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APONTAMENTOS DE REGIMES E SISTEMAS POLÍTICOS PROGRAMA: Matéria para a frequência: 9. Sistemas eleitorais - distinguir os dois grandes tipos de sistemas eleitorais e as suas diferenças; - Perceber as consequências políticas; 11. Partidos e sistemas eleitorais (quase tudo) - origem dos partidos - evolução dos partidos - partidos de elite, de massas … - 4 famílias político-partidárias com duas importantes: a socialista e a democrata cristã 12. Sistemas parlamentares - distinguir os tipos de sistemas parlamentares - distinguir os tipos de parlamento (arena…) - (o parlamento português não foi muito abordado) 13. Sistemas de governo - distinguir os tipos de sistema; - sistema britânico → importante - sistemas de governos mistos → importante também - o semi-presidencialismo português não é utilizado como tema autónomo, mas pode ser sustentado como exemplo na resposta ii. O ESTADO 2.ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO A EVOLUÇÃO DA CIDADANIA O moderno conceito liberal de cidadania provém da Revolução Francesa contrasta com o conceito de cidadania da antiguidade clássica. O conceito de cidadania sofreu uma evolução ao longo dos tempos contrastando se assim com o que era de antigamente. O conceito de cidadania na antiguidade clássica (conceção romana e grega) reservava apenas a uma pequena elite. Segundo Marshall, no seu texto Citizenship and Social Class, foi no século XVII que, na Europa Ocidental, surgiram condições históricas que levaram à conquista de direitos civis, garantindo aos cidadãos, a capacidade jurídica de lutar pelos seus direitos, aqueles necessário a liberdade individual. Na verdade, isso corresponde na igualdade de todos os cidadãos perante a lei e traduz se em primeiro lugar na liberdade (consciência, livre opinião, expressão) de propriedade e de segurança onde o cidadão e o sujeito de direito e deveres que foram concebidos e traduzidos como direito do indivíduo face ao estado, contra ele. Estes primeiro conjunto/geração de direitos serviam para defender o indivíduo da invasão do estado. Na transição do século XIX para o século XX cidadania de passou a significar para além do valor de liberdade, o valor de participação - através de escolaridade obrigatória tanto em termos económico sociais como políticos. Com a escolarização é possível uma democratização da democracia porque promove a emancipação e autonomia intelectual das grandes massas. De acordo com Marshall, a consolidação desse primeiro grupo de direitos contribuiu para o surgimento, por volta do século XIX, da segunda geração de direitos, chamados direitos políticos. Esses direitos permitiam a possibilidade de participação na vida política onde o cidadão podia votar como também podia candidatar se e ser eleito. Marshall afirma que a participação política somente se estruturou em Inglaterra após a consolidação dos direitos civis. Com a crise do liberalismo, ocorrida no início do século XX fez com que aparecesse uma terceira geração de direitos - direitos sociais. Além da liberdade e participação, a cidadania agora também corresponde ao valor de solidariedade social. O cidadão, sujeito ativo de direitos passa a ser também um sujeito passivo a que se deve direitos. Os direitos sociais se referem ao direito mínimo de bem estar social e a sua consolidação só seria alcançada quando todos os cidadãos tivessem acesso a esse mínimo. ------------------------------------------------------------//----------------------------------------------------- Evolução da Cidadania Texto do Marshall Moderna concepção liberal de cidadania que remonta à Revolução Francesa e à Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão de 1789 contrasta com a concepção de cidadania da antiguidade clássica. Noção grega de cidadania: antítese entre o cidadão e o súbdito, desigualdade entre homens e primazia clara entre o cidadão e o súbdito, reservando a cidadania prerrogativas de participação na vida da cidade e da elegibilidade para cargos públicos excluindo os escravos e estrangeiros. Conceção romana: cidadania significava inclusividade no império e pertencia ao Estado. O cidadão era sujeito de direitos , gozava de prerrogativas especiais de privilégio. No dealbar da época moderna, a cidadania passou a ser o reverso da soberania, cidadãos estavam sob a alçada de uma soberania- implicar uma proteção dessa soberania. Sob proteção de um príncipe, estatuto de cidadania pressupunha como princípio unificador a subordinação à soberania do príncipe. Cidadania traduzia sujeição. Moderna concepção liberal: igualdade de todos os homens perante a lei e traduz-se em primeiro lugar na liberdade- o cidadão do primeiro liberalismo é o sujeito de direitos e deveres que foram concebidos e traduzidos como direito do indivíduo em face do Estado, contra ele. Cidadania cívica: direitos cívicos ou direitos liberais. Estes direitos eram afirmados para defender o indivíduo da invasão do Estado, contra a publicidade invasora do Estado, afirmava-se a privacidade cívica do indivíduo , possuidor dos direitos de liberdade (consciência, livre opinião, expressão), de propriedade e de segurança. A cidadania como afirmação da liberdade individual, como cidadania da liberdade, era contudo e sobretudo uma cidadania para o mercado e não ainda para o Estado. dizia tão só respeito à sociedade civil e não ainda à sociedade política- não era ainda por isso, democrática. contudo o exercício dessa liberdade confiava-se aos proprietários à burguesia, sociedade dos cidadãos era justamente a sociedade burguesa. Mas ao longo do séc.XIX assistiu-se a democratização da cidadania. Cidadania democrática: com a crescente afirmação dos direitos políticos democráticos , chamados os direitos de segunda geração, acima de todos os direitos o direito de sufrágio, cada vez mais alargado e universalizado, o direito de associação profissional e sindical, o direito de petição e demonstração política e social, o direito de igual acesso a cargos políticos. Este alargamento fez-se com prestações do cidadão ao Estado, como fisco, conscrição militar e a escolaridade obrigatória-cresceu na proporção dessas prestações. O alargamento do sufrágio foi feito primeiro com base censitária e capacitaria e assumiu formas ponderadas e estratificadas, consoante a capacidade económica e intelectual- voto ponderado e estratificado. Do entendimento elitista da cidadania feita de direitos vividos apenas por alguns privilegiados, passou se gradualmente à cidadania de massas integradas na política moderna, através das organizações sindicais e dos grandes partidos. Na transição do séc. XIX para o sec. XX cidadania passou a significar para além do valor de liberdade, o valor de participação-através da escolaridade obrigatória e tanto em termos económico-sociais como políticos. Escolarização da sociedade:condição de possibilidade da democratização da cidadania , porque promotora de liberdade e de autonomia dos indivíduos, promotora