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APOSTILA EDUCADOR SOCIAL PREFEITURA PARNAMIRIM RN

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Prefeitura Municipal de Parnamirim-RN 
 
Educador Social - Nível Médio 
 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
1. Organização do texto. 1.1. Propósito comunicativo. 1.2. Tipos de texto (dialogal, descritivo, narrativo, 
injuntivo, explicativo e argumentativo). 1.3. Gêneros discursivos. 1.4. Mecanismos coesivos. 1.5. Fatores de 
coerência textual. 1.6. Progressão temática. 1.7. Paragrafação. 1.8. Citação do discurso alheio. 1.9. Informações 
implícitas. 1.10. Linguagem denotativa e linguagem conotativa. ................................................................................. 1 
2. Conhecimento linguístico. 2.1. Variação linguística. 2.2. Classes de palavras: usos e adequações. 2.3. 
Convenções da norma padrão (no âmbito da concordância, da regência, da ortografia e da acentuação gráfica). 
2.4. Organização do período simples e do período composto. 2.5. Pontuação. 2.6. Relações semânticas entre 
palavras (sinonímia, antonímia, hiponímia e hiperonímia) ........................................................................................ 20 
 
Conhecimentos Específicos 
 
1. A Sociedade no século XXI. Diversidade. Pessoas em situação de risco, excluídas ou em situação 
vulnerável. Vulnerabilidade social. Risco Social. Redução da vulnerabilidade e do risco social............................ 1 
Políticas de Assistência Social. ....................................................................................................................................... 13 
2. Educador Social. Funções. Desenvolvimento profissional. A pesquisa, a reflexão e a crítica com dimensões 
da prática do educador social. ............................................................................................................................................. 43 
3. Drogas. Principais tipos. Motivos para seu uso. Efeitos. O papel do educador na atenção a pessoas 
dependentes de drogas. Atendimento e Atenção Integral de usuários de álcool, crack e outras drogas. Redução 
de danos e prevenção do uso de drogas. ........................................................................................................................... 49 
4. População em Situação de Rua. Política Nacional para Inclusão Social da População em Situação de Rua. 
Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comité Intersetorial de Acompanhamento e 
Monitoramento, e de outras providencias: Decreto. No. 7.053/2009. Direitos da População em Situação de Rua. 
Acompanhamento de pessoas em situação de rua. Cadastro Único. .......................................................................... 54 
5. Adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto. Atividades socioeducativas, 
Esporte, lazer, atividades educacionais e culturais. Planejamento e acompanhamento. ...................................... 63 
6. Família. Reinserção familiar e comunitária. Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Criança, 
adolescente, jovem, adulto, idoso. Violência. Exclusão social. Direitos Humanos. Serviços de Proteção e 
Atendimento Integral à Família. .......................................................................................................................................... 73 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. .................................... 84 
7. Serviços Socioassistenciais. Serviços e Programas. Rede Socioassistencial. Centro de Referência de 
Assistência Social (CRAS)................................................................................................................................................... 116 
Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) CENTRO POP, Centro Municipal de 
Assistência Social. ................................................................................................................................................................ 137 
8. Comunicação. Tipos. Fatores que influenciam. Processos de socialização em contextos formais e não 
informais. ............................................................................................................................................................................... 139 
 
 
Apostila Digital Licenciada para FABIANO MIGUEL - miguelconcursospublicos@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
 
 
 
 
A apostila OPÇÃO não está vinculada a empresa organizadora do concurso público a que se destina, 
assim como sua aquisição não garante a inscrição do candidato ou mesmo o seu ingresso na carreira 
pública. 
 
O conteúdo dessa apostila almeja abordar os tópicos do edital de forma prática e esquematizada, 
porém, isso não impede que se utilize o manuseio de livros, sites, jornais, revistas, entre outros meios 
que ampliem os conhecimentos do candidato, visando sua melhor preparação. 
 
Atualizações legislativas, que não tenham sido colocadas à disposição até a data da elaboração da 
apostila, poderão ser encontradas gratuitamente no site das apostilas opção, ou nos sites 
governamentais. 
 
Informamos que não são de nossa responsabilidade as alterações e retificações nos editais dos 
concursos, assim como a distribuição gratuita do material retificado, na versão impressa, tendo em vista 
que nossas apostilas são elaboradas de acordo com o edital inicial. Porém, quando isso ocorrer, inserimos 
em nosso site, www.apostilasopcao.com.br, no link “erratas”, a matéria retificada, e disponibilizamos 
gratuitamente o conteúdo na versão digital para nossos clientes. 
 
Caso haja dúvidas quanto ao conteúdo desta apostila, o adquirente deve acessar o site 
www.apostilasopcao.com.br, e enviar sua dúvida, que será respondida o mais breve possível, assim como 
para consultar alterações legislativas e possíveis erratas. 
 
Também ficam à disposição do adquirente o telefone (11) 2856-6066, dentro do horário comercial, 
para eventuais consultas. 
 
Eventuais reclamações deverão ser encaminhadas por escrito, respeitando os prazos instituídos no 
Código de Defesa do Consumidor. 
 
 
É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de 
acordo com o Artigo 184 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
Apostilas Opção, a opção certa para a sua realização. 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 1 
 
 
 
ESTRUTURAÇÃO DOS TEXTOS E DOS PARÁGRAFOS 
 
Os elementos essenciais para a composição de um texto 
são: introdução, desenvolvimento e conclusão1. 
Analisemos cada uma das partes separadamente: 
 
Introdução: apresentação direta e objetiva da ideia 
central do texto. 
Caracteriza-se por ser o parágrafo inicial. 
 
Desenvolvimento: estruturalmente, é a maior parte 
contida no texto. O desenvolvimento estabelece uma relação 
entre a introdução e a conclusão, pois é nesta etapa que as 
ideias, argumentos e posicionamento do autor vão sendo 
formados e desenvolvidos com o intuito de dirigir a atenção do 
leitor para a conclusão. 
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e 
capazes de fazer com que o leitor anteceda a conclusão. 
 
Os três principais erros cometidos durante a elaboração do 
desenvolvimento são: 
1. Distanciamento do texto em relação à discussão inicial. 
2. Concentrar-se em apenas um tópico do tema e esquecer 
os demais. 
3. Tecer muitas ideias ou informações e não conseguir 
organizá-las ou relacioná-las, dificultando, assim, a linha de 
entendimentodo leitor. 
 
Conclusão: é o ponto de chegada de todas as 
argumentações elencadas no desenvolvimento, ou seja, é o 
fechamento do texto e dos questionamentos propostos pelo 
autor. 
Na elaboração da conclusão deve-se evitar as construções 
padrões como: “Portanto, como já dissemos antes...”, 
“Concluindo...”, “Em conclusão, ...”. 
 
 
 
1 https://www.algosobre.com.br/redacao/a-unidade-basica-do-texto-estrutura-
do-paragrafo.html 
Parágrafo 
 
Esteticamente, o parágrafo se caracteriza como um sutil 
recuo em relação à margem esquerda da folha; 
conceitualmente, o parágrafo completo deve dispor de 
introdução, desenvolvimento e conclusão. 
- Introdução - também denominada de tópico frasal, 
constitui-se pela apresentação da ideia principal, feita de 
maneira sintética de acordo com os objetivos do autor... 
- Desenvolvimento - fundamenta-se na ampliação do 
tópico frasal, atribuído pelas ideias secundárias, com vistas a 
reforçar e conferir credibilidade na discussão. 
- Conclusão - caracteriza-se pela retomada da ideia central 
associando-a aos pressupostos mencionados no 
desenvolvimento, procurando arrematá-los. 
 
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com 
introdução, desenvolvimento e conclusão): 
 
(Ideia-núcleo) A poluição que se verifica principalmente 
nas capitais do país é um problema relevante, para cuja 
solução é necessária uma ação conjunta de toda a sociedade. 
 
(Ideia secundária) O governo, por exemplo, deve rever sua 
legislação de proteção ao meio ambiente, ou fazer valer as leis 
em vigor; o empresário pode dar sua contribuição, instalando 
filtro de controle dos gases e líquidos expelidos, e a população, 
utilizando menos o transporte individual e aderindo aos 
programas de rodízio de automóveis e caminhões, como já 
ocorre em São Paulo. 
(Conclusão) Medidas que venham a excluir qualquer um 
desses três setores da sociedade tendem a ser inócuas no 
combate à poluição e apenas onerar as contas públicas. 
 
Questões 
 
01. (TRE/PA - Analista Judiciário - IADES) Segundo 
Reale (1965, p.9), “o direito é realidade universal. Onde quer 
que exista o homem, aí existe o direito como expressão de vida 
e de convivência”. No trecho apresentado, o tópico frasal é 
representado pelo vocábulo. 
 
(A) realidade. 
(B) homem. 
(C) vida. 
(D) convivência. 
(E) direito. 
 
02. (IF/SC - Professor Português - IF/SC/2017) Leias as 
afirmativas a seguir: 
 
I. O tópico frasal assemelha-se ao lead do texto jornalístico. 
Pode estar expresso na forma interrogativa e, geralmente, é 
utilizado no começo do parágrafo, contribuindo com o 
desenvolvimento da ideia. 
 
II. São formas de desenvolvimento de parágrafo: 
exploração de aspectos espaciais, citação de exemplos, 
exposição de ideias análogas ou apresentação de razões, 
causas, consequências e efeitos. 
 
III. Paralelismo semântico e gramatical são vícios de 
linguagem que configuram problemas de coesão textual. 
 
IV. No que se refere à coerência textual, a intertextualidade 
é um fator importante. 
 
1. Organização do texto. 1.1. 
Propósito comunicativo. 1.2. 
Tipos de texto (dialogal, 
descritivo, narrativo, 
injuntivo, explicativo e 
argumentativo). 1.3. Gêneros 
discursivos. 1.4. Mecanismos 
coesivos. 1.5. Fatores de 
coerência textual. 1.6. 
Progressão temática. 1.7. 
Paragrafação. 1.8. Citação do 
discurso alheio. 1.9. 
Informações implícitas. 1.10. 
Linguagem denotativa e 
linguagem conotativa. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 2 
Assinale a alternativa que apresenta somente as 
afirmativas CORRETAS. 
(A) II, III 
(B) I, II 
(C) I, II, IV 
(D) I, III, IV 
(E) II, IV 
 
Gabarito 
01.E / 02.C 
 
TIPOS TEXTUAIS 
 
É a forma como um texto se apresenta. É importante que 
não se confunda tipo textual com gênero textual. 
Existe uma variedade enorme de entendimentos sobre a 
forma correta de definir os tipos de texto. Embora haja uma 
discordância entre várias fontes sobre a quantidade exata de 
tipos textuais, vamos trabalhar aqui com 5 tipos essenciais: 
- Texto Descritivo; 
- Texto Narrativo; 
- Texto Dissertativo; 
- Texto Injuntivo; 
- Texto Expositivo. 
 
Texto Descritivo 
 
É a representação com palavras de um objeto, lugar, 
situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais 
particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer 
elemento que seja apreendido pelos sentidos e transformado, 
com palavras, em imagens. 
Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, 
encontrando-se presente em outros textos, como o texto 
narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração 
quando há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para 
caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou 
uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar 
a atenção do leitor. 
 
Exemplo: 
Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, 
inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter 
aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; 
vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. 
Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, 
cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois 
do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do 
que conosco. 
(Machado de Assis. "Conto de escola". Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974) 
 
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor 
da escola que o escritor frequentava. 
Deve-se notar: 
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao 
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os 
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha 
grande medo ao pai); 
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser 
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de 
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola 
é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do 
relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: 
o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino, 
e não traçar a cronologia de suas ações); 
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), 
todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica 
concomitância em relação a um marco temporal instalado no 
 
2 https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo/ 
texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava a 
escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma 
transformação de estado; 
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não 
correríamos o risco de alterar nenhuma relação 
cronológica - poderíamos mesmo colocar o últímo período em 
primeiro lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre era 
mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois 
do pai e retirava-se antes... 
 
Estrutura 
 
Introdução: Primeiramente é feita a identificação do ser 
ou objeto que será descrito, de modo a que o leitor foque sua 
atenção nesse ser ou objeto. 
Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do objeto ou 
ser em foco, apresentando seus aspectos mais gerais e mais 
pormenorizados, havendo caracterizações mais objetivas e 
outras mais subjetivas. 
Conclusão: A descrição está concluída quando a 
caracterização do objeto ou ser estiver terminada. 
 
Características 
 
O texto descritivo não se encontra limitado por noções 
temporais ou relações espaciais, visto descrever algo estático, 
sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória 
predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, 
em detrimento de verbos, sendo maioritariamentenecessária 
a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, 
permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar... 
O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário 
rico e variado, bem como o uso de enumerações e 
comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para 
melhor apresentar o objeto ou ser em descrição, enriquecendo 
o texto e tornando-o mais interessante para o leitor. 
A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos 
físicos, ou mais subjetiva, focalizando aspectos emocionais e 
psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre 
os dois tipos de descrição, sendo o objeto ou ser descrito 
apresentado nas suas diversas vertentes. 
Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, 
ou seja, aquilo que pode ser observado e a descrição de 
aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter, 
personalidade, humor…, apreendidos pelo convívio com a 
pessoa e pela observação de suas atitudes. Na descrição de 
lugares ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a 
descrição do ambiente social, econômico, político... Na 
descrição de objetos, embora predomine a descrição de 
aspectos físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que 
estimule os sentidos do leitor. 
 
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É 
uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais 
predominam. Porque toda técnica descritiva implica 
contemplação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o 
redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de 
sensibilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou 
interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas 
ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. 
 
Texto Narrativo 
 
O texto narrativo é caracterizado por narrar uma história, 
ou seja, contar uma história através de uma sequência de 
várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de 
acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada 
em introdução, desenvolvimento e conclusão.2 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 3 
Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os 
principais elementos da narração: espaço, tempo, 
personagem, enredo e narrador. 
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o 
narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com 
quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração 
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; 
assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de 
texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem 
o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo 
de texto recebe o nome de enredo. 
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas 
personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no 
episódio que está sendo contado. As personagens são 
identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos 
substantivos próprios. 
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo 
sem querer) ele acaba contando "onde" (em que lugar) as 
ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar 
onde ocorre uma ação ou ações é chamado de espaço, 
representado no texto pelos advérbios de lugar. 
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer 
"quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da 
narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através 
dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de 
tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele 
que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. 
A história contada, por isso, passa por uma introdução 
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo 
desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita, 
o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e 
termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). 
Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser 
pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª 
pessoa: Ele). 
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos 
de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e 
pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os 
agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações 
expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história 
contada. 
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta 
a história. 
 
Principais elementos da narrativa 
Os principais elementos da narrativa, também chamados 
de elementos da narração, são: 
Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a 
ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na praça,…), social 
(características do ambiente social) e psicológico (vivências, 
pensamento e sentimentos do sujeito,…). 
Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao 
desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico indica a 
sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, dias, anos,… O 
tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das 
personagens, sendo subjetivo e influenciado pelo estado de 
espírito das personagens em cada momento. 
Personagens: São caracterizadas através de qualidades 
físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser feita de 
modo direto (explicitada pelo narrador ou por outras 
personagens, através de autocaracterização ou 
heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com base nas 
atitudes e comportamento das personagens). 
 
As personagens possuem diferentes importâncias na 
narração, havendo personagens principais e personagens 
secundárias. As personagens principais desempenham papéis 
essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja, 
tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha, 
impede). As personagens secundárias desempenham papéis 
menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as personagens 
principais em ações secundárias) ou figurantes (ajudam na 
caracterização de um espaço social). 
Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes 
comportamentos ao longo da narração (personagem 
modelada ou redonda), bem como estáticas, não se 
modificando no decorrer da ação (personagem plana). Há 
ainda personagens que representam um grupo específico 
(personagem-tipo). 
 
Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, o 
enredo é composto pelos acontecimentos que ocorrem num 
determinado tempo e espaço e são vivenciados pelas 
personagens. As ações seguem-se umas às outras por 
encadeamento, encaixe e alternância. 
 
Existem ações principais e ações secundárias, mediante a 
importância que apresentam na narração. Além disso, o 
enredo pode estar fechado, estando definido e conhecido o 
final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e 
conhecido para a narrativa. 
 
Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou 
seja, é quem conta a história. Existem vários tipos de narrador: 
Narrador onisciente e onipresente: Conhece 
intimamente as personagens e a totalidade do enredo, de 
forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na 
3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indireto 
livre, tendo sua voz confundida com a voz das personagens, tal 
é o seu conhecimento e intimidade com a narrativa. 
Narrador personagem, participante ou presente: Conta 
a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da personagem que 
é. Apenas conhece seus próprios pensamentos e as ações que 
se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem 
conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e 
sobre a totalidade do enredo. Este tipo de narração é mais 
subjetivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do 
narrador. 
Narrador observador, não participante ou ausente: 
Limita-se a contar a história, sem se envolver nela. Embora 
tenha conhecimento das ações, não conheceo íntimo das 
personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objetiva. 
Utiliza a narração na 3.ª pessoa. 
Nos textos narrativos, é através da voz do narrador que 
conhecemos o desenrolar da história e as ações das 
personagens, mas é através da voz das personagens que 
conhecemos as suas ideias, opiniões e sentimentos. A forma 
como a voz das personagens é introduzida na voz do narrador 
é chamada de discurso. 
 
Através de uma correta utilização dos tipos de discurso, a 
narrativa poderá assumir um caráter mais ou menos dinâmico, 
mais ou menos natural, mais ou menos interessante, mais ou 
menos objetivo,… Existem três tipos de discurso, ou seja, três 
formas de introdução das falas das personagens na narrativa: 
- O discurso direto é caracterizado por ser uma 
transcrição exata da fala das personagens, sem participação do 
narrador. 
- O discurso indireto é caracterizado por ser uma 
intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas 
próprias palavras para reproduzir as falas das personagens. 
- O discurso indireto livre é caracterizado por permitir 
que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo, 
estando as falas das personagens direta e integralmente 
inseridas dentro do discurso do narrador. 
 
Exemplo - Personagens 
 
"Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. 
Amâncio não viu a mulher chegar. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 4 
- Não quer que se carpa o quintal, moço? 
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face 
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do 
passado, os olhos)." 
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: 
Mercado Aberto) 
 
Exemplo - Espaço 
 
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a 
redondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de 
algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a 
insipidez." 
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto 
Alegre: Movimento, 1981) 
 
Exemplo - Tempo 
 
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a 
mulher lhe pediu que a chamasse cedo." 
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados) 
 
Estrutura: 
- Apresentação: é a parte do texto em que são 
apresentados alguns personagens e expostas algumas 
circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a 
ação se desenvolverá. 
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia 
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, 
conduzindo ao clímax. 
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu 
momento crítico, tornando o desfecho inevitável. 
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações 
dos personagens. 
 
Tipos de Personagens: 
Os personagens têm muita importância na construção de 
um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser 
principais ou secundários, conforme o papel que 
desempenham no enredo, podem ser apresentados direta ou 
indiretamente. 
A apresentação direta acontece quando o personagem 
aparece de forma clara no texto, retratando suas 
características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação 
indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e 
o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do 
enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e 
do modo como vai fazendo. 
 
- Em 1ª pessoa: 
 
Personagem Principal: há um “eu” participante que conta 
a história e é o protagonista. Exemplo: 
 
“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o 
coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me 
atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei 
a andar de um lado para outro, estacando para amparar-me, e 
andava outra vez e estacava.” 
(Machado de Assis. Dom Casmurro) 
 
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode 
acreditar, eu estava lá e vi. Exemplo: 
 
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do 
Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista 
que fez cancha nos banhados do Brocai. 
Esse gaúcho desamotinado levou a existência inteira a 
cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da 
Lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; 
ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como 
por alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca 
desandou cruzada! ... 
(...) 
Aqui há poucos - coitado! - pousei no arranchamento dele. 
Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não nos víamos desde muito 
tempo. (...) 
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na 
matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.” 
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) 
 
- Em 3ª pessoa: 
 
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira 
pessoa. Exemplo: 
 
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a 
fantasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu 
à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de 
vergonha da malha de cetim, das asas e das antenas e, mais 
ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o 
sentimento impreciso de ridículo.” 
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) 
 
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como 
sendo vista por uma câmara ou filmadora. 
 
Sequência Narrativa 
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: 
uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma 
subordina-se a outra. A narrativa típica tem quatro mudanças 
de situação: 
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou 
um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); 
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma 
competência para fazer algo); 
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou 
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); 
- uma em que se constata que uma transformação se deu e 
em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens 
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os 
maus). 
 
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se 
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a 
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela 
efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve 
fazê-la. 
Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um 
apartamento: quando se assina a escritura, realiza-se o ato de 
compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer 
ou dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar 
aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, 
por exemplo). 
Algumas mudanças são necessárias para que outras se 
deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar 
um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um 
carro, é preciso antes conseguir o dinheiro. 
 
Narrativa e Narração 
Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A 
narratividade é um componente narrativo que pode existir 
em textos que não são narrações. A narrativa é a 
transformação de situações. Por exemplo, quando se diz 
“Depois da abolição, incentivou-se a imigração de europeus”, 
temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta um 
componente narrativo, pois contém uma mudança de situação: 
do não incentivo ao incentivo da imigração europeia. 
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de 
texto, o que é narração? 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 5 
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três 
características: 
- é um conjunto de transformações de situação; 
- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e 
fatos concretos; 
- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal 
que, entre elas, existe sempre uma relação deanterioridade e 
posterioridade. 
 
Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre 
pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear 
da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no 
romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, 
quando o narrador começa contando sua morte para em 
seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada. 
No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações 
de anterioridade e de posterioridade. 
 
Texto Dissertativo 
 
O texto dissertativo tem-se a intenção de explicar, provar, 
analisar, expor ideias e/ou discutir determinado assunto.3 
Na dissertação, o escritor geralmente defende uma tese ou 
expõe uma série de fatos e ideias que levam a uma constatação. 
O texto dissertativo é impessoal e utiliza-se de estruturas 
lógicas para se sustentar. Existem duas subdivisões na 
tipologia dissertativa: a dissertação expositiva (exposição) e a 
dissertação argumentativa (argumentação). 
 
Características 
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é 
temático; 
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; 
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de 
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm 
maior importância - o que importa são suas relações lógicas: 
analogia, pertinência, causalidade, coexistência, 
correspondência, implicação, etc. 
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de 
redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem 
características próprias a cada tipo de texto. 
 
Dissertação Expositiva e Argumentativa 
A dissertação expositiva é voltada para aqueles fatos que 
estão sendo focados e discutidos pela grande mídia. É um tipo 
de acontecimento inquestionável, mesmo porque todos os 
detalhes já foram expostos na televisão, rádio e novas mídias. 
Já o texto dissertativo argumentativo vai fazer uma 
reflexão maior sobre os temas. Os pontos de vista devem ser 
declarados em terceira pessoa, há interações entre os fatos que 
se aborda. Tais fatos precisam ser esclarecidos para que o 
leitor se sinta convencido por tal escrita. Quem escreve uma 
dissertação argumentativa deve saber persuadir a partir de 
sua crítica de determinado assunto. A linguagem jamais 
poderá deixar de ser objetiva, com fatos reais, evidências e 
concretudes. 
 
São partes da dissertação: Introdução / 
Desenvolvimento / Conclusão. 
 
Introdução 
Em que se apresenta o assunto; se apresenta a ideia 
principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. 
Tipos: 
 
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem 
discutidos. Ex.: “Cada criatura humana traz duas almas 
 
3 https://segredosdeconcurso.com.br/tipologia-textual/ 
consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de 
fora para dentro...” 
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um 
fato presente. Ex.: “A crise econômica que teve início no 
começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices de 
inflação que a década colecionou, agravou vários dos 
históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência, 
principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente 
identificada pela população brasileira.” 
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. 
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma 
coisa apresentada no texto. Ex.: Você quer estar “na sua”? Quer 
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo 
cano! Faça parte desse time de vencedores desde a escolha 
desse momento! 
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex.: 
“É importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não 
é a solução no combate à insegurança.” 
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. 
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex.: “Em 
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com 
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de 
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem 
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) 
e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais 
recebidos). (...)” 
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. 
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto 
do texto. Ex.: “A principal característica do déspota encontra-
se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das 
regras que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu 
poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre 
exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas 
necessidades.” 
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que 
compõem o texto. 
- Interrogação: questionamento. Ex.: “Volta e meia se faz a 
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo 
futebol não é uma prova de alienação?” 
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a 
curiosidade do leitor. 
- Comparação: social e geográfica. 
- Enumeração: enumerar as informações. Ex.: “Ação à 
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, 
triunfo das massas, holocausto: através das metáforas e das 
realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a 
verdadeira doença do século...” 
- Narração: narrar um fato. 
 
Deve conter a ideia principal a ser desenvolvida 
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por 
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para 
dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do 
desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, 
ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida. 
 
Desenvolvimento 
É a argumentação da ideia inicial, de forma organizada e 
progressiva. É a parte maior e mais importante do texto. 
Podem ser desenvolvidas de várias formas: 
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com 
este tipo de abordagem. 
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a 
ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a 
definição. 
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações 
distintas. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 6 
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta 
pontos favoráveis e desfavoráveis. 
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou 
descrever uma cena. 
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados 
estatísticos. 
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para 
prováveis resultados. 
- Interrogação: toda sucessão de interrogações deve 
apresentar questionamento e reflexão. 
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, 
valores, juízos. 
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos 
porquês de uma determinada situação. 
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. 
- Exemplificação: dar exemplos. 
 
Exposição de elementos que vão fundamentar a ideia 
principal que pode vir especificada através da argumentação, 
de pormenores, da ilustração, da causa e da consequência, das 
definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, 
da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados 
tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa 
exposição da ideia. 
 
Conclusão 
É uma avaliação final do assunto, um fechamento 
integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem 
todas as ideias anteriormente desenvolvidas. 
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. 
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um 
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de 
quem lê. 
 
É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer 
de forma muito mais convincente, uma vez que já foi 
fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação(um 
parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo 
proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, 
acrescida da argumentação básica empregada no 
desenvolvimento. 
 
Exemplo: 
 
Redução da maioridade penal, grande falácia 
 
O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que 
é contrário à mudança na maioridade penal. 
Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um 
crime bárbaro foi praticado por um adolescente, penalmente 
irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 
104 do ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior 
segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo 
descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá 
mais discussão, para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a 
legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam 
idade menor de 18 anos como definição legal de adulto. 
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma 
como fazemos com os adultos, estamos admitindo que eles 
devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e 
não lhes deu a proteção constitucional que é seu direito. A 
prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da 
sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, 
para depois reintegrá-lo. Com a redução da menoridade penal, 
o nosso sistema penitenciário entrará em colapso. 
Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam 
delitos contra o patrimônio ou por atuarem no tráfico de 
 
4 http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/tipologia-
textual 
drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra 
a vida. Afirmar que os adolescentes não são punidos ou 
responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita, 
transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a 
impunidade, mas a falta de ação do Estado. Ao contrário do que 
muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são 
punidos com muito mais rigor do que os adultos. 
Apresentar propostas legislativas visando à redução da 
menoridade penal com a modificação do disposto no artigo 
228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois 
o artigo 60, § 4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite 
que sejam objeto de deliberação de emenda à Constituição os 
direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula 
pétrea. 
A prevenção à criminalidade está diretamente associada à 
existência de políticas sociais básicas e não à repressão, pois 
não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas 
sim a certeza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão 
social. 
Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013 
Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013 
 
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar 
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos 
recursos que permite uma segurança maior no momento de 
dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são 
atitudes que favorecem o senso crítico, essencial no 
desenvolvimento de um texto dissertativo. 
 
Ainda temos: 
 
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o 
assunto que vai ser abordado. 
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo 
discutido. 
Argumentação: é um conjunto de procedimentos 
linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas 
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer 
argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma 
determinada tese. 
 
Pontos Essenciais 
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade 
de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação; 
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema; 
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; 
- impõem-se sempre o raciocínio lógico; 
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer 
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração 
do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, 
nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser 
impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa). 
 
Texto Injuntivo 
 
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas 
mais variadas situações, como por exemplo quando 
adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar 
manual de instruções para o funcionamento, ou quando vamos 
fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos 
a bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. 
Os textos injuntivos são aqueles textos que nos orientam, nos 
ditam normas, nos instruem.4 
 
Regras gramaticais para este tipo de texto (Injunção): 
Como são textos que expressão ordem, normas, instruções 
tem como característica principal a utilização de verbos no 
imperativo. Pode ser classificado de duas formas: 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 7 
-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma 
indicação e não uma ordem. 
-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação 
dada no texto é uma imposição. 
 
Exemplos: 
 
Manual de instruções de um computador 
 
“[...] Não instale nem use o computador em locais muito 
quentes, frios, empoeirados, úmidos ou que estejam sujeitos a 
vibrações. Não exponha o computador a choques, pancadas ou 
vibrações, e evite que ele caia, para não prejudicar as peças 
internas [...]”. 
 
Texto Expositivo 
 
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre 
determinado assunto, informa e esclarece sem a emissão de 
qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo. 
 
Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição) 
 
Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre: 
- Assuntos e fatos específicos; 
- Expõe ideias; 
- Explica; 
- Avalia; 
- Reflete. 
 
Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que 
haja sua opinião a respeito. Faz uso de linguagem clara, 
objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente do 
indicativo. 
 
Exemplos: Notícias Jornalísticas. 
 
Questões 
 
01. (IF Sertão/PE - Técnico em Laboratório de 
Informática - IF Sertão/PE/2016) 
 
Texto V 
A borboleta e a chama 
 
Uma borboleta multicor voava na escuridão da noite 
quando viu, ao longe, uma luz. Imediatamente voou naquela 
direção e ao se aproximar da chama pôs-se a rodeá-la, 
olhando-a maravilhada. Como era bonita! 
Não satisfeita em admirá-la, a borboleta resolveu 
aproximar-se mais da chama. Afastou-se e em seguida voou em 
direção à chama passando rente a ela. Viu-se subitamente 
caída, estonteada pela luz e muito surpresa por verificar que 
as pontas de suas asas estavam chamuscadas. 
— Que aconteceu comigo? - pensou ela. Mas não conseguiu 
entender. Era impossível crer que uma coisa tão bonita quanto 
à chama pudesse causar-lhe algum mal. E assim, depois de 
juntar um pouco de forças, sacudiu as asas e levantou voo 
novamente. 
Rodou em círculo e mais uma vez dirigiu-se para a chama, 
pretendendo pousar sobre ela. E imediatamente caiu 
queimada, no óleo que alimentava a brilhante e pequenina 
chama. 
— Maldita luz - murmurou a borboleta agonizante - pensei 
que ia encontrar em você a felicidade e em vez disso encontrei 
a morte. Arrependo-me desse tolo desejo, pois compreendi, 
tarde demais, para minha infelicidade, o quanto você é 
perigosa. 
— Pobre borboleta - respondeu a chama - eu não sou o Sol, 
como você tolamente pensou. Sou apenas uma luz. E aqueles 
que não conseguem aproximar-se de mim com cautela são 
queimados. 
Leonardo Da Vinci 
 
Analise as proposições do texto em relação à tipologia e 
gênero textual: 
1. A Fábula é uma Tipologia textual e não um gênero de 
texto; 
2. O gênero textual fábula pertence à tipologia narrativa;3. O Gênero e a tipologia textual se definem igualmente 
4. São características que definem a fábula: os animais que 
falam e uma linguagem erudita 
 
Assinale a alternativa correta: 
(A) 1 e 2 
(B) 1, 2 e 3 
(C) 2 e 4 
(D) Apenas 2 
(E) Todas estão corretas 
 
02. (Pref. de Lauro Muller/SC - Professor de Pedagogia 
- Pref. de Lauro Muller/SC/2016) Este texto é referente à 
questão. 
 
BRUXAS NÃO EXISTEM 
 
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres 
malvadas que passavam o tempo todo maquinando coisas 
perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A 
prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona 
que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa 
rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de 
“bruxa”. 
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam 
palha, o nariz era comprido, ela tinha uma enorme verruga no 
queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos 
entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos 
isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande 
caldeirão. Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e 
meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e 
quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras no 
pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando 
"bruxa, bruxa!". 
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A 
quem pertencera esse animal nós não sabíamos, mas logo 
descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O 
que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela 
manhã, e talvez por esquecimento, ela deixará aberta a janela 
da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, 
levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com 
muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-
lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina. 
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa 
apareça. E ela apareceu. No momento exato em que, 
finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a 
porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo 
de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o 
último. 
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e 
caí. De imediato senti uma dor terrível na perna e não tive 
dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas 
não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas 
com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura 
a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher 
sem dúvida descarregaria em mim sua fúria. 
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de 
raiva. Mas aí viu a minha perna, e instantaneamente mudou. 
Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma 
habilidade surpreendente. 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 8 
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. 
Não se preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, 
trabalhei em hospital. Confie em mim. 
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e 
com seu cinto de pano, improvisou uma tala, imobilizando-me 
a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha 
casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à minha mãe. 
Sorriu. 
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico 
engessou minha perna e em poucas semanas eu estava 
recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E 
tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em 
minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana 
Custódio. 
(SCLIAR, Moacyr. In: revista Nova Escola, seção Era uma vez. São Paulo: 
Abril, agosto de 2004). 
 
Este texto “Bruxas não existem”, se encaixa na tipologia 
textual de: 
(A) Descrição. 
(B) Narração. 
(C) Dissertação. 
(D) Nenhuma das alternativas. 
 
03. (Câmara Santa Rosa/RS - Procurador Jurídico - 
INST.EXCELENCIA/2017) 
 
Retrato 
Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios, 
nem o lábio amargo. 
 
Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração 
que nem se mostra. 
 
Eu não dei por esta mudança, 
tão simples, tão certa, tão fácil: 
- Em que espelho ficou perdida 
a minha face? 
MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: José 
Aguilar, 1958. 
 
Para expressar as mudanças físicas de seu corpo e como o 
mesmo se encontra depois delas, o eu lírico utiliza 
predominantemente os recursos da: 
(A) Narração. 
(B) Descrição. 
(C) Dissertação. 
(D) Nenhuma das alternativas. 
 
04. (Pref. Cruzeiro/SP - Professor Língua Portuguesa - 
INST.EXCELENCIA/2016) São várias as situações 
comunicativas cotidianas, sejam elas orais ou escritas. O 
dinamismo da comunicação é responsável pela criação dos 
diversos gêneros textuais, mas, antes deles, existem os tipos 
textuais, estruturas nas quais os gêneros se apoiam. Os 
aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a 
finalidade do texto: contar, descrever, argumentar, informar, 
etc. Um único texto pode apresentar passagens de vários tipos 
de texto. A tipologia textual apresenta características 
intrínsecas, como vocabulário, relações lógicas, tempos 
verbais, construções frasais e outras peculiaridades inscritas 
em, basicamente, cinco tipos. 
 
 
 
 
5 https://www.todamateria.com.br/generos-textuais/ 
Assinale a alternativa CORRETA. 
(A) Narração; Dissertação; Descrição; Exposição; Injunção. 
(B) Conjunção; Dissertação; Descrição; Exposição; 
Comunicação. 
(C) Comunicação; Conjunção; Dissertação; Descrição; 
Exposição. 
(D) Narração; Descrição; Injunção; Exposição; Coesão; 
Dissertação. 
 
05. (João Pessoa/PB - Técnico Controle Interno - 
CESPE/2018) 
 
 
 
Acerca das propriedades linguísticas do texto precedente, 
julgue o item subsequente. 
O texto apresentado combina elementos das tipologias 
expositiva e injuntiva. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01. D / 2. B / 3.B / 04.A / 05.CERTO 
 
GÊNEROS TEXTUAIS 
 
Os gêneros textuais são classificados conforme as 
características comuns que os textos apresentam em relação à 
linguagem e ao conteúdo. 
Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma 
interação entre os interlocutores (emissor e receptor) de 
determinado discurso. 
São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade, 
receita de bolo, menu do restaurante, bilhete ou lista de 
supermercado. 
É importante considerar seu contexto, função e finalidade, 
pois o gênero textual pode conter mais de um tipo textual. Isso, 
por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a 
lista de ingredientes necessários (texto descritivo) e o modo 
de preparo (texto injuntivo).5 
 
Distinguindo 
 
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero 
literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é 
referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma 
possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma 
breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual: 
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Língua Portuguesa 9 
Gênero Literário - é classificado de acordo com a sua 
forma, podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, 
narrativo e etc. 
Tipo Textual - este é a forma como o texto se apresenta, 
podendo ser classificado como narrativo, argumentativo, 
dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma 
dessas classificações varia de acordo como o texto se 
apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito. 
 
Tiposde Gêneros Textuais 
 
Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que 
existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias 
tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são 
estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: 
narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e 
injuntivo. 
 
Texto Narrativo 
Os textos narrativos apresentam ações de personagens no 
tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em: 
apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. 
 
Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos: 
• Romance 
• Novela 
• Crônica 
• Contos de Fada 
• Fábula 
• Lendas 
 
Texto Descritivo 
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor 
determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa 
forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou 
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do 
locutor (emissor). 
 
São exemplos de gêneros textuais descritivos: 
• Diário 
• Relatos (viagens, históricos, etc.) 
• Biografia e autobiografia 
• Notícia 
• Currículo 
• Lista de compras 
• Cardápio 
• Anúncios de classificados 
 
Texto Dissertativo-Argumentativo 
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor 
um tema ou assunto por meio de argumentações. São 
marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo 
que tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida 
em três partes: tese (apresentação), antítese 
(desenvolvimento), nova tese (conclusão). 
 
Exemplos de gêneros textuais dissertativos: 
• Editorial Jornalístico 
• Carta de opinião 
• Resenha 
• Artigo 
• Ensaio 
• Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado 
 
Texto Expositivo 
Os textos expositivos possuem a função de expor 
determinada ideia, por meio de recursos como: definição, 
conceituação, informação, descrição e comparação. 
 
Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos: 
• Seminários 
• Palestras 
• Conferências 
• Entrevistas 
• Trabalhos acadêmicos 
• Enciclopédia 
• Verbetes de dicionários 
 
Texto Injuntivo 
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, 
é aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor 
(emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor 
(receptor). Por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos 
no imperativo. 
 
Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos: 
• Propaganda 
• Receita culinária 
• Bula de remédio 
• Manual de instruções 
• Regulamento 
• Textos prescritivos 
 
Outros Exemplos 
 
Carta 
Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, 
quando é destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem 
intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou 
que não se tenha intimidade. 
Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes 
estilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou 
descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a 
saudação, o corpo da carta e para finalizar a despedida. 
 
Propaganda 
Este gênero geralmente aparece na forma oral, diferente 
da maioria dos outros gêneros. Suas principais características 
são a linguagem argumentativa e expositiva, pois a intenção da 
propaganda é fazer com que o destinatário se interesse pelo 
produto da propaganda. O texto pode conter algum tipo de 
descrição e sempre é claro e objetivo. 
 
Notícia 
Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. 
Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto 
é informar algo que aconteceu. 
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos 
existentes e tem como intenção nos informar acerca de 
determinada ocorrência. Bastante recorrente nos meios de 
comunicação em geral, seja na televisão, em sites pela internet 
ou impresso em jornais ou revistas. 
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, 
clara, objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que 
interessam ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e 
objetiva, uma vez que se trata de uma informação. 
 
Editorial 
O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente 
aparece no início das colunas. Diferente dos outros textos que 
compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são 
textos opinativos. 
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem 
apresentar certa objetividade. Isso porque são os editoriais 
que apresentam os assuntos que serão abordados em cada 
seção do jornal, ou seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, 
Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros. 
Os textos são organizados pelos editorialistas, que 
expressam as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a 
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Língua Portuguesa 10 
assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do 
meio de comunicação (revista, jornal, rádio, etc.). 
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os 
editoriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do 
Editor”. 
Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se 
apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E 
quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da 
linguagem que, mesmo em se tratando de impressões 
pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que 
prevaleça o emprego da 3ª pessoa do singular, ocupa lugar de 
destaque. 
 
Reportagem 
Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado 
nos meios de comunicação de massa. A reportagem informa, 
de modo mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela 
situa-se no questionamento de causa e efeito, na interpretação 
e no impacto, somando as diferentes versões de um mesmo 
acontecimento. 
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas 
geralmente costuma estabelecer conexões com o fato central, 
anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-
se a narrativa do fato principal, ampliada e composta por meio 
de citações, trechos de entrevistas, depoimentos, dados 
estatísticos, pequenos resumos, dentre outros recursos. É 
sempre iniciada por um título, como todo texto jornalístico. 
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias 
versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e 
contribuindo para formar sua opinião. 
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, 
dinâmica e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos 
meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma 
linguagem acessível a todos os públicos, mas pode variar de 
formal para mais informal dependendo do público a que se 
destina. Embora seja impessoal, às vezes é possível perceber a 
opinião do repórter sobre os fatos ou sua interpretação.6 
 
Gêneros Textuais e Gêneros Literários 
 
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se 
referem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros 
literários se referem apenas aos textos literários. 
Os gêneros literários são divisões feitas segundo 
características formais comuns em obras literárias, 
agrupando-as conforme critérios estruturais, contextuais e 
semânticos, entre outros. 
- Gênero lírico; 
- Gênero épico ou narrativo; 
- Gênero dramático. 
 
Gênero Lírico 
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no 
poema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime 
suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. 
Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e 
há o predomínio da função emotiva da linguagem. 
 
Elegia 
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a 
morte é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor 
expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. 
É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e 
Yufa, de William Shakespeare.6 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. 
São Paulo, Atual Editora, 2000 
Epitalâmia 
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites 
românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de 
epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. 
 
Ode (ou hino) 
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à 
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, 
ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com 
acompanhamento musical. 
 
Idílio (ou écloga) 
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem 
à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o 
poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de 
tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que 
enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. 
A écloga é um idílio com diálogos (muito rara). 
 
Sátira 
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém 
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, 
pode abordar críticas sociais, a costumes de determinada 
época, assuntos políticos, ou pessoas de relevância social. 
 
Acalanto 
Canção de ninar. 
 
Acróstico 
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso 
formam uma palavra ou frase. Ex.: 
 
Amigos são 
Muitas vezes os 
Irmãos que escolhemos. 
Zelosos, eles nos 
Ajudam e 
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira 
e 
Eterna 
https://www.todamateria.com.br/acrostico/ 
 
Balada 
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são 
cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão 
vocal que se destinam à dança. 
 
Canção (ou Cantiga, Trova) 
Poema oral com acompanhamento musical. 
 
Gazal (ou Gazel) 
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente 
médio. 
 
Soneto 
É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois 
quartetos e dois tercetos. 
 
Vilancete 
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de 
escárnio e de maldizer); satíricas, portanto. 
 
Gênero Épico ou Narrativo 
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários 
reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com 
o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado 
apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao 
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Língua Portuguesa 11 
surgimento de concepções de prosa com características 
diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. 
 
Épico (ou Epopeia) 
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias 
de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, 
viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um 
tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus 
feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, 
e Odisseia, de Homero. 
 
Ensaio 
É um texto literário breve, situado entre o poético e o 
didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e 
filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais 
flexível que o tratado. 
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e 
subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, 
social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute 
em formalidades como documentos ou provas empíricas ou 
dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a 
tolerância, de John Locke. 
 
Gênero Dramático 
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. 
Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. 
Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que 
assumem os papéis das personagens nas cenas. 
 
Tragédia 
É a representação de um fato trágico, suscetível de 
provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a 
tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma 
extensão e completa, em linguagem figurada, com atores 
agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex.: Romeu e 
Julieta, de Shakespeare. 
 
Farsa 
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego 
de processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, 
a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em 
especial, o engano. 
 
Comédia 
É a representação de um fato inspirado na vida e no 
sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada 
às festas populares. 
 
Tragicomédia 
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e 
cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o 
imaginário. 
 
Poesia de cordel 
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte 
apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da 
sociedade e da realidade vivida por este povo. 
 
Questões 
 
01. (Pref. Teresina/PI - Professor de Língua 
Portuguesa - NUCEPE/2016) Ainda sobre gênero, é correto 
afirmar que uma característica predominante nos gêneros 
textuais é a: 
(A) forma linguística. 
(B) clareza das ideias. 
(C) função sociocomunicativa. 
(D) assunto temático. 
(E) correção gramatical. 
 
02. (MPE/GO - Secretário Auxiliar - 2018) 
 
A Outra Noite 
 
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite 
de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para 
casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e 
contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar 
lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade 
eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, 
uma paisagem irreal. 
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer 
aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: 
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua 
conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? 
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e 
torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda. 
– Mas, que coisa... 
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu 
fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. 
Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. 
– Ora, sim senhor... 
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa 
noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão 
veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. 
(Rubem Braga, Ai, Copacabana, disponível em 
http://biscoitocafeenovela.blogspot.com.br/2014/09/sessao-leitura-outra-noite-
rubembraga.html. Acesso em 14/01/2018) 
 
Quanto ao gênero, o texto sob análise apresenta 
características de: 
(A) Uma crônica. 
(B) Uma fábula. 
(C) Um artigo. 
(D) Um ensaio. 
(E) Nenhuma das alternativas. 
 
03. (SEE/PE - Professor - FGV/2016) Os diversos 
gêneros textuais destacam uma qualificação predominante 
para cada enunciador; em um texto informativo, por exemplo, 
o enunciador tem como marca específica 
(A) o interesse de convencimento. 
(B) o domínio de um conhecimento. 
(C) a necessidade de expressão de uma emoção. 
(D) a condição de prever conhecimentos futuros. 
(E) o objetivo de ensinar procedimentos. 
 
04 (IF/PA - Professor - Letras - IF/PA/2015) A inserção 
dos gêneros textuais no ensino vem mudando a dinâmica da 
educação em língua portuguesa no Brasil. É importante 
trabalhar a língua em uso, através de textos e dos gêneros nos 
quais eles se manifestam isso tem mobilizado professores e 
educadores, que procuram adaptar‐ se a essas novas 
perspectivas. De acordo com os estudos sobre os gêneros 
textuais podemos afirmar que os exemplos de textos como, 
receita culinária, tutorial, manual de instruções, guia 
rodoviário tem em comum por possuírem um caráter: 
(A) injuntivo. 
(B) prescritivo. 
(C) descritivo. 
(D) expositivo. 
(E) dissertativo. 
 
05. (FGV - Professor de Ensino Fundamental II e Médio 
- SME/SP/2016) Os diversos textos a serem interpretadosem 
um livro didático devem ser distribuídos segundo o seguinte 
critério: 
(A) textos literários e não literários. 
(B) textos de épocas variadas. 
(C) textos de gêneros textuais variados. 
(D) textos de vários gêneros literários. 
(E) textos de linguagem formal e informal. 
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Língua Portuguesa 12 
Gabarito 
 
01.C / 02.A / 03.B / 04.A / 05.C 
 
COESÃO 
 
Coesão7 é a conexão e a harmonia entre os elementos de 
um texto, como descreve Marina Cabral. Percebemos tal 
definição quando lemos um texto e verificamos que as 
palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um 
dando continuidade ao outro. 
 
Os elementos de coesão determinam a transição de ideias 
entre as frases e os parágrafos. 
 
Observe a coesão presente no texto a seguir: 
 
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a 
política agrária do país, porque consideram injusta a atual 
distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura 
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o 
projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de 
sem-terra.” 
(JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional, 2007) 
 
As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do 
texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão do 
texto. 
Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os 
principais são: 
 
- Palavras de transição: são palavras responsáveis pela 
coesão do texto, estabelecem a interrelação entre os 
enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, 
conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais. 
 
Veja algumas palavras e expressões de transição e 
seus respectivos sentidos: 
- inicialmente (começo, introdução) 
- primeiramente (começo, introdução) 
- antes de tudo (começo, introdução) 
- desde já (começo, introdução) 
- além disso (continuação) 
- do mesmo modo (continuação) 
- acresce que (continuação) 
- ainda por cima (continuação) 
- bem como (continuação) 
- outrossim (continuação) 
- enfim (conclusão) 
- dessa forma (conclusão) 
- em suma (conclusão) 
- nesse sentido (conclusão) 
- portanto (conclusão) 
- afinal (conclusão) 
- logo após (tempo) 
- ocasionalmente (tempo) 
- posteriormente (tempo) 
- atualmente (tempo) 
- enquanto isso (tempo) 
- imediatamente (tempo) 
- não raro (tempo) 
- concomitantemente (tempo) 
- igualmente (semelhança, conformidade) 
- segundo (semelhança, conformidade) 
- conforme (semelhança, conformidade) 
- quer dizer (exemplificação, esclarecimento) 
- rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento) 
 
 
7 http://brasilescola.uol.com.br/redacao/coesao.htm 
Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso 
cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui uma melhor 
qualidade de vida. 
 
- Coesão por referência: existem palavras que têm a 
função de fazer referência, são elas: 
- pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os... 
- pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso... 
- pronomes demonstrativos: este, esse, aquele... 
- pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo... 
- pronomes relativos: que, o qual, onde... 
- advérbios de lugar: aqui, aí, lá... 
 
Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal 
resultado demonstra que ela se esforçou bastante para 
alcançar o objetivo que tanto almejava. 
 
- Coesão por substituição: substituição de um nome 
(pessoa, objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou trechos do 
texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido 
próximo, evitando a repetição no corpo do texto. 
 
Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital 
gaúcha”; 
Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos 
Escravos”; 
João Paulo II: Sua Santidade; 
Vênus: A Deusa da Beleza. 
 
Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária. 
Não é por acaso que o “Poeta dos Escravos” é considerado o 
mais importante da geração a qual representou. 
 
Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados 
agrupados em conjuntos. 
 
Questões 
 
01. Bem tratada, faz bem 
O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória: 
“O carro é o cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a 
reversão cultural que se deu no consumo do tabaco? 
Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. 
Este jornal, em uma série de reportagens, nestes dias, mostrou 
o privilégio que os governos dão ao uso do carro e o desprezo 
ao transporte coletivo. Surpreendentemente, houve 
entrevistado que opinou favoravelmente, valorizando Los 
Angeles – um caso típico de cidade rodoviária e dispersa. 
Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta 
geração com o futuro da humanidade e contra o aquecimento 
global – para o qual a emissão de CO2 do rodoviarismo é 
agente básico. (A USP acaba de divulgar estudo advertindo que 
a poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.) 
O transporte também esteve no centro dos protestos de 
junho de 2013. Lembremos: ele está interrelacionado com a 
moradia, o emprego, o lazer. Como se vê, não faltam razões 
para o debate do tema. 
(Sérgio Magalhães, O Globo) 
 
“Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.” 
 
Substituindo o termo destacado por uma oração 
desenvolvida, a forma correta e adequada seria: 
(A) para que se debatesse o tema; 
(B) para se debater o tema; 
(C) para que se debata o tema; 
(D) para debater-se o tema; 
(E) para que o tema fosse debatido. 
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Língua Portuguesa 13 
02. “A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a 
poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”. 
A oração em forma desenvolvida que substitui correta e 
adequadamente o gerúndio “advertindo” é: 
(A) com a advertência de; 
(B) quando adverte; 
(C) em que adverte; 
(D) no qual advertia; 
(E) para advertir. 
 
03. Corrida contra o ebola 
Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África 
Ocidental despertou a atenção da comunidade internacional, 
mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para 
refrear o avanço da doença tenham sido eficazes. 
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 
contaminações registradas neste ano ocorreram nas últimas 
três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da 
enfermidade. A escalada levou o diretor do CDC (Centro de 
Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, Tom Frieden, a 
afirmar que a epidemia está fora de controle. 
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De 
um lado, as condições sanitárias e econômicas dos países 
afetados são as piores possíveis. De outro, a Organização 
Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um 
contingente expressivo de profissionais para atuar nessas 
localidades afetadas. 
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se 
explica por problemas financeiros. Só 20% dos recursos da 
entidade vêm de contribuições compulsórias dos países-
membros – o restante é formado por doações voluntárias. 
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa 
área, e a organização perdeu quase US$ 1 bilhão de seu 
orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para 
comparação, o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013, 
com cerca de US$ 6 bilhões. 
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A 
agência passou a dar mais ênfase à luta contra enfermidades 
globais crônicas, como doenças coronárias e diabetes. O 
departamento de respostas a epidemias e pandemias foi 
dissolvido e integrado a outros. Muitos profissionais 
experimentados deixaram seus cargos. 
Pesa contra o órgão da

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