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Resenha- JUIZES DEVEM FAZER OU USAR A DOUTRINA SOMENTE NA HORA DO LAZER?

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Acadêmico: Pedro Lucas Cardoso Casas Novas CPD: 015230
Professor: Daniel Almeida
Curso: Direito Curso: Noturno
Disciplina: Práticas Integrativas III
JUIZES DEVEM FAZER OU USAR A DOUTRINA SOMENTE NA HORA DO LAZER?
O texto de Lênio Streck traz uma crítica ao não uso, ou melhor, a pouca
importância que o Judiciário traz para a doutrina hoje em dia. O autor introduz o texto
criticando a fala do presidente do TJSP que afirmou que a produção doutrinária nas
decisões judiciais deve ficar para horas de lazer, dizendo Lênio que se a doutrina for vista
dessa forma, o direito será aquilo que o judiciário disser, sem levar em consideração
fatores qualitativos, mas apenas quantitativos.
Para Streck, se a doutrina não é importante, o direito acaba se tornando uma mera
técnica, uma mera racionalidade instrumental e chega a comparar esse direito com o
modelo fordista de produção, pois não é necessário um raciocínio sofisticado ou estudos
sobre temas do direito. Outra critica usada por Lênio é que, se as efetividades devem ser
apenas quantitativas, os cursos de doutorado, mestrado e de pós-graduação são
investimento jogado fora, além da inutilidade dos textos doutrinários, pois se a doutrina
não serve para embasar decisões, ela não tem utilidade.
O autor traz como possível solução o equilíbrio o modelo socrático e o modelo
fordista para o Direito, ou seja, um meio termo entre efetividades quantitativas e
qualitativas. Entretanto, ao mesmo tempo que traz uma possível solução, ele enumera
diversos problemas no Direito que só aumentam esse desequilíbrio, como por exemplo o
crescente uso do processo eletrônico, que trouxe efetividade quantitativa com o sacrifício
da qualitativa; o modelo brasileiro baseado unicamente em leis e códigos; os modelos de
provas de concurso que viraram reféns dos cursinhos, dentre outros.
Por fim, podemos afirmar que ter uma efetividade quantitativa não quer dizer que
terá necessariamente a efetividade qualitativa, por isso, é preciso que as decisões dos
órgãos jurisdicionais sejam bem fundamentadas, e decisões bem fundamentadas tem
como base a teoria, ou seja, a doutrina. Isso porque a qualidade de uma decisão barra
qualquer possível recurso, o que consequentemente trará a diminuição do número de
processos.

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