
Os juros de mora e a correção monetária 
incluem-se na liquidação, ainda que omisso 
o pedido inicial ou a condenação. 
 Exemplo 2: súmula 396 do TST: 
Súmula nº 396 do TST 
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE 
REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO 
SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DE 
ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. 
INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO "EXTRA 
PETITA" (conversão das Orientações 
Jurisprudenciais nºs 106 e 116 da SBDI-1) - 
Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - Exaurido o período de estabilidade, são 
devidos ao empregado apenas os salários do 
período compreendido entre a data da 
despedida e o final do período de 
estabilidade, não lhe sendo assegurada a 
reintegração no emprego. (ex-OJ nº 116 da 
SBDI-1 - inserida em 01.10.1997) 
II - Não há nulidade por julgamento “extra 
petita” da decisão que deferir salário 
quando o pedido for de reintegração, 
dados os termos do art. 496 da CLT. (ex-OJ 
nº 106 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997). 
 Exemplo 3: Imagine uma empregada que tenha ajuizado uma ação e não 
requereu os benefícios da justiça gratuita. O juiz, na hora de sentenciar, verificou 
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que ela preenchia os requisitos e concluiu “defiro os benefícios da justiça gratuita”. O 
juiz poderia, de ofício, conceder tais benefícios? Art. 790, § 3º, da CLT: 
 Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos 
de Direito, nos Tribunais e no Tribunal 
Superior do Trabalho, a forma de pagamento 
das custas e emolumentos obedecerá às 
instruções que serão expedidas pelo Tribunal 
Superior do 
Trabalho. (Redação dada 
pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
 § 1o Tratando-se de empregado que não 
tenha obtido o benefício da justiça gratuita, ou 
isenção de custas, o sindicato que houver 
intervindo no processo responderá 
solidariamente pelo pagamento das custas 
devidas. (Redação dada 
pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
 § 2o No caso de não-pagamento das 
custas, far-se-á execução da respectiva 
importância, segundo o procedimento 
estabelecido no Capítulo V deste 
Título. (Redação dada pela Lei 
nº 10.537, de 27.8.2002) 
 § 3o É facultado aos juízes, órgãos 
julgadores e presidentes dos tribunais do 
trabalho de qualquer instância conceder, a 
requerimento ou de ofício, o benefício da 
justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e 
instrumentos, àqueles que perceberem salário 
igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou 
declararem, sob as penas da lei, que não 
estão em condições de pagar as custas do 
processo sem prejuízo do sustento próprio ou 
de sua família. (Redação dada 
pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
Direito Processual do Trabalho I 
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Guilherme Azevedo 
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos 
julgadores e presidentes dos tribunais do 
trabalho de qualquer instância conceder, a 
requerimento ou de ofício, o benefício da 
justiça gratuita, inclusive quanto a 
traslados e instrumentos, àqueles que 
perceberem salário igual ou inferior a 40% 
(quarenta por cento) do limite máximo dos 
benefícios do Regime Geral de Previdência 
Social. (Redação dada pela Lei 
nº 13.467, de 2017) 
§ 4o O benefício da justiça gratuita será 
concedido à parte que comprovar 
insuficiência de recursos para o pagamento 
das custas do processo. (Incluído 
pela Lei nº 13.467, de 2017). 
8) Organização da Justiça do Trabalho 
 Sabe-se que a Justiça é dividida em Justiça Comum (Federal e Estadual) e 
Justiça Especial (Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar). Logo, a Justiça do Trabalho 
é um ramo especializado. 
 É necessário saber os órgãos que compõem esse ramo especializado. Eles 
estão previstos tanto na Constituição Federal como na Consolidação das Leis do 
Trabalho. 
 Art. 111, CF: 
Seção V 
(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 92, de 2016) 
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos 
Tribunais Regionaisdo Trabalho e dos Juízes do Trabalho 
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: 
I - o Tribunal Superior do Trabalho; 
Direito Processual do Trabalho I 
Prof. M.Sc. Rogério Alves Dias 
 
 
Guilherme Azevedo 
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; 
III - Juizes do Trabalho. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999) 
§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004). 
8.1) Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
 Trata-se de um órgão de cúpula, ou seja, a última palavra em matéria 
trabalhista é dada por ele. 
 O TST tem jurisdição nacional. Isso quer dizer que sua atuação é de âmbito 
nacional, com sede em Brasília, e tem por objetivo uniformizar a jurisprudência. 
Tribunal Superior do Trabalho – TST 
 
Órgão de cúpula do Poder Judiciário 
Trabalhista. 
 
 
Jurisdição no território nacional. 
 
 
Sediado em Brasília. 
 
 
Uniformizar a interpretação da legislação 
Direito Processual do Trabalho I 
Prof. M.Sc. Rogério Alves Dias 
 
 
Guilherme Azevedo 
 
 
 Art. 92, CF: 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
II-A - o Tribunal Superior do 
Trabalho; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 92, de 2016) 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes 
Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do 
Distrito Federal e Territórios. 
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho 
Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores 
têm sede na Capital Federal. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os 
Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o 
trabalhista no âmbito de sua 
competência. 
 
Direito Processual do Trabalho I 
Prof. M.Sc. Rogério Alves Dias 
 
 
Guilherme Azevedo 
território nacional. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004). 
 Art. 111-A, da CF (composição do TST): 
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho 
compor-se-á de vinte e sete Ministros, 
escolhidos dentre brasileiros com mais de 
trinta e cinco anos e menos de sessenta e 
cinco anos, de notável saber jurídico e 
reputação ilibada, nomeados pelo 
Presidente da República após aprovação 
pela maioria absoluta do Senado Federal, 
sendo: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 92, de 2016) 
I um quinto dentre advogados com mais 
de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério 
Público do Trabalho com mais de dez anos 
de efetivo exercício, observado o disposto 
no art. 94; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
II os demais dentre juízes 
(desembargadores) dos Tribunais 
Regionais do Trabalho, oriundos da 
magistratura da carreira, indicados pelo 
próprio Tribunal Superior. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 1º A lei (CLT) disporá sobre a competência 
do Tribunal Superior do 
Trabalho. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior 
do Trabalho: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
I a Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de Magistrados do 
Direito Processual do Trabalho I 
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Guilherme Azevedo 
Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras 
funções, regulamentar os cursos oficiais para 
o ingresso e promoção na 
carreira; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
II o Conselho Superior da Justiça do 
Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da 
lei, a supervisão administrativa, orçamentária, 
financeira e patrimonial da Justiça do 
Trabalho de primeiro e segundo graus, como 
órgão central do sistema, cujas decisões 
terão efeito vinculante. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do 
Trabalho processar e julgar, originariamente, 
a reclamação para a preservação de sua 
competência e garantia da autoridade de 
suas decisões. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 92, de 2016) 
8.2) Tribunal Regional do Trabalho (TRT) 
 Tem previsão expressa no art. 115, da CF: 
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho 
compõem-se de, no mínimo, sete juízes 
(desembargadores), recrutados, quando 
possível, na respectiva região, e nomeados 
pelo Presidente da República dentre 
brasileiros com mais de trinta e menos de 
sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
I um quinto dentre advogados com mais 
de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério 
Público do Trabalho com mais de dez anos 
de efetivo exercício, observado o disposto 
no art. 94; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
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II os demais, mediante promoção de juízes 
do trabalho por antiguidade e 
merecimento, 
alternadamente. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho 
instalarão a justiça itinerante, com a 
realização de audiências e demais funções de 
atividade jurisdicional, nos limites territoriais 
da respectiva jurisdição, servindo-se de 
equipamentos públicos e 
comunitários. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho 
poderão funcionar descentralizadamente, 
constituindo Câmaras regionais, a fim de 
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à 
justiça em todas as fases do 
processo. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
8.3) Juízes do Trabalho (Varas do Trabalho) 
 Para ser Juiz do Trabalho é preciso ser aprovado em concurso público. 
 Em cada Vara do Trabalho existirá um juiz singular. 
 Art. 116, CF: 
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição 
será exercida por um juiz 
singular. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 24, de 1999) 
Parágrafo único. (Revogado pela 
Emenda Constitucional nº 24, de 1999) 
 E se não houver Vara do Trabalho em determinada localidade, o que fazer? 
Nas localidades onde não houver Vara do Trabalho, tal competência será repassada 
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para um Juiz de Direito. Esse Juiz de Direito estará investido na jurisdição 
trabalhista. 
 Caso o Juiz de Direito investido na jurisdição trabalhista profira uma sentença, 
e uma das partes queira recorrer, onde deverá fazê-lo? No Tribunal de Justiça (TJ) 
ou no Tribunal Regional do Trabalho (TRT)? R: no respectivo Tribunal Regional do 
Trabalho (TRT) – art. 111, da CF: 
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do 
Trabalho, podendo, nas comarcas não 
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos 
juízes de direito, com recurso para o 
respectivo Tribunal Regional do 
Trabalho. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
 Importante: como já dito, se não houver Vara do Trabalho na localidade, a 
competência é repassada para um Juiz de Direito. Contudo, a partir do momento em 
que essa Vara do Trabalho for instaurada, todos os processos irãopara lá 
automaticamente, ainda que estejam na fase de execução – súmula 10 do STJ: 
Súmula 10/STJ - 18/12/2017. Competência. 
Execução de sentença. Instalação de JCJ. 
Justiça do Trabalho. CPC, art. 87. CLT, art. 
769. 
Instalada a Junta de Conciliação e 
Julgamento (Vara do Trabalho), cessa a 
competência do Juiz de direito em matéria 
trabalhista, inclusive para a execução das 
sentenças por ele proferidas. 
 
 Art. 93, I, CF: 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os 
seguintes princípios: 
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I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial 
será o de juiz substituto, mediante 
concurso público de provas e títulos, com 
a participação da Ordem dos Advogados 
do Brasil em todas as fases, exigindo-se 
do bacharel em direito, no mínimo, três 
anos de atividade jurídica e obedecendo-
se, nas nomeações, à ordem de 
classificação; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
8.4) Ministério Público do Trabalho (MPT) 
 Art. 127, CF: 
Art. 127. O Ministério Público é instituição 
permanente, essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático e 
dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis. 
§ 1º São princípios institucionais do Ministério 
Público a unidade, a indivisibilidade e a 
independência funcional. 
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada 
autonomia funcional e administrativa, 
podendo, observado o disposto no art. 169, 
propor ao Poder Legislativo a criação e 
extinção de seus cargos e serviços auxiliares, 
provendo-os por concurso público de provas 
ou de provas e títulos, a política 
remuneratória e os planos de carreira; a lei 
disporá sobre sua organização e 
funcionamento. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 3º O Ministério Público elaborará sua 
proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes 
orçamentárias. 
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§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a 
respectiva proposta orçamentária dentro do 
prazo estabelecido na lei de diretrizes 
orçamentárias, o Poder Executivo 
considerará, para fins de consolidação da 
proposta orçamentária anual, os valores 
aprovados na lei orçamentária vigente, 
ajustados de acordo com os limites 
estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata 
este artigo for encaminhada em desacordo 
com os limites estipulados na forma do § 3º, o 
Poder Executivo procederá aos ajustes 
necessários para fins de consolidação da 
proposta orçamentária anual. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 6º Durante a execução orçamentária do 
exercício, não poderá haver a realização de 
despesas ou a assunção de obrigações que 
extrapolem os limites estabelecidos na lei de 
diretrizes orçamentárias, exceto se 
previamente autorizadas, mediante a abertura 
de créditos suplementares ou 
especiais. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
 O Ministério Público é divido em Ministério Público da União (MPU) e 
Ministério Público dos Estados (MPE). O Ministério Público do Trabalho (MPT) está 
dentro do Ministério Público da União (MPU): 
 
Ministério Público da União (MPU) 
 
 
Ministério Público do Trabalho (MPT) 
 
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Ministério Público da União (MPU) 
 
 
 
Ministério Público Federal (MPF) 
 
 
Ministério Público Militar (MPM) 
 
 
Ministério Público do Distrito Federal e 
Territórios (MPDFT) 
 
 
 MPT – é o ramo do Ministério Público da União, incumbido de tutelar os 
direitos difusos, coletivos, individuais homogêneos e individuais indisponíveis, 
quando pautados na relação de trabalho. 
 Art. 81, do CDC: 
 Art. 81. A defesa dos interesses e direitos 
dos consumidores e das vítimas poderá ser 
exercida em juízo individualmente, ou a título 
coletivo. 
 Parágrafo único. A defesa coletiva será 
exercida quando se tratar de: 
 I - interesses ou direitos difusos, assim 
entendidos, para efeitos deste código, os 
transindividuais, de natureza indivisível, de 
que sejam titulares pessoas indeterminadas e 
ligadas por circunstâncias de fato; 
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 II - interesses ou direitos coletivos, assim 
entendidos, para efeitos deste código, os 
transindividuais, de natureza indivisível de 
que seja titular grupo, categoria ou classe de 
pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica base; 
 III - interesses ou direitos individuais 
homogêneos, assim entendidos os 
decorrentes de origem comum. 
 
DIFUSOS COLETIVOS 
 
INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS 
 
 
Transindividuais 
 
Transindividuais Individuais 
 
Indivisíveis 
 
Indivisíveis Divisíveis 
 
Pessoas indeterminadas 
 
Classe, categoria ou grupo Origem comum 
 
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Ligadas por circunstância 
de fato 
 
1. Ligadas entre si ou 
2. Com a parte contrária 
por uma relação jurídica-
base 
 
 
 
Desnecessária ligação 
 
 - Direitos difusos: 
 Os direitos difusos são transindividuais pois ultrapassam a esfera de uma 
única pessoa, ou seja, fala-se de uma coletividade. 
 Os direitos difusos são indivisíveis pois sua decisão é igual para todos 
daquela coletividade. 
 No âmbito dos direitos difusos, tem-se pessoas indeterminadas, ou seja, não 
se sabe quem são essas pessoas. Sabe-se tão somente que é uma coletividade. 
 No âmbito dos direitos difusos, as pessoas (indeterminadas) estão ligadas por 
uma circunstância de fato. 
 Exemplo (direitos difusos): uma empresa pública está contratando 
aleatoriamente, com e sem concurso público. O MPT descobriu e ajuizou uma Ação 
Civil Pública para que a empresa fosse condenada a contratar somente mediante 
concurso público. A pergunta é: nesse caso, a medida judicial está correta? R: sim, 
pois pega uma coletividade (todo mundo que quer fazer concurso público), sendo 
que sua decisão será igual para todo mundo (os empregados só serão contratados 
mediante concurso público). Trata-se de pessoas indeterminadas (todas as pessoas 
que irão fazer concurso público), que estão ligadas por uma circunstância de fato 
(submissão ao concurso público). 
 - Direitos coletivos: 
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 Os direitos coletivos são transindividuais pois ultrapassam a esfera de uma 
única pessoa, ou seja, fala-se de uma coletividade. 
 Os direitos coletivos são indivisíveis pois sua decisão é igual para todos 
daquela coletividade. 
 No âmbito dos direitos coletivos, as pessoas não são indeterminadas. Pelo 
contrário, são determináveis, pois agora tem-se uma classe, categoria ou um grupo 
específico. 
 No âmbito dos direitos coletivos, as pessoas (determináveis) estão ligadas 
entre si, ou com a outra parte, por meio de uma relação jurídica-base. 
 Exemplo (direitos coletivos): uma empresa tem 10.000 empregados. Em 
determinado setor trabalham 2.000empregados, os quais realizam suas tarefas num 
local que não possui boa ventilação, não possui boa iluminação, dentre outros 
problemas. Ou seja, essa empresa não se preocupa com seu ambiente de trabalho. 
Diante desse cenário, o MPT ajuíza uma Ação Civil Pública para que essa empresa 
seja obrigada a se adequar às normas de segurança e medicina do trabalho. Nesse 
caso, fala-se em direitos coletivos, pois é transindividual, tendo uma decisão igual 
para todos, tendo pessoas determináveis (2.000 pessoas que trabalham em 
determinado setor), ligadas entre si (colegas de trabalho) e com a parte contrária 
(empregador). 
 - Direitos individuais homogêneos: 
 Os direitos individuais homogêneos, por óbvio, são individuais, ou seja, não 
ultrapassam a esfera de uma única pessoa. 
 Os direitos individuais homogêneos são divisíveis pois sua decisão será 
diferente para cada uma dessas pessoas. 
 No âmbito dos direitos individuais homogêneos, as pessoas estão ligadas por 
uma origem comum. 
 No âmbito dos direitos individuais homogêneos, não há necessidade de 
ligação entre as pessoas. 
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 Exemplo (direitos individuais homogêneos): uma empresa tem 5.000 
empregados, sendo que 3.000 empregados trabalham em condições perigosas e 
não recebem adicional de periculosidade. Quem deve ajuizar a ação para que a 
empresa fosse condenada a pagar estes adicionais de periculosidade? R: cada um 
dos empregados que teve seus direitos lesados. O MPT pode ajuizar uma ação só 
para todos os empregados? R: sim, pois trata-se de direitos individuais 
homogêneos. Qual será o nome da ação que deverá ser ajuizada? R: Ação Civil 
Coletiva. Enfim, os direitos são individuais (cada empregado tem direito ao adicional 
de periculosidade), a decisão não será igual para todo mundo (cada um vai receber 
um valor, pois trata-se de 30% do salário do empregado), a origem é comum (pois 
os empregados têm direito a periculosidade) e não há necessidade de ligação entre 
eles. 
 Resumindo, cabe ao MPT a tutela dos direitos difusos, coletivos e individuais 
homogêneos. Ou seja, via de regra, cabe ao MPT a tutela coletiva e não a individual 
(via de regra). 
 A Lei Complementar 75/1993 diz quem é o chefe do Ministério Público do 
Trabalho: o Procurador-Geral do Trabalho (PGT). 
 Quem faz a nomeação do PGT? R: o Procurador-Geral da República (PGR) – 
art. 88, LC 75/1993: 
Art. 88. O Procurador-Geral do Trabalho será 
nomeado pelo Procurador-Geral da 
República, dentre integrantes da instituição, 
com mais de trinta e cinco anos de idade e de 
cinco anos na carreira, integrante de lista 
tríplice escolhida mediante voto plurinominal, 
facultativo e secreto, pelo Colégio de 
Procuradores para um mandato de dois anos, 
permitida uma recondução, observado o 
mesmo processo. Caso não haja número 
suficiente de candidatos com mais de cinco 
anos na carreira, poderá concorrer à lista 
tríplice quem contar mais de dois anos na 
carreira. 
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 Como já dito, via de regra, cabe ao MPT a tutela coletiva. Excepcionalmente, 
em alguns casos, caberá a ele a tutela individual (como parte ou como fiscal da lei): 
 - Quando se tratar de menores; 
 - Quando se tratar de incapazes; 
 - Quando se tratar de índios. 
 O MPT pode atuar judicialmente ou extrajudicialmente. Atuando 
extrajudicialmente, tem-se dois procedimentos mais usuais: 
 - Inquérito Civil (IC); 
 - Termo de Ajuste, ou de Ajustamento, de Conduta (TAC). 
 Quando o Procurador do Trabalho recebe uma denúncia, ele irá apurá-la, por 
meio do Inquérito Civil (IC). Ex: um empregado vai até o MPT e diz que está 
sofrendo assédio moral por parte do empregador. Se restar comprovado que tal 
denúncia é verdadeira, o MPT poderá ajuizar uma ação na justiça pedindo para que 
tal prática cessasse. Contudo, ele também pode atuar extrajudicialmente, por meio 
do TAC (Termo de Ajuste de Conduta). Nesse caso, o empregador se 
comprometeria a não mais praticar aquele ato ilícito, sob pena de multa ou 
indenização. 
 Para um TAC ser assinado, é necessário ter havido um Inquérito Civil antes? 
R: não, basta haver provas suficientes. 
 Da mesma forma, para o MPT ajuizar uma ação judicial, não é necessária sua 
atuação extrajudicial (IC e TAC). 
 Princípios do MP – art. 127, § 1º, CF: 
Art. 127. O Ministério Público é instituição 
permanente, essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem 
jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis. 
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Guilherme Azevedo 
§ 1º São princípios institucionais do Ministério 
Público a unidade, a indivisibilidade e a 
independência funcional. 
 Quando se fala em Ministério Público, fala-se de um órgão só. Pode ocorrer, 
inclusive, de um Procurador do Trabalho ajuizar uma Ação Civil Pública e outro 
Procurador do Trabalho ir para a respectiva audiência. Não se fala da pessoa do 
Procurador do Trabalho, fala-se no órgão Ministério Público do Trabalho, que tem 
independência funcional. 
 
28/02/2018 (quarta-feira) 
 
9) Jurisdição e competência 
Art. 114, I, primeira parte, da Constituição Federal: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
I as ações oriundas da relação de trabalho, 
abrangidos os entes de direito público externo 
e da administração pública direta e indireta da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
Quais são as espécies de relação de trabalho (gênero)? 
 Temos o trabalho autônomo, o trabalho eventual, o trabalho voluntário, o 
trabalho avulso, o estágio e a relação de emprego. 
 Relação de trabalho é todo e qualquer tipo de prestação de serviço. Trabalho, 
prestou serviço, trata-se de relação de trabalho. 
 Antes de 2004, a Justiça do Trabalho só tinha competência para julgar a 
relação de emprego, ou seja, somente se julgava empregado da Justiça do 
Trabalho. 
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Guilherme Azevedo 
 Com a Emenda Constitucional 45, de 2004, essa competência foi ampliada. A 
Justiça do Trabalho passou a julgar não somente a relação de emprego, mas 
também toda relação de trabalho. 
 O STF decidiu que a Justiça do Trabalho não tem competência para julgar 
relação de consumo. Quando se tratar de relação de consumo, não é competência 
da Justiça do Trabalho. 
 Em suma, a Justiça do Trabalho tem competência para julgar relação de 
trabalho lato sensu (gênero), exceto a relação de consumo. 
 A Justiça do Trabalho não tem competência para julgar matéria penal (STF). 
 Obs: honorários advocatícios - o advogado fez um contrato e não recebeu. 
Agora, pretende executar os honorários. A competência é da Justiça do Trabalho ou 
da Justiça Comum? Pesquisar: um acórdão do TST que diz que para executar os 
honorários advocatícios é da Justiça do Trabalho; um acórdão do STJ que diz que 
para executar os honorários advocatícios é da Justiça Comum. 
 Art. 114, I, segunda parte, da Constituição Federal: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
I as ações oriundas da relação de trabalho, 
abrangidos os entes de direito público 
externo e da administração pública direta e 
indireta da União, dos Estados, doDistrito 
Federal e dos Municípios; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Quem pode ser chamado de ente de direito público externo? Os estados 
estrangeiros, as embaixadas, os consulados e as organizações internacionais. 
Os estados estrangeiros possuem imunidade? Certamente. Nessa medida, 
eles podem ser julgados e processados aqui no Brasil? Via de regra, não. Contudo, 
o STF decidiu o seguinte: por se tratar de estados estrangeiros (nesse entendimento 
também abrangidas as embaixadas e os consulados), é preciso verificar quais são 
os atos que eles praticam: se atos de império ou atos de gestão. Ato de império é 
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Guilherme Azevedo 
aquele que decorre da soberania do Estado. Ex: concessão de um visto; Por outro 
lado, quando se tratar de ato de gestão, equipara-se ao particular. Ex: contratação 
de recepcionista por uma embaixada americana aqui em Brasília. 
Para o STF, quando o estado estrangeiro pratica um ato de gestão, ele será 
equiparado ao particular. Dessa forma, ele não terá imunidade de jurisdição. 
Somente terá imunidade de execução. Poderá ser julgado pela Justiça do Trabalho. 
Uma recepcionista que mora em Brasília foi contratada pela embaixada 
americana e não recebeu nada. Ela pode ajuizar ação em face dessa embaixada 
americana? Pode. De quem é a competência? Da Justiça do Trabalho, pois, nesse 
caso, a embaixada americana estava praticando um ato de gestão. Não terá 
imunidade jurisdição, mas terá imunidade de execução. Ou seja, não será possível 
executar aqui no Brasil. Para essa execução ser efetivada, terá que ser feita uma 
carta rogatória. Acontece que temos duas exceções (hipóteses em que seria 
permitida a execução): renúncia a intangibilidade de seu bens ou quando houver no 
território brasileiro bens que, embora pertencentes ao ente externo, não tenham 
nenhuma vinculação com as finalidades essenciais inerentes às relações 
diplomáticas ou representações consultes mantidas no Brasil (STF - RE n. 222.368-
4) 
Quanto aos organismos internacionais, temos a OJ 416 da SDI-1 do TST: 
OJ-SDI1-416 IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. 
ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO 
INTERNACIONAL. (DEJT divulgado em 14, 
15 e 16.02.2012) 
As organizações ou organismos 
internacionais gozam de imunidade absoluta 
de jurisdição quando amparados por norma 
internacional incorporada ao ordenamento 
jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a 
regra do Direito Consuetudinário relativa à 
natureza dos atos praticados. 
Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição 
brasileira na hipótese de renúncia expressa à 
cláusula de imunidade jurisdicional. 
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Guilherme Azevedo 
Nesse caso (organismos internacionais), a imunidade é absoluta. 
Art. 114, I, parte final, da Constituição Federal: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
I as ações oriundas da relação de trabalho, 
abrangidos os entes de direito público externo 
e da administração pública direta e indireta 
da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Antes da Emenda Constitucional nº 45, de 2004, competia à Justiça do 
Trabalho processar e julgar apenas os empregados públicos. Contudo, após a 
referida emenda, sua competência se ampliou para abarcar, também, a 
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios. 
 Dentro da administração pública tem-se os estatutários, os empregados 
públicos e a relação chamada de “relação de caráter jurídico-administrativa”, que 
são os servidores temporários. 
 O STF disse que o estatutário (Lei 8.112) e os temporários não serão de 
competência da Justiça do Trabalho. Dessa forma, somente será competência da 
Justiça do Trabalho processar e julgar os empregados públicos da administração 
pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 Se for servidor público da União, a competência será da Justiça Federal. Se 
for servidor público dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, a 
competência será da Justiça Estadual (Varas de Fazenda Pública). Quanto ao 
temporário, verificar se é da União ou dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, e aplicar a mesma regra aplicada aos servidores públicos. 
Art. 114, II, da Constituição Federal: 
Direito Processual do Trabalho I 
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Guilherme Azevedo 
 Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004): 
(...) 
II as ações que envolvam exercício do 
direito de greve; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Todas as ações que decorrem do direito de greve são de competência da 
Justiça do Trabalho. 
A Justiça do Trabalho tem competência para julgar ações possessórias, 
como, por exemplo, uma reintegração de posse? Depende, pois se essa ação 
possessória for em decorrência do exercício do direito de greve, essa competência 
será da Justiça do Trabalho. 
Ver súmula vinculante 23: 
A Justiça do Trabalho é competente para 
processar e julgar ação possessória ajuizada 
em decorrência do exercício do direito de 
greve pelos trabalhadores da iniciativa 
privada. 
Cuidado: essas ações possessórias somente em decorrência do exercício do 
direito de greve das empresas e instituições privadas. 
 De quem é a competência para dizer se uma greve é abusiva ou não? Será 
preciso verificar se é da empresa privada, da administração direta ou indireta. 
O STF disse que a competência para julgar abusividade de greve de 
empregado público não é da Justiça do Trabalho. 
Atenção 1: “A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a 
abusividade de greve de servidores públicos celetistas (empregado público) da 
Administração Pública direta, autarquias e fundações públicas.” (STF. RE 846854). 
Professor disse que essa será a questão n. 5 da prova. 
Direito Processual do Trabalho I 
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Guilherme Azevedo 
 A regra geral é que a Justiça do Trabalho pode julgar empregado de empresa 
privada e empregado público. Contudo, se se tratar de abusividade de greve de 
empregado público, não é competência da Justiça do Trabalho, mas sim da “justiça 
comum, federal ou estadual”, de acordo com o STF. 
 Quando vai ser competência da Justiça do Trabalho o julgamento da 
abusividade de greve? Quando se tratar de empregados de empresa privada, da 
administração indireta (empresa pública e sociedade de economia mista). 
 Atenção 2: “Somente é competência da Justiça do Trabalho: as pessoas 
jurídicas de direito privado, inclusive as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista”. 
 Atenção 3: “Competência do STJ: a) Movimento de âmbito nacional; b) 
Movimento que atinja mais de uma região da justiça federal; c) Movimento que 
compreenda mais de uma unidade da federação”. (abusividade de greve). 
 Atenção 4: “Competência do TRF: a) Uma única região da justiça federal; b) 
Âmbito local”. (abusividade de greve). 
 Atenção 5: “Competência do TJ: a) Uma unidade de federação; b) Âmbito 
local”. (abusividade de greve). 
 Art. 114, III, da Constituição Federal: 
 Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
(...) 
III as ações sobre representação sindical, 
entre sindicatos,

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