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A Matemática do Ensino Médio Volume 1 Elon Lages Lima Paulo Cezar Pinto Carvalho Eduardo Wagner Augusto Cézar Morgado COLEÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MATEMÁTICA SOLUCIONÁRIO COMPLETO Soluc¸o˜es do Livro: A Matema´tica do Ensino Me´dio - SBM (Elon Lages Lima e col.) nibblediego@gmail.com Compilado dia 23/09/2016 Esse documento esta´ em constante revisa˜o. Vez ou outra um erro de portugueˆs e´ corrigido, uma passagem que na˜o ficou muito clara e´ refeita, uma soluc¸a˜o equivocada e´ substitu´ıda ou a soluc¸a˜o de uma das questo˜es ainda na˜o resolvidas aparece magicamente em minha cabec¸a, sendo inclu´ıda em verso˜es atualizadas do doc- umento. Assim, verifique se o que voceˆ tem em ma˜os e´ de fato a versa˜o mais recente do documento. Todas as atualizac¸o˜es dele esta˜o dispon´ıveis em www.number.890m.com sem br mesmo. Se quiser informar algum erro de portugueˆs, digitac¸a˜o ou mesmo de lo´gica nos exerc´ıcios escreva para: nibblediego@gmail.com Suma´rio 1 Conjuntos 2 2 Nu´meros Naturais 14 3 Nu´meros Cardinais 22 4 Nu´meros Reais 28 5 Func¸o˜es Afins 35 6 Func¸o˜es Quadra´ticas 56 7 Func¸o˜es Polinomiais 80 8 Func¸o˜es Exponencias e Logar´ıtmicas 87 9 Func¸o˜es Trigonome´tricas 95 10 Agradecimento 102 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 1 Conjuntos 1. Sejam P1, P2, Q1, Q2 propriedades referentes a elementos de um conjunto universo U. Suponha que P1 e P2 esgotam todos os casos poss´ıveis (ou seja, um elemento qualquer de U ou tem propriedade P1 ou teˆm P2). Suponha ainda que Q1 e Q2 sa˜o incompat´ıveis (isto e´, excluem-se mutualmente). Suponha, finalmente, que P1 ⇒ Q1 e P2 ⇒ Q2. Prove que valem as rec´ıprocas: Q1 ⇒ P1 e Q2 ⇒ P2. Soluc¸a˜o: Como P1 e P2 esgotam todas as possibilidades e P1 ⇒ Q1 bem como P2 ⇒ Q2, enta˜o um elemento de U ou teˆm propriedade Q1 ou teˆm propriedade Q2. Ou em outras palavras: na˜o pode haver elemento de U que na˜o goze de Q1 e Q2 ao mesmo tempo. Suponha por absurdo que Q1 ⇒ P2. Neste caso um elemento u pertencente a U teˆm tambe´m propriedade Q2, pois P2 ⇒ Q2. O que gera um absurdo ja´ que Q1 e Q2 se excluem mutualmente. Logo Q1 ⇒ P1. Analogamente se prova que Q2 ⇒ P2. 2. Enquadre no contexto do exerc´ıcio anterior o seguinte fato geome´trico: Duas obl´ıquas que se afastam igualmente do pe´ da perpendicular sa˜o iguais. Se se afastam desigualmente enta˜o sa˜o desiguais e a maior e´ a que mais se afasta. Soluc¸a˜o: Fazendo uma comparac¸a˜o com o exerc´ıcio anterior teremos: P1: Propriedade de se afastar igualmente. Q1: Propriedade de serem de tamanhos iguais. P2: Propriedade de se afastar desigualmente. Q2: Propriedade de terem tamanhos desiguais. De modo que P1 ⇒ Q1, P2 ⇒ Q2 e a reciproca tambe´m e´ verdadeira. 3. Sejam X1X2, Y1Y2 subconjuntos do conjunto universo U. Suponha que X1∪X2 = U e Y1∩Y2 = ∅, que X1 ⊂Y1 e que X2 ⊂T2. Prove que X1 = Y1 e X2 = Y2. Soluc¸a˜o: Como por hipo´tese X1 ⊂ Y1 enta˜o basta provar que X1 ⊃ Y1 que por dupla inclusa˜o teremos mostrado que: X1 = Y1. Para mostrar que X1 ⊃ Y1 tomemos um elemento y ∈ Y1. Como por hipo´tese X1 ∪ X2 = U enta˜o y pertence a X1 ou pertence a X2. 2 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Se y ∈ X2 e X2 ⊂ Y2 enta˜o y ∈ Y2. O que seria um absurdo ja´ que Y1 ∩ Y2 = ∅. Logo y ∈ X1 o que prova que X1 ⊃ Y1. E portanto que X1 = Y1. Analogamente se prova que X2 = Y2. 4. Compare o exerc´ıcio anterior com o primeiro em termos de clareza e simplicidade dos enunciados. Mostre que qualquer um deles pode ser resolvido pelo outro. Soluc¸a˜o: Para provarmos que X1 = Y1, por exemplo precisa´vamos apenas mostrar que: X1 ⊃ Y1. Assim se tomarmos um elemento u de U, P1 como a propriedade de pertencer a X1 e Q1 como a propriedade de pertencer a Y1. Enta˜o podemos afirmar que P1 ⇒ Q1. Ja´ que X1 ⊂ Y1. Neste caso provar a reciproca (Q1 ⇒ P1), seria o equivalente a provar X1 ⊃ Y1. Em outras palavras provar a questa˜o 3 implica na prova da questa˜o 1 e vice-versa. 5. Ainda no tema do primeiro exerc´ıcio, seria va´lido substituir as implicac¸o˜es P1 ⇒ Q1 e P2 ⇒ Q2 na hipo´tese por suas reciprocas Q1 ⇒ P1 e Q2 ⇒ P2? Soluc¸a˜o: Essa substituic¸a˜o na˜o obriga a implicac¸a˜o P1 ⇒ Q1 e P2 ⇒ Q2. Basta imaginar o exemplo em que U = N, P1 e´ a propriedade “n e´ par”, P2 significa “n e´ impar”, Q1 que dizer “n e mu´ltiplo de 4” e Q2 diz “n e´ um numero primo maior do que 2”. 6. Escreva as implicac¸o˜es lo´gicas que correspondem a` resoluc¸a˜o da equac¸a˜o √ x+ 2 = 2, veja quais sa˜o revers´ıveis e explique o aparecimento de ra´ızes estranhas. Fac¸a o mesmo com a equac¸a˜o√ x+ 3 = x. Soluc¸a˜o: Fazendo y = √ x teˆm se: ⇒ y + 2 = y2 ∗ ⇒ y2 − y − 2 = 0 ⇒ (y − 2)(y + 1) = 0 (1) ⇒ y = 2, y = −1 (2) como y = √ x de (1) e (2) temos: 2 = √ x (3) −1 = √x (4) 3 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA De (3) segue que x = 4. ( √ x)2 = 22 x = 4 De (4) segue que x = 1. ( √ x)2 = (−1)2 x = 1 Testando estas ra´ızes chegamos a conclusa˜o de que a soluc¸a˜o de √ x+ 2 = x e´ apenas 4. √ x+ 2 = x √ 4 + 2 = 4 2 + 2 = 4 4 = 4 A passagem marcada por ∗ e´ a u´nica implicac¸a˜o irrevers´ıvel. Como y2 = (±√x)2 a sub- stituic¸a˜o de x por y acaba gerando uma equac¸a˜o com duas ra´ızes. Uma delas seria a tal “raiz estranha”. Analogamente se resolve √ x+ 3 = x. 7. Mostre que, para todo m > 0, a equac¸a˜o √ x+m = x tem exatamente uma raiz. Soluc¸a˜o: Seja y = √ x enta˜o: √ x+m = x pode ser escrita como y +m = y2 ⇒ y2 − y −m = 0 Aplicando bhaskara: y = −(−1)±√(−1)2 − 4(1)(−m) 2(1) = 1±√1 + 4m 2 Como por hipo´tese m > 0 enta˜o a (1 + 4m) > 0 e a equac¸a˜o y2 − y −m = 0 possuira´ duas ra´ızes, uma positiva e uma negativa que chamaremos de k1 e −k2 (com k1, k2 ∈ R). Se y = −k2 enta˜o √ x = −k2 e x = (k2)2 sendo assim: 4 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA √ x+m = x⇒ −k2 +m = (k2)2 ⇒ m = (k2)2 + k2 ⇒ m > (k2)2 (1) mas como √ x = −k2 enta˜o: m > (k2) 2 ⇒ m > x Essa implicac¸a˜o no entanto e´ um absurdo pois analisando a equac¸a˜o ( √ x + m = x), e a condic¸a˜o de que m > 0 enta˜o devemos ter x ≥ m. Logo x na˜o pode ser igual a −k2 pois isso resultaria em m > x Logo a equac¸a˜o so´ possui uma raiz. E ela e´ positiva. 8. Considere as seguintes (aparentes) equivaleˆncias lo´gicas: x = 1⇔ x2 − 2x+ 1 = 0 ⇔ x2 − 2 · 1 + 1 = 0 ⇔ x2 − 1 = 0 ⇔ x = ±1 Conclusa˜o (?): x = 1⇔ x = ±1. Onde esta´ o erro? Soluc¸a˜o: O problema esta´ na segunda implicac¸a˜o. Enquanto x2 − 2x + 1 = 0 ⇒ x2 − 2 · 1 + 1 = 0 a reciproca na˜o e´ verdadeira, pois se x = −1 enta˜o (−1)2 − 2 · 1 + 1 tambe´m e´ igual a zero. Ou seja, a passagem de x2 − 2x+ 1 = 0 para x2 − 2(1) + 1 = 0 e´ irrevers´ıvel. 9. As ra´ızes do polinoˆmio x3−6x2 +11x−6 sa˜o 1, 2 e 3. Substitua, nesse polinoˆmio, o termo 11x por 11 · 2 = 22, obtendo enta˜o x3 − 6x2 + 16, que ainda tem 2 como raiz mas na˜o se anula para x = 1 nem x = 3. Enuncie um resultado geral que explique este fato e o relacione com o exerc´ıcio anterior. Soluc¸a˜o: Dado um polinoˆmio p(x) = ax3 + bx2 + cx+ d cuja raiz e´ α enta˜o p(α) = 0. Tomando agora um segundo polinoˆmio q(x) = cx pode-se escrever p(x) como: p(x) = ax3 + bx2 + q(x) + d 5 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Repare que esta´ substituic¸a˜o nada muda em p(x). De modo que p(α) continua sendo raiz de p(x). Desse modo substituir q(α) pelo termo “qx” em p(x) significa apenas que estamos substituindo x por α em “qx”. p(x) = ax3 + bx2 + cα+ d Assim α continua sendo raiz de p(x), mas as suas demais ra´ızes perdem o sentido. Esse fato tambe´mse verifica no exerc´ıcio anterior quando substitu´ımos x por 1 na equac¸a˜o x2 − 2x+ 1 = 0 10. Seja P(x) uma condic¸a˜o envolvendo a varia´vel x. (1) “Para todo x, e´ satisfeita a condic¸a˜o P(x)” (2) “Existe algum x que satisfaz a condic¸a˜o P(x). a) Sendo A o conjunto de objetos x (de um certo conjunto universo U) que satisfazem a condic¸a˜o P(x), escreva as sentenc¸as (1) e (2) acima, usando a linguagem dos conjuntos. b) Quais as negac¸o˜es de (1) e (2)? c) Para cada sentenc¸a abaixo diga se ela e´ verdadeira ou falsa e forme sua negac¸a˜o: • Existe um numero real x tal que x2 = −1. • Para todo numero inteiro n, vale n2 > n. • Para todo numero real x, tem-se x > 1 ou x2 < 1. • Para todo numero real x existe um numero natural n tal que n > x. • Existe um numero natural n tal que, para todo numero real x, tem se n > x. Soluc¸a˜o de A: Da sentenc¸a (1) conclui-se apenas que: todo x ∈ U tambe´m pertence a A. Na˜o se pode dizer que A = U porque na˜o se sabe se U e´ constitu´ıdo apenas de objetos x. De (2) se conclui-que A 6= ∅ Assim as sentenc¸as (1) e (2) escritas na forma de conjunto seriam respectivamente: (1) A = {x|x ∈ U} (2) A 6= ∅ Soluc¸a˜o de B: A negac¸a˜o de (1) e´: Existe um x, tal que P(x) na˜o e´ satisfeita. Que na forma de conjunto seria: 6 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA A ⊂ U Essa notac¸a˜o sugere que mesmo que U seja composto apenas de objetos x enta˜o, “A” ainda seria subconjunto de U ja´ que ao menos um elemento x pertenceria ao conjunto universo mas, na˜o a “A”. A negac¸a˜o de (2) e´: Nenhum elemento x satisfaz a condic¸a˜o P(x). Que na forma de conjunto seria: A = ∅ Soluc¸a˜o de C: • Falsa. Pois isso implicaria na existeˆncia de uma raiz negativa. A negac¸a˜o da afirmac¸a˜o sera´: Para todo numero real x, teˆm se x2 6= −1. • Falsa. Pois 1 e´ um numero inteiro e 12 na˜o e´ maior que ele mesmo (12 > 1). A negac¸a˜o da afirmac¸a˜o sera´: Existe um numero inteiro n tal que n2 ≤ n. • Falsa. Pois 2 e´ um numero real e 22 > 1 A negac¸a˜o da afirmac¸a˜o sera´: Existe um numero real x tal que x ≤ 1 e x2 ≥ 1. • Verdadeira. Dado um numero real r na forma r = p q enta˜o qr = p e pertence aos naturais de modo que qr > r. A negac¸a˜o da afirmac¸a˜o sera´: Existe um numero real x tal que n < x para todo numero natural n. • Falsa. O problema aqui esta´ no fato da afirmac¸a˜o garantir a unicidade do numero natural. O que ocorre e´ que, dado um r ∈ R existem diversos naturais n tais que n > r. A negac¸a˜o da afirmac¸a˜o sera´: Para todo numero natural n, existe um numero real x tal que n ≤ x. 11. Considere os conjuntos abaixo: F = conjunto de todos os filo´sofos. M = conjunto de todos os matema´ticos. C = conjunto de todos os cientistas. P = conjunto de todos os professores. 7 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA a) Exprima cada uma das afirmativas abaixo usando a linguagem de conjuntos. 1) Todos os matema´ticos sa˜o cientistas. 2) Alguns matema´ticos sa˜o professores. 3) Alguns cientistas sa˜o filo´sofos. 4) Todos os filo´sofos sa˜o cientistas ou professores. 5) Nem todo professor e´ cientista. b) Fac¸a o mesmo com as afirmativas abaixo: 6) Alguns matema´ticos sa˜o filo´sofos 7) Nem todo filosos e´ cientista 8) Alguns filo´sofos sa˜o professores 9) Se um filosofo na˜o e´ matema´tico, ele e´ professor. 10) Alguns filo´sofos sa˜o matema´ticos. c) Tomando as 5 primeiras afirmativas como hipo´teses, verifique quais das afirmativas (6a em diante), sa˜o necessariamente verdadeiras. Soluc¸a˜o de A: 1) M ⊆ C 2) M ∩ P 6= ∅ 3) C ∩ F 6= ∅ 4) C ∪ P ⊃ F 5) P ∩ Cc 6= ∅ Soluc¸a˜o de B: 6) M ∩ F 6= ∅ 7) F ∩ Cc 6= ∅ 8) F ∩ P 6= ∅ 9) F ⊂ M ∪ P 10) F ∩ M 6= ∅ Soluc¸a˜o de C: A u´nica alternativa verdadeira e´ a de numero nove. 12. O artigo 34 da Constituic¸a˜o Brasileira de 1988 diz o seguinte: “A Unia˜o na˜o intervira´ nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I. Manter a integridade nacional; II. Repelir invasa˜o estrangeira ou de unidade da Federac¸a˜o em outra” III. ...; a) Suponhamos que o estado do Rio de Janeiro seja invadido por tropas do estado de Sa˜o Paulo. O texto acima obriga a Unia˜o a intervir no estado? Na sua opinia˜o, qual era a intenc¸a˜o dos legisladores nesse caso: 8 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA b) Reescreva o texto do artigo 34 de modo a torna´-lo mais preciso. Soluc¸a˜o de a: O texto na˜o obriga a intervenc¸a˜o da federac¸a˜o. Soluc¸a˜o de b: A Unia˜o intervira´ nos Estados ou no Distrito (...). 13. Prove que x2 + x− 1 = 0⇒ x3 − 2x+ 1 = 0. Soluc¸a˜o: Se x2 + x − 1 = 0 enta˜o (x − 1)(x2 + x − 1) = 0. Como (x − 1)(x2 + x + 1) = x3 − 2x + 1 enta˜o pode se afirmar que: x2 + x− 1 = 0⇒ x3 − 2x+ 1 = 0 14. Prove que, para x, y e k inteiros, tem se x+ 4y = 13k ⇔ 4x+ 3y = 13(4k − y). Conclua que 4x+ 3y e x+ 4y sa˜o divis´ıveis por 13 para os mesmos valores inteiros de x e y. Soluc¸a˜o: x+ 4y = 13k ⇒ 4x+ 16y = 52k ⇒ 4x+ (3y + 13y) = 52k ⇒ 4x+ 3y = 52k − 13y ⇒ 4x+ 3y = 13(4k − y) A conclusa˜o de que x+ 4y e´ divis´ıvel por 13 e´ evidente ja´ que k e´ inteiro e: k = x+ 4y 13 O que obriga a x+ 4y a` divisibilidade por 13. Analogamente se conclui que 4x+ 3y tambe´m e´ divis´ıvel por 13. Ja´ que o produto de inteiros tambe´m e´ inteiro (3k) e a subtrac¸a˜o entre eles tambe´m (3k − y). 15. O diagrama de Venn para os conjuntos X, Y, Z decompo˜e o plano em oito regio˜es. Numere essas regio˜es e exprima cada um dos conjuntos abaixo como reunia˜o de algumas dessas regio˜es. (Por exemplo: X − Y = 1 ∪ 2). 9 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA a) (Xc ∪ Y c); b) (Xc ∪ Y ) ∪ Zc; c) (Xc ∩ Y ) ∪ (X ∩ Zc); d) (X ∪ Y )c ∩ Z Soluc¸a˜o de D: Uma representac¸a˜o poss´ıvel para essas oito regio˜es e´ a seguinte. 1 2 3 4 5 6 8 7 X Y Z Assim: (X ∪ Y ) = 3 ∪ 4 ∪ . . . ∪ 8 (X ∪ Y )c = (1 ∪ 2 . . . ∪ 8)− (X ∪ Y ) = 1 ∪ 2 (X ∪ Y )c ∩ Z = (1 ∪ 2) ∩ (1 ∪ 4 ∪ 5 ∪ 6) = 1 As demais respostas seguem a mesma lo´gica. 16. Exprimindo cada membro como reunia˜o de regio˜es numeradas, prove as desigualdades: a) (X ∪ Y ) ∩ Z = (X ∩ Z) ∪ (Y ∩ Z); b) X ∪ (Y ∩ Z)c = X ∪ Y c ∪ Zc Soluc¸a˜o de A: Nesse caso pode-se usar o diagrama do exerc´ıcio anterior. 1 2 3 4 5 6 8 7 X Y Z Considerando apenas o lado direito da igualdade (X ∪ Y ) ∩ Z = (X ∩ Z) ∪ (Y ∩ Z) temos: 10 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA (X ∪ Y ) ∩ Z = [(7 ∪ 8 ∪ 5 ∪ 4) ∪ (3 ∪ 8 ∪ 5 ∪ 6)] ∩ (4 ∪ 5 ∪ 6 ∪ 1) (X ∪ Y ) ∩ Z = [(7 ∪ 8 ∪ 5 ∪ 4 ∪ 3 ∪ 6)] ∩ (4 ∪ 5 ∪ 6 ∪ 1) (X ∪ Y ) ∩ Z = 4 ∪ 5 ∪ 6 (1) Considerando agora o lado esquerdo: (X ∩ Z) ∪ (Y ∩ Z) = ((4, 5, 7, 8) ∩ (4, 5, 6, 1)) ∪ ((3, 5, 6, 8) ∩ (1, 4, 5, 6)) (X ∩ Z) ∪ (Y ∩ Z) = (4, 5) ∪ (5, 6) (X ∩ Z) ∪ (Y ∩ Z) = 4, 5, 6 (2) Comparando (1) e (2) fica provado a igualdade. Soluc¸a˜o de B: Ana´loga a anterior. 17. Sejam A, B e C conjuntos. Determine uma condic¸a˜o necessa´ria e suficientes para que se tenha A ∪ (B ∩ C) = (A ∪B) ∩ C. Soluc¸a˜o: Para este problema novamente usaremos a imagem a seguir. 1 2 3 4 5 6 8 7 X Y Z Primeiro vamos calcular o lado direito da igualdade: A ∪ (B ∩ C) = 7 ∪ 4 ∪ 8 ∪ 5 ∪ 6 e agora o lado esquerdo. (A ∪B) ∩ C = 4 ∪ 5 ∪ 6 Para que (7∪ 4∪ 8∪ 5∪ 6) e (4∪ 5∪ 6) sejam iguais seria necessa´rio que a regia˜o 7 ∪ 8 fosse vazia ou que: 7 ∪ 8 = 4 ou 7 ∪ 8 = 5 ou mesmo 7 ∪ 8 = 6. Se 7 ∪ 8 for vazio enta˜o A ⊂ C. Se 7 ∪ 8 for igual a 4, 5 ou mesmo 6 tambe´m teremos A ⊂ C. Portanto a condic¸a˜o para que a igualdade seja verdadeira e´ de que: A ⊂ C. 11 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 18. A diferenc¸a entre conjuntos e´definida por A−B = {x|x ∈ A e x /∈ B}. Determine uma condic¸a˜o necessa´ria e suficiente para que se tenha A− (B − C) = (A−B)− C. Soluc¸a˜o: Usando a figura da questa˜o anterior teremos: A− (B − C) = (7, 8, 4, 5) -[(3, 8, 5, 6)-(4, 5, 6, 1)] A− (B − C) = (7, 8, 4, 5) -[(3, 8)] A− (B − C) = (7, 4, 5) = A ∩ C Do lado direito teˆm se: (A−B)− C = [(7, 4, 5, 8)− (3, 8, 5, 6)]− (4, 5, 6, 1) (A−B)− C = [(7, 4)]− (4, 5, 6, 1) (A−B)− C = (7) Que sa˜o somente os pontos de A. Assim para que a igualdade seja verdadeira ou 4∪5 = 7 ou 4∪5 = ∅. Em ambos os casos se conclui que A ∩ C = ∅. 19. Prove que se um quadrado perfeito e´ par enta˜o sua raiz quadrada e´ par e que se um quadrado perfeito e´ impar enta˜o sua raiz quadrada e´ impar. Soluc¸a˜o: O produto de dois nu´meros impares e´ impar. (2k + 1) · (2q + 1) = 4kq + 2k + 2q + 1 = 2(2kq + k + q) + 1 = 2p+ 1 Assim se tomamos um n qualquer de modo que seu quadrado (n2) seja par, enta˜o n na˜o pode ser impar. Como √ n2 = n fica provado que a raiz de um quadrado perfeito par tambe´m e´ par. De modo ana´logo se prova que se n2 e´ impar n tambe´m o e´. 20. Prove o teorema de Cantor: se A e´ um conjunto e P(A) e´ o conjunto das partes de A, na˜o existe uma func¸a˜o f: A → P(A) que seja sobrejetiva. Sugesta˜o: Suponha que exista uma tal func¸a˜o f e considere X = {x ∈ A : x /∈ f(x)}. Soluc¸a˜o: Essa demonstrac¸a˜o consta no livro “Matema´tica Discreta” do Edward R. Scheinerman na pa´gina 189. 12 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Seja A um conjunto e seja f : A → P (A). Para mostrar que f na˜o e´ sobrejetora, devemos achar um B ∈ P(A) (isto e´, B ⊆ A) para o qual na˜o existe a ∈ A com f(a) = B. Em outras palavras, Be´ um conjunto que f “perde”. Para este fim, seja B = {x ∈ A : x /∈ f(x)} Afirmamos que na˜o existe nenhum a ∈ A com f(a) = B. Como f(x) e´ um conjunto - na verdade, um subconjunto de A - a condic¸~ao x /∈ f(x) tem sentido Suponhamos, por contradic¸a˜o, que exista um a ∈ A tal que f(a) = B. Ponderamos: a ∈ B? • Se a ∈ B, enta˜o, como B = f(a), temos a ∈ f(a). Assim, pela definic¸a˜o de B, a /∈ f(a); isto e´ a /∈ B. ⇒⇐ • Se a /∈ B = f(a), enta˜o, pela definic¸a˜o de B, a ∈ B. ⇒⇐ Tanto a ∈ B como a /∈ B levam a contradic¸o˜es; da´ı, nossa suposic¸a˜o [existe um a ∈ A com f(a) = B] e´ falsa e, assim, f na˜o e´ sobrejetora. Observac¸a˜o O livro do Scheinerman ainda traz uma ilustrac¸a˜o desta prova. Sejam A = {1, 2, 3} e f : A→ P (A) conforme definida na tabela a seguir. a f(a) a ∈ f(a)? 1 {1, 2} sim 2 {3} na˜o 3 {} na˜o Ora, B = {x ∈ A : x /∈ f(x)}. Como 1 ∈ f(1), mas 2 /∈ f(2) e 3 /∈ f(3), temos B = {2, 3}. Note que na˜o ha´ a ∈ A com f(a) = B Se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possa ser feito a devida correc¸a˜o. Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matema´tica acesse: www.number.890m.com 13 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA A MATEMA´TICA DO ENSINO ME´DIO A matema´tica do Ensino me´dio (volume 1) Elon Lages Lima Paulo Cezar Pinto Carvalho. Eduardo Wagner. Augusto Ce´sar Morgado. Resolvido por: Diego Oliveira. 2 Nu´meros Naturais 1. Dado o numero natural a, seja Y ⊂ N um conjunto com as seguintes propriedades: (1) a ∈ Y; (2) n ∈ Y ⇒ n + 1 ∈ Y. Prove que Y contem todos os nu´meros naturais maiores do que ou iguais a a. Soluc¸a˜o: Considere um conjunto X = Ia∪ Y onde Ia = {n ∈ N;n < a}. Se provarmos que X = N, enta˜o logicamente Y = {n ∈ N;n ≥ a}. Como a primeira demonstrac¸a˜o e´ mais simples vamos focar nela. Passo base: • Se 1 < a enta˜o 1∈Ia o que implica em 1 ∈ X; • Se 1 ≥ a enta˜o 1 ∈ Y que implica que 1 ∈ X. Em todo caso 1 ∈ X. Passo indutivo: Supondo que k ∈ N enta˜o ou k ∈ Ia ou k ∈ Y . • Se k ∈ Ia enta˜o k < a que implica que: ◦ k + 1 ≥ a, nesse caso k + 1 ∈ Y; ◦ ou enta˜o k + 1 < a, nesse caso k + 1 ∈ Ia. Em todo caso k + 1 ∈ X. 14 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA • Se k ∈ Y, enta˜o k ≥ a ⇒ k + 1 > a ∈ Y que implica novamente que k + 1 ∈ X, pois Y ⊂ X. Como o numero 1 e todos os seus sucessores pertencem a X enta˜o X = N. O que conduz a conclusa˜o de que Y = {n ∈ N;n ≥ a}. 2. Use o exerc´ıcio anterior para provar que 2n + 1 < 2n em seguida, que n ≤ 2 < 2n para todo n ≤ 5. Soluc¸a˜o de A: Essa proposic¸a˜o simplesmente na˜o ocorre para n = 2 (verifique!). No entanto para n ≥ 3 isso ocorre. Vamos prova-la pela induc¸a˜o ja´ que pro outro caso isso na˜o seria poss´ıvel. Passo base: Para n = 3 temos: 2(3) + 1 < 23 Logo a desigualdade e´ valida para n = 3. Passo indutivo: Se a desigualdade e´ verdadeira para n = k, enta˜o: 2k + 2 + 1 = 2k + 2 2(k + 1) + 1 = 2k + 2 Acontece que 2k + 2 < 2k+1. Veja: 2k + 2 < 2k+1 2 < 2k+1 − 2k 2 < 2k(2− 1) 2 < 2k Como n = k, enta˜o k na˜o pode ser menor que treˆs. O que prova essa ultima desigualdade. Assim: 2(k + 1) + 1 = 2k + 2 < 2k+1 ⇒ 2(k + 1) + 1 < 2k+1 15 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Completando o passo indutivo e tambe´m a demonstrac¸a˜o. Soluc¸a˜o de B: Passo base: Para n = 5 temos: 52 < 25 Logo a desigualdade e´ valida para n = 5. Passo indutivo: Se a formula e verdadeira para n = k, enta˜o: (k + 1)2 = (2k + 1) + k2 ≤ 2k + k2 Vamos provar que 2k + k2 < 2k+1. 2k + k2 < 2k+1 k2 < 2k+1 − 2k k2 < 2k(2− 1) k2 < 2k Essa ultima inequac¸a˜o e verdadeira por hipo´tese assim: (k + 1)2 < 2k + k2 < 2k+1 Que simplificando fica: (k + 1)2 < 2k+1 O que completa o passo indutivo e a demonstrac¸a˜o. 3. Complete os detalhes da seguinte demonstrac¸a˜o do Principio da Boa ordenac¸a˜o: Seja A⊂ N um conjunto que na˜o possui um menor elemento. Considere o conjunto X formado pelos nu´meros naturais n tais que 1, 2,... na˜o pertence a A. Observe que 1 ∈ X e, ale´m disso, se n ∈ X enta˜o todos os elementos de A, conclua que n + 1 ∈ X logo, por induc¸a˜o, segue-se que X = N, portanto A e vazio. Soluc¸a˜o: O enunciado do problema sugere que N = X∪A. Mostrar que X = N seria simplesmente aplicar o Princ´ıpio da Boa Ordenac¸a˜o (PBO). No entanto o exerc´ıcio e´ de induc¸a˜o portanto 16 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA seguiremos os dois passos: Passo base: 1 ∈ X por hipo´tese. Passo indutivo: Tomando k ∈ X enta˜o k + 1 ∈ A ou enta˜o k + 1 ∈ X. Contudo na˜o pode ocorrer de k + 1 ∈ A pois pelo PBO A teria de ter um menor elemento. O que iria contrariar a tese. Portanto, k + 1 ∈ N. Como 1 e todo os seus sucessores pertencem a X enta˜o se conclui que X = N e que A e´ vazio. 4. Prove por induc¸a˜o que ( n+ 1 n )n ≤ n. Para todo n ≥ 3 e conclua da´ı que a sequencia 1, 2 √ 2, 3 √ 3, 4 √ 4, ... e decrescente a partir do terceiro termo. Soluc¸a˜o de A: Passo base: Para n = 3 temos:( 3 + 1 3 )3 < 3 O que e´ verdadeiro. Passo indutivo: O que desejamos agora e´ provar que a desigualdade( (k + 1) + 1 k + 1 )k+1 < k + 1 Ocorre que ( (k + 1) + 1 k + 1 )k+1 = ( k + 2 k + 1 )k · ( k + 2 k + 1 ) enta˜o podemos escrever a desigualdade como:( k + 2 k + 1 )k · ( k + 2 k + 1 ) < k + 1 (k + 2)k+1 (k + 1)k+1 < k + 1 (k + 2)k+1 < (k + 1)k+1(k + 1) = (k + 1)k+2 17 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Simplificando: (k + 2)k+1 < (k + 1)k+2 O que evidencia a afirmac¸a˜o, concluindo que: ( (k + 1) + 1 k + 1 )k+1 < k + 1 Soluc¸a˜o de B: Sabemos que:( n+ 1 n )n < n ⇒ n+ 1 n < n1/n ⇒ n+ 1 < n1/n · n ⇒ n+ 1 < n n+ 1 n ⇒ (n+ 1) nn+ 1 1/n < n1/n ⇒ (n+ 1) n n2 + n < n1/n⇒ (n+ 1) 1 n+ 1 < n1/n Essa ultima desigualdade nos leva a conclusa˜o de que a sequeˆncia e´ decrescente a partir do 3◦ termo. 18 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 5. Prove por induc¸a˜o que: 1 + 22 + 33 + ...+ n2 = n(n+ 1)(2n+ 1) 6 Soluc¸a˜o: O passo base pode ser facilmente demonstrado. Passo indutivo: 1 + 22 + 32 + . . .+ k2 + (k + 1)2 = k(k + 1)(2k + 1) 6 + (k + 1)2 = k(k + 1)(2k + 1) 6 + (k + 1)2 = (k + 1)(k + 2)(2k + 3) 6 = (k + 1)((k + 1) + 1)(2(k + 1) + 1) 6 que implica em: 1 + 22 + 32 + . . .+ k2 + (k + 1)2 = (k + 1)((k + 1) + 1)(2(k + 1) + 1) 6 Completando o passo indutivo. 6. Critique a seguinte argumentac¸a˜o: Quer-se provar que todo numero natural e´ pequeno. Evidentemente, 1 e´ um numero pequeno. Ale´m disso, se n for pequeno, n+ 1 tambe´m sera, pois na˜o se torna grande um numero pequeno simplesmente somando-lhe uma unidade. Logo, por induc¸a˜o, todo numero natural e pequeno. Soluc¸a˜o: O problema aqui ocorreria no passo indutivo. Pois quando tomamos um n natural “pequeno” temos de nos perguntar, pequeno em relac¸a˜o a que? Se em relac¸a˜o ao maior de todos os nu´meros naturais pequenos enta˜o n+ 1 seria grande? 19 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 7. Use a distributividade para calcular (m + n)(1 + 1) de duas maneiras diferentes e em seguida use a lei do corte para concluir que m+ n = n+m. Soluc¸a˜o: 1◦ Forma: Usamos a distributividade a direita. (m + n)(1 + 1) = m(1 + 1) + n(1 + 1) = m + m + n + n = 2m + 2n; 2◦ Forma: Usamos a distributividade a esquerda. (m + n)(1 + 1) = 1(m + n) + 1(m + n) = m + n + m + n = 2m + 2nm + m + n + n = m + n + m + n Usando a associatividade m + (n + n) + m = m + n + m + n (m + (n + n)) + m = m + n + m + n ((m + n) + n) + m = m + n + m + n (m + n) + (n + m) = (m + n) + (m + n) Finalmente usando a Lei do corte (A + B = A + C ⇒ B = C) enta˜o: n + m = m + n. 8. Seja X ⊂ N um conjunto na˜o vazio, com a seguinte propriedade: para qualquer n ∈ N, se todos os nu´meros naturais menores do que n pertencem a X. Prove que X = N. Soluc¸a˜o: Como o pro´prio livro diz demonstrac¸o˜es que envolvem o PBO sa˜o normalmente feitas por absurdo. Enta˜o suponha por absurdo que X = N logo ∃A ⊂ N onde N = X ∪ A. Assim pelo PBO ∃ a = minA e X = {n ∈ N; n < a}. No entanto considerando a hipo´tese a ∈ X, o que gera o absurdo. Assim A = {} e enta˜o X = N. 9. Seja P(n) uma propriedade relativa ao numero natural n. Suponha que P(1), P(2) sa˜o verdadeiras e que, para qualquer n ∈ N, a verdade de P(n) e P(n + 1) implica a verdade de P(n + 2). Prove que P(n) e´ verdadeira para todo n ∈ N. Soluc¸a˜o: Considere A como o conjunto de elementos a ∈ N, tal que P(a) seja falsa. Suponha por absurdo que A 6= ∅. Nesse caso A deve ter um elemento mı´nimo (min(A)) que chamaremos de a1. Como P(1) e P(2) sa˜o verdadeiras enta˜o a1 > 2 e´ como a1 e´ elemento mı´nimo de A enta˜o P(a1 − 2) e P(a1 − 1) tambe´m sa˜o verdadeiras. Entretanto como P(n) e P(n + 1) implicam em P(n + 2) verdadeira enta˜o P(a1−2) e P(a1−1) implica em P(a) verdadeiro, o que e´ um absurdo, 20 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA pois a1 ∈ A 10. Use induc¸a˜o para provar que 13 + 23 + 33 + . . .+ n3 = 1 4 n2(n+ 1)2 Soluc¸a˜o: Base: A igualdade se verifica para 1. 1 = 1 4 · 12(1 + 1)2 1 = 1 Passo indutivo: Considerando a proposic¸a˜o verdadeira para k enta˜o: 13 + 23 + 33 + . . .+ k3 + (k + 1)3 = 1 4 · k2(k + 1)2 + (k + 1)3 Operando com o lado direito da igualdade acima facilmente se chega a´: 1 4 · k2(k + 1)2 + (k + 1)3 = k 2(k + 1)2 + 4(k + 1)3 4 e apo´s certa a´lgebra: k2(k + 1)2 + 4(k + 1)3 4 = 1 4 (k + 1)2(k + 2)2 concluindo o passo indutivo. Se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possa ser feito a devida correc¸a˜o. Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matema´tica acesse: www.number.890m.com 21 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA A MATEMA´TICA DO ENSINO ME´DIO A matema´tica do Ensino me´dio (volume 1) Elon Lages Lima Paulo Cezar Pinto Carvalho. Eduardo Wagner. Augusto Ce´sar Morgado. Resolvido por: Diego Oliveira. 3 Nu´meros Cardinais 1. Seja f : X → Y uma func¸a˜o. A imagem inversa por f de um conjunto B ⊂ Y e o conjunto f−1(B) = {X ∈ x; f(x) ∈ B}. Prove que se tem sempre f−1(f(A)) ⊃ A para todo A ⊂ X.e f(f−1(B)) ⊂ B para todo B ⊂ Y . Prove tambe´m que f e´ injetiva se, e somente se, f−1(f(A)) = A para todo A ⊂ X. Analogamente, mostre que f e´ sobrejetiva se, e somente se, f(f−1(B)) = B para todo B ⊂ Y . Soluc¸a˜o • Prova de que f−1(f(A)) ⊃ A para todo A ⊂ X. Por definic¸a˜o temos que f−1(f(A)) = {x ∈ X; f(x) ∈ f(A)}. Assim tomando um x ∈ A ⇒ f(x) ∈ f(A). Assim x ∈ f−1(f(A)). Ou seja, dado qualquer elemento contido em A ele tambe´m estara´ contido em f−1(f(A)), concluindo que f−1(f(A)) ⊃ A • Prova de que f(f−1(B)) ⊂ B para todo B ⊃ Y. Por definic¸a˜o temos que f(f−1(B)) = {x ∈ X; f(x) ∈ B}. Isso implica que qualquer elemento de f(f−1(B)) pertencera´ tambe´m a B. Logo f(f−1(B)) ⊂ B. • Prova de que f e´ injetiva ⇔ f−1(f(A)) = A para todo A ⊂ X (⇒) A inclusa˜o de A em f−1(f(A)) ja´ foi demonstrada no primeiro item. Resta agora mostrar que A ⊃ f−1(f(A)) e com isso f−1(f(A)) = A. Suponha por absurdo que exista um x ∈ f−1(f(A)), mas que na˜o pertenc¸a a A. Como x ∈ f−1(f(A)) enta˜o f(x) ∈ f(A). E como f e´ uma func¸a˜o injetora existe um a ∈ A tal que, f(x) = f(a). Isso resulta enta˜o em um absurdo pois se f(x) = f(a) e f e´ injetora isso implicaria em x = a, e por hipo´tese x /∈ A. Logo conclui-se que se x ∈ f−1(f(A)) enta˜o x ∈ A e portanto A ⊃ f−1(f(A)). Por fim se A ⊃ f−1(f(A)) e f−1(f(A)) ⊂ A enta˜o A = f−1(f(A)). (⇐) ??? 22 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA • Prova de que f e´ sobrejetiva ⇔ f−1(f(B)) = B para todo B ⊂ X. ??? 2. Prove que a func¸a˜o f : X → Y e´ injetiva se, e somente se, existe uma func¸a˜o g : Y → X tal que g(f(x)) = x para todo x ∈ X. Soluc¸a˜o: (⇒) Se f : X → Y e´ uma func¸a˜o injetiva enta˜o existe uma func¸a˜o g : Y → X. Tomando agora um y ∈ Y e um x ∈ X enta˜o o par (y, x) ∈ g e f(x) = y, pois f e´ injetiva. Sendo assim g(f(x)) = g(y) = x para todo x ∈ X. C.Q.D.. (⇐) Se g : Y → X e´ uma func¸a˜o, enta˜o existe uma func¸a˜o f : X → Y , onde (x, y) ∈ f . Supondo por absurdo que f na˜o seja injetora, enta˜o existe um x e um x′ pertencentes a X tal que (x, y) ∈ f e (x′, y) ∈ f logo, g(f(x′) = g(y) = x. Mas, como por hipo´tese g(f(x)) = x e x′ 6= x temos enta˜o um absurdo. Logo f e´ injetora. C.Q.D. 3. Prove que a func¸a˜o f : X → Y e´ sobrejetiva se, e somente se, existe uma func¸a˜o h : Y ⇒ X tal que f(h(y)) = y para todo y ∈ Y . Soluc¸a˜o: (⇒) Se f : X → Y e uma func¸a˜o enta˜o existe uma func¸a˜o h : Y → X. Dado tambe´m um x ∈ X existe um y ∈ Y de modo que o par (x, y) ∈ f . E como h e´ uma func¸a˜o de X e Y enta˜o f(h(y)) = f((y, x)) = f(x) = y. C.Q.D. (⇐) Se existe uma func¸a˜o h : Y → X enta˜o existe uma func¸a˜o f : X → Y . Tomando por absurdo que f na˜o seja sobrejetora, enta˜o existe um y ∈ Y onde nenhum x ∈ X resulte em (x, y) ∈ h. O que e´ um absurdo, pois por hipo´tese f(h(y)) = y para todo y ∈ Y . 4. Dada a func¸a˜o f : X → Y , suponha que g, h : Y → X sa˜o func¸o˜es tais que g(f(x)) = x para todo x ∈ X e f(h(y)) = y para todo y ∈ Y . Prove que g = h. Soluc¸a˜o: Para todo y ∈ Y temos h(y) = x (1) 23 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Por hipo´tese g(f(x)) = x (2) o que implica em g(f(h(y))) = h(y) (3) Como f : X → Y de (2) podemos concluirque existe um y′ ∈ Y tal que g(y ′ ) = x (4) de modo que por (1) e (4) podemos dizer que h(y) = g(y ′ ) (5) • Prova de que y = y′ . Supondo por absurdo que y 6= y′ , enta˜o atrave´s da igualdade imediatamente acima conclu´ımos que f(x) 6= y. Ou seja, existe enta˜o um y ∈ Y tal que nenhum x ∈ X implique em g(f(x)) = x. O que contraria o enunciado do problema. Portanto, y = y ′ e assim (por meio da equac¸a˜o 5) temos que g = h. C.Q.D. 5. Defina uma func¸a˜o sobrejetiva f : N → N tal que, para todo n ∈ N, a equac¸a˜o f(x) = n possui uma infinidade de ra´ızes x ∈ N. (Sugesta˜o: todo nu´mero natural se escreve, de modo u´nico sob a forma 2a · b, onde a, b ∈ N e b e´ ı´mpar.) Soluc¸a˜o: A func¸a˜o pedida e´ f : N→ N com f(n) = a sendo n = 2a · b com b inteiro e ı´mpar. • Prova de que a func¸a˜o e´ sobrejetora. Isso e´ evidente, pois como a e´ qualquer, enta˜o f e´ sobrejetora. • Prova de que a func¸a˜o possui infinitas ra´ızes. Se f(n) = a enta˜o f(20 · b) = 0 para todo valor de b. Assim, f possui infinitas ra´ızes. f(20 · 1) = 0 f(20 · 3) = 0 f(20 · 5) = 0 ... 6. Prove, por induc¸a˜o, que se X e´ um conjunto finito com n elementos enta˜o existem n! bijec¸o˜es f : X → X. Soluc¸a˜o: 24 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA (Base da induc¸a˜o) Para n = 1 enta˜o X e´ um conjunto unita´rio e, portanto, so´ pode ter uma bijec¸a˜o (n! = 1). Provando a base da induc¸a˜o. (Passo indutivo) Seja X um conjunto com n = k+ 1 elementos enta˜o a func¸a˜o f tera´ k+ 1 elementos no domı´nio e no contradomı´nio. Dm Cm a1 a2 ... ak+1 a1 a2 ... ak+1 Fixando o elemento a1 do Dm podemos relaciona´-lo a qualquer elemento do Cm, sendo assim, temos k + 1 possibilidades para f(a1): f(a1) = a1, ou f(a1) = a2,...,ou f(a1) = ak+1. Feito enta˜o essa relac¸a˜o (um elemento do Dm com um elemento do Cm), sobrara˜o k elementos no Dm e no Cm a serem relacionados de modo a formarem uma bijec¸a˜o. Por hipo´tese de induc¸a˜o o numero de bijec¸o˜es que podem ser feitos com esses k elementos e´ igual a k!. Finalmente, aplicando o princ´ıpio fundamental da contagem teremos (k+ 1) · k! = (k+ 1)! de bijec¸o˜es que podem ser constru´ıdas. Concluindo a prova da induc¸a˜o. 7. Qual o erro da seguinte demonstrac¸a˜o por induc¸a˜o: Teorema: Todas as pessoas teˆm a mesma idade. Prova: Provaremos por induc¸a˜o que se X e´ um conjunto de n (n ≥ 1) pessoas, enta˜o todos os elementos de X teˆm a mesma idade. Se n = 1 a afirmac¸a˜o e´ evidentemente verdadeira pois se X e´ um conjunto formado por uma u´nica pessoa, todos os elementos de X teˆm a mesma idade. Suponhamos agora que a afirmac¸a˜o seja verdadeira para todos os conjuntos de n elementos. Consideremos um conjunto com n+1 pessoas, {a1, a2, · · · , an, an+1}. Ora, {a1, a2, · · · , an} e´ um conjunto de n pessoas, logo a1, a2, · · · , an teˆm a mesma idade. Mas {a2, · · · , an, an+1} tambe´m e´ um conjunto de n elementos, logo todos os seus elementos, em particular an e an+1, teˆm a mesma idade. Mas de a1, a2, · · · , an teˆm a mesma idade de an e an+1 teˆm a mesma idade, todos os elementos de {a1, a2, · · · , an, an+1} teˆm a mesma idade, conforme quer´ıamos demonstrar. Soluc¸a˜o: O passo indutivo, no processo de prova por induc¸a˜o, e´ a demonstrac¸a˜o da condic¸a˜o. P (n)⇒ P (n+ 1) Entretanto, para n = 1 a implicac¸a˜o e´ falha P (1)⇒ P (2) 25 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA pois, a induc¸a˜o e´ feita sobre o conjunto {a2, ..., an+1} o qual a1 na˜o pertence. E´ a desconsid- erac¸a˜o desse fato que acarreta o erro na induc¸a˜o. 8. Prove, por induc¸a˜o, que um conjunto com n elementos possui 2n subconjuntos. Soluc¸a˜o1: • Provando para 1. Seja A um conjunto com 1 elemento (A = {a1}), enta˜o P(A) = {∅, a1} ⇒= 21. • Provando para n = k + 1. Precisamos provar que se B e´ um conjunto com n+1 elementos enta˜o P(B) teˆm 2k+1 elementos. Se n(B) = k + 1 enta˜o ele pode ser escrito como B = A ∪ {ak+1} Ja´ que por hipo´tese de induc¸a˜o n(A) = k. Assim, para cada subconjunto S de A existem 2 subconjuntos de B: S e S ∪ {ak+1}. Logo n(P(B)) = 2 o que implica em n(P(A)) = 2 ·2k = 2k+1. Obs: A notac¸a˜o n(B) e´ usada para denotar o numero de elementos do conjunto B. 9. Dados n (n ≥ 2) objetos de pesos distintos, prove que e´ poss´ıvel determinar qual o mais leve e qual o mais pesado fazendo 2n− 3 pesagens em uma balanc¸a de pratos. E´ esse o nu´mero mı´nimo de pesagens que permitem determinar o mais leve e o mais pesado? Soluc¸a˜o da primeira parte: Para n = 2 e´ obvio. Colocamos um objeto em cada prato da balanc¸a e observamos que com apenas uma (2 · 2− 2 = 1) pesagem e´ poss´ıvel perceber qual o mais pesado e o mais leve. Se tivermos n = k+1 objetos enta˜o podemos separar um deles em 2n−3 pesagens, descobrimos qual o mais pesado e qual o mais leve entre os k objetos restantes. Em seguida comparamos o objeto que foi separado inicialmente com o objeto mais pesado dos k objetos ja´ pesados. Agora temos duas possibilidades. • O objeto separado inicialmente e´ mais pesado. Nesse caso ja´ e´ poss´ıvel distinguir o objeto mais leve e o mais pesado com apenas (2n−3)+1 = 2(n− 1) pesagem. Contudo, como 2(n− 1) < 2(n+ 1)− 3 enta˜o fica provado a afirmac¸a˜o. • O objeto separado inicialmente e´ mais leve. 1Soluc¸a˜o retirada das notas de aula da professora Anjolina Grisi de Oliveira da UFPE em 2007. Dispon´ıvel em: http://www.cin.ufpe.br/ if670/1-2007/apinducao.pdf 26 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Nesse caso devemos realizar mais uma pesagem, pois o objeto separado pode ser o mais leve. Assim, nesse caso teremos realizado (2n− 3) + 2 = 2n− 1 pesagens. Como 2n− 1 = 2(n+ 1)− 3 enta˜o fica novamente provado que 2n− 3 e´ um numero suficiente de pesagens para determinar o objeto mais leve e o mais pesado. Soluc¸a˜o da segunda parte Na˜o. Como vemos na prova do passo indutivo pode ocorrer de conseguirmos determinar o objeto mais leve e mais pesado com um numero maior de pesagens. Entretanto, 2n − 3 e´ o n◦ mı´nimo que garante o resultado para qualquer situac¸a˜o. 10. Prove que, dado um conjunto com n elementos, e´ poss´ıvel fazer uma fila com seus subconjuntos de tal modo que cada subconjunto da fila pode ser obtido a partir do anterior pelo acre´scimo ou pela supressa˜o de um u´nico elemento. Soluc¸a˜o: Para n = 1 e´ obvio. Suponhamos enta˜o um conjunto X com n elementos dispostos numa fila tal como e´ descrito como no enunciado. Tomamos agora um (n + 1) elemento e o acrescentamos a fila, na ordem inversa, a cada subconjunto da fila anterior, comec¸ando com o u´ltimo. Assim teremos uma fila com todos os elementos de X, dispostos como descritos no enunciado. 11. Todos os quartos do Hotel Georg Cantor esta˜o ocupados, quando chegam os trens T1, T2, ..., Tn, ... (em quantidade infinita), cada um deles com infinitos passageiros. Que deve fazer o gerente para hospedar todos? Soluc¸a˜o2: No hotel, cujos quartos sa˜o Q1, Q2, ..., Qn, ..., passe o ho´spede do quarto Qn para o quarto Q2n−1. Assim, todos os quartos de nu´mero par ficara˜o vazios e os de numero ı´mpar, ocu- pados. Em seguida, numere os treˆs assim, T1, T3, T5, T7, ... Os passageiros do trem Ti sera˜o pi1, pi2, pi3, ..., pik, ..., de modo que pik e´ o k-e´simo passageiro de Ti. Finalmente, complete a lotac¸a˜o do hotel alojando o passageiro pik no quarto de nu´mero 2 k · i. Como todo nu´mero par se escreve, de modo u´nico, sob a forma 2k · i com k ∈ N e´ impar, havera´ um hospede apenas em cada quarto. Se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possa ser feito a devida correc¸a˜o. Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matema´tica acesse: www.number.890m.com 2Soluc¸a˜oretirada da pa´gina do professor Luciano Monteiro de Castro da UFRN (http://www.cerescaico.ufrn.br/matematica/arquivos/capmem/cardinais.pdf) 27 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA A MATEMA´TICA DO ENSINO ME´DIO A matema´tica do Ensino me´dio (volume 1) Elon Lages Lima Paulo Cezar Pinto Carvalho. Eduardo Wagner. Augusto Ce´sar Morgado. Resolvido por: Diego Oliveira. 4 Nu´meros Reais 1. Dados os intervalos A = [−1, 3), B = [1,4], C = [2,3), D = (1,2] e E = (0,2] dizer se 0 pertence a ((A−B)−(C∩D))−E. Soluc¸a˜o Observe os segmentos: −1 3 1 4 Assim A − B = [−1,1). Do mesmo modo se conclui que C∩D = (1,2]. Enta˜o (A−B) − (C∩D) e´ o pro´prio A − B como se mostra na figura a seguir: −1 1 1 2 Por fim temos (A−B)−E −1 1 0 2 Como 0 ∈ A−B e 0 /∈ E ∴ 0 ∈ ((A−B)−(C∩D))−E. 2. Verifique se cada passo na soluc¸a˜o das inequac¸o˜es abaixo esta correto: 5x+ 3 2x+ 1 > 2 ⇒ 5x+ 3 > 4x+ 2 ⇒ x > −1 2x2 + x x2 + 1 < 2 ⇒ 2x2 + x < 2x2 + 2 ⇒ x < 2 28 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Soluc¸a˜o O processo para resolver inequac¸o˜es fraciona´rias e´ o seguinte: 5x+ 3 2x+ 1 > 2 5x+ 3− 2(2x+ 1) 2x+ 1 > 2 x+ 1 2x+ 1 > 0 Resolvendo o numerador teremos: x+ 1 > 0⇒ x > −1. Resolvendo o denominador teremos: 2x+ 1 > 0⇒ x > −0.5. − − + + − − + x+ 1 + 2x+ 1 + x+12x+1 1 0.5 Chegando a conclusa˜o de que x > −0.5 ou x < −1. O que confirma a suspeita de que as implicac¸o˜es da letra a esta˜o erradas. Isso porque ela assume que 2x + 1 seja sempre maior que zero para todo valor de x ∈ R. A segunda implicac¸a˜o no entanto e´ verdadeira uma vez que x2 +1 e´ de fato maior que zero para todo x ∈ R. 3. Seja a, b, c, d > 0 tais que a b < c d . Mostre que a b < a+ c b+ d < c d Soluc¸a˜o ad < bc ad+ ab < bc+ ab a(d+ b) < b(c+ a) a b < c+ a d+ b ad < bc ad+ cd < bc+ cd 29 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA d(a+ c) < c(b+ d) a+ c b+ d < c d Das duas desigualdades anteriores e do fato de que a b < c d resulta que: a b < c+ a d+ b < c d Uma pergunta que pode surgir e´: Como se soube que devia se somar ab na primeira desigual- dade ou cd na segunda? A resposta para isso e´ bem simples. Como ja´ sabemos o resultado fica fa´cil. Por exemplo, queremos provar que: a b < c+ a d+ b < c d Do lado esquerdo temos: a b < c+ a d+ b Onde podemos proceder do seguinte modo: a(d+ b) < (c+ a)b ad+ ab < bc+ ab Assim percebemos que para provar o lado esquerdo precisamos somar ab em ambos os lados. 4. Qual e´ a aproximac¸a˜o da raiz cu´bica de 3 com precisa˜o de uma casa decimal. Soluc¸a˜o Como a precisa˜o e´ de uma u´nica casa decimal a forma mais simples de se resolver o problema e´ por inspec¸a˜o, que nesse caso e´ 1,4. Outro me´todo e´ por meio da formula de Newton (pa´g. 163). 5. Ao terminar um problema envolvendo radicais, os alunos sa˜o instados a racionalizar o denominador do resultado. Por que? Soluc¸a˜o Segundo o BLOG MANTHANO o costume de racionalizar os denominadores das frac¸o˜es remonta a e´poca em que na˜o existia calculadoras, ou seja, era uma questa˜o operacional; que facilitava os ca´lculos manuais. Considerando a frac¸a˜o 1√ 2 e sua forma ja´ racionalizada √ 2 2 30 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA e´ muito mais simples por meio desta ultima encontrar uma representac¸a˜o decimal para estas quantidades. Isso porque e´ muito mais fa´cil realizar a divisa˜o 1.4142 2 do que 1 1.4142 . Para mais detalhes consulte o link: http://manthanos.blogspot.com.br/2011/03/porque-racionalizar-o- denominador.html 6. Considere todos os intervalos da forma [ 0, 1 n ] . Existe um numero em comum entre todos estes intervalos? E se forem tomados intervalos aberto? Soluc¸a˜o O zero pertence a todos os intervalos. No entanto se considerarmos os intervalos abertos e tomarmos n ∈ ( 0, 1 k ) com k > n, tem se que n /∈ ( 0, 1 n ) . Logo na˜o existe um n comum a todos esses intervalos. 7. Considere um numero racional m/n, onde m e n sa˜o primos entre si. Sob que condic¸o˜es este numero admite uma representac¸a˜o decimal finita? Quando a representac¸a˜o e´ uma dizima perio´dica simples? Soluc¸a˜o Nesse caso aplica-se as seguintes regras: • Se n e´ uma potencia de 10 enta˜o m/n admite uma representac¸a˜o decimal finita. • Se n no entanto for primo com 10 enta˜o m/n admite uma representac¸a˜o por meio de uma dizima perio´dica simples. 8. O numero 0, 123456789101112131415... e´ racional ou irracional? Soluc¸a˜o Como a sequencia de nu´meros depois da virgula na˜o e´ perio´dica o numero e´ irracional. 9. Utilize a interpretac¸a˜o geome´trica de modulo para resolver as equac¸o˜es e inequac¸o˜es abaixo: a) |x− 1| = 4 b) |x+ 1| < 2 31 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA c) |x− 1| < |x− 5| d) |x− 2|+ |x+ 4| = 8 e) |x− 2|+ |x+ 4| = 1 Soluc¸a˜o a) |x− 1| = 4 |x− 1| = 4⇒ x− 1 = 4 ou 1− x = 4 enta˜o x = 5 ou x = 3. b) |x+ 1| < 2 |x+ 1| < 2⇔ −2 < x+ 1 < 2⇒ −3 < x < 1 c) |x− 1| < |x− 5| |x− 1| < |x− 5| · 1 |x− 1| |x− 5| < 1∣∣∣∣x− 1x− 5 ∣∣∣∣ < 1⇔ −1 < x− 1x− 5 < 1 Para resolver a primeira inequac¸a˜o faremos o seguinte: −1 < x− 1 x− 5 x− 1 x− 5 > −1 x− 1 x− 5 + x+ 5 x+ 5 > 0 x− 1 + (x+ 5) x− 5 > 0 2x+ 6 x− 5 > 0 Cuja desigualdade ocorre para x > 5 e x < 3. Ja´ a segunda inequac¸a˜o faremos assim: x− 1 x− 5 < 1 32 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA (−1) · x− 1 x− 5 < 1 · (−1) 1− x x− 5 > −1 1− x x− 5 + x− 5 x− 5 > 0 1− x+ (x− 5) x− 5 > 0 1− x+ x− 5 x− 5 > 0 −4 x− 5 > 0 Cuja soluc¸a˜o ocorre somente para x < 5 (basta olhar pro denominador). Assim fazendo a intercessa˜o entre as soluc¸o˜es encontramos como soluc¸a˜o a condic¸a˜o de que x < 3. d) Nesse caso procedemos da seguinte forma: |x− 2|+ |x+ 4| = { x− 2 + |x+ 4| = 8 −(x− 2) + |x+ 4| = 8 De cada equac¸a˜o acima ainda tem-se: x− 2 + |x+ 4| = { x− 2 + x+ 4 = 2x+ 2 = 8 x− 2− (x+ 4) = −6 6= 8 e tambe´m: 2− x+ |x+ 4| = { 2− x+ x+ 4 = 6 6= 8 2− x− x− 4 = −2x− 2 = 8 Dos dois u´ltimos sistemas percebemos que as u´nicas soluc¸o˜es poss´ıveis veˆm de 2x+ 2 = 8⇒ x = 3 e de −2x− 2 = 8⇒ x = −5. De fato testando estes valores temos: |(−5)− 2|+ |(−5) + 4| = | − 7|+ | − 1| = 8 |(3)− 2|+ |(3) + 4| = |1|+ |7| = 8 33 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Assim a soluc¸a˜o para a equac¸a˜o seria: x = −5 e x = 3. e) Procedendo da mesma forma que na questa˜o anterior chega-se a conclusa˜o de que esta equac¸a˜o na˜o tem soluc¸a˜o. 10. Sejam a e b nu´meros reais na˜o negativos. Mostre que: ( a+ b 2 )2 < a2 + b2 2 Interprete geometricamente esta desigualdade. Soluc¸a˜o a2 + b2 2 − ( a+ b 2 )2 = a2 + b2 2 − a 2 + 2ab+ b2 4 = a2 − 2ab+ b2 4 = ( a− b 2 )2 > 0. Portanto a2 + b2 2 > ( a+ b 2 )2 11. Sabendo que os nu´meros reais x, y satisfazem as desigualdades 1, 4587 < x < 1, 4588 e 0, 1134 < y < 0, 1135, teˆm-se os valores exatos de x e y ate´ mile´simos. Que grau de precisa˜o, a partir da´ı, podemos ter para o valor xy? Determine esse valor aproxi- mado. Como proceder´ıamos para obter um valor aproximado de x/y? Qual o grau de precisa˜o encontrado no caso do quociente? Soluc¸a˜o Tendo 1, 4587 < x < 1, 4588 e 0, 1134 < y < 0, 1135 multiplicando termo a termo temos: 0.16541 < xy < 0.16557. Perceba que dentro deste intervalo podemos determinar com certeza que xy= 0.165 com erro inferior a um de´cimo de mile´simo. De forma parecida chegamos que 12.851 < x y < 12.864 onde determinamos que x y = 12.8 com erro inferior a um cente´simo. Se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possa ser feito a devida correc¸a˜o. Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matema´tica acesse: www.number.890m.com 34 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA A MATEMA´TICA DO ENSINO ME´DIO A matema´tica do Ensino me´dio (volume 1) Elon Lages Lima Paulo Cezar Pinto Carvalho. Eduardo Wagner. Augusto Ce´sar Morgado. Resolvido por: Diego Oliveira. 5 Func¸o˜es Afins 1. Quando dobra o percusso em uma corrida de ta´xi, o custo da nova corrida e´ igual ao dobro, maior que o dobro ou menor que o dobro da corrida original? Soluc¸a˜o: Seja x o valor da bandeirada e y o valor por Km percorrido enta˜o o custo (C) sera´: C = x + ky; Onde k e´ uma constante. Se dobra´ssemos o percusso enta˜o o custo seria: C = x + 2ky Se no entanto dobra´ssemos o custo: 2C = 2(x+2ky) = 2x + 4ky Como 2x + 4ky > x + 2ky enta˜o conclui-se que e´ menor que o dobro. 2. A escala da figura abaixo e´ linear. Calcule o valor correspondente ao ponto assinalado. 17 59 Soluc¸a˜o: Graduamos a reta do seguinte modo: 17 59 0 1 2 3 4 5 6 7 8 x Agora fazemos: 35 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 59− 17 8− 0 = x− 17 3− 0 Onde se conclui que x = 41. 3. A escala N de temperatura foi feita com base nas temperaturas ma´ximas e minimas em Nova Iguac¸u. A correspondeˆncia com a escala Celsius e´ a seguinte: N C 0 18 100 43 Em que temperatura ferve a a´gua na escala N? Soluc¸a˜o: C N 018 10043 100 x De acordo com o diagrama acima devemos fazer: 43− 18 100− 0 = 100− 43 x− 100 Onde se conclui que x = 328◦. 4. Uma caixa d’a´gua de 1000l tem um furo por onde escoa a´gua a uma vaza˜o constante. Ao meio dia ela foi cheia e as 6 da tarde do mesmo dia ela tinha apenas 850l. Quando ficara´ pela metade? Soluc¸a˜o: Vamos pensar do seguinte modo. As zero horas a caixa possu´ıa 1000 litros. Seis horas depois possu´ıa 850. Esta situac¸a˜o pode ser entendida pelo gra´fico abaixo. 36 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 0h 1000L 6h 850L θ1 θ2 xh O ponto onde a reta vertical intercepta o eixo x e´ a quantidade de horas que a caixa leva para ficar vazia. Como a inclinac¸a˜o de uma reta e´ constante em qualquer ponto θ1 = θ2 de modo que suas tangentes tambe´m sa˜o iguais assim: 1000− 850 6− 0 = 1000− 0 x− 0 Onde se conclui que a caixa ficara´ vazia apos 40h (x = 40). E como a vaza˜o e´ constante ficara´ pela metade apo´s 20h (40h/2) do inicio da vasa˜o. 5. Um garoto brinca de fazer quadrados com palitos como na figura. Se ele fizer n quadrados quantos palitos usara´? Soluc¸a˜o: 1 quadrado = 4 palitos ou 4 + (1− 1)3 2 quadrado = 7 palitos ou 4 + (2− 1)3 3 quadrado = 10 palitos ou 4 + (3− 1)3 ... n quadrado = 4 + (n− 1)3 Ou seja n quadrados levariam 4 + (n − 1)3 palitos, o que pode ser expresso pela fo´rmula a seguir n = 3n+ 1 37 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 6. Admita que 3 opera´rios, trabalhando 8 horas por dia, construam um muro de 36 metros em 5 dias. a) Quantos dias sa˜o necessa´rios para que uma equipe de 5 opera´rios, trabalhando 6 horas por dia, construam um muro de 15 metros? b) Que hipo´teses foram implicitamente utilizadas na soluc¸a˜o do item anterior. c) Dentro dessa mesma hipo´tese, exprima o numero D de dias necessa´rios a` con- struc¸a˜o de um muro em func¸a˜o do numero N de opera´rios, do comprimento C do muro e do numero H de horas trabalhadas por dia. Soluc¸a˜o a: a) O problema em questa˜o e´ um problema de regra de treˆs composta. 5 3 · 6 8 · 36 15 = 5 x Que implica em x = 5 3 que e´ aproximadamente 1d e 16h. Soluc¸a˜o b: b) O tempo e o numero de opera´rios e´ inversamente proporcional ao tempo. Enquanto a quantidade de metros constru´ıda e´ diretamente proporcional aos dias. Soluc¸a˜o c: c) Usando a ideia de resoluc¸a˜o da regra de treˆs composta chega-se a conclusa˜o de que: D = 10 3 · C NH 7. As leis da f´ısica, muitas vezes, descrevem relac¸o˜es de proporcionalidade direta ou inversa entre grandezas. Para cada uma das leis abaixo, escreva a expressa˜o matema´tica correspondente. a) (Lei da gravitac¸a˜o Universal). Mate´ria atrai mate´ria na raza˜o direta das massas e na raza˜o inversa do quadrado da distaˆncia. b) (Gases perfeitos). A pressa˜o exercida por uma determinada massa de ga´s e´ diretamente proporcional a temperatura absoluta e inversamente proporcional ao volume ocupado pelo ga´s. c) (Resisteˆncia ele´trica). A resisteˆncia de um fio condutor e´ diretamente pro- porcional ao seu seu comprimento e inversamente proporcional a` a´rea de sua sec¸a˜o reta. d) (Dilatac¸a˜o te´rmica). A dilatac¸a˜o te´rmica sofrida por uma barra e´ diretamente proporcional ao comprimento da barra e a` variac¸a˜o de temperatura. 38 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Soluc¸a˜o: a) F = k m1m2 d2 b) pv = ct c) r = k l s d) ∆l = k l ∆t 8. As grandezas X e Y sa˜o inversamente proporcionais. Se X sofre um acre´scimo de 25% qual o decre´scimo percentual sofrido por Y? Soluc¸a˜o: Suponhamos que Y = 1 X k se X for acrecido de 25% teremos: Y = 1 X + 14X k Simplificando Y = 4 5 · k X Ou seja Y sofre uma reduc¸a˜o de 45 , para determinar a porcentagem desta reduc¸a˜o usamos regra de treˆs. Y = 100% 4 5 Y = X% Que implica em X = 80%. 9. Os termos a1, a2, ..., an de uma PA sa˜o os valores f(1), f(2),...,f(n) de uma func¸a˜o afim. a) Mostre que cada ai e´ igual a` a´rea de um trape´zio delimitado pelo gra´fico de f, pelo eixo OX e pelas retas verticais de equac¸o˜es. x = i− 1 2 e x = i+ 1 2 b) Mostre que a soma S = a1 + . . .+an e´ igual a a´rea do trape´zio delimitado pelo gra´fico de f, pelo eixo OX e pelas retas verticais x = 12 e x = n + 1 2 . c) Conclua que S = a1 + an 2 n. Soluc¸a˜o a A func¸a˜o a ser considerada aqui e´: f(i) = a1 + (i - 1)r pois a1,..., an sa˜o termos de uma PA. 39 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA A a´rea do trape´zio e´ o produto entre altura e base me´dia. Pelo gra´fico verificamos que a altura e´ igual a 1. h i− i2 i+ i2 h = i+ 1 2 − ( i− 1 2 ) = 1 Ja´ a base me´dia e´ igual a an. i− i2 i+ i2 Base media = f(i− 1/2) + f(i+ 1/2) 2 = a1 + (n− 1)r. Assim fazendo a base me´dia vezes a altura chega-se a an. 1·an = an Soluc¸a˜o b Seguindo a mesma lo´gica anterior se conclui que S = a1 + an 2 n que e´ o resultado da soma a1 + . . .+ an, como e´ demonstrado na letra c. 40 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Soluc¸a˜o c Esta deduc¸a˜o se encontra em TODO LIVRO de matema´tica do ensino me´dio que se propo˜em a trabalhar com progresso˜es de modo que na˜o sera´ feita aqui. 10. Pessoas apresada podem diminuir o tempo gasto em uma escada rolante subindo alguns degraus da escada no percusso. Para uma certa escada, observa-se que uma pessoa gasta 30 segundos na escada quando sobe 5 degraus e 20 segundos quando sobe 10 degraus. Quantos sa˜o os degraus da escada e qual o tempo normalmente gasto no percusso. Soluc¸a˜o Seja d o numero total de degraus enta˜o: (d− 5)t = 30s (d− 10)t =20s Onde se conclui que: d = 20 Ou seja existem 20 degraus na escada. Substituindo este valor em: ((20)− 5)t = 30s Chegamos a t= 2. Isto e´, a escada leva 2 segundos para deslocar cada degrau. Como existem 40 degraus na escada enta˜o sera˜o necessa´rio 40 segundos para subi-la ou desce-la sem se movimentar. 11. Augusto certo dia, fez compras em 5 lojas. Em cada loja, gastou metade do que tinha e pagou na sa´ıda 2 R$ de estacionamento. Se apo´s toda essa atividade ainda ficou com R$ 20,00 que quantia ele tinha inicialmente? Soluc¸a˜o Como ele gasta sempre metade do que teˆm enta˜o: D 2 + D 4 + D 8 + D 16 + D 32 = 31 32 D Assim: 31 32 D + 22 = D Que resulta em D = 704 R$. 41 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 12. Seguindo as ideias de E.W., construa uma re´gua para medir nu´meros de sapatos. Soluc¸a˜o A cargo do leitor. 13. Estuda-se a implementac¸a˜o da chamada fo´rmula 95. Por essa fo´rmula os trabalhadores teriam direito a` aposentadoria quando a soma de suas idades e tempo de servic¸o chegasse a 95. Adotando essa fo´rmula, quem comec¸asse a trabalhar com 25 anos, com que idade se aposentaria? Soluc¸a˜o A equac¸a˜o e´ a seguinte: Idade + Tempo de servic¸o = 95. No entanto para cada ano de servic¸o e´ somado um ano a idade atual, portanto: Idade = Idade atual + Tempo de servic¸o. Portanto: Idade atual + 2·Tempo de servic¸o = 95 se a idade atual do individuo e´ de 25 anos enta˜o: Tempo de servic¸o = 35. 14. Em uma escola ha´ duas provas mensais, a primeira com peso 2 e a segunda com peso 3. Se o aluno na˜o alcanc¸ar me´dia 7 nessas provas, fara´ prova final. Sua me´dia final sera´ enta˜o a me´dia entre a nota da prova final, com peso 2 e a media das provas mensais, com peso 3. Joa˜o obteve 4 e 6 mas provas mensais. Se a media final para aprovac¸a˜o e´ 5, quanto ele precisa obter na prova final para ser aprovado? Soluc¸a˜o A me´dia antes da prova e´: 4(2) + 6(3) 5 = 5, 2 Assim a nota que ele precisa tirar e´: 5.2(3) + 2n 5 ≥ 5 n ≥ 47 42 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 15. Arnaldo da a Beatriz tantos reais quanto Beatriz possui e da a Carlos tantos reais quanto Carlos possui. Em seguida, Beatriz da´ a Arnaldo e a Carlos tantos reais quanto cada um possui. Finalmente, Carlos faz o mesmo. Terminam todos com 16,00 R$ cada. Quanto cada um possu´ıa no inicio? Soluc¸a˜o Suponha que de inicio Bia tenha x reais, Carlos y reais e Arnaldo z reais. Arnaldo da a Beatriz tantos reais quanto Beatriz possui e da a Carlos tantos reais quanto Carlos possui. Bia = 2x Carlos = 2y Arnaldo = z − (x+ y) Em seguida, Beatriz da´ a Arnaldo e a Carlos tantos reais quanto cada um possui. Bia = 3x− y − z Carlos = 4y Arnaldo = 2z − 2x− 2y Finalmente, Carlos faz o mesmo. Bia = (3x− y − z) + (3x− y − z) = 6x− 2y − 2z Carlos = 4y − [(3x− y − z) + (2z − 2x− 2y)] = 4y − (x− 3y + z) = 7y − x− z Arnaldo = (2z − 2x− 2y) + (2z − 2x− 2y) = 4z − 4x− 4y Terminam todos com 16,00 R$ cada. Bia = 6x− 2y − 2z = 16 Carlos = 7y − x− z = 16 Arnaldo = 4z − 4x− 4y = 16 Resolvendo o sistema de equac¸o˜es chega-se a`: x = 14, y = 8 e z = 26. Assim Bia tinha 14 reais, Carlos possu´ıa 8 reais e Arnaldo 26 reais. 16. Um carro sai de A para B e outro de B para A, simultaneamente, em linha reta, com velocidade constante e se cruzam em um ponto situado a 720m do ponto de partida mais pro´ximo. Completada a viagem, cada um deles para por 10 min e regressa, com a mesma velocidade de ida. Na volta, cruzam-se em um ponto situado a 40m do outro ponto de partida. Qual a distaˆncia de A ate´ B. Soluc¸a˜o3: Seja va a velocidade do carro que sai de A e vb a velocidade do carro que sai de B enta˜o, suponha que apo´s um tempo t de viagem eles se encontram a 720m de A. 3 Soluc¸a˜o retirada da pa´gina da UFPR. Dispon´ıvel em: http://www.mat.ufpr.br/ensinomedio/paginas/solucao.html 43 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Nesse caso podemos dizer que vat = 720 e, chamando de d a distaˆncia entre A e B, temos vbt = d− 720. Fazendo a raza˜o entre as igualdades: vat vbt = 720 d− 720 va vb = 720 d− 720 Seja t′ o tempo decorrido desde o in´ıcio do percurso ate´ o segundo encontro dos carros. Levando em conta os 10 minutos em que cada carro esteve parado, temos: va(t ′ − 10) = d+ 400 e vb(t ′ − 10) = 2d− 400 Dividindo membro a membro estas duas igualdades resulta va vb = d+ 400 2d− 400 . Comparando, obtemos 720 d− 720 = d+ 400 2d− 400 . Segue-se imediatamente que d = 1760. 17. Em uma ferrovia, as estac¸o˜es A e B distam entre si 3 km e a cada 3 min parte um trem de cada uma delas em direc¸a˜o a` outra. Um pedestre parte de A para B, no exato momento em que um trem parte de A para B e outro chega a A vindo de B. Ele chega a B no exato momento em que um trem parte de B para A e outro trem chega a B vindo de A. Em seu caminho, o pedestre encontrou 17 trens que iam no mesmo sentido que ele e com 23 trens que iam no sentido oposto ao seu, a´ı inclu´ıdos os 4 trens ja´ citados anteriormente. As velocidades dos trens sa˜o iguais. Calcule as velocidades dos trens e do pedestre. Soluc¸a˜o4 Seja t minutos o tempo gasto pelo pedestre para ir de A a B. Ate´ chegar a B, ele foi ultra- passado por 16 trens (contando com o ultimo, que chegou junto com ele). Este ultimo trem saiu de A 16× 3 = 48 minutos apos o pedestre, logo levou t− 48 minutos para ir de A a B. Seja v a velocidade do pedestre e w a dos trens. Enta˜o w(t− 48) = vt = 3km. Por outro lado, o primeiro trem que cruzou com o pedestre (na direc¸a˜o contra´ria) saiu de B 22 × 3 = 66 minutos antes do trem que estava saindo de B no momento em que chegava o pedestre. Logo, o tempo que aquele primeiro trem gastou para ir de B ate´ A foi 66− t minutos. (Saiu ha´ 66 minutos mas ja´ chegou ha´ t minutos.) Enta˜o w(66− t) = vt = 3km. Assim, t − 48 = 66 − t, donde t = 57 minutos e t − 48 = 9 minutos. Como w(t − 48) = 3k, segue-se que w = 1Km/3min = 20km/h. A velocidade dos trens e´, portanto, 20km por hora. A velocidade do pedestre e´ v = 3/t = 3/57km por minuto, ou seja 180/57 km/h = 60/19 Km/h. 4Soluc¸a˜o retirada da pa´gina da UFPR: http://www.mat.ufpr.br/ensinomedio/paginas/solucao.html 44 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 18. Dado o gra´fico abaixo, obtenha, em cada caso, o gra´fico da func¸a˜o g tal que: O f y x a) g(x)=f(x)-1 b) g(x)=f(x-1) c) g(x)=f(-x) d) g(x)=2(f(x)) e) g(x)=f(2x) f) g(x)=|f(x)| g) g(x)=f(|x|) h) g(x)=max{f(x), 0} Soluc¸a˜o a) O gra´fico e´ deslocado uma unidade para baixo. b) O gra´fico e´ deslocado uma unidade a direita. c) A imagem do gra´fico e´ refletida em torno do eixo y. d) Duas semi retas com origem no ponto (1,−2). Uma passa pelo ponto (0,2) e a outra (2,0) (UFPR). e) Duas semi retas com origem no ponto (0.5,−1). Uma passa pelo ponto (0,1) e a outra (1,0) (UFPR). f) A parte da func¸a˜o abaixo do eixo x e´ refletida para cima formando um W. g) A parte do gra´fico que tem x > 0 mais a reflexa˜o dessa mesma parte em torno do eixo Y (UFPR). h) O gra´fico de f , com a parte que tem y < 0 substitu´ıda pelo intervalo [0.5, 2] do eixo X (UFPR). 45 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 19. Determine os valores reais de x que satisfazem: a) 2x+ 3− (x− 1) < x+ 1 b) 2x+ 3− (x− 1) < x+ 5 c) min{x+ 1; 5− x} > 2x− 3 d) min{x+ 1; 5− x} < 2x e) min{2x− 1; 6− x} = x f) 2|x+ 1| − |1− x| ≤ x+ 2 g) (2x+ 3)(1− x) = (2x+ 3)(x− 2) h) |x+ 1− |x− 1|| ≤ 2x− 1 Soluc¸a˜o: a) 2x+ 3− (x− 1) < x+ 1 2x+ 3− x+ 1 < x+ 1 x+ 4 < x+ 1 4 < 1 Como a condic¸a˜o na˜o e´ verdadeira para nenhum x enta˜o a inequac¸a˜o na˜o teˆm soluc¸a˜o. b) 2x+ 3− (x− 1) < x+ 5 2x+ 3− x+ 1 < x+ 5 x+ 4 < x+ 5 4 < 5 Ou seja, a inequac¸a˜o se satisfaz paraqualquer valor de x. c) min{x+ 1; 5− x} > 2x− 3 min{x+ 1; 5− x} > 2x− 3 x+ 1 > 2x− 3⇒ x < 4 5− x > 2x− 3⇒ x < 8 3 46 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Como 8 3 < 4 enta˜o a soluc¸a˜o sera´ x < 8 3 . d) min{x+ 1; 5− x} < 2x Ana´logo ao anterior. e) min{2x− 1; 6− x} = x x = 1 ou x = 3 f) 2|x+ 1| − |1− x| ≤ x+ 2 2|x+ 1| − |1− x| ≤ x+ 2 = { 2(x+ 1)− |1− x| ≤ x+ 2 −2(x+ 1)− |1− x| ≤ x+ 2 2(x+ 1)− |1− x| ≤ x+ 2 = { 2(x+ 1)− 1 + x ≤ x+ 2 (1) 2(x+ 1) + 1− x ≤ x+ 2 (2) −2(x+ 1)− |1− x| ≤ x+ 2 = { −2(x+ 1)− 1 + x ≤ x+ 2 (3) −2(x+ 1) + 1− x ≤ x+ 2 (4) De (1) teˆm-se: 2x+ 2− 1 + x ≤ x+ 2 3x+ 1 ≤ x+ 2 2x ≤ 1⇒ x ≤ 1 2 A inequac¸a˜o (2) na˜o teˆm soluc¸a˜o. A inequac¸a˜o (3) teˆm soluc¸a˜o para todo valor de x ≥ −5 2 . A inequac¸a˜o (4) teˆm soluc¸a˜o apenas para x ≥ −3 4 . Assim a soluc¸a˜o da inequac¸a˜o sera´: x ∈ [ −3 4 , 1 2 ] g) x = ±3 2 47 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA h) Ana´logo aos anteriores. 20. Resolva a inequac¸a˜o. 1 2x+ 1 < 1 1− x Soluc¸a˜o: 1 2x+ 1 1 1− x < 0 (1− x)− (2x+ 1) (1− x)(2x+ 1) < 0 − 3x−2x2 + x+ 1 < 0 Ou seja, resolver a inequac¸a˜o inicial e´ o equivalente a resolver: 3x −2x2 + x+ 1 > 0 Cuja soluc¸a˜o ocorre para x ∈ (−∞,−0.5) ∪ [0, 1). 21. Determine a imagem da func¸a˜o f : R→ R tal que f(x) = max{x− 1, 10− 2x}. Soluc¸a˜o: A imagem e´ o intervalo [ 8 3 ,∞ ] . Para visualizar essa imagem e´ necessa´rio esboc¸ar o gra´fico da func¸a˜o. 22. Fac¸a os gra´ficos de: a) f(x) = min{4− x;x+ 1} b) f(x) = |x+ 1| − |x− 1| 48 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Soluc¸a˜o5: a) O angulo reto com ve´rtice no ponto (3/2, 5/2) e lados passando pelos pontos (−1, 0) e (4, 0). b)As semi-retas horizontais S = {(x,−2); x ≤ −1} e S′ = {(x, 2); x ≥ 1}, juntamente com o segmento de reta que liga os pontos A = (−1,−2) a B = (1, 2), os quais sa˜o as origens dessas semi-retas. 23. Identifique o conjunto dos pontos (x,y) tais que: |x|+ |y| = 1 |x− y| = 1 Soluc¸a˜o: a) (x,y) = {(1, 0); (0, 1); (−1, 0); (0,−1)} b) |x− y| = 1⇒ x− y = 1 ou y − x = 1. Nesse caso a soluc¸a˜o seria ambas as possibilidades, a saber: a reta y = x+ 1 e y = x− 1. 24. Um supermercado esta´ fazendo uma promoc¸a˜o na venda de alcatra: um desconto de 10% e´ dado nas compras de treˆs quilos ou mais. Sabendo que o prec¸o do quilo de alcatra e´ de R$ 4.00 pede-se: a) O gra´fio do total pago em func¸a˜o da quantidade comprada. b) O gra´fico do prec¸o me´dio por quilo em func¸a˜o da quantidade comprada. c) A determinac¸a˜o de quais consumidores poderiam ter comprado mais alcatra pelo mesmo prec¸o. Soluc¸a˜o: a) f(x) = { 4x para x ∈ (0, 3) 3.6x para x ∈ [3,∞) b) f(x) x = { 4 para x ∈ (0, 3) 3.6 para x ∈ [3,∞) 5Soluc¸a˜o retirada da pa´gina da UFPR: http://www.mat.ufpr.br/ensinomedio/paginas/solucao.html 49 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA c) (Soluc¸a˜o retirada da pa´gina da UFPR6) Se 2.7 < x < 3 enta˜o, pondo x′ = 4 3.6 x, temos x′ > x e f(x′) = 3.6x′ (pois x′ > 3), portanto f(x′) = 4x = f(x). 25. Um supermercado esta´ fazendo uma promoc¸a˜o na venda de alcatra: um desconto de 10% e´ dado nos quilos que excederem a 3. Sabendo que o prec¸o do quilo de alcatra e´ de R$ 4.00 pede-se: a) O gra´fico do total pago em func¸a˜o da quantidade comprada. b) O gra´fico do prec¸o me´dio por quilo em func¸a˜o da quantidade comprada. c) A determinac¸a˜o de quantos quilos foram compradas por um consumidor que pagou R$. Soluc¸a˜o: a) f(x) = { 4x para x ∈ (0, 3] 12 + 3.6(x− 3) para x ∈ (3,∞) A equac¸a˜o 12 + 3.6(x− 3) foi deduzida atrave´s da tabela a seguir: Quantidade Valor 4 12+3.6·1 5 12+3.6·2 6 12+3.6·3 7 12+3.6·4 No entanto, perceba que o valor pode ser expresso em termos de quantidade de alcatra (seja la´ o que isso for), comprada. Quantidade Valor 4 12+3.6·(4-3) 5 12+3.6·(5-3) 6 12+3.6·(6-3) 7 12+3.6·(7-3) x 12+3.6·(x-3) b) f(x) x = { 4 para x ∈ (0, 3] 3.6 + 1.2 x para x ∈ (3,∞) 6http://www.mat.ufpr.br/ensinomedio/paginas/solucao.html 50 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA c) O consumidor que pagou R$ 15,00 levou 3.83Kg. 12 + 3.6(x− 3) = 15⇒ x = 3.83Kg 26. Os novos valores de IR-fonte: Base de ca´lculo Al´ıquota Parcela a deduzir Ate´ R$ 900 Isento 0 De R$ 900 a R$ 1800 15% R% 135% Acima de R$ 1800 25% R% 315% Baseado na tabela acima, construa o gra´fico do imposto a pagar em func¸a˜o do rendimento. Soluc¸a˜o: Para resolver esta questa˜o assumi as condic¸o˜es do problema 27. Isto e´: supondo que a renda liquida e´ calculada atrave´s de uma expressa˜o da fora y = ax − p, onde a seria a al´ıquota e p a parcela a se deduzir. f(x) = 0 para x ∈ [0, 900]0.15x− 135 para x ∈ (900, 1800] 0.25x− 315 para x ∈ (1800,∞) 27. O imposto de renda y pago por uma pessoa que, em 1995, teve uma renda l´ıquida y calculado atrave´s de uma expressa˜o da forma y = ax− p, onde a al´ıquota a e a parcela a deduzir p dependem da renda x e sa˜o dadas por uma tabela, parcialmente fornecida a seguir: Renda (em R$) Al´ıquota (a) Parcela a Deduzir (p) Ate´ 8800 0% 0 De 8800 a 17.160 15% De 17.160 a 158.450 26% Mais de 158.450 35% (a) Complete a tabela, de modo que o imposto a pagar varie continuamente com a renda (isto e´, na˜o haja saltos ao se passar de uma faixa de renda para outra). (b) Se uma pessoa esta´ na terceira faixa e sua renda aumenta de R$ 5 000,00, qual sera´ seu imposto adicional (supondo que este acre´scimo na˜o acarrete uma mudanc¸a de faixa)? (c) E comum encontrar pessoas que lamentam estar no in´ıcio de uma faixa de taxac¸a˜o (“que azar ter recebido este dinheiro a mais!”). Este tipo de reclamac¸a˜o e´ procedente? (d) A tabela de taxac¸a˜o e´, as vezes, dada de uma outra forma, para permitir o ca´lculo do imposto atrave´s de uma expressa˜o da forma y = b(x− q) (isto e´, primeiro se deduz a parcela q e depois se aplica a al´ıquota). Converta a tabela acima para este formato (isto e´, calcule os valores de b e q para cada faixa de renda). (e) Qual a renda para a qual o imposto e´ igual a R$ 20.000,00? 51 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Soluc¸a˜o7: (a) As parcelas a deduzir sa˜o 0, 1320, 3207, 60 e 17468, 10. (b) 0, 26 · 5000 = 1300. (c) Na˜o, porque a func¸a˜o que descreve a renda l´ıquida (renda menos o imposto) em termos da renda e´ uma func¸a˜o crescente. (d) Em cada faixa de renda, devemos ter ax− p = b(x− q) = bx− bq, para todo x. Ou seja, b = a e p = bq. Assim, b = 0% e q e´ arbitra´rio para a faixa 1, b = 15% e q = 8800 para a faixa 2, b = 26% e q = 12.336, 92 para a faixa 3 e b = 35% e q = 49908, 86 para a faixa 4. (e) Inicialmente, vamos calcular o IR nos pontos de mudanc¸a de faixa: Renda IR 8800 0 17160 1254,24 158450 37983,40 Logo, um IR igual a R$ 20 000,00 e´ pago na faixa de tributac¸a˜o de 17.160 a 158,450. A renda correspondente satisfaz 0, 26x− 3207, 60 = 20.000, ou seja, ela e´ igual a R$ 89.260, 00. 28. Uma copiadora publicou a seguinte tabela de prec¸os: Numero de co´pias Prec¸o por co´pia de 1 a 19 R$ 0.1 de 20 a 49 R$ 0.08 50 ou mais R$ 0.06 Esboce o gra´fico da func¸a˜o que associa a cada natural n o custo de n co´pias de um mesmo original. Soluc¸a˜o: f(x) = 0.1x para x ∈ [0, 900]0.08x para x ∈ (900, 1800] 0.06x para x ∈ (1800,∞) 29. Discuta o nu´mero de soluc¸o˜es da equac¸a˜o |x − 2| = ax + b que ocorre em func¸a˜o dos paraˆmetros a e b. Soluc¸a˜o: |x− 2| = ax+ b = { x− 2 = ax+ b⇒ (a− 1)x+ (b+ 2) 2− x = ax+ b⇒ (a+ 1)x+ (b− 2) 7Resolvida por Humberto Jose´Bortolossi. Dispon´ıvel em: http://www.professores.uff.br/hjbortol/disciplinas/2011.1/gma00116/listas/gma00116-lista-12.pdf 52 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Repare que em cada caso temos apenas uma u´nica possibilidade de soluc¸a˜o. Assim a equac¸a˜o teˆm duas soluc¸o˜es poss´ıveis, a saber: − b+ 2 a− 1 e − b− 2 a+ 1 . 30. Chama-se de func¸a˜o rampa a uma func¸a˜o poligonal f : [a, b]→ R, cujo gra´fico e´ de uma das formas abaixo: Isto e´, f tem dois patamares [a, c] e [d, b], onde assume, respectivamente, os valores 0 e D, ligados por uma rampa. a) Mostre que toda func¸a˜o rampa pode ser escrita na forma f(x) = α 2 [(d− c) + |x− c|+ |x− d|], para todo x ∈ [a, b], onde α = D d− c e´ a inclinac¸a˜o da rampa. b) Mostre que toda func¸a˜o poligonal definida em um intervalo [a, b] pode ser expressa como uma soma de uma func¸a˜o constante (que pode ser vista como uma func¸a˜o rampa de inclinac¸a˜o zero) com um nu´mero finito de func¸o˜es rampa. Escreva nesta forma a func¸a˜o poligonal cujo gra´fico e´ dado abaixo. 1 2 3 4 -1 -1 x y 53 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA c) Conclua que toda func¸a˜o poligonal definida em um intervalo [a,b] pode ser escrita na forma f(x) = A+ α1|xα1|+ α2|x− a2|+ · · ·+ α11|x− αn|, para todo x ∈ [a, b], onde α1, α2, ..., αn sa˜o as abscisas dos ve´rtices da poligonal. Escreva nesta forma a func¸a˜o poligonal cujo gra´fico e´ dado acima. 31. Dadas as progresso˜es aritme´ticas (a1, a2, ..., an, ...) e (b1, b2, ..., bn, ...) mostre que existe uma, e somente uma, func¸a˜o afim f : R→ R tal que f(a1) = b2, ..., f(an) = bn, ... Soluc¸a˜o: Suponha por absurdo que exista uma func¸a˜o afim g 6= f tal que g(a1) = b2, ..., g(an) = bn, ... Sendo assim: g(a1) = f(a1) g(a2) = f(a2) g(a3) = f(a3) ... Sendo g(a1) = a(a1) + b e f = a ′(a1) + b′ enta˜o: g(a1) = f(a1)⇒ a1 = b ′ − b a− a′ g(a2) = f(a2)⇒ a2 = b ′ − b a− a′ g(a3) = f(a3)⇒ a3 = b ′ − b a− a′ ... O que implica em um absurdo, pois se todos os termos da sequeˆncia (a1, a2, a3, ...) sa˜o iguais a mesma na˜o pode ser uma progressa˜o aritme´tica. 32. A e B sa˜o duas locadoras de automo´vel. A cobra 1 real por quiloˆmetro rodado mais uma taxa fixa de 100 reais. B cobra 80 centavos por quiloˆmetro rodado mais uma taxa fixa de 200 reais. Discuta a vantagem de A sobre B ou d B sobre A em func¸a˜o do numero de quiloˆmetros a serem rodados. 54 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Soluc¸a˜o: Vamos determinar quando A e´ mais vantajoso que B. 1x+ 100 < 200 + 0.8x 0.2x < 100⇒ x < 500 Assim ate´ 500 quiloˆmetros a empresa A e´ mais vantajosa que a B. Agora determinemos quando B e´ mais vantajoso que A. 1x+ 100 > 200 + 0.8x 0.2x > 100⇒ x > 500 Assim acima de 500 quiloˆmetros a empresa B e´ mais vantajosa que a A. 33. Defina uma func¸a˜o f : R → R pondo f(x) = 2x se x e´ racional e f(x) = 3x se x e´ irracional. Mostre que se tem f(nx) = nf(x) para todo n ∈ Z e todo x ∈ R mas f na˜o linear. Soluc¸a˜o: 34. Prove que a func¸a˜o f : R→ R, definida por f(x) = 3x+sen(2pix), e´ crescente e, para todo x ∈ R fixado, transforma a progressa˜o aritme´tica x, x+ 1, x+ 2, ... numa progressa˜o geome´trica. Entretanto, f na˜o e´ afim. Por que isto na˜o contradiz o fato provado no final da sec¸a˜o 4 (pa´g. 102)? Soluc¸a˜o8: Para todo x ∈ R, como sen[2x(x+ 1)] = sen(2pix), segue-se que f(x+ 1)−f(x) = 7, portanto a sequeˆncia f(x), f(x+ 1), ..., f(x+n), ... e´ uma progressa˜o aritme´tica de raza˜o 7. A maneira de f e f ′ (x) = 7 + 2pi · cos(pix). Como [2pi · cos(pix) ≤ 2pi < 7, teˆm-se f ′(x) > 0 para todo x, logo f e´ crescente. Se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possa ser feito a devida correc¸a˜o. Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matema´tica acesse: www.number.890m.com 8Soluc¸a˜o retirada da pa´gina da UFPR. Dispon´ıvel em: http://www.mat.ufpr.br/ensinomedio/paginas/solucao.html 55 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA A MATEMA´TICA DO ENSINO ME´DIO A matema´tica do Ensino me´dio (volume 1) Elon Lages Lima Paulo Cezar Pinto Carvalho. Eduardo Wagner. Augusto Ce´sar Morgado. Resolvido por: Diego Oliveira 6 Func¸o˜es Quadra´ticas 1. Encontre a func¸a˜o quadra´tica cujo gra´fico e´ dado em cada figura abaixo: 2 2 8 (1.9)(5,13) (3,5) Soluc¸a˜o 1a: Usando a forma canoˆnica: f(x) = a(x− 3)2 + 5 como f(5) = 13 enta˜o: a(5− 3)2 + 5 = 13 Que implica em a = 2. Assim a func¸a˜o quadra´tica sera´ f(x) = 2(x− 3)2 + 5. Soluc¸a˜o 1b: Explorando a simetria da para´bola a coordenada “x” do ve´rtice estara´ a 2 unidades da reta y = 2 e y = −2. 56 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA |2|+ | − 2| 2 = 2uc Logo a coordenada “x” do ve´rtice esta´ em 0. Usando a forma canoˆnica. f(x) = a(x− 0)2 + y1 = ax2 + y1 Assim sabemos que a func¸a˜o e´ da forma f(x) = ax2 + y1 com isso montamos o sistema.{ 3 = a(−2)2 + y1 9 = a(1)2 + y1 ⇒ a = −2; y = 11 Assim a equac¸a˜o do gra´fico sera´: f(x) = −2x2 + 11. 2. Identifique os sinais de a, b e c nos gra´ficos de func¸o˜es quadra´ticas f(x) = ax2 + bx + c dados abaixo. GRA´FICO UM O GRA´FICO DOIS O GRA´FICO TREˆS O 57 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Soluc¸a˜o: 1◦ gra´fico: a < 0, b > 0, c > 0. 2◦ gra´fico: a > 0, b > 0, c < 0. 3◦ gra´fico: a > 0, b < 0, c > 0. 3. Escreva cada uma da func¸o˜es quadra´ticas abaixo na forma f(x) = a(x− b)2 + c. A seguir, calcule suas ra´ızes (se existirem), o eixo de simetria de seu gra´fico e seu valor mı´nimo ou ma´ximo. a) f(x) = x2 − 8x+ 23 b) f(x) = 8x− 2x2 Soluc¸a˜o 3a: Encontrando o ve´rtice da func¸a˜o: − b 2a = − (−8) 2(1) = 4 f(4) = 42 − 8(4) + 23 = 7 Logo o ve´rtice ocorre em (4,7). Assim a forma canoˆnica da func¸a˜o e´: f(x) = 1(x− 4)2 + 7 Como o ponto (4,7) ocorre acima do eixo x e a para´bola e´ voltada para cima, enta˜o a func¸a˜o na˜o teˆm raiz. O eixo de simetria e´ a reta x = 4 e o ponto de minimo e´ 7. Soluc¸a˜o 3b: As ra´ızes da equac¸a˜o ocorrem para x = 0 e x = 4. f(x) = 8x− 2x2 x(8− 2x) O ve´rtice da func¸a˜o ocorre em (2, 8). − b 2a = − 8 2(−2) = 2 f(2) = 2(8− 2(2)) = 8 Logo a forma canoˆnica da func¸a˜o e´: f(x) = −2(x− 2)2 + 8. Como a para´bola e´ voltada para baixo enta˜o: o eixo de simetria e´ a reta x = 2 e o valor de ma´ximo e´ 8. 58 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA 4. Observe os gra´ficos abaixo, que representam as para´bolas y = ax2 para diversos valores de a. Estas para´bolas sa˜o semelhantes entre si? O 3 1/3 1 a=3 a=1 a=1/3 y = ax2 Soluc¸a˜o: Dada uma func¸a˜o y = ax2 enta˜o toda func¸a˜o y′ = (ka)x2 com k ∈ R sa˜o semelhantes entre si e a y = ax2. Logo todas as func¸o˜es do problema sa˜o semelhantes. 5. Encontre a unidade que deve ser usada nos eixos cartesianos de modo que a para´bola abaixo seja o gra´fico da func¸a˜o f(x) = 2x2. O Soluc¸a˜o: No gra´fico trac¸amos a func¸a˜o g(x) = x. (0,0) P 59 A Matema´tica do Ensino Me´dio Diego Oliveira - Vito´ria da Conquista / BA Os pontos de intercessa˜o ira´ ocorrer em (0,0) e (0.5, 0.5). g(x) = f(x) x = 2x2 2x2 − x = 0 x(2x− 1) = 0⇒ x = 0 ex = 0.5 Onde f(0) = 0 e f(0.5) = 0.5 Duplicando a coordenada x de (0.5, 0.5) encontramos a unidade. 6. Encontre os valores mı´nimos e ma´ximo assumidos pela func¸a˜o f(x) = x2− 4x+ 3 em cada um dos intervalos abaixo: a) [1, 4] b) [6, 10] Soluc¸a˜o A func¸a˜o teˆm concavidade para cima e
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