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Resumo aula - Ponto 2-a

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UniRitter – Laureate International Universities
Curso: Direito (Canoas)
Disciplina: Direitos Fundamentais - Turma: 2015/1
Professor: Waldir Alves
2. Os Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988
a) Liberdade de pensamento, de consciência, de reunião, de associação e 
de trabalho, ofício ou profissão
(i) Liberdade de pensamento 
Constituição:
Art. 5º...
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Natureza da restrição: restrição expressa e diretamente constitucional (... 
sendo vedado o anonimato); ou restrição implícita (colisão entre direitos 
fundamentais).
Constituição:
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E 
COLETIVOS
Art. 5º...
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional;
CAPÍTULO III - DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO 
Seção I - DA EDUCAÇÃO
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e 
o saber;
CAPÍTULO V - DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a 
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer 
restrição, observado o disposto nesta Constituição.
Conteúdo:
- A liberdade do pensamento “é o direito de exprimir, por qualquer forma, o 
que se pense em ciência, religião, arte ou o que for” (Sampaio Dória, Direito 
constitucional: comentários à Constituição de 1946, v. III, p. 602).
- Essa liberdade é ampla e se refere à possibilidade de ser externado o 
pensamento na sua forma mais ampla possível, em todos os aspectos do 
intelecto, conhecimento, crenças, convicções e visão de mundo.
- Isso porque, o homem é um ser social, que vive em sociedade e com ela se 
relaciona, portanto possui o direito de externar suas ideias, opiniões, 
convicções e expectativas, de modo que possa ter um convívio e um relacionamento 
mútuo com as demais pessoas no meio social no qual se encontra.
- A liberdade de pensamento pode ser expressa de várias formas, sendo ela o ponto de 
partida de outras liberdades (v.g., liberdade de opinião, de expressão...), pois pode 
externar pensamentos de sua intimidade, privacidade ou até sua posição pública na 
sociedade.
Supremo Tribunal Federal:
“A liberdade de imprensa, enquanto projeção das liberdades de comunicação e 
de manifestação do pensamento, reveste-se de conteúdo abrangente, por 
compreender, entre outras prerrogativas relevantes que lhe são inerentes, o 
direito de informar, o direito de buscar a informação, o direito de opinar, e o 
direito de criticar. A crítica jornalística, desse modo, traduz direito impregnado 
de qualificação constitucional, plenamente oponível aos que exercem qualquer 
atividade de interesse da coletividade em geral, pois o interesse social, que 
legitima o direito de criticar, sobrepõe-se a eventuais suscetibilidades que possam 
revelar as pessoas públicas ou as figuras notórias, exercentes, ou não, de cargos 
oficiais. A crítica que os meios de comunicação social dirigem às pessoas 
públicas, por mais dura e veemente que possa ser, deixa de sofrer, quanto ao seu 
concreto exercício, as limitações externas que ordinariamente resultam dos 
direitos de personalidade. Não induz responsabilidade civil a publicação de 
matéria jornalística cujo conteúdo divulgue observações em caráter mordaz ou 
irônico ou, então, veicule opiniões em tom de crítica severa, dura ou, até, 
impiedosa, ainda mais se a pessoa a quem tais observações forem dirigidas 
ostentar a condição de figura pública, investida, ou não, de autoridade 
governamental, pois, em tal contexto, a liberdade de crítica qualifica-se como 
verdadeira excludente anímica, apta a afastar o intuito doloso de ofender. 
Jurisprudência. Doutrina. O STF tem destacado, de modo singular, em seu 
magistério jurisprudencial, a necessidade de preservar-se a prática da liberdade de 
informação, resguardando-se, inclusive, o exercício do direito de crítica que dela 
emana, por tratar-se de prerrogativa essencial que se qualifica como um dos suportes 
axiológicos que conferem legitimação material à própria concepção do regime 
democrático. Mostra-se incompatível com o pluralismo de ideias, que legitima a 
divergência de opiniões, a visão daqueles que pretendem negar, aos meios de 
comunicação social (e aos seus profissionais), o direito de buscar e de interpretar 
as informações, bem assim a prerrogativa de expender as críticas pertinentes. 
Arbitrária, desse modo, e inconciliável com a proteção constitucional da 
informação, a repressão à crítica jornalística, pois o Estado – inclusive seus 
Juízes e Tribunais – não dispõe de poder algum sobre a palavra, sobre as ideias e 
sobre as convicções manifestadas pelos profissionais da Imprensa.” (STF, AI 
705.630-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 22.3.2011, 2ª Turma, DJe-STF, de 
6.4.2011). No mesmo sentido: AI 690.841-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 
21.6.2011, 2ª Turma, DJe-STF, de 5.8.2011; AI 505.595, Rel. Min. Celso de Mello, 
decisão monocrática, j. 11.11.2009, DJe-STF, de 23.11.2009.
"O jornalismo é uma profissão diferenciada por sua estreita vinculação ao pleno 
exercício das liberdades de expressão e de informação. O jornalismo é a própria 
manifestação e difusão do pensamento e da informação de forma contínua, 
profissional e remunerada. Os jornalistas são aquelas pessoas que se dedicam 
profissionalmente ao exercício pleno da liberdade de expressão. O jornalismo e a 
liberdade de expressão, portanto, são atividades que estão imbricadas por sua própria 
natureza e não podem ser pensadas e tratadas de forma separada. Isso implica, 
logicamente, que a interpretação do art. 5º, XIII, da Constituição, na hipótese da 
profissão de jornalista, se faça, impreterivelmente, em conjunto com os preceitos 
do art. 5º, IV, IX, XIV, e do art. 220, da Constituição, que asseguram as 
liberdades de expressão, de informação e de comunicação em geral. (...) 
No campo da profissão de jornalista, não há espaço para a regulação estatal 
quanto às qualificações profissionais. O art. 5º, IV, IX, XIV, e o art. 220 não 
autorizam o controle, por parte do Estado, quanto ao acesso e exercício da 
profissão de jornalista. Qualquer tipo de controle desse tipo, que interfira na 
liberdade profissional no momento do próprio acesso à atividade jornalística, 
configura, ao fim e ao cabo, controle prévio que, em verdade, caracteriza 
censura prévia das liberdades de expressão e de informação, expressamente 
vedada pelo art. 5º, IX, da Constituição. A impossibilidade do estabelecimento 
de controles estatais sobre a profissão jornalística leva à conclusão de que não 
pode o Estado criar uma ordem ou um conselho profissional (autarquia) para 
a fiscalização desse tipo de profissão. O exercício do poder de polícia do 
Estado é vedado nesse campo em que imperam as liberdades de expressão e 
de informação. Jurisprudência do STF: Representação 930, Rel. p/ o ac. Min. 
Rodrigues Alckmin, DJ de 2-9-1977." (STF, RE 511.961, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, j. 17.6.2009, Plenário, DJe-STF, 13.11.2009)
"Oart. 220 da Constituição radicaliza e alarga o regime de plena 
liberdade de atuação da imprensa, porquanto fala: a) que os mencionados 
direitos de personalidade (liberdade de pensamento, criação, expressão e 
informação) estão a salvo de qualquer restrição em seu exercício, seja 
qual for o suporte físico ou tecnológico de sua veiculação; b) que tal 
exercício não se sujeita a outras disposições que não sejam as figurantes 
dela própria, Constituição. (...) O art. 220 é de instantânea observância 
quanto ao desfrute das liberdades de pensamento, criação, expressão e 
informação que, de alguma forma, se veiculem pelos órgãos de 
comunicação social. Isto sem prejuízo da aplicabilidade dos seguintes 
incisos do art. 5º da mesma CF: vedação do anonimato (parte final do 
inciso IV); do direito de resposta (inciso V); direito a indenização por 
dano material ou moral à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem 
das pessoas (inciso X); livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer 
(inciso XIII); direito ao resguardo do sigilo da fonte de informação, 
quando necessário ao exercício profissional (inciso XIV). Lógica 
diretamente constitucional de calibração temporal ou cronológica na empírica 
incidência desses dois blocos de dispositivos constitucionais (o art. 220 e os 
mencionados incisos do art. 5º). Noutros termos, primeiramente, assegura-se o 
gozo dos ‘sobredireitos’ de personalidade em que se traduz a ‘livre’ e ‘plena’ 
manifestação do pensamento, da criação e da informação. Somente depois é 
que se passa a cobrar do titular de tais situações jurídicas ativas um eventual 
desrespeito a direitos constitucionais alheios, ainda que também 
densificadores da personalidade humana. Determinação constitucional de 
momentânea paralisia à inviolabilidade de certas categorias de direitos 
subjetivos fundamentais, porquanto a cabeça do art. 220 da Constituição veda 
qualquer cerceio ou restrição à concreta manifestação do pensamento (vedado 
o anonimato), bem assim todo cerceio ou restrição que tenha por objeto a 
criação, a expressão e a informação, seja qual for a forma, o processo, ou o 
veículo de comunicação social. Com o que a Lei Fundamental do Brasil 
veicula o mais democrático e civilizado regime da livre e plena circulação das 
ideias e opiniões, assim como das notícias e informações, mas sem deixar de 
prescrever o direito de resposta e todo um regime de responsabilidades civis, 
penais e administrativas. Direito de resposta e responsabilidades que, 
mesmo atuando a posteriori, infletem sobre as causas para inibir abusos 
no desfrute da plenitude de liberdade de imprensa. (...) Incompatibilidade 
material insuperável entre a Lei 5.250/1967 e a Constituição de 1988. 
1
Impossibilidade de conciliação que, sobre ser do tipo material ou de 
substância (vertical), contamina toda a Lei de Imprensa: a) quanto ao seu 
entrelace de comandos, a serviço da prestidigitadora lógica de que para 
cada regra geral afirmativa da liberdade é aberto um leque de exceções 
que praticamente tudo desfaz; b) quanto ao seu inescondível efeito 
prático de ir além de um simples projeto de governo para alcançar a 
realização de um projeto de poder, este a se eternizar no tempo e a 
sufocar todo pensamento crítico no País" (STF, ADPF 130, Rel. Min. Ayres 
Britto, j. 30.4.2009, Plenário, DJe-STF, de 6.11.2009). No mesmo sentido: AI 
684.535-AgR-ED, Rel. Min. Eros Grau, j. 20.4.2010, 2ª Turma, DJe-STF, de 
14.5.2010; ADI 4.451-MC, Rel. Min. Ayres Britto, j. 2.9.2010, Plenário DJe-
STF, de 1º.7.2011.
(ii) Liberdade de consciência 
Constituição:
Art. 5º...
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o 
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção 
aos locais de culto e a suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, 
fixada em lei;
Natureza da restrição: sem restrição expressa; com restrição implícita 
(colisão entre direitos fundamentais).
Constituição:
CAPÍTULO II - DAS FORÇAS ARMADAS
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo 
aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de 
consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de 
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter 
essencialmente militar.
Lei 8.239/1991:
Art. 1º O Serviço Militar consiste no exercício de atividades específicas, 
desempenhadas nas Forças Armadas - Marinha, Exército e Aeronáutica.
Art. 2º O Serviço Militar inicial tem por finalidade a formação de reservas 
destinadas a atender às necessidades de pessoal das Forças Armadas no que se 
refere aos encargos relacionados com a defesa nacional, em caso de 
mobilização.
Art. 3º O Serviço Militar inicial é obrigatório a todos os brasileiros, nos 
termos da lei.
§ 1º Ao Estado-Maior das Forças Armadas compete, na forma da lei e em 
coordenação com os Ministérios Militares, atribuir Serviço Alternativo aos 
que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência 
decorrente de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, para se 
eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
§ 2° Entende-se por Serviço Alternativo o exercício de atividades de 
caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, em 
substituição às atividades de caráter essencialmente militar.
§ 3º O Serviço Alternativo será prestado em organizações militares da ativa e em 
órgãos de formação de reservas das Forças Armadas ou em órgãos subordinados 
aos Ministérios Civis, mediante convênios entre estes e os Ministérios Militares, 
desde que haja interesse recíproco e, também, sejam atendidas as aptidões do 
convocado.
Art. 4º Ao final do período de atividade previsto no § 2º do art. 3º desta lei, será 
conferido Certificado de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obrigatório, com os 
mesmos efeitos jurídicos do Certificado de Reservista.
§ 1º A recusa ou cumprimento incompleto do Serviço Alternativo, sob qualquer 
pretexto, por motivo de responsabilidade pessoal do convocado, implicará o não-
fornecimento do certificado correspondente, pelo prazo de dois anos após o 
vencimento do período estabelecido.
§ 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o certificado só será emitido após a 
decretação, pela autoridade competente, da suspensão dos direitos políticos do 
inadimplente, que poderá, a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante 
cumprimento das obrigações devidas.
Art. 5º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do Serviço Militar Obrigatório 
em tempo de paz, sujeitos, porém, de acordo com suas aptidões, a encargos do 
interesse da mobilização.
Constituição:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
Conteúdo:
- Da escusa de consciência deriva a liberdade de consciência, a liberdade de crença 
religiosa e a liberdade de convicção filosófica, de modo que a pessoa pode recursar-se 
a agir de forma contrária às suas convicções.
- A Constituição reconhece o direito de a pessoa apresentar escusa de consciência, 
porém poderá ser imposto o cumprimento de prestação alternativa, que deverá ser 
compatível com as suas convicções.- Apesar de haver quem sustente o conteúdo sancionador do cumprimento de 
prestação alternativa (José Afonso da Silva), ele será substitutiva de obrigação 
imposta a todas as pessoas, por isso não pode ser vista como sanção. Porém, poderá 
ser imposta sanção no caso de recusa ao cumprimento de prestação alternativa.
- A tentativa de restrição de liberdade de convicção filosófica ou política costuma 
ocorrer em períodos de crise política (v.g., convicções marxistas...).
Supremo Tribunal Federal:
- “Recurso extraordinário. Constitucional. Imunidade Tributária. IPTU. Art. 150, VI, 
b, CF/1988. Cemitério. Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que 
consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela 
garantia contemplada no art. 150 da CF. Impossibilidade da incidência de IPTU 
em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer 
culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da 
Constituição é, sobretudo do disposto nos arts. 5º, VI; 19, I; e 150, VI, b. As áreas 
da incidência e da imunidade tributária são antípodas.” (STF, RE 578.562, Rel. Min. 
Eros Grau, j. 21.5.2008, Plenário, DJe-STF, de 12.9.2008)
- “Nulidade de ato de despedida de empregados de sociedade de economia mista, 
por razões de ordem político-partidária. (...) Decisão incensurável, por haver-se 
configurado flagrante violação ao princípio da liberdade de convicção política, 
constitucionalmente consagrado, ao qual estão especialmente adstritos os entes da 
administração pública.” (STF, RE 130.206, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 
17.9.1991, 1ª Turma, DJU, Seção 1, de 22.11.1991)
- "Agravo Regimental em Suspensão de Tutela Antecipada. Pedido de 
restabelecimento dos efeitos da decisão do Tribunal a quo que possibilitaria a 
participação de estudantes judeus no Exame Nacional do Ensino Médio 
(ENEM) em data alternativa ao Shabat. Alegação de inobservância ao 
direito fundamental de liberdade religiosa e ao direito à educação. Medida 
acautelatória que configura grave lesão à ordem jurídico-administrativa. Em 
mero juízo de delibação, pode-se afirmar que a designação de data alternativa 
para a realização dos exames não se revela em sintonia com o princípio da 
isonomia, convolando-se em privilégio para um determinado grupo religioso. 
Decisão da Presidência, proferida em sede de contracautela, sob a ótica dos 
riscos que a tutela antecipada é capaz de acarretar à ordem pública. Pendência 
de julgamento da ADI 391 e da ADI 3.714, nas quais esta Corte poderá 
analisar o tema com maior profundidade." (STF, STA 389-AgR, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgamento em 3.12.2009, Plenário, DJe-STF, de 14-5-2010)
Superior Tribunal de Justiça
- ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO 
EM MANDADO DE SEGURANÇA. EDUCAÇÃO E RELIGIÃO. 
MEMBRO DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA. PERÍODO DE 
GUARDA RELIGIOSA. LEI N. 12.142/2005, DO ESTADO DE SÃO 
PAULO. OPORTUNIZAÇÃO DE ALTERNATIVA À FREQUÊNCIA ÀS 
AULAS DE SEXTAS-FEIRAS. 1. A relação que existe entre a pessoa e a 
igreja que profetiza a crença que elegeu não cria qualquer obrigação para 
terceiros, razão pela qual não há falar que a qualidade de membro da 
Igreja Adventista do Sétimo Dia, por si só, confira direito líquido e certo 
do aluno de não participar das aulas, durante o período de guarda 
religiosa. 2. Recurso ordinário provido.” (STJ, ROMS 201200205650, Rel 
Min. Benedito Gonçalves, 1ª Turma, DJe-STJ, de 10.3.2014)
- “RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. 
CONCURSO PÚBLICO. POLICIAL MILITAR. ADVENTISTA DO 
SÉTIMO DIA. TESTE DE CAPACIDADE FÍSICA. REALIZAÇÃO EM 
DIA DIVERSO DO PROGRAMADO. LIMINAR DEFERIDA. SITUAÇÃO 
DE FATO CONSOLIDADA. IMPOSSIBILIDADE. ISONOMIA E 
VINCULAÇÃO AO EDITAL. RECURSO DESPROVIDO. I - A liminar foi 
deferida quando a recorrente, por ter deixado de realizar o teste de aptidão 
física na data prevista em edital de convocação, já estava eliminada do 
certame. Ao ser cassada pelo e. Tribunal a quo, quando do julgamento final 
do mandamus, a recorrente voltou à situação anterior de candidato eliminado 
do concurso, razão por que não poderia prosseguir no certame. II - O direito à 
liberdade de crença, assegurado pela Constituição da República, não 
pode almejar criar situações que importem tratamento diferenciado - seja 
de favoritismo seja de perseguição - em relação a outros candidatos de 
concurso público que não professam a mesma crença religiosa. 
Precedente. Recurso ordinário desprovido.” (STJ, ROMS 200602144444, 
Rel. Min. Felix Fischer, 5ª Turma, DJU, Seção 1, de 3.8.2007, p. 390)
Tribunal Regional Federal da 4ª Região
- “AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LIBERDADE RELIGIOSA. EXPEDIÇÃO DE 
CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO COM FOTO. USO DO 
HÁBITO RELIGIOSO. ATRIBUTO INERENTE À PERSONALIDADE. 
RESTRIÇÃO A DIREITO FUNDAMENTAL. EXIGÊNCIA DE LEI EM 
SENTIDO ESTRITO. RESOLUÇÃO CONTRAN N. 192/2006. 1. De acordo 
com o artigo 5º, VI, da CRFB, "é inviolável a liberdade de consciência e de 
2
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, 
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias." 2. A parte 
recorrente defende a mitigação do texto constitucional por força de norma 
infralegal que, em redação expressa, impede a utilização de óculos, bonés, 
gorros, chapéus ou qualquer outro item de vestuário/acessório que cubra parte 
do rosto ou da cabeça na foto utilizada para o cadastro ou a renovação da 
CNH (Anexo IV da Resolução n. 192/2006 do CONTRAN) - impedindo, via 
de consequência, a utilização de vestuário religioso na foto destinada à 
Carteira Nacional de Habilitação. 3. No entanto, a garantia fundamental 
constitucional insculpida no artigo 5º, VI, da Carta da República não pode 
sofrer mitigação por norma infralegal, sob pena de manifesto 
enfraquecimento do sistema de proteção dos direitos fundamentais 
intergeracionais albergado pelas Constituições modernas. 4. Ademais, a 
própria norma regulamentar mencionada apresenta balizas para a fotografia a 
ser utilizada na confecção da CNH com uma única finalidade, a saber: 
garantir o perfeito reconhecimento fisionômico do candidato ou condutor. A 
utilização do hábito pelas religiosas não impede o seu perfeito 
reconhecimento fisionômico (ou seja, a pretensão autoral não encontra óbice 
nem mesmo da Resolução n. 192/2006 do CONTRAN). Precedentes. 5. 
Apelação e remessa oficial improvidas.” (TRF/4ª Região, APELREEX 
5009191-49.2012.404.7005, Rel. Des. Fed. Fernando Quadros da Silva, j. 
14.5.2014, 3ª Turma, DEJF/TRF4, 15.5.2024)
(iii) Liberdade de reunião 
Constituição:
Art. 5º...
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autoridade competente;
Restrição: restrição expressa e diretamente constitucional (... desde que não 
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente); ou restrição implícita 
(colisão entre direitos fundamentais).
Constituição:
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e 
o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou 
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública 
ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou 
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. 
§ 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua 
duração, especificaráas áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e 
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 
137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes 
comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das 
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e 
televisão, na forma da lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Conteúdo:
- A garantia do direito de reunião pacífica, sem armas, em locais abertos ao público, 
não exige a expressa previsão legal dos casos nos quais possa ser realizada a reunião.
- O exercício do direito à reunião independe de prévia autorização da autoridade 
competente (v.g., autoridades municipal, estadual ou federal em razão da natureza do 
local), além de não necessitar, nem mesmo estar autorizada a intervenção da 
autoridade a título de manutenção da ordem, pois poderia ser utilizado como 
justificativa para dificultar o exercício do direito fundamental.
- A reunião em locais abertos ao público somente poderá ser realizada caso não 
frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, razão pela qual é 
exigido o prévio aviso à autoridade competente a fim de evitar tal frustração.
- A exigência de prévio aviso à autoridade competente independe de prévia previsão 
em lei infraconstitucional, pois prevista expressa e diretamente na Constituição.
- A reunião poderá ser para qualquer objetivo comum do grupo, não só para debate ou 
exposição, como para manifestação de pensamentos com conteúdo político, 
filosófico, religioso, científico, artístico e mesmo para protesto, desde que de forma 
pacífica e sem armas.
- A vontade coletiva poderá ser, inclusive, para celebrar alguma festividade, 
comemorar algum acontecimento, externar alguma homenagem ou até mesmo 
alguma reivindicação, podendo ser utilizados meios materiais para registro do evento, 
como cartazes, bandeiras, cânticos e outros, desde que mantenham a ordem e o fundo 
pacífico do evento.
- Enquanto as reuniões privadas, igualmente livres, estão protegidas por outros 
direitos fundamentais, como a inviolabilidade do lar (art. 5º, inc. XI) e a liberdade de 
associação (art. 5º, inc. XVII), em cuja sede se realizam as reuniões. As as reuniões 
públicas são realizadas em locais públicos (v.g., praças ou espaços públicos) ou em 
locais abertos ao público (v.g., imóvel privado aberto ao público, estádio liberado ao 
público, igreja aberta ao público, etc.)
Supremo Tribunal Federal:
“... MÉRITO: “MARCHA DA MACONHA” - MANIFESTAÇÃO LEGÍTIMA, POR 
CIDADÃOS DA REPÚBLICA, DE DUAS LIBERDADES INDIVIDUAIS 
REVESTIDAS DE CARÁTER FUNDAMENTAL: O DIREITO DE REUNIÃO 
(LIBERDADE-MEIO) E O DIREITO À LIVRE EXPRESSÃO DO 
PENSAMENTO (LIBERDADE-FIM) - A LIBERDADE DE REUNIÃO COMO 
PRÉ-CONDIÇÃO NECESSÁRIA À ATIVA PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS NO 
PROCESSO POLÍTICO E NO DE TOMADA DE DECISÕES NO ÂMBITO DO 
APARELHO DE ESTADO - CONSEQUENTE LEGITIMIDADE, SOB 
PERSPECTIVA ESTRITAMENTE CONSTITUCIONAL, DE ASSEMBLEIAS, 
REUNIÕES, MARCHAS, PASSEATAS OU ENCONTROS COLETIVOS 
REALIZADOS EM ESPAÇOS PÚBLICOS (OU PRIVADOS) COM O OBJETIVO 
DE OBTER APOIO PARA OFERECIMENTO DE PROJETOS DE LEI, DE 
INICIATIVA POPULAR, DE CRITICAR MODELOS NORMATIVOS EM VIGOR, 
DE EXERCER O DIREITO DE PETIÇÃO E DE PROMOVER ATOS DE 
PROSELITISMO EM FAVOR DAS POSIÇÕES SUSTENTADAS PELOS 
MANIFESTANTES E PARTICIPANTES DA REUNIÃO - ESTRUTURA 
CONSTITUCIONAL DO DIREITO FUNDAMENTAL DE REUNIÃO 
PACÍFICA E OPONIBILIDADE DE SEU EXERCÍCIO AO PODER 
PÚBLICO E AOS SEUS AGENTES - VINCULAÇÃO DE CARÁTER 
INSTRUMENTAL ENTRE A LIBERDADE DE REUNIÃO E A 
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO - DOIS 
IMPORTANTES PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
SOBRE A ÍNTIMA CORRELAÇÃO ENTRE REFERIDAS LIBERDADES 
FUNDAMENTAIS: HC 4.781/BA, REL. MIN. EDMUNDO LINS, E ADI 
1.969/DF, REL. MIN. RICARDO LEWANDOWSKI - A LIBERDADE DE 
EXPRESSÃO COMO UM DOS MAIS PRECIOSOS PRIVILÉGIOS DOS 
CIDADÃOS EM UMA REPÚBLICA FUNDADA EM BASES 
DEMOCRÁTICAS - O DIREITO À LIVRE MANIFESTAÇÃO DO 
PENSAMENTO: NÚCLEO DE QUE SE IRRADIAM OS DIREITOS DE 
CRÍTICA, DE PROTESTO, DE DISCORDÂNCIA E DE LIVRE 
CIRCULAÇÃO DE IDEIAS - ABOLIÇÃO PENAL (“ABOLITIO 
CRIMINIS”) DE DETERMINADAS CONDUTAS PUNÍVEIS - 
DEBATE QUE NÃO SE CONFUNDE COM INCITAÇÃO À PRÁTICA 
DE DELITO NEM SE IDENTIFICA COM APOLOGIA DE FATO 
CRIMINOSO - DISCUSSÃO QUE DEVE SER REALIZADA DE FORMA 
RACIONAL, COM RESPEITO ENTRE INTERLOCUTORES E SEM 
POSSIBILIDADE LEGÍTIMA DE REPRESSÃO ESTATAL, AINDA QUE 
AS IDEIAS PROPOSTAS POSSAM SER CONSIDERADAS, PELA 
MAIORIA, ESTRANHAS, INSUPORTÁVEIS, EXTRAVAGANTES, 
AUDACIOSAS OU INACEITÁVEIS - O SENTIDO DE ALTERIDADE DO 
DIREITO À LIVRE EXPRESSÃO E O RESPEITO ÀS IDEIAS QUE 
CONFLITEM COM O PENSAMENTO E OS VALORES DOMINANTES 
NO MEIO SOCIAL - CARÁTER NÃO ABSOLUTO DE REFERIDA 
LIBERDADE FUNDAMENTAL (CF, art. 5º, incisos IV, V e X; 
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, Art. 13, § 5º) 
- A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL À LIBERDADE DE PENSAMENTO 
COMO SALVAGUARDA NÃO APENAS DAS IDEIAS E PROPOSTAS 
PREVALECENTES NO ÂMBITO SOCIAL, MAS, SOBRETUDO, COMO 
AMPARO EFICIENTE ÀS POSIÇÕES QUE DIVERGEM, AINDA QUE 
RADICALMENTE, DAS CONCEPÇÕES PREDOMINANTES EM DADO 
MOMENTO HISTÓRICO-CULTURAL, NO ÂMBITO DAS FORMAÇÕES 
SOCIAIS - O PRINCÍPIO MAJORITÁRIO, QUE DESEMPENHA 
IMPORTANTE PAPEL NO PROCESSO DECISÓRIO, NÃO PODE 
LEGITIMAR A SUPRESSÃO, A FRUSTRAÇÃO OU A ANIQUILAÇÃO 
DE DIREITOS FUNDAMENTAIS, COMO O LIVRE EXERCÍCIO DO 
DIREITO DE REUNIÃO E A PRÁTICA LEGÍTIMA DA LIBERDADE DE 
EXPRESSÃO, SOB PENA DE COMPROMETIMENTO DA CONCEPÇÃO 
MATERIAL DE DEMOCRACIA CONSTITUCIONAL - A FUNÇÃO 
CONTRAMAJORITÁRIA DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL NO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO - INADMISSIBILIDADE DA 
“PROIBIÇÃO ESTATAL DO DISSENSO” - NECESSÁRIO RESPEITO 
AO DISCURSO ANTAGÔNICO NO CONTEXTO DA SOCIEDADE 
CIVIL COMPREENDIDA COMO ESPAÇO PRIVILEGIADO QUE 
DEVE VALORIZAR O CONCEITO DE “LIVRE MERCADO DE 
IDEIAS” - O SENTIDO DA EXISTÊNCIA DO “FREE 
MARKETPLACE OF IDEAS” COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL 
E INERENTE AO REGIME DEMOCRÁTICO (AC 2.695-MC/RS, REL. 
MIN. CELSO DE MELLO) - A IMPORTÂNCIA DO CONTEÚDO 
ARGUMENTATIVO DO DISCURSO FUNDADO EM CONVICÇÕES 
DIVERGENTES - A LIVRE CIRCULAÇÃO DE IDEIAS COMO SIGNO 
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IDENTIFICADOR DAS SOCIEDADES ABERTAS, CUJA NATUREZA 
NÃO SE REVELA COMPATÍVEL COM A REPRESSÃO AO DISSENSO E 
QUE ESTIMULA A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS DE LIBERDADE EM 
OBSÉQUIO AO SENTIDO DEMOCRÁTICO QUE ANIMA AS 
INSTITUIÇÕES DA REPÚBLICA - AS PLURISSIGNIFICAÇÕES DO 
ART. 287 DO CÓDIGO PENAL: NECESSIDADE DE INTERPRETAR 
ESSE PRECEITO LEGAL EM HARMONIA COM AS LIBERDADES 
FUNDAMENTAIS DE REUNIÃO, DE EXPRESSÃO E DE PETIÇÃO - 
LEGITIMIDADE DA UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DA INTERPRETAÇÃO 
CONFORME À CONSTITUIÇÃO NOS CASOS EM QUE O ATO 
ESTATAL TENHA CONTEÚDO POLISSÊMICO - ARGUIÇÃO DE 
DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL JULGADA 
PROCEDENTE.” (STF, ADPF 187, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de 
Mello, v.u., j. 15.6.2011, Dje-STF de 28.5.2014).
"Decreto 20.098/1999do Distrito Federal. Liberdade de reunião e de 
manifestação pública. Limitações. Ofensa ao art. 5º, XVI, da CF. A 
liberdade de reunião e de associação para fins lícitos constitui uma das 
mais importantes conquistas da civilização, enquanto fundamento das 
modernas democracias políticas. A restrição ao direito de reunião 
estabelecida pelo Decreto distrital 20.098/1999, a toda evidência, mostra-
se inadequada, desnecessária e desproporcional quando confrontada com 
a vontade da Constituição (Wille zur Verfassung)." (STF, ADI 1.969, Rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, j. 28.6.2007, Plenário, DJe-STF, de 31.8.2007)
Decreto Distrital 20.098/1999, art. 1º: Fica vedada a realização de 
manifestações públicas, com a utilização de carros, aparelhos e objetos 
sonoros na Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e Praça do 
Buriti e vias adjacentes.
(iv) Liberdade de associação 
Constituição:
Art. 5º...
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de 
caráter paramilitar;
Restrição: restrição expressa e diretamente constitucional (... vedada a de 
caráter paramilitar); ou restrição implícita (colisão entre direitos 
fundamentais).
Constituição:
Art. 5º...
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas 
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu 
funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter 
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro 
caso, o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer 
associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e 
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados;
CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e 
a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, 
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que 
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser 
inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da 
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; 
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria 
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da 
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da 
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que 
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos 
da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos 
rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
CAPÍTULO V - DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, 
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os 
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
CAPÍTULO VII - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 37.
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
Seção IX - DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E 
ORÇAMENTÁRIA 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, 
sistema de controle interno com a finalidade de: 
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima 
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de 
Contas da União.
CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado 
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo 
este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
§ 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.
Conteúdo:
- Associação é “toda coligação voluntária de algumas ou de muitas pessoas físicas, 
por tempo longo, com o intuito de alcançar algum fim (lícito), sob direção unificante” 
(Pontes de Miranda, Comentários à Constituição de 1967, com a Emenda n. 1 
de 1969, t. V, p. 608).
- A liberdade de associação inclui tanto as associações (sem fins lucrativos) 
como as sociedades (com fins lucrativos).
- A liberdade de associação apresentada basicamente os seguintes direitos: a) 
de criação de associação (independente de autorização); b) de adesão a 
qualquer associação (sendo vedada a obrigação à associação); c) de 
desligamento da associação (ninguém pode ser obrigado a permanecer 
associado); e d) dissolução espontânea da associação (não se pode obrigar a 
associação a manter sua existência).
- A liberdade de associação dispõe das seguintes garantias: a) vedação da 
interferência do Estado no funcionamento das associações e cooperativas, 
ainda que sujeitas à fiscalização estatal; b) as associações só poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão 
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
- Porém, a liberdade de associação possui duas restrições: a) vedação da 
associação que não seja constituída ou não desenvolva fins lícitos; e b) que 
tenham caráter paramilitar (v.g., milícias, grupos de extermínio, rebelded, 
mercenários...).
Supremo Tribunal Federal:
“A primeira Constituição política do Brasil a dispor sobre a liberdade de 
associação foi, precisamente, a Constituição republicana de 1891, e, desde 
então, essa prerrogativa essencial tem sido contemplada nos sucessivos 
documentos constitucionais brasileiros, com a ressalva de que, somente a 
partir da Constituição de 1934, a liberdade de associação ganhou 
contornos próprios, dissociando-se do direito fundamental de reunião, 
consoante se depreende do art. 113, § 12, daquela Carta Política. Com 
efeito, a liberdade de associação não se confunde com o direito de reunião, 
possuindo, em relação a este, plena autonomia jurídica (...). Diria, até, que, 
sob a égide da vigente Carta Política, intensificou-se o grau de proteção 
jurídica em torno da liberdade de associação, na medida em que, ao contrário 
do que dispunha a Carta anterior, nem mesmo durante a vigência do estado de 
sítio se torna lícito suspender o exercício concreto dessa prerrogativa. (...) 
Revela-se importante assinalar, neste ponto, que a liberdade de associação 
tem uma dimensão positiva, pois assegura a qualquer pessoa (física ou 
jurídica) o direito de associar-se e de formar associações . Também possui 
uma dimensão negativa, pois garante a qualquerpessoa o direito de não 
se associar, nem de ser compelida a filiar-se ou a desfiliar-se de 
determinada entidade. Essa importante prerrogativa constitucional também 
possui função inibitória, projetando-se sobre o próprio Estado, na 
medida em que se veda, claramente, ao Poder Público, a possibilidade de 
interferir na intimidade das associações e, até mesmo, de dissolvê-las, 
compulsoriamente, a não ser mediante regular processo judicial.” (STF, 
ADI 3.045, voto do Rel. Min. Celso de Mello, j. 10.8.2005, Plenário, DJe-
STF, de 1º.6.2007)
“Liberdade negativa de associação: sua existência, nos textos 
constitucionais anteriores, como corolário da liberdade positiva de 
associação e seu alcance e inteligência, na Constituição, quando se cuide 
de entidade destinada a viabilizar a gestão coletiva de arrecadação e 
distribuição de direitos autorais e conexos, cuja forma e organização se 
remeteram à lei. Direitos autorais e conexos: sistema de gestão coletiva de 
arrecadação e distribuição por meio do ECAD (Lei 9.610/1998, art. 99), 
sem ofensa do art. 5º, XVII e XX, da Constituição, cuja aplicação, na 
4
esfera dos direitos autorais e conexos, hão de conciliar-se com o disposto 
no art. 5º, XXVIII, b, da própria Lei Fundamental. Liberdade de 
associação: garantia constitucional de duvidosa extensão às pessoas jurídicas” 
(STF, ADI 2.054, Rel. p/ o acórdão Min. Sepúlveda Pertence, j. 2.4.2003, 
Plenário, DJe-STF, de 17.10.2003)
“Não se há de confundir a liberdade de associação, prevista de forma 
geral no inciso XVII do rol das garantias constitucionais, com a criação, 
em si, de sindicato. O critério da especificidade direciona à observação do 
disposto no inciso II do art. 8º da CF, no que agasalhada a unicidade 
sindical de forma mitigada, ou seja, considerada a área de atuação, nunca 
inferior à de um Município” (STF, RE 207.858, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 
27.10.1998, 2ª Turma, DJe-STF, de 14.5.1999)
“Confederações como a presente são meros organismos de coordenação 
de entidades sindicais ou não (...), que não integram a hierarquia das 
entidades sindicais, e que têm sido admitidas em nosso sistema jurídico 
tão só pelo princípio da liberdade de associação.” (STF, ADI 444, Rel. Min. 
Moreira Alves, j. 14.6.1991, Plenário, DJe-STF, de 25-10-1991)
(v) Liberdade de trabalho, ofício ou profissão 
Constituição:
Art. 5º ...
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Restrição: expressa e indiretamente constitucional, por cláusula de reserva 
implícita (... atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer); 
ou restrição implícita (colisão entre direitos fundamentais).
Conteúdo:
- Trata-se de direito individual de livre escolha e exercício de qualquer 
trabalho, ofício ou profissão, não constituindo um direito de conteúdo social, 
pois não se garante uma possibilidade de trabalho ou emprego, nem as 
condições materiais para ocupar um ofício ou adquirir qualquer profissão.
- O direito é para a livre escolha de qualquer trabalho (atividade que decorre, 
principalmente, de uma relação trabalhista propriamente dita), ofício 
(atividade que necessite conhecimentos próprios) ou profissão (atividade que 
necessita de conhecimento especializados, cuja profissão, a princípio, é 
regulamentada).
Supremo Tribunal Federal:
"O jornalismo é uma profissão diferenciada por sua estreita vinculação 
ao pleno exercício das liberdades de expressão e de informação. O 
jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da 
informação de forma contínua, profissional e remunerada. Os jornalistas 
são aquelas pessoas que se dedicam profissionalmente ao exercício pleno 
da liberdade de expressão. O jornalismo e a liberdade de expressão, 
portanto, são atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e 
não podem ser pensadas e tratadas de forma separada. Isso implica, 
logicamente, que a interpretação do art. 5º, inciso XIII, da Constituição, 
na hipótese da profissão de jornalista, se faça, impreterivelmente, em 
conjunto com os preceitos do art. 5º, IV, IX, XIV, e do art. 220, da 
Constituição, que asseguram as liberdades de expressão, de informação e de 
comunicação em geral. (...) No campo da profissão de jornalista, não há espaço para 
a regulação estatal quanto às qualificações profissionais. O art. 5º, IV, IX, XIV, e o 
art. 220 não autorizam o controle, por parte do Estado, quanto ao acesso e exercício 
da profissão de jornalista. Qualquer tipo de controle desse tipo, que interfira na 
liberdade profissional no momento do próprio acesso à atividade jornalística, 
configura, ao fim e ao cabo, controle prévio que, em verdade, caracteriza censura 
prévia das liberdades de expressão e de informação, expressamente vedada pelo art. 
5º, IX, da Constituição. A impossibilidade do estabelecimento de controles estatais 
sobre a profissão jornalística leva à conclusão de que não pode o Estado criar uma 
ordem ou um conselho profissional (autarquia) para a fiscalização desse tipo de 
profissão. O exercício do poder de polícia do Estado é vedado nesse campo em que 
imperam as liberdades de expressão e de informação. Jurisprudência do STF: 
Representação 930, Rel. p/ o ac. Min. Rodrigues Alckmin, DJ de 2-9-1977." (STF, RE 
511.961, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 17.6.2009, Plenário, DJe-STF, de 13.11.2009)
“A atividade de músico não depende de registro ou licença de entidade de classe 
para o seu exercício. Essa a conclusão do Plenário ao negar provimento a recurso 
extraordinário, afetado pela Segunda Turma, em que a Ordem dos Músicos do Brasil 
– Conselho Regional de Santa Catarina alegava que o livre exercício de qualquer 
profissão ou trabalho estaria constitucionalmente condicionado às qualificações 
específicas de cada profissão e que, no caso dos músicos, a Lei 3.857/1960 
estabeleceria essas restrições (...). Aduziu-se que as restrições feitas ao exercício de 
qualquer profissão ou atividade profissional deveriam obedecer ao princípio da 
mínima intervenção – a qual se pautaria pela razoabilidade e pela 
proporcionalidade. Ressaltou-se que a liberdade de exercício profissional, 
contida no art. 5º, XIII, da CF, seria quase absoluta e que qualquer restrição a 
ela só se justificaria se houvesse necessidade de proteção a um interesse público, 
a exemplo de atividades para as quais fosse requerido conhecimento específico, 
técnico, ou ainda, habilidade já demonstrada.” (STF, RE 414.426, Rel. Min. Ellen 
Gracie, j. 1º.8.2011, Plenário, Informativo STF nº 634). No mesmo sentido: RE 
509.409, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, j. 31.8.2011, DJe-STF, de 
8.9.2011.
“Inexistindo previsão legal quanto à obrigatoriedade do registro do perito no 
órgão de classe, não cabe a exigência desse registro para a investidura no cargo 
de perito da Polícia Federal, tampouco para o exercício da função de perito 
oficial.” (STF, HC 95.595, 2ª Turma, Rel. Min. Eros Grau, j. 4.5.2010, DJe-STF, de 
21.5.2010)
“O acórdão recorrido manteve a decisão do Juiz Federal que declarou a incompetência da 
Justiça Federal para processar e julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo, 
o crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista, o crime de omissão de dados 
da Carteira de Trabalho e Previdência Social e o crime de exposição da vida e saúde de 
trabalhadores a perigo. No caso, entendeu-se que não se trata de crimes contra a 
organização do trabalho, mas contra determinados trabalhadores, o que não atrai a 
competência da Justiça Federal. O Plenário doSTF, no julgamento do RE 398.041 (Rel. 
Min. Joaquim Barbosa, sessão de 30-11-2006), fixou a competência da Justiça Federal 
para julgar os crimes de redução à condição análoga à de escravo, por entender ‘que 
quaisquer condutas que violem não só o sistema de órgãos e instituições que 
preservam, coletivamente, os direitos e os deveres dos trabalhadores, mas também o 
homem trabalhador, atingindo-o nas esferas em que a Constituição lhe confere 
proteção máxima, enquadram-se na categoria dos crimes contra a organização do 
trabalho, se praticadas no contexto de relações de trabalho’ (Informativo 450). As 
condutas atribuídas aos recorridos, em tese, violam bens jurídicos que extrapolam os 
limites da liberdade individual e da saúde dos trabalhadores reduzidos à 
condição análoga à de escravos, malferindo o princípio da dignidade da pessoa 
humana e da liberdade do trabalho. Entre os precedentes nesse sentido, refiro-me 
ao RE 480.138/RR, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 24-4-2008; RE 508.717/PA, 
Rel. Min. Cármen Lúcia, DJ de 11-4-2007” (STF, RE nº 541.627, Rel. Min. Ellen 
Gracie, j. 14.10.2008, 2ª Turma, DJe-STF, de 21.11.2008)
“Descabe condicionar integração, a quadro societário, de pessoa jurídica 
de direito privado ao fato de o pretendente estar em dia com as 
obrigações tributárias.” (STF, RE 207.946, Rel. p/ o acórdão Min. Marco 
Aurélio, j. 20.5.2008, 1ª Turma, DJe-STF, de 5.6.2009)
“... constitui ilegalidade reparável pela via do habeas corpus fazer com 
que alguém responda pelo exercício ilegal de uma profissão que ainda 
não foi regulamentada. (...) Condição sem a qual fica inviabilizado, neste 
caso concreto, o manejo da ação penal com base no art. 47 da LCP, por se 
tratar de ‘norma penal em branco, que depende da indicação de lei que 
estabeleça as condições para o exercício de determinada atividade’...” (STF, 
HC 92.183, voto do Rel. Min. Ayres Britto, j. 18.3.2008, 1ª Turma, DJe-STF, 
de 23.5.2008.)
“Ação penal. Condenação. Concurso material. Crimes de exercício ilegal da 
arte farmacêutica e de curandeirismo. Inadmissibilidade. 
Incompatibilidade entre os tipos penais previstos nos arts. 282 e 284 do 
CP. Pacientes não ignorantes nem incultos. Comportamento 
correspondente, em tese, ao art. 282 do CP. Falta, porém, de laudo 
pericial sobre as substâncias apreendidas. Inadmissibilidade de exame 
indireto. Absolvição dos pacientes decretada. Habeas corpus concedido 
para esse fim. Interpretação do art. 167 do CPP. Precedentes. Excluindo-se, 
entre si, os tipos previstos nos arts. 282 e 284 do CP, dos quais só primeiro se 
ajustaria aos fatos descritos na denúncia, desse delito absolve-se o réu, 
quando não tenha havido perícia nas substâncias apreendidas” (STF, HC 
85.718, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 18.11.2008, 1ª Turma, DJe-STF, de 
5.12.2008). Vide: HC nº 92.845, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 8.9.2009, 2ª 
Turma, DJe-STF, de 9.10.2009.
Código Penal:
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista 
ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se 
também multa.
Charlatanismo
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Curandeirismo
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer 
substância;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica 
também sujeito à multa.
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