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trabalho Camilo Sitte

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22
UniEVANGÉLICA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISO
CAMILLO SITTE:
A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS 
CAMILA ARAÚJO REIS
LARISSA CRISTINA MOREIRA RIBEIRO
Anápolis, 2015.
CAMILA ARAÚJO REIS
LARISSA CRISTINA MOREIRA RIBEIRO
CAMILLO SITTE:
A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS
Trabalho apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da UniEvangélica- Centro Universitário, para avaliação parcial da disciplina Estudos Urbanos sob orientação do(a) Prof.(a) Sergio Batista Temer. 
Anápolis, 2015.
lista de figuras
	Figura 1 – Camilo Sitte, 1903 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	6
	Figura 2 – Livro Escrito Por Camillo Sitte, 1889 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	7
	Figura 3 – Cidade Industrial Europeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	8
	Figura 4 – Ringstrasse. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	9
	Figura 5 – Cidade Medieval. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	10
	Figura 6 – Planta De Palmanova, Cidade Renascentista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	11
	Figura 7 – Modelo De Praça, Ruas Perpendiculares Com Linha De Visão . . . . . . . . . . 
	12
	Figura 8 – Piazza Del Duomo, Em Pisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	12
	Figura 9 – Esquema Ilustrativo De Duas Praças Livre E Monumentos . . . . . . . . . . . . . 
	13
	Figura 10 – Estátua Equestre De Guattamelata, De Donatello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	13
	Figura 11 – Bergamo, Exemplo De Praça Fechada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	14
	Figura 12 – Florença, Pórticos Do Uffizi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	14
	Figura 13 – Módena; I Praça De San Dominico E II Praça Reale. . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	15
	Figura 14 – Vista Aérea Perspectiva De Módena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	15
	Figura 15 – Verona; I Praça D'erbe E II Praça De Stgnorte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	16
	Figura 16 – Módena; I Praça De Legna, II Praça Grande, III Praça Torre . . . . . . . . . . . 
	16
	Figura 17 – Vista Aérea Perspectiva De Módena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	17
	Figura 18 – Fridburgo, Praça Da Catedral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	17
	Figura 19 – Munique, Praça De Nossa Senhora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	18
	Figura 20 – Sistemas Modernos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	19
sumário
	INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	5
	1 camillo sitte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	6
	2 URBANISMO CULTURALISTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	7
	3 A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS, o livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	7
	4 chegada da industrialização na europa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	8
	5 VIENA ESTAVA EM UMA GRANDE EXPANSÃO HABITACIONAL E URBANIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	9
	6 CIDADES MEDIEVAL E RENASCENTISTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	10
	7 RELAÇÕES ENTRE CONSTRUÇÕES, MONUMENTOS E PRAÇAS . . . . . . . 
	11
	8 O CENTRO LIVRE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	12
	9 A COESÃO, DIMENSÃO E FORMA DAS PRAÇAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	13
	10 IRREGULARIDADE DE PRAÇAS ANTIGAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	15
	11 CONJUNTO DE PRAÇAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	16
	12 PRAÇAS DO NORTE DA EUROPA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	17
	13 A ESCASSEZ DE MOTIVOS E A MONOTONIA DOS COMPLEXOS URBANOS MODERNOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	18
	13.1 Arquiteto, Construtor De Cidades Sanitaristas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	18
	14 SISTEMAS MODERNOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	19
	15 OS LIMITES DA ARTE NA CONSTRUÇÃO MODERNA . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	20
	15.1 O Gigantismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	20
	15.2 O Problema Econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	20
	16 EXEMPLO DE UMA REFORMA URBANA SEGUNDO PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	21
	CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
	22
	REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
	23
INTRODUÇÃO 
Este trabalho tem por finalidade aprofundar os conhecimentos sobre uma entre tantas interpretações da cidade, acima do pensamento do arquiteto e urbanista Camillo Sitte, um dos pioneiros do urbanismo culturalista, que defende a construção de uma cidade ideal ligada a princípios artísticos.
Sitte por meio de seu livro Der Stadtebau (A Construção das Cidades) que se acresce do subtítulo Segundo Seus Princípios Artísticos, coloca em discussão os conceitos sobre a cidade moderna, já próxima da virada do século XX, dando ênfase sobre qual deveria ser o lugar da arte no espaço público e urbano.
O objetivo principal se baseia na análise sob um aspecto técnico artístico, das cidades antigas e cidades modernas, acerca do pensamento sittiano sobre a composição destas com base na harmonia e na confusão/monotonia, respectivamente. 
camillo sitte
Camillo Sitte (1843-1903), arquiteto austríaco e urbanista formado na Escola Imperial e Real das Artes Industriais de Viena, pioneiro do urbanismo ou modelo culturalista, filho de Franz Sitte, também arquiteto. Sitte visa a qualidade de vida no desenho da cidade, considerado o primeiro pensador a olhar a cidade do passado sob o ponto de vista estético (esteta), fascinado pela cidade medieval e também pela relação cidade versus pessoas. 
Figura 1 - Camillo Sitte 1903
Possuía vastos conhecimentos da arqueologia medieval e renascentista que inspiraram-lhe uma teoria e um modelo da cidade ideal, que ele desenvolveu na obra Der Stadtebau nach seinen kunstlerischen Grundsatzen (A Construção das Cidades Segundo Seus Princípios Artísticos), de 1889, uma forma de protesto contra o governo e seus preceitos, já que ele procura qualidade de vida, é contra demolição dos antigos núcleos e dos espaços simbólicos, é contra espaços diferenciados, repulsa o industrialismo. Sitte, com raízes na Áustria, uma sociedade que lutava para viver com a cultura artesã, demonstrava a valorização que tinha sobre o artista e a aparência do espaço como um todo.
A obra Der Stadtebau de inspiração essencialmente estetizante, estava destinada a polemizar contra as transformações de Viena e o planejamento doRing segundo os princípios haussmanianos, porém não teve efeito sobre o destino urbanístico da capital austríaca e as concepções de Otto Wagner, e pelo caráter humano das soluções que preconiza, Sitte representa pelo contrário, para Le Corbusier e os progressistas, a encarnação de uma vocação retrógada do passado. Quando foi publicada, grande número de municipalidades o convidaram para seus projetos de extensão, mas apesar de trabalhar em varias cidades, faz uma crítica fervorosa a Ringstrasse e seu ideal de planejamento.
urbanismo culturalista 
A corrente culturalista surgiu por volta de 1880 e 1890, na obra de Camillo Sitte que curiosamente acentuou-se no sul e no leste da Grã-Bretanha, onde se predominou durante grande e maior parte deste século. Os princípios ideológicos deste modelo são exemplificadas como a totalidade (a aglomeração urbana) que prevalece sobre as partes (os indivíduos), e o conceito cultural sobre a noção material da cidade. Sitte foi um dos pensadores que estabeleceu as bases dos pensamentos culturalistas, onde a cidade do século XX é vista como um processo de deterioração de suas qualidades espaciais, no sentido da perda de valores historicamente ocultos, enfim, o modelo culturalista é baseado no contexto histórico social da cidade pré-industrial, isto é, a busca no passado pela caracterização dos espaços urbanos segundo valores históricos e unidade territorial, social e espacial.
A CONSTRUÇÃO Das cidades segundo seus princípios artísticos, o livro
Camillo Sitte por meio do livro, especificamente uma pesquisa detalhada, apresenta argumentos que ele acredita serem os melhores para a construção das cidades, onde a escolha do termo "construção das cidades" para o livro ao invés de planejamento ou projeto, mostra a perspectiva empírica de sua abordagem, enfatizando a síntese das artes produzida na prática artesanal, no lugar do projeto ou desenho prévio, fato este que pode ser explicado por sua formação no meio do artesanato junto ao seu pai e suas influências teóricas, Gottfried Semper e Richard Wagne.
Figura 2 - Livro Escrito por Camillo Sitte, 1889
Sitte analisa os espaços das antigas cidades (tendo a praça como elemento repetitivo), estuda os padrões morfológicos do espaço público urbano e se baseia no conceito de simetria de Vitrúvio, onde o mais importante nas cidades é a simetria no sentido de harmonia, qualidade estética dos espaços e a relação adequada entre as construções x centro livre x pessoas, para criar conforto, aconchego e espacialidade nos espaços públicos, além de avaliar o planejamento urbano do seu tempo, questiona critérios técnicos e higienistas. Suas idéias de desenho urbano, consiste em “ordenar os espaços em atrativos patterns e seqüências”  e não numa articulação de edifícios isolados sobre uma malha viária. O desenho urbano de Sitte é tridimensional, movido pelo gosto e sensibilidade.
chegada da industrialização na europa 
Pensador que olha para a cidade do passado sob o ponto de vista estético, tem fascínio pela cidade medieval, por como as pessoas se relacionavam, as feiras, os bairros. Na sua visão, esta relação foi perdida na cidade industrial que acarretou com a dimensão da cidade não comportar os hábitos de convivência, faz crítica às intervenções de Haussmann - onde não existe preocupação com o antigo, com a preservação. 
Figura 3 - Cidade Industrial Europeia
Fonte: managerprojectbru.blogspot.com
O urbanismo culturalista demonstrava uma preocupação com o verde, com a preservação da natureza na cidade, com a higiene e a limpeza, mas em outros aspectos diferiam dos outros modelos de urbanismo em quase tudo. As cidades deveriam voltar a ter limites precisos, tal como as urbes medievais, as ruas tortuosas, a topografia e as linhas assimétricas deveriam ser mantidas. Nada de padrões e protótipos. A população deveria ser descentralizada e adensada apenas em alguns pontos, como em prédios comunitários e culturais. Exaltavam o conceito de cultura em contraposição ao de progresso, sem dúvida um avanço político, mas de alcance reduzido por uma visão nostálgica e romântica que teimava em negar o presente. Camillo Sitte foi radicalmente contra as linhas retas, a monumentalidade das edificações, sua padronização e simetria. Considerado retrógrado, apregoava o retorno às praças fechadas medievais, tendo se desinteressado pela questão da circulação. Pretendia claramente recolocar no repertorio dos construtores a ideia de um espaço público trabalhado artisticamente.
A modernidade traria consigo, como rebatimento para o espaço urbano, a elisão da artisticidade do local e a supervalorização da razão e da técnica, por esse motivo, Sitte vê a cidade de seu tempo com certa carga de negatividade e vai buscar nos exemplos de outras urbes antigas uma essência que perpasse os tempos para compor espaços urbanos artísticos e agradáveis.
viena estava em uma grande expansão habitacional e urbanização
O foco da reconstrução urbana foi, o cinturão ao redor do núcleo de Viena, reforma esta realizada pela burguesia vienense. Como a reforma foi baseada nos interesses da classe mais rica não houve preocupação em melhorar as condições de vida da população nas áreas periféricas da cidade. As primeiras reformas tem foco sanitarista e higienista como: a canalização do rio Danúbio para evitar inundações, o sistema eficiente de fornecimento de água, o sistema sanitário público e a construção do primeiro hospital público.
Após essas reformas percebiam o crescimento da população, assim vieram outros planos de reforma, entre eles o plano Ringstrasse, que iniciou com o interesse de derrubar as muralhas antigas da cidade, visando melhorar a ligação entre a área central e a área de expansão da cidade. No lugar das antigas muralhas foi construída uma avenida – a Ringstrasse – ao longo da qual foram construídos edifícios,parques e jardins.
Figura 4 - Ringstrasse
Fonte: https://www.wien.gv.at
Camillo Sitte condenava os princípios artísticos da transformação do Ringstrasse de Viena. O termo mais comum utilizado para descrever o Ringstrasse em 1860 era “embelezamento da cidade”. Termo que Sitte não devia concordar ; pois, seu livro “A Construção das cidades segundo seus Princípios Artísticos”, chamava atenção para a dimensão estética da cidade, situando-se criticamente com os princípios que baseavam o programa de remodelação do Ringstrasse. Discordava da ”disposição torpe do espaço ao redor dos grandes edifícios e pela forma de situar os monumentos públicos”.
Camillo Sitte assume uma posição critica a essa forma de projeção, que ignorava as tradições, em prol de uma adaptação a vida moderna. Criticando a cidade moderna definindo o Ringstrasse como um exemplo de mau planejamento e que deveria ser evitado.
cidades medieval e renascentista
Quando Camillo Sitte se refere à preservação de conjuntos urbanos antigos, se refere também aos costumes que abrigavam. Diz que na Itália, as principais praças das cidades mantiveram-se fiéis, ao modelo do velho fórum. Camillo Sitte argumenta que uma parte considerável da vida pública continuou a realizar-se nessas praças, mantendo tanto parte de seu significado público, quanto relações entre as praças e as construções que as circundam.
A partir da análise da composição urbana das cidades medievais, Sitte atenta para a dimensão estética dos conjuntos edificados e busca enfatizar o caráter artístico da cidade e a repercussão de suas qualidades compositivas na percepção daqueles que a vivenciam.
Suas considerações o colocam em franca oposição aos projetos urbanísticos do período em grande parte influenciados pelas reformas de Haussmann.
Figura 5 - Cidade Medieval
Fonte: www.skyscrapercity.com
E, a partir da análise de espaços antigos, concluiu que: “Apenas no nosso século matemático é que os conjuntos urbanos e a expansão das cidades se tornaram uma questão quase puramente técnica, e assim parece importante lembrar que, com isso, apenas um aspecto do problema é solucionado, enquanto o outro o artístico, deveria ter, nomínimo, a mesma importância”. Neste raciocínio os trabalhos desenvolvidos no Ringstrasse, começam a ser postos em dúvida, tendo como parâmetros não mais a natureza ou a higiene, mas a própria vida civil, que tinha como palco, este “legado pelo passado histórico da burguesia européia”: a cidade.
Figura 6 - Planta de Palmanova, cidade renascentista
Fonte: pt.slideshare.net
A metodologia por ele utilizada, centrou-se na junção de plantas de fragmentos de cidade com especial atenção aos espaços abertos, bem como, os edifícios envolventes, de modo a possibilitar uma análise técnico e artística das cidades medievais e renascentistas assim como, de cidades modernas, com a intenção de “pôr a descoberto os motivos da sua composição – das primeiras, com base na harmonia e no efeito sedutor sobre os sentidos; das segundas, na confusão e na monotonia. (Sitte, 1992, p. 15).
relações entre construções, monumentos e praças
Sitte considerou as proporções de igrejas, monumentos e praças, ao enfatizar que o centro das praças deveriam continuar permanentemente livres, por causa do ndo a forma de construção de igrejas ou prédios públicos no centro das praças, pois corrompiam a vista da praça e as fachadas dos edifícios não eram apreciadas por completo pela ausência de espaços, ou seja, a representação da falta de autocrítica. 
Figura 7 - Modelo de Praça, ruas perpendiculares com a linha de visão
Fonte: Prezi.com
Na Idade Média e na Renascença, na vida pública as praças ricamente adornadas eram de suma importância a cidade independente, nelas se concentravam o movimento, tinham lugar as festas públicas, se organizavam as exibições e cerimônias oficiais, e todos tipos de eventos semelhantes, é grande o efeito provocado por este modelo de praça, isolada do mundo, no entanto, repleta das mais nobres obras do espírito humano, ou seja, o modo apelativo como aspectos artísticos são empregados para a percepção. A esplêndida Catedral, o Campanário, o Batistério, o incomparável Campo-Santo são exemplos em matéria de edifícios religiosos que não são separados por efeito profano ou banal, por estarem inseridos a uma praça semelhante.
Figura 8 - Piazza del Duomo, em Pisa
Fonte: mstecker.com
o centro livre
O centro das praças é desobstruído, ou seja, ocorre a ornamentação lateral dos aspectos presentes.
Figura 9 - Esquema ilustrativo de duas praças livres e monumentos
Fonte: Prezi.com
O modo como fontes e monumentos são instalados neste espaço pelos antigos exemplifica uma boa utilização acerca das circunstâncias, os monumentos são dispostos ao longo das bordas das praças, chafarizes em especial devem ser dispostos em pontos intocáveis pelo trânsito e bem posicionados para os efeitos artísticos, garantindo a liberdade das linhas de trânsito e linha de visão, alguns monumentos são até deslocados do eixo central por razões puramente artísticas, no entanto, a regra do centro livre também é aplicada a qualquer espécie de construção, sobretudo igrejas, assim estas ficam encostadas em outras estruturas ou encaixadas nelas.
Figura 10 - Estátua Equestre de Guattamelata, de Donatello
Fonte: flickr.com
a coesão, dimensão e forma das praças
A praça se torna um espaço fechado, seu fechamento em relação a seus espaços externos é essencial para garantir o efeito harmônico das praças e de seus conjuntos edificados. 
Figura 11 - Bergamo, exemplo de praça fechada
Fonte: thaa2.wordpress.com
A malha viária que conforma esta praça se estipula a partir dos recursos antigos para o fechamento dos espaços e consequentemente unidade visual, onde os edifícios e suas fachadas devem ser contínuas contornando toda a praça com o mínimo de abertura de vias, o emprego de pórticos com arcadas amplas encimadas por edificações, além de colunatas, também em cada ângulo da praça deve desembocar, á medida do possível, apenas uma única rua, as ruas abertas devem ser perpendiculares ás linhas de visão e não serem paralelas.
Figura 12 - Florença, pórticos do Uffizi
Fonte: http://e-urope.physics.lsa.umich.edu/
Sitte denomina duas categorias ás praças urbanas, o tipo profundidade e o tipo largura, e para distinguir isto é possível quando o observador se encontra de frente ao principal edifício do conjunto, pois esta é a melhor direção para observar os elementos que compõem a praça, suas dimensões, sua forma e sua ornamentação figurativa estão orientadas desse modo também, assim na prática é perceptível que praças de profundidade possuem edifício horizontal (prefeituras), e praças de largura constam edifício vertical (igrejas).
Desse modo são estipuladas regras a cerca das praças:
As praças principais das cidades grandes são maiores que as cidades pequenas; 
As principais praças de todas as cidades têm dimensões indubitavelmente maiores, enquanto as restantes devem ater-se a menores;
A dimensão das praças incluídas na categoria 2 (e segundo o cálculo da média do fator dado a categoria 1) está em proporção com a diemnsão dos edifícios dominantes em cada uma delas.
Figura 13 - Módena, I. Praça de San Dominico e II. Praça Reale
Fonte: Prezi.com
	Figura 14 - Vista Aérea perspectivada de Módena	
irregularidade de praças antigas
A irregularidade das praças antigas ordenam de seu desenvolvimento histórico gradual, esta se difere na representação gráfica da realidade, os antigos não concebiam seus planos em pranchas de desenho, mas suas construções se erguiam pouco a pouco in natura. Os propósitos artísticos que circundam a formação das praças não importam com regularidade milimétrica e alinhamento das ruas, pelo contrário, isto trata se de uma preocupação desconsiderável. 
"A irregularidade das praças aumenta a naturalidade e o caráter pitoresco do conjunto. A simetria, causam efeito harmônico “[...] garantindo a cada edifício o seu contrapeso e o seu equilíbrio, sem que sejam tolhidos o emprego de motivos variados e a liberdade de criação.” (SITTE, 1992 p. 65)."
A simetria, também é valorizada, mas não como conceito idêntico, e sim das relações dadas pelas sensações.
Figura 15 - Verona, I. Praça d'Erbe e II. Praça de Stgnort
Fonte: O urbanismo
conjunto de praças 
A preservação de conjuntos urbanos antigos, o mesmo que conjuntos de praças no espaço urbano no pensamento sittiano, se refere aos costumes que estes abrigavam, por exemplo, na Itália as principais praças mantiveram-se fiéis ao modelo do velho fórum, sendo capaz de levar por grupos clássicos padrão nas praças centrais das cidades em torno dos edifícios mais importantes.
Figura 16 - Módena; I. Praça de Legna, II. Praça Grande e III. Praça Torre
Fonte: O Urbanismo
Figura 17 - Vista Aérea perspectivada de Módena
"O sistema moderno da construção urbana definitivamente não admite esse método tão inteligente e refinado, cuja aplicação pressupõe o fechamento das praças e a construção de edifícios monumentais encaixados nas paredes das praças. Ao contrário: tal procedimento é radicalmente negado pela atual mania de levantarem edifícios isolados. (SITTE, 1992 p. 70)"
praças do norte da europa
No norte da Europa as condições são muito diferentes da Itália, por exemplo, o clima, a vida e construção, isto faz com que as praças e ruas sejam diferentes. O contraste é evidenciado pelo posicionamento das igrejas no centro da praça com uma passagem, alguns exemplos são a Catedral Freiburg, a Igreja de Nossa Senhora, em Munique e a Catedral San Esteban, em Viena e muitos outros. 
"Certamente deve ser diferente do antigo, porque tudo mudou no intervalo de tempo. Não podemos colocar cinco, seis ou mais templos em torno de um fórum, portanto, não politeísmo (SITTE, 1992 p. 78)"
Figura 18 - Fridburgo, praça da Catedral
Fonte: O Urbanismo
Figura 19 - Munique, Praça de Nossa Senhora
Fonte: O Urbanismo
A escassez de motivos e a monotonia dos complexos urbanos modernos
Camillo Sitte (1992) foi um duro crítico dos princípios de organização das metrópoles modernas do século XIX. Cito este autor em uma de suas inúmerascríticas ao monotonismo dos complexos urbanos modernos: 
"Hoje, quase ninguém mais se ocupa da construção urbana enquanto obra de arte, mas apenas enquanto um problema técnico. E posteriormente, quando o efeito artístico não corresponde às expectativas, ficamos espantados e desnorteados; entretanto, em um próximo empreendimento, tudo será tratado do ponto de vista técnico, como se estivéssemos traçando uma linha férrea, onde não há questões artísticas envolvidas (SITTE, 1992, p. 94-95).”
História da construção urbana se dissociou da história da arquitetura e das outras belas-artes. A cópia da antiguidade não correspondiam nem a um objetivo próprio, nem a uma necessidade prática, sendo mero fruto do entusiasmo pelo esplendor da arte antiga. 
Arquiteto, Construtor De Cidades Sanitaristas
De acordo com R Baumeister,
Os elementos que provocam agradável impressão arquitetônica dificilmente são redutíveis a regras universais.
Linhas e ângulos retos tornaram-se as características típicas de cidades insensíveis...Uma alameda demasiado longa e de todo reta tem um efeito entediante mesmo no mais belo dos lugares. Tais considerações nos aproximam do âmago da questão. Na construção urbana moderna, a relação entre espaços vazios e espaços construídos inverte-se por completo. Outrora, o espaço vazio (ruas e praças) formava um todo coeso e de efeito calculado; hoje, as áreas construídas são distribuídas como entidades fechadas de maneira regular, e o que resta entra elas são as ruas e as praças.
sistemas modernos
“Na construção urbana, temos três sistemas principais e alguns secundários. Os principais são: o sistema retangular, o sistema radial e o sistema triangular (…). Sob o ponto de vista estético, não nos interessa nenhum deles, pois em suas artérias já não corre sequer uma gota de sangue artístico. A regulação do traçado das ruas é a meta de todos eles, um objetivo puramente técnico” (Sitte,1992, p. 100).
A rede de ruas sempre serve apenas os fins de comunicação, nunca de arte, uma vez que nunca pode ser compreendido sensorialmente, nunca pode ser compreendida como um todo, exceto em um plano dele .... Eles são de nenhum interesse artisticamente, porque eles inapreensível são na sua totalidade. Somente aquilo que um espectador pode segurar em vista, o que pode ser visto, é de importância artística, por exemplo, a única rua ou a praça individual. 
Figura 20 - Sistemas Modernos
Fonte: Prezi.com
As possibilidades artísticas de sistemas modernos de planejamento da cidade deve ser julgada a partir deste ponto de vista. Que de um compromisso, uma vez que já foi bem claro que o ponto de vista moderno rejeita todas as exigências feitas em nome da arte. Quem é ser porta-voz desta atitude artística de salientar que uma política de firme adesão a questões de transporte é errônea, e, além disso, que as exigências da arte não necessariamente contrária aos ditames da vida moderna (tráfego, higiene, etc. ).
os limites da arte na construção moderna
Há muitos séculos a vida popular vem retirando-se das praças públicas... nossa vida moderna, matematicamente compassada e onde o próprio homem acaba por tornar-se máquina... É sobretudo a tendência de nossas metrópoles a adquirir dimensões gigantescas que marca o rompimento de todos os limites das antigas formas artísticas. Sua profusão de motivos eficazes é bastante atraente para as cidades, às quais não seria infortúnio algum poder abrigar projeções arquitetônicas mais vigorosas, interrupções na linha frontal dos edifícios, ruas tortuosas e angulosas, ruas de largura variadas, diferentes alturas de edifícios, escadarias, loggia, cumeeiras, sacadas... fascinação exercida por obras incompletas ou em ruínas do ideal para o real.
A fruição de uma serenidade espontânea é negada a um estágio da cultura em que as construções não são erguidas no ritmo dos dias, mas cidades inteiras são construídas racionalmente sobre a prancheta.
o gigantismo
Antes de tudo, o desenvolvimento considerável que nossas capitais estão atingindo quebrou, em todos os seus recantos, o molde das antigas formas de arte. Com suas dimensões colossais, seus inúmeros andares e as filas intermináveis de suas janelas semelhantes, eles mal podem causar uma impressão artística. Mas não podemos mudar essa situação e o construtor de cidade, assim como o arquiteto, deve traçar seus planos na escala das capitais modernas de vários milhões de habitantes.
o problema econômico 
Do ponto de vista puramente econômico, a divisão regular do terreno em parcelas tornou-se um fator de cujos efeitos é difícil escapar. Não nos deveríamos submeter cegar rente a esse uso.
exemplo de uma reforma urbana segundo principios artísticos
Os princípios de Camillo Sitte na construção de cidades são tais que cada unidade acrescentada toma seu lugar após cuidadosa referência à posição de suas predecessoras, mas sem referência ao que vira. 
Na cidade Sittiana não faltaria espaço para o diálogo das artes com a população. Dando exemplo de uma reforma urbana, Sitte sugere que a criação de arcadas góticas gerariam inúmeros nichos para a colocação de estatuas de personagens celebres na história de cada cidade, por muitas gerações. Mas não previa que os caminhos da arte encontrariam outras formas de se expressar. As praças se tornariam um grande exemplo da contemporaneidade para a valorização da vida pública nos grandes centros, para onde se nota que as intervenções urbanas e a produção artística se voltam. 
CONCLUSÃO
Camillo Sitte seguia os estilos de cidades medieval e renascentista, o que fazia que a chegada industrialização não fosse bem aceita para o tipo de urbanismo que ele acreditava ser correto. O urbanismo culturalista, o qual Camillo Sitte era representante, visava sempre o lado artístico da cidade, de onde o valor maior eram os monumentos e formas como as praças eram construídas.
O estilo culturalista tem uma visão para o passado, que busca a caracterização dos espaços urbanos segundo os seus valores históricos. Esta visão faz com que Camillo Sitte se colocasse contra a cidade industrial devido ao pensamento de uma reforma onde derrubassem antigos núcleos e espaços simbólicos das cidades, o que acabaria com o seu passado, sua história. O método de Sitte, tinha como objetivo livrar as cidades do sistemas moderno de casas regularmente alinhadas, salvava o que restava nas cidades antigas, aproximando as criações atuais ao modelo antigo ideal. 
Acreditava que as praças eram os espaços mais importantes da cidade, pois tudo se aglomerava nelas, por isso eram feitas como obras de artes com monumentos marcando a cultura do local. 
REFERÊNCIAS
COLLINS, George R. e COLLINS, Christiane C. Camillo Sitte Y el Nascimiento del Urbanismo Moderno, Barcelona: Gustavo Gili, 1965, (ed. castelhada, 1980);
CHOAY, Françoise, O Urbanismo. Editora Perspectiva, SP, 1992;
SITTE, Camillo. A Construção das Cidades Segundo Seus Princípios Artísticos. São Paulo: Martins Fontes, 1909 (trad. Ricardo F. Henrique, em 1992);
VIDAS, Y Biografias. Camillo Sitte. 2004 - 2015. Disponível em: <http://www.biografiasyvidas.com/biografia/s/sitte.htm> Acesso em: 12/03/2015;
PEDROSO, Marialice F. Sobre a Estética das Cidades, Camillo Sitte e a Der Stadtebau. Março, 2005. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.058/488> Acesso em: 12/03/2015.

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