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Ciências Biológicas Interdisciplinar - Texto para Leitura_Unidade I

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Prévia do material em texto

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
Disciplina Ciências Biológicas Integrada 
UNIDADE 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 3 - TOMO 2 (Enade 2005-questão 9). 
 
Hemácias humanas foram imersas em duas soluções das substâncias I e II, 
marcadas com um elemento radioativo, para estudar a dinâmica de entrada 
dessas substâncias na célula. Os resultados estão apresentados no gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com base nesses resultados, pode-se concluir que as substâncias I e II foram 
transportadas para dentro da célula, respectivamente, por 
A. transporte ativo e difusão passiva. 
 
B. difusão facilitada e transporte ativo. 
C. difusão passiva e transporte ativo. 
D. fagocitose e pinocitose. 
E. osmose e difusão facilitada. 
 
 
 
1. Introdução teórica 
 
 
 
Transporte de substâncias pela membrana plasmática 
 
 
A membrana plasmática é a estrutura celular que se encontra 
diretamente em contato com o meio externo. Sendo assim, a entrada e a saída 
de substâncias celulares ocorrem através da membrana. A passagem das 
 
 
 
 
 
diversas substâncias pela membrana plasmática ocorre por mecanismos 
diferentes, que variam conforme as propriedades das substâncias consideradas, 
tais como polaridade e tamanho molecular. Outros fatores que definem o 
movimento através da membrana são a concentração da substância e o gasto 
energético. 
A melhor compreensão dos mecanismos de transporte de substâncias 
pela membrana plasmática passa pelo conhecimento de sua estrutura em 
mosaico-fluido. Essa estrutura é composta, basicamente, por duas camadas de 
fosfolipídios (bicamada lipídica), nas quais se encontram imersas várias moléculas 
proteicas (figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Estrutura em mosaico-fluido da membrana plasmática. Disponível em 
 
<http://www.ufmt.br/bionet/dicas/15.09.04/memb_plasm.htm>. Acesso em 08 fev. 2011. 
 
 
 
A membrana plasmática apresenta permeabilidade seletiva, uma vez que 
essa estrutura permite a passagem de certas substâncias e impede a de outras. 
Nas situações em que as substâncias atravessam a membrana, essa passagem 
(ou transporte) pode ocorrer sem gasto energético, fenômeno denominado 
transporte passivo. Por outro lado, há certas substâncias que requerem gasto 
energético para que ocorra sua passagem pela membrana, e, nesse caso, o 
processo é denominado transporte ativo. No caso de transporte passivo, a 
passagem de substâncias através da membrana ocorre seguindo o gradiente de 
concentração, ou seja, no sentido da região de maior concentração da substância 
para o de menor concentração. No transporte ativo, entretanto, 
 
 
ocorre o oposto: a substância move-se da região de menor concentração para a 
de maior concentração, contrariando a tendência natural de movimentação 
passiva, e, por isso, há gasto energético. 
As modalidades de transporte passivo são basicamente as duas descritas 
a seguir. 
 Difusão simples ou passiva: corresponde à passagem de substâncias 
 
através da bicamada lipídica, não havendo, portanto, interferência de proteínas 
de membrana (figura 2). Moléculas hidrofóbicas, gases e pequenas moléculas 
polares não carregadas ionicamente (água, etanol etc.) atravessam a bicamada 
lipídica da membrana por difusão simples, seguindo o gradiente de 
concentração (maior concentração  menor concentração). 
 Difusão facilitada: é o tipo de difusão que ocorre com o auxílio de proteínas 
de membrana, que podem ser de dois tipos, proteína carreadora e canal 
proteico (figura 2). Moléculas polares carregadas ionicamente, tais como 
carboidratos, aminoácidos e íons, requerem a intervenção dessas proteínas 
para atravessar a membrana, mesmo fluindo de acordo com o gradiente de 
concentração. As proteínas carreadoras ligam-se especificamente a 
determinadas moléculas, ao passo que os canais protéicos formam pequenos 
poros na membrana e permitem a difusão, pelo seu interior, de quaisquer 
moléculas de tamanho e carga apropriados. 
O transporte ativo também é um fenômeno que requer a participação de 
proteínas específicas de membrana. No entanto, tais proteínas, por realizarem o 
transporte de moléculas contra o seu gradiente de concentração, consomem 
energia, o que não ocorre no caso da atuação das proteínas que participam da 
difusão facilitada. Um exemplo típico de transporte ativo é observado na bomba 
de sódio e potássio, que corresponde a um sistema cujo funcionamento tem como 
agente principal uma proteína de membrana que muda sua conformação e 
afinidade aos íons Na+ e K+ em função da hidrólise do ATP (figura 2). Graças ao 
funcionamento desse sistema, as células conseguem manter a diferença de 
concentração dos íons Na+ e K+ entre os meios intra e extracelular (Na+ muito 
concentrado no meio extracelular e K+, no meio intracelular). 
 
 
 
 
Figura 2. Modalidades de transporte de moléculas (passivo e ativo) através da membrana plasmática. Em 
cada modalidade, o gradiente de concentração está representado pelo diferente tamanho das letras 
usadas para representar as respectivas moléculas (tamanho maior = maior concentração; tamanho menor 
= menor concentração). As setas indicam o sentido de movimentação de cada molécula através da 
membrana. Disponível em <//hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/biology/actran.html> (com 
adaptações). Acesso em 08 fev. 2011. 
 
 
Em certas ocasiões, é necessário que as células englobem ou eliminem 
grande quantidade de material. De acordo com a direção em que é 
encaminhado esse material, o processo recebe denominação específica: 
endocitose (entrada de material) ou exocitose (saída de material). 
Para realizar endocitose, a célula forma projeções de membrana plasmática 
de modo a englobar o material a ser incorporado, o qual será armazenado no 
interior da célula em vesículas membranosas (figura 3A). O processo que ocorre 
quando grandes partículas inespecíficas ou até mesmo células inteiras são 
englobadas recebe a denominação de fagocitose. Por outro lado, quando o 
material englobado corresponde a fluidos diversos, o fenômeno é chamado de 
pinocitose. Em certos casos, o material a ser englobado é específico, como, por 
exemplo, a lipoproteína à qual está interligado o colesterol. Nesse caso, é 
necessário primeiramente reconhecê-lo antes de englobá-lo. Esse 
reconhecimento ocorre por intermédio de receptores específicos de 
membrana, motivo pelo qual esse processo é conhecido como endocitose 
mediada por receptor. 
A exocitose é o processo pelo qual a célula libera no meio exterior certa 
quantidade de material empacotado em vesículas membranosas citoplasmáticas 
(figura 3B). Esse material pode ter sido fabricado pela própria célula ou ser 
resultante da digestão intracelular. De qualquer modo, as vesículas são 
encaminhadas à superfície da célula e fundem-se à membrana plasmática, 
liberando para fora o conteúdo armazenado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Exocitose (A) e endocitose (B), processos pelos quais as células efetuam transporte de grande 
quantidade de material. Disponível em 
<http://legacy.owensboro.kctcs.edu/gcaplan/anat/notes/API%20Notes%20E%20%20Movement%20Across%20A%20Membrane.htm>. Acesso em 08 fev. 2011. 
 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 
 
 ALBERTS, B.; BRAY, D.; LEWIS, J. Biologia molecular da célula. 5 ed. Porto 
 
Alegre: Artmed, 2009. 
 
 COOPER, G. M.; HAUSMAN, R. E. A célula: uma abordagem molecular. 3. 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
 JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 8. ed. Rio 
 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
 
 SADAVA, S.; HELLER, H. C.; ORIANS, G. H.; PURVES, W. K.; HILLIS, D. M. 
 
Vida: A Ciência da Biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 
 
 
 
3. Análise do gráfico e das alternativas 
 
 
 
O gráfico fornecido estabelece uma forma de comparação entre as concentrações 
das referidas substâncias no meio externo e no meio interno (após incorporação). 
Esse gráfico foi desmembrado em dois outros gráficos, de modo a facilitar a 
análise isolada dos fenômenos ocorridos durante a exposição a cada uma das 
substâncias. Essa análise é apresentada a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Substância II – A reta que representa o ocorrido com a substância II indica 
uma perfeita correlação entre a concentração da referida substância no meio 
externo e sua taxa de incorporação celular: quando a concentração no meio 
externo é baixa, a incorporação é baixa; quando a concentração extracelular é 
alta, a incorporação é igualmente elevada. Isso revela que a substância II tem 
livre passagem do meio externo para o meio interno através da membrana 
plasmática das células e segue o gradiente de concentração. Essa passagem 
sem restrições sugere que o mecanismo pelo qual a substância II é incorporada 
à célula é a difusão simples ou passiva, ocorrida através da bicamada lipídica. Nas 
demais modalidades de transporte, há a participação de proteínas de membrana, 
as quais atuam como carreadoras de substâncias ou formadoras de canais, o que 
impõe limitações de diversos graus à passagem de substâncias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Substância I – A passagem dessa substância para o interior celular 
(incorporação) pode ser analisada em dois momentos distintos: (1) quando a 
concentração do meio externo é inferior a 2 dpm.10-3/cm3 e (2) quando essa 
concentração é superior a esse valor. No momento 1, a taxa de incorporação 
acompanha proporcionalmente a elevação da concentração da substância I no 
 
 
meio externo, o que indica que, até que seja atingida a concentração exterior 
de 2 dpm.10-3/cm3, a entrada da referida substância nas células ocorre sem 
nenhum tipo de impedimento, um padrão semelhante ao descrito anteriormente 
para a substância II. No entanto, a partir da concentração de 2 dpm.10-3/cm3, a 
taxa de incorporação da substância estabiliza-se em torno de 500 
dpm/106cel/h, permanecendo nesse patamar mesmo nas mais elevadas 
concentrações externas da substância. Portanto, no momento 2, passa a existir 
uma restrição à entrada da substância I, que continua a ser incorporada, porém 
a uma taxa limitada e constante. Se considerássemos apenas o momento 1 da 
curva, poderíamos afirmar que o fenômeno ocorrido era a difusão simples, na 
qual a elevação da concentração externa da substância gera uma incorporação 
equivalente (transporte desimpedido, seguindo o gradiente de concentração). 
Porém, a limitação verificada no momento 2 da curva sugere que a passagem 
da substância I não ocorre de modo desimpedido, o que nos permite deduzir 
que essa substância não atravessa a membrana plasmática pela bicamada lipídica, 
apesar do caráter passivo do transporte registrado no primeiro momento do 
gráfico. Desse modo, a explicação mais plausível é a de que o transporte da 
referida substância ocorre com o auxílio de proteínas. Logo, trata- se de um 
fenômeno de difusão facilitada, uma vez que é um fenômeno passivo e executado 
por proteínas carreadoras de membrana. Sendo assim, o comportamento da 
curva apresentada no gráfico pode ser explicado da seguinte forma: antes 
de a concentração exterior da substância I atingir o valor de 2 dpm.10-3/cm3, 
havia uma quantidade livre de carreadores suficiente para promover a passagem 
dessa substância pela membrana de modo eficiente. Entretanto, quando a 
concentração tornou-se muito elevada, todos os carreadores ficaram ocupados 
por moléculas da substância I, fazendo com que a taxa de incorporação dessa 
substância atingisse um valor máximo e constante, registrado pelo platô que 
marca o momento 2 do gráfico. Nesse caso, costuma-se dizer que a proteína 
carreadora está saturada. 
Considerando os comentários feitos acima, em que se afirmou que a substância 
I foi transportada por difusão facilitada e a substância II, por difusão simples ou 
passiva, a alternativa correta desta questão deveria conter as palavras difusão 
facilitada e difusão passiva, nesta ordem. No entanto, a resposta não se 
 
 
encontra contemplada por nenhuma das alternativas apresentadas, o que deixa 
a questão sem resposta. 
O gabarito oficial fornecido pelo INEP considera correta a alternativa “A”: 
transporte ativo (substância I) e difusão passiva (substância II). Porém, não se 
pode considerar que o transporte da substância I seja ativo, pois ela move-se 
seguindo o gradiente de concentração, ou seja, do meio mais concentrado 
(extracelular, no caso) para o menos concentrado (intracelular). Essa 
movimentação é mais evidente no momento 1 do gráfico, que registra a 
incorporação celular dessa substância. Se esse transporte fosse ativo, a 
movimentação da referida substância deveria ocorrer no sentido contrário ao 
gradiente de concentração, ou seja, do meio menos concentrado para o de 
maior concentração, e esse movimento contragradiente não se encontra 
registrado em nenhum momento do gráfico fornecido. 
Um gráfico muito similar ao apresentado na questão pode ser encontrado em 
 
ALBERTS et al (2009), em que os autores discutem o fenômeno da saturação 
dos carreadores de membrana no processo de difusão facilitada e estabelecem 
uma analogia entre a cinética da difusão facilitada e a cinética enzimática. 
 
QUESTÃO 8 - TOMO 2 (Enade 2008-questão 38) 
 
É como se tivesse mil roupas e máscaras. A cada dois dias, quando se reproduz 
no interior das células vermelhas do sangue, o protozoário causador da malária 
consegue gerar novas combinações de seu material genético e assim produzir 
proteínas extremamente diversificadas que lhe permitem escapar das defesas 
do organismo humano. Também faz com que os sintomas possam variar de 
pessoa para pessoa, dificultando a sua detecção num primeiro momento. 
Pesquisa FAPESP, nov./2006, no 109, p. 46-9 (com adaptações). 
 
A partir do texto acima, assinale a opção correta. 
 
A. A produção de proteínas muito diversificadas por parte do protozoário é o 
resultado do uso de drogas, para o tratamento da doença, que induzem a 
resistência microbiana. 
B. A diversidade de sintomas exibidos por pessoas infectadas resulta da 
grande diversidade de tipos de células vermelhas encontradas no sangue 
humano. 
C. A grande capacidade de recombinação genética demonstrada pelo 
protozoário dificulta muito o desenvolvimento de vacinas contra a malária. 
 
D. O fato de se ter o diagnóstico dificultado num primeiro momento não 
 
representa maior dificuldade devido à atual disponibilidade de antibióticos. 
 
E. A possibilidade de desenvolvimento da doença sem os sintomas habituais é 
um aspecto positivo, pois indica que há uma atenuação do parasita e que as 
pessoas estão em melhores condições. 
 
 
1. Introdução teóricaA malária é a doença parasitária tropical que atinge o maior número de 
pessoas no mundo inteiro. Cerca de 40% da população mundial estão sob risco 
de adquirir a doença, o que se explica pelo fato de a doença constituir um 
problema de saúde pública em mais de 90 países. No Brasil, a região amazônica 
é a que registra o maior número de casos, mais de 500 mil por ano, embora 
 
somente uma pequena parcela desse número nacional resulte em morte, ao 
contrário do que ocorre na África, onde morre, anualmente, cerca de um milhão 
de pessoas. 
Os protozoários causadores da malária pertencem ao gênero 
Plasmodium, da família Plasmodiidae. As quatro espécies que infectam 
humanos são Plasmodium vivax, P. malariae, P. falciparum e P. ovale (a última 
espécie é restrita ao continente africano). A transmissão do parasita é mediada 
por insetos vetores. No Brasil, o principal vetor pertence à espécie Anopheles 
darlingi, daí a denominação de “anofelinos” atribuída a esses insetos, 
popularmente conhecidos como mosquitos-prego. Apenas as fêmeas desses 
insetos são hematófagas e apresentam pico de atividade noturno (após o 
entardecer até as primeiras horas do dia). 
Os plasmódios apresentam diversas fases evolutivas em seu ciclo biológico. 
Por meio da picada, o mosquito transfere ao ser humano uma forma ativa do 
parasita, denominada esporozoíto. Esses esporozoítos instalam-se no fígado da 
pessoa infectada e, no interior dos hepatócitos, multiplicam-se e originam uma 
nova forma parasitária, denominada merozoíto. Boa parte desses merozoítos cai 
na corrente sanguínea e adentra as hemácias, dando prosseguimento ao processo 
reprodutivo. As hemácias parasitadas são destruídas, liberando novos merozoítos 
e também gametócitos, os quais serão transmitidos ao inseto vetor no momento 
de uma nova picada. No organismo do inseto, os gametócitos tornam-se 
gametas, fecundam-se e originam o oocisto, a partir do qual serão liberados 
novos esporozoítos, que migram para as glândulas salivares do inseto e 
 
podem, assim, ser inoculados em outra pessoa (figura 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fiigura 1. Ciclo biológico do Plasmodium. Disponível em 
 
<http://www.niaid.nih.gov/topics/malaria/pages/lifecycle.aspx> (com adaptações). Acesso em 11 mai. 
 
2011. 
 
Nos humanos (e outros hospedeiros vertebrados), a reprodução do parasita é 
assexuada, enquanto que no vetor ocorre a fase sexuada do ciclo. A fase 
assexuada do parasita pode ser subdividida em eritrocítica (ou eritrocitária) e 
exoeritrocítica (hepática). As manifestações clínicas e patológicas da doença 
resultam apenas dos eventos ocorridos durante a fase eritrocítica. A fase 
exoeritrocítica, caracterizada pela passagem do Plasmodium pelo fígado, não 
determina nenhum sintoma da doença. O quadro clínico da doença inclui cefaléias, 
febre, fraqueza, calafrio e dores no corpo, dentre outros sintomas. 
Uma das principais características clínicas da doença é o chamado 
ataque paroxístico agudo, ou acesso malárico, quando o paciente apresenta picos 
de febre elevada associados à intensa sudorese e calafrio. A febre assume um 
caráter intermitente, determinado pelo tempo que o ciclo eritrocítico leva para 
gerar novos merozoítos, o que varia conforme a espécie de Plasmodium (48 horas 
para P.vivax, P. falciparum e P. ovale – febre terçã; 72 horas para P. malariae – 
febre quartã). A profilaxia da malária inclui medidas como o tratamento dos 
doentes 
 
(com substâncias antimaláricas, tais como quinina, cloroquina, primaquina etc.), 
46 
 
 
 
o uso de repelentes, de telas nas janelas e de mosquiteiros, além do combate 
químico e biológico ao vetor adulto e a suas formas larvais. 
 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 
 
 AGÊNCIA FIOCRUZ DE NOTÍCIAS. Glossário de doenças: Malária. Disponível 
em 
<http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=191&sid=6&tpl 
 
=printerview>. Acesso em 28 de out. 2010. 
 
 FIORAVANTI, C. Mestre em disfarces: variabilidade genética permite ao 
 
Plasmodium driblar as defesas do organismo. Pesquisa FAPESP online, no 
 
129, 2006. Disponível em 
 
<http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=3093&bd=1&pg=1&lg=>. Acesso em 
 
28 out. 2010. 
 
 NEVES, D. P. Parasitologia humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2005. 
 
 REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias. 4. ed. Rio de 
 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
 
 
 
3. Análise das alternativas 
 
 
 
A – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. O uso de drogas no combate a parasitas microbianos leva 
frequentemente ao estabelecimento de linhagens resistentes aos 
medicamentos. Essa resistência resulta de um processo adaptativo. Logo, ao 
contrário do que diz a alternativa, o uso de drogas não induz a resistência 
microbiana, muito menos a produção de proteínas diversificadas. As drogas atuam 
apenas como agentes de seleção natural em um grupo de organismos que já 
apresentava variabilidade genética prévia, que incluía indivíduos mutantes 
naturalmente resistentes ao fármaco. 
 
 
B – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. A alternativa afirma que há grande diversidade de tipos de 
células vermelhas encontradas no sangue, o que está incorreto. As células 
vermelhas, também denominadas hemácias ou eritrócitos, são de apenas um 
47 
 
 
 
tipo no sangue humano, caracterizadas por serem anucleadas e repletas de 
hemoglobina. A variabilidade de tipos celulares é encontrada apenas nos 
leucócitos, ou glóbulos brancos. Portanto, a diversidade de sintomas, mencionada 
na alternativa, certamente tem outra explicação. 
 
 
C – Alternativa correta. 
 
JUSTIFICATIVA. As novas combinações do material genético do protozoário 
causador da malária são o fator responsável pela geração de proteínas 
diversificadas. Como a produção de anticorpos pelas células do sistema 
imunológico depende do reconhecimento de proteínas antigênicas na superfície 
celular de um parasita invasor e o Plasmodium muda, com frequência, o seu 
conjunto de proteínas, fica difícil de o sistema imunológico combatê-lo com 
eficácia. Essa constante inovação antigênica promovida pelas recombinações 
genéticas do Plasmodium também dificulta a produção de uma vacina eficiente 
no combate ao parasita, já que a vacina, que teria em sua composição 
antígenos do parasita, estimularia o sistema imunológico a produzir um 
conjunto limitado de anticorpos. 
 
 
D – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. São poucos os antibióticos que podem ser empregados no 
combate à malária. Alguns deles são a tetraciclina, a doxiciclina e a 
clindamicina. Os demais medicamentos utilizados não são considerados 
antibióticos, e sim medicamentos de ação específica antimalárica: quinina, 
primaquina, cloroquina etc. Portanto, a afirmação contida na alternativa de que 
a atual disponibilidade de antibióticos é um fator de segurança no combate à 
malária, mesmo que diagnosticada tardiamente, é errônea. Outro erro que 
também existente na alternativa é o de sugerir que o diagnóstico dificultado 
num primeiro momento não representa maior dificuldade. Em alguns casos 
mais graves de malária, como aqueles provocados por Plasmodium falciparum, 
a doença evolui rapidamente para uma condição patológica potencialmente 
letal. Portanto, quanto mais precoce o diagnóstico, menores as chances de 
progressão da doença. 
48 
 
 
E – Alternativaincorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. O próprio texto fornecido afirma que os sintomas variam de 
pessoa para pessoa por causa da variabilidade proteica causada pelas 
recombinações do parasita. Além disso, o texto não afirma que as 
recombinações genéticas ocorridas no parasita estejam associadas a alguma 
forma de atenuação e também não afirma que a variação do quadro 
sintomático de uma pessoa para outra esteja associada ao surgimento de 
sintomas mais brandos. 
 
QUESTÃO 12 - TOMO 2 (Enade 2008-questão 45) 
 
A construção da usina hidrelétrica de Balbina, no Amazonas, foi acompanhada 
de uma série de polêmicas, dado que o reservatório formado reteve muita matéria 
orgânica. Com a degradação anaeróbica da matéria orgânica, considerável 
quantidade de metano (CH4) é produzida. Como o metano tem grande 
contribuição para o efeito estufa, muito maior do que o gás carbônico (CO2), têm-
se estudado alternativas para minimizar os efeitos ambientais da hidrelétrica. 
Qual é a alternativa mais adequada para minimizar os problemas causados pela 
produção de metano? 
A. O metano poderia ser queimado, o que levaria à produção de gás carbônico 
e água, produtos que reduziriam os danos ambientais. 
B. O metano poderia ser queimado, o que provocaria a formação de ácido 
sulfúrico e água, base da chuva ácida. 
C. O metano poderia ser queimado, o que daria origem ao ozônio, que, em 
pequenas concentrações, protege o planeta dos efeitos da radiação 
ultravioleta. 
D. O metano poderia ser solubilizado em água, o que resultaria na formação de 
ácido carbônico, composto capaz de neutralizar o pH dos rios e lagos 
amazônicos. 
E. O metano poderia ser oxidado, o que poderia gerar amônia, importante 
matéria-prima para a produção de adubo. 
 
 
 
 
 
49 
 
 
1. Introdução teórica 
 
 
 
Usinas hidrelétricas e impacto ambiental 
 
 
Já são conhecidos os efeitos deletérios da liberação excessiva de CO2 por 
atividades humanas sobre o efeito estufa, em especial a queima de 
combustíveis fósseis para geração de energia. Nesse contexto, muito se tem 
comentado a respeito da importância da implementação de fontes energéticas 
pouco impactantes. Há quem argumente a favor das usinas hidrelétricas como 
fontes energéticas “limpas”. No entanto, estudos têm promovido uma 
desmistificação deste ponto de vista ao revelar que os reservatórios de água 
associados a essas usinas são grandes emissores de gás metano (CH4), um gás 
de efeito estufa resultante da degradação anaeróbica de matéria orgânica. 
O CH4 é o principal componente do chamado biogás e é gerado por 
bactérias metanogênicas, que, para se desenvolverem, necessitam de CO2, de 
+
 
um substrato oxidável e de uma fonte de nitrogênio (que pode ser NH3 ou N2
atmosférico), dentre outros fatores ambientais. Todas as espécies conhecidas 
de bactérias metanogênicas requerem, obrigatoriamente, condições 
anaeróbicas para efetuarem o metabolismo energético. 
Em usinas hidrelétricas, a formação do gás metano está associada à 
decomposição anaeróbica de plantas macrófitas no fundo do reservatório de 
água. Essas plantas herbáceas crescem com facilidade no lamaçal nas 
chamadas “zonas de deplecionamento” do reservatório. Essas zonas 
correspondem aos locais do reservatório onde o fundo fica exposto em função da 
redução do volume da represa quando ela atinge um nível mínimo operacional de 
água. A vegetação herbácea que cresce nessas regiões expostas ficará submersa 
quando houver novo aumento no volume de água do reservatório, o que favorece 
sua decomposição por bactérias metanogênicas e a consequente liberação de 
metano. 
Na hidrelétrica de Balbina, situada no Estado do Amazonas, a área de 
deplecionamento corresponde a 22% do total da área inundada pelo 
represamento do rio Uatumã (figura 1). Em virtude da constante flutuação no 
nível de água da represa, há a produção intensa e constante de gás metano, 
que será liberado na atmosfera e contribuirá para o agravamento do efeito estufa. 
50 
 
 
 
 
 
Figura 1. Mapa da região da hidrelétrica de Balbina, com base em técnica de sensoriamento remoto. As 
áreas de deplecionamento são as principais geradoras de metano. 
Fonte: Feitosa e cols., 2007. 
 
 
 
É importante lembrar que o efeito estufa é o nome dado ao fenômeno 
atmosférico em que uma camada de gases, tais como metano e gás carbônico, 
e impede que o calor irradiado pela superfície do planeta, ao ser aquecido pelo 
sol, seja dissipado para as camadas mais superiores da atmosfera. Essa intensa 
retenção de calor é um mecanismo natural e responsável por manter a 
temperatura da Terra em níveis compatíveis com a vida. No entanto, o excesso 
de calor retido leva ao superaquecimento do planeta e, como consequência, ao 
degelo dos polos, à elevação dos níveis dos oceanos, a mudanças climáticas 
imprevisíveis, dentre outros efeitos indesejáveis. 
51 
 
 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 
 
 CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 
 
2010. 
 
 COMASTRI FILHO, J. A. Biogás: Independência Energética do Pantanal 
Mato-Grossense. Corumbá: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
(EMBRAPA), Circular Técnica 9, 1981. 
 FEARNSIDE, P. M. Hidrelétricas como “fábricas de metano”: o papel dos 
 
reservatórios em áreas de floresta tropical na emissão de gases de efeito 
estufa. Oecol. Bras., 12 (1): 100-115, 2008. 
 FEARNSIDE, P. M. Impactos ambientais da barragem de Tucuruí: lições 
 
ainda não aprendidas para o desenvolvimento hidrelétrico na Amazônia. 
Manaus: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), 2002. Disponível 
em <http://philip.inpa.gov.br/publ_livres/mss%20and%20in%20press/tuc- 
ambientais.pdf>. Acesso em 15 mar. 2011. 
 FEITOSA, G. S.; GRAÇA, P. M. L. A.; FEARNSIDE, P. M. Estimativa da zona 
de deplecionamento da hidrelétrica de Balbina por técnica de sensoriamento 
remoto. Anais do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. 
Florianópolis: INPE, p. 6713-6720, 2007. Disponível em 
<http://marte.dpi.inpe.br/rep/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/11.13.15.55? 
language button=en>. Acesso em 15 mar. 2011. 
 ROSA, L. P.; SCHAEFFER, R.; DOS SANTOS, M. A. Emissões de metano e 
 
dióxido de carbono de hidrelétricas na Amazônia comparadas às termelétricas 
equivalentes. Cadernos de Energia, 9: 109-157, 1996. 
 TEIXEIRA, C. E. et al. Estudos sobre a oxidação aeróbia do metano na 
cobertura de três aterros sanitários no Brasil. Eng. Sanit. Ambient., 14 (1): 99- 
108, 2009. 
 
 
3. Análise das alternativas 
 
 
 
A - Alternativa correta. 
 
JUSTIFICATIVA. A combustão completa do metano produz gás carbônico e 
água, como pode ser visualizado na reação representada a seguir. 
52 
 
 
 
 
 
CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O (l) (há liberação de 802 kJ/mol de energia 
nessa combustão) 
Dessa forma, podemos dizer que é preferível queimar o metano e liberar CO2 
na atmosfera do que liberar diretamente o metano na atmosfera, uma vez que, 
como diz o enunciado da questão, o metano contribui mais para o agravamento 
do efeito estufa do que o gás carbônico. 
 
 
B - Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Não faz sentido afirmar que a queima do metano, um 
composto de carbono (CH4), libere ácido sulfúrico, um composto sulfurado 
(H2SO4). Em qualquer tipo de combustão, não hátransformação de um 
elemento químico em outro, e sim um rearranjo molecular dos elementos 
presentes nos reagentes. 
 
 
C - Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Durante a combustão, há consumo de moléculas de oxigênio 
(O2), e não a produção desse tipo de molécula, mesmo que na forma de ozônio 
(O3). Além disso, a alternativa também comete um erro ao afirmar que o ozônio 
protege o planeta dos efeitos da radiação ultravioleta quando em pequenas 
concentrações. Na verdade, a camada de ozônio, protetora da Terra, é 
caracterizada por agregar grandes concentrações desse gás. A redução na 
concentração de ozônio nessa camada, provocada pela ação de 
clorofluorcarbonetos (CFC), torna menos eficiente a proteção conferida pela 
camada. 
 
 
D - Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. A solubilização do metano em água não forma ácido carbônico. 
Na verdade, esse ácido é formado após a solubilização do gás carbônico em água, 
conforme representado a seguir: 
 
 
 
Além disso, a alternativa comete outro erro ao afirmar que o ácido carbônico é 
capaz de neutralizar a água de rios e lagos. O ácido carbônico, por ser um 
ácido, apresenta valor de pH abaixo de 7, que é o valor neutro. Um argumento 
53 
 
 
 
que conta a favor desse raciocínio é o fato de que o pH da água da chuva, quando em 
equilíbrio com o gás carbônico atmosférico, apresenta valor igual a 
5,6 (ácido, portanto). 
 
 
 
E - Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. A oxidação do metano (CH4) não gera amônia (NH3) pelos mesmos 
motivos apresentados na justificativa da alternativa B. A oxidação do metano, realizada 
por bactérias metanotróficas, gera metanol (CH3OH), um composto químico que 
mantém o carbono antes encontrado na molécula do metano. Não há como haver a 
transformação de carbono (do metano) em nitrogênio (da amônia) por meio de uma 
reação de oxidação. 
 
QUESTÃO 1 - TOMO 3 (Enade 2008-questão 11) 
A Lei no 6.684/1979 regulamenta as profissões de Biólogo e Biomédico e, em seu 
capítulo I, estabelece o seguinte. 
Art. 1o O exercício da profissão de Biólogo é privativo dos portadores de diploma: 
 
I – devidamente registrado, de bacharel ou licenciado em curso de História Natural, ou de 
Ciências Biológicas, em todas as suas especialidades, ou licenciado em Ciências, com 
habilitação em Biologia, expedido por instituição brasileira oficialmente reconhecida; 
II – expedido por instituições estrangeiras de ensino superior, regularizado na forma da lei, 
cujos cursos forem considerados equivalentes aos mencionados no inciso I. 
Art. 2o Sem prejuízo do exercício das mesmas atividades por outros profissionais igualmente 
 
habilitados na forma da legislação específica, o Biólogo poderá: 
 
I – formular e elaborar estudo, projeto ou pesquisa científica básica e aplicada, nos vários 
setores da Biologia ou a ela ligados, bem como os que se relacionem à preservação, 
saneamento e melhoria do meio ambiente, executando direta ou indiretamente as atividades 
resultantes desses trabalhos; 
II – orientar, dirigir, assessorar e prestar consultoria a empresas, fundações, sociedades e 
associações de classe, entidades autárquicas, privadas ou do poder público, no âmbito de sua 
especialidade; 
III – realizar perícias, emitir e assinar laudos técnicos e pareceres de acordo com o currículo 
efetivamente realizado. 
Antônio foi morar no exterior e, aproveitando uma oportunidade, matriculou- 
se em uma universidade estrangeira. Depois de 5 anos, voltou ao Brasil na condição 
de portador de diploma de licenciatura em História Natural emitido por essa 
universidade. Recebeu, então, oferta de trabalho em empresa que desenvolve 
projeto cujos objetivos são implantar infra-estrutura de saneamento básico em área 
54 
 
 
urbana, recuperar áreas degradadas e definir áreas adequadas para conservação e 
preservação da biodiversidade, e que conta com equipe multidisciplinar que inclui 
engenheiros agrônomos, engenheiros florestais e profissionais da saúde. 
Acerca da situação hipotética descrita, e com base no disposto na Lei n.o 
 
6.684/1979, é correto afirmar que Antônio 
A. deve validar o diploma que trouxe da universidade estrangeira, comprovando 
que os cursos que fez são equivalentes aos de universidades brasileiras, antes de atuar 
na empresa. 
 
B. não poderia atuar nas atividades da empresa, pois, por ser licenciado, deve restringir 
suas atividades como biólogo a ministrar aulas de ciências físicas e biológicas para 
alunos do ensino fundamental. 
C. estaria impedido de elaborar projeto dirigido à criação de área de preservação da 
biodiversidade, pois a equipe da empresa conta com engenheiros florestais. 
D. poderia atuar como consultor, mas estaria impedido de assumir cargos de 
direção da empresa, pois sua formação inicial foi História Natural. 
E. poderia exercer, no projeto, atividades específicas de profissionais da saúde, 
como as de médico, desde que tivesse em seu currículo disciplinas próprias da 
Medicina. 
 
 
1. Introdução teórica 
 
 
 
Regulamentação da profissão de biólogo 
 
 
 
Até 1979, o biólogo foi um profissional que atuou sem um conjunto de normas 
específicas que regulamentasse a profissão no Brasil. Em 3 de setembro de 1979, foi 
sancionada a Lei n° 6.684, que passou a regulamentar as profissões de biólogo e de 
biomédico e criou o denominado Conselho Federal de Biologia e Biomedicina (CFBB) 
e os Conselhos Regionais de Biologia e Biomedicina (CRBB). Por esse motivo, ficou 
estabelecido pelas associações de biólogos que a data de 3 de setembro passaria a ser 
considerada o Dia Nacional do Biólogo. 
Assim, nasceram simultaneamente as profissões regulamentadas de biólogo e 
biomédico sob a tutela de um único Conselho, mas não tardou muito para que se 
criasse uma legislação específica para cada uma dessas profissões. O 
desmembramento oficial veio com a Lei n° 7.017, de 30 de agosto de 1982, cujos 
55 
 
 
Artigos 1° e 2° são citados a seguir. 
Art. 1° - Os Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina e de Biologia, 
 
criados pela Lei n° 6.684 (1), de 3 de setembro de 1979, ficam 
desmembrados em Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina e 
Conselhos Federal e Regionais de Biologia, passando a constituir entidades 
autárquicas autônomas. 
Art. 2° - Aplicam-se a cada um dos Conselhos Federais e respectivos 
 
Conselhos Regionais desmembrados por esta Lei as normas previstas no 
Capítulo III da Lei n° 6.684, de 3 de setembro de 1979, que não contrariem 
 o caráter de autonomia dessas autarquias. 
 
 
Em 28 de Junho de 1983, foi sancionado o Decreto n° 88.438, que dispõe sobre 
a regulamentação específica da profissão de biólogo, tomando por base as disposições 
já apresentadas previamente na Lei n° 6.684 e em conformidade com o 
desmembramento estabelecido pela Lei n° 7.017. É importante salientar que a 
regulamentação da profissão de biólogo, assim como a existência dos Conselhos 
Federal e Regionais de Biologia (CFBio e CRBios), permitiram ampliar a imagem do 
profissional atuante em diversos setores de relevância social, como meio ambiente, 
agricultura, saúde e educação. 
 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 
 
 BRASIL. Lei nº 6.684, de 3 de setembro de 1979. Regulamenta as profissões de 
Biólogo e de Biomédico, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de 
Biologia e Biomedicina, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
04 set. 1979. 
 
 BRASIL. Lei nº 7.017, de 30 de agosto de 1982. Dispõe sobre o demembramento 
dos Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina e deBiologia. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 31 ago. 1982. 
 BRASIL. Decreto nº 88.438, de 28 de junho de 1983. Dispõe sobre a regulamentação 
do exercício da profissão de Biólogo, de acordo com a Lei n° 6.684, de 3 de setembro 
de 1979 e de conformidade com a alteração estabelecida pela Lei n° 7.017, de 30 de 
agosto de 1982. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 jun. 
1983. 
 
 CRBio-01. Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT, MS). Disponível 
em <http://www.crbio01.org.br/cms/index.php>. Acesso em 05 ago. 2011. 
 
56 
 
 
 
 
3. Análise das alternativas 
 
 
 
A – Alternativa correta. 
 
JUSTIFICATIVA. Considerando que Antônio obteve um diploma emitido por uma 
universidade estrangeira, ele pode exercer a profissão de biólogo desde que obedeça 
ao inciso II do Art. 1° citado no enunciado, ou seja, seu diploma será válido se 
“regularizado na forma da lei”, ou seja, se os “cursos forem considerados 
equivalentes ao mencionados no inciso I”. Havendo equivalência com um diploma 
“expedido por instituição brasileira oficialmente reconhecida”, poderá assumir o 
trabalho a ele oferecido pela empresa. 
 
 
B – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. O Art. 1° afirma que tanto bacharéis quanto licenciados podem 
exercer a profissão de biólogo, cujas atividades encontram-se descritas no Art. 2°. 
Portanto, não existe na Lei n° 6.684 nenhuma restrição de exercício da profissão por 
parte dos licenciados e muito menos uma indicação explícita de que licenciados 
devem apenas dar aulas de ciências físicas e biológicas para alunos do ensino 
fundamental. 
 
 
C – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. De acordo com o inciso I do Art. 2°, o biólogo pode “formular e 
elaborar estudo, projeto ou pesquisa científica básica e aplicada, nos vários setores 
da Biologia ou a ela ligados, bem como os que se relacionem à preservação, 
saneamento e melhoria do meio ambiente [...]”. Como se pode notar pelos trechos 
grifados, é permitido ao biólogo elaborar projeto dirigido à preservação da 
biodiversidade. No entanto, o texto do Art. 2° faz a ressalva de que o biólogo pode 
executar a atividade “sem prejuízo do exercício das mesmas atividades por outros 
profissionais igualmente habilitados na forma da legislação específica”. Portanto, se a 
elaboração de projetos para a criação de áreas de preservação da biodiversidade for 
uma atividade específica de engenheiros florestais (e esta informação não consta da 
questão), ela não poderia ser desempenhada por biólogos, havendo ou não 
engenheiros florestais na equipe multidisciplinar. 
 
 
57 
 
 
D – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. O inciso II do Art. 2° afirma que o biólogo pode “orientar, dirigir, 
assessorar e prestar consultoria” e o inciso I do Art. 1° afirma que podem exercer a 
profissão de biólogo os portadores de diploma “de bacharel ou licenciado em curso 
de História Natural, ou de Ciências Biológicas, em todas as suas especialidades, ou 
licenciado em Ciências, com habilitação em Biologia”. Portanto, aos diplomados em 
História Natural não é atribuída nenhuma limitação do exercício de biólogo, como 
sugere a alternativa. 
 
E – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Novamente deve ser considerada a ressalva presente no Art. 2°: “Sem 
prejuízo do exercício das mesmas atividades por outros profissionais igualmente 
habilitados na forma da legislação específica, o Biólogo poderá [...]”. Assim, se as 
atividades em questão são específicas de profissionais da saúde, sejam eles médicos, 
enfermeiros ou nutricionistas, não cabe ao biólogo executar tais atividades. 
 
QUESTÃO 2 - TOMO 3 (Enade 2008-questão 19) 
Há sete anos, em uma cidade da região rural do sul do país, foi registrado o 
desaparecimento de uma criança de dois anos de idade que brincava no quintal de 
sua casa. Durante as investigações, foram encontrados vestígios biológicos no local 
do desaparecimento, que foram coletados e submetidos a análises de biologia 
forense, que revelaram a presença de sangue humano contendo vários tipos 
celulares, como hemácias, neutrófilos e linfócitos, além de contaminação com células 
animais de outra espécie. Além desses exames, foram realizados estudos de vínculo 
genético entre as amostras de sangue humano encontradas no local do 
desaparecimento e as dos pais biológicos da criança desaparecida. Recentemente, 
foi encontrada uma criança de nove anos de idade que apresenta um sinal na pele 
muito semelhante ao da criança desaparecida. Foram colhidas amostras de sangue e 
realizadas análises comparativas com o material obtido sete anos atrás, que 
confirmaram tratar-se da mesma pessoa. 
Considerando-se o texto acima, qual das opções abaixo traz uma afirmação correta 
acerca das aplicações do DNA como marcador para estudos taxonômico- 
sistemáticos? 
A. Para que se possa identificar a espécie à qual pertencem as células 
contaminantes coletadas no local do desaparecimento, é necessário realizar o 
58 
 
 
sequenciamento completo do genoma de tais células. 
B. Caso as células contaminantes encontradas sejam de uma espécie animal que 
pertença, como os seres humanos, à família dos hominídeos, a alta similaridade 
entre os genomas impedirá a identificação mais detalhada das células 
contaminantes. 
C. A obtenção de perfil genético baseado na análise de STR (repetições curtas em 
 
série) é uma das estratégias utilizadas para a identificação de indivíduos, e pode ser 
aplicada mesmo na presença de células contaminantes. 
D. Para que se possa determinar a distância evolutiva entre amostras obtidas de 
dois organismos, de forma a se determinar se são de espécies diferentes, é 
necessário analisar os tipos de bases nitrogenadas encontradas no DNA, 
independentemente de sua distribuição no polímero. 
 
 
59 
 
 
 
E. A identificação da criança com base em padrões de DNA é baseada no fenômeno 
de deriva genética, um tipo de variação que é atribuída a pressões seletivas e a eventos 
dependentes de características hereditárias. 
 
 
1. Introdução teórica 
 
 
 
O DNA como marcador molecular para estudos em taxonomia e 
sistemática 
 
 
A sistemática é a ciência que se ocupa da classificação dos organismos, 
visando a estabelecer padrões de evolução biológica. A identificação dos organismos 
é o principal objetivo da taxonomia. Por muito tempo, taxonomistas e sistematas 
apegaram-se a atributos essencialmente morfológicos para efetuar identificações e 
classificações de grupos de organismos. No entanto, os últimos anos foram 
marcados pelo uso intensivo de ferramentas moleculares, graças ao desenvolvimento 
de métodos de análise baseados na identificação de marcadores de DNA. Esses 
métodos permitem identificar táxons diferentes e caracterizar as relações genético- 
evolutivas existentes entre táxons distintos, o que, em se tratando de classificação 
biológica e dimensionamento da biodiversidade, representa um grande avanço. 
O uso de marcadores moleculares permite que se identifiquem e se efetuem 
comparações diretas entre genótipos individuais, enquanto que as comparações 
morfológicas, por se basearem em atributos fenotípicos, estão sujeitas a dificuldades 
decorrentes de influências ambientais. Além disso, a quantidade de variação genética 
identificável por essa metodologia é maior do que aquela acessível apenas por análises 
morfológicas. 
Existem diversos tipos de marcadores moleculares empregados em análises 
taxonômico-sistemáticas. Alguns deles correspondem a trechos de DNA quenão 
codificam proteínas e, portanto, suas variações, resultantes de mutação, não são 
convertidas em modificações fenotípicas. Por outro lado, alguns marcadores são 
trechos de DNA ou RNA que codificam proteínas e exercem influência fenotípica 
mensurável. A escolha do melhor tipo de marcador molecular depende dos 
propósitos do estudo. 
Para efetuar comparações entre categorias taxonômicas mais próximas do ponto 
de vista evolutivo, como a categoria de espécie, é preferível selecionar 
9 
 
 
 
marcadores que correspondam a trechos de DNA não codificadores, pois a taxa de 
mutação desses trechos é elevada e as mudanças ao longo do tempo são rápidas o 
suficiente para diferenciar uma espécie da outra. No caso de comparações entre 
grupos evolutivamente distantes, como famílias, filos ou até mesmo reinos, são 
empregados marcadores moleculares de evolução lenta, como, por exemplo, trechos 
de DNA que codificam proteínas ou que transcrevem RNA ribossômico. 
Vale ressaltar que, desde 2004, existe o Conselho Internacional de Códigos de 
Barras, que visa à criação de um banco de dados de DNA que permita identificar 
cada espécie do planeta. Essa modalidade de taxonomia, batizada de taxonomia 
molecular, pretende armazenar informações peculiares do DNA das diferentes espécies 
como se fossem códigos de barra moleculares, o que certamente irá acelerar o 
processo de identificação dos organismos e será uma ferramenta muito útil na 
conservação da biodiversidade global. 
 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 
 
 AGÊNCIA FAPESP. Taxonomia molecular. São Paulo, 2005. Disponível em 
 
<http://www.agencia.fapesp.br/4325>. Acesso em: 25 mai. 2011. 
 
 AMORIM, D. S. Fundamentos de Sistemática Filogenética. Ribeirão Preto: Holos, 
 
2002. 
 
 KOCH, A.; ANDRADE, F. M. A utilização de técnicas de biologia molecular na genética 
forense: uma revisão RBAC, 40(1): 17-23, 2008. 
 MATIOLI, S.R. Biologia Molecular e Evolução. Ribeirão Preto: Holos, 2001. 
 
 MINAS FAZ CIÊNCIA. Decodificando a vida: método baseado em DNA possibilita 
identificação rápida de espécies da fauna e da flora. Belo Horizonte, 2006. Disponível 
em <http://revista.fapemig.br/materia.php?id=408>. Acesso em 25 mai. 2011. 
 RIDLEY, M. Evolução. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
 
 
 
3. Análise das alternativas 
 
 
 
A – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Sequenciar um genoma significa identificar as sequências de bases 
nitrogenadas (A, T, C, G) de DNA tais como elas são encontradas nos cromossomos 
da espécie estudada. De maneira geral, os genomas de diferentes espécies 
10 
 
 
 
apresentam grande número de bases nitrogenadas (entre 105 e 1012 pares de 
bases). O sequenciamento do genoma de certa espécie é um processo que demanda 
tempo e requer a participação de muitos pesquisadores, que, normalmente, 
executam trabalhos parciais de sequenciamento em seus países de origem. Esse 
consórcio internacional de pesquisadores, ao finalizar os trabalhos parciais, publica 
em conjunto o sequenciamento total da espécie estudada. Uma espécie apresenta 
determinadas sequências de bases nitrogenadas que lhe são exclusivas. A partir da 
identificação, descrição e publicação dessas sequências, é possível empregá-las 
como ferramenta taxonômica. Portanto, ao contrário do que afirma a alternativa, a 
identificação de uma espécie com base em uma amostra de DNA não requer o 
sequenciamento de todo o genoma contido em tal amostra, e sim a determinação da 
existência ou não de certas sequências de DNA já descritas anteriormente. 
 
 
B – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. A alternativa menciona a existência de outro animal pertencente à 
família dos hominídeos, além dos humanos. É uma afirmação errônea, pois o único 
representante atual da família de primatas é a espécie humana. Além disso, a alta 
similaridade entre genomas de espécies diferentes não é empecilho para a correta 
identificação de cada espécie, desde que já tenham sido descritas as respectivas 
sequências exclusivas de DNA. 
 
 
C – Alternativa correta. 
 
JUSTIFICATIVA. A técnica de STR (do inglês Short Tandem Repeats; repetições 
curtas em série) consiste em identificar pequenas sequências de DNA, não 
superiores a 200 pares de bases nitrogenadas, que contenham repetição em série de 
pequenos trechos formados de 2 a 7 nucleotídeos. Por exemplo, um STR humano 
denominado D7S280 possui como unidade repetitiva a sequência “GATA”. O número 
de repetições em série dessa sequência é bastante variável 
(“GATAGATAGATAGATA...”) entre os indivíduos de uma espécie. O genoma de 
qualquer espécie possui grande abundância de STR e cada STR tem grande variação 
no número de repetições da unidade repetitiva. Portanto, a análise de STR permite 
identificar com bastante precisão os indivíduos de certa espécie. Como as composições 
de STR são diferentes nas espécies distintas, esse tipo de análise é 
11 
 
 
 
 
eficiente na identificação individual, mesmo na presença de células contaminantes 
oriundas de outra espécie. 
 
 
D – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Não há diferença na composição de bases nitrogenadas em moléculas 
de DNA pertencentes a organismos de espécies distintas. Qualquer que seja o DNA, 
de amebas a seres humanos, as bases nitrogenadas sempre serão adenina (A), timina 
(T), citosina (C) e guanina (G). Portanto, a identificação de espécies diferentes não 
pode ser baseada nos tipos de bases existentes no DNA, e sim na distribuição destas 
bases, ao contrário do que afirma a alternativa. 
 
 
E – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Deriva genética é um fenômeno populacional caracterizado pela 
oscilação aleatória de frequências alélicas de uma geração para outra. Essa oscilação 
é decorrente do pequeno número de indivíduos intercruzantes em uma população, e 
não das pressões seletivas às quais uma população está submetida, como afirma a 
alternativa. De qualquer modo, a deriva genética é uma possível explicação para as 
variações genéticas ocorridas em uma população, e, por ser um fenômeno 
populacional, não se aplica ao contexto da identificação das características 
individuais do DNA de uma pessoa ou de qualquer outro organismo. 
 
QUESTÃO 4 - TOMO 3 (Enade 2008-questão 32) 
 
A figura abaixo apresenta índices de diversidade para três regiões hipotéticas, cada 
uma com três montanhas, calculados a partir da distribuição de espécies 
(identificadas pelas letras de A a G) observada em cada montanha. Algumas 
espécies estão isoladas em apenas uma montanha por região, enquanto outras estão 
em duas ou três montanhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerando esses dados, selecione quais deveriam ser as escolhas do tomador 
de decisões sobre medidas de conservação, no sentido de proteger a maior riqueza de 
espécies, nas seguintes situações: (a) se houver recursos financeiros para proteger 
apenas uma das regiões; e (b) se os recursos permitirem proteger apenas uma das 
montanhas. 
A. Para se proteger apenas uma região, esta deveria ser a região 1, que apresenta 
a maior riqueza de espécies por montanha (diversidade alfa); para se proteger 
apenas uma montanha, deveria ser escolhida a terceira montanha da região 2, a única 
que tem a espécie J. 
B. Para se proteger apenas uma região, esta deveria ser a região 3, que apresenta 
a maior diferenciação de espécies entre as três montanhas (diversidade beta); para 
se proteger apenas uma montanha, deveria serescolhida qualquer montanha da região 
3, pois, como há menos espécies por montanha, estas vivem com menor 
competição. 
 
 
13 
 
 
 
C. Para se proteger apenas uma região, esta deveria ser a região 1, que apresenta 
o maior número de espécies por montanha (diversidade alfa); para se proteger apenas 
uma montanha, deveria ser escolhida a terceira montanha da região 1, que tem a 
maior riqueza local (diversidade alfa). 
D. Para se proteger apenas uma região, esta deveria ser a região 2, a que 
apresenta a maior diversidade total (diversidade gama); para se proteger apenas 
uma montanha, deveria ser escolhida a terceira montanha da região 2, que é a única 
que tem a espécie J. 
E. Para se proteger apenas uma região, esta deveria ser a região 2, que apresenta 
 
a maior diversidade total (diversidade gama); para proteger apenas uma montanha, 
deveria ser escolhida a terceira montanha da região 1, que tem a maior riqueza local 
(diversidade alfa). 
 
 
1. Introdução teórica 
 
 
 
Tipos de diversidade biológica e sua importância no contexto 
conservacionista 
 
 
A diversidade biológica ou biodiversidade é um conceito relativamente 
complexo, uma vez que inclui a variação genética das populações, as diferenças 
morfológicas e funcionais entre espécies e a variação na estrutura e nos processos 
ecossistêmicos. Dada a complexidade do tema, procura-se caracterizar qualitativa e 
quantitativamente a biodiversidade por meio de índices numéricos. Dentre eles, 
destacam-se são a riqueza e a abundância de espécies. 
A riqueza pode ser definida como o número de espécies diferentes 
encontradas em uma área. Algumas delas exercem grande influência no 
ecossistema, outras nem tanto; algumas são abundantes, outras raras. Uma das 
formas de dimensionar a diversidade biológica é por meio da abundância relativa, 
que é a representação proporcional de uma espécie numa amostra ou comunidade. 
É importante ressaltar que a diversidade biológica tem componentes regionais 
 
e locais, que recebem diferentes designações. A diversidade local é denominada 
diversidade alfa, enquanto a diversidade regional é conhecida como diversidade gama. 
A alfa corresponde ao número de espécies em uma pequena área de hábitat 
14 
 
 
 
homogêneo, e a gama é o número total de espécies em todos os hábitats dentro de 
uma área geográfica. 
As diversidades alfa e gama seriam as mesmas se em todos os hábitats de 
uma região fossem encontradas as mesmas espécies. No entanto, se cada hábitat 
abrigar uma biota única, então a diversidade gama corresponde à soma das 
diversidades alfa, que caracterizam especificamente cada hábitat da região. A diferença 
entre a composição de espécies entre os hábitats de uma mesma região é denominada 
diversidade beta. Logo, quanto mais diferentes os hábitats com relação à composição 
de espécies, maior a diversidade beta da região. 
 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 
 
 BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de Indivíduos a 
 
Ecossistemas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
 
 ODUM, E. P., BARRETT, G. W. Fundamentos da Ecologia. São Paulo: Cengage 
 
Learning, 2008. 
 
 RICKLEFS, R. E. A Economia da Natureza. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
 
Koogan, 2010. 
 
 
 
3. Análise das alternativas 
 
 
 
Para analisar as alternativas, é importante definir o perfil da região e da montanha que 
melhor se adéquam ao propósito conservacionista. No caso, o programa de 
conservação proposto no enunciado tem por objetivo proteger a maior riqueza de 
espécies. A diversidade gama caracteriza a biodiversidade regional e a diversidade alfa 
refere-se à biodiversidade encontrada em um hábitat da região. No caso, esses 
hábitats são as montanhas. Para cada região, foi apresentado, na tabela, um único 
valor de diversidade alfa, que corresponde ao valor médio das diversidades alfa 
das três montanhas de cada região. Portanto, deve-se selecionar a região com 
maior diversidade gama e a montanha com maior diversidade alfa. 
 
 
A – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. De fato, a região 1 é aquela que apresenta o maior valor médio de 
diversidade alfa (valor igual a 6). No entanto, a maioria das espécies se repete nas 
15 
 
 
 
três montanhas, o que explica o baixo valor de diversidade gama da região. 
Portanto, a 1 não é a mais indicada para o propósito de conservação mencionado no 
enunciado. Além disso, a alternativa sugere a proteção de uma das montanhas pelo 
fato de que ela é a única que contém a espécie J. Se o objetivo do programa 
conservacionista fosse evitar a extinção da espécie J, a ideia estaria correta. Mas o 
propósito é proteger a maior riqueza de espécies. 
 
 
B - Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. A região 3 é aquela que realmente apresenta a maior diferenciação 
de espécies entre as montanhas (valor igual a 3), mas não é a que apresenta a 
maior riqueza de espécies. Além disso, a alternativa sugere como critério para a 
proteção de uma montanha a menor competição entre espécies. Entretanto, não é 
possível afirmar com certeza que as espécies dessa montanha obrigatoriamente 
competem umas com as outras. E, mesmo se houvesse competição entre as 
espécies, isso não implica necessariamente risco de extinção de uma ou outra. 
 
 
C – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Novamente há a sugestão de que seja protegida a região 1 pelo 
mesmo motivo mencionado na alternativa A (maior diversidade alfa), o que não é 
condizente com o objetivo do programa conservacionista proposto no enunciado. 
 
 
D – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Novamente há a sugestão de que seja protegida a terceira 
montanha da região 2 pelo mesmo motivo mencionado da alternativa A (presença da 
espécie J), o que foge do contexto conservacionista, como comentado na justificativa 
dessa alternativa. 
 
 
 
E – Alternativa correta. 
 
JUSTIFICATIVA. Como comentado anteriormente, a região a ser conservada é 
aquela de maior biodiversidade (diversidade gama). No caso, deve-se conservar a 
região 2, que apresenta valor de diversidade gama igual a 10. Do mesmo modo, a 
montanha de maior diversidade alfa é aquela que apresenta maior diversidade local 
e, por esse motivo, deve ser protegida. A maior diversidade alfa é apresentada pela 
16 
 
 
terceira montanha da região 1, que apresenta, ao todo, sete espécies. 
 
QUESTÃO 5 - TOMO 3 (Enade 2008-questão 33) 
 
Um biólogo foi incumbido de definir um plano de reflorestamento de uma área de 
caatinga utilizando uma planta nativa que se encontra na lista de espécies 
ameaçadas de extinção do IBAMA: Myracrodruon urundeuva Allemão (aroeira). 
Interessado em informações técnicas que dessem suporte para a produção rápida e 
econômica de mudas, fez uma rápida busca na literatura científica e encontrou um 
trabalho que avaliava o efeito de diferentes tratamentos sobre o comportamento 
germinativo das sementes da espécie. Os dados estão sintetizados nos gráficos abaixo. 
 
 
A) germinação total (com as barras de erro padrão). B) porcentagem média diária de germinação de 
sementes de Myracrodruon urundeuva (aroeira) submetidas a diferentes tratamentos de escarificação. 
NUNES, Y. R. F. et al. Revista Árvore, v. 32, 2008, p. 233-43 (com adaptações). 
 
 
Com base nesses resultados, é correto concluir que 
 
A. as sementes de aroeira apresentam dormência tegumentar, e faz-se necessário 
adotar tratamento de escarificação para melhorar a germinação. Portanto, o biólogo 
poderá adotar qualquer tratamento entreos que foram testados no experimento. 
B. a escarificação química demonstrou ser o melhor tratamento, pois, além de 
 
exibir as maiores taxas de germinação nos primeiros dias do experimento, resultou 
 
em boa porcentagem média de germinação. Portanto, o biólogo deve adotar tal 
procedimento, mesmo que envolva o uso de um produto tóxico. 
C. o grupo controle exibiu o melhor desempenho germinativo, apesar de as 
17 
 
 
sementes de aroeira apresentarem dormência tegumentar. Portanto, não é 
necessário realizar qualquer tratamento ou efetuar gastos adicionais na produção de 
mudas. 
D. não houve variação no desempenho germinativo durante os primeiros três dias 
de avaliação do experimento, independentemente do tratamento a que foram 
submetidas as sementes. Portanto, o biólogo pode adotar qualquer dos métodos 
testados. 
E. as sementes não escarificadas apresentaram potencial de germinação 
 
semelhante ao daquelas submetidas à escarificação térmica, mas exibiram maior 
velocidade de germinação. Portanto, o biólogo não precisa usar qualquer tratamento 
para estimular a germinação das sementes. 
 
 
1. Introdução teórica 
 
 
 
Quebra de dormência e germinação de sementes 
 
 
 
A germinação é o momento em que o embrião contido no interior da semente 
começa efetivamente a se desenvolver em uma plântula e é um fenômeno cujo início 
depende da interação entre a semente e as condições ambientais do entorno. Um 
dos principais estímulos ambientais para a germinação é a disponibilidade de água e, 
para algumas espécies vegetais, esse é o único estímulo necessário. Porém, para 
muitas espécies de plantas, o embrião maduro necessita de outros estímulos para 
iniciar seu desenvolvimento e ele permanece dormente até que tais estímulos 
estejam presentes. 
Normalmente, a presença de estímulos ambientais específicos é um indício de 
 
que as condições ecológicas do ambiente são favoráveis à germinação. Sendo assim, 
a dormência é um fenômeno que suspende o desenvolvimento embrionário, evitando 
que a germinação ocorra em condições ambientais que poderiam ser desfavoráveis à 
formação da plântula. A dormência da semente pode ser garantida por fatores isolados, 
como tegumento impermeável, presença de substâncias inibidoras e temperatura 
inadequada, ou pode resultar de uma combinação desses fatores. 
24 
 
 
 
Os estímulos ambientais que favorecem a quebra da dormência das sementes 
variam conforme a espécie considerada. Em alguns casos, a dormência pode ser 
quebrada por baixas temperaturas, em outros, por exposição à luminosidade. Há 
também as sementes que só têm a dormência quebrada quando o tegumento é 
rompido por ação química ou mecânica, o que permite não só a entrada de água e 
oxigênio, mas também a remoção de substâncias inibidoras. 
O conhecimento dos diversos mecanismos de quebra de dormência é útil quando 
se pretende, por vários motivos, acelerar o processo de germinação. Por exemplo, as 
sementes de muitas plantas ornamentais podem ter a dormência quebrada quando 
expostas a baixas temperaturas por muitos dias seguidos, procedimento chamado de 
estratificação. Já as sementes de tegumento duro têm a dormência quebrada por 
técnicas de abrasão mecânica, que utilizam facas, limas ou lixas para romper o 
tegumento, ou por exposição aos efeitos corrosivos de ácidos concentrados. Nesses 
casos, o procedimento recebe o nome de escarificação. Para algumas sementes de 
tegumentos impermeáveis, recomenda-se a imersão das mesmas em água quente por 
um determinado período de tempo. 
 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 
 
 RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. 7. ed. Rio de 
 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 
 
 SADAVA, S.; HELLER, H. C.; ORIANS, G. H.; PURVES, W. K.; HILLIS, D. M. Vida: 
A Ciência da Biologia. 8. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 
 VIEIRA, I. G.; FERNANDES, G. D. Métodos de quebra de dormência de 
sementes. Informativo Sementes IPEF, 1997. Disponível em 
<http://www.ipef.br/tecsementes/dormencia.asp>. Acesso em 04 ago. 2011. 
 
 
 
3. Análise das alternativas 
 
 
 
A – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. O gráfico A demonstra que não há diferença entre a germinação média 
das sementes do grupo controle (sem nenhum tratamento) e daquelas submetidas às 
escarificações térmica (água quente) e mecânica (lixa). No gráfico B, o mesmo tipo 
de resultado é observado para o grupo controle e o de escarificação 
25 
 
 
 
mecânica. Isso permite concluir que não há dormência tegumentar, ao contrário do 
que afirma a alternativa. 
 
 
B – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Tanto no gráfico A quanto no B, o tratamento com ácido sulfúrico 
rendeu os piores resultados germinativos. Logo, a escarificação química é o pior dos 
três tratamentos empregados. 
 
 
C – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Não se pode afirmar que o controle exibiu o melhor desempenho 
germinativo. Como já mencionado na justificativa da alternativa A, as sementes do 
grupo controle e do grupo de escarificação mecânica (lixa) apresentaram 
exatamente os mesmos resultados, tanto para germinação total (gráfico A) quanto 
para a taxa diária de germinação (gráfico B). 
 
 
D – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. Ao contrário do que afirma a alternativa, o desempenho germinativo 
nos três primeiros dias de avaliação do experimento variou de modo significativo entre 
os tratamentos empregados, o que pode ser constatado na comparação dos dados 
apresentados no gráfico B. Nesse período, as sementes escarificadas por método 
químico (ácido sulfúrico) apresentaram baixa taxa de germinação, ao passo que a 
escarificação mecânica rendeu bons resultados. Isso não significa que a escarificação 
mecânica seja recomendável, pois a ausência de tratamento (grupo controle) resultou 
no mesmo desempenho. 
 
 
E – Alternativa correta. 
 
JUSTIFICATIVA. De fato, tanto o grupo controle (sementes não-escarificadas) 
quanto o de escarificação térmica (água quente) apresentaram potencial de germinação 
muito semelhante, como pode ser verificado pelas barras de germinação média 
apresentadas no gráfico A. No entanto, o gráfico B revela que a germinação média das 
sementes do grupo controle atinge maiores valores nos três primeiros dias, sendo, 
portanto, de germinação mais rápida que aquelas escarificadas termicamente. 
 
 
26 
 
 
QUESTÃO 7 - TOMO 3 (Enade 2008-questão 43) 
 
A elaboração de planos de aula de Ciências e Biologia decorre do planejamento 
curricular da disciplina, a qual deve articular-se com o projeto pedagógico da escola. 
Isso implica reconhecer o geral e o particular em cada ação do cotidiano escolar, desde 
os grandes valores abstratos até as atividades mais concretas, como atividades 
experimentais em sala de aula e correção de exercícios realizados em casa. 
De acordo com as ideias apresentadas no texto, os planos de aula de Ciências e 
 
Biologia 
 
A. devem materializar, em termos práticos, ações de sala de aula em sintonia com 
grandes objetivos gerais que extrapolam a própria disciplina escolar. 
B. devem obrigatoriamente ser definidos no planejamento curricular, pois devem 
estar articulados com linhas gerais e específicas do projeto pedagógico. 
C. podem ser flexíveis, pois os valores abstratos admitem muitas traduções em 
termos de atividades mais concretas, como a correção de exercícios. 
D. podem ser variáveis em relação às atividades concretas, contanto que não 
transijam em relação aos valores maiores da instituiçãoescolar. 
E. devem definir objetivos gerais e específicos para as atividades de sala de aula, 
 
desde a correção de exercícios até a discussão do projeto pedagógico. 
 
 
 
1. Introdução teórica 
 
 
 
Planejamento educacional 
 
 
Planejamento é um processo reflexivo em que se procura estabelecer fins e 
meios para a concretização de objetivos pré-definidos. Em outras palavras, o 
planejamento é um ato complexo que se apoia na elaboração de múltiplas previsões 
sobre a adoção de estratégias e a aquisição de material adequado para concretizá- 
las em um momento futuro. 
 
Em educação, há necessidade de efetuar planejamento nos mais variados contextos e 
abrangências. Segue uma descrição breve de alguns planejamentos relevantes na área. 
 Planejamento Escolar: é o momento reflexivo em que aspectos globais da 
 
instituição escolar são definidos, como, por exemplo, qual proposta pedagógica será 
adotada. No planejamento escolar, procura-se articular as atividades escolares a serem 
27 
 
 
exercidas e as dimensões do contexto social em que se insere a escola. Do 
planejamento resulta a elaboração do Projeto Político-Pedagógico (PPP), um 
documento que resume a identidade da escola enquanto instituição. 
 Planejamento Curricular: por meio desse planejamento, a escola estabelece 
 
um eixo norteador de suas atividades que têm como foco o aluno. Em linhas gerais, 
o currículo prevê a aprendizagem de conteúdos e habilidades específicas, assim 
como de formas de integração desses conhecimentos. 
 Planejamento de Ensino: é a fase em que o professor define os aspectos 
 
concretos de sua ação pedagógica, com base em resultados desejáveis e condizentes 
com o planejamento curricular e com o seu envolvimento no processo ensino- 
aprendizagem. Esse planejamento resulta no plano de aula. 
É importante salientar que o planejamento, no contexto educacional, é etapa 
 
indispensável para se atingirem com qualidade os objetivos do processo ensino- 
aprendizagem. Além disso, as experiências educacionais resultantes do planejamento 
atual, qualificadas e quantificadas quanto à eficácia por meio de avaliações, servirão 
de referência para planejamentos futuros. 
 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 
 
 BAFFI, M. A. T. O planejamento em educação: revisando conceitos para mudar 
concepções e práticas. In: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em Foco, 
Petropólis, 2002. Disponível em 
<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam02.htm>. Acesso em 26 abr. 2011. 
 
 KLOSOUSKI, S. S.; REALI, K.M. Planejamento de ensino como ferramenta básica 
do processo ensino-aprendizagem. Revista Eletrônica Lato Sensu, ed. 5, 2008. 
 MARQUES, L. R. O projeto político-pedagógico e a construção da autonomia e da 
democracia nas representações dos conselheiros. Educação e Sociedade, 83(24): 
577-97, 2003. 
Material Específico – Ciências Biológicas – Tomo III – CQA/UNIP 
32 
 
 
 
 NOVA ESCOLA ONLINE. O planejamento deve ser flexível. Disponível em < 
http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e- 
avaliacao/planejamento/planejamento-flexivel-427866.shtml>. Acesso em 26 abr. 
2011. 
 
 
 
3. Análise das alternativas 
 
 
 
A – Alternativa correta. 
 
JUSTIFICATIVA. O texto afirma que o plano de aula decorre do planejamento 
curricular, que deve estar articulado com o PPP da escola. Sendo assim, as ações 
pedagógicas mais concretas, previstas no plano de aula, devem estar afinadas com 
objetivos educacionais mais amplos previsto no plano curricular e no PPP. 
 
 
B – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. O planejamento curricular define, sem entrar em especificidades, os 
conteúdos e habilidades que irão nortear as atividades educacionais. No entanto, a 
elaboração de planos de aula não é etapa obrigatória a ser cumprida durante o 
planejamento curricular, e sim uma ação específica do planejamento de ensino de cada 
disciplina, apesar deste decorrer daquele. 
 
 
C – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. A flexibilidade de um plano de aula é um atributo diretamente 
relacionado à ocorrência de imprevistos que demandam a necessidade de pequenos 
ajustes. A flexibilidade é desejável, até mesmo porque o plano de aula foi concebido 
antes que o professor conhecesse os alunos. Duas turmas diferentes podem 
requerer ritmos de aulas diferentes, bem como podem diferir quanto à necessidade 
de revisões periódicas de conteúdos. No entanto, a alternativa define plano de aula 
flexível como aquele que se utiliza de diversos artifícios concretos para traduzir valores 
abstratos, o que não condiz com a ideia de flexibilidade discutida acima. 
 
 
D – Alternativa incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. A alternativa afirma que os planos de aula de Ciências e Biologia 
podem ser variáveis, o que está correto quando se está comparando instituições 
diferentes. No entanto, a afirmação existente na alternativa diz respeito à 
33 
 
 
 
possibilidade de o professor elaborar vários planos de aula da mesma disciplina 
em uma mesma instituição escolar, o que é impraticável. O procedimento usual 
corresponde à elaboração de um único plano de aula que seja flexível, 
conforme já discutido na justificativa da alternativa C. 
 
 
E – Alternativa 
incorreta. 
 
JUSTIFICATIVA. O plano de aula propõe-se a concretizar atividades específicas 
de uma única disciplina e deve se pautar nos valores abstratos constantes do 
PPP da escola. No entanto, o plano de aula não se ocupa em definir quais serão 
esses valores, e sim em determinar as atividades executadas em classe ou 
extraclasse pelos alunos.

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