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ENZE069-14 – Laboratório de Calor e Fluidos EXPERIMENTO 3 - ALETAS Prof. Dra. Graziella Colato Grupo N2 Andrei Fernandes - 11068311 Eduardo Bello – 11085414 Murilo Brasilio Fernandes - 11085714 Renato Júnior - 11116411 Henrique Barros – 11010710 Santo André 2019 Resumo Este relatório tem como objetivo analisar e discutir os efeitos da transferência de calor por condução e convecção através de superfícies estendidas (aletas) de latão, bem como os coeficientes específicos de cada geometria do material analisado (circular, quadrada e hexagonal). Este experimento permitiu obter os perfis de temperatura de cada aleta, estudar a influência da área disponível para troca de calor e, também, da condutividade térmica do material de que a barra foi construída. O estudo foi realizado utilizando aleta de latão circular de diâmetro 0,011m, aleta de latão quadrada de lado 0,010m e aleta de latão hexagonal d2 de 0,010m. 1. Objetivos 1.1 Objetivo Geral Analisar o comportamento das aletas na transferência de calor, levando em conta os diferentes tipos de material, as dimensões e a estrutura do objeto analisado. 1.2 Objetivos Específicos ● Identificar o funcionamento de transferência de calor por condução e convecção e as suas relações; ● Analisar as diferenças de comportamento através da geometria da aleta e do seu tipo de material; ● Calcular os coeficientes de transferência de calor dos materiais. 2. Procedimentos Experimentais 2.1 Materiais ● Aletas de latão de geometrias variadas; ● Paquímetro; ● Régua plástica padrão (30cm); 2.2 Equipamentos ● Extended Surface Heat Transfer Module - Model TXC/SE 2.3 Metodologia Inicialmente, para este experimento, inserimos a aleta especificada para o grupo no apoio, sendo a nadadeira em contato com o resistor. Fixamos a ponta da aleta ao suporte e ligamos o equipamento. Ao esquentar o aparelho e chegar a determinada temperatura (fixamos em 55°C, aproximadamente), desligamos o equipamento e fizemos o monitoramento das temperaturas, anotando na tabela as temperaturas correspondentes a cada ponto na aleta (de ST-1 a ST-10). Após essa primeira medição, removemos o isolador da ponta da aleta e repetimos os passos. O experimento foi repetido com três aletas diferentes do mesmo tipo de material (latão), mas com geometrias diferentes, conforme a Figura 1, Figura 2 e Figura 3 (circular, quadrada e hexagonal). É válido salientar que o sensor ST-2 encontrava-se com defeito e sua temperatura não foi registrada e que o sensor ST-10 é referente à temperatura ambiente. Inicialmente, foi selecionado a aleta que seria utilizada para este experimento, de aço inoxidável, e medido o seu comprimento, assim como seu diâmetro curto (denominado por d₂, conforme é possível observar na Figura 1), assim como a distância entre os sensores. Figura 1: Elementos da seção transversal do hexágono Figura 2: Elementos da seção transversal circular Figura 3: Elementos da seção transversal quadrada Figura 4: Esquema dos sensores distribuídos ao longo da aleta Para o cálculo do perímetro e da seção transversal de uma aleta hexagonal, a partir do diâmetro curto da aleta, foram utilizadas as equações (1) e (2), respectivamente. (1)aP = 6 (2)aA = 2 3√3 2 Sendo que a incógnita a é a medida de uma aresta do hexágono, que foi calculado com base no diâmetro curto medido com o paquímetro, conforme é possível observar na equação (3). (3)a = 3 d₂√3 Para o cálculo do perímetro e da seção transversal de uma aleta circular, a partir do diâmetro da aleta, foram utilizadas as equações (3) e (4), respectivamente. (4)DP = π (5) A = 4 πD2 Para o cálculo do perímetro e da seção transversal de uma aleta quadrada, a partir do diâmetro da aleta, foram utilizadas as equações (3) e (4), respectivamente. (6)aP = 4 (7) A = a 2 A forma geral do balanço de energia de uma aleta é conforme se dá pela equação diferencial (8). (8) dx2 d T2 + ( 1AC dx dAC ) dxdT − ( 1AC hk dx dAS ) T (x)[ − T ∞] = 0 Para a equação diferencial (8), foi aplicada a simplificação de seção transversal uniforme, e para a solução geral da equação foram aplicadas as condições de contorno para determinar a distribuição de temperatura em cada caso. Para a aleta com extremidade adiabática, a equação (9) é a que satisfaz. (9)T −Tb ∞ T (x) − T∞ = cosh (mL) cosh m (L −x) E para a aleta cuja temperatura na extremidade é conhecida, a equação (10) é a que melhor descreve a situação (10)T −Tb ∞ T (x) − T∞ = sinh (mL) [(T −T )/(T −T )] sin(mx)+sinh m(L−x)L ∞ b ∞ Nas equações (9) e (10), m é o parâmetro da aleta, definido pela relação (11), a seguir: (11) m = √ h ·Pk ·A c Onde h é o coeficiente convectivo, k é a condutividade, P é o perímetro e A C é a seção transversal da aleta hexagonal corrigida. Para determinar o coeficiente convectivo a partir da equação (11), foi utilizada a hipótese simplificadora de aleta infinita, para a qual tem-se a equação (12) (12)T −Tb ∞ T (x)−T∞ = e−mx De onde obteve-se que o parâmetro da aleta é conforme é descrito na equação (13) (13)n( )/xm = − l T −Tb ∞ T (x)−T∞ Para facilitar a escrita, utiliza-se a notação presente na equação (14) (14)T −Tb ∞ T (x)−T∞ = θθb Para obter os valores do coeficiente convectivo, foi utilizada a correlação de Churchill-Chu para o número de Nusselt (Nu) em convecção livre, conforme é visto na equação (15) (15)u {0, }N = 6 + 0,387Ra 1/6 [1 + ( ) ]Pr 0,559 9/16 8/27 2 Onde Pr é o número de Prandtl e Ra é o número de Rayleigh, definido conforme a equação (16). (16)aR = ν α gβ(T −Tamb)Ds 3 A eficiência da aleta é dada pela expressão (17) (17)anh(mL )/mLηa = t c c E, finalmente, a efetividade da aleta é dada pela equação (18) (18) ε =√ kPhAc 3. Resultados e Discussão Tabela 1: Dimensões das aletas L (m) Distância entre sensores (m) Medida (m) Tipo medida Área seção transversal ( ) m 2 Perímetro (m) Circular 0,372 0,03 0,011 Diâmetro 0,0000950332 0,0346 Quadrada 0,372 0,03 0,010 Lado 0,0001 0,0400 Hexagonal 0,372 0,03 0,010 d2 0,0002598076 0,0600 Tabela 2: Temperaturas aferidas para a aleta de seção transversal circular Seção circular Adiabática Sem ponta isolada Sensor Temperatura (°C) Sensor Temperatura (°C) ST-0 55,50 ST-0 56,80 ST-1 45,20 ST-1 49,20 ST-2 - ST-2 - ST-3 42,00 ST-3 41,90 ST-4 33,70 ST-4 36,90 ST-5 36,40 ST-5 36,30 ST-6 34,20 ST-6 33,20 ST-7 33,50 ST-7 32,90 ST-8 32,40 ST-8 32,00 ST-9 31,30 ST-9 31,50 ST-10 28,20 ST-10 28,90 Tabela 3: Temperaturas aferidas para a aleta de seção transversal quadrada Seção quadrada Adiabática Sem ponta isolada Sensor Temperatura (°C) Sensor Temperatura (°C) ST-0 55,30 ST-0 52,10 ST-1 41,10 ST-1 46,70 ST-2 - ST-2 - ST-3 42,00 ST-3 38,90 ST-4 33,70 ST-4 37,00 ST-5 36,40 ST-5 36,60 ST-6 34,20 ST-6 34,00 ST-7 33,50 ST-7 34,00 ST-8 32,40 ST-8 32,70 ST-9 31,30 ST-9 32,30 ST-10 28,20 ST-10 28,60 Tabela 4: Temperaturas aferidas para a aleta de seção transversal hexagonal Seção hexagonal Adiabática Sem ponta isolada Sensor Temperatura (°C) Sensor Temperatura (°C) ST-0 55,80 ST-0 56,20 ST-1 45,80 ST-1 45,00 ST-2 - ST-2 - ST-3 37,20 ST-3 37,90 ST-4 35,90 ST-4 36,10 ST-5 34,70 ST-5 35,50 ST-6 32,60 ST-6 33,40 ST-7 32,00 ST-7 32,80 ST-8 31,20 ST-8 32,00 ST-9 30,00 ST-9 31,40 ST-10 28,90 ST-10 28,90 Tabela 5 : Coeficientes convectivos locais para a aleta de seção circular Extremidade isolada Extremidade em contato Posição (m) θ/θb m [m^-1] h [W/m2K] θ/θb m [m^-1] h [W/m2K] 0,03 0,9748201439 0,850076427 0,2163424277 0,8597122302 5,038585392 7,600514622 0,06 0,464028777 12,79681182 49,02632273 0,6654676259 6,78775481 13,79361325 0,09 - - - - - - 0,012 0,4964028777 58,36395238 1019,800314 0,3848920863 79,56602327 1895,313506 0,015 0,1978417266 108,0191952 3493,233586 0,3165467626 76,68561995 1760,571301 0,018 0,2949640288 67,82788147 1377,34348 0,3021582734 66,4891286 1323,509414 0,021 0,2158273381 73,01316912 1595,982596 0,2086330935 74,62752872 1667,338863 0,024 0,190647482 69,05538334 1427,646988 0,2086330935 65,29908763 1276,556317 0,027 0,1510791367 69,99820353 1466,896731 0,1618705036 67,442912 1361,753122 0,03 0,1115107914 73,12113031 1600,705896 0,1474820144 63,8016349 1218,679112 Tabela 6 : Coeficientes convectivos locais para a aleta de seção quadrada Extremidade isolada Extremidade em contato Posição (m) θ/θb m [m^-1] h [W/m2K] θ/θb m [m^-1] h [W/m2K] 0,03 0,9748201439 0,850076427 0,1969166564 0,8597122302 5,038585392 6,9180509 0,06 0,464028777 12,79681182 44,62416204 0,6654676259 6,78775481 12,55506019 0,09 - - - - - - 0,012 0,4964028777 58,36395238 928,2306304 0,3848920863 79,56602327 1725,129936 0,015 0,1978417266 108,0191952 3179,569932 0,3165467626 76,68561995 1602,486474 0,018 0,2949640288 67,82788147 1253,66936 0,3021582734 66,4891286 1204,669151 0,021 0,2158273381 73,01316912 1452,676481 0,2086330935 74,62752872 1517,625542 0,024 0,190647482 69,05538334 1299,456026 0,2086330935 65,29908763 1161,932055 0,027 0,1510791367 69,99820353 1335,181466 0,1618705036 67,442912 1239,478888 0,03 0,1115107914 73,12113031 1456,975668 0,1474820144 63,8016349 1109,251748 Tabela 7 : Coeficientes convectivos locais para a aleta de seção hexagonal Extremidade isolada Extremidade em contato Posição (m) θ/θb m [m^-1] h [W/m2K] θ/θb m [m^-1] h [W/m2K] 0,03 0,9748201439 0,850076427 0,341069626 0,8597122302 5,038585392 11,98241467 0,06 0,464028777 12,79681182 77,29130961 0,6654676259 6,78775481 21,74600037 0,09 - - - - - - 0,012 0,4964028777 58,36395238 1607,742482 0,3848920863 79,56602327 2988,012456 0,015 0,1978417266 108,0191952 5507,17622 0,3165467626 76,68561995 2775,587765 0,018 0,2949640288 67,82788147 2171,418851 0,3021582734 66,4891286 2086,548005 0,021 0,2158273381 73,01316912 2516,109267 0,2086330935 74,62752872 2628,604331 0,024 0,190647482 69,05538334 2250,723677 0,2086330935 65,29908763 2012,525191 0,027 0,1510791367 69,99820353 2312,601948 0,1618705036 67,442912 2146,840235 0,03 0,1115107914 73,12113031 2523,555676 0,1474820144 63,8016349 1921,280229 Tabela 8 : Coeficiente convectivo médio experimental para a aleta circular Posição (m) Isolada Não-isolada ln(θ/θb) ln(θ/θb) 0,03 -0,02550229281 -0,1511575618 0,06 -0,7678087093 -0,4072652886 0,09 0,012 -0,7003674285 -0,9547922792 0,015 -1,620287928 -1,150284299 0,018 -1,220901866 -1,196804315 0,021 -1,533276551 -1,567178103 0,024 -1,6573292 -1,567178103 0,027 -1,889951495 -1,820958624 0,03 -2,193633909 -1,914049047 Tabela 9 : Coeficiente convectivo médio experimental para a aleta quadrada Posição (m) Isolada Não-isolada ln(θ/θb) ln(θ/θb) 0,03 -0,02550229281 -0,1511575618 0,06 -0,7678087093 -0,4072652886 0,09 0,012 -0,7003674285 -0,9547922792 0,015 -1,620287928 -1,150284299 0,018 -1,220901866 -1,196804315 0,021 -1,533276551 -1,567178103 0,024 -1,6573292 -1,567178103 0,027 -1,889951495 -1,820958624 0,03 -2,193633909 -1,914049047 Tabela 10: Coeficiente convectivo médio experimental para a aleta hexagonal Posição (m) Isolado Não isolado ln(θ/θb) ln(θ/θb) 0,03 -0,02550229281 -0,1511575618 0,06 -0,7678087093 -0,4072652886 0,09 0,012 -0,7003674285 -0,9547922792 0,015 -1,620287928 -1,150284299 0,018 -1,220901866 -1,196804315 0,021 -1,533276551 -1,567178103 0,024 -1,6573292 -1,567178103 0,027 -1,889951495 -1,820958624 0,03 -2,193633909 -1,914049047 Aleta circular Extremidade Isolada Extremidade Ativa Eficiência η 16,19% 14,61% Aleta quadrada Aleta hexagonal Extremidade Isolada Extremidade Ativa Eficiência η 16,19% 14,61% 4. Conclusão Após estudo dos resultados obtidos e dos cálculos realizados, podemos concluir que o experimento obteve resultados satisfatórios para os perfis de temperatura e os coeficientes de convecção das aletas de latão. Podemos perceber a influência da área da seção transversal na taxa de transferência de calor e consequentemente na eficiência da aleta, diferente para cada geometria estudada (circular, quadrada e hexagonal). Cada um desses perfis tinha características de área e perímetro diferentes. Ainda podemos citar a diferença entre a extremidade da aleta ser isolada ou não-isolada, que também influenciou diretamente na eficiência, mostrando que a eficiência é maior quando a extremidade é isolada. Por fim, também é importante lembrar que o tipo de material interfere diretamente na transferência de calor (devido a propriedades específicas de cada material) mas, neste experimento, não coletamos dados de outro tipo de material além do latão para comparação. 5. Referências Bibliográficas ● INCROPERA, F. P., et al. Fundamentos de Transferênciade Calor e de Massa, 6ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2011. ● ÇENGEL, Y. A. Transferência de Calor e Massa. Uma Abordagem Prática. São Paulo: McGraw-Hill, 2009.
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