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Fundamentos das Ciências Sociais V

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Prof. Dr. Rogério Britto
Fundamentos das Ciências Sociais
Prof. Dr. Rogério Britto
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Historicamente falando, a Dialética remonta à Antiguidade Clássica com Sócrates e Platão; passando a Tomás de Aquino e Hegel.
A dialética marxista parte da contradição hegeliana e considera que toda separação é relativa porque, na realidade, tudo se relaciona de uma forma ou de outra, tudo está em interação.;
“Todo ser orgânico, a cada instante, é e não é o mesmo; a cada instante assimila matérias estranhas e elimina outras; em cada instante parecem células de seu corpo, e outras se constituem; no fim de um tempo mais ou menos longo, a substância desse corpo foi totalmente renovada, foi substituída por outros átomos de matéria; assim, todo ser organizado é constantemente o mesmo e, também, outro”.]
Todo movimento, toda mudança, toda transformação são explicáveis pela relação entre contrários.
A Dialética e seu método
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Segundo Jüngen Habermas, “O conceito de modernização refere-se a um feixe de processos cumulativos que se reforçam mutuamente: à formação de capital e mobilização de recursos; ao desenvolvimento das forças produtivas e ao aumento da produtividade do trabalho; ao estabelecimento de poderes políticos centralizados e à formação de identidades nacionais; à expansão de direitos de participação política de formas urbanas de vida e de formação escolar formal; refere-se à secularização de valores e formas.”
Assim, podemos dizer que o estudo acerca da modernidade, assim como sua época, é bastante amplo e incorpora uma multiplicidade de conceitos.
	 MODERNISMO
ERA MODERNA	 MODERNIDADE
			 MODERNIZAÇÃO
Karl Marx — Crítico da Modernidade
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As ideias propostas por Marx (1818/1883) nascem em meados do século XIX, sendo um complexo de pensamentos, influenciaram diversas opiniões, servindo de utopia para uma sociedade comunitária.
Ao contrário do Iluminismo que era político e o Liberalismo que era econômico, suas propostas igualitárias englobando política, história, economia e filosofia.
O Marxismo é filho de seu tempo, ou seja, o século XIX sucede às grandes transformações do séc. XVIII (Iluminismo e Rev. Industrial). Aquele século foi marcado pela profunda exploração do trabalho, devido ao crescimento do Capitalismo Industrial. Tais conceitos fundaram-se sobre a Inglaterra, sendo esta um paradigma do Capitalismo, onde este se desenvolveu em primeiro lugar. A partir da realidade inglesa foi criada a teoria.
Karl Marx — Crítico da Modernidade
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Marx considerava a Modernidade como turbulenta, porém admitia que ela possibilitou uma abertura de oportunidades em relação aos períodos anteriores. O capitalismo e a Modernidade, para Marx, caminhavam lado a lado, como mostra Giddens:
“A ordem social emergente da modernidade é capitalista tanto em seu sistema econômico como em suas outras instituições. O caráter móvel, inquieto da modernidade é explicado como um resultado do ciclo investimento-lucro-investimento que, combinado com a tendência geral da taxa de lucro a declinar, ocasiona uma disposição constante para o sistema se expandir”.
Em outras palavras, a verdadeira barreira para a produção capitalista é o próprio capital que em busca de avanços tecnológicos para vencer a competitividade, necessita baixar a taxa de lucro.
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Marx também usa a dialética para explicar as mudanças macroestruturais através das contradições.
No Manifesto Comunista (1848), expõe seu pensamento e sua preocupação com a Modernidade capitalista. Um de seus ingredientes de análise, “o conflito”, é usado ao inserir o antagonismo de classes como sujeito do processo histórico, responsável pelas transformações da História, movidas por desigualdades econômicas.
“A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes”. 
Manifesto Comunista (1848)
Assim como o capitalismo é inerente à época moderna, as classes advindas dele são exclusivas da Modernidade. Em seu Manifesto, Marx e Engels ressaltam a importância da burguesia — que detém os meios de produção — e do proletariado — que vende a sua força de trabalho.
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A burguesia foi a classe que gerou as mais profundas modificações no transcorrer da História, tendo um papel extremamente revolucionário ao romper com o Antigo Regime reacionário. A burguesia acabou com as relações feudais (laços patriarcais, pagamento em espécie, escambo, submissão religiosa), impulsionou o comércio, navegação e indústria.
À medida que a burguesia mudou as antigas formas de exploração do regime feudal, ela instituiu outro tipo de exploração: o trabalho industrial. Ao mesmo tempo que a classe burguesa foi, e é, revolucionária, ela também explora. Através da instituição do capital e da propriedade privada, as relações de produção se transformaram em relações de dependência e de dominação, ou seja, para existir capital é preciso que exista a outra classe para produzi-lo, o proletariado.
Burguesia e Proletariado
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O grande paradoxo da Modernidade encontra-se no progresso técnico na produção ao mesmo tempo em que reduz o homem ao trabalho repetitivo e estafante. Desse modo, Marx tem a consciência de que a saída é a supressão dos dilemas da Modernidade, ou seja, uma classe moderna deve chegar ao poder: o proletariado. 
Portanto o Marxismo trata como objeto histórico as estruturas econômicas e sociais, cujo sujeito é o homem inserido em classes, sendo o processo histórico ocorrido através de contradições, estas manifestadas nas lutas de classes.
Marx aborda a divisão do trabalho como aquela que mudou as relações produtivas e humanas. Para ele, a essência da natureza humana era manifestada no trabalho. Através do trabalho assalariado, o homem expressava toda a sua humanidade, mas perdia do controle no processo produtivo, gerando a alienação. 
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Segundo Marx, este antagonismo de classes se daria entre Burguesia X Proletariado
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O trabalho na sociedade capitalista é considerado como algo sobre o qual o próprio trabalhador não possui nenhum controle. Este saber lhe foi expropriado num processo histórico, juntamente com os meios de produção. Este mecanismo é definido por Marx como alienação. 
A mercadoria adquire valor superior ao indivíduo – relações materiais e não humanas.
Assume formas abstratas: dinheiro, capital e se convertem em realidades soberanas e tirânicas, ou seja, a “humanização” da mercadoria leva a “desumanização” da pessoa, onde a própria pessoa transformada em mercadoria
Alienação
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O pensamento de Marx gira em torno de dois conceitos importantes: a infraestrutura, composta pelos meios materiais de produção (meios de produção e força-de-trabalho), e a superestrutura, que compreende as esferas política, jurídica e religiosa, ou seja, as instituições responsáveis pela produção ideológica (formação das ideias e conceitos) da sociedade. Segundo Marx, a superestrutura é determinada pela infraestrutura, ou seja, a maneira na qual a economia de uma sociedade é organizada irá influenciar nas ideologias presentes na sociedade.
A ideologia é um fenômeno superestrutural que proporciona a postura acrítica e resignada das pessoas diante das situações de opressão a que são submetidas, por isso, é, sem dúvida, uma espécie de analgésico social a serviço das classes hegemônicas.
Infraestrutura, Superestrutura e Ideologia
Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência” Karl Marx

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