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Organizador Vitor Matheus Krewer Manual Preparatório para o Concurso da Polícia Rodoviária Federal Policial Rodoviário Federal Teoria | Legislação | Exercícios Autores Altevir Rossi Carneiro | Carla Kurz | Diego Alves | Jhoni Zini Juliano Broggio | Kátia Quadros | Priscila de Sá Monteiro Tiago Zanolla | Vitor Krewer 2º Edição Volume 1 2018 Diretoria Executiva Evaldo Roberto da Silva Diretoria de Operações e Infraestrutura Luís Carlos de Brito Editor Responsável Vitor Matheus Krewer Capa Diego Garcia Diagramação Jéssica Câmara de Oliveira Vitor Matheus Krewer Projeto Gráfico e Editoração Jéssica Câmara de Oliveira Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A Editora Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (impressão e apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: esta obra é vendida como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Editora Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do cliente do site www.editorafocus.com.br, na aba “Atualização e Erratas”. É missão da editora oferecer ao leitor uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que o leitor, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento da Editora Focus através do e-mail editora@editorafocus.com.br © 2018, by Editora Focus Impresso no Brasil | Printed in Brazil Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.editorafocus.com.br M294 Manual Preparatório para o Concurso da Polícia Rodoviária Federal: Policial Rodoviário Federal: / Org. Vitor Matheus Krewer, Altevir Rossi Carneiro, Carla Kurz, Diego Alves, Jhoni Zini, Juliano Broggio, Kátia Quadros, Priscila de Sá Monteiro, Tiago Zanolla. – Cascavel: Editora Focus, 2018. 532 P. ISBN 1. Generalidades – Português - Brasil. I. Krewer, Vitor Matheus. II. Título. CDD 23 ed.: 036.681 Índice Geral Língua Portuguesa......................................................................................................... 07 Raciocínio Lógico-Matemática.................................................................................... 145 Noções de Informática................................................................................................... 225 Noções de Física.............................................................................................................. 427 Ética no Serviço Público................................................................................................ 457 História da PRF............................................................................................................... 491 Geopolítica Brasileira.................................................................................................... 507 Sobre os Autores Altevir Rossi Carneiro Formado em Matemática pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Especialista em Ensino da Matemática pela Universidade Paranaense – UNIPAR. Mestrando em Educação pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Professor de Matemática, Matemática Financeira, Estatística e Raciocínio Lógico, atua desde 1998 em cursos preparatórios para concursos e pré-vestibulares. Carla Francielle Kurz Possui graduação em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2003) e mestrado em História pela Universidade Estadual de Maringá (2009). Doutora em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2016). Tem experiência na área de História, com ênfase em História Comparada, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas públicas de saúde, urbanização, discurso médico e estatal. Diego Alves Natural do Rio de Janeiro – RJ. Bacharel em Direito pela UniverCidade (RJ); Especialização em Direito na Administração Pública pela Universidade Castelo Branco-RJ. Servidor Público Federal desde o dia 03/02/2003 (Militar do Exército Brasileiro de 03/02/2003 a 27/08/2014 |Policial Rodoviário Federal de 28/08/2014 até hoje). Juliano Broggio Formado em Matemática pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Pós- graduado em Matemática Financeira e Estatística – UNIPAR. Professor em todos os níveis de ensino há 16 anos. Professor de cursos preparatórios para vestibular, Enem e concurso público. Investigador da Polícia Civil de Santa Catarina Jhoni Zini Formado em Matemática pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Professor de Matemática, Matemática Financeira e Raciocínio Lógico, atuando em cursos preparatórios para concursos e pré-vestibulares. Katia Quadros Graduada em Processamento de Dados. Especialista em TI – Desenvolvimento Web – PUC-PR. Analista de sistemas. Ex-examinadora para concursos públicos. Professora de Informática desde 1998 em cursos técnicos. Professora de Informática e Arquivologia desde 2008 para Concursos Públicos presenciais e à distância. Comentarista de questões e autora de materiais de concursos públicos. Orientadora de estudos para concurso. Priscila de Sá Monteiro Professora de Língua Portuguesa em cursos preparatórios para concursos. Professora de Português na rede estadual de Santa Catarina. Formada em Letras - Habilitação em Português e Inglês, pela Universidade do Extremo Sul Catarinense - Unesc. Especialização em Educação para Jovens e Adultos. Fui instrutora de Cursos Profissionalizantes na Empresa Sest Senat, em Criciúma. Atualmente, atuo também em atividades como: aulas particulares de Português; ministração de aulas de Português em grupos de estudos focais; revisões de textos acadêmicos e empresariais. Vitor Krewer Graduado em Processos Gerenciais e Tecnologia da Informação pela UniCesumar – Centro Universitário de Maringá. Possui conhecimento multidisciplinar na área jurídica, tendo sido acadêmico de Direito na UNIGRAN – Universidade da Grande Dourados e Filosofia na UNIOESTE – Universidade do Oeste do Paraná. Atualmente cursando MBA em Business Intelligence e MBA em Negócios Digitais pela Universidade Positivo. É professor de cursos online na área de Informática e Legislação Institucional. Envolvido na área de concursos públicos como escritor, organizador e editor no Focus Concursos desde 2012 foi responsável pela elaboração e organização de mais de 200 publicações, entre apostilas, livros e manuais. Tiago Zanolla Professor multidisciplinar, tendo ampla representatividade nas áreas de Ética no Serviço Público, Conhecimentos Bancários e Direito Regimental. Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Pan-Americana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com concursos públicos desde 2009, é professor em diversos estados do Brasil. Sumário | 7 8 | Língua PortuguesaSumário | 9 Sumário Sumário ................................................................................................................................................................................ 9 Capítulo 1 - Ortografia ..................................................................................................................................................... 13 Dificuldades Ortográficas .................................................................................................................................... 14 Emprego do “s” .................................................................................................................................................... 14 Emprego do “z” .................................................................................................................................................... 15 Emprego do “h” .................................................................................................................................................... 15 Emprego do “x” e “ch” ........................................................................................................................................ 15 Emprego do “ss” ................................................................................................................................................... 16 Emprego do “ç” .................................................................................................................................................... 16 Emprego do “g” .................................................................................................................................................... 16 Emprego do “j” ..................................................................................................................................................... 16 Emprego do “i” ..................................................................................................................................................... 16 Emprego do “e” .................................................................................................................................................... 17 Emprego do “sc” ................................................................................................................................................... 18 Capítulo 2 - Emprego do hífen ....................................................................................................................................... 21 Hífen com Prefixos e Pseudoprefixos................................................................................................................. 21 Hífen com Sufixos ................................................................................................................................................. 22 Hífen em Locuções ............................................................................................................................................... 23 Capítulo 3 - Acentuação Gráfica .................................................................................................................................... 25 Capítulo 4 - Novo Acordo Ortográfico - Mudanças .................................................................................................... 27 Alfabeto .................................................................................................................................................................. 27 Trema ..................................................................................................................................................................... 27 Acentos Diferenciais ............................................................................................................................................. 28 Hífen ....................................................................................................................................................................... 28 Capítulo 5 - Pronomes ...................................................................................................................................................... 31 Pronomes Pessoais .......................................................................................................................................... 31 Caso Reto ......................................................................................................................................................... 32 Caso Oblíquo ................................................................................................................................................... 32 Pronomes de Tratamento ............................................................................................................................... 34 Emprego dos Pronomes de Tratamento ....................................................................................................... 34 Pronomes Demonstrativos ............................................................................................................................ 35 Pronomes Relativos ........................................................................................................................................ 35 Pronomes Interrogativos ................................................................................................................................ 36 Pronomes Indefinidos .................................................................................................................................... 36 Pronomes Possessivos .................................................................................................................................... 37 Colocação Pronominal ......................................................................................................................................... 37 Capítulo 6 - Conjunção .................................................................................................................................................... 41 Conjunções Coordenativas e Subordinativas .................................................................................................... 41 Conjunções Coordenativas ............................................................................................................................ 42 Conjunções Subordinativas ........................................................................................................................... 43 Capítulo 7 - Flexão Nominal e Verbal ........................................................................................................................... 47 Flexão Nominal ..................................................................................................................................................... 47 Substantivo ...................................................................................................................................................... 48 Flexão de Gênero ............................................................................................................................................ 48 Flexão de Número .......................................................................................................................................... 49 Plural dos Substantivos Simples ............................................................................................................... 49 Plural dos Diminutivos .............................................................................................................................. 50 Particularidades do Número dos Substantivos Simples........................................................................ 50 10 | Língua Portuguesa Formação do Plural dos Substantivos Compostos (dois elementos) ....................................................50 Particularidades do número dos Substantivos Compostos ................................................................... 50 Substantivos Compostos Formados com Adjetivos Reduzidos ............................................................ 51 Flexão de Grau................................................................................................................................................. 51 Flexão Verbal ......................................................................................................................................................... 51 Verbos ............................................................................................................................................................... 52 Flexão de Gênero ............................................................................................................................................. 53 Flexão de Número ........................................................................................................................................... 53 Flexão de Modo ............................................................................................................................................... 53 Flexão de Tempo ............................................................................................................................................. 53 Flexão de Voz .................................................................................................................................................. 54 Voz Ativa ..................................................................................................................................................... 54 Voz Passiva .................................................................................................................................................. 54 Voz Reflexiva .............................................................................................................................................. 54 Capítulo 8 - Vozes do Verbo ........................................................................................................................................... 57 Flexão de Voz ........................................................................................................................................................ 57 Voz ativa .......................................................................................................................................................... 57 Voz Passiva ...................................................................................................................................................... 57 Voz Reflexiva ................................................................................................................................................... 59 Capítulo 9 - Concordância Nominal e Verbal .............................................................................................................. 61 Concordância Nominal ........................................................................................................................................ 61 Concordância do Adjetivo ............................................................................................................................. 61 Um Substantivo Determinado por dois ou mais Adjetivos ....................................................................... 62 Substantivo usado como Adjetivo ................................................................................................................ 62 Adjetivos Compostos ...................................................................................................................................... 62 Casos Especiais de Concordância Nominal ................................................................................................. 63 Concordância Verbal ............................................................................................................................................ 65 Sujeito Simples ................................................................................................................................................ 65 Concordância do Sujeito Composto .............................................................................................................. 67 Casos Particulares do Sujeito Composto.................................................................................................. 67 Concordância do Sujeito Indeterminado ...................................................................................................... 69 Concordância da Oração sem Sujeito ........................................................................................................... 69 Casos Especiais de Concordância Verbal ..................................................................................................... 70 Concordância do Verbo Ser ........................................................................................................................... 71 Verbo Ser Impessoal ................................................................................................................................... 72 Capítulo 10 - Regência ..................................................................................................................................................... 73 Regência Nominal ................................................................................................................................................. 73 Regência Verbal ..................................................................................................................................................... 76 Casos Particulares da Regência ..................................................................................................................... 81 Um Complemento para dois ou mais Verbos .............................................................................................. 81 Regência com Pronome Interrogativo ................................................................................................................ 82 Regência com Pronome Relativo ......................................................................................................................... 82 Regência com Pronome Pessoal do Caso Oblíquo Átono ................................................................................ 83 Pronome Oblíquo como Complemento Nominal ....................................................................................... 84 Verbos que pedem dois Complementos ............................................................................................................ 84 Sujeito e Regência.................................................................................................................................................. 85 Sumário | 11 Capítulo 11 - Crase ........................................................................................................................................................... 87 Crase com Pronome Demonstrativo ................................................................................................................... 87 Crase com Artigo .................................................................................................................................................. 88 Diante de Pronomes ............................................................................................................................................. 89 Outros Casos ......................................................................................................................................................... 89 Capítulo 12 - Construção Frasal ......................................................................................................................................91 Sintaxe da Oração e do Período .......................................................................................................................... 91 Termos da Oração ........................................................................................................................................... 92 Período Composto .......................................................................................................................................... 92 Capítulo 13 - Pontuação ................................................................................................................................................... 93 Vírgula ................................................................................................................................................................... 93 Ponto e Vírgula ..................................................................................................................................................... 95 Dois-Pontos ........................................................................................................................................................... 95 Ponto-Final ............................................................................................................................................................ 95 Ponto de Interrogação .......................................................................................................................................... 95 Ponto de Exclamação............................................................................................................................................ 96 Reticências ............................................................................................................................................................. 96 Parênteses .............................................................................................................................................................. 96 Travessão ............................................................................................................................................................... 96 Aspas ...................................................................................................................................................................... 97 Capítulo 14 - Significação das Palavras ........................................................................................................................ 99 Sinônimo ................................................................................................................................................................ 99 Antônimo ............................................................................................................................................................... 99 Homônimos ......................................................................................................................................................... 100 Homográficos ................................................................................................................................................ 100 Homofônicos ................................................................................................................................................. 100 Parônimos ............................................................................................................................................................ 100 Alguns Homônimos e Parônimos Notáveis: ............................................................................................. 100 Polissemia ............................................................................................................................................................ 103 Denotação e Conotação ...................................................................................................................................... 103 Capítulo 15 - Tipologia Textual .................................................................................................................................... 105 Descrição .............................................................................................................................................................. 105 Narração .............................................................................................................................................................. 106 Foco Narrativo .............................................................................................................................................. 106 Tipos de Discurso ......................................................................................................................................... 106 Dissertação........................................................................................................................................................... 107 Capítulo 16 - Compreensão e Interpretação de Textos ............................................................................................. 109 Interpretação de Textos ...................................................................................................................................... 109 Capítulo 17 - Redação de Correspondências Oficiais ............................................................................................... 111 Correspondência Oficial .................................................................................................................................... 111 Características da Redação Oficial .................................................................................................................... 111 Impessoalidade ............................................................................................................................................. 111 Correção Gramatical ..................................................................................................................................... 112 Formalidade e padronização ....................................................................................................................... 112 Pronomes de Tratamento ............................................................................................................................. 112 Emprego dos pronomes de tratamento ...................................................................................................... 112 12 | Língua Portuguesa Concisão e clareza ..................................................................................................................................... 114 Padrão ofício .................................................................................................................................................. 114 Partes do documento no padrão ofício .................................................................................................. 114 Local e data .......................................................................................................................................... 114 Destinatário .......................................................................................................................................... 114 Assunto ................................................................................................................................................. 114 Texto ..................................................................................................................................................... 114 Fecho ..................................................................................................................................................... 115 Forma de Diagramação ......................................................................................................................115 Comunicações oficiais ......................................................................................................................... 116 Apostila .......................................................................................................................................................... 116 Ata ................................................................................................................................................................... 117 Aviso ............................................................................................................................................................... 119 Certidão .......................................................................................................................................................... 120 Circular ........................................................................................................................................................... 121 Contrato.......................................................................................................................................................... 121 Declaração ...................................................................................................................................................... 123 Decreto ........................................................................................................................................................... 123 Edital ............................................................................................................................................................... 124 Memorando ................................................................................................................................................... 127 Mensagem ...................................................................................................................................................... 128 Ofício .............................................................................................................................................................. 129 Ordem de serviço .......................................................................................................................................... 129 Parecer ............................................................................................................................................................ 131 Requerimento ................................................................................................................................................ 132 Portaria ........................................................................................................................................................... 133 Relatório ......................................................................................................................................................... 134 Resolução ....................................................................................................................................................... 135 Questões Gabaritadas .................................................................................................................................................... 137 Capítulo 1 - Ortografia | 13 Capítulo 1 - Ortografia Abordaremos o assunto Ortografia (do grego “orthós” = direito + “gráphein” = escrever). Sendo assim, ortografia é a maneira correta de escrever as palavras. Para falarmos sobre as dificuldades ortográficas, precisamos passar primeiramente por um caminho que nos levará a reconhecer a ortografia como algo convencional e não lógico. Por essa razão, para resolver alguns problemas de escrita, não devemos nos remeter apenas em regras, embora sejam grandes aliadas, mas, acima de tudo, ter a leitura como hábito. Quando estudamos ortografia, logo recorremos às regras, pois são elas, em geral, que nos dão suporte para entendermos melhor o mundo das palavras, porém, as regras não podem suprir todas as dificuldades de escrita, e por isso, devemos contar com outros recursos como o dicionário e a leitura, dentre outros. Serão tratadas algumas “regras”, porém, nem todas as palavras possuem uma regra para justificar sua grafia, e quando não há regras, o único jeito é recorrer à técnica do conhecimento da palavra por memorização, que se adquire somente com a leitura. O intuito dessa breve introdução é deixar claro que o estudo de ortografia não se limita a regras, mas que seu estudo está atrelado também à etimologia ou história das palavras. A ortografia é um assunto que compreende os seguintes conteúdos: A grafia de uma palavra pode ser estudada com relação a dois aspectos: Sistema fonético (pela sua pronúncia) ou sistema etimológico (pela sua origem ou história). Quanto ao sistema fonético, consiste no estudo da representação das palavras por meio do seu fiel som, isto é, na pronúncia, exclui qualquer som da letra que não haja valor sonoro ou prosódico e inclui outros, se for necessário, para que haja representação exata na pronúncia. Exemplo: OJE OMEM ESCRITO TAKSI 14 | Língua Portuguesa Em se tratando do sistema etimológico, uma palavra pode ser estudada com base na sua representação original, mesmo que as letras nela inseridas não sejam pronunciadas. Exemplo: PRACTICAR CATECHISMO AUCTOR Seguindo o quadro esquematizado de ortografia, acima, os sons da fala são representados por sinais gráficos chamados letras, e além delas, usamos outros sinais chamados auxiliares. São eles: Nome e Sinal Conceito / Função / Exemplo Hífen (-) Usado para ligar elementos de palavras compostas, para ligar pronomes enclíticos aos verbos e para indicar a translineação textual (divisão silábica em final de linha):super-homem, ajudou-me, questionamento. Til (~) usado para marcar a nasalização de um som vocálico: irmã. Nota: bom ressaltar que “til” não é considerado um acento gráfico. Cedilha (ç) coloca-se sob o c, antes das vogais a, o e u: açaí, castiço, açúcar. Apóstrofo ( ’ ) marca a supressão de um som: copo d’água, minh’alma. Acentos gráficos Agudo ( ´ ) Representa um som aberto: SOFÁ Circunflexo (^) representa um som fechado: VOCÊ Grave ( ` ) Representa a fusão de vogais idênticas (crase): ÀQUELE (para+a) Conhecido os sinais gráficos, necessário conhecer as maiores dificuldades da escrita e tentar superá-las com a reflexão sobre “regrinhas”, fixando estas por meio de exercícios. Dificuldades Ortográficas São várias as ocasiões em que nos deparamos com dúvida a respeito de uma palavra, se escrita de uma forma ou de outra. Paramos para pensar em alguns vocábulos como aqueles escritos com “s”, mas que possuem som de /z/ ao pronunciarmos, como, por exemplo, “coisa”, “manhoso”, “japonesa”; enquanto que outros são escritos com “z” e sua pronúncia corresponde fielmente ao som de /z/, como é o caso das palavras “hospitalizar”, “beleza” e “pobrezinho”. Outro caso é a palavra “exame” ser escrita com “x”, mas possuir som de /z/. Portanto, as palavras não devem ser escritas com base na assimilação letra/som, pois nem sempre uma letra representa de fato o seu próprio som. E mais, há letras que possuem mais de um som, como vimos com a letra “x”. É preciso estar atento às regras gramaticais e, principalmente, ter a leitura como hábito. Vamos ver se conseguimos sanar essas dúvidas com algumas dicas a seguir. Contudo, desde já, devemos reconhecer que algumas palavras, excepcionalmente, não seguirão às regras porque estão vinculadas as suas etimologias, ou seja, cada palavra tem uma história e por isso não podem ser alteradas simplesmente a fim de seguirem às regras gramaticais. Portanto, para esse grupo de palavras não haverá explicaçãogramatical, apenas, etimológica. Emprego do “s” Emprega-se o “s”, geralmente: a) depois de ditongos: COISA, FAISÃO, MAUSOLÉU, MAISENA, LOUSA. b) em nomes próprios com som de / z /: NEUSA, BRASIL, SOUSA, TERESA. c) no sufixo -oso (cheio de): CHEIROSO, MANHOSO, DENGOSO, GASOSA. d) nos derivados do verbo querer: QUIS, QUISESSE. e) nos derivados do verbo pôr: PUS, PUSESSE. f) no sufixo -ense, formador de adjetivo: CANADENSE, PARANAENSE, PALMEIRENSE. g) no sufixo -isa, indicando profissão ou ocupação feminina: PAPISA, PROFETISA, POETISA. h) nos sufixos -ês / -esa, indicando origem, nacionalidade ou posição social: CALABRÊS, MILANÊS, PORTUGUÊS, NORUEGUÊS, JAPONÊS, MARQUÊS, CAMPONÊS, CALABRESA, MILANESA, PORTUGUESA, NORUEGUESA, JAPONESA, MARQUESA, CAMPONESA. i) nas palavras derivadas de outras que possuam S no radical: CASA > CASINHA, CASEBRE, CASARÃO, CASARIO; ATRÁS > ATRASADO, ATRASO; Capítulo 1 - Ortografia | 15 PARALISIA > PARALISANTE, PARALISAR, PARALISAÇÃO; ANÁLISE > ANALISAR, ANALISADO. j) nos derivados de verbos que tragam o encontro consonantal – “nd”: PRETENDE > pretensão; SUSPENDER > suspensão; EXPANDIR > expansão. COMPREENDER > compreensão Com relação à palavra “CONTENDER” no sentido de lutar, disputar, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Houaiss, ela pode ser grafada tanto como “CONTENSÃO” quanto como “CONTENÇÃO”. Fica a dica! Emprego do “z” Emprega-se o “z”, geralmente: a) nas palavras derivadas de primitiva com Z: CRUZ > cruzamento, JUIZ > ajuizar, DESLIZE > deslizar. b) nos sufixos -ez/-eza, formadores de substantivos abstratos, a partir de adjetivos: ALTIVO > altivez; MESQUINHO > mesquinhez; MACIO > maciez; BELO > beleza; MAGRO > magreza. c) no sufixo -izar formador de verbos: HOSPITAL > hospitalizar; CANAL > canalizar; SOCIAL > socializar; ÚTIL > utilizar; CATEQUESE > catequizar. Quando usamos apenas -r ou -ar para formar um verbo, aproveitamos o que já existe na palavra primitiva: PESQUISA > pesquisar; ANÁLISE > analisar, DESLIZE > deslizar. d) nos verbos terminados em -uzir, e seus derivados: CONDUZIR > conduziu, conduzo; DEDUZIR > deduzo, deduzi; PRODUZIR > produzo, produziste. e) no sufixo -zinho, formador de diminutivo: CÃOzinho, PEzinho, PAIzinho, MÃEzinha, POBREzinha. Se acrescentarmos apenas -inho, aproveitamos a letra da palavra primitiva: casinha, vasinho, piresinho, lapisinho, juizinho, raizinha. Emprego do “h” a) o H inicial deve ser usado quando a etimologia o justifique: hábil, harpa, hiato, hóspede, húmus, herbívoro, hélice. Escrevese com H o topônimo (nome de lugar: país, estado, cidade) BAHIA, quando se aplica ao Estado. b) o H deve ser eliminado do interior das palavras, se elas formarem um composto ou derivado sem hífen: desabitado (des+habitado), desidratar (des+hidratado), desonra (des+honra), inábil (in+hábil), inumano (in+humano), reaver (re+haver). Nos compostos ou derivados com hífen, o H permanece: anti higiênico, pré histórico, superhomem. c) no final de interjeições: ah! oh! ih! Emprego do “x” e “ch” Emprega-se o “x”: a) normalmente após ditongo: caixa, peixe, faixa, trouxa. Caucho e seus derivados (recauchutar, recauchutagem) são escritos com CH. 16 | Língua Portuguesa b) normalmente após a sílaba inicial en-: enxaqueca, enxada, enxoval, enxurrada. Usaremos CH depois da sílaba inicial en- caso ela seja derivada de uma com CH: De CHEIO > encher, enchimento, enchente De CHARCO > encharcado De CHUMAÇO > enchumaçado De CHIQUEIRO > enchiqueirar c) depois da sílaba inicial me-: mexer, mexilhão, mexerica. Mecha e seus derivados são escritos com CH. Emprego do “ss” Emprega–se o “ss”, geralmente, ao relacionar o verbo com seu correspondente substantivo, como nos casos abaixo: Pares Verbo Substantivo Outros Derivados ced — cess: ceder cessão Conceder (verbo) – concessão (substantivo) – concessionário (substantivo). gred — gress: agredir agressão regredir (verbo) – regressão (substantivo). prim – press: imprimir impressão oprimir (verbo) – opressão (substantivo). tir — ssão: discutir discussão permitir (verbo) – permissão (substantivo). Emprego do “ç” Emprega-se o “ç”, geralmente: a) nas palavras de origem árabe, tupi ou africana: açafrão, açúcar, muçulmano, araçá, Paiçandu, miçanga, caçula. b) após ditongo: louça, feição, traição. c) na relação ter — tenção: abster — abstenção, reter — retenção. Outro exemplo é a palavra “contenção” já mencionada no uso do “s” com sentido de lutar, disputar, podendo ser escrita tanto com “s” quanto com “ç”. Agora, com derivação do verbo “conter” terminado em -ter , é sempre grafada com “ç”, assim como outros verbos do tipo: deter > detenção e obter > obtenção. Emprego do “g” a) nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: pedágio, colégio, litígio, relógio, refúgio. b) nas palavras femininas terminadas em -gem: garagem, viagem, escalagem, vagem. Pajem e lambujem são exceções à regra. Emprego do “j” a) na terminação -aje: ultraje, traje, laje. b) nas formas verbais terminadas em -jar, e seus derivados: arranjar, arranjem; viajar, viajem (verbo na 3ª pessoa plural do imperativo); despejar, despejem (verbo na 3ª pessoa plural do imperativo). A palavra “viajem” com “j” não se refere ao substantivo “viagem” que é escrito com “g” pela regra das palavras femininas terminadas com “gem”, mas ao verbo viajar na 3ª pessoa do plural do modo imperativo ou tempo presente do subjuntivo. Viajem vocês! / Que eles viajem. c) em palavras de origem tupi: jiboia, pajé, jenipapo. d) nas palavras derivadas de outras que se escrevem com J: ajeitar (de jeito), laranjeira (de laranja). Emprego do “i” Emprega-se o “i”, geralmente: a) no prefixo anti-, que indica oposição: antibiótico, antiaéreo. b) nos verbos terminados em -air, -oer e -uir, e seus derivados: Capítulo 1 - Ortografia | 17 Verbo no infinitivo (não conjugado) 1ª pess. sing. (presente do indicativo) 2ª pess. sing. (presente do indicativo) 3ª pess. sing. (presente do indicativo) Sair (eu) saio (tu) sais (ele) sai Cair (eu) caio (tu) cais (ele) cai Moer (eu) môo (tu) móis (ele) mói Roer (eu) rôo (tu) róis (ele) rói Possuir (eu) possuo (tu) possuis (ele) possui Retribuir (eu) retribuo (tu) retribuis (ele) retribui Comecemos, então, por reconhecer que existem 3 tipos de conjugações para os verbos no infinitivo, ainda não conjugados para nenhuma pessoa do verbo: “ar” (1ª conjugação), “er” (2ª conjugação) e “ir” (3ª conjugação). Com relação às terminações dos verbos, a confusão, geralmente, ocorre nas formas infinitivas como em MOER e sua derivada presente do indicativo “MÓI”; a dúvida é: se esta é terminada com “i” ou com “e”; e, ainda, o verbo “POSSUIR”, que muitas vezes não sabemos se a forma correta da 3º pessoa do singular do modo indicativo é “POSSUI” ou “POSSUE”. Outra ocorrência de dúvida fica por conta do verbo “CONTINUAR”, se este na sua forma do presente do subjuntivo é escrito com “e” (CONTINUE) ou com “i” (CONTINUI), assim como também o verbo PERDOAR, gerando a dúvida no seu presente “PERDOE” ou “PERDOI”. Portanto, os verbos terminados em “air” (3ª conjug.), “oer” (2ª conjug.) e “uir” (3ª conjug.), seus derivados na 2ª e 3ª pessoa do singular, ambas do modo indicativo terão a forma terminada em “i” como nos exemplos SAIR > SAIS (2ª pess.) > SAI (3ª pess.) / MOER> MÓIS (2ª pess.) > MÓI (3ª pess.) / POSSUIR > POUSSUIS (2ª pess.) > POSSUI (3ª pess.). - SAIR Bem sei que tu (2ª pess.) sais do trabalho às 18 horas. (presente - modo indicativo) Não sabemos ainda o horário que o ônibus (ele - 3ª pess.) sai. (presente - modo indicativo) - OER E, hoje,tu (2ª pess.) não móis mais café? (presente - modo indicativo) Não, hoje, ela (3ª pess.) não mói mais café, disse a mãe. (presente - modo indicativo) - UIR Tudo o que tu (2ª pess.) possuis, hoje, foi graças a mim. ( presente - modo indicativo) Tudo o que ele (3ª pess.) possui, pertence a mim também. (presente - modo indicativo) Emprego do “e” Agora, com relação à terminação em “e”, o emprego do mesmo ocorre: a) nas formas verbais terminadas em -oar e -uar, e seus derivados: Verbo no infinitivo (não conjugado) 1ª pess. sing. (presente do subjuntivo) 2ª pess. sing. (presente do subjuntivo) 3ª pess. sing. (presente do subjuntivo) Perdoar (que eu) perdoe (que tu) perdoes (que ele) perdoe Coar (que eu) coe (que tu) coes (que ele) coe Continuar (que eu) continue (que tu) continues (que ele) continue Efetuar (que eu) efetue (que tu) efetues (que ele) efetue Então, para fixar, os verbos com terminação da 1ª conjugação (-oar e –uar), nas derivações da 2ª e 3ª pessoa do modo subjuntivo, serão terminados com “e” como nos respectivos exemplos: - PERDOAR Espero que tu (2ª pess.) perdoes teu irmão. (modo subjuntivo) Esperamos que ele (3ª pess.) nos perdoe. (modo subjuntivo) - CONTINUAR Aconselho que tu (2ª pess.) continues estudando. (modo subjuntivo) Meu desejo é que ele (3ª pess.) continue sendo um bom rapaz. (modo subjuntivo) b) no prefixo -ante, que expressa anterioridade: anteontem, antepasto, antevéspera. 18 | Língua Portuguesa Com base nas regras, acima, vamos desenvolver um pouco mais o uso do “i” e do “e” os quais geram confusões na escrita de alguns termos como em palavras com o prefixo –ante ou –anti. Pensemos, então, nas palavras ANTEPROJETO e ANTIPEDAGÓGICO. Vamos analisar a primeira: o prefixo “ANTE-“ finalizado com “e” possui sentido de “anterioridade”, que ao ligar-se ao segundo elemento PROJETO que é a palavra principal, forma o sentido de algum trabalho realizado antes do projeto, ou seja, um esboço do próprio projeto. Lembre-se ANTE vem de ANTES, por isso deve ser escrito com “e”. Diferentemente, é o que ocorre com o prefixo “ANTI-“, que possui sentido de “oposição”, portanto, traz em sua grafia final, a vogal “i”. Observe que por ser finalizado com “i” e, consequentemente, ser dotado do significado de oposição, na composição ANTI+PEDAGÓGICO, gera o sentido de algo ser contra os fundamentos da pedagogia. Emprego do “sc” Não há regras para o uso de SC, sua ocorrência é inteiramente etimológica. Para tanto, é importante conhecer algumas delas que podem causar dúvidas. ABSCESSO que vem de “afastamento”, “ausência” é escrita com “sc”. Também as palavras ACRÉSCIMO > ACRESCER > ACRESCENTAR; ADOLESCENTE > ADOLESCER; APASCENTAR > APASCENTAMENTO são escritas com “sc”. E lembrando, elas não seguem regra, o estudo delas é por meio de conhecimento prévio da palavra, e para isso, a memorização se faz necessária. Importante mencionar a palavra ASCENDER, que por ser homófona (grafia diferente / pronúncia semelhante / significado diferente) de ACENDER, geralmente gera dúvida se esta ou aquela é escrita com “c” ou com “sc” e, por isso, dependendo do contexto em que são inseridas, podem causar problema de sentido. Sinta a diferença: Ele acendeu a tocha e percorreu o caminho sem parar! (=pôr fogo) Vamos ascender mais um andar porque ainda não é neste! (=subir) Fique atento, assim como essas, existem outras, portanto, para esse grupo de palavras que não possuem regras, a sugestão é ler e buscar memorizar. Agora, em continuidade, trataremos sobre as palavras com formas variantes (vocábulos de dupla grafia) e o uso do hífen. Quanto às “formas variantes” podemos, desde já, citar algumas palavras que possuem duas formas de escrita como as clássicas “QUATORZE” e “CATORZE” / “COCIENTE” e “QUOCIENTE” / “SEÇÃO” e “SECÇÃO” / “COTA” e “QUOTA”, “CONTATO” e “CONTACTO”, sendo mais usadas as primeiras de cada par. Também existem aqueles casos isolados de dupla grafia como “DIFERENÇAR” e “DIFERENCIAR” / “GARAGEM” e “GARAGE”, de três grafias: “ENFARTO”, “ENFARTE”, “INFARTO” e até mesmo de quatro formas: relampear, relampejar, relampadejar, relampaguear. E para complicar um pouquinho mais, existem aquelas que admitem estas duas grafias, mesmo causando certa estranheza como “TESOIRA” de “TESOURA”, “PLANCHA” de “PRANCHA”, entre outras. Em contraponto, há palavras que não admitem formas variantes como “EMPECILHO”, “BENEFICÊNCIA”, “PRIVILÉGIO”, “MORTADELA”, “SOBRANCELHA”, entre outras. Para fixar: Capítulo 1 - Ortografia | 19 Poderia citar uma lista desses grupos de palavras, mas só tornaria a aula um tanto enfadonha, já que elas existem por razões históricas ou etimológicas, portanto, não há explicação, elas existem porque existem, e podem ser encontradas, facilmente, em gramáticas e internet. A palavra “PRIVILÉGIO” é uma das palavras que não admitem mais de uma forma. Então, não existe PREVILÉGIO. Vale mencionar que esses vocábulos não se confundem com as palavras parônimas que é o caso daquelas com formas semelhantes e pronúncias sutilmente parecidas, porém, com significados diferentes em razão de uma letra apenas, como por exemplo, os pares “FLAGRANTE” (= que se observa) e “FRAGRANTE” (= de perfumado); “INFLAÇÃO” (= aumento de preços) e “INFRAÇÃO” (=ato de desrespeitar a lei); “RECREAR” (= de divertir) e “RECRIAR” (= de criar novamente). Vejamos como esse conteúdo já foi cobrado em prova. 20 | Língua Portuguesa Capítulo 2 - Emprego do hífen | 21 Capítulo 2 - Emprego do hífen O uso do hífen é meramente convencional. Vale lembrar que algumas regras esclarecem poucos problemas, mas muitos são resolvidos apenas com a consulta ao dicionário. O Formulário Ortográfico da Língua Portuguesa diz o seguinte quanto ao uso de hífen: “Só se ligam por hífen os elementos das palavras compostas em que se mantém a noção de composição, isto é, os elementos das palavras compostas que mantêm a sua independência fonética, conservando cada um a sua própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de sentido”. Exemplos: COUVE-FLOR, GRÃO-DUQUE etc. Observe a palavra composta “COUVE-FLOR”, se retirarmos o hífen e analisarmos o sentido dos elementos, individualmente, “COUVE” significa “espécie de planta comestível” e “FLOR”, se consultarmos qualquer dicionário, encontraremos significados como “planta de jardim”, “pessoa muito bela”, “adorno”, entre outros. No entanto, quando usamos o hífen entre essas duas palavras, teremos um significado específico de “outra espécie de planta comestível com formato inflorescente”. O mesmo ocorre com “GRÃO-DUQUE”, o termo “GRÃO” de “pequeno corpo arredondado que excede ao tamanho de grão de milho” ou “pequena quantidade de algo” se une pelo hífen à palavra “DUQUE” podendo este ter sentido de “titulo de nobreza imediatamente ao de um marquês” como também “peça ou carta de um jogo” para transformar-se em um terceiro vocábulo “GRÃO-DUQUE” com sentido próprio de “título de certos príncipes soberanos” ou “espécie de ave noturna chamada ‘bufo’”. Além disso, em linhas gerais, o uso desse sinal pode ser empregado para ligar as partes de adjetivo composto como “VERDE-CLARO”, “AZUL-MARINHO”, “LUSO-BRASILEIRO”; para ligar os pronomes mesoclíticos ou enclíticos como em “AMÁ-LO-EI”, “FAR-ME-Á”, “DÊ-ME”, “COMPRARAM-NA”; e para separar as sílabas de uma palavra, inclusive na translineação (mudança de linha): e – mis - são; se - pa - ra - do; ex – ce – cão; en – dos – sá – vel; ad – mi - nis - tra – dor. Hífen com Prefixos e Pseudoprefixos Primeiramente, trataremos os casos com usos do “H”. À medida que a aula for se desenvolvendo, citaremos também os casos de palavras que não necessitam mais do “h”, ok?!Prefixo é uma partícula usada no início de certa palavra para modificar o sentido da mesma. São exemplos os prefixos: ANTE-, ANTI-, CIRCUM-, CO-, CONTRA-, DES-, ENTRE-, EXTRA-, HIPER-, IN-, INFRA-, INTER-, INTRA-, SOBRE-, SUB-, SUPER-, SUPRA-, ULTRA-, AERO-, AGRO -, ARQUI -, AUTO -, BIO -, ELETRO -, GEO -, HIDRO -, INTER -, MACRO -, MAXI -, MICRO -, MINI -, MULTI -, NEO -, PAN -, PLURI -, PRE -, PRO -, PROTO-, PSEUDO -, RE -, RETRO -, SEMI -, TELE - etc. Emprega-se o hífen nos seguintes casos: a) Diante da palavra iniciada por “h”: ANTI-HIGIÊNICO, CIRCUM-HOSPITALAR, CONTRA-HARMÔNICO, EXTRA-HUMANO, SUB-HEPÁTICO, SUPER-HOMEM, ULTRA-HIPERBÓLICO, ARQUI-HIPÉRBOLE, ELETRO-HIGRÔMETRO, GEO-HISTÓRIA, NEO-HELÊNICO, PAN-HELENISMO, SEMI-HOSPITALAR. Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm, em geral, os prefixos des- e in-, e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: DESUMANO, INÁBIL, INUMANO. 22 | Língua Portuguesa a) Nas formações com os prefixos circum- e pan- quando o segundo elemento começa por vogal, h, m, n, r, b ou p: CIRCUM–ESCOLAR, CIRCUM-HOSPITALAR, CIRCUM-MURADO, CIRCUM- -NAVEGAÇÃO, PAN- AFRICANO, PAN-HARMÔNICO, PAN-MÁGICO, PAN-NEGRITUDE, PAN-BRASILEIRO, PAN-PSÍQUICO. b) Nas formações em que o prefixo/pseudoprefixo termina na mesma letra com que se inicia o segundo elemento: ANTI-IBÉRICO, CONTRA-ALMIRANTE, INFRA-AXILAR, SUPRA-AURICULAR, ARQUI-IRMANDADE, AUTO-OBSERVAÇÃO, ELETRO-ÓTICA, MICRO-ONDA, SEMI-INTERNO, AD-DIGITAL, HIPER-REQUINTADO, SUB-BARROCAL, SUB-BASE. Nas formações com o prefixo co-, pre-, pro-, re-, estes aglutinam-se, em geral, com o segundo elemento, mesmo quando iniciado por e ou o: COOBRIGAÇÃO, COOCUPANTE, COORDENAR, COOPERAÇÃO, COOPERAR, PREEMINENTE, PREELEITO, PREENCHIDO, PROATIVO, REEDIÇÃO, REELEIÇÃO. Em contraponto, não se usa mais o hífen nos prefixos terminados com vogal diferente da iniciada no segundo elemento. Ex.: ANTIAÉREO, AUTOESCOLA, INFRAESTRUTURA, SEMIABERTO, entre outras. Também, não se usa o hífen quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar em consoante ou vice-versa. Ex.: ANTEPROJETO, MICROCOMPUTADOR, ULTRAMODERNO / HIPERACIDEZ, SUPERAMIGO, SURPERINTERESSANTE. Agora, temos os casos em que o prefixo termina com consoante diferente daquela que será iniciado o segundo elemento, e que não se usa o hífen. Ex.: INTERMUNICIPAL, SUPERMERCADO, SUPERSÔNICO. Já em ATIRREFORMA, ANTISSOCIAL, AUTORRETRATO CONTRASSENSO, MINISSAIA, note que o prefixo é terminado em vogal e segundo em “r” ou “s”, portanto, não se usa o hífen, porém, duplica-se a consoante “r” ou “s” do segundo elemento. Isso porque, por exemplo, a palavra “mini-saia” (antes do novo acordo), se retirarmos o hífen e juntarmos o elemento “saia” sem duplicar o “s”, sua pronúncia será “MINIS(Z) AIA” pela regra do “s” entre duas vogais possuir som de /z/. Por essa razão, é necessário duplicar as consoantes em questão para retirar-se o hífen. Por conseguinte, seguem os casos em que se emprega o hífen: a) Nas formações com os prefixos além-, aquém-, bem-, ex-, pós-, pré-, pró-, recém-, sem-, sota-/soto-, vice-, vizo-: ALÉM-ATLÂNTICO, AQUÉM-PIRINEUS, BEM-CRIADO, BEM-VINDO, EX-ALMIRANTE, EX-DIRETOR, EX-HOSPEDEIRA, EX-PRESIDENTE, EX-PRIMEIRO-MINISTRO, EX-REI, PÓS-GRADUAÇÃO, PÓS-TÔNICO, PRÉ-ESCOLAR, PRÉ-NATAL, PRÓ-AFRICANO, PRÓ-EUROPEU, RECÉM-ELEITO, SEM-CERIMÔNIA, SEM- VERGONHA, SOTA-PILOTO, SOTO-MESTRE, VICE-PRESIDENTE, VICE-REITOR. Em muitos compostos, o advérbio bem- aparece aglutinado (e aí, sua consoante final “m” é substituída por “n”) ao segundo elemento como nos exemplos: BENFAZEJO, BENFEITO, BENQUERENÇA, BENFAZER, BENQUERER. b) Nas formações com o prefixo mal-, usa-se hífen quando o segundo elemento começa por vogal, h ou l: MAL-AFORTUNADO, MAL-ENTENDIDO, MAL-HUMORADO, MAL-INFORMADO, MAL-LIMPO. c) Nas formações com prefixos ab-, ob-, sob-, sub-, ad-, cujo elemento seguinte se inicia por r: AB-RUPTO, OB-ROGAR, SOB-RODA, SUB-REITOR, AD-RENAL, AD-REFERENDAR. Hífen com Sufixos Nas formações por sufixação somente emprega-se o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como -açu, -guaçu e -mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos: AMORÉ- GUAÇU, ANAJÁ-MIRIM, ANDÁ-AÇU, CAPIM-AÇU, CEARÁ-MIRIM. Capítulo 2 - Emprego do hífen | 23 Hífen em Locuções Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega, em geral, o hífen. Seguem, como exemplos, as seguintes locuções: a) Substantivas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar. b) Adjetivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho. c) Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja. d) Adverbiais: à parte, à vontade, depois de amanhã, em cima, por isso. e) Prepositivas: abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, à parte de, apesar de, debaixo de, enquanto, por baixo de, por cima de, quanto a. f) Conjuncionais: a fim de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que. Algumas exceções já consagradas pelo uso: ÁGUA-DE-COLÔNIA, ARCO-DA-VELHA, COR-DE-ROSA, MAIS-QUE-PERFEITO, PÉ-DE-MEIA, AO DEUS-DARÁ, À QUEIMA–ROUPA. 24 | Língua Portuguesa Capítulo 3 - Acentuação Gráfica | 25 Capítulo 3 - Acentuação Gráfica Temos quatro tipos de classificação com relação à quantidade de sílabas em uma palavra: - monossílaba: quando a palavra é formada por apenas uma sílaba: SOL - dissílaba: quando a palavra é formada por duas sílabas: AULA - trissílaba: quando a palavra é formada por três sílabas: PORTUGUÊS - polissílaba: quando a palavra possui acima de três sílabas. ADMINISTRAÇÃO Monossílabas: As palavras monossílabas são divididas em tônicas e átonas. As monossílabas tônicas são acentuadas quando terminadas em “-a(s), -e(s), -o(s)”: Exemplos: PÁ, JÁ, MÁ, LÁ, TRÁS, MÁS, CHÁS, PÉ, FÉ, SÉ, MÊS, TRÊS, RÉS, PÓ, SÓ, DÓ, CÓS, SÓS, NÓS. Então, as monossílabas átonas: MAR, SOL, PAZ, SI, LI, VI, NU, CRU, ME, LHE, MAS (conjunção), TI, não serão acentuadas. A regra de acentuação faz menção dos tônicos, mas como saber a diferença dos tônicos para os átonos? Nos átonos, a última vogal modifica-se quando pronunciada. Já nas tônicas, não ocorre tal modificação. Exemplo: - O sol já se pôs. = “U sol já si pôs” – na pronúncia – Analisando a frase acima, Monossílabas átonas: o (u) e se (si) Monossílabas tônicas: sol (não acentuado) – já (acentuado) – pôs (acentuado) Oxítonas: As oxítonas recebem acento nas terminações “-a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens”: MARACUJÁ, MARAJÁS, ATRÁS, CAFÉ, VOCÊ, FREGUÊS, VIÉS, COMPLÔ, CIPÓ, AVÓS, AMÉM, TAMBÉM, PARABÉNS, REFÉNS. Então, POMAR, ANZOL, JORNAL, MACIEZ SACI, CAQUI, ANU, URUBU são exemplos de oxítonas não acentuadas. Paroxítonas: Agora, quanto às paroxítonas, a regra diz que recebem acento quando terminadas em –“l, -i(s), -n, -u(s), -r, - x, -ã(s), -ão(s), -um, -uns, -ps, -ditongo”: FÁCIL, ÚTIL, JÚRI, TÁXI, LÁPIS, TÊNIS, HÍFEN, PÓLEN,ELÉTRON, NÊUTRON, MEINÁCU, VÍRUS, VÊNUS,REVÓLVER, MÁRTIR, ÍMÃ,ÍMÃS, ÓRFÃ, ÓRFÃS, SÓTÃO, ÓRGÃO, ÓRFÃOS, ÁLBUM, MÉDIUM, FÓRUNS, PÓDIUNS, PÔNEI, FÓRCEPS, BÍCEPS, ÁGUA, HISTÓRIA,SÉRIE, TÊNUES. Note que as terminações “-a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens” (da regra das oxítonas) não são apresentadas na regra das palavras paroxítonas, portanto, as palavras paroxítonas com as terminações da regra das oxítonas não são acentuadas; já as palavras paroxítonas não terminadas em “-a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens”, são acentuadas. Exemplos: COLUNA – uma paroxítona cuja terminação “a” está na regra das oxítonas, portanto, não é acentuada. Outro exemplo é a palavra BEBE (de beber) não é acentuada enquanto paroxítona terminada em “e”, já a palavra BEBÊ é acentuada porque é uma oxítona terminada em “e”. 26 | Língua Portuguesa POTE – paroxítona cuja terminação “e” consta na regra das oxítonas, portanto, não é acentuada. INDICATIVO, - paroxítona cuja terminação “o” faz-se presente na regra das oxítonas, portanto, não é acentuada. GARAGEM, - paroxítona terminada em “gem”, terminação esta presente na regra as oxítonas, então, não, é acentuada. HIFENS – palavra paroxítona terminada em “ens”, uma das terminações da regra das oxítonas, por isso não é acentuada. “HÍFEN” é acentuado, pois sua terminação “en” não está entre as terminações das oxítonas: “a(s), e(s), o(s), em e ens”. O contrário ocorre em “HIFENS” no plural, que não é acentuada, visto que é uma paroxítona com terminação “ens”, uma das terminações da regra das oxítonas. Palavras terminada em “–n”, no plural (-nos) com acento como ELÉTRONS, NÊUTRONS já são acentuadas. Prefixos paroxítonos terminados em “–i” ou “–r” não são acentuados: ANTI, MULTI, SUPER, HIPER. Regra geral: palavras paroxítonas com terminações da regra das oxítonas (a(s), e(s), o(s), em e ens) NÃO são acentuadas. Palavras paroxítonas sem terminações da regra das oxítonas - a(s), e(s), o(s), em e ens - SÃO acentuadas. Agora, pode-se chegar à seguinte pergunta: por que as palavras paroxítonas “ÁGUA ” e “HISTÓRIA” terminadas em “a” são acentuadas? A resposta é que elas são terminadas em ditongo e não apenas em “a”, e a regra diz o seguinte: paroxítonas terminadas em ditongo são acentuadas. Exemplos: DECLARATÓRIA – paroxítona terminada em “DITONGO” (IA): recebe acento em sua tônica “TÓ”; IMÓVEIS - paroxítona terminada em “DITONGO” (EIS): recebe acento em sua tônica “MÓ”; PÉTREO - paroxítona terminada em “DITONGO” (EO): recebe acento em sua tônica “PÉ”; Proparoxítonas: Já com relação às proparoxítonas, TODAS são acentuadas: Ex.: LÂNGUIDO, FÍSICA, TRÓPICO, ÁLIBI, LÁPIDE, PÚBLICO etc. A expressão per capita, por não pertencer à língua portuguesa, não é acentuada, mesmo possuindo a sílaba antepenúltima tônica (proparoxítona). Capítulo 4 - Novo Acordo Ortográfico - Mudanças | 27 Capítulo 4 - Novo Acordo Ortográfico - Mudanças Além dos tópicos já vistos, importante abrir mais este “Novo acordo ortográfico – mudanças” a fim de verificarmos de forma mais específica quanto às mudanças ortográficas, oficialmente. O novo acordo ortográfico tornou-se obrigatório no Brasil a partir deste, especificamente, em 01/01/2016. Isso mesmo! Agora é pra valer! Embora já em uso, desde 2009, as regras para o uso do hífen, acentos diferenciais e o fim do trema, agora, são oficiais com a entrada em vigor do acordo, adiada para 1º de janeiro de 2016. O Brasil é um dos oito países que assinaram o tratado a fim de tomar obrigatórias as mudanças. Essa padronização tem por finalidade facilitar o intercâmbio cultural e científico entre os países, e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa. De acordo com o Ministério da Educação, o acordo alterou 0,8% dos vocábulos da língua portuguesa no Brasil e 1,3% em Portugal. Falando em mudança, vamos conferir o que mudou! Alfabeto Entre as mudanças, o alfabeto foi ampliado para 26 letras com o acréscimo do W, K e Y. Ainda que as letras já fossem usadas em várias palavras da língua, como em nomes indígenas e abreviações de medidas, elas não faziam parte ainda da ortografia oficial. Trema Exceção: NOMES PRÓPRIOS de origem estrangeira e seus derivados como Bündchen, Müller, mülleriano. 28 | Língua Portuguesa Acentos Diferenciais O acento circunflexo foi retirado das palavras antes terminadas em “êem” e “ôo(s)”: Porém, Permanecem os Acentos Diferenciais: Nos verbos TER e VIR (3ª pessoa plural) Ex.: ELE TEM / ELES TÊM ELE VEM / ELES VÊM No verbo “PÔR” (=colocar) / Preposição POR Ex.: Posso pôr seus óculos? / Não vá por aquele caminho! PÔDE (no passado) / PODE (no presente) Ex.: Ela não pôde chegar cedo. (ontem) Ex.: Ela não pode chegar cedo. (hoje) O acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos “éi, ói” das paroxítonas (penúltima sílaba forte. Ex. i- dei-a). COMO ERA COMO FICA idéia ideia tetéia teteia jibóia Jibóia heróico heróico Hífen O hífen deixou de ser usado quando o segundo elemento da palavra começar com “s” ou “r” (exceção: quando o primeiro elemento também terminar em “r”. Ex.: super-resistente) e quando o primeiro elemento terminar com vogal diferente da vogal que inicia o segundo. COMO ERA COMO FICA anti-religioso antirreligioso auto-retrato autorretrato contra-reforma contrarreforma extra-sensorial extrassensorial ultra-secreto ultrassecreto ultra-som ultrassom COMO ERA COMO FICA auto-avaliação autoavaliação auto-escola autoescola Capítulo 4 - Novo Acordo Ortográfico - Mudanças | 29 auto-estima autoestima co-autor coautor infra-estrutura infraestrutura semi-árido semiárido Em contrapartida, permanece o hífen em palavras cujo primeiro elemento termina com a mesma vogal que inicia o segundo: COMO ERA COMO FICA antiinflacionário anti-inflacionário antiinflamatório anti-inflamatório microondas micro-ondas microorganismo micro-organismo microônibus micro-ônibus A grafia correta das palavras conforme as regras do acordo podem ser consultadas no Vocabulário Ortográfico da língua Portuguesa (Voip), disponível no site da Academia Brasileira de Letras (ABL). 30 | Língua Portuguesa Capítulo 5 - Pronomes | 31 Capítulo 5 - Pronomes Neste capítulo iremos abordar o seguinte assunto: pronome: emprego, formas de tratamento e colocação. Para adentrarmos nesse assunto, importante lembrar do nosso quadro esquemático: Como se vê no quadro esquemático acima, o pronome é uma classe de palavras variáveis que acompanha ou substitui o substantivo e que dá indicações sobre aquilo que este expressa, limitando ou concretizando o seu significado. Os pronomes concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem. Márcio chegou cedo. – Márcio: substantivo ou nome próprio. Ele chegou cedo. — ele: pronome substantivo, pois substitui um substantivo ou um nome, neste caso, “Marcio”. Meu pai chegou cedo. — meu: pronome adjetivo, pois acompanha um substantivo, neste caso, “pai”. Pronomes Pessoais Os pronomes pessoais são termos pertencentes a uma classe de palavras que representam no discurso as três pessoas gramaticais, indicando, por isso, quem fala, com quem se fala e de quem se fala. PESSOAS DO DISCURSO PRONOMES PESSOAIS RETOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS ÁTONOS TÔNICOS Singular 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa eu tu ele / ela me te se, o, a, lhe mim, comigo, ti, contigo si, ele, consigo Plural 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa nós vós eles /elas nos vos se, os, as, lhes nós, conosco vós, convosco si, eles, consigo CLASSES DE PALAVRAS VARIÁVEIS NOMES ADJETIVOS DETERMINANTES PRONOMES NUMERAIS VERBOS INVARIÁVEIS ADVÉRBIOS PREPOSIÇÕES CONJUNÇÕES INTERJEIÇÕES 32 | Língua Portuguesa Com base no quadro acima, os pronomes pessoais são aqueles que indicam: Quem fala: EU (1ª pessoa do singular) e NÓS (1ª pessoa do plural); Eu tenho estudado todos os dias. – (EU= pronome pessoal – 1ª pessoa do singular) Nós temos estudado todos os dias. – (NÓS= pronome pessoal – 1ª pessoa do plural) Com quem se fala: TU (2ªpessoa do singular) e VÓS (2ª pessoa do plural); Tu não virás à reunião amanhã? – (TU=pronome pessoal – 2ª pessoa do singular) Vós não vistes tudo – (VÓS= pronome pessoal – 2ª pessoa do plural) De quem se fala: ele / ELA (3ª pessoa do singular) e ELES / elas (3ª pessoa do plural) Ele/Ela tem estudado muito nesses últimos meses. – (ELE=pronome pessoal – 3ª pessoa do singular) Eles / Elas não são brasileiros. – (ELES = pronome pessoal – 3ª pessoa do plural) Caso Reto Observando o quadro abaixo, os pronomes do caso reto são: EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS, ELES/ELAS. PESSOAS DO DISCURSO PRONOMES CASO RETO Singular 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa eu tu ele / ela Plural 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa nós vós eles /elas São do caso reto os pronomes que nas orações desempenham a função de sujeito ou predicativo do sujeito. Eu desejo sorte a você. (EU= pronome reto> sujeito) Tu não desejaste sorte para mim. (TU= pronome reto > sujeito) Ele/Ela não pediu desculpas para sua colega ainda. (TU= pronome reto> sujeito) Nós chegamos cedo para a prova. (NÓS= pronome reto> sujeito) Eles/Eles saíram antes de nós. (ELES= pronome reto> sujeito) Esses pronomes não costumam ser usados como complementos verbais na língua-padrão. Frases como "Vi ele na rua", "Encontrei ela na praça", "Trouxeram eu até aqui", comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: "Vi- o na rua", "Encontrei-a na praça", "Trouxeram-me até aqui" Na linguagem coloquial, o pronome nós é, muitas vezes, substituído por “A GENTE”. Nós vamos visitar Maria no domingo. A gente vai visitar Maria no domingo, Na primeira frase o pronome do caso reto “NÓS” por estar no plural está concordando com o verbo “VAMOS”. Já na segunda sentença, o pronome do caso reto foi substituído por “A GENTE” que está no singular, por isso está concordando também com o verbo “vai” no singular Caso Oblíquo São do caso oblíquo os pronomes que, nas orações, desempenham funções de complemento verbal ou complemento nominal. As formas dos pronomes pessoais do caso oblíquo variam de acordo com a tonicidade com que são pronunciados, dividindo-se em átonos e tônicos. Capítulo 5 - Pronomes | 33 PRONOMES PESSOAIS DO CASO RETO E OBLÍQUO CASO RETO CASO OBLÍQUO ÁTONO CASO OBLÍQUO TÔNICO Eu Tu Ele/ela Nós Vós Eles/elas Me Te Se o/a/se/lhe nos vos os/as/se/lhes Mim/comigo Ti/contigo Ele/ela/si/consigo Nós/conosco Vós Convosco Eles/elas/si/consigo Os pronomes oblíquos átonos só podem aparecer ao lado do verbo (próclise, mesóclise ou ênclise): Jamais me abandonará. (próclise – antes do verbo) Abandonar-me-á? (mesóclise – meio do verbo) Abandonou-me. (ênclise – final do verbo) Os pronomes oblíquos tônicos podem aparecer em qualquer lugar da frase: Para mim, estudar Português é fácil. Estudar Português, para mim, é fácil. Estudar Português é, para mim, fácil. Estudar Português é fácil para mim. Mais adiante, veremos a colocação dos pronomes com mais detalhes. O pronome oblíquo átono “lhe” é o único que já se apresenta na forma contraída, ou seja, o ou a e preposição a ou para já se encontram unidos na forma “lhe”. Por ser constituído diretamente por uma preposição, o pronome lhe exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos como objetos indiretos. Já os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos diretos. Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. A seguir, alguns exemplos, usando as formas supracitadas: - Trouxeste o pacote? - Sim, entreguei-to ainda há pouco. - Não contaram a novidade a vocês? - Não, não no-la contaram. No português do Brasil, até mesmo nos textos literários atuais, o emprego dessas combinações não são muito usadas. Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal é suprimida. fiz + o = fi-lo fazeis + o = fazei-lo dizer + a = dizê-la Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, nos, na, nas. viram + o: viram-no repõe + os = repõe-nos retém + a: retém-na tem + as = tem-nas 34 | Língua Portuguesa Pronomes de Tratamento São usados no trato formal, quando não deve haver intimidade. Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram a segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. O verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: Vossa senhoria nomeará o substituto. Vossa Excelência conhece o assunto Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: Vossa Senhoria nomeará seu substituto. Vossa Excelência levará consigo o documento. Quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, nosso interlocutor, a) se for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”. b) se for mulher, o correto é “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. Emprego dos Pronomes de Tratamento Os pronomes de tratamento possuem os seguintes empregos: a) Vossa Excelência V.Exm para as seguintes autoridades: Presidente da República; Vice-Presidente da República; Ministros de Estado; Governadores (e Vice) de Estado e do Distrito Federal; Oficiais -Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais; Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juízes; Auditores da Justiça Militar. b) Vossa Senhoria V.Sª é empregado para as demais autoridades e para particulares. c) Vossa Magnificência V. Magª é empregado por força da tradição em comunicações dirigidas a reitores de universidade. d) Vossa Santidade V.S, em comunicações dirigidas ao Papa. e) Vossa Eminência V.Emª ou Vossa Eminência Reverendíssima (V.EmªRevma), em comunicações aos Cardeais. f) Vossa Excelência Reverendíssima V.ExªRevma é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos. g) Vossa Reverendíssima V.Revma ou Vossa Senhoria Reverendíssima V.SªRevma para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. h) Vossa Reverência V.Reva é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos. i) Vossa Alteza V.A. é empregado para arqueduques, duques e príncipes. j) Vossa Majestade V.M. é empregado para reis e imperadores. Capítulo 5 - Pronomes | 35 As formas vistas até agora são usadas para falar diretamente com a pessoa. Quando queremos falar delas (e não com elas) trocamos VOSSA por SUA: Sua Excelência (S.Exm) Sua Senhoria (S. Sm Abaixo, seguem os pronomes
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