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Aula_08-Aprendizagem Organizacional.pdf 1 2 AULA 8: APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL 3 INTRODUÇÃO 3 CONTEÚDO 4 ENSINO A DISTÂNCIA – EAD 4 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 5 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA 9 CAPACITAÇÃO DO TRABALHADOR 9 UNIVERSIDADES CORPORATIVAS 11 CONCLUSÃO 14 ATIVIDADE PROPOSTA 14 REFERÊNCIAS 15 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 16 CHAVES DE RESPOSTA 18 ATIVIDADE PROPOSTA 18 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 18 3 Introdução Nesta aula, você compreenderá as ações que envolvem o cenário em uma empresa que tem, como premissa, o aprendizado contínuo. Em uma empresa com essa prática, consideramos que os processos e o modelo de gestão estão alinhados e permitem que as condições sejam adequadas ao processo contínuo de capacitação, trabalhadas de maneira a contemplar todos na cadeia produtiva que estejam integrados a ela, inclusive clientes e fornecedores. Objetivos 1. Identificar caminhos que possam ser utilizados para que o conhecimento seja um elemento pertencente ao cotidiano da organização; 2. Distinguir as melhores possibilidades para trabalhar o conhecimento individual, transformando-o em coletivo e organizacional, ratificando a importância da singularidade de cada profissional no macroprocesso; 3. Registrar o avanço das opções de ensino, aprendizagem e gestão do conhecimento dentro do universo do mundo corporativo. 4 Conteúdo Ensino a distância – EAD Diante dos elevados custos do treinamento presencial, as empresas perceberam a necessidade de encontrar alternativas para manter o processo de instrução, levando em consideração o menor desgaste possível entre os envolvidos. A viabilização de um curso implica em significativa logística: Ausência do trabalhador na operação; Necessidade de espaço físico; Utilização de recursos; Deslocamento do instrutor e/ou equipe a ser treinada. Dessa forma, diante do avanço tecnológico, outro canal passou a ter uma importância expressiva: o ensino a distância. Dois aspectos significativos são fatores propulsores do incremento do ensino a distância: A evolução da tecnologia da informação; O constante crescimento da familiaridade com o uso da internet e da intranet. Existe um número crescente de ações direcionadas para o mundo virtual, seguindo o mesmo caminho já trilhado pelas universidades ou outras instituições de ensino no país e no mundo. Essa evolução pode parecer, para algumas pessoas, a extinção, em médio prazo, dos ambientes formais de aprendizagem presencial, mas é importante 5 ressaltar que existem condições para os dois formatos, utilizando condições contextuais muito específicas e que favorecem o processo ensino- aprendizagem. Em um mercado global, com as possibilidades da tecnologia e do mundo virtual, uma pessoa em qualquer lugar pode ampliar a capacidade de aprender e interagir com habitantes de outras regiões, criando e consolidando uma significativa cadeia de produção e compartilhamento do saber – o que pode beneficiar a todos. São comuns os sites e as páginas dedicadas a estruturar o intercâmbio de conhecimento entre comunidades de interesses dentro da empresa, que estão em expansão nas empresas. Educação corporativa Você já estudou que o processo envolvendo o treinamento trata de aspectos pontuais, presentes em contextos específicos e direcionados a uma demanda localizada de capacitação e integração. Diante das necessidades estabelecidas pelo mercado há um número expressivo de empresas que já percebeu a necessidade de uma ação mais ampla que permita tratar algo hoje sem perder de vista as opções que o futuro aponta. Para isso, é necessária uma transformação, mesmo que lenta, porém constante, da concepção do treinamento e do desenvolvimento para a educação corporativa, que contemple uma visão mais ampla e que se antecipe aos fatos. 6 As empresas começam a descobrir a importância da universidade corporativa – algo que não está vinculado, necessariamente, a um lugar físico, mas estabelecido a partir de um conceito, de uma ideia. Dentro dessa visão, as organizações do século XXI precisarão reunir cinco características fundamentais: Ser veloz; Ter foco definido; Ser flexível; Facilitar a interatividade; Estimular o prazer de aprender. Ao mesmo tempo, os indivíduos deverão desenvolver as competências pessoais para atuar nos novos ambientes de negócios: Autodesenvolvimento O processo de aprendizagem não deve permanecer uma exclusividade das instituições de ensino ou das organizações, preocupadas em compensar as lacunas dos seus trabalhadores, promovendo ações que viabilizem a construção de novos saberes. O indivíduo, por si só, precisa descobrir o interesse em conhecer algo além daquilo que já lhe foi presenteado pela escola ou pela vida prática. Quando esse interesse acontece e, por consequência, novas descobertas ganham forma, o profissional passa a ter melhores condições de contribuir como cidadão do seu mundo corporativo, analisando, criticando, agregando valor, tornando o processo mais simples e o resultado mais eficaz. 7 Compartilhamento do saber O sentido de coletividade unido à concepção do trabalho no mundo atual contrasta com a forma individualista como era executado o trabalho no passado, privilegiando aqueles que eram considerados os especialistas no assunto, exclusivos detentores do conhecimento. Hoje é preciso perceber o trabalho como parte de uma coletividade, que impacta na maneira como o conhecimento precisa ser gerenciado e compartilhado, estimulando o sentido de equipe e, principalmente, a capacidade que o indivíduo possui em se comunicar. Foco na solução No passado, era possível imaginar o trabalhador esperando pelo suporte dos seus superiores quando um problema influenciava o desdobramento do trabalho, já que estar em posição de comando garantia, a quem comandava, o direito de pensar pelo outro. No cenário atual, isso não pode mais acontecer. É preciso que cada um tenha uma visão ampla sobre o trabalho que realiza, contextualizando o seu papel na elaboração e na execução da sua parte no macro processo. Isso quer dizer que, atualmente, o trabalhador precisa pensar por si, compreender a importância de sua contribuição no todo e buscar a resposta para problemas, no menor tempo possível, agregando valor a cada solução encontrada. Familiaridade com a tecnologia É preciso que o trabalhador atual use, com maestria e desenvoltura, todos os recursos e as possibilidades ofertados pela tecnologia, ampliando a sua rede de contatos, identificando e aproveitando alternativas para a constante busca pelo novo saber. 8 De maneira simples, não é possível imaginar que o mundo corporativo atual possa abrir mão do computador, pelas diversas possibilidades de trabalho e interfaces que ele pode proporcionar. Globalização dos negócios O indivíduo precisa estar em constante estado de atenção, pronto para a implementação de algum tipo de transformação que viabilize a realização de negócios e descobertas de novos mercados. Para que isso aconteça, é fundamental que o profissional esteja preparado para compreender a organização como um todo e que esteja familiarizado com a diversidade de técnicas exigidas em cada negociação, aceitando a certeza da incerteza como uma verdade imutável. Liderança situacional Amplia as possibilidades do exercício de comando sem que exista a necessidade da formalização do papel do líder, como acontecia no passado. Atualmente, identificamos líderes em profissionais responsáveis e comprometidos, que, mesmo não ocupando cargos formais, nomeados pela empresa, favorecem o alcance dos resultados. No entanto, não podemos deixar de reconhecer a importância da descoberta de novos líderes e da responsabilidade em capacitá-los para o exercício da função. Empregabilidade O trabalhador precisa descobrir que pode ser gestor da sua própria carreira, desde que busque pelo desenvolvimento e consiga determinar os caminhos que pretende trilhar, sem se tornar refém de empresas que não o favoreçam nessa caminhada. 9 Para isso, é necessário simplificar e descomplicar as organizações para diminuir a burocracia. É fundamental dar mais liberdade às pessoas para que elas possam utilizar seus recursos mais importantes: a inteligência, o talento e o conhecimento. Evolução tecnológica A evolução da tecnologia trouxe uma mudança na forma de fazer negócios por conta do processo de automatização, que permitiu uma velocidade cada vez maior na capacidade de transferência de dados. À medida que os avanços tecnológicos foram acontecendo e sendo divulgados, alimentávamos a ideia de que a velocidade das informações permitiria que tivéssemos mais tempo para outras coisas às quais não dávamos muita importância. Note o paradoxo: no momento em que temos mais possibilidades de conhecer tudo, a intensidade e o volume desse conhecimento são tão grandes que não conseguimos chegar ao todo! Em alguns casos, o conhecimento passa a ter um prazo de validade cada vez menor. Diante do volume de informações e da velocidade que ocorrem as mudanças, aumenta a complexidade dos processos e a tomada de decisão fica mais difícil: o tempo é curto para que a análise seja feita com mais propriedade, o que diminui a margem de segurança para a tomada de decisão. Capacitação do trabalhador Em um cenário de fragilidade dos processos formais de educação profissional, combinado com a velocidade das mudanças no mercado e com a presença de novos concorrentes resultantes da globalização, as organizações perceberam 10 que a complementação da capacitação do trabalhador seria a forma de conseguir mais competitividade. O primeiro passo foi desenvolver a ideia conceitual da empresa que aprende a aprender e o faz de maneira contínua. As empresas perceberam que precisavam criar um mecanismo que pudesse administrar os aspectos práticos desse conceito, aproveitando a amplitude que essas ações poderiam proporcionar para todos aqueles que estivessem inseridos no contexto da aprendizagem. As universidades tradicionais partiram para a disponibilização de novos cursos, da graduação até a especialização, ampliando as ofertas aos alunos e tentando suprir a lacuna de exigência destacada pelas empresas. No entanto, a diversidade de cursos oferecida pelas universidades tradicionais não foi suficiente e algumas empresas conseguiram recursos para criar o seu próprio programa de ensino para que seus colaboradores, clientes e fornecedores tivessem a uniformidade da informação, com processos mais rápidos e vantagens competitivas agregadas, consolidando a identidade organizacional para os trabalhadores e para o mercado. Assim, surgiu a universidade corporativa. O novo modelo precisava ser mais abrangente do que o já consolidado como treinamento e desenvolvimento que, por essência, focava o passado e o presente. Nesse modo de tratar o conhecimento, era necessário considerar o presente e o futuro, já que as novas exigências não se prendiam ao passado. 11 Universidades corporativas A orientação principal da universidade corporativa é implementar condições para que as estratégias da organização sejam viabilizadas, desde que as pessoas possuam o conhecimento e o comportamento necessário para atender tal demanda. Ou seja, a ideia mobilizadora da universidade corporativa se baseia em uma constante busca pelo conhecimento, direcionada para o atendimento das necessidades organizacionais, além de incentivar a consciência coletiva do aprender. 12 Diante da sensação de urgência presente no contexto atual, aliada à dependência crescente das pessoas como parceiras do negócio e autênticas produtoras do conhecimento, a universidade corporativa criou novos referenciais para a aprendizagem: Aprendizagem constante Independente do canal a ser utilizado, se virtual ou presencial, o desejo de aprender deve ser estimulado e os recursos necessários para que isso se concretize devem ser viabilizados pela organização. Autodesenvolvimento Estabelecido pelo conjunto de ações planejadas e implementadas para consolidar a consciência coletiva de que, independente da organização, o profissional precisa buscar pelo seu próprio desenvolvimento. Identidade organizacional É o referencial para aqueles que trabalham na empresa. A identidade organizacional é reconhecida por todos que possuem uma relação direta com o negócio, fornecedores ou clientes. Nesse sentido, a universidade corporativa pode consolidar os valores da organização, fortalecendo a cultura que direciona o comportamento das pessoas no trabalho. Cadeia produtiva A partir da universidade corporativa, clientes e fornecedores são envolvidos com o processo de formação do conhecimento, tornando-os mais próximos da empresa (cultura e valores) e alinhados com a estratégia de geração de produtos e serviços, que vão além dos lucros para os acionistas e cumprem uma das proposições que fundamentam a construção de uma empresa: servir a sociedade. 13 Novas parcerias Formação de parcerias com outras instituições que possam ampliar as ofertas de aprendizagem ou chancelar aquelas que já foram disponibilizadas. Conhecimento e estratégia A estratégia do negócio define o conhecimento necessário e esse, ao ser implementado, alimenta o ciclo ininterrupto da geração de novas competências como vantagem competitiva. Gerenciamento Diferente do conceito anterior, quando o treinamento era medido pela quantidade de horas treinadas e/ou homens contemplados, a universidade corporativa abriu mais possibilidades, exigindo que a empresa utilize modelos de gestão que sejam direcionados para o gerenciamento do conhecimento, procurando pela extinção das lacunas e pelo fortalecimento da capacidade organizacional, por meio das competências de cada trabalhador alinhadas às da empresa. Custo do treinamento A concepção de custo, presente na ideia inicial quando um recurso financeiro era liberado para o treinamento, passou a não ser um problema dentro do conceito da universidade corporativa já que, havendo o alinhamento da estratégia do negócio com as ações de ensino-aprendizagem, reconhece-se que sem investimento não se consegue ampliar a capacidade competitiva da organização. É possível compreendermos a universidade corporativa como uma nova concepção do processo de ensino-aprendizagem, além do convencionalismo defendido e praticado pelos modelos tradicionais, ao ampliar as ofertas de aprendizagem e tornar possível a realização de outras perspectivas de negócio para as empresas, valorizando as pessoas que nela atuam como parceiras. 14 Essa mudança de perspectiva reforça a competitividade organizacional, garantindo maior perenidade diante das constantes e inquietas transformações provocadas pelo mercado. Conclusão Diante da facilidade de adquirir conhecimento, a implantação de um sistema de gestão que possa cuidar do volume de informações é fundamental para a sobrevivência da organização. Afinal, não tem sentido existir a possibilidade de conhecer, sem que isso possa ser aproveitado em benefício das pessoas, da organização e, do negócio, pois o conhecimento adquirido pode ser transformado em produtividade, qualidade e soluções inovadoras, para ser constituído em um diferencial competitivo sustentável. É importante acrescentar que o conhecimento não pode ser percebido como um fim, é algo expressivo e significativo na busca por resultados em curto, médio e longo prazos. Atividade proposta Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! Leia o texto Curiosidade, uma coceira nas ideias, de Rubem Alves e, juntamente com a análise dos caminhos da educação no ambiente organizacional – tema tratado nas duas últimas aulas – identifique o impacto nesse processo, a partir do momento em que o próprio trabalhador volta a sentir curiosidade pelo aprendizado e, por consequência, busca o autodesenvolvimento. 15 Referências CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2004. CRAWFORD, R. Na Era do Capital Humano: O talento, a inteligência e o conhecimento como forças econômicas, seu impacto nas empresas e nas decisões de investimento. São Paulo: Atlas, 1994. DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. EBOLI, M. Educação Corporativa no Brasil: mitos e verdades. São Paulo: Gente, 2004. GARVIN, D. A.; NAYAK, P. R.; MAIRA, A. N.; BRAGAR, J. L. Aprender a aprender. HSM Management. São Paulo: HSM, n. 9, Jul-Ago. 1998. MARKHAM, C. Como ser o seu próprio consultor de gestão: ferramentas e técnicas de consultoria para aprimorar o seu desenvolvimento nos negócios. São Paulo: Clio, 2004. RODRIGUEZ, M. V. R. Gestão do Conhecimento. Rio de Janeiro: Ibipress, 2001. _______. Gestão empresarial: organizações que aprendem. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. TERRA, J. C. C. Gestão do Conhecimento: o grande desafio empresarial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 16 Exercícios de fixação Questão 1 Assinale a resposta que indica quais são as características que podem ser associadas ao ensino a distância: a) Ausência de local (físico) centralizado. b) Sem a exigência de professores atuando em tempo integral. c) Descaracterização da rigidez de horário para funcionar. d) Possibilidade de estruturação do conhecimento entre comunidades de interesses dentro da empresa. e) O conjunto das alternativas de respostas ofertado atende plenamente ao enunciando da questão. Questão 2 Marque a alternativa que indica as duas razões que estimulam a expansão do ensino a distância no mundo corporativo: a) O uso da internet e das intranets, e a evolução da tecnologia da informação. b) O desejo das pessoas em obter conhecimento e a facilidade permitida pelos recursos tecnológicos. c) Na verdade, o ensino a distância aparece como a possibilidade, mas ainda distante da realidade financeira das empresas no Brasil. d) A grande quantidade de usuários de internet, identificada pelas pesquisas feitas no Brasil. e) As redes sociais que são, a priori, os estímulos necessários para o trabalhador se acostumar com o aprendizado a distância. 17 Questão 3 Sabemos que vários fatores podem interferir no processo de um treinamento presencial. Entre eles, destaca-se como fonte de intensa preocupação... Assinale a resposta que registra a principal preocupação da empresa, quando se trata de uma ação de treinamento: a) Os custos elevados. b) A dificuldade logística em deslocar instrutor e/ou equipe. c) A pouca mobilidade em retirar o trabalhador da operação, considerando as equipes reduzidas (uma realidade atual). d) A pontualidade do tratamento do conteúdo, uma das características marcantes do treinamento, diferindo da universidade corporativa. e) O conjunto das alternativas de respostas ofertado atende plenamente ao enunciando da questão. 18 Atividade proposta Rubem Alves comenta que o homem, quando criança, possui a curiosidade como uma força motriz, impulsionando-o para as descobertas que satisfaçam o seu desejo de conhecer e que, a partir da escola, tende a perder parte desse encantamento, passando a ser menos curioso. Logo, se o adulto voltar a sentir o desejo pela descoberta, que pode ser proporcionado pelas ações de educação corporativa, a busca pelo autodesenvolvimento ganhará outra dimensão de importância para o profissional e para a própria empresa. Exercícios de fixação Questão 1 – A Dentro da concepção proposta pelo mundo da tecnologia, o ensino a distância quebra todas as referências que caracterizavam o processo de aprendizagem presencial, ampliando as possibilidades de atuação e alcance do conhecimento. Questão 2 – A A familiaridade com os recursos tecnológicos e a utilização da internet como fonte de informação democrática e acessível, além da fluidez da comunicação que a intranet oferece, tornam o ensino a distância mais fácil de ser expandido no mundo corporativo. Questão 3 – A Mesmo que outros fatores produzam impactos significativos, a preocupação com o custo elevado continua sendo um dos principais aspectos impeditivos para que uma ação de treinamento aconteça no mundo corporativo – mesmo que não tenhamos prazer ao admitir isso. Atualizado em: 24 abr. 2014 Aula_01.ppt GESTÃO DO CONHECIMENTO Aula 1- Introdução e Contextualização da Gestão do Conhecimento Tema da Apresentação AULA 1 E 2 GESTÃO DO CONHECIMENTO Conteúdo Programático desta aula Introdução Conceito de Organização As diferentes Eras da Organização Os participantes das Organizações Tema da Apresentação AULA 1 E 2 GESTÃO DO CONHECIMENTO Era Industrial Clássica Era Industrial Neo Clássica Era da Informação Transição ORGANIZAÇÃO = Duas pessoas... Participantes das Organizações (hoje) = Pessoas Tema da Apresentação GESTÃO DO CONHECIMENTO Aula 2 – Capital Humano e Capital Intelectual Tema da Apresentação AULA 1 E 2 GESTÃO DO CONHECIMENTO Conteúdo Programático desta aula O Novo Papel da Gestão Habilidades Gerenciais O conflito entre os dois mundos: o Real e o Ideal Entender o Mercado Gerenciar para transformar Tema da Apresentação AULA 1 E 2 GESTÃO DO CONHECIMENTO O NOVO PAPEL DA GESTÃO Tema da Apresentação Aula_01-Contextualiza��o.pdf 1 2 AULA 1: CONTEXTUALIZAÇÃO 3 INTRODUÇÃO 3 CONTEÚDO 4 IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO 4 CONCEITO DA ORGANIZAÇÃO 5 GERENCIAMENTO DE PESSOAS 6 DIFERENTES ERAS DO TRABALHO 7 ERA DA INDUSTRIALIZAÇÃO CLÁSSICA 8 ERA DA INDUSTRIALIZAÇÃO NEOCLÁSSICA 10 ERA DA INFORMAÇÃO 12 ATIVIDADE PROPOSTA 16 MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS 16 PARTICIPAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES 17 REFERÊNCIAS 19 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 19 CHAVES DE RESPOSTA 21 ATIVIDADE PROPOSTA 21 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 21 3 Introdução Nesta aula, você conhecerá os paradigmas adotados ao longo da história sobre a contribuição do indivíduo dentro do mundo corporativo. Daremos atenção aos três últimos períodos da evolução do trabalho: a era da industrialização clássica, a era da industrialização neoclássica e a era da informação. Por fim, você entenderá a relação entre os componentes de uma empresa e o impacto da utilização da ferramenta Gestão do Conhecimento no alcance de resultados organizacionais. Objetivos 1. Identificar as etapas de transição entre o modelo de trabalho adotado na era industrial e a necessidade do gerenciamento do saber no contexto da era atual; 2. Relacionar os significados do papel exercido pelo trabalhador em um ambiente mecanicista e suas contribuições em termos de multiplicação do saber dentro da organização; 3. Contrapor a diversidade de participações nas organizações dentro do contexto atual à particularidade das eras antecessoras. 4 Conteúdo Importância do conhecimento Você já deve ter percebido o quanto o conhecimento tem sido elemento propulsor de nosso crescimento. Se observarmos o desdobramento da história da humanidade, perceberemos que o desenvolvimento humano está diretamente relacionado à evolução do saber, que viabilizou uma série de avanços tecnológicos atualmente disponíveis a todos. Dentro do contexto atual do mundo corporativo, esse conhecimento passou a ser gerenciado, na tentativa de reunir, ordenadamente, características pessoais capazes de satisfazer as necessidades das empresas e de mantê-las competitivas no mercado. Por isso, a adoção da ferramenta Gestão do Conhecimento tornou-se uma prática recorrente dentro das organizações. Antes de entender melhor como funciona esse mecanismo de apoio empresarial, como futuro gestor, você precisa estudar a história do universo corporativo – assunto sobre o qual nos debruçaremos nesta aula. Vamos começar pelos conceitos principais que envolvem o ambiente organizacional. 5 Conceito da organização A organização1 somente existe quando há pessoas dispostas a manter a comunicação entre si, contribuir com a empresa a partir de 2ações conjuntas e alcançar um objetivo comum. Além disso, muito daquilo que se difunde no ambiente empresarial tem peso sobre nossa vida em determinados aspectos, tais como: Em outras palavras, nossos sistemas de valores, nossas expectativas e convicções são influenciados pela organização. Mas o inverso do processo também acontece: as empresas sofrem influência do modo de pensar, sentir e agir dos trabalhadores que nelas atuam. 1 Organização Sistema de atividades conscientemente coordenadas que envolvem duas ou mais pessoas. 2 Ações conjuntas Ações que implicam uma forte intenção de sacrificar o controle da própria conduta em benefício da coordenação de uma atividade em grupo. Nesse caso, a ação individualizada dá lugar a movimentos coletivos de trabalho. A intensidade do desejo de contribuir com a organização varia de indivíduo para indivíduo e, com o passar do tempo, pode ganhar dimensões diferentes de dedicação. Em outras palavras, tais contribuições são instáveis em função não somente das diferenças individuais de cada um mas também da aplicação de um sistema de recompensas pensado pela organização: aquele cujo objetivo é aumentar essa participação grupal dos membros da empresa. 6 Essa relação mútua que ocorre entre indivíduos e organização precisa ser administrada, a fim de que a empresa consiga manter uma boa relação profissional entre os colaboradores. Isso garante o sucesso organizacional! Gerenciamento de pessoas Na medida em que se torna bem-sucedida, a organização tende a crescer tanto em número de pessoas quanto em quantidade de recursos disponíveis. Para que esse volume de pessoal possa ser administrado, há um aumento de níveis hierárquicos dentro do ambiente empresarial. Consequentemente, ocorre um gradativo distanciamento entre funcionários e a Alta Administração da empresa, o que, quase sempre, conduz a conflitos entre metas individuais e organizacionais. Esse afastamento dificulta o compartilhamento de ideias, a troca de conhecimento, a parceria entre os sujeitos e os setores que os representam, tornando difícil o alcance de resultados e desgastante o ambiente do universo corporativo. Mas por que é tão complicado reunir e compartilhar o saber dentro da organização? Essa relação de troca não contribui para o cumprimento de metas e o consequente sucesso da empresa no mercado? Tais obstáculos de relacionamento entre empregador e empregado têm sua origem na história. Vamos entender, adiante, como tudo começou... 7 Diferentes eras do trabalho As organizações passaram por momentos distintos ao longo de sua evolução, quais sejam: Era da industrialização clássica Período entre o fim do século XIX (1880) e, aproximadamente, a metade do século XX (1950), no qual o fenômeno da industrialização se intensificou, tendo como base a Revolução Industrial. O fim da Segunda Guerra Mundial é a referência para seu declínio. Era da industrialização neoclássica Período entre 1950 e 1990 que se iniciou com o fim da Segunda Guerra Mundial. Essa época representou a transição da era da consolidação dos paradigmas da solidez e conservação do 3status quo para um momento de transformação, a partir do qual o cenário mundial começou a mudar de forma mais intensa. Era da informação Período que se iniciou por volta de 1990 e permanece em curso até os dias de hoje. A partir desse momento, as mudanças imprevisíveis passaram a ocorrer com mais rapidez. Um exemplo disso é o avanço da tecnologia como inovação, que transformou o mundo em uma aldeia global. 3 Status quo Expressão latina originária da famosa e diplomática in statuo quo ante bellum, que, em português, significa “no estado em que estava antes da guerra”. Geralmente, usamos essa expressão no lugar de “estado atual das coisas”; “momento ou situação atual”. Adaptado de: Info escola. 8 Atenção Alguns estudiosos do assunto consideram uma quarta e última etapa da evolução do trabalho: a era do conhecimento – aquela que representa o contexto contemporâneo. Não a enfatizaremos nesta disciplina, mas, tomando como referência o momento atual, reconhecemos o grau de importância dessa nomenclatura. Era da industrialização clássica A era da industrialização clássica foi marcada pela construção de empresas sob a base dos modelos adotados pelas Forças Armadas e pela instituição da 4Igreja . Seguindo esses dois referenciais, as organizações daquela época consideravam que o conhecimento de seus principais processos deveria ficar retido nos níveis mais elevados da estrutura organizacional. Por isso, quem ocupava esses lugares dentro da empresa era bem remunerado e assumia posições de poder explícito, com a função de controlar e direcionar os esforços dos empregados em prol do alcance de cotas de produção. 4 Forças Armadas e instituição da Igreja Organizações de sucesso consolidado há anos, cuja estrutura hierárquica funcionava como um relógio. 9 Em resumo, tudo na sociedade industrial desse período obedecia a rígidos princípios do 5mecanicismo . Os principais ingredientes para o sucesso do negócio eram chefes controladores e funcionários submissos. Entre aqueles que se destacaram na era da industrialização clássica, podemos citar: Frederick Taylor Preocupado em estudar o tempo das ações humanas nas fábricas, Taylor acreditava na possibilidade de REDUÇÃO dos tempos mortos e dos movimentos desnecessários do operador, o que ampliaria as condições de otimização de qualquer processo de trabalho. Henry Ford Defensor da ideia de Taylor, Ford era adepto da racionalização do trabalho e foi o responsável pela introdução da linha de montagem: processo que permitia a circulação de peças sobre uma esteira até os postos de trabalho de cada operário, que adotava movimentos reduzidos e precisos na realização da tarefa atribuída a ele. Disso resultou o conceito de 6automação do trabalho . 5 Mecanicismo Doutrina filosófica que entende os fenômenos a partir de sua submissão a processos mecânicos. Trata-se da corrente ideológica que analisa a natureza como uma máquina. Sob a perspectiva da Administração Científica, esse termo diz respeito à rigidez dos processos de trabalho praticados no passado: aqueles que priorizavam a excelência da eficiência com base em um criterioso detalhamento do funcionamento do processo. Nesse contexto, a participação do homem restringia-se à capacidade produtiva. Por isso, suas emoções e as interações que mantinha com o outro eram desconsideradas. Adaptado de: Dicionário online de português. 6 Automação do trabalho Processo que permitiu a Ford reduzir o tempo de montagem de um automóvel de 728 minutos para expressivos e significativos 93. Isso diminuiu os custos de produção de um modelo T, por exemplo: se, em 1908, ele custava algo em torno de US$ 950, em 1927, esse valor já havia decaído para US$ 290. 10 Como você percebeu, a cultura organizacional predominante na era da industrialização clássica estava voltada para o passado e para a conservação de tradições e valores. Junto a outros recursos organizacionais – tais como máquinas e equipamentos –, os trabalhadores eram considerados meios tradicionais de produção: aqueles que envolvem natureza, capital e trabalho. Embora as relações fossem duradouras e os bens de consumo, produzidos, nesse período, as pessoas eram tratadas como 7commodities – aquilo que se pode descartar quando não possui mais aplicabilidade. Era da industrialização neoclássica Ao final da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente na década de 40, aqueles que pensavam em construir máquinas e armas de guerra precisavam, agora, atuar para reconstruir os países e as cidades. Este foi o primeiro de uma série de acontecimentos que culminaram na era da industrialização neoclássica, demonstrando o inevitável: o conhecimento não poderia permanecer como posse individual, mas precisava ser compartilhado, tornando-se coletivo. Logo, a ação mecanicista do trabalho – até então prioritária para a produção em massa – tinha de ser adequada a esse novo contexto. 7 Commodities Termo em inglês cujo significado nos remete a mercadorias. Trata-se dos produtos de base em estado bruto – aqueles considerados matérias-primas que apresentam grau mínimo de industrialização. Além disso, tais mercadorias não possuem valor agregado, marca de referência ou serviço que as diferenciem. 11 Embora a execução continuasse a ser importante, mais do que fazer, era necessário PLANEJAR, ANALISAR e CRIAR estratégias para o processo laboral. Dentro desse novo cenário, o homem passou a ser considerado um diferencial. No mundo dos negócios, por exemplo, ele começou a ocupar papel estratégico para manter a competitividade das empresas. Ao longo do período de industrialização neoclássica, ocorreram muitas mudanças: as transações comerciais passaram da amplitude local para a regional e desta para a internacional, tornando-se, gradativamente, mais intensas. Essas transformações constantes estabeleceram o seguinte cenário organizacional: Antigo modelo O antigo modelo piramidal e burocrático, baseado nas positivas referências de sucesso de administração representadas pela Igreja e pelas Forças Armadas, formatava as estruturas organizacionais até então. No entanto, ele se tornou vagaroso demais para acompanhar as transformações que ocorriam no ambiente empresarial. Novo modelo As organizações tentaram novos modelos de estrutura que lhes pudessem proporcionar mais inovação e melhor ajuste às novas condições do mundo corporativo. 12 A partir desse momento, surgiu a 8estrutura matricial : uma solução temporária para tentar corrigir e aperfeiçoar a velha e tradicional organização funcional. Sendo assim, a cultura organizacional deixou de privilegiar as tradições e passou a concentrar-se no presente para poder imaginar o futuro. O paradigma conservador cedeu lugar à inovação. Era da informação A era da informação é marcada pelo resgate de alguns conceitos antigos implantados no mundo dos negócios. São eles: 9Qualidade Total – na década de 70; 10Reengenharia – nas décadas de 80 e 90. 8 Estrutura matricial Alternativa criada para tornar mais dinâmico o processo de trabalho. Dessa forma, as equipes e os gestores podiam ser agrupados por projetos, atuando com liberdade para ultrapassar os conceitos vinculados à tradicional noção de departamento. 9 Qualidade Total Expressão utilizada para registrar um padrão qualitativo de determinado processo, que possa ser auditado, reconhecido e certificado com excelência por algum organismo de certificação nacional ou internacional. 10 Reengenharia Sistema administrativo criado no início da década de 90 por Michael Hammer e James Champy, cujas primeiras aplicações foram realizadas em empresas dos Estados Unidos. Seu papel é manter a competitividade das empresas no mercado com foco no alcance de objetivos, transformando seus processos e suas atividades de negócio ao romper com costumes obsoletos. A utilização dessa ferramenta de gestão deve sempre primar por repensar e reinventar os procedimentos principais da organização, tais como: Serviço prestado ao cliente; Desenvolvimento de novos produtos; Cultura organizacional etc. O propósito é aumentar a produtividade através da redução de custos e da elevação do grau de satisfação do consumidor. Disponível em: sobreadmistração Acesso em: 28 ago. 2013. 13 Com o início desse período, a informação passa a cruzar o planeta em milésimos de segundos, permitindo que possamos saber o que acontece em qualquer lugar quase ao mesmo tempo de ocorrência do evento. Além disso, as ofertas dos canais de acesso à informação permitem uma democratização na produção de conhecimento, já que saber dos fatos não é mais privilégio de poucos. A partir desses avanços, as tecnologias de gestão evoluíram de forma significativa, forçando o aumento da competitividade das empresas. A cultura organizacional, por sua vez, sofreu forte impacto do mundo exterior – o que nunca havia acontecido nas eras anteriores. Em virtude disso, as empresas começaram a privilegiar a mudança e a inovação voltadas para seu destino, contrariando o pensamento retrógrado e conservador que as caracterizavam até então. Como resultado, o homem ganhou liberdade para poder utilizar, de forma mais democrática, toda a sua criatividade dentro da organização – inicialmente restrita a pequenos grupos de nível estratégico. Diante do advento da Tecnologia da Informação, a economia passou a ser globalizada, e os negócios que podiam ser realizados de forma local ou regional ganharam uma dimensão maior, provocando profundas transformações em suas condições de execução. Considerando a intensidade e regularidade das mudanças nesse novo cenário, as exigências de adequação aumentaram, criando demandas favoráveis para o estabelecimento da organização em outros mercados. 14 Mas, simultaneamente, os mais diversos riscos começaram a emergir dentro do ambiente organizacional. Logo, as empresas de hoje precisam estar preparadas para enfrentar qualquer tipo de desafio. Essa nova era também demanda de cada grupo de trabalho rapidez no tempo de resposta a seus clientes, o que requer estruturas hierárquicas contextualizadas ao novo modelo de mercado. Em outras palavras, a organização tem de adequar seus processos de tal forma que possa prezar pela agilidade, eficiência e eficácia do negócio. Reconhecendo que a forma de conceber o trabalho se modificou na era da informação, não é possível admitir a manutenção da ideia tradicional que circunda o conceito de 11departamento . Afinal, a integração das áreas e das pessoas passa a ser fator determinante para a multiplicação do conhecimento, o compartilhamento das experiências e a viabilização das adequações necessárias. Sendo assim, cai por terra a concepção do trabalho individualizado. A exploração da 12mão de obra dá lugar à necessidade de um trabalhador multifuncional: aquele que usa mais a mente do que o corpo e que não é especialista apenas em sua função, mas, principalmente, capaz de trabalhar em grupo e por projetos. 11 Departamento Espaço concreto que define os posicionamentos de cada trabalhador dentro da estrutura hierárquica tradicional. 12 Mão de obra Expressão inadequada para a definição dos trabalhadores dentro do novo contexto da era da informação. Como desdobramento dessa percepção do sujeito no mundo dos negócios, ele passou a ser reconhecido como ser pensante, ou seja, partícipe do processo de trabalho. 15 Logo, o empregado que, antes, era considerado um recurso humano, possivelmente descartável diante de seu esgotamento, hoje, é identificado e valorizado pela capacidade de produção do saber. A tarefa de gerenciar pessoas transforma-se, então, em gerenciar COM as pessoas a partir de seu conhecimento! Isso é fundamental para o crescimento da competitividade organizacional. Atenção Curiosamente, o avanço da tecnologia e a chegada dos 13Sistemas Integrados de Gestão trouxeram à tona uma preocupação quanto à presença da máquina e sua capacidade de armazenamento da informação: a substituição do homem no processo de trabalho. Entretanto, é preciso admitir que os controles e as rotinas físicas ou intelectuais – antes de exclusiva competência do indivíduo – passaram a ser objeto próprio desses sistemas, quando bem implantados, e se tornaram funcionais dentro das organizações. 13 Sistemas Integrados de Gestão Enterprise Resource Planning (ERP) – Expressão de origem inglesa usada para definir a integração de todas as informações sobre os negócios da empresa em uma plataforma de software que as armazena, permitindo a atuação dos departamentos através de um processo mais funcional. 16 Atividade proposta Agora que você já estudou um pouco a respeito da transição histórica dos modelos de gestão adotados pelas empresas e assistiu a um trecho do filme Tempos modernos, reflita a partir do questionamento proposto. Estabeleça uma relação comparativa entre o filme e as temáticas apresentadas ao longo da aula, identificando os pontos que reforçam o entendimento do trabalho dentro do contexto da era industrial. Mudanças organizacionais Como vimos anteriormente, as empresas existem porque as pessoas têm objetivos que somente podem ser atingidos mediante a atividade organizada. Mas esse trabalho ordenado só funciona de forma satisfatória quando a empresa é de pequeno porte. À medida que a empresa começa a crescer, há a necessidade de: Diante dessas mudanças, alguns efeitos colaterais podem ocorrer. Veja alguns exemplos: 17 Ruídos mais frequentes na comunicação; Desconhecidos circulando pelos corredores – provavelmente, novos funcionários de outras áreas que não foram apresentados à equipe; Maior distanciamento entre as pessoas pelo aspecto logístico ou resultante da criação de novos setores; Perda da identidade da empresa quanto aos objetivos que, forçosamente, deixam de ser comuns. Para lidar com essa adaptação constante, é importante que a organização reúna aqueles que dela participam em prol do alcance de resultados positivos. Participação das organizações Tradicionalmente, reconheciam-se como participantes das organizações apenas seus proprietários, administradores e empregados. Entretanto, atualmente concebida como um processo estruturado, a empresa dispõe de diferentes parceiros que interagem para alcançar objetivos organizacionais. São eles: Acionistas, proprietários ou investidores; Clientes, usuários, consumidores ou contribuintes; Gerentes e empregados; 14Stakeholders ; 14 Stakeholders Termo em inglês criado pelo filósofo Robert Edward Freeman e, atualmente, muito utilizado nas áreas de Comunicação, Administração e Tecnologia da Informação. Seu significado nos remete às partes interessadas em determinado negócio, ou seja, ao público estratégico: pessoa ou grupo de pessoas mais importantes designadas a compor um plano de negócios. Ao entender a importância dos stakeholders, o responsável por esse planejamento consegue ter uma visão mais ampla de todos os envolvidos em um processo e saber de que maneira eles podem contribuir para a otimização desse projeto. 18 Fornecedores – de matérias-primas, de tecnologia, de serviços, de créditos, de financiamentos etc; Comunidade e sociedade; Governo. Esses atores causam um impacto sobre os processos de tomada de decisão dentro da organização, e ambos – empresa e seus participantes – estão envolvidos em constante e mútua adequação. Atenção Mas LEMBRE-SE: Embora o equilíbrio entre a empresa e seus parceiros seja intensamente perseguido, ele nunca é completamente alcançado em virtude das mudanças de necessidades, de objetivos e de relações de poder. Por isso, a adaptação é um processo permanente! Por isso, esse conjunto de indivíduos é fundamental em termos de planejamento estratégico de empresas. Afinal, é ele que legitima as ações da organização e possui papel – direto ou indireto – em sua gestão e em seus resultados. Esse grupo é formado por: Funcionários da empresa, gestores, gerentes e proprietários; Fornecedores, credores e concorrentes; Organizações Não Governamentais (ONGs); Clientes, Estado e sindicatos; Diversas outras pessoas ou empresas que estejam relacionadas à determinada ação ou a certo projeto. Disponível em: Significados. Acesso em: 28 ago. 2013. 19 Referências CRAWFORD, R. Na era do capital humano: o talento, a inteligência e o conhecimento como forças econômicas, seu impacto nas empresas e nas decisões de investimento. São Paulo: Atlas, 1994. DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. FLEURY, M. T. L. As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Exercícios de fixação Questão 1 Considerando o período da era industrial clássica, no qual o fordismo era o grande modelo de gestão, podemos afirmar que o padrão adotado pelas empresas baseava-se em referências de sucesso organizacional, tais como: a) A sociedade feudal e as Forças Armadas. b) A instituição da Igreja e as Forças Armadas. c) A instituição da Igreja e a família, que tinha o homem como provedor. d) As Forças Armadas e a família, que tinha o homem como centro do poder. e) A família e a sociedade feudal – ambas representadas pelo poder dominante. 20 Questão 2 A organização pode ser reconhecida como um sistema de atividades conscientemente coordenadas, que envolve duas ou mais pessoas. Seu sucesso depende da atitude desse grupo de indivíduos, qual seja: a) A adoção de um objetivo comum. b) A disponibilidade em manter entre si um processo de comunicação eficiente e eficaz. c) O interesse pelo processo e a tomada de decisão para contribui com ações conjuntas. d) O sacrifício, de certa forma, do controle da própria conduta em benefício desssa coordenação em um trabalho coletivo. e) Todas as opções anteriores estão corretas. Questão 3 De acordo com o que estudamos, a evolução do trabalho pode ser dividida em três períodos iniciados no fim do século XIX. Assinale a opção que apresenta a denominação de cada um deles e a sequência em que ocorreram: a) Era do conhecimento, era da informação e era da industrialização. b) Era da industrialização clássica, era da informação e era do conhecimento. c) Era da informação, era da industrialização neoclássica e era da industrialização clássica. d) Era da industrialização clássica, era da industrialização neoclássica e era da informação. e) Era da industrialização clássica, era da industrialização neoclássica e era do conhecimento. 21 Atividade proposta O filme de Charles Chaplin ratifica as práticas do trabalho na era industrial – assunto sobre o qual discutimos ao longo deste estudo. Esta cena, por exemplo, mostra o controle pleno sobre o trabalhador e como a atividade laboral era desenvolvida de forma mecânica e repetitiva, direcionada para uma ação local sem o conhecimento e entendimento do processo de trabalho como um todo. Exercícios de fixação Questão 1 – B Justificativa: A instituição da Igreja e as Forças Armadas eram consideradas modelos de gestão de sucesso: aqueles que serviram de inspiração para a adoção da estrutura piramidal, na qual os poderes maiores eram exercidos pelos que detinham o conhecimento. Questão 2 – E Justificativa: Todas as opções de resposta reforçam o conteúdo disponibilizado na aula, ratificando a importância do papel das pessoas para tornar possível a existência da organização. Questão 3 – D O primeiro período – era da industrialização clássica – explorou o conceito de trabalho mecanizado e caracterizado pela ausência de mudanças. No segundo período – era da industrialização neoclássica –, essas transformações passaram a ocupar um espaço até então inexistente. No terceiro período – era da informação –, o conhecimento ganhou uma dimensão significativa diante da 22 democratização e da acessibilidade à informação – matéria-prima para a produção do saber. Atualizado em: 11 abr. 2014 Aula_02.ppt GESTÃO DO CONHECIMENTO Aula 3 – O Conhecimento Organizacional Tema da Apresentação AULA 3 E 4 GESTÃO DO CONHECIMENTO Conteúdo Programático desta aula O comportamento humano nas organizações Reciprocidade entre o indivíduo e a Organização Cultura organizacional Clima organizacional Estrutura organizacional Fatores externos Modelo de gestão Gestão do Conhecimento Competências Tema da Apresentação AULA 3 E 4 GESTÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZAÇÃO Pessoas + Processo = Resultados Gestão + Pessoas + Processo = Resultados “Entrega” Recíproca!!! Tema da Apresentação GESTÃO DO CONHECIMENTO Aula 4 – Recrutamento e Seleção – Parte I Tema da Apresentação AULA 3 E 4 GESTÃO DO CONHECIMENTO Conteúdo Programático desta aula Recrutamento e Seleção Contextualizando o Recrutamento e Seleção no Cenário das Organizações Comparando os paradigmas (Passado e Presente) Fluxo de um processo de Recrutamento e Seleção de pessoal Conceituação das Etapas do Fluxograma Definição do Perfil Tema da Apresentação AULA 3 E 4 GESTÃO DO CONHECIMENTO RECRUTAR MAL BAIXA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO PERDA DE COMPETITIVIDADE VANTAGEM PRO CONCORRENTE IMPACTO NA PERENIDADE Tema da Apresentação Aula_02-Capital Humano e Intelectual.pdf 1 2 AULA 2: CAPITAL HUMANO E INTELECTUAL 3 INTRODUÇÃO 3 CONTEÚDO 4 ERA INDUSTRIAL: TRABALHADOR = MÃO DE OBRA 4 ERA DA INFORMAÇÃO: MUDANÇAS NO MUNDO DOS NEGÓCIOS 6 CONHECIMENTO COMO RECURSO ORGANIZACIONAL 8 INFLUÊNCIA DO CAPITAL HUMANO 10 POLÍTICAS DE VALORIZAÇÃO DE PESSOAL 11 NOVO PAPEL DA GESTÃO 12 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: MUNDO REAL X MUNDO IDEAL 15 LÍDERES DE SUCESSO 15 ENTENDENDO O MERCADO 17 GERENCIANDO PARA TRANSFORMAR 19 ATIVIDADE PROPOSTA 20 RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA 21 REFERÊNCIAS 21 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 22 CHAVES DE RESPOSTA 24 MUNDO REAL X MUNDO IDEAL 24 ATIVIDADE PROPOSTA 24 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 24 3 Introdução Nesta aula, você conhecerá as características que referenciam os conceitos de capital humano e capital intelectual dentro do contexto contemporâneo, transitando pelas transformações do ambiente organizacional no que diz respeito à concepção de trabalho. Diante dessas mudanças exigidas pelo mercado e viabilizadas pelos avanços tecnológicos, o exercício do papel de gestão passou por um processo de adequação. Ao longo deste estudo, você entenderá os aspectos mais relevantes desse momento de adaptabilidade e identificará as ações que permitiram aos gestores a assunção de novas posturas no mundo dos negócios. Objetivos 1. Reconhecer a participação das pessoas nos processos empresariais e em seus resultados, identificando-as como partes integrantes e provedoras do conhecimento organizacional; 2. Aplicar ações de gerenciamento que viabilizem a transformação do exercício de liderança, estimulando as equipes ao autodesenvolvimento e à autogestão; 3. Avaliar as necessidades de desenvolvimento individual e operacional para que o novo papel de liderança possa ser exercido com eficácia. 4 Conteúdo Pessoas como recursos humanos De acordo com o que estudamos na aula anterior, nas eras industriais, a ação da mão de obra definia a atividade laboral. Nesse período, as pessoas eram visualizadas como recursos humanos nas organizações, mas não agiam sobre seu trabalho. Ao contrário: eram passivas e apenas supriam os processos organizacionais em termos de: Matérias-primas; Dinheiro; Máquinas; Equipamentos etc. Mas, no cenário e contexto atuais, essa visão tradicional do trabalho começou a dar lugar àquela cujo principal fundamento está na participação de indivíduos pensantes nas atividades empresariais. Isso exigiu que os profissionais assumissem novas posturas para liderar equipes multifuncionais e eficazes, multiplicassem suas habilidades enquanto treinadores e, principalmente, adotassem práticas de gerenciamento para transformar o conhecimento individual em coletivo e organizacional. A seguir, veremos que essa mudança de concepção depende da maneira como se aborda a atividade exercida pelo sujeito dentro das organizações. Era industrial: trabalhador = mão de obra Ao longo do tempo, as expectativas do mundo dos negócios em relação às empresas sofreram transformações. 5 A tabela a seguir aponta algumas delas: Década Exigências do mercado Critérios de desempenho 1960 Preço Eficiência 1970 Qualidade Qualidade 1980 Linha de produtos Flexibilidade 1990 Uniqueness1 Inovação 2000 Conhecimento e adaptabilidade Pessoas Como podemos observar, durante grande parte do século XX, o mercado estava mais preocupado com a qualidade dos serviços oferecidos pelas organizações. Por isso, no decorrer dessa época e ao longo de toda a era industrial, o trabalhador era classificado apenas como mão de obra. Sua atividade laboral era caracterizada pelo empenho físico, cuja rotina se baseava na repetição e não podia ser alterada. Nesse caso, sem o exercício da reflexão, o sujeito apenas executava tarefas que lhe haviam sido ordenadas, como uma espécie de máquina que atua após o input2 da ordem do homem. Diante do exposto, é possível afirmar que, na era industrial, prevalecia a concepção de trabalho individualizado, cuja atividade desenvolvida pelo sujeito 1 Uniqueness Expressão idiomática da língua inglesa que, traduzida ao pé da letra, significa extraordinário, singular, incomparável, único. Disponível em: http://www.thefreedictionary.com/uniqueness. Acesso em: 2 dez. 2013. Que permitem o exercício de múltiplas funções sem que se descumpra a lei quanto ao desvio de papéis relativos ao emprego. 2 Input Cada um dos elementos ou fatores envolvidos na produção de mercadorias ou de serviços – tais como máquinas e equipamentos, energia, trabalho ou mão de obra. Fonte: Dicionário Aulete online. 6 não contemplava o coletivo, mas a especificidade de uma tarefa em um mundo alheio. Por isso, mesmo em uma linha de produção com inúmeros trabalhadores, muitas vezes, o indivíduo sentia-se solitário. Ao longo de toda essa época, as referências de força, sucesso e crescimento de uma organização eram associadas aos seguintes aspectos: Tamanho de seu efetivo – número de pessoal; Quantidade de máquinas e de equipamentos que possuía – extensão do pátio; Tamanho de seus edifícios – local que comportava todo o quantitativo de trabalhadores. Naturalmente, essas características referendavam a saúde financeira da empresa, o que também determinava sua força no mercado. Mas, com o surgimento da era da informação, o cenário mudou: o sucesso e o porte de uma organização passaram a ser atribuídos a sua agilidade, a sua competência de adequar-se a qualquer situação e a sua capacidade de inovar – independente de seu tamanho físico. Era da informação: mudanças no mundo dos negócios O cenário do mercado atual é marcado por inúmeras transformações e pela necessidade de adaptação constante à era da informação e ao novo mundo dos negócios. Essas mudanças que vêm ocorrendo no ambiente empresarial vão desde a definição de cargos mais híbridos3 até a concepção que agrupa profissionais 3 Cargos mais híbridos 7 em torno de projetos em função de suas habilidades, e não apenas para preencher uma vaga em aberto. Nesse contexto, as pessoas começaram a ganhar mais relevância, e o capital financeiro deixou de ser o recurso mais importante da organização. Outros ativos intangíveis e invisíveis passaram a assumir rapidamente esse lugar e relegar tal recurso a um plano secundário. Vamos conhecer alguns deles? O capital intelectual da empresa é constituído de alguns ativos intangíveis, tais como: Capital Interno Aquele que envolve a estrutura interna da organização, incluindo: Conceitos, modelos e cultura da empresa; Espírito empresarial; Sistemas administrativos e de computação. Capital Externo Aquele que envolve a estrutura externa da organização, incluindo: As relações com clientes e fornecedores; As marcas e patentes registradas; A reputação ou a imagem da empresa. Ocupações que permitem o exercício de múltiplas funções sem que se descumpra a lei quanto ao desvio de papéis relativos ao emprego. 8 Capital Humano Aquele que representa as pessoas que atuam na organização, considerando seus talentos e suas competências 4 – aquelas capazes de beneficiar a empresa, tornando-a mais ágil e competitiva. Esse diferencial que muitos profissionais possuem precisa ser estimulado bem como reconhecido e valorizado. Nesse caso, é necessário que a corporação disponha de uma plataforma-base e de um clima que impulsione os funcionários a desenvolverem suas habilidades. Discutiremos sobre esse assunto mais adiante. Conhecimento como recurso organizacional De acordo com o que estudamos até então, o trabalho – que, antes, era percebido como uma atividade meramente física e laboral – transformou-se em uma tarefa executada por PESSOAS ou SUJEITOS PENSANTES. A aproximação dos indivíduos e a necessidade de atuar de forma solidária no cotidiano de trabalho ajudaram a consolidar a sinergia dentro do ambiente interno das empresas e a potencializar a produção e a multiplicação do conhecimento de cada um. Em virtude disso, algumas características do comportamento humano passaram a funcionar como uma receita de sucesso para as organizações, tais como: O senso de equipe; O intraempreendedorismo; 4 Competências Capacidade de agir em diversas situações para criar tanto ativos tangíveis quanto intangíveis. 9 A resiliência5; A multifuncionalidade etc. Hoje em dia, a individualidade do saber representa um diferencial que precisa ser reconhecido como propriedade intelectual do sujeito e como valor financeiro da empresa. Mas muitos sentem dificuldade de compreender o conhecimento dessa forma em função de seu caráter intangível. O fato é que podemos reutilizá-lo de diversas maneiras sem que ele se desvalorize ou se deprecie – como acontece com os demais recursos financeiros de que a empresa dispõe. Ao contrário: Quanto mais nos valemos de nosso SABER, mais valoroso ele se torna! 5 Resiliência No mundo corporativo, trata-se da potencialidade do sujeito para lidar com experiências adversas. Para desenvolvê-la, o indivíduo precisa apresentar equilíbrio entre suas capacidades física, biológica, política, social e psicológica. No entanto, esse termo não deve ser compreendido como resistência, cujo significado aponta para a capacidade de um sistema em manter sua funcionalidade estrutural após ter sofrido algum tipo de distúrbio. São aspectos elementares da resiliência: A potencialidade do sistema em se auto-organizar após a ocorrência da agressão; A capacidade de ser adaptável pela viabilidade proporcionada através da aprendizagem durante situações críticas; A intensidade de força que pode suportar diante do ataque do elemento agressor, sem que afete, de imediato, o equilíbrio que possui; O volume de mudanças que pode suportar, sem que seja considerado inadequado ao processo. 10 Atenção Apesar de o conhecimento ser reutilizável, atualmente, seu prazo de validade está cada vez mais curto! Afinal, a cada nova era, novos saberes nos são exigidos. Ciente disso, cabe à organização consolidar uma consciência coletiva em relação ao aprendizado constante, de modo que os trabalhadores possam identificar, com clareza, quais são as competências e os conhecimentos que precisam desenvolver. Este é o desafio das empresas: encontrar uma estratégia possível para que os profissionais se empenhem em alcançar os objetivos por elas propostos. Influência do capital humano Ao reconhecer o indivíduo enquanto capital humano, não há mais como identificá-lo apenas como recurso produtivo – tal qual se fazia no passado. Esse capital vale muito mais do que essa classificação, na medida em que consegue influenciar as ações e os destinos da organização. Mas, para que as pessoas se constituam, de fato, como benefício para a empresa, é preciso atentar para quatro elementos indispensáveis, quais sejam: Autoridade A empresa deve permitir que os funcionários se sintam responsáveis pelo processo com o qual estão envolvidos e, consequentemente, pelos resultados dele decorrentes. Sendo assim, eles poderão agir de maneira independente e tomar decisões sobre os recursos necessários à execução das tarefas que lhes competem. Para 11 que isso aconteça, é fundamental que a liderança estimule o aprendizado e funcione como agente multiplicador do conhecimento. Recompensas Cabe à empresa identificar e reconhecer o trabalho de excelência, ampliando a valorização pelo empenho de cada profissional. Como desdobramento desse tipo de ação, a organização ratifica os aspectos comportamentais esperados daqueles que nela trabalham. Informação Diante da facilidade do acesso à informação e de sua importância para o sucesso da empresa, atualmente, é necessário que a liderança viabilize caminhos para que o maior número de trabalhadores a alcance. Isso ampliará seu poder de decisão, além de alimentar novas possibilidades para as inovações. Competências A empresa precisa identificar, através da liderança, as competências necessárias aos funcionários e orientá-los em direção ao desenvolvimento dessas habilidades dentro do contexto do negócio. Diante dessa prática, é possível manter um profissional talentoso no ambiente interno – aquele que faz a diferença e beneficia a organização. Esse funcionário pode-se tornar referência no mercado e atrair outros talentos para trabalharem na corporação. Políticas de valorização de pessoal A organização precisa identificar práticas que respeitem e estimulem a capacidade de produção do conhecimento por parte de seus colaboradores, além de implantar mecanismos que favoreçam o compartilhamento, a troca de 12 experiências bem como a transformação desse conhecimento em saber coletivo. Certamente, isso ampliará a potencialidade de inovação e competitividade da empresa. Mesmo diante do estímulo à coletividade, é preciso valorizar a singularidade dos trabalhadores, estabelecendo políticas claras que permeiem todos os subsistemas e processos de Gestão de Pessoas ou criando interdependência entre as ações de: Recrutamento e seleção; Treinamento; Remuneração e benefícios etc. O objetivo é direcionar o comportamento humano dentro das organizações sem afetar a individualidade dos profissionais. Isso só trará ganhos para a empresa, até porque: Mais importante do que reter talentos é torná-los rentáveis em termos de retorno para a corporação! Novo papel da gestão Diante do novo cenário do mundo corporativo, o papel exercido pela liderança também se modificou. Vejamos de que forma o gestor passou a atuar como líder: 13 Além disso, a própria área de Recursos Humanos (RH) deixou de ser um mero instrumento de controle e monitoramento para funcionar como apoio às ações de gerenciamento, garantindo a parceria no papel de staff6 de gestão. Nesse caso, houve descentralização de algumas tarefas que, antes, eram de exclusiva responsabilidade do setor. Logo, o gestor passou a ser, de fato, o gerente de sua equipe. O desenvolvimento de pessoas transformou-se em uma preocupação de toda a organização. Algumas decorrências típicas dessa transformação foram: A implementação da ferramenta de Gestão do Conhecimento; A potencialização de competências; A criação de universidades corporativas; A transformação das empresas em organizações de aprendizagem etc. Em outras palavras, uma série de esforços integrados incrementou o aprendizado organizacional, incentivando o ser humano a descobrir-se ainda mais e a cada dia. Afinal, a maior matéria-prima da motivação para resultados é o CONHECIMENTO! 6 Staff Termo de origem inglesa que significa pessoal, no sentido de equipe ou grupo de trabalho. O vocábulo é utilizado para designar as pessoas que pertencem ao quadro de funcionários de uma organização particular. Disponível em: http://www.significados.com.br/staff/. Acesso em: 5 dez. 2013. 14 O gerente tem de estar ciente disso e promover o desenvolvimento do saber de seus funcionários. Como vimos, o profissional de gestão precisa treinar as competências dos colaboradores, controlando-as e avaliando-as permanentemente sem deixar de reconhecer as habilidades de cada um. Um gestor inteligente faz tudo isso no momento certo, da maneira correta e com as pessoas adequadas, criando um ambiente de entusiasmo e revigorando aqueles com quem trabalha. Agindo dessa forma, esse profissional garante que a empresa amplie sua capacidade de ser competitiva e, por consequência, fortaleça sua posição no mercado. Atenção É evidente que o perfil do gestor ideal ganha contornos diferentes se considerarmos: Sua área de atuação; O tipo de negócio com o qual está envolvido; A cultura organizacional da qual faz parte etc. Enfim, precisamos reconhecer a diversidade desse tipo de percepção. Mas, de forma geral, o gestor deve possuir certas habilidades7. 7 Habilidades Veja algumas habilidades requeridas do gestor: Planejamento e organização; Controle administrativo; Delegação; Análise de problemas; Tomada de decisão; Comunicação; Persuasão; Sensibilidade ou flexibilidade; Motivação; Visão macrossistêmica; Visão de futuro; Criatividade; Liderança; Análise de risco; Iniciativa; Autonomia; Resiliência. 15 Exercício de fixação: mundo real X mundo ideal Até o momento, apresentamos uma série de mudanças que algumas empresas implementaram em seu ambiente em decorrência das novas exigências do mercado. Mas essas transformações permanecem, muitas vezes, no plano da teoria. No mundo real, as contradições são expressivas se comparadas com o que idealizamos. Como já vimos, em muitas empresas, ainda há uma orientação para que a mentalidade de comando seja, explicitamente, de controle e de operação. Transformar esse paradigma não é tão simples quanto possamos imaginar! Além de envolver a forma de pensar e de agir da Alta Administração, esse processo também implica mudança na maneira com a qual o gestor lida com o poder. Dentro dessa perspectiva, que elementos podem impedir que essa mudança aconteça de fato? Líderes de sucesso Algumas referências podem nos ajudar a compreender a diferença entre o que se pratica em termos de gestão e as atividades adequadas a um verdadeiro líder. Vejamos: 16 Seguindo o raciocínio anterior, é possível identificar que, em detrimento da titularidade formal8 atribuída pela empresa aos profissionais de gestão, os líderes de sucesso precisam apresentar algumas competências em nível de excelência, tais como: Capacidade de dar feedback Atribuição de exclusiva responsabilidade da liderança, que permite aos liderados saber como são percebidos e em que estágio de contribuição os trabalhos realizados por eles estão em relação ao negócio e aos objetivos esperados. A regularidade, a espontaneidade e a isenção desses encontros precisam fortalecer as relações e o compromisso com o negócio, além de funcionar como aspecto de desenvolvimento do trabalhador e do direcionamento para o alcance dessas metas. Liderança de pessoas Habilidade que implica a capacidade de: Tornar o processo participativo; Reconhecer a importância da individualidade; Estimular a coletividade e o compartilhamento do saber; Incentivar trocas de experiências; Praticar a delegação de tarefas como forma de contribuir para o aprendizado profissional; Consolidar a percepção do sujeito como pertencente ao processo empresarial. 8 Titularidade formal Entre os títulos que o profissional de gestão pode receber, estão aqueles que envolvem os cargos de gerência, supervisão, coordenação etc. 17 Facilidade de comunicação Atenção para a redução dos possíveis ruídos na comunicação. Além de empenhar-se em tornar a informação acessível ao maior número de trabalhadores, o líder precisa buscar formas de viabilizar sua distribuição no menor tempo possível, agilizando o processo e dando suporte às pessoas para a produção do conhecimento bem como para a tomada de decisões. Gerenciamento Habilidade que implica a capacidade de usar indicadores que permitam o monitoramento e o controle do processo empresarial. Dessa forma, é possível mensurar os esforços individuais e coletivos, bem como acompanhar, em tempo real, o desdobramento das ações, identificando seus pontos fortes e fracos. O intuito é interferir, de imediato, nesse processo para corrigi-lo e cumprir as metas estabelecidas com o menor desgaste dos envolvidos. Atenção O líder deve estimular o aprendizado contínuo, impedindo que a organização se torne refém do saber de um único profissional. A ideia é incentivar no ambiente empresarial o autodesenvolvimento e o desejo de aprender. Entendendo o mercado As atividades profissionais gerenciadas de forma flexível não devem ser descritas apenas em termos de tarefas, experiência ou credenciais. Ao contrário: elas devem considerar, também, os comportamentos ou as características que os funcionários demonstram. 18 Veja alguns exemplos de como essas atividades poderiam ser definidas: 1. Apresentar o trabalho realizado pelo sujeito e os resultados esperados dele enquanto participante de um macroprocesso e responsável por parte deste. 2. Fortalecer o significado da particularidade da função do trabalhador dentro do conceito de coletividade que representa, diferenciando-o da explicação clássica do cargo pelas tarefas exercidas. 3. Reforçar o sentido do comportamento como traço cultural do modo de agir da empresa, ratificando a identidade organizacional para os trabalhadores e o mercado. 4. Enfatizar a importância das interações pessoais e setoriais como aspecto que fortalece a base do trabalho a ser realizado. 5. Contextualizar as exigências particulares ao exercício do trabalho, considerando a contribuição que cada um precisa dar para o conjunto da obra. Diante do tipo de gerenciamento marcado pela flexibilidade, o gestor precisa- se comportar de acordo com algumas premissas, que implicam: Executar, de forma criteriosa, um correto planejamento dos recursos humanos de que precisará para o alcance dos objetivos esperados, refletindo se o foco estará no número
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