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Fundamentos das Ciências Sociais III

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Prof. Dr. Rogério Britto
Fundamentos das Ciências Sociais
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É uma disciplina que investiga as origens, o desenvolvimento e as semelhanças das sociedades humanas, assim como as diferenças entre elas. A palavra antropologia deriva de duas palavras gregas: anthropos, que significa "homem" ou "humano"; e logos, que significa "pensamento" ou "razão". 
A Antropologia, sendo a ciência da humanidade e da cultura, tem um campo de investigação extremamente vasto: abrange, no espaço, toda a terra habitada; no tempo, pelo menos dois milhões de anos, e todas as populações socialmente organizadas. Divide-se em duas grandes áreas de estudo, com objetivos definidos e interesses teóricos próprios: a Antropologia Física ou Biológica e a Antropologia Cultural.
Antropologia como investigadora da cultura
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Com a publicação de dois livros, A Origem das Espécies, em 1859 e A descendência do homem, em 1871, Charles Darwin principia a sistematização da teoria evolucionista. Partindo desta obra, nascia a Antropologia Biológica.
	Estudo do homem como ser biológico, dotado de um aparato físico e uma carga genética, com um percurso evolutivo definido e relações específicas com outras ordens e espécies de seres vivos.
	As sociedades aborígenes eram tidas como exemplares "primitivos“ enquanto a europeia era a “civilizada”. Esta maneira de ver o mundo, ignorando as diferenças em relação aos povos tidos como inferiores, recebe o nome de etnocentrismo.
Antropologia Física e Biológica
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No final do século XIX, Franz Boas desenvolve a ideia de que cada cultura tem uma história particular e considerava que a difusão de traços culturais acontecia em toda parte. Para Boas, cada cultura de cada povo estaria associada à sua própria história; para compreender a cultura é preciso reconstruir a história.
O seu objetivo é o estudo do homem e das sociedades humanas na sua dimensão cultural.
A visão funcional da cultura repousa no principio de que em qualquer tipo de civilização, cada costume, objeto material, ideia ou crença, satisfaz alguma função vital, assim como certas tarefas realizadas representam uma parte indispensável para todo o trabalho”.
					Bronislaw Malinowski
Antropologia Cultural
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A palavra tradição originária do latim tradatio teve originalmente um significado religioso: doutrina ou prática transmitida de século para século, pelo exemplo ou pela palavra. Mas o sentido se expandiu, significando elementos culturais presentes nos costumes, nas artes, nos fazeres que são herança do passado. Em sua definição mais simples, tradição é um produto do passado que continua a ser aceito e atuante no presente. É um conjunto de práticas e valores enraizado nos costumes de uma sociedade. Esse conceito tem profundas ligações com o folclore.
Cultura e Tradição
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	A tradição faz parte da cultura, porém esta ainda subsiste sem a tradição. Já o inverso não se verifica, ou seja, a tradição não sobrevive alienada da cultura por ser uma das características de determinados traços culturais do povo a que se refere. Quando apresentada desta forma, a cultura distingue-se como o derradeiro identificador humano, na medida em que as suas influências abrangerem tudo que o homem toca, pensa e faz.
Tradição — Convergências e divergências
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A Chegança dos Mouros é uma manifestação cultural brasileira presente no recôncavo baiano, especialmente em Saubara, e que conta as lutas entre os mouros e os portugueses no período da invasão dos muçulmanos na península ibérica.
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Festa de São João
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Lévi-Strauss refuta as concepções que veem a história como um movimento linear e progressivo. Crítica também as teorias evolucionistas e, em especial, o determinismo biológico.
Se considerarmos raças as diferenças fenotípicas, assim mesmo estas se contam em unidades, enquanto as culturas se contam aos milhares.
A desigualdades das raças foi um artifício usado para justificar teorias e ideologias. A diversidade intelectual, estética ou social não tem qualquer relação de causa e efeito no plano biológico.
“Raça” e Cultura
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Não existem culturas “estacionárias”. Estas são dinâmicas, estão em constante transformação. Inclusive, as mesmas são o resultado de transformações e interações históricas dificilmente mensuráveis. Os homens elaboram suas culturas a partir das condições geográficas e do contato com outros povos (Lévi-Strauss não acredita que exista um isolamento absoluto).
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Emprega-se o conceito de etnia para designar as características culturais próprias de um grupo. Com sua língua, religião, costume, etc., onde determinado grupo acredita diferenciar-se dos demais.
A atitude etnocêntrica (do grego etnos = povo) implica que tendemos a conceber a nossa visão de mundo como o centro de tudo.
 
O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o “correto” e o “natural”; quando passa a classificar o outro a partir de seu ponto de vista, a questão é outra... 
Etnocentrismo
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Devemos ter em mente que o etnocentrismo não é sinônimo de preconceito. Etnocentrismo é a capacidade de identificar a nossa cultura como importante, já que fazemos parte dela. Quando comparamos a nossa cultura com outra para menosprezá-la, estamos sendo preconceituosos. É quando associamos o outro com a ideia do bárbaro, de selvagem. Nós somos a “gente”, o “povo”, os “homens”. O “outro” fica fora dessa qualificação.
Etnocentrismo preconceito e intolerância
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É um princípio que permite ao observador ter uma visão subjetiva das culturas, afirmando que os valores de um grupo não podem ser tratados fora de seu contexto;
o relativismo cultural defende que o bem e o mal ou o “certo” e o “errado” são relativos a cada cultura. São convenções sociais e devem ser baseadas nas normas vigentes de determinada sociedade. 
Suas convenções são relativas quanto ao bem e mal, moral e amoral, ao belo e feio, ao certo e errado, ao justo e injusto dentre outras, afirmando inclusive que não existem grupos superiores ou inferiores, mas diferentes.
Relativismo
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Amalé quase foi morto em nome dos costumes indígenas. 
E a Funai faz vista grossa ao infanticídio de algumas tribos
“O pequeno índio é, na verdade, um sobrevivente de sua própria história. Logo que nasceu, às 7 horas de 21 de novembro de 2003, ele foi enterrado vivo pela mãe, Kanui. Seguia-se, assim, um ritual determinado pelo código cultural dos kamaiurás, que manda enterrar vivo aqueles que são gerados por mães solteiras. Para assegurar que o destino de Amalé não fosse mudado, seus avós ainda pisotearam a cova. Ninguém ouviu sequer um choro. Duas horas depois da cerimônia, num gesto que desafiou toda a aldeia, sua tia Kamiru empenhou-se em desenterrar o bebê. Ela lembra que seus olhos e narinas sangravam muito e que o primeiro choro só aconteceu oito horas mais tarde”. 
ISTO É. Brasil N° Edição:  1998 |  20.Fev.2008
O garoto índio que foi enterrado vivo
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