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Parasitologia (Rubens) - Aula 3/P1: Toxoplasma gondii

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1 
 
PARASITOLOGIA – P1 
Prof. Carlos Rubens 
 
Aula 3: Toxoplasma gondii 
 
Reino: protista 
Sub-reino: protozoa 
Filo: apicomplexa 
Espécie: Toxoplasma gondii 
 
1. Qual importância do complexo apical? 
 Serve para interação do parasito com a célula hospedeira. Não só células dos seres humanos, mas também 
de outras 300 espécies de animais endotérmicos (sangue quente). Excetuando os animais ectotérmicos (sangue frio) 
como répteis e anfíbios, a toxoplasmose pode atingir todos os outros animais. Portanto, a toxoplasmose é também 
considerada uma zoonose. 
 
A toxoplasmose é uma doença que não se manifesta, ou seja, é assintomática. Possui altíssimo índice de 
prevalência sorológica nas populações em todo o globo terrestre. Em média, 30% das pessoas são infectadas pelo 
toxoplasma sem que a doença se desenvolva. 
Portanto, muitas das pessoas que já tiveram contato com animais ou ingeriram alimentos de origem animal 
podem estar infectadas e ter sorologia positiva para a toxoplasmose, sem que isso signifique doença. 
Então, uma das principais características da toxoplasmose é a alta prevalência sorológica sem, contudo, 
apresentar doença. 
 
A preocupação da toxoplasmose está voltada para gestantes e para os recém-nascidos. Então, a 
toxoplasmose que mais nos interessa é a toxoplasmose adquirida congenitamente ou via vertical (ou 
transplacentária). 
Pessoas com Aids e aquelas que se submeteram à transplantes de órgãos têm o sistema imunológico bem 
frágil e inspiram cuidados, porque a toxoplasmose acomete principalmente pessoas com o sistema imunitário 
deprimido. 
 
2. Quais os grupos de risco mais importantes para a toxoplasmose? 
Recém nascidos (toxoplasmose congênita) e pessoas imunodeprimidas seja qual for a causa da 
imunodepressão. 
 
As formas evolutivas são: 
 
Taquizoíto: possuem uma forma de rápida multiplicação. É a forma ativa e proliferativa do parasito. Portanto, 
pode-se encontrar taquizoítos no hospedeiro definitivo ou completo e também no hospedeiro intermediário ou 
incompleto. O taquizoíto tem forma de babana ou lua crescente. É uma forma pouco resistente à fonte de defesa, 
portanto é uma fase rápida e logo depois passa para uma forma mais adaptada ao ataque das células imunitárias. 
Algumas estruturas só podem ser vistas pela microscopia eletrônica como ?conoide?, ?micronemo? e ??popias...?. 
2 
 
Estruturas específicas para adesão do parasito na célula hospedeira. Normalmente quando corado pelo método de 
giensa, observa-se o citoplasma azul e o núcleo, mais ou menos central, na cor vermelha. 
 
Duas estruturas resultantes da reprodução sexuada (ou reprodução coccigiana) que só acontece no epitélio 
intestinal de hospedeiros completos: microgameta ou microgametócito (masculino) e macrogametas ou 
macrogametócitos (feminino). 
Microgameta: possui motilidade devido a presença de flagelos; 
Macrogametas, sem flagelos e sem motilidade alguma. 
São duas formas resultantes de reprodução sexuada que somente pode acontecer no hospedeiro completo 
ou definitivo. 
 
Quem são os hospedeiros completos que realizam o ciclo sexuado? 
Apenas os felídeos, sejam domésticos ou silvestres. Apenas os felídeos produzem microgametas e 
macrogametas através da reprodução sexuada. 
 
Quem são os hospedeiros incompletos que realizam o ciclo assexuado? 
Todas as outras espécies (mais de 300 animais, incluindo o homem). Estes não podem realizar o ciclo 
sexuado ou coccigiano, portanto, são considerados espécies que fazem o ciclo incompleto e são denominados 
hospedeiros incompletos ou intermediários. 
 
OBS: os felídeos são hospedeiros completos, porque só eles podem produzir microgametas e macrogametas. 
Os felídeos também podem ser hospedeiros incompletos. 
 
RESUMINDO: 
 Hospedeiro completo ou definitivo: possuem 2 ciclos: sexuado e o assexuado. 
 Hospedeiro incompleto ou intermediário: possuem apenas 1 ciclo: o assexuado. 
 
A partir do encontro do microgameta com o macrogameta haverá fecundação produzindo o zigoto que é 
eliminado na forma de oocisto nas fezes do gato. Principalmente gatos jovens e não imunes à infecção pelo 
toxoplasma que podem produzir oocisto que serão eliminados nas fezes. 
 
A forma de divisão é por endodiogenia, onde 1 célula-mãe produzirá 2 células-filhas. Ocorrem os processo de 
nucleotomia e plasmotomia. 
 
Uma das formas infectantes é o taquizoíto (rápida multiplicação) que pode ser encontrada tanto no ciclo sexuado 
como no assexuado. O taquizoíto é encontrado na fase aguda da enfermidade. 
 
Normalmente o macrófago engloba o microrganismo e forma o vacúolo chamado fagossomo que irá se fundir 
com o lisossomo formando o fagolisossomo. Portanto, o macrófago deveria fagocitar o taquizoíto e a partir daí iniciar 
o processo da explosão respiratória com a ativação de uma série de substâncias tóxicas para matar o agente invasor. 
Porém, o que ocorre é o contrário, não é o macrófago que vai atrás do taquizoíto para fagocitá-lo, e sim, é o 
taquizoíto que vai atrás do macrófago e através de estruturas penetram ativamente nele. Então, o taquizoíto penetra 
3 
 
no macrófago e bloqueia mecanismos de fusão do fagolisossomo com o lisossomo, e fica protegido dentro do 
macrófago podendo até se reproduzir dentro dele. 
No meio externo ele é facilmente degradado por imunoglobulinas ou por células de defesa, mas no meio interno 
ao macrófago fica mais difícil ser degradado. Dentro do macrófago ele começa com um intenso processo de 
reprodução, depois abandona o macrófago e começa a infectar outros macrófagos e assim sucessivamente, até 
chegar num ponto onde ele se transforma em cistos com bradizoítos no cérebro. Vai chegar num determinado 
momento em que os taquizoítos vão se transformar em bradizoítos contidos dentro de um cisto em qualquer local do 
organismo. Bradizoítos (multiplicação lenta). 
 
Portanto, nos líquidos orgânicos encontra-se taquizoíto de forma livre, geralmente na fase aguda da enfermidade. 
E na fase crônica encontramos normalmente bradizoítos contidos dentro de cistos que estão em qualquer tipo de 
tecido como músculo liso ou cardíaco, SNC, em vários tipos celulares. 
 
Resumindo: 
- Líquidos orgânicos ou tissulares: taquizoíto livres (multiplicação rápida), fase aguda. 
- Qualquer tecido: cistos com bradizoítos (multiplicação lenta), fase crônica. 
 
OBS: não vamos encontrar toxoplasma em eritrócitos. O taquizoíto fica dentro do macrófago até ocorrer uma 
resposta imune e ele migrar para a forma de bradizoíto formando cistos que é a forma de resistência e pode 
permanecer durante décadas, e a pessoa não apresenta nenhum sintoma até que haja um desequilíbrio parasito-
hospedeiro. 
 
A chance de tratamento é na fase aguda. 
 
Um gato jovem, não imune adquire imunidade a partir de 1 mês de vida aproximadamente, e a partir daí não fará 
mais o ciclo sexuado ou coccigiano e não produzirá formas sexuadas, ou seja, microgametametas e macrogametas. 
Então, o gato não imune faz o ciclo sexuado, somente no epitélio intestinal, produzindo microgametócito e 
macrogametócitos. O microgametócito (móvel) procura pelo macrogametócito (imóvel) pelo processo de quimiotaxia. 
E ao encontrar o macrogameta, ele faz a fecundação. 
 
O taquizoíto, no meio extracelular (líquidos orgânicos), quando já foi fagocitado e está dentro de um macrófago, 
está se reproduzindo ativamente dentro do macrófago deslocando o núcleo do macrófago para a periferia até romper 
o macrófago. O macrófago possui um limite de distensão, uma vez rompida a capacidade de elasticidade da 
membrana do macrófago, ele vai liberar taquizoítos que invadirão outras células do hospedeiro e começarão outro 
ciclo de reprodução porendodiogenia. 
 
Biópsia: pesquisa de bradizoítos na fase crônica. 
Pesquisa de líquido tissular: taquizoíto, fase aguda. 
 
 Ciclo 
 O ciclo começa com o lançamento de oocisto imaturo juntamente com as fezes do gato não imune (que 
acabou de realizar o ciclo sexuado ou coccigiano) para o meio ambiente. Esse oocisto é pouco resistente às 
intempéries, porém a forma do gato defecar protege o oocisto. O gato faz um buraco na terra, defeca e cobre-o com 
4 
 
terra, desta forma as fezes e os oocistos ficam protegidos da exposição direta dos raios solares. Isso é tudo que o 
toxoplasma precisa, porque durante 4 dias ele vai passar por um processo de esporulação no meio ambiente, onde o 
oocisto imaturo será transformado num ooscisto maduro. 
O oocisto maduro (infectante) é aquele tem 2 esporocistos contendo 4 esporozoítos cada. O processo de 
maturação é chamado de esporulação e requer 4 dias no meio ambiente. 
Após o processo do oocisto no meio ambiente, ele poderá permanecer viável por 1 ano e meio. O ooscisto pode 
ser disseminado por moscas, baratas, etc, contaminando água e alimentos. Esse oocisto pode contaminar o homem, 
roedores e várias espécies de animais (as mais importantes são: bovinos, suínos e caprinos). Os caprinos são os que 
apresentam maior índice de infecção por toxoplasmose, portanto deve-se tomar cuidado ao ingerir leite de cabra. 
O próprio gato pode ingerir oocistos e, assim, temos um ciclo axessuado. O ciclo assexuado acontece nas 
demais espécies incluindo o gato. 
O cisto, na verdade, tem uma membrana dupla que o protege das condições adversas do meio ambiente e eles 
podem ser ingeridos ou inalados. Normalmente, se desenvolvem no intestino e, daí, por via sanguínea vão para 
vários tecidos através dos líquidos orgânicos na forma de taquizoíto (na fase aguda) e depois serão encontrados na 
forma de bradizoítos em cistos. 
 
1° Forma de infecção: pela ingestão de oocistos maduros. 
2° Forma de infecção: Ingestão de carne mal passada, carne crua contendo cistos com bradizoítos. 
 
 
 Formas de infecção 
 
O homem possui 3 e o feto 2. 
 
Formas de infecção no feto: 
 
1. Taquizoítos que estão nos líquidos orgânicos da mãe e passam pela barreira placentária atingindo e 
infectando o feto. Outra forma (menos frequente) é a forma de bradizoíto. A gestante pode estar na fase 
crônica da infecção, mas poderia em alguma circunstância, talvez por distúrbios hormonais, reagudizar, 
ou seja, sair da forma crônica e voltar para a forma aguda o que poderia infectar o feto da mesma forma, 
tendo o taquizoíto como forma infectante. 
 
2. Mas as gestantes podem apresentar cistos na placenta, os cistos poderiam se romper na placenta por 
distensão mecânica ou ação lítica das vilosidades coriônicas da placenta. Neste caso, os cistos se 
romperiam e teríamos nestas circunstâncias, o bradizoíto que atravessa a placenta e infecta o feto. 
Portanto, o feto já pode ser infectado dentro do próprio útero materno. 
 
 
Forma de infecção no homem: 
 
1. Cistos com bradizoítos com carne crua ou mal passada 
2. Oocistos contidos nos alimentos sólidos ou líquidos. 
3. Ingestão de algum tipo de alimento contendo taquizoítos, por exemplo, leite in natura. 
 
5 
 
 Ciclo sexuado ou coccigiano somente para felinos não imunes 
 A contaminação do gato é a mesma para os seres humanos. Só que o gato desenvolve o ciclo assexuado, 
porém pode desenvolver o ciclo sexuado que acontece no epitélio intestinal do gato com a formação de micro e 
macrogametas somente no epitélio intestinal de gatos jovens não imunes. 
 
 A partir daí, o microgameta abandona a célula hospedeira e encontra o macrogameta e o fecunda formando 
um zigoto que está na parede dentro da célula epitelial. O zigoto rompe a célula parasitada e é liberado com as fezes 
na forma de oocisto imaturo junto com as fezes do gato. E o oocisto imaturo por um período de aproximadamente 4 
dias e por um processo de esporulação se transformará em um oocisto maduro contendo 2 esporocistos com 4 
esporozoítos cada. Está pronto para contaminar qualquer alimento ou água no meio ambiente. 
 
 
Taquizoítos: leite, saliva, sêmen, qualquer tipo de líquido orgânico; Sangue, linfa e outros tecidos; Útero e feto. 
 
Taquizoítos podem formar cistos contendo bradizoítos que também são formas infectantes. 
 
Explicação da figura 
Ciclo sexuado no hospedeiro completo ou definitivo: felídeo, que pode ter ingerido cistos contendo 
bradizoítos, os quais serão liberados dos seus cistos invadindo células epiteliais do intestino e farão a reprodução por 
esquizogonia, produzindo merozoítos. Os merozoítos vão invadir células epiteliais no intestino e se transformarão em 
macro ou microgameta. Ocorre a fecundação formando ovo ou zigoto, formando um oocisto imaturo que é eliminado 
junto com as fezes no meio ambiente através do processo de esporulação por esporogonia e com ação de oocistos 
com esporozoítos. A partir desse momento temos a infecção de qualquer animal com uma única condição, tem que 
ser um animal endotérmico. 
 
 Diagnóstico 
 O diagnóstico laboratorial parasitológico será baseado na pesquisa de líquidos orgânicos. Não é simples, 
porque os taquizoítos estão nos líquidos orgânicos por um breve período de tempo logo em seguida com a aquisição 
da imunidade, eles se transformam em bradizoítos contidos em cistos. Então o diagnóstico laboratorial de líquidos 
orgânicos é apenas para a fase aguda. A possibilidade de encontrar taquizoítos na fase crônica é muito pequena. 
 Na fase crônica a pesquisa deverá ser nos tecidos através de biópsias. 
 Além do diagnóstico laboratorial parasitológico existem as técnicas sorológicas que vão detectar imunidade 
celular ou humoral. 
 A imunidade humoral é a mais importante para nós. Imunoglobulina de fase aguda, IgM e imunoglobulina de 
fase crônica, IgG. Nos basearemos em 3 reações sorológicas: 
 - Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) 
 - Reação de Hemaglutinação indireta (RHA) 
 - Reação Imunoenzimática de fase sólida (ELISA) 
 
 Através destas técnicas será feito a pesquisa de IgM, que representa a fase aguda e IgG que representa a 
fase crônica. Os métodos mais utilizados tanto para a fase aguda quanto crônica são estes acima, os mais 
importantes são o RIFI e ELISA. Porém não são específicos e pode dar reação cruzada. 
6 
 
 Diagnóstico diferencial de toxoplasmose: “mononucleose”. Ou seja, doenças que podem ser confundidas com 
a toxoplasmose: mononucleose. 
 
 Patogenia 
 A toxoplasmose pré-natal, adquirida por via transplacentária ou via vertical. Devemos levar em conta a fase 
da gestação: 
- Primeiro trimestre da gestação: aborto (a possibilidade de aborto é 10 vezes maior que em qualquer outra 
circunstância). Por isso o pré-natal é importante. 
- Segundo trimestre: aborto ou nascimento pré-maturo. 
- Terceiro trimestre: nascimento, geralmente normal, mas pode haver toxoplasmose multiforme com 
comprometimento ganglionar generalizado, principalmente nódulos linfáticos são acometidos na região cervical, axilar 
e inguinal, gerando uma adenopatia. 
 
Hepatoesplenomegalia: é o aumento volumétrico tanto do baço quanto do fígado. Portanto, se há algum problema 
com o fígado, há algum problema com relação ao metabolismo da bilirrubina com icterícia como consequência. 
Então, o recém nascido pode nascer ictérico (amarelão). 
 
Edemas, miocardite, anemia (com comprometimento da medula óssea onde são produzidos os eritrócitos), 
trombocitopenia, lesões oculares patognomônicas (típicas da toxoplasmose intrauterina). Essas lesões oculares 
podem estar presentes ao nascimento ou podem se manifestar semanas, meses ou décadas após o nascimento. 
Portanto,uma pessoa de 20 e poucos anos pode ter lesões oculares de uma toxoplasmose que ela adquiriu na vida 
intrauterina. 
 
 
Toxoplasmose pós natal 
 
Qual a forma mais comum da forma sintomática da toxoplasmose na fase pós natal? 
R: É aquela com comprometimento ganglionar e febre. Ganglionar ou febril aguda é aquela que acomete os nódulos 
linfáticos, causando febre. 
 
Ocular, poliorretinite, consequência de infecção aguda com presença de taquizoítos ou crônica com presença 
de cistos com bradizoítos localizados na retina. 
 
Forma ocular ativa com foco coagulativo necrótico na retina podendo acometer a visão em graus variáveis. 
 
Forma cutânea ou exantemática são lesões generalizadas na pele. 
 
Cérebro espinhal ou meningoencefálica: neurotoxoplasmose. Aqui estamos falando do acometimento do 
SNC pela toxoplasmose, normalmente é um indício de imunossupressão, pois pessoas imunocompetentes não 
apresentam acometimento do SNC. Portanto, caso encontremos um caso de neurotoxoplasmose, devemos levar em 
consideração a possibilidade de uma imunossupressão como a Aids. 
 Essa forma é raramente encontrada em pessoas imunocompetentes, ocorre pela reativação de formas 
císticas, ou seja, o indivíduo estava na fase crônica, tudo correndo bem, sem nenhum problema, a soropositividade 
7 
 
positiva, mas sem sintomatologia alguma. A imunossupressão é que causou a reativação, então, a partir daí começa 
a ter sintomas caracterizadas por lesões focais, múltiplas no hemisfério cerebral. Área frontoparietal, gânglio basal e 
cerebelo são as áreas mais afetadas pelos toxoplasmas na neurotoxoplasmose. 
 
Qual é o exame recomendado para localização dessas lesões do SNC? 
R: Tomografia computadorizada. 
 
Quais são as consequências de uma neurotoxoplasmose? 
Cefaleia, febre, hemiparesia, incoordenação motora, confusão mental, convulsões, letargia, coma e morte. 
 
O que pode acontecer na toxoplasmose ocular? 
?”Retirocoletite”?, coriorretinite, foco coagulativo e necrótico, muito possivelmente pela presença de cistos 
que se formaram através da chegada de taquizoítos residindo em macrófagos. Isso pode comprometer a visão logo 
após o nascimento, alguns dias depois ou um pouco mais tarde. Acompanha a toxoplasmose pré-natal. 
 
Síndrome ou tétrade de Sabin (isso para os recém-nascidos portadores de toxoplasmose) 
(1)Poliorretinite, (2) calcificações cerebrais, (3) alterações neurológicas (retardamento psicomotor), (4) alterações do 
volume craniano (tanto para mais : macrocefalia, quanto para menos: microcefalia). 
 
Hoje não se faz mais o exame de fundo de olho para procura de lesões oculares e sim, paracentese (exame 
para coleta de humor aquoso). 
 
Após passar pela fase de adaptação e adquirir a imunidade, o gato não fará mais o ciclo sexuado. 
 
Primo-infecção: o risco é maior quando se adquire a primeira infecção durante a gestação. Porque a 
possibilidade de transmitir taquizoítos para o feto é muito maior. 
Se no pré-natal a gestante descobrir que é soropositiva ou soro-reagente para a toxoplasmose, quer dizer 
que ela está na fase crônica. A chance de infectar o feto é existente, mas é muito menor quando ela adquire a 
infecção durante a gestação, o que é pior. Adquirir toxoplasmose durante a gestação aumenta a chance de passar 
para o feto, isso ocorre devido a distúrbios endócrinos materno o que faz com que o corpo fique mais susceptível a 
enfermidades como a toxoplasmose. 
Por isso a infecção adquirida durante a gestação é mais importante que aquela já pré-existente. 
 
 Tratamento 
Para gestantes em fase de pré-natal Espiramicina. 
O tratamento só pode acontecer na fase aguda porque é na fase aguda que os medicamentos vão atuar 
contra os taquizoítos. Não há drogas eficientes contra bradizoítos contidos em cistos, portanto o tratamento é 
preconizado apenas para casos agudos. 
 
Indivíduos na fase aguda: associação de pirimetamina (Dapaprim) com sulfadiazina ou primimetamina com 
sulfadoxina (Fanzidar). A segunda associação quando usada de forma prolongada é tóxica. Portanto, em uso 
prolongado é aconselhado administração de levedo de cerveja e ácido fólico para diminuir os efeitos tóxicos, 
principalmente da pirimetamina. O levedo e o acido fólico são hepatoprotetor. 
8 
 
Para forma ocular: várias possibilidades como colírios, pomadas... incluindo Meticortem. 
 
 
Exames laboratoriais 
Testes sorológicos para diagnóstico da toxoplasmose: RIFI e RHA. Essa combinação gera o seguinte 
resultado: IgG na fase crônica e IgM na fase aguda. 
 
Se encontrarmos no soro do recém nascido: 
IgG: pode ter vindo da mãe, pois é uma proteína pequena (monomérica) que atravessa a placenta facilmente. 
Se encontrarmos IgG no teste sorológico do feto isso não quer dizer nada. IgG não tem significado nesse caso. 
Mas se encontrarmos IgM (pentamérica, alto peso molecular, não atravessa a placenta) quer dizer que o feto 
a produziu em decorrência de uma infecção que ele adquiriu. 
A IgG é usada apenas em circunstâncias especiais. 
Portanto a pesquisa para toxoplasmose deve ser através da pesquisa de IgM. 
 
IgG: positiva e IgM: negativa: quer dizer que o indivíduo está na fase crônica e já apresenta uma imunidade. 
IgG: positiva e IgM: positiva: infecção recente ou aguda. 
IgG: negativa e IgM: positiva: infecção aguda. 
IgG: negativa e IgG: negativa: o indivíduo não apresenta nenhuma imunidade, está totalmente susceptível a 
adquirir infecção. 
 
 Profilaxia 
 Evitar contato com felídeos. Não dar carne crua para o gato. 
 Congelamento em freezer e o aquecimento em altas temperaturas (65 - 70°C) inviabilizam também 
os cistos. 
Cuidado com os alimentos ingeridos in natura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Daniele

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