Buscar

Formacao de Pastagens

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 1
NOTAS DE AULAS – FORRAGICULTURA E PASTAGENS
2012
FORMAÇÃO E REFORMA DE PASTAGENS
IFMG- 2012
Bambuí- MG
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 2
FORMAÇÃO E REFORMA DE PASTAGENS
As pastagens constituem uma fonte de alimento eficiente para animais 
leiteiros ou de corte, que praticam a herbivoria, e para o atendimento
desse objetivo, devem fornecer quantidades adequadas de biomassa de 
forragem de alta qualidade. Neste sentido, é de extrema importância a 
melhora da qualidade das pastagens. 
Algumas propriedades rurais especializadas têm como prática fornecer, 
volumosos no cocho, capineiras, silagem ou concentrados aos animais em 
produção, em determinada época do ano (estacionalidade das forragens) 
ou mesmo durante o ano todo.
Produção a pasto no Brasil
No Brasil a atividade pecuária seja de corte ou leiteira têm sido quase 
sempre explorada com base na utilização de pastagens, sendo que as 
pastagens representam 76% da área ocupada pela agropecuária no Brasil. 
Na atualidade o Brasil apresenta mais de 200 milhões de hectares 
ocupados com pastagens, sendo que 60% dessas pastagens são 
cultivadas ou seja apresentam um bom potencial produtivo e alta 
capacidade de suporte comparadas com as nativas ou naturalizadas que 
tem sido gradativamente substituídas. Em média 99,57 % da dieta de
nosso rebanho de corte tem como base as pastagens (Burgi & Paniago, 
2003), e segundo Queiroz et al, 2005, cerca de 88% do total da carne 
produzida no Brasil é proveniente de rebanhos criados exclusivamente a 
pasto. O Brasil ocupa a 4º posição entre os países com maior área 
pastagens possuindo uma área aproximada de (200 milhões ha), em 
primeiro lugar (1º) encontra-se a Austrália, com cerca de 411 milhões de 
hectares cultivados com pastagens, a China ocupa o (2º) com 401 milhões 
e os Estados Unidos 229 milhões ha ocupam a (3º) posição no ranking. 
Alguns países apresentam um grande volume de pastagens nativas, ou 
em áreas desérticas. A vantagem competitiva do Brasil em relação a esses 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 3
é a posição geográfica, com um clima quente e úmido, e uma elevada 
insolação praticamente durante todo o ano, o que proporciona um elevado 
potencial produtivo dessas pastagens, que ainda têm sido pouco 
exploradas.
Em países, da América do Sul, África e Ásia o clima apesar de semelhante, 
não apresenta a mesma extensão territorial, ou não possuem a mesma 
estrutura e cultura na produção pecuária ou, mesmo não possuem os 
mesmos recursos técnicos e humanos.
BOVINO DE CORTE
200 milhões de animais
Abate: 45 milhões/ano
Exportação: 2,4 milhões de toneladas
33% da carne do planeta
GRANDE VANTAGEM COMPARATIVA
E.U.A 1 kg de carne – 1,9 US$
Austrália 1 kg de carne – 1,4 US$
Brasil 1 kg de carne – 0,8 US$
BOVINOCULTURA: ATIVIDADE EM EXPANSÃO
Fonte: AGROANALYSIS, 2008
“O Brasil não utiliza de forma adequada o seu potencial forrageiro.”
O modelo da pecuária brasileira sempre teve na formação e no manejo 
das pastagens uma exploração inadequada o que resulta quase sempre no
esgotamento dos recursos produtivos das áreas onde são cultivadas as 
pastagens, e concorrem diretamente na redução da fertilidade natural dos 
solos. O Manejo tradicionalmente aplicado nas áreas de pastagens ainda é 
embasado em métodos empíricos, e alguns pecuaristas ainda descuidam 
de medidas técnicas e práticas para evitar as perdas por erosão e mesmo 
realizam a reposição necessária de nutrientes no sistema de produção. O 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 4
caminho trilhado por pecuaristas na formação e manejo de pastagens é 
quase sempre o mesmo: um manejo de pastagens como acontece 
tradicionalmente é na verdade mais uma medida exploratória do que uma
medida produtiva. Esse tipo de manejo resulta quase sempre em áreas 
super ou sub-pastejadas e permite diversas formas de erosão. 
As conseqüências do processo de degradação das pastagens envolvem a;
redução da capacidade de suporte das pastagens, o aumento de plantas 
não desejáveis nos stands de plantas, o aumento nos custos de controle
de plantas não desejáveis, (controle: manual, mecânico ou químico).
Processo de degradação de pastagens e suas diferentes etapas no tempo
PROCESSO DEGRADAÇÃO ETAPAS
As falhas no processo de formação pastagem, podem proporcionar o 
surgimento de plantas não desejáveis no sistema, com aumento do 
processo de mato competição, e pode resultar na morte de gramíneas e 
na predominância das plantas não desejáveis, com o surgimento de áreas 
descobertas, que em condições de ocorrências de chuvas podem gerar
processos erosivos, e nesses processos, perdas de solo e água, resultando 
na chamada Degradação do Solo.
ESTABELECIMENTO PASTAGENS - FORMAÇÃO DE PASTAGEM
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 5
O sucesso no estabelecimento de pastagens considera as condições edafo-
climáticas locais, com a previsão de uso da pastagem, e a escolha da 
espécie ou das espécies adaptadas às condições locais.
Esta escolha considera fatores como: a qualidade das sementes, o preparo 
do solo, a época e o método de plantio, a taxa semeadura e o manejo 
formação das pastagens. 
Esses fatores, em conjunto ou mesmo isolados, são determinantes no 
sucesso ou no insucesso da formação de pastagens, e na maior ou menor
produtividade da pastagem no decorrer do tempo.
Algumas das informações são essenciais no processo decisório de qual, ou 
de quais espécies devem ser introduzidas e qual o método de formação 
deve ser adotado na formação ou reforma de pastagens.
A tomada de decisão em formar uma nova área ou de recuperar uma 
pastagem existente é complicada e requer uma análise criteriosa de 
finalidade e de investimento proposto com o conhecimento das 
características do solo e do clima da área. 
O SOLO
Associado ao diagnóstico deve ainda ser considerado; a produtividade 
desejada, o nível tecnológico a ser adotado, e o objetivo da produção e a 
época de utilização espécie.
O PREPARO DO SOLO:
No início do processo de formação de pastagens e no plantio de plantas 
forrageiras deve-se realizar a coleta de amostras de solo e a sua análise
química. A partir desses resultados da análise, o técnico faz as devidas 
recomendações de calagem e adubação, e deve considerar a espécie de 
planta forrageira escolhida bem como a produtividade esperada. 
A aplicação de calcário no solo caso necessário deve ser realizada entre 60 
- 90 dias antes da semeadura para permitir que ocorra à reação com a 
eliminação do Al e Mn tóxicos e a incorporação deve ser realizada sempre 
na mesma profundidade da análise do solo. Em condições de quantidades 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 6
maiores do que 3 t/ha, a recomendação é que se faça a aplicação em (2) 
etapas sendo a (1ª) metade aplicada antes aração e, a outra, após a 
primeira gradagem.
CORREÇÃO DA ACIDEZ 
No caso da análise de solo indicar a necessidade de utilizar calcário, este 
deverá ser aplicado com uma antecedência de 60-90 dias antes da 
aplicação do adubo fosfatado; e a quantidade a ser utilizada depende da 
espécie forrageira e do nível de produtividade desejada. 
Na verdade a pastagem deveria ser considerada pelo produtor como uma 
cultura que irá produzir por muitos anos (caráter da perenidade). Neste 
sentido, o preparo do solo deveria assumir esta preocupação e utilizar o 
mesmo cuidado dado ao plantio soja, algodão, milho, café e outras, como: 
destorroar, nivelar o solo e deixar a área livre de plantasinvasoras, e com 
pouca palhada. 
Em áreas com alta quantidade de palhada, o preparo do solo deve ser 
iniciado antes de 120 dias do plantio, ainda no período das águas, para 
que haja a decomposição da palhada sem a interferência na germinação 
das sementes da pastagem. 
Observação: é importante aguardar o material vegetal incorporado ao 
solo pela aração apodrecer antes do plantio; caso contrário, as sementes 
podem morrer pelo efeito da fermentação desse material. 
PREPARO E PLANTIO - SISTEMAS CONVENCIONAIS
A primeira movimentação do solo é realizada com uso do arado ou da 
grade aradora, com a incorporação do material vegetal existente na 
superfície do terreno. Em seguida, com a grade niveladora, é realizado o 
destorroamento do solo, o nivelamento da superfície e a eliminação de
eventuais plantas invasoras ou (PND’s). Quase sempre, duas passadas de 
grade niveladora são suficientes nesse preparo. A aplicação a lanço de 
fertilizantes pode ser realizada antes da realização da primeira gradagem 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 7
niveladora, ou ainda entre a primeira e a segunda, para uma boa 
incorporação do fertilizante.
Aplicação de Fertilizantes
Fósforo (P), Potássio (K), Enxofre (S) e Micronutrientes
A aplicação de quantidades recomendadas desses nutrientes, caso o 
resultado da análise de solo, indique as deficiências, deverá considerar a 
exigência da espécie, bem como o nível de produtividade desejado. 
Podem ser aplicados antes do plantio ou da cobertura, com exceção aos 
fosfatos naturais reativos, que, se recomendados, devem ser aplicados 
antes do plantio e incorporados.
Fertilizantes nitrogenados (N) e potássicos (K), não devem ser misturados 
às sementes, pois, podem causar a sua morte. O elemento fósforo (P) na 
forma de super-simples granulado pode ser misturado com as sementes, 
desde que o plantio seja realizado no mesmo dia de preparo da mistura. A 
incorporação, imediatamente após a distribuição sementes, favorece o seu 
contato com o solo, posicionando-as em uma profundidade adequada o 
que possibilita a emergência rápida e homogênea das plântulas. Em caso 
de chuvas, logo após a distribuição das sementes, deve-se avaliar a 
profundidade das sementes para realizar a incorporação.
Análise de solo 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 8
Para esta etapa é importante seguir as recomendações da 5ª Aproximação 
CFSEMG
Calcareo (dolomítico, calcitico)
Definir plantio: lanço ou linha (sulcos)
N (nitrogênio) em cobertura
P (fósforo) no plantio
K (potássio) no plantio
Ou ainda:
100% N Cobertura
100% P Plantio 
50% K Plantio e 50% Cobertura + FTE (BR10)
CONTROLE DE PLANTAS NÃO DESEJÁVEIS
Em áreas com alta infestação de plantas invasoras ou mesmo com o 
cultivo de outras forrageiras, o preparo do solo poderá ser escalonado e 
favorecerá a germinação e a eliminação dessas, sendo possível retardar, o 
plantio, da forrageira. 
Observação: Evitar o preparo excessivo do solo (micropulverização), 
principalmente em solos mistos e arenosos. 
TOPOGRAFIA
Os terrenos podem ser mecanizáveis em até 8% de declividade, acima 
desses valores corre-se o risco da erosão do solo, em circunstâncias onde 
a declividade do terreno é superior a 8% chegando até 18% recomenda-
se uso de terraços e curvas de nível.
Declividade do terreno
Em situações de declividade superiores a 18% exige-se muito esforço dos 
animais com maiores gastos de (energia) tornando contra-producente a 
implantação de pastagens em condições como estas.
DISTÂNCIAS ENTRE CURVAS DE NÍVEL EM PASTAGEM EM FUNÇÃO
DA DECLIVIDADE DO TERRENO
4%.........................50m
5-8%......................40m
9-12%....................30m
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 9
13-15%...................20m
> 15%....................15m
Uso de curvas de nível & controle da erosão
É indicada a construção de terraços ou curvas nível, caso a área apresente
susceptibilidade ou riscos de erosão ou ainda algum escorrimento 
superficial de água das chuvas, o que permite maior controle e redução de 
perdas de solo por erosão e maior conservação da água. 
ESCOLHA DA ESPÉCIE (CV. OU VAR.)
As pastagens persistentes e produtivas requerem espécies adaptadas às 
condições clima e solo. Em regiões de clima seco generalizado a redução 
ou a limitação na produção de forragem pelos fatores de clima, seja pela 
menor umidade ou pela menor temperatura pode levar a escolha em 
função deste parâmetro. 
O fator seca (tolerância) nestes casos passa a ser determinante na
escolha de forrageiras sejam (espécie, cultivar ou variedade) embora o 
maior interesse seja o de melhorar a produção total anual de forragem. 
Entre as características observadas na escolha à tolerância à geada e 
inundações periódicas, também podem ser parâmetros excludentes. Em 
verdade nem sempre é possível unir as características favoráveis em uma
única espécie. Nesse caso a recomendação seria o cultivo de mais de uma 
cultivar ou espécies de forrageira na formação das pastagens.
BOA FORMAÇÃO DE PASTAGENS - BOA ESCOLHA DE CV. OU VAR.
A maior disponibilidade de sementes a comercialização como por ex.
(Brachiárias) a adaptação a diferentes tipos de clima e solos, a capacidade 
de resposta à adubação em especial a adubação (nitrogenada), principal 
modulador do crescimento e desenvolvimento das gramíneas. A 
capacidade em tolerar bem: processos de seca prolongada ou mediana, a 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 10
infestação de pragas e doenças sendo as mais importantes a cigarrinha
das pastagens, a lagarta militar, o percevejo das pastagens, e entre as 
doenças a antracnose e o carvão, a tolerância ao sombreamento como 
ocorre com a leguminosa amendoim forrageiro Arachis pintoi, ao 
encharcamento como as plantas de Setária anceps e kazungula, ao frio 
como nas gramínea do gênero Cynodon e na leguminosa Alfafa Medicago 
sativa L. O potencial e capacidade de produzir feno, a presença de 
problemas relacionados à ingestão, como ex. leguminosas, problemas com 
consumo freqüente como a fotossensibilidade apresentada em animais 
consumindo exclusivamente a B. decumbens por períodos prolongados, 
com problemas inicialmente de fígado e de pele, a presença de oxalatos 
de cálcio, como nas Setárias ou de saponinas provocando meteorismo 
timpanoso como na Alfafa, em consumo prolongado.
O PLANTIO POR SEMENTES
A principal vantagem desta forma de plantio encontra-se na facilidade de 
armazenamento da semente e a redução nos custos de mão de obra.
QUALIDADE DA SEMENTE
No Brasil ainda é comum a utilização de sementes de baixa qualidade, 
principalmente com baixos níveis de pureza e germinação, fatores que 
comprometem a formação das pastagens. Mesmo considerando baixo o 
custo da semente que representa em média 6-10% do custo total de 
formação da pastagem.
Os diferentes processos de colheita e, as diferentes origens de sementes 
utilizadas, nos plantios, conduzem a diferentes resultados na formação.
Ainda é freqüente a comercialização de sementes com grande quantidade 
de resíduos vegetais, ou terra ou mesmo mistura de sementes de outras 
forrageiras ou ainda de plantas invasoras. O comércio de sementes sem 
análise laboratorial ainda é muito comum no Brasil.
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 11
O risco na semeadura de quantidades não ideais de sementes viáveis por 
unidade área existe. Na pratica ainda é comum verificar que algumas 
recomendações de densidade de semeadura não considerem a pureza e 
ou germinação ou o valor cultural das sementes, uma pratica errônea.
Uma das formas de superaro problema, seria o produtor adquirir 
sementes em firmas idôneas e adquirir sempre sementes fiscalizadas.
ÉPOCA DE PLANTIO
A época de plantio tradicional que se pratica a implantação das pastagens 
é ampla: e varia desde as primeiras chuvas, sendo em nossa região 
centro oeste de MG, geralmente no inicio de setembro até o começo do 
mês de março. 
Importante: O plantio da forrageira na época adequada de plantio,
permite uma germinação homogênea das sementes e resulta em uma 
rápida formação das áreas de pastagem, contribuindo para uma menor 
incidência de plantas daninhas (não desejáveis) e ainda permite ao 
produtor a possibilidade de utilizar este alimento para os animais 
antecipadamente. 
Alguns cuidados como: a redução das perdas de solo por mecanismos de 
erosão não devem ser negligenciados pelos produtores e técnicos.
No entanto, alguns fatores podem conduzir os produtores ao plantio em 
diferentes e inadequadas épocas do ano. Estes plantios tardios podem ser
resultantes da impossibilidade de completar o preparo do solo ou ainda a 
falta de sementes disponíveis na época ideal de plantio.
TAXA DE SEMEADURA
A quantidade de sementes na área é um fator que pode limitar o processo 
de estabelecimento das pastagens. A germinação de sementes viáveis 
ocorre em conformidade com as condições climáticas e com a espécie de 
planta forrageira escolhida. É comum as sementes pequenas 
apresentarem maior quantidade de perdas quando comparadas com
sementes maiores. Em espécies com sementes menores é necessário
utilizar um número maior de sementes viáveis por área, para a obtenção 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 12
do mesmo número de plantas com aquelas espécies que apresentam 
sementes maiores.
Valor Cultural de Sementes
VC = P X G/100
Onde:
G: Germinação e P: Pureza
O VC: representa o (%) de sementes que irão germinar
80% Germinação e 40% pureza 
VC = 32 %
O VC mínimo exigido na comercialização de Gramíneas até 2009 era de 
32% e de leguminosas era de 60%. Atualmente estes valores são maiores 
em especial na pureza das sementes, que aumentou em relação a valores 
anteriores determinados por uma portaria Ministério da Agricultura.
Cálculo da Quantidade de Sementes
 
Q = SPV / VC X 100 
 VC: 32% SPV: 4,0 kg/ha
 Q= 4/32 X100 = 
 12,5 kg sementes comerciais
Tabela: Sugestões de taxa de semeadura MÍNIMA para algumas 
gramíneas forrageiras, plantio entre outubro e fevereiro (Brasil Central), 
em áreas de solo preparado.
Cultivar Taxa MÍNIMA
(Kg/ha de SPV)
Piatã 4,00
Marandú, MG-4, Xaraés, 
Decumbens 2,80
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 13
Humidícola, Llanero 2,50
Mombaça, Tanzânia, Aruana, 
Massai 1,80
Questionamento: Quantos kg de sementes serão necessários para 
cultivar uma área com 75 ha. As sementes utilizadas são de Brachiária 
Brizantha cv. Xaráes, que apresentou os seguintes resultados no teste de 
germinação. Pureza: 75% germinação 50%.
VC= P*G/100 
VC = (75 *50)/100 
VC = 37,5%
Q = (Kg/ha (sementes puras viáveis)/ VC)*100
Q = (2,8/37,5) * 100 
Q = 7,46 = 7,5 Kg sementes/ha
PROFUNDIDADE DE PLANTIO
A profundidade do plantio das forrageiras situa-se entre 1,5 cm a 5,0 cm 
em função do tamanho da semente. Em geral acredita-se que os plantios 
de forrageiras devem ser realizados na camada superficial dos solos. Essa 
crença tem como origem o fato de algumas gramíneas como o capim 
Jaraguá, Braquiária, Colonião, Andropogon, ter um bom estabelecimento 
em plantios superficiais. A cobertura de sementes é variável enter (2 a 4 
cm prof.) a profundidade adequada é um elemento favorecedor da
emergência e do estabelecimento das pastagens. 
Em trabalhos desenvolvidos na EMBRAPA Gado de Corte em Campo 
Grande, MS, verificaram que a profundidade de semeadura, varia 
conforme a espécie, e pode ocorrer uma baixa eficiência de sementes e 
plantas quando estabelecidas em plantios superficiais, sendo esta prática 
tradicional na formação de pastagens no Brasil.
Acessibilidade à água e suplementos minerais
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 14
No processo da escolha das áreas de pastagens deve ser observada a 
posição estratégica de colocação de cochos de suplementação para os 
animais bem como a disposição de bebedouros. Esta medida pode 
favorecer a maior ingestão da pastagem e contribuir nos ganhos de peso e 
na produção leiteira conforme a finalidade da criação.
Suplementação Mineral: Objetivos
Os sistemas de criação sob pastagens podem lançar mão do recurso da 
suplementação mineral para atender a finalidade de corrigir deficiências
de nutrientes na forragem; aumentar a capacidade de suporte das 
pastagens; potencializar o ganho de peso animal; reduzir a idade ao 
abate; auxiliar no manejo das pastagens; fornecer aditivos ou promotores 
de crescimento, aos animais em pastejo, sejam adultos ou animais novos 
como acontece no crep-feeding (Reis et al.2005)
CAPINEIRAS: PRÓXIMAS CURRAIS - LOCAIS FORNECIMENTO
Ao implantar áreas de capineiras para fornecimento de forragem picada 
para animais o produtor e o técnico devem estar atentos para a disposição 
destas áreas em locais próximos ao fornecimento para os animais, 
próximos a currais, melhorando a logística de fornecimento destes
alimentos para os animais.
QUALIDADE FORRAGEIRA E CATEGORIA ANIMAL
A taxa de lotação das pastagens deve observar a exigência ou 
requerimentos nutricionais de cada espécie animal ou categoria. A escolha 
adequada pode reduzir os custos com a alimentação suplementar e 
promover incrementos na produção de carne e ou leite.
QUALIDADE FORRAGEIRA E CATEGORIA ANIMAL
A utilização de adubos formulados pode facilitar no processo de 
distribuição, no entanto pode concorrer no aumento dos custos. A 
formação de pastagens apresenta custos elevados de implantação ou 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 15
mesmo de re-implantação. É necessário que a planta forrageira seja 
considerada como uma CULTURA Forrageira.
O fator climático, especialmente a precipitação, a luminosidade e a 
temperatura interferem diretamente na produtividade das plantas 
forrageiras. Em regiões com temperaturas inferiores a 20ºC há uma 
tendência de redução progressiva no crescimento das plantas forrageiras 
tropicais que apresentam um processo de estacionalidade forrageira da 
ordem 80:20, nestes períodos é comum em plantas estivais ou outono-
estivais, passarem da fase vegetativa para a fase reprodutiva com perda 
na capacidade produtiva e na qualidade da forragem.
EQUIPAMENTO E MÉTODOS DE PLANTIO
As falhas verificadas no processo de plantio das pastagens podem ser 
atribuidas ao uso de equipamentos inadequados, ou pela ausência de 
equipamentos adequados ao plantio de certas espécies de plantas.
A maioria dos equipamentos de plantio de sementes que são 
desenvolvidos no Brasil são destinadas; ao plantio de cereais e, neste 
sentido, não são adequadas ao plantio de forragens, sendo adaptáveis, 
em especial no plantio de sementes de pequeno tamanho. As espécies que 
apresentam um bom estabelecimento em plantios superficiais podem ser 
distribuídas; manual a lanço ou na superfície, com uma posterior 
passagem de rolo compactador. Existem plantadeiras que podem realizar
a distribuição de sementes, e possuem rolos compactadores já acoplados.
Espécies de plantios mais profundos, normalmente são semeadas com 
plantadora cereais ou mesmo distribuídas a lanço e cobertas com a 
utilização de uma gradagem leve, ou rolo compactador.
COMPACTAÇÃO DO SOLOA operação após o plantio com uso do rolo compactador sobre o terreno, 
têm como objetivos: acomodar o solo sobre a semente, e com isto 
melhorar as condições de germinação e emergência das plântulas. Entre 
as vantagens dessa operação destacam-se: aceleração no início da 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 16
germinação das sementes; evitar as perdas de plantio e o assoreamento e 
a uniformização do stand de plantas.
PLANTIO COM SEMEADEIRA:
Em prosseguimento as mesmas exigências do plantio a lanço, com
espaçamento entre linhas de 13 a 40 cm, dependem do equipamento e da 
espécie forrageira, a profundidade média entre 0,5 a 4 cm, pode ser
realizada, na mesma operação, a adubação da pastagem ou mesmo o 
consórcio com outras espécies como as leguminosas. Caso a semeadeira 
não tenha o sistema de compactação, pode-se passar o rolo compactador. 
COMPACTAÇÃO DO SOLO
A compactação do solo antes ou após semeadura é mais importante, 
quanto mais superficial o plantio ou em profundidade de semeadura 
irregular. A compactação do solo no plantio evita o assoreamento das 
sementes ou o enterrio demasiado por algum processo erosivo. Em caso 
de chuvas bem distribuídas, suficientes, a germinação das sementes e a 
fixação da plântula ao solo são eficientes, e independe da profundidade de 
plantio ou do contato da semente com o solo. 
FORMAÇÃO PASTAGEM ASSOCIADA CULTURA ANUAL
Ao utilizar uma cultura anual associada ao plantio de forrageiras, ocorre à
redução nos custos de formação da pastagem, e isto tem sido 
recomendado, dada à possibilidade de sucesso, desde que usada de uma 
forma conveniente. A decisão de quando e como adotar esta técnica 
depende da viabilidade técnica, da cultivar forrageira da determinada 
área, das condições de clima, do solo e da topografia favoráveis ao cultivo
de cereais e a expectativa de colheita com a rentabilidade suficiente para 
indenizar parte dos gastos na formação. O sistema Barreirão tem como 
premissas o plantio de culturas como o arroz e o milho associado a plantio 
da Braquiária. Desse modo, nem todas as áreas de formação de 
pastagens compensam a inclusão de cultura anual. A associação entre 
espécie forrageira na pastagem e a cultura anual é muito especifica e 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 17
depende muito do local e deve ser comprovada em cada ecossistema, 
principalmente em relação à espécie forrageira, a taxa de semeadura, ao 
espaçamento e a fertilidade do solo. A maior vantagem nessa associação é 
o aproveitamento do preparo do solo e da adubação exigida pela cultura 
anual, no estabelecimento da espécie forrageira associada. A pastagem 
fica formada após a retirada da cultura anual.
PLANTIO DE FORRAGEIRAS POR MUDAS
Entre as principais desvantagens dessa forma de plantio: destacam-se a 
dificuldade em armazenamento do material por períodos maiores que 1-2 
semanas conforme o material e as condições climáticas do local, e os
custos mais elevados de mão de obra dispensados na implantação.
O plantio por mudas é utilizado para algumas espécies de plantas
gramíneas como o capim-elefante, a cana-de-açúcar e gramas do gênero 
cynodon como as estrelas, os tiftons e o coast-cross e leguminosas como 
o amendoim forrageiro.
Em relação ao capim-elefante o plantio é quase sempre realizado por 
mudas ou colmos, com cerca de (100) dias idade, após o último corte. 
Isto se deve por esta planta apresentar problemas de fertilidade de 
sementes. O plantio do capim elefante se assemelha ao da cana-de-
açúcar: realizado em sulcos no solo, que podem ser espaçados de 0,8 x 
0,8 m ou 1,0 x 1,0 m, e no fundo sulcos são colocados os colmos, 
distribuindo o adubo fosfatado solúvel (superfosfato simples, conforme o 
solo e a análise). Em seguida é feita a colocação das mudas nos sulcos 
(dispostas “pé com ponta”), e são cobertas e em seguida, se realiza cortes 
a cada 3-5 gemas para a quebra do efeito da dominância apical comum 
nessa forma de plantio. Para esta operação são utilizados em média de 10 
t/ha de mudas, com uma relação de produção de mudas por hectare de
1:10.
Em relação ao cultivo de gramas do gênero Cynodon como: o Tifton-85 ou 
o capim Coast-cross, as mudas podem ser depositadas em sulcos e 
espaçadas a cada 0,5 x 0,5 m ou 1,0 x 1,0 m juntamente a aplicação de 
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 18
(adubo fosfatado solúvel). O enterrio da muda das gramíneas Cynodon é 
um 1/3 exposto na superfície do solo, e 2/3 implantado no sulco. As 
mudas podem ser distribuídas a lanço, incorporando-se logo após, com 
grade niveladora fechada ou com a passagem de um rolo compactador. 
Nesse plantio recomenda-se aplicar o herbicida Diuron (2,5 l/ha) para o 
controle de plantas não desejáveis (Karmex, Cention, Diuron Nortox).
Apesar da operação de plantio ser rápida, traz mais problemas de 
uniformidade e velocidade formação pastagem, após o plantio. São gastos
em média de 2 a 3 toneladas de mudas para a formação de um hectare, 
sendo a relação de produção de mudas por hectare é 1:20.
MANEJO DE FORMAÇÃO
O manejo de formação da pastagem recém implantada pode ser resumido 
numa utilização de menor intensidade ainda que na sua fase inicial, o que 
possibilita uma boa formação da pastagem. Em plantios com boa 
emergência de plantas, a partir de 60 - 90 dias pode ser dado o 1º 
pastejo que deverá ser leve na maioria das espécies, e isto poderá 
diminuir a competição entre plantas, e eliminar os meristemas apicais e 
estimular o perfilhamento e a cobertura rápida do solo pelas gramíneas. 
Não é recomendável a imposição de um pastejo pesado na primeira 
estação chuvosa. Nesse período a densidade de plantas é baixa. A 
intenção é que as plantas cresçam livremente e produzam sementes, o 
pastejo é uma forma dos animais auxiliarem na queda e dispersão 
sementes na área, favorecendo o ressemeio natural na próxima estação.
O primeiro pastejo, quando realizado corretamente, garante o sucesso da 
formação inicial. Este deverá ser feito logo após as plantas se 
apresentarem crescidas e cobrindo a área plantada. É melhor para esta 
prática a utilização de animais leves, mais jovens, para que se possa fazer
apenas o desponte das plantas, com uma alta taxa lotação em um curto 
período tempo. Nesta fase, caso sejam utilizados animais pesados, as 
plantas poderão ser arrancadas ou mesmo abaladas no pastejo.
Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 4 19
Caso o primeiro pastejo seja realizado mais tarde, muitas plantas poderão 
morrer por auto-competição por luz. Este fato pode aumentar os espaços 
vazios existentes na pastagem, com a redução na produção da forrageira
e poderá ainda facilitar o crescimento e o desenvolvimento de (PND). 
Além das perdas drásticas na qualidade da forragem caso o capim emita
sementes. A partir do primeiro pastejo, e à medida que as plantas se 
reestabeleçam, a pastagem poderá ser utilizada normalmente.

Outros materiais