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Novas Tecnologias no Agronegócio - Livro-Texto - Unidade II


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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
Unidade II
3 A MECANIZAÇÃO DA AGRICULTURA
O Brasil cresce no setor dos agronegócios, com possibilidades concretas de expansão. Já fomos 
classificados como colônia extrativista, como terra de índios pagãos, depois, como o país do futebol, e 
hoje apenas como o povo com o samba no pé, a nação do carnaval.
Somos privilegiados por termos uma beleza natural, é verdade, somos um país tropical, de natureza 
exuberante, tudo parece ter proporções gigantescas, a hidrologia, os diferentes biomas, o acolhimento a 
diversas culturas. Além disso, somos frutos da miscigenação de diferentes povos!
Entretanto, somos um povo batalhador, esperançoso e agora desenhamos um imenso potencial 
dentro dos agronegócios, porque atendemos à demanda mundial de alimentos, de fibras, de madeira, de 
energia renovável e ainda temos um mercado em notória expansão!
Inevitavelmente, a seguinte questão vem à luz: por que tanta certeza ao afirmar tais proposições?
Estudaremos a participação da mecanização agrícola em nosso território, a inserção da agricultura 
de precisão e as tendências mundiais quanto à produção de alimentos.
Levar as máquinas para o campo elevou a capacidade de produção e consequentemente a oferta 
de produtos. Com o desenvolvimento das grandes metrópoles, a mecanização supriu boa parte da 
mão de obra dos emigrantes em busca de oportunidades nas grandes cidades. No entanto, com a 
implementação de maquinários, faltou mão de obra especializada no campo, abrindo uma nova área 
de trabalho para a sociedade.
Outro atributo da mecanização é o menor desperdício na distribuição de insumos, a maior 
eficiência na colheita, a otimização de tempo e espaço que, atualmente, vem ao encontro das 
necessidades de adequação aos cuidados com o meio ambiente. Medidas complementares, como 
a devida manutenção desses dispositivos, a coleta do óleo queimado dos motores para reciclagem, 
entre outras, podem garantir algumas certificações ambientais e assim agregar novos valores aos 
produtos gerados.
Como amplamente, registrado em nossa história, a agricultura e a pecuária foram grandes agentes 
de degradação do meio ambiente, pois desmataram grandes extensões de matas nativas na ampliação 
de seus negócios. Portanto sua cota de participação da manutenção e preservação do que ainda nos 
resta é primordial. Nesse sentido, a maior eficiência envolvida com o uso de maquinários e da agricultura 
de precisão pode reverter o quadro de agressão, passando a preservá-lo.
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Unidade II
Para efetivar tais medidas, o apoio do setor público e privado é indispensável. Políticas 
públicas de incentivo à aquisição de equipamentos e novas tecnologias podem alavancar os 
agronegócios. Citemos alguns exemplos: investir em cursos de qualificação de mão de obra 
especializada e de educação ambiental, patrocinar pesquisas de melhoramento de sementes, 
manter um cadastro de pessoal técnico especializado que possa apoiar os empreendedores 
dispostos a investir em mudanças.
Todas essas ações podem melhorar o setor agropecuário e as cadeias produtivas associadas. Sem 
dúvida, trariam resultados favoráveis, quer seja em curto, quer seja em longo prazo.
Você acha que a quantidade de tratores pode mostrar o quão desenvolvido economicamente é 
um País? 
Sim, é verdade. 
A frota de equipamentos agrícolas é indicadora da produção e distribuição de produtos. Quanto 
maior a mecanização, maior é a população urbana e menor a rural. Quanto maior o contingente nas 
grandes cidades, maior a demanda de alimentos. Se a frota for numerosa, o escoamento da produção 
também será expressivo, e isso gera diversas oportunidades dentro dos agronegócios.
A humanidade sempre demonstrou a necessidade de classificação. É uma característica inerente ao 
ser humano. No caso dos agronegócios, temos uma maneira de expressar e “classificar” o quão rico é um 
País. Temos um indicador englobando o volume de bens e produtos, serviços gerados e prestados, que é 
chamado de Produto Interno Bruto (PIB). Você já parou para pensar nisso? 
A quantidade de metrópoles de um país reflete o poder aquisitivo da população, portanto uma 
agricultura mais mecanizada. Logo, quanto maior a população urbana, maior a produção de alimentos.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2009, 
os Estados Unidos tinham em média 27 tratores a cada mil hectares de lavoura. No mesmo período, a 
Alemanha ostentava 82 tratores a cada mil hectares. Em 2012, o Brasil chegou a manter 11 tratores por 
mil hectares.
O Brasil ainda está muito longe de ser uma potência no setor agrícola, apesar de sua extensão 
territorial. Todavia, temos um ponto a nosso favor: desde a década de 1980, o incentivo à modernização 
de equipamentos foi intensa, o que valoriza nossa frota, que tem pouco tempo de uso e, como qualquer 
maquinário novo, a manutenção é mais rápida e mais barata.
Atualmente as atividades que se desenvolvem no campo abriram um grande mercado para a 
mecanização. Nesse contexto, o Brasil se destaca na aquisição de tal tecnologia. É verdade que 
a alta desse mercado depende do escoamento e lucro da produção, bem como da saturação dos 
exemplares já adquiridos. Contudo, quando verificamos a quantidades de tratores e colheitadeiras 
a cada mil hectares, percebemos que há muito a considerar.
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
O fato de ser um mercado que continua em alta estimula cada vez mais a concorrência entre as 
montadoras, que gradualmente inserem novas tecnologias aos modelos já existentes e modernizam 
ainda mais os equipamentos, tornando-os mais eficientes, agrupando funções diferentes e aumentando 
a potência da máquina.
A produção de grãos demanda um alto grau de mecanização, e está atrelada à frota de tratores 
de uma região produtora e, no nosso caso, temos a região centro-oeste, que vem evoluindo bastante 
dentro da produção de grãos e mostra um alto grau de mecanização, resultado das boas linhas de 
financiamento mantidas pelas políticas públicas.
Dentro da economia brasileira, o setor agropecuário, da agroindústria e os bens de serviço associados 
sempre tiveram grande participação no PIB. Em 2015, o setor teve alta, chegando à taxa de 23%.
Em toda a produção do País, os agronegócios participam substancialmente, mesmo dentro de 
um setor tão competitivo no cenário internacional, pois muitos países criam barreiras tarifárias 
para a proteção de seu mercado interno, outros impõem disposições sanitárias, dificultando as 
importações. Mesmo assim, os agronegócios dividem-se em grandes setores, como: os insumos, 
a agropecuária, a indústria e a distribuição. A participação do setor agropecuário é maior e tem 
mantido um crescimento constante nos últimos vinte anos, destacando a força e concretização 
da agropecuária nacional.
O Brasil é um País estratégico e com potencial de crescimento, seja por ampliação da área cultivada, 
seja pela ampliação da produtividade. A expansão da área plantada poderia seguir os exemplos já 
descritos neste livro-texto, que são muito bem-aceitos internacionalmente como modelos de proteção 
ambiental, como as interações entre lavouras, pecuárias e florestas. O aumento de produtividade poderia 
vir pela dilatação da mecanização do campo e pela eficiência do desenvolvimento da plantação, que 
abordaremos adiante.
Entretanto, há enormes contrastes no campo, pois uma grandeparcela das propriedades rurais é 
composta de pequenos produtores (agricultura familiar), que não tem acesso a toda essa tecnologia, 
desconhece as linhas de crédito e carece de assistência técnica. 
Assim, o que pensar sobre essas pequenas propriedades? Teriam condições de se adequar? 
Representam um entrave na evolução dos agronegócios? A mecanização do campo se aplica apenas a 
grandes produtores?
Avaliaremos tais questões de forma adequada, pois é exatamente esse grupo de produtores que mais 
precisa de orientação. 
O fato de haver pequenas propriedades não significa um atraso no setor agropecuário, muito 
pelo contrário. Na Europa, a base da agropecuária é de produtores limitados, e vem daí a maioria 
das sansões às importações, pois é um continente com países de áreas totais muito menores que 
o território brasileiro. 
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Unidade II
Não há como a Europa se expandir, não existe área para ser ampliada e ela já possui um alto grau de 
mecanização. Isso é comprovado pelo exemplo que apresentamos da Alemanha, que detém 82 tratores 
a cada mil hectares?
No continente europeu, é comum haver proibições a respeito de alimentos transgênicos tanto na 
produção como comercialização de produtos dessa espécie, é mesmo caso da distribuição da carne de 
animais que tenham se alimentado de rações transgênicas. Desse modo, a produção e a negociação no 
mercado interno são mantidas. 
Outra alavanca para os agronegócios brasileiros ocorreu por conta da abertura do mercado externo, 
dos preços determinados pela oferta e procura e a inserção da mecanização, reduzindo os custos de 
produção e diminuindo a necessidade de um número acentuado de mão de obra.
3.1 Os tratores
A utilização dos tratores foi promovida pelos Estados Unidos após a guerra civil, e a tendência à 
mecanização se disseminou pelo país nas grandes fazendas, bem como em pequenas propriedades. 
Inicialmente eram parecidos com máquinas movidas a vapor. O primeiro trator com motor a gasolina foi 
construído em 1892, por Froelich. 
As primeiras especificações quanto à fabricação de tratores surgiu a partir de 1960, nos Estados 
Unidos, provocando uma padronização das peças básicas da maquinaria o que, a princípio, despertou 
incômodo nas montadoras, que viram um mercado promissor na comercialização das peças referentes a 
cada modelo fabricado, mas com o tempo a padronização se firmou. Dessa forma, atendiam às exigências 
do mercado consumidor e à manutenção dos equipamentos.
Os tratores evoluíram pela necessidade do aumento da produção das lavouras e diminuição da 
disponibilidade de mão de obra no campo. Essa característica é comum em todo o mundo, pois, 
com o desenvolvimento econômico, as pessoas foram trocando o serviço rural pelo das grandes 
cidades. A partir daí, sua utilização trouxe profundas modificações na forma como os produtores 
realizam suas tarefas. 
Essas máquinas são capazes de incrementar a produtividade, trazendo maior eficiência nas 
atividades, tracionando equipamentos através do engate, como o arrasto de grades, arados, adubadoras, 
pulverizadores. Por conseguinte, a tração animal foi posta em segundo plano, e muito do trabalho 
manual também.
A entrada dos tratores como máquinas agrícolas atribuiu um caráter empresarial ao 
homem do campo, trazendo amplas possibilidades de planejamento de tempo e de serviço, 
controlando melhor suas finanças. No cenário brasileiro, a modernização da agricultura vem 
ao encontro da necessidade do mercado de aumento da produção de alimentos. Portanto os 
empreendimentos rurais visam lucratividade na efetivação de mais tratores, colheitadeiras 
e outros implementos.
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
Segundo o Ministério da Agricultura, em 2003, foram comercializadas 29 mil unidades de 
tratores no território nacional e, em 2013, foi atingido 83 mil unidades, indicando um aumento 
de 120%. Os tratores de rodas e colheitadeiras representam a maior modernização da agricultura 
no Brasil. Há anos colhemos safras recordes de grãos graças aos tratores e maquinários destinados 
à agricultura. 
Você poderia imaginar como seria esse percentual sem a presença de tais equipamentos? Seria 
possível a qualidade e quantidade de produção?
Essas são questões a que podemos perfeitamente responder.
A mecanização do campo é representada pelo trator, que auxilia na preparação do solo 
para receber a plantação, ajuda na semeadura, na manutenção das lavouras, na colheita, na 
armazenagem, entre outras atividades. Como exemplo, citamos o BM125i, que é um trator 
cabinado mediano da Valtra, cuja distribuição de peso é tão eficiente, que favorece a tração 
dianteira, elevando o desempenho da máquina. 
Esse modelo ainda traz um novo sistema hidráulico, piloto automático, e de telemetria.
O setor de maquinários está em transformação, apresentando equipamentos cada vez maiores; 
agregam mais funções, são mais sofisticados, adequando-se à agricultura de precisão e indicando maior 
agilidade e desempenho.
3.1.1 Evolução dos maquinários agrícolas
Os cereais são a base da alimentação mundial. Assim, os primeiros maquinários que impulsionaram 
o setor agrícola foram as semeadeiras. Antes o produtor que plantava manualmente o grão ou utilizava 
um equipamento manual, jamais poderia imaginar que se pudesse obter tamanha eficiência e ganho de 
tempo como ofertam as semeadeiras atuais, o que antes eram feito em uma linha de cada vez, hoje se 
faz com mais de 20 linhas. 
A semeadora mecanizada tem ajuste de profundidade e sistema pantográfico para acompanhar o 
solo. Tem um reservatório central de paredes reforçadas capaz de armazenar duas toneladas de grãos 
e seis toneladas de adubo, é um volume expressivo, com autonomia do plantio de trinta e seis hectares 
por carga.
Em seguida, irromperam as colheitadeiras, que evoluíam da coleta manual para a tração 
animal, e hoje já existem até algumas com dois rotores, por exemplo, temos a colheitadeira da 
New Holland, uma das mais modernas do mercado; com dois filtros de som para detectar pedras, 
parando o movimento da plataforma, o sistema de alimentação controla a velocidade da colheita, 
e as plataformas de corte têm um sistema de flutuação para respeitar os contornos do solo. A 
cabine desse modelo (CR9090) tem banco de couro, assento adicional, suspensão a ar, controle 
automático de temperatura e frigobar. 
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Unidade II
No desenvolvimento da tecnologia das máquinas agrícolas, citamos as ceifadeiras para feno, que 
adotavam a tração animal, o que promoveu o desenvolvimento de equipamentos que utilizassem apenas 
para a mão de obra humana e, tempos depois, para a força mecânica. 
A comercialização desses dispositivos despertou o interesse das indústrias automobilísticas 
e de autopeças, que acabaram agregando várias inovações e melhorias ao padrão de tratores 
da época, como a direção hidráulica, a embreagem, a tração nas quatro rodas e as cabines de 
proteção para o operador.
A partir da década de 1990, a indústria de máquinas agrícolas começou a implementar 
inovações nos tratores e em outros utensílios com o intuito de aumentar a potência do motor 
e elevar sua eficiência, subtraindo os gastos e ampliando os lucros do produtos. A tendência do 
mercado a partir dessa época era expandir-se oferecendo atrativos aos consumidores. Atualmente, 
as empresas mantêm subsídios para grupos de pesquisa e para o desenvolvimento de novas 
tecnologias,a fim de modernizar ainda mais tais ferramentas e direcionar seu desempenho para 
cada mercado.
A frota de tratores em países de clima tropical é renovada com mais constância em comparação aos 
de clima temperado. Decerto isso é reflexo do tempo de cultivo. Em clima temperado, o período apto 
para cultivo é menor, o que demanda maior quantidade de maquinários, mas que passarão uma boa 
parte do ano parados, ociosos, portanto o desgaste das peças torna-se mais demorado.
No clima tropical, é possível cultivar o ano todo e, em algumas situações, a mesma cultura tem 
mais de uma safra anual. Assim, é possível realizá-las em áreas diferentes para aproveitar as estações 
do ano. Com isso, as máquinas trabalham quase que constantemente, muitas vezes, utilizando até o 
período noturno. Os equipamentos podem ser transferidos de uma região para outra, otimizando o 
processo de produção, mas também causando mais desgaste das peças, ou seja, diminuindo o tempo 
de vida útil do dispositivo.
Com tais alterações, surge um mercado paralelo de máquinas usadas, que acaba abastecendo os 
agricultores de propriedades menores que, apesar de realizarem uma manutenção mais frequente, 
adentram-se da mesma forma na era da mecanização. No entanto, o mercado de maquinários começou 
a criar diferentes modelos para atender a consumidores diversos, do pequeno ao grande produtor. Uma 
vez que o pequeno empreendedor utilize a mecanização e perceba as suas vantagens, ele também quer 
um equipamento novo e mais eficiente.
A competição nesse mercado é acirrada, todas as partes prezam pela qualidade e eficiência de 
seus produtos, procurando os menos poluentes e mais econômicos para atender a um mercado 
cada vez mais exigente. Hoje essas empresas investem em propaganda, cursos para atrair as 
diferentes esferas de consumo e renda. Nesse contexto, o Brasil ainda pode expandir muito a 
mecanização do campo em eficiência de produção e área. É um País tropical, portanto com grande 
mercado consumidor.
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
 Saiba mais
Você já ouviu falar em Moderfrota? Saiba mais:
BRASIL. Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Programa de 
modernização da frota de tratores agrícolas e Implementos associados e 
colheitadeiras: moderfrota. Brasília: 2016. Disponível em: <http://www.
bndes.gov.br/apoio/moderfrota.html>. Acesso em: 5 jun. 2016.
3.2 A agricultura de precisão 
O setor agropecuário brasileiro é motivo de orgulho por muitos motivos. Tivemos muitos avanços 
em direção à sustentabilidade, que é uma tendência mundial, através dos sistemas integrados, 
transformamos grandes extensões de áreas degradadas, com solos ácidos, sem nutrientes, em áreas 
produtivas, e diversificamos a produção animal e os produtos agrícolas.
Em sua opinião, já fizemos o suficiente?
É possível efetivar mais melhorias, e é notório que os desafios sejam imensos. Devemos utilizar os 
recursos hídricos com maior conscientização, elevar a eficiência dos processos de produção, diminuir os 
danos ambientais, controlar o uso de insumos, adaptarmo-nos às novas tecnologias e aos equipamentos, 
entre outras medidas.
Ser sustentável e aumentar a produção exige eficiência. 
No campo, essa eficiência vem ao encontro das tecnologias da agricultura de precisão, que já fazem 
parte da realidade de muitos produtores. Desse modo, atende às seguintes variações: composição do 
solo, declividade do terreno e presença de áreas de proteção de nascentes.
Apesar de requerer um conhecimento técnico, a agricultura de precisão não está restrita apenas a 
grandes empreendimentos. Se for bem divulgada, vai se popularizar e haverá o tão desejado aumento 
da produção. E muito ainda há de se avançar nessa tecnologia aplicada no setor agropecuário.
Afinal, que tecnologia toda é essa? É possível enumerar algumas dessas inovações que estão chegando 
para auxiliar no cultivo das lavouras?
Vamos discutir sobre esses conceitos agora.
Uma mesma propriedade rural pode ter áreas cujo solo se diferencie quanto à necessidade de 
nutrientes. Nesse caso, as correções devem ser direcionadas de forma distinta para cada região. Assim, 
teremos a amostragem georreferenciada do solo – por mapeamento em grade. Essa medida permitirá a 
correção e adição de fertilizantes em taxas variáveis e específicas para cada localidade.
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Unidade II
Sem dúvida, essa tecnologia é muito útil.
Outro exemplo são os mapas de produtividade, nos quais as plantas são monitoradas e a colheita é 
feita no melhor momento. Após receberem o mapa, é possível direcionar e controlar o modo pelo qual 
as máquinas devem realizar a colheita, por exemplo, com a prioridade do desenvolvimento da área da 
lavoura. Esse tipo de mapa é muito empregado nas culturas de soja e milho, algodão e até de fruteiras.
Tais medidas podem aumentar a produção e a qualidade do produto que será colhido na mesma fase 
de desenvolvimento. 
A agricultura de precisão ainda é vista como uma alternativa onerosa, que depende de um conjunto 
de máquinas extremamente sofisticadas e caras. No Brasil, até a década de 1990, os equipamentos 
comercializados não acompanhavam a evolução tecnológica mundial. Com o programa Moderfrota, 
iniciado em 1999, com incentivos à renovação dos dispositivos agrícolas, as montadoras lançaram aqui 
o que havia de mais moderno naquela época, ou seja, grandes máquinas equipadas com a mais alta 
tecnologia, o que pode ter contribuído para essa ideia. 
No entanto, o principal foco da agricultura de precisão é respeitar a variabilidade dentro da lavoura. 
Vegetais são seres vivos que crescem e se desenvolvem, mas as sementes nem sempre germinaram no 
mesmo momento na propriedade inteira.
Você já parou para pensar por esse ponto de vista? 
Claro que a mecanização e os equipamentos de última geração auxiliam no aumento de produção. 
Todavia, perceber que a plantação não é uniforme e tirar proveito disso é ainda mais inteligente. E é 
exatamente isso que a agricultura de precisão faz. 
Segundo a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), a agricultura de precisão é um 
sistema de gerenciamento baseado na variação temporal e espacial da unidade produtiva. Dessa forma, 
o retorno econômico é concreto e a interferência no meio ambiente é minimizada, favorecendo as 
medidas de sustentabilidade.
Todas as inovações implantadas pela agricultura de precisão com certeza foram marcadas pelo uso 
do sistema Global Positioning System (GPS). A utilização dessa ferramenta em outras áreas e a adaptação 
de receptores em máquinas agrícolas trouxeram uma nova perspectiva ao tratamento das plantações, 
pois ofereceram uma dimensão espacial às propriedades. Atualmente o sistema de GPS é usado nos 
automóveis, nos aparelhos móveis e até figura nos aplicativos de celulares.
A incorporação do GPS na agricultura e na pecuária fixou o setor produtor no campo da tecnologia de 
informação e de comunicação. Subsequentemente, foram aliados os conhecimentos sobre geoestatística 
e os dados geográficos. Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) são dispositivos que auxiliam na 
interpretação dos dados obtidos e fazem parte do suporte ofertado pelas montadoras de máquinas 
agrícolas para que o rendimento da produção seja otimizado. 
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
Hoje os maiores avanços na agricultura de precisão são apresentados em grandes eventos mundiais, 
e o maior deles é a ConferênciaInternacional em Agricultura de precisão (International Conference 
on Precision Agriculture – ICPA), realizada a cada dois anos. Em 2016, ocorrerá nos Estados Unidos, no 
estado do Missouri, será sua décima terceira edição. Outros eventos que costumam ocorrer em anos 
intercalados são: o Asian Conference on Precision Agriculture (ACPA), na Ásia, e o European Conference 
on Precision Agriculture (ECPA), na Europa.
 Lembrete
O símbolo da mecanização da agricultura é o trator.
3.2.1 A amostragem georreferenciada do solo
A amostragem georreferenciada é um indicador de fertilidade do solo por amostragem de 
grade. Com esses dados, são gerados mapas individuais para cada indicador de fertilidade. Para sua 
criação, deve-se realizar a coleta dessas unidades de maneira convencional, como será detalhado 
mais adiante. 
Depois, as amostras são encaminhadas para análise laboratorial. Assim, serão investigadas 
as quantidades de micronutrientes, a granulação e a capacidade de troca catiônica. Esse mapa 
auxiliará na correta distribuição de insumos, como mostra a figura a seguir, em que as cores 
representam as doses aplicadas. Na esquerda da figura, a distribuição é automatizada e a linha 
pontilhada indica o percurso da máquina. Nesse caso, há controle da dose de aplicação. Na 
direita, a distribuição dos insumos se dá sem automação. Para locais onde esse recurso não estiver 
disponível, as doses são constantes, a regulagem é manual, o que pode induzir a erros, inclusive 
criar a necessidade de manobrar o maquinário dentro da plantação.
200 - 667 kg/ha
668 -1267 kg/ha
1267 - 1787 kg/ha
1787 - 2274 kg/ha
2274 - 3463 kg/ha
nada
700a
700b
1500
2300a
2300b
2300c
3100
Calcário recomendado
Figura 3 – Distribuição de insumos
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Os maquinários utilizados para a aplicação de insumos podem ser a lanço, de queda livre, e com 
regulagem da distribuição. As doses são controladas por um programa que conta com informações de 
coordenadas de latitude, longitude e dose. Esses controladores de doses podem ser visualizados na tela 
junto com o percurso da máquina e com as referências do que já foi aplicado.
Alguns equipamentos permitem a distribuição de produtos sólidos e líquidos. Nesse caso, é necessário 
um sistema que controle a vazão, a pressão, o tamanho das gotículas e o ângulo dos bicos. Cada recurso 
extra torna a máquina mais sofisticada e cara. 
3.2.2 Mapeamento do solo
O solo sofre diferentes influências, que podem modificar sua consistência, granulação, seu conteúdo, 
entre outros atributos. O clima de uma região pode alterar os seguintes itens: relevo, profundidade, 
quantidade de matéria orgânica e solubilidade. Juntamente com a água, pode causar extremo 
intemperismo. A geomorfologia estuda todos esses processos quantitativamente para poder criar mapas.
Na agricultura de precisão, definir dimensões do relevo, textura, permeabilidade, cor, quantidade de 
sais e processos erosivos constituem dados que podem estabelecer se o solo precisa ser arado, nutrido 
ou se deve receber calagem. O mapeamento do solo e a definição do relevo podem mudar o curso de 
uma plantação ou dar uma nova definição ao método de colheita.
O monitoramento da dimensão espacial pelo GPS e os sistemas de informação, sensoriamento 
remoto, facilitaram ainda mais a documentação das propriedades do solo, o que favoreceu imensamente 
o plantio e cultivo das lavouras, fornecendo dados sobre o caráter edáfico, a ação do fator antrópico, a 
compactação, a topografia e a influência climática.
3.2.3 Condutividade elétrica
A salinidade do solo pode afetar imensamente uma lavoura. Esse é um problema associado 
à irrigação mal planejada, a zonas áridas com taxa de evaporação muito alta, ou até por um lençol 
freático superficial. A condutibilidade elétrica é uma medida da quantidade de sais existentes no solo. A 
salinidade pode sofrer influências do conteúdo de argila, de água e temperatura do solo. Detalharemos 
as propriedades do solo mais adiante.
A medida de condutividade elétrica está mais relacionada às condições do solo, às suas propriedades 
físico-químicas e à influência antropogênica, causando lixiviação, compactação e drenagem. Portanto 
a ligação com a cultura é direta: melhorando o solo, aprimora-se a cultura. Essa ação geralmente é 
realizada pelo sistema de quatro pontos ou indução eletromagnética. É uma ferramenta confiável e 
relativamente simples.
O sistema de quatro pontos, como mostrado na figura a seguir, é composto de uma estrutura de 
seis discos, que servem como eletrodos de medida. O equipamento é engatado no trator. Conforme vai 
passando em contato com o solo, vai gerando os dados de condutividade elétrica, que irá compor um 
banco de dados georreferenciados transmitidos por GPS.
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
Figura 4 – Equipamento para medição da condutividade elétrica
3.2.4 Mapas de produtividade
Os mapas de produtividade criam dados sobre as lavouras. Essas anotações indicam onde ocorre 
maior produtividade dentro de uma área e estima a heterogeneidade da plantação. No entanto, apenas 
registra, e não mostra por que uma região é mais produtiva que outra.
O mapa é composto de pontos, e cada um deles representa uma pequena parte da lavoura. A 
localização do ponto é determinada por GPS, que relaciona a verdadeira posição da máquina, fornecendo 
a latitude e longitude onde ela se encontra. Em cada retângulo do mapa, teremos correlações de largura 
com a medida da plataforma de uma colheitadeira, e o comprimento do retângulo equivale à medida da 
distância percorrida pela máquina durante um período preestabelecido.
Assim, é formada uma área do mapa em metros quadrados, que é calculada pela largura da plataforma 
da máquina e o tempo percorrido por ela, de dois a três segundos. Em geral, o mapa é montado como 
um gráfico de sistema cartesiano (x;y). Todavia, cada fabricante pode ter seu programa particular de 
criação de dados.
76 - 1440
1430 - 2341
2341 - 3682
3682 - 5309
5309 - 8035
Figura 5 – Mapa de produtividade
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Unidade II
No caso de uma lavoura de grãos, os sensores são instalados junto ao fluxo de sementes limpas. 
Contudo, o sensor pode gerar dados sobre o padrão comercial delas, que ocorreria sobre as sementes 
secas. Nesse caso, utiliza-se também um sensor específico para medir a umidade próxima da saída do 
elevador da plataforma.
Esses dados são armazenados na colheitadeira, na memória do computador de bordo. Os mapas 
geralmente são coloridos, cada cor indica um valor diferente de produtividade. Com os dados da 
produtividade, é possível estimar as correções necessárias em áreas específicas.
3.2.5 Posicionamento por satélite (GPS), barra de luzes e piloto automático
A agricultura de precisão teve um grande avanço com a adaptação do GPS para os maquinários 
agrícolas e com os sistemas de informação mantidos pela rede de satélites em órbita. Entre essas 
redes, temos: o Glonass, rede russa que possui 24 satélites; o GPS, com 31 satélites e mais uma 
reserva dos Estados Unidos, os dois operantes. No entanto, até 2020, há promessas de mais dois 
sistemas entrando em operação: a rede Galileu, com quatro satélites da União Europeia, e o 
Compass, com 35 satélites – da China.
A partir do GPS, vieram à tona a barra de luz e o piloto automático. As barras de luz são utilizadas 
para passadas paralelas e, para tal precisão, contam comum GPS especializado. Inicialmente foram 
aplicadas para pulverização aérea, depois, terrestre, até serem empregadas para controle das faixas 
paralelas. Só depois surgiu o piloto automático.
Com o piloto automático e o controle das passadas nas faixas, evita-se que a máquina passe duas 
vezes sobre o mesmo local, subtraindo a compactação. Desse modo, trabalha mais horas com velocidade, 
pois a precisão no controle é muito grande, economiza tempo e acompanha a liberação de defensivos, 
ou seja, diminui o desperdício em semeadeiras, pulverizadores e colheitadeiras.
Por conta dessas características, o trabalho noturno é possível, pois elimina o risco inerente da fadiga do 
ser humano, que é uma nova realidade no campo. Entretanto, toda essa tecnologia demanda mão de obra 
qualificada na operação dessas máquinas, mas isso nem sempre é possível, obrigando o empreendedor que 
adquire tais equipamentos a realizar cursos de instrução ou investir na preparação de seus funcionários. Esse 
fator é um diferencial entre as montadoras que não conseguirem suprir essa carência de mercado.
Essas máquinas podem contar com sensores climáticos para umidade e temperatura do ar, que 
aumentem a eficiência, por exemplo, na pulverização de defensivos. Uma vez que o tempo não esteja 
favorável, essa informação é enviada e a operação é suspensa. Assim, minimiza-se o dano ambiental, 
e isso pode ser agregado como valor ao produto final. As operações ficam registradas, o que gera um 
relatório de desempenho do procedimento.
3.2.6 O sensoriamento remoto
O sensoriamento remoto fornece dados a distância sobre um objeto mesmo sem contato 
direto com ele. Essa ferramenta começou a ser utilizada com fotos aéreas de câmeras acopladas 
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
de aeronaves, balões, e hoje os sensores têm alcance ainda maior, como satélites e drones. O 
sensoriamento pode emitir informações sobre a cultura e o estresse hídrico, assim é possível 
estimar a quantidade de biomassa e a produtividade.
Por refletância, capacidade de reflexão de ondas eletromagnéticas, o sensoriamento analisa 
a área foliar, a taxa de fotossíntese, a diferenciação do tipo de pigmentação da clorofila. Por 
radiometria, avalia-se a densidade do material que está refletindo essas ondas, se se trata de 
uma rocha, de solo ou uma folha. Cada dado é criado por um sensor diferente, conforme o que 
se propõe a monitorar.
Os sensores podem ser passivos ou ativos. Os primeiros operam por refletância, registram a energia 
refletida. Os segundos têm fonte própria de energia, como os radares e os sonares. A resolução desses 
sensores podem ser distintas. Para saber a dimensão de uma área, precisamos de um sensor espacial, e 
as imagens geradas serão em pixels. 
A resolução temporal é referente ao tempo que a imagem levou para ser formada, que pode 
ser de horas ou dias. Entre todos os sistemas geradores de imagem, um se destaca: o satélite da 
série Landsat, que está em operação desde 1972 e que, a partir de 2008, disponibilizou seu acervo 
ao público em geral.
Existem também sensores proximais de alta resolução, os quais fornecem dados desde o contato 
direto até 3 metros de distância entre o alvo e o sensor. Podem gerar informações de posicionamento, 
produtividade e desenvolvimento do vegetal.
 Saiba mais
Acesse dados de satélite e outros bancos referentes ao geoprocessamento 
que são disponibilizados para o público. Constulte:
<www.guiasig.com.br>. 
3.2.7 Os drones 
Os drones, ou também chamados de veículos aéreos não tripulados, são usados para 
reconhecimento. Popularizaram-se devido à redução de seu custo. No Brasil, o uso iniciou-se 
na década de 1980 pelos militares. A Embrapa vem trabalhando em aeronaves que atendam ao 
mercado e em programas de captura de imagens para utilizá-las em diferentes aplicações na 
agricultura. Somados aos modelos desenvolvidos em universidades, encontramos mais de 2 mil 
sistemas em operação no território nacional.
Consideramos que os drones têm uma navegação inercial que determinam sua posição, com sistemas 
de direção e aceleração nos sentidos norte e sul, leste e oeste.
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Unidade II
 Observação
Navegação inercial é aquela controlada por uma estação a distância – 
por ondas de rádio (telemetria). 
Cada fabricante tem um pacote de dados referente ao piloto automático para minimizar as 
interferências externas, que estão cada vez mais acessíveis ao público, mais fáceis de operar. A figura 
a seguir mostra alguns tipos de veículos não tripulados encontrados em ação no Brasil. No entanto, 
é importante lembrar que os voos com drones devem ser notificados e autorizados junto à Agência 
Nacional de Aviação Civil (Anac) e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), pois apresentam o 
mesmo sensoriamento remoto que os satélites.
A agricultura de precisão insere mecanismos e alternativas diversas dentro do campo, otimizando 
o sistema de produção. Todavia, a falta de mão de obra hoje é uma realidade que dificulta sua maior 
difusão. As montadoras nem sempre disponibilizam cursos de instrução, fazendo com que as consultorias 
especializadas e prestadoras de serviço explorem esse setor, oferecendo treinamento de alto nível. 
Percebendo essa lacuna, o órgão de apoio ao desenvolvimento agrário brasileiro tem investido em 
pesquisas e nas universidades para a formação de recursos humanos capacitados. Em um panorama 
geral, o produtor é forçado a se adequar, mas isso se reverte ao conseguir usufruir da tecnologia, 
melhorando sua visão de gerenciamento e elevando a rentabilidade de seus investimentos.
Embrapa - grande porte
Santos Lab - Carcará
CenPra - dirigível
Avibras - uso militar
Skydrone - multirotor
Raptor com crop circle
Figura 6 – Alguns tipos de drones presentes no Brasil
Exemplo de aplicação
Realize uma pesquisa enumerando pontos como: o que é, para que serve, onde é aplicada a “ISO 
11783”, conhecida como “Isobus”.
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
4 OS ALIMENTOS DO FUTURO E A TECNOLOGIA NACIONAL
Com o crescimento econômico e a contínua expansão na afluência em vários países, os próximos 
anos terão uma ex plosão no consumo de alimentos. Essas mudanças terão im pacto mais significativo 
nos países em desenvolvimento. As previsões dos modelos econômicos indicam que a demanda por 
alimentos continuará a aumentar, em ritmo acelerado, pelo menos até 2025. 
Essas projeções têm efeitos impressi onantes. Apesar de a produção de alimentos hoje ser 
maior que a demanda, ainda é muito inferior diante das necessidades de ampliação. Desse 
modo, devem ser desenvolvidas novas tecnologias para dilatar a produção de alimentos, sempre 
respeitando o meio ambiente.
O Brasil tem um dos mais competentes órgãos públicos do mundo na área de agronegócios: a 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), fundada em 1973. Sob sua coordenação, 
o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA) desenvolveu tecnologias que mudaram a 
agropecuária do País. Formado por instituições públicas federais e estaduais, universidades, empresas 
privadas e fundações, o SNPA criou um conjunto de tecnologias para incorporação das áreas de Cerrado 
no sistema produtivo e tornou a região responsável por 40% da produção nacional de grãos. 
A soja foi adaptada às condições brasileiras e hoje o Brasil é o segundo maior produtor desse vegetal. 
A produção de leite aumentou. Alémdisso, programas de pesquisa específicos conseguiram organizar 
tecnologias e sistemas de produção para ampliar a eficiência da agricultura familiar e incorporar 
pequenos agentes ao agronegócio.
São incontestáveis os aperfeiçoamentos genéticos nos animais dirigidos relacionados à alimentação 
humana. Desde a mais remota antiguidade, no processo de domesticação dos animais, o ser humano 
vem buscando as espécies sadias, de crescimento rápido e de reprodução acelerada. Aparentemente isso 
nunca suscitou muitas críticas de conotação ética. As seleções continuaram se processando de geração 
a geração, e sempre com mais intensidade. 
A chegada das manipulações genéticas conscientes ao mundo animal provocou mudanças rápidas 
no setor da pecuária, notadamente no mundo da criação bovina. Foi aí que nasceram as biotecnologias, 
que hoje são transpostas para humanos, como: bancos de esperma, bancos de óvulos, inseminação 
artificial, “mães de aluguel”, tecnologia de congelamento de embriões e, mais recentemente, clonagem 
e detecção de sexo por técnicas de DNA. 
A década de 1960 foi marcada pelo aprimoramento das técnicas e dos conhecimentos acerca da 
“fertilização de proveta” em animais de laboratório. Com essas experiências, surgiram as indagações 
sobre as probabilidades de uso de outros animais como “incubadores de humanos”. Nos anos 1980, as 
transferências genéticas (as manipulações propriamente ditas) tornaram-se objeto de patenteamento.
Hoje é possível optar pela produção, em um determinado momento, de gado leiteiro ou de corte, 
por um frango com mais carne nas partes nobres e menos gordura, ou um porco mais magro, quase sem 
gordura etc.
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Unidade II
No mundo vegetal, as realizações transgênicas de maior vulto são: plantas resistentes a herbicidas, 
vírus e estresse abiótico, amadurecimento retardado de frutos, alteração da qualidade nutricional ou 
do sabor, fabricação de plantas inseticidas, dilatação da produção de substâncias úteis e criação de 
plantas ornamentais exóticas e de plantas biorreatoras, a fim de eliminar a necessidade de adubo. 
Há porcos, camundongos, carpas e dourados transgênicos com o gene do hormônio do crescimento 
humano. Na pecuária, a transgenia é realizada para acelerar o crescimento e aumentar o peso, 
para a “fabricação” de substâncias úteis, em geral, e para a “humanização” de animais usados para 
transplantes em seres humanos.
Nos Estado Unidos, a década de 1980 pode ser denominada “a década da corrida do ouro” 
rumo à associação com empresas do DNA. Também marcou o aparecimento e a diversificação das 
organizações biotecnológicas e bioindustriais de última geração nos países desenvolvidos. Definiu o 
aumento de gastos nas pesquisas, bem como o direcionamento prioritário dos investimentos estatais 
para a engenharia genética. 
Já, no fim dos anos 1980, acirrou-se a ofensiva dos países ricos no protecionismo desses negócios, 
tanto nos setores de pesquisas e transferência de tecnologia quanto nos processos de industrialização 
e comercialização dos bens produzidos. Enfim, aprimoraram-se, em todos os aspectos, os mecanismos 
destinados a manter o monopólio desses conhecimentos. 
O vínculo das empresas de engenharia genética com as estrelas das universidades, em especial 
biólogos moleculares, tornou-se patente e indissolúvel, incluindo célebres pesquisadores, acionistas, 
dirigentes e proprietários. Cabe ressaltar que essa ligação da universidade com os donos de companhias 
de engenharia genética é um fenômeno mundial. Isso evidencia que a universidade continua 
representando um campo muito fértil de ideias, pesquisas e novos saberes. Por isso, podemos afirmar 
que as organizações de engenharia genética em todo o mundo, inclusive no Brasil, denotam uma 
característica comum: originaram-se na universidade ou suas cabeças pensativas vieram de lá.
As joint ventures (associações) entre indústrias químico-farmacêuticas e grupos privados de 
biotecnologia representam um grande sucesso na área de captação de recursos financeiros para as 
pesquisas. Essa tendência se consolidou nos anos 1990 como a principal forma de angariar dólares para 
os novos projetos.
Ainda com referência aos impactos na economia e no mercado global, algumas questões merecem 
destaque, por exemplo, as provenientes da Ásia Menor, América do Sul e China. No Brasil, a Amazônia 
possui o banco genético mais rico em variabilidades genéticas do mundo. Não há dúvidas de que o 
nosso banco genético atrai os interesses estrangeiros e aguça os anseios de rapinagem dos países ricos.
No setor agrícola, plantas podem ser geneticamente mo dificadas, basicamente, com duas 
finalidades:
• o melhoramento de suas características agronômicas e qualidades nutricio nais;
• o uso das plantas como reatores biológicos para a produção de biomoléculas. 
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
Inicialmente, as plantas trans gênicas visavam apenas ao melhoramento agronômico por meio 
da introdução de genes capazes de conferir resistência a herbicidas e a ataques de insetos e 
microrganismos. Hoje elas também estão sendo ex ploradas para o desenvolvimento de alimentos 
que apresen tem conteúdo balanceado de aminoácidos, ou ainda que sejam enriquecidos em óleos 
insaturados e vitaminas para utilização industrial e médica. 
Exemplo de Aplicação
Você consome alimentos transgênicos? Realize uma breve pesquisa sobre o canadian oil low acid e 
explique por que ele é chamado de óleo de canola, por qual processo precisou passar para se tornar um 
óleo comestível, e por que hoje é vendido como uma opção saudável para a nossa dieta.
4.1 A agropecuária molecular
A agropecuária molecular é um ramo da biotecnologia que deverá formar a base do que pode ser 
denominado o agronegócio do futuro. Provavelmente estará associada não somente ao mercado de 
alimentos e derivados, mas também à sua expansão para o mercado de biomoléculas de alto valor 
agregado, feitas com plantas e animais por biofábricas. Um exemplo está na maior produção de proteína 
animal em um tempo menor. O salmão é geneticamente modificado para crescer mais rápido e com 
maior quantidade de proteína que a espécie selvagem do Atlântico.
Dessa maneira, o comércio de produtos de origens vegetal e animal, até então restrito ao mercado 
agropecuário, também será ampliado para o de fármacos, vacinas e novos materiais.
Ao longo dos últimos anos, o Brasil tornou-se uma das referências internacionais no desenvolvimento 
de sistemas de expressão de genes em plantas e geração de produtos trans gênicos da tecnologia do 
DNA recombinante, envolvendo culturas como a soja e o feijão. A soja constitui um dos componentes 
principais da pauta de exportação do Brasil. 
Objetivando redução de custos de produção, maior competitividade no mercado internacional e 
maior sustenta bilidade ambiental, foram criadas com tecnologia nacional plantas transgênicas de soja 
tolerantes a herbicidas.
Essas plantas transgênicas estão atualmente nos programas de melhoramento, o que permitirá o 
desenvolvi mento do produto até o mercado. O feijão é uma cultura que não é considerada commodity. 
É o exemplo de um produto da engenharia genética que tem um alto impacto benéfico na agricultura 
familiar; na área vegetal, é provavelmente o transgênico de maior amplitude social elaborado 
no mundo. O feijão é uma importante fonte proteica na dieta do bra sileiro, e tradicionalmente 
constituiu-se em alimento básico para as faixas mais carentes da população. 
O mosaico doura do do feijoeiro é a principal doença da cultura do feijoeiro na América Latina,especialmente no Brasil, sendo responsável por perdas na produção em torno de 40 a 85%, podendo 
chegar a 100%. É causada por um vírus, o vírus do mosaico dourado do feijoeiro (VMDF), que é transmitido 
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Unidade II
pela mosca branca (Beinisia tabaci L.). Visando controlar tal óbice, estudos da Embrapa e de ou tras 
instituições de pesquisas vêm sendo conduzidos desde a década de 1970, e são feitos por intermédio da 
busca de resistência varietal via cruzamento sexual. 
A resistência ao vírus foi obtida através da introdução de um gene isolado, o vírus do mosaico 
dourado do feijoeiro (VMDF), cau sador da doença nas plantas de feijão. Plantas transgênicas de 
feijão foram desenvolvidas contra o vírus, E assim ele foi desafiado. Os resultados demonstraram uma 
resistência efetiva à doença. As implicações da criação de um feijão transgê nico resistente ao VMDF 
estão associadas à aplicação da tecnologia do DNA recombinante em um modelo com signi ficativo 
impacto social, oferecendo uma nova solução para um problema crônico, que não pode ser solucionado 
através das tecnologias baseadas em cruzamentos varietais. 
No Brasil, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) liberou a comercialização do feijão 
transgênico em setembro de 2011. No entanto, no campo, essa variante de feijão não se comportou 
como em laboratório: realmente tornou-se resistente ao vírus do mosaico dourado, mas ficou suceptível 
a outro vírus, o carlavírus. Como o mosaico dourado é muito mais agressivo, a incidência de doenças 
provocadas pelo carlavírus era ofuscada.
Para garantir a qualidade do produto, a Emprapa está realizando mais testes e prevê o lançamento em 
2016 do primeiro feijão geneticamente modificado totalmente desenvolvido em uma empresa pública. 
Uma vez disponíveis para comercialização, sementes transgênicas de feijão deverão permitir ao 
pequeno produtor a quantidade do produto suficiente para o consumo familiar anual.
4.1.1 A pecuária molecular para a produção de biomoléculas
As espécies de caprinos, ovinos e bovinos são candidatos importantes para a produção comercial 
de proteínas re combinantes devido ao elevado nível de produção de leite e proteína, geralmente 
aceitos como fonte de dieta. O leite extraído dessas espécies tem sido extensamente caracteriza do, 
o que facilita o desenvolvimento das etapas para a purificação das proteínas recombinantes. Células 
animais têm sido utilizadas, em muitos casos, como única opção viável para a síntese de proteínas 
com modificações apropriadas.
A oportunidade de aplicar diferentes tipos de células animais abriu uma nova perspectiva prática e 
viável para a obtenção de animais transgênicos de médio e grande porte. 
A glândula mamária pode ser considerada atualmente uma excelente candidata a biorreator animal. 
Estudos exten sos têm demonstrado a possibilidade da produção de uma grande variedade de proteínas 
recombinantes no leite; muitas delas são proteínas complexas, como vários hormônios humanos.
Além disso, a glândula mamária é capaz de fornecer pro teínas recombinantes com uma 
densidade celular até mil vezes maior que a cultura de células, produzindo dezenas de gramas 
de proteína recombinantes por litro de leite por dia. Sistemas de produção que utilizam células 
em cultura podem gerar no máximo de 1 a 2 gramas por dia. Tendo como exemplo uma cabra 
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
com produção diária de leite de 2-4 litros, 10 ou mais gramas de proteína recombinante por 
litro podem ser produzidos, o que significa, por litro, mais matéria-prima que um biorreator 
de mil litros.
O leite contém proteínas que são naturalmente expressa s pela glândula mamária durante a lactação. 
As duas prin cipais categorias de proteínas produzidas no leite envolvem as caseínas e proteínas solúveis. 
A disponibilização de genes que está ocorrendo nos últimos anos tem induzido a crescente demanda 
pela produção de um grande número de biomoléculas recombinantes para diversas aplicações nas áreas 
humana, animal e industrial. A expressão de proteínas heterólogas, através de diferentes sistemas, 
incluindo a utilização de animais e plantas transgênicas para a produção de proteínas recombinantes, 
deverá prover uma fonte segura, renovável e com custo reduzido para a produção de proteínas 
biologicamente ativas e em larga escala. 
O emprego de plantas e animais transgênicos como biofábricas poderá permitir a expressão de 
proteínas bioquimicamente complexas e que não poderão ser produzidas de forma economicamente 
viável, seja em cultura de células animais, seja na de microrganismos.
Diante desse quadro, a agropecuária molecular deverá contribuir substancialmente para o 
desenvolvimento de sis temas agrícolas sustentáveis e para a geração de benefícios socio econômicos. 
Além do crescimento da população mundial, há outros fatores a serem considerados a fim de entender 
melhor de que forma a biotecnologia poderá contribuir para a solu ção de um complexo cenário no 
qual se destacam as reduções das terras apropriadas para o cultivo e para a necessidade de mini mizar a 
extração de recursos não renováveis, a fim de promover uma sustentabilidade em longo prazo. 
É essencial lembrar que a produtividade de diferentes culturas está es tagnada desde os recordes 
obtidos na década de 1970, e que a demanda por carne e leite deverá duplicar nas próximas décadas 
nos países em desenvolvimento. 
Outra importante questão a ser considerada é a da competitividade da produ ção agropecuária nos 
mercados nacional e internacional, bem como a possibilidade de ofertar produtos a custo mais redu zido. 
Esses fatores são altamente dependentes da eficiência da produção das commodities, dos cultivos de 
subsistência e da introdução de tecnologias no sistema produtivo. 
A intro dução de tecnologias na pecuária familiar poderá ser um instrumento fundamental e decisivo 
para a contínua e mais eficiente participação desse crucial setor do agronegócio na promoção social 
e econômica do Brasil. Apesar de pouco conhecido por algumas camadas da população, o setor da 
pecuária e agricultura familiar apresenta uma grande diversidade em relação ao seu meio ambiente, à 
situação e a tipos de produ tores, à aptidão às terras, à disponibilidade de infraestrutura, ao acesso ao 
crédito, às variações econômicas, entre outras.
O acesso à tecnologia denota muita variação tanto entre os pequenos agricultores como nos grandes 
produtores. A utilização da biotecnologia poderá contribuir para a solução de diferentes problemas 
e amplificar de forma ainda mais significativa os resultados atingidos pela agricultura familiar, com 
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Unidade II
profundos reflexos na qualidade de vida do agropecuarista familiar e no agronegócio moderno. 
Entretanto, tecnologias devem ser configuradas como parte de uma estratégia de desenvolvimento que 
requer análise e intervenções complementares. 
 Observação
O PIB é um indicador simplificado da distribuição de riqueza de um país. 
4.2 A agricultura do futuro
A função da agricultura tem sido a de proporcionar comida abundante, barata e de qualidade, 
bem como produzir fibras para vestir o homem. Parece provável que, neste terceiro milênio, possa 
desempenhar papel ainda mais relevante do ponto de vista científico e social. Essa atribuição está 
intimamente ligada à alocação cada vez maior do conhecimento científico para o desenvolvimento 
de alimentoscom diferentes valores, seja na forma de alimentos funcionais, seja na presença de 
vitaminas, de aminoácidos essenciais, de vacinas, ou simplesmente na produção de plantas com 
sabor adequado a cada paladar. 
Pesquisadores indicam que ainda neste século será possível desligar o ato de comer da função de 
obter nutrientes para a corrente sanguínea. Nesse ponto do desenvolvimento tecnológico, seremos 
capazes de comer o que quisermos, o que nos der prazer e realização gastronômica, portanto 
poderemos explorar sem reservas tudo o que os alimentos puderem propiciar em termos de sabor, 
textura e aroma. Assim, as novas biotecnologias serão fundamentais não só para a produção em 
quantidade de alimentos, mas também para a obtenção de plantas com características diferentes das 
atuais em termos de qualidades nutricionais e sensoriais. 
O aperfeiçoamento genético de plantas realizado hoje incorpora todas as etapas do processo 
de seleção natural, porém é realizado de forma dirigida e rápida pelo homem. O objetivo primário 
desses programas é tornar as plantas mais úteis à agricultura e ao homem, através de modificações 
genéticas, fazendo com que alguns caracteres sejam profundamente alterados em relação às 
populações não melhoradas.
A descoberta do código genético possibilitou a evolução das técnicas de clonagem em larga 
escala. As culturas que mais se beneficiaram dessas técnicas foram as do moranguinho, da banana 
e do eucalipto. No caso do morango, a clonagem dos melhores indivíduos promoveu aumentos de 
rendimento sem precedentes: de duas a três toneladas/ha para 20 toneladas/ha.
Com a manipulação gênica e a criação dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM), ficou 
disponível pela primeira vez uma tecnologia para ultrapassar a barreira entre espécies imposta pela 
reprodução sexual, dessa forma, todos os seres vivos passaram a fazer parte de um grande e único 
reservatório de genes.
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
 As inovações técnicas em manipulação genética atuais são como a descoberta das primeiras 
ferramentas e o fogo pelo homem das cavernas: uma vez adquirido o conhecimento, não é possível 
retroceder. O homem jamais vai esquecer que é possível mover genes de uma espécie para outra! 
Marcadores moleculares associados a genes de relevância agronômica permitem aumentar a 
eficiência e a precisão dos programas de melhoramento. A maior contribuição da engenharia genética 
é a criação e a identificação da variabilidade genética. Com isso, diversas plantas transgênicas com 
novos atributos foram criadas e lançadas comercialmente. 
As plantas transgênicas foram rapidamente adotadas pelos agricultores pelos seguintes motivos:
• facilitaram o manejo das plantas invasoras presentes nas culturas; 
• propiciaram uma alternativa de controle de plantas daninhas mais eficiente que as técnicas atuais.
Pela primeira vez, o homem tem à disposição o conhecimento e um conjunto de técnicas para 
realizar modificações profundas e redesenhar completamente os alimentos, tanto nos seus aspectos 
visuais – cor e forma –, como também na sua composição química. As principais alterações podem 
ser realizadas pela identificação e melhor compreensão sobre os mutantes naturais, pela construção 
e desenho de novos produtos através da combinação de mais de um mutante, pela instrução mais 
elevada das rotas metabólicas e identificação de enzimas-chave mais eficientes e pela possibilidade de 
transferência de genes entre espécies diferentes pelas técnicas da engenharia genética.
Essas mudanças podem ser quanto à textura e teor de amido, quanto ao valor nutricional, 
redirecionamento do metabolismo secundário, como vitaminas, aroma e sabor, compostos medicinais e 
fármacos como vacinas e anticorpos.
As áreas de produção do milho transgênico acumulando hormônio do crescimento humano (hgH) 
nas sementes serão suficientes para suprir a necessidade brasileira, e muitas vezes com um custo 
reduzido. Nas aplicações de plantas transgênicas como biorreatores, outros exemplos estão presentes 
na literatura, por exemplo, o desenvolvimento de alimentos enriquecidos com óleos “insaturados” e o 
“arroz dourado” que, através da introdução de transgenes, permitiu a biossintese de pró-vitamina A na 
semente de arroz, que era deficiente nesse nutriente. 
Existe ainda a perspectiva de alterações estáveis de genomas, por exemplo, de cloroplastos 
responsáveis pelo processo de fotossíntese, podendo resultar em altos níveis de expressão de proteínas, 
com o objetivo de aumentar o teor de vitamina E funcional em frutos de tomate. Tal iniciativa é um 
importante passo para o estabelecimento e a otimização da tecnologia em aplicações biotecnológicas, 
auxiliando no melhoramento nutricional das plantas e tornando possível a disponibilização – à população 
em geral – de uma fonte relativamente barata e de fácil acesso, com os mais altos níveis de vitamina E.
O uso e a combinação de alimentos específicos também podem contribuir para que a mistura das 
distintas proteínas em uma mesma refeição faça com que as deficiências de aminoácidos em uma delas 
seja complementada pelos excessos destes em outras, obtendo-se eventualmente um valor nutritivo 
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Unidade II
superior ao de cada integrante isoladamente. Entre algumas das culturas de maior produção mundial, 
predominam os cereais e as leguminosas, que apresentam determinadas particularidades em relação à 
composição química, não podendo individualmente suprir as necessidades nutricionais humanas. 
Nesse sentido, pode-se, por exemplo, combinar cereais que são deficientes em aminoácido lisina 
(mais treonina e triptofano) e que têm excesso de sulfurados com leguminosas que são deficientes em 
sulfurados, mas que contêm excesso de lisina. Por outro lado, cerca de dois terços da população mundial 
utilizam essencialmente arroz, milho, trigo e mandioca como fontes principais de proteínas, sendo a de 
origem animal ainda muito limitada. No caso de animais ruminantes, pelo fato de serem poligástricos, as 
diferentes fontes proteicas apresentam valor biológico equivalente, pois, após a ingestão e a fermentação, 
vão formar as proteínas dos microrganismos, que são, de fato, a fonte proteica para o animal.
Boa parte da população mundial, sobretudo, a dos países subdesenvolvidos, tem utilizado os cereais 
como a principal e muitas vezes como a única fonte proteica. Considerando um contexto geral mais 
amplo, que inclui aspectos biológicos, econômicos e sociais, isto é, o papel dos aminoácidos e proteínas 
e suas concentrações entre os diferentes grupos vegetais, tem ocorrido empenho no sentido da seleção 
e produção de cereais com conteúdo de aminoácidos mais adequado aos requisitos nutricionais da 
espécie humana, fazendo uso das distintas técnicas de manipulação genética para o melhoramento da 
qualidade nutricional desse grupo vegetal.
Apesar da reconhecida necessidade de aumentar a produção de grãos, melhorar o valor nutritivo 
dos vegetais vem sendo, há algum tempo, um ponto de consenso entre pesquisadores. Para isso, várias 
estratégias foram idealizadas com o intuito de produzir cereais com sementes acumulando lisina em 
concentrações mais elevadas nas sementes dos cereais. 
Quatro procedimentos e técnicas principais estão em testes:
• o melhoramento genético convencional; 
• a identificação de mutantes espontâneos em populações naturais;
• a indução de mutantes bioquímicos; e 
• a produção de plantas transgênicas. 
No caso das plantas transgênicas, amplas variações na estratégia são possíveis, favorecendo ainda 
mais a utilizaçãoda transformação de plantas e sua engenharia genética.
 Observação
A agricultura de precisão (AP) é um sistema de gerenciamento baseado 
na variação temporal e espacial da unidade produtiva.
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
4.3 As fazendas de fibras (fiber farms)
Plantações florestais constituem um recurso renovável de fundamental importância para atender 
à demanda global crescente por produtos derivados de biomassa lenhosa. Espécies florestais de rápido 
crescimento de eucalipto, pinheiro e álamo, entre outros, suprem, de forma sustentável, a demanda por 
biomassa lenhosas, que, de outro modo, viria de florestas nativas, principalmente dos trópicos, onde a 
taxa de fixação de carbono por unidade de área é significativamente maior. Nas próximas décadas, a 
ampliação de florestas industriais, as chamadas fiber farms (fazendas de fibra), será limitada pela redução 
de áreas disponíveis para esse fim. Produtividades florestais crescentes e refinamentos na qualidade dos 
produtos de madeira por meio de melhoramento genético tornar-se-ão cada vez mais estratégicos para 
todos os setores industriais de base florestal. 
A identificação direta de variações úteis em genes e em sequências associadas de DNA está 
fornecendo novas oportunidades para a manipulação genética precisa de característica de relevância 
silvicultural e industrial. 
O foco central da pesquisa genômica florestal tem sido o entendimento dos mecanismos genéticos, 
bioquímicos, moleculares e celulares envolvidos no processo de formação da madeira e, em menor 
escala, dos vários aspectos relacionados com a resistência a estresses bióticos a abióticos que afetam a 
saúde da floresta.
A madeira é um tecido exclusivo de vegetais superiores e contém grande parte do carbono fixado 
no ecossistema global. O acúmulo de xilema secundário na forma de madeira em árvores tem um 
papel fundamental do ponto de vista ecológico e econômico. Árvores estão entre os organismos mais 
antigos na Terra; dominam diversos ecossistemas e ocupam nichos ecológicos específicos, interagindo 
intimamente com microrganismos, com outros vegetais e animais.
Por milhares de anos, desde que os homens pré-históricos dominaram o fogo, a madeira foi o 
recurso mais comum para obter energia. Somente com a Revolução Industrial, fontes de energia 
derivadas de combustíveis fósseis, como o petróleo e o gás natural, se tornaram a principal fonte de 
energia no mundo. Muitos países em desenvolvimento, entretanto, ainda utilizam a madeira como o 
principal combustível.
A madeira é a matéria-prima empregada globalmente em diversos setores industriais baseados em 
florestas, que movimentam centenas de bilhões de dólares anualmente, envolvendo, entre outros, a 
produção de papel, celulose, fibras, móveis, cosméticos e madeira aplicada na construção civil. Nessa 
pujante indústria global, e tendo como alvo espécies florestais de rápido crescimento, é que a ciência 
genômica propõe gerar importantes saltos qualitativos e quantitativos de produção.
Embora um número crescente de espécies arbóreas seja objeto de estudos genômicos, os três 
principais gêneros que têm merecido as atenções da comunidade científica são: Populus, Eucaliptus 
e Pinus e algumas outras coníferas. Espécies desses gêneros apresentam características extremamente 
favoráveis em termos de crescimento, forma, adaptabilidade e qualidade da madeira para fins indutriais. 
No setor de celulose e papel, o Brasil tem participação ativa, como indica a figura a seguir; em A, temos a 
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Unidade II
produção de celulose; em B, de papel; em C, o saldo da balança comercial de papel e celulose. Os géficos 
trazem uma evolução da participação brasileira ao passar dos anos, desde 2003 até 2013, e as barras são 
representadas em mil toneladas.
Enquanto um grande esforço de pesquisa tem sido feito para desvendar aspectos do desenvolvimento 
de plantas agrícolas anuais, tais como arroz, soja e algodão, pouco se sabe sobre a base genética da 
evolução de espécies arbóreas perenes. 
A) Evolução da produção brasileira de celulose
(Em mil toneladas)
13
.9
77 1
5.
12
9
9.
06
9 9.
62
0
10
.3
52 1
1.
18
0
11
.9
97 12
.6
97 13
.3
15 14
.1
64
13
.9
22
16.000
15.000
14.000
13.000
12.000
11.000
10.000
9.000
8.000
7.000
6.000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
B) Evolução da produção brasileira de papel
(Em mil toneladas)
10
.2
60
10
.4
44
7.
91
6 8
.4
52
8.
59
7
8.
72
5 9.
01
0 9
.4
09
9.
42
8 9.
97
8
10
.1
59
11.000
10.000
9.000
8.000
7.000
6.000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
C) Balança comercial do setor de celulose e papel
(Em milhões de dólares)
Exportação
Export
Importação
Import
Saldo
Balance
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Figura 7 – Participação brasileira na produção de papel e celulose
O entendimento da ação conjunta e coordenada dos genes que controlam o processo de formação 
da madeira tem relevância não apenas do ponto de vista do conhecimento fundamental de processos 
biológicos, mas do impacto significativo em questões aplicadas de eficiência industrial e diversificação 
de produtos florestais. Por exemplo, na indústria de papel e celulose, estimativas recentes indicam que 
são produzidos no mundo cerca de 165 milhões de toneladas de celulose por ano, e o Brasil revela-se em 
quarto lugar no ranking mundial de produção, como mostram os dados da figura a seguir.
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
Celulose Papel
País mil toneladas País mil toneladas
1. EUA 50.351 1. China 102.500
2. China 18.198 2. EUA 74.375
3. Canadá 17.073 3. Japão 26.083
4. Brasil * 13.977 4. Alemanha 22.630
5. Suécia 11.672 5. Suécia 11.417
6. Finlândia 10.237 6. Coréia do Sul 11.333
7. Japão 8.642 7. Canadá 10.751
8. Rússia 7.519 8. Finlândia 10.694
9. Indonésia 6.710 9. Brasil 10.260
10. Chile 5.155 10. Indonésia 10.247
11. Índia 4.095 11. Índia 10.242
12. Alemanha 2.636 12. Itália 8.664
Demais 10.376 Demais 90.789
Total mundo 166.641 Total mundo 399.985
Figura 8 – Ranking mundial dos produtores de celulose e papel
Nos últimos anos, um crescente esforço está sendo realizado para investigar as bases moleculares da 
formação, estrutura e função da madeira. Entre as propriedades de interesse, podemos citar: 
• propriedades físicas: densidade básica, ângulo das microfibras, espessura da parede celular e 
comprimento das fibras;
• propriedades químicas: composição e abundância dos três principais componentes da madeira, 
a celulose, a hemicelulose e a lignina.
A dificuldade do estudo de coníferas como pinheiros, abetos e araucárias está na complexidade de 
seus genomas. Tais espécies possuem genomas cerca de 100 (cem) vezes maiores que o genoma de arroz 
e oito a doze vezes maiores que o genoma humano. Ainda exigen um longo tempo para a geração de 
descendências.
 Lembrete
O mapa de produtividade é uma ferramenta da agricultura de precisão 
que fornece a dimensão do desempenho de cada área durante a coleta 
da lavoura. É representado por um conjunto de pontos, e cada ponto é 
delimitado pela largura da plataforma da colheitadeira e pelo tempo 
percorrido (de2 a 3 segundos).
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Unidade II
 Resumo
A mecanização na agricultura foi um processo que seguiu uma 
tendência mundial de cuidados com a terra e de recursos desenvolvidos a 
fim de poupar mão de obra e trabalho. No Brasil, o incentivo das políticas 
públicas a partir da década de 1980 motivou o mercado das exportações 
o que, consequentemente, valorizou o mercado interno, pois demandou a 
produção de maiores quantidades de insumos voltados para a atividade.
Com o desenvolvimento das grandes metrópoles, a mecanização supriu 
boa parte da mão de obra dos emigrantes em busca de oportunidades nas 
grandes cidades. No entanto, com a implementação de maquinários, faltou 
mão de obra especializada no campo, abrindo uma nova área de trabalho 
para a sociedade.
 A utilização dos tratores foi promovida pelos Estados Unidos após a 
guerra civil, e a tendência à mecanização se disseminou pelo país nas grandes 
fazendas, bem como em pequenas propriedades. Os tratores evoluíram pela 
necessidade do aumento da produção das lavouras e devido à diminuição 
da disponibilidade de mão de obra no campo. A entrada dos tratores como 
máquinas agrícolas atribuiu um caráter empresarial ao homem do campo, 
trazendo amplas possibilidades de planejamento de tempo e de serviço, 
controlando melhor suas finanças.
Dentro da economia brasileira, o setor agropecuário, da agroindústria 
e os bens de serviço associados sempre tiveram grande participação no 
PIB, um indicador que compreende o volume de bens e produtos, serviços 
gerados e prestados.
A mecanização e os equipamentos de última geração auxiliam no 
aumento de produção. Todavia, perceber que a plantação não é uniforme 
e tirar proveito disso é ainda mais inteligente. E é exatamente isso que 
a agricultura de precisão faz. Todas as inovações implantadas pela 
agricultura de precisão com certeza foram marcadas pelo uso do sistema 
GPS. Entre as ferramentas da agricultura de precisão, estão: a amostragem 
georreferenciada, o mapeamento e condutividade elétrica do solo, os mapas 
de produtividade, as barras de luz, o piloto automático, o sensoriamento 
remoto e os drones.
As previsões dos modelos econômicos indicam que a demanda por 
alimentos continuará a aumentar em ritmo acelerado, pelo menos até 2025, 
acompanhando a expansão da população mundial. Além da mecanização 
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
no campo, destacam-se: as tecnologias associadas aos alimentos, a 
biologia molecular e o melhoramento genético aplicado na criação de 
animais e no cultivo de lavouras.
A utilização de plantas e animais transgênicos como biofábricas poderá 
permitir a expressão de proteínas bioquimicamente complexas que não 
podem ser produzidas, de modo economicamente viável, em cultura de 
células animais ou microrganismos. Diante desse quadro, a agropecuária 
molecular deverá contribuir muito para o desenvolvimento de sis temas 
agrícolas sustentáveis e para a geração de benefícios socio econômicos.
 Exercícios
Questão 1. (CEF 2012) O trator agrícola é a fonte de potência mais utilizada nas operações agrícolas, 
sendo que os tipos de solo induzem a diferentes respostas na sua eficiência de uso. A esse respeito, 
considere as afirmações a seguir: 
I – Em solos arenosos, a tração do trator pode ser aumentada pelo acréscimo na dimensão dos pneus.
II – Em solos argilosos com elevada umidade, o acréscimo de carga no trator evita o rolamento dos 
pneus, por aumentar a tração do trator. 
III – Em solos com condições normais de coesão e atrito interno, a tração do trator é afetada tanto 
pela área quanto pelo peso sobre esse solo. 
IV – Em um solo sem atrito interno, a ação de um componente de tração só pode ser aumentada 
pelo acréscimo da área de contato do pneu com a superfície desse solo. 
É correto apenas o que se afirma em:
A) I e II. 
B) I e III.
C) II e III.
D) III e IV.
E) I, III e IV.
Resposta correta: alternativa D.
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Unidade II
Análise das afirmativas
I) Afirmativa incorreta. 
Justificativa: em solos arenosos, o acréscimo de carga no trator evita o rolamento dos pneus, por 
aumentar a tração do trator.
II) Afirmativa incorreta. 
Justificativa: em solos argilosos com elevada umidade, a tração do trator pode ser aumentada pelo 
acréscimo na dimensão dos pneus.
III) Afirmativa correta. 
Justificativa: a tração depende do peso do trator e do peso que ele carrega. Quanto maior o peso do 
conjunto, maior será o atrito entre o trator e o solo, ou seja, maior será sua tração.
IV) Afirmativa correta. 
Justificativa: o fenômeno que faz o trator se mover é o atrito que seus pneus têm com o solo. Sem 
o atrito, o pneu giraria em falso, o trator não teria tração e ficaria parado. 
Questão 2. (Enade 2013, adaptada) Eucaliptos geneticamente modificados (GM) são cultivados em 
plantios experimentais no Brasil. O vegetal foi desenvolvido por meio da inserção do gene de outra 
espécie, a Arabidopsis thaliana, uma planta modelo muito usada em experimentos genéticos. Esse gene 
codifica uma das enzimas responsáveis pela formação de celulose. No caso do eucalipto, a inserção 
resulta em 20% a mais de volume de madeira e de até 40% mais na produtividade de bioenergia. A 
introdução de um novo gene também pode reduzir o tempo entre o plantio e a colheita. 
Disponível em: <http://www.portaldoagronegocio.com.br/>. Acesso em: 11 ago. 2013 
Preço
S1
S2
P1
P2
Q2 QuantidadeQ1
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
A função de produção, em determinado período, é a relação entre a quantidade física produzida e os 
insumos utilizados na produção de determinado bem ou serviço, dado o estado da tecnologia. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2008. 
Considerando o texto e o gráfico apresentados, avalie as afirmativas a seguir: 
I – O deslocamento da curva de oferta (S1 para S2) pode ser explicado pelo aumento na produtividade 
do eucalipto geneticamente modificado, Coeteris paribus, tendo em vista avanços tecnológicos na 
pesquisa de produtos geneticamente modificados. 
II – O deslocamento da curva de oferta (S1 para S2) pode ser explicado por reduções nos preços 
do eucalipto via concorrência de produtos importados, favorecidos pela apreciação cambial da moeda 
doméstica em relação à moeda estrangeira. 
III – A manipulação genética de árvores pode ajudar na preservação das matas nativas, tornando-se 
uma alternativa viável e sustentável para o agronegócio madeireiro, expandindo a oferta de madeira 
(S1 para S2). 
É correto apenas o que se afirma em: 
A) I. 
B) II. 
C) II e III. 
D) I e III. 
E) Todas as afirmativas estão corretas.
Resolução desta questão na plataforma.

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