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179 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA Unidade IV 7 ROTEIROS EXPERIMENTAIS I 7.1 Análise de medições A interpretação e análise dos dados é o tópico importante de um trabalho experimental. Para realizar essa análise, é fundamental o conhecimento mínimo da teoria das medidas e erros, a qual tem um alto grau de complexidade. Na sessão que segue, serão descritas definições simplificadas dessa teoria, e também muitos conceitos terão uma abordagem somente qualitativa. 7.1.1 Valor verdadeiro Para a compreensão do conceito de valor verdadeiro, considere o exemplo a seguir. Exemplo de aplicação Admita o segmento AB cujo comprimento é de 3,2 cm, medido com uma régua. Se a medição do segmento for feita com um paquímetro, o resultado será de 3,18 cm. Para melhorar a precisão, usou- se uma lupa. A ponta mais afastada é identificada como ponto B e encontra-se mais um algarismo na medição, resultando em 3,182 cm. Por meio do exemplo descrito anteriormente, nota-se que a noção de valor verdadeiro, embora intuitiva, torna-se desafiadora na prática. Portanto, faz-se necessária uma definição operacional de valor verdadeiro para ser utilizada. Em procedimentos experimentais, é comum e difundido que tal valor seja expresso por um resultado mais representativo (m) e um intervalo de dúvida (± ε). Essa forma de apresentação tenta garantir que o valor verdadeiro encontra-se dentro desse intervalo (m – ε; m + ε) com alto grau de probabilidade (~70%). 7.1.2 Precisão e incerteza instrumental A precisão instrumental é uma definição que apresenta algumas vertentes. No desenvolvimento dessa teoria, assume-se a definição de precisão instrumental que leva em conta a reprodutibilidade dos fenômenos a serem estudados. Sendo assim, define-se precisão instrumental como a menor grandeza que o instrumento é capaz de avaliar com alto índice de reprodutibilidade. Isso quer dizer que o instrumento terá como precisão a menor divisão apresentada por ele. 180 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV Como exemplo, considere a régua milimetrada. Admite-se como precisão desse instrumento a menor divisão: 1,0 mm. A incerteza instrumental é uma estimativa que quantifica a confiabilidade do resultado de uma medição. Generalizando, todo instrumento analógico terá incerteza definida como metade da sua menor divisão; e todo instrumento digital terá incerteza definida como uma unidade na última casa de leitura. Assumindo o mesmo exemplo anterior, considere uma régua milimetrada. Admite-se como incerteza desse instrumento metade da menor divisão: 0,5 mm. A escolha do instrumento de medida deverá ser feita em cada caso pelo operador, considerando as condições de utilização e adequação do equipamento de medida às medições que deseja aferir. 7.1.3 Série de medições Em muitos casos realizam-se várias medições da mesma grandeza, constituindo uma série obtida sob condições de repetibilidade. No momento em que se considera não serem completamente constantes as grandezas de influência que possam afetar o resultado da medição, ele é determinado com base em séries de observações. 7.1.3.1 Precisão e acurácia A fim de definir os conceitos de precisão e acurácia (exatidão), será utilizado como exemplo um conjunto de alvos atingidos por projéteis de diferentes armas manipuladas pelo mesmo atirador, e sempre nas mesmas condições (próxima figura). PRECISÃO: Dispersão entre os tiros. Se os tiros apresentarem pouca dispersão, a arma será precisa; se os tiros estiverem dispersos, a arma não será precisa. ACURÁCIA (EXATIDÃO): Acerto dos tiros no centro do alvo. Se os tiros acertarem, de certa forma, o alvo, a arma será acurada; se os tiros não acertaram o centro do alvo, a arma não será acurada. Por meio das definições apresentadas, a figura será analisada quanto à precisão e acurácia das armas nos quatro casos. ALVO (A): A arma é precisa e acurada. Precisa: pequena dispersão dos tiros. Acurada: os tiros acertaram o centro do alvo. ALVO (B): A arma é precisa, porém pouco acurada. Precisa: pequena dispersão dos tiros. Pouco acurada: os tiros não acertaram o centro do alvo, nem suas proximidades. ALVO (C): A arma é pouco precisa, porém é acurada. Pouco precisa: muita dispersão dos tiros. Acurada: os tiros acertaram o centro do alvo e suas proximidades. 181 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA ALVO (D): A arma é pouco precisa e pouco acurada. Pouco precisa: muita dispersão dos tiros. Pouco acurada: os tiros não acertaram o centro do alvo, nem suas proximidades. Alta acurácia Alta precisão Alta acurácia Baixa precisão Baixa acurácia Alta precisão Baixa acurácia Baixa precisão A) C) B) D) Figura 79 – Exemplo de precisão e acurácia Realizando um paralelo entre o exemplo anterior e uma série de medições, pode-se dizer que a série de medições será mais precisa quanto menor for a dispersão das medições entre si, e a série será mais acurada quanto mais próximo o valor verdadeiro da grandeza estiver do intervalo de dispersão das medições. 7.1.3.2 Interferência As interferências podem ser classificadas como sistemáticas e aleatórias. SISTEMÁTICAS: interferências que desviam as medições do valor verdadeiro sempre no mesmo sentido, ou seja, medições sempre maiores ou menores que o valor verdadeiro. 182 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV As interferências sistemáticas são responsáveis pela perda de acurácia (exatidão) da série de medições. Exemplos de interferências sistemáticas: • Defeitos de aferição do equipamento (balança descalibrada); • Alterações nas condições de aferição (escala métrica aferida a 20 °C e as medições utilizaram a escala métrica em outra temperatura); • Hábitos e vícios do experimentador, realizando leituras sistematicamente erradas. ALEATÓRIAS: interferências imprevisíveis a causas inconstantes, totalmente ignoradas ou mesmo mal conhecidas. Esse tipo de interferência afeta as medições desviando-as aleatoriamente para valores menores ou maiores que o valor verdadeiro. As interferências aleatórias são responsáveis pela perda de precisão da série, no aumento da dispersão das medições. Assim, é importante notar que não se pode corrigir toda interferência aleatória. 7.1.3.3 Desvios da série A fim de avaliar numericamente a dispersão da série, ou seja, o quanto, em média, as medidas da série desviam-se do seu valor médio, serão apresentados os cálculos que caracterizam a dispersão da série. A) DESVIO QUADRÁTICO MÉDIO (σ): N 2 i i 1 (x x) N = − σ = ∑ B) DESVIO PADRÃO DA SÉRIE (σP): N 2 i i 1 P (x x) N 1 = − σ = − ∑ Sendo: ix a i-ésima medição da série; x o valor médio da série; N o número de medições da série. 183 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA O desvio padrão da série, ou simplesmente desvio padrão, define a quantidade máxima que qualquer nova medição se distancia do valor médio da série ( x ), com 68% de confiabilidade (sem demonstração), ou seja, 68% de probabilidade de qualquer nova medição estar entre os valores: ( x – σP) e ( x + σP). 7.1.3.4 Erro da média (ε) O erro da média (ε) corresponde a 68% de probabilidade de que o valor verdadeiro não se afaste mais que ε dessa média x . P N σ ε= 7.1.4 Como apresentar um resultado 7.1.4.1 Série de medições A) Se o desvio padrão da série (σP) ≥ que a precisão instrumental (p): P p x xσ ≥ → = ± ε B) Se o desvio padrão da série (σP) < que a precisão instrumental (p): P p x x pσ < → = ± 7.1.4.2 Única medição Medida ±p 7.1.5 Algarismos significativos Os algarismos significativos são algarismos que têm significado físico. São significativos todos os algarismos contados da esquerda para a direita a partir do primeiro algarismo não nulo. Considere algumas observações fundamentais: • A quantidade de algarismos significativos não se altera devido a uma transformação de unidade. • Quaisquer zeros à esquerda não são considerados algarismos significativos. • A quantidade de casas decimais não corresponde, necessariamente, à quantidade de algarismos significativos. Os algarismos significativos de uma medida são todos os algarismos corretos somados ao primeiro estimado (duvidoso) (figura a seguir). 184 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV Exemplo: 0 1 2 3 4 5 cm Régua graduada Comprimento a ser determinado Leitura 4,35 cm Figura 80 – Medição de comprimento Os algarismos 4 e 3 da leitura são algarismos corretos, e o algarismo 5 é o algarismo duvidoso. Exemplos: 52,348 – 3 casas decimais e 5 algarismos significativos 0,0045 – 4 casas decimais e 2 algarismos significativos 48 × 10-5 – 2 algarismos significativos 0,00380 – cinco casas decimais e 3 algarismos significativos 72 – nenhuma casa decimal e 2 algarismos significativos 7.1.5.1 Regras de arredondamento A fim de não considerar todos os números apresentados na calculadora (erro grosseiro), é necessário utilizar as regras de arredondamento. a) Se o primeiro algarismo suprimido for menor (<) que 5, o anterior não muda. Exemplos: 2,71828 arredondando para 3 casas decimais – 2,718 4,425 arredondando para 1 casa decimal – 4,4 b) Se o primeiro algarismo suprimido for maior ou igual (≥) a 5, o anterior é acrescido de uma unidade. 185 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA Exemplos: 4,499 arredondando para 1 casa decimal – 4,5 115,5 arredondando para a unidade – 116 Considere como exemplo uma série de medições e, com base nessa série, tem-se: x = 4,9748 Pσ = 0,14717 P 50 σ ε = = 0,020813 A fim de simplificar a análise e a forma final de escrever o resultado formaliza-se escrever o intervalo de dúvida com um único significativo. Portanto, de acordo com o exemplo anterior: σP = 0,2 cm e ε = 0,02 cm. O valor médio deve ser escrito com, no máximo, um algarismo duvidoso, ou seja, o algarismo que é diretamente influenciado pelo intervalo de dúvida. Assim x = 4,98 cm. Em adição, afirma-se que o desvio padrão σP é maior que a precisão instrumental p. De acordo com os conceitos discutidos anteriormente, o resultado deverá ser apresentado como: P p x xσ ≥ → = ± ε → (4,98 ± 0,02) cm 7.2 Paquímetro O paquímetro é um instrumento que apresenta precisão superior à régua e à trena, além de permitir medições de diâmetros, profundidade e comprimentos. 7.2.1 Objetivos Manipulação do paquímetro e suas utilizações. Análise de dados. 7.2.2 Descrição do paquímetro O paquímetro é construído por duas escalas deslizantes. A escala principal equivale a uma régua e ao nônio. A figura a seguir apresenta uma vista do paquímetro com as descrições de cada parte. 186 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 1. Orelha fixa 8. Encosto fixo 2. Orelha móvel 9. Encosto móvel 3. Nônio ou vernier em polegadas 10. Bico móvel 4. Parafuso de fixação 11. Nônio ou vernier em milímetros 5. Cursor 12. Impulsor 6. Escala fixa em polegadas 13. Escala fixa em milímetros 7. Bico fixo 14. Haste de profundidade Figura 81 – Descrição do paquímetro A figura a seguir indica a utilização adequada do instrumento nas medições de várias grandezas. Figura 82 – Utilização do paquímetro 187 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 7.2.3 Princípio de medição A régua, geralmente, é dividida em centímetros e milímetros. Para medir um comprimento, coloca-se uma das suas extremidades em coincidência com o zero da régua e lê-se a divisão junto à qual se posiciona a outra extremidade (figura a seguir). 0 1 2 3 4 5 cm Régua graduada Comprimento a ser determinado Figura 83 – Medição de comprimento Se a grandeza a ser medida não contém um número exato de divisões da régua, lê-se então a divisão anterior ao ponto onde se acha a extremidade do comprimento a ser medido. Essa divisão dá a medida do comprimento por falta. Para avaliar com mais precisão essa medida, recorre-se ao nônio, também chamado vernier. O nônio é a escala do paquímetro que permite medir comprimentos menores do que 1 mm. Precisão é o menor comprimento que o paquímetro consegue avaliar com alto grau de confiabilidade. Pode-se calcular a precisão do paquímetro como sendo o inverso do número de divisões do nônio. 1 p número de divisões do nônio = 7.2.4 Exemplo prático Medir com o paquímetro o comprimento de uma peça. A figura a seguir representa a medição do comprimento da peça com o paquímetro. 188 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV Figura 84 – Medição do comprimento utilizando o paquímetro Nessa figura, o traço da escala do nônio, que coincide com o traço da escala principal (traço em vermelho), corresponde à terceira divisão da escala do nônio. O zero da escala do nônio está entre a sétima e a oitava da escala principal. Portanto o comprimento da peça está entre 7 e 8 mm. 1 1 p 0,1 mm número de divisões do nônio 10 = = = L = 7,0 + precisão × número de divisões do nônio até o traço coincidente L = 7,0 + 0,1 × 3 L = 7,0 + 0,3 L = 7,3 mm Na escala do nônio já está indicado o produto da precisão pelo número de divisão do nônio até o traço coincidente. No exemplo da figura anterior, o traço do nônio coincidente corresponde, portanto, a 0,3 mm. A próxima figura representa a medição do diâmetro de uma arruela com o paquímetro de 0,05 mm de precisão. 1 1 p 0,05 mm número de divisões do nônio 20 = = = 189 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA Figura 85 – Medição do diâmetro de uma arruela utilizando o paquímetro Para melhor visualização e entendimento do instrumento de medição, a figura a seguir ilustra um paquímetro de precisão 0,05 mm fornecendo uma leitura de 3,95 mm. Figura 86 – Ilustração de um paquímetro de precisão 0,05 mm 7.2.5 Roteiro experimental: paquímetro (prática I) 1. Qual é o objetivo deste experimento? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 190 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 2. Explique comose determina a precisão de um paquímetro. Indique a precisão do paquímetro utilizado no laboratório. Precisão do paquímetro p = mm. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3. Meça 10 vezes o diâmetro da esfera de vidro e anote as medidas na tabela indicada. Tabela 38 - Diâmetro da esfera de vidro (DV) Vi D (mm) V Vi(D D )(mm)− 2 2 V Vi (D D ) (mm)− 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3.1. Calcule o diâmetro médio. Considere N número de medições. V V V1 2 10 V D D ... D D N + + + = = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 191 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 3.2. Calcule o desvio padrão DVpσ com um algarismo significativo. 2 V VD iV p (D D ) N 1 ∑ − σ = − ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3.3. Compare DVpσ com a precisão p. Se DVpσ < p, o erro da média é D V pε = = _______________________________ Se DVpσ ≥ p, calcule o erro da média DVε , com um algarismo significativo, por meio da fórmula: DV p DV N σ ε = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3.4. Escreva o resultado da medição do diâmetro da esfera de vidro. V DV D ± ε = ______________________________________________________ 4. Meça 10 vezes o diâmetro da esfera de aço e anote as medidas na tabela indicada. Tabela 39 - Diâmetro da esfera de aço (DA) Ai D (mm) A Ai(D D )(mm)− 2 2 A Ai (D D ) (mm)− 1 2 3 192 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 4 5 6 7 8 9 10 4.1. Calcule o diâmetro médio. Considere N número de medições. A A A1 2 10 A D D ... D D N + + + = = ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4.2. Calcule o desvio padrão DApσ com um algarismo significativo. 2 A AD iA p (D D ) N 1 ∑ − σ = − ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4.3. Compare DApσ com a precisão p. Se DApσ < p, o erro da média é DA pε = = _______________________________ Se DApσ ≥ p, calcule o erro da média DAε , com um algarismo significativo, por meio da fórmula: DA p DA N σ ε = ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 193 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 4.4. Escreva o resultado da medição do diâmetro da esfera de aço. A DA D ± ε = ______________________________________________________ 5. Apresente o resultado final de cada medição: Diâmetro da esfera de vidro: V DVD ± ε = _______________________________ Diâmetro da esfera de aço: A DAD ± ε =________________________________ 6. Qual diâmetro medido possui maior precisão? Justifique sua resposta. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 7.2.6 Roteiro experimental: paquímetro (prática II) 1. Qual é o objetivo deste experimento? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2. Explique como se determina a precisão de um paquímetro. Indique a precisão do paquímetro utilizado no laboratório. Precisão do paquímetro p = mm. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Meça 10 vezes cada grandeza da peça circular vazada (diâmetro D, largura do furo L, comprimento do furo C e espessura E), ilustrada na figura a seguir, e anote as medições nas tabelas indicadas. 194 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV Figura 87 – Desenho esquemático da peça circular vazada 3. Meça 10 vezes o diâmetro D da peça circular vazada e anote as medições na tabela a seguir. Tabela 40 - Diâmetro da peça iD (mm) i(D D)(mm)− 2 2 i(D D) (mm)− 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3.1. Calcule o diâmetro médio. Considere N número de medições. 1 2 10D D ... DD N + + + = = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 195 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 3.2. Calcule o desvio padrão Dpσ com um algarismo significativo. 2 D p (Di D) N 1 ∑ − σ = − ______________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3.3. Compare Dpσ com a precisão p. Se Dpσ < p, o erro da média é D pε = =__________________________________ Se Dpσ ≥ p, calcule o erro da média Dε , com um algarismo significativo, por meio da fórmula: D p D N σ ε = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3.4. Escreva o resultado da medição do diâmetro. DD ± ε = ________________________________________________________ 4. Meça 10 vezes a largura do furo L da peça circular vazada e anote as medições na tabela a seguir. Tabela 41 - Largura do furo (L) iL (mm) i(L L)(mm)− 2 2 i(L L) (mm)− 1 2 3 4 5 6 7 196 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 8 9 10 4.1. Calcule a largura média. Considere N número de medições. 1 2 10L L ... LL N + + + = = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4.2. Calcule o desvio padrão Lpσ com um algarismo significativo. 2 L p (Li L ) N 1 ∑ − σ = − ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4.3. Compare Lpσ com a precisão p. Se Lpσ < p, o erro da média é L pε = =__________________________________ Se Lpσ ≥ p, calcule o erro da média Lε , com um algarismo significativo, por meio da fórmula: L p L N σ ε = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4.4. Escreva o resultado da medição da largura do furo. LL ± ε =_________________________________________________________ 5. Meça 10 vezes o comprimento do furo C da peça circular vazada e anote as medições na tabela a seguir. 197 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA Tabela 42 - Comprimento do furo (C) iC (mm) i(C C)(mm)− 2 2 i(C C) (mm)− 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 5.1. Calcule o comprimento médio. Considere N número de medições. 1 2 10C C ... CC N + + + = = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 5.2. Calcule o desvio padrão Cpσ com um algarismo significativo. 2 C p (Ci C) N 1 ∑ − σ = − ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 5.3. Compare Cpσ com a precisão p. Se Cpσ < p, o erro da média é C pε = = __________________________________ Se Cpσ ≥ p, calcule o erro da média Cε , com um algarismo significativo, por meio da fórmula: 198 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV C p C N σ ε = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 5.4. Escreva o resultado da medição da largura do furo. CC ± ε = _________________________________________________________ 6. Meça 10 vezes a espessura E da peça circular vazada e anote as medições na tabela a seguir. Tabela 43 - Espessura da peça (E) iE (mm) i(E E)(mm)− 2 2 i(E E) (mm)− 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 6.1. Calcule o comprimento médio. Considere N número de medições. 1 2 10E E ... EE N + + + = = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 199 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 6.2. Calcule o desvio padrão Epσ com um algarismo significativo. 2 E p (Ei E ) N 1 ∑ − σ = − ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 6.3. Compare Epσ com a precisão p. Se Epσ < p, o erro da média é E pε = = __________________________________ Se Epσ ≥ p, calcule o erro da média Eε com um algarismo significativo, por meio da fórmula: E p E N σ ε = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 6.4. Escreva o resultado da medição da largura do furo. EE ± ε = _________________________________________________________ 7. Apresente o resultado final de cada medição: Diâmetro da peça: DD ± ε = __________________________________________ Largura do furo: LL ± ε = ____________________________________________ Comprimento do furo: CC ± ε = _______________________________________ Espessura da peça: EE ± ε = _________________________________________ 8. Qual das grandezas medidas possui maior precisão? Justifique sua resposta. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 200 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 7.3 Micrômetro O micrômetro é um instrumento que apresenta precisão superior a trena, régua e paquímetro. Suas medidas são da ordem de mícron (µ), que em notação científica equivale a 10–6 m. 7.3.1 Objetivos Familiarização com o micrômetro. Medições e análise de dados. 7.3.2 Descrição do micrômetro O micrômetro, mesmo sendo um instrumento de precisão superior à do paquímetro, é menos versátil. A figura a seguir descreve as várias partes de um micrômetro típico. 0,01 mm 0,25 mm Figura 88 – Descrição do micrômetro 7.3.3 Princípio de medição O princípio de funcionamento do micrômetro consiste em um parafuso micrométrico (ou catraca, conforme a figura anterior) de alta precisão, acionado por meio de um sistema de fricção que limita o esforço com o qual se pode apertar o parafuso. Assim, gira-se o parafuso micrométrico sempre pelo local adequado,chamado de manga móvel com fricção, a qual gira em falso a partir de um certo esforço, evitando danos irreparáveis na precisão do micrômetro. 201 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA O passo do parafuso micrométrico corresponde a meio milímetro (0,5 mm), ou seja, cada giro completo do parafuso sofre translação de meio milímetro. Esses deslocamentos são lidos na escala milimetrada (escala fixa). Se o passo do parafuso micrométrico corresponde a meio milímetro (0,5 mm) e o tambor tem 50 divisões, a precisão do micrômetro será de: 0,5 mm p 0,01 mm 50 = = A incerteza instrumental é definida como metade da menor divisão da escala, o que confere o nome de micrômetro ao instrumento. 60,01 mm 0,005 mm 5 10 m 2 −σ = = = × 0,01 mm 1 divisão Figura 89 – Representação da precisão de um micrômetro 7.3.4 Exemplo prático Na próxima figura, estão dois exemplos de leitura no micrômetro com precisão de 0,01 mm. Para realizar a leitura da medida com um micrômetro, é necessário realizar 3 passos: 1º passo: leitura dos milímetros inteiros na escala (superior) da bainha. 2º passo: leitura dos meios milímetros na escala (inferior) da bainha. 3º passo: leitura dos centésimos de milímetro na escala. 202 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 17 mm 0,32 mm 0,5 mm ( ) ( ) ( ) 17,000 mm escala dos mm da bainha 0,500 mm escala dos meios mm da bainha 0,320 mm escala centesimal do tambor 17,820 mm leitura total + Figura 90 – Exemplo de leitura com micrômetro 23 mm 0,09 mm 0,00 mm ( ) ( ) ( ) 23,000 mm escala dos mm da bainha 0,000 mm escala dos meios mm da bainha 0,090 mm escala centesimal do tambor 23,090 mm leitura total + Figura 91 – Exemplo de leitura com micrômetro Para melhor visualização e entendimento do instrumento de medição, a figura a seguir ilustra um micrômetro fornecendo uma leitura de 5,780 mm. 203 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA Figura 92 – Ilustração de um micrômetro de precisão 0,01 mm 7.3.5 Roteiro experimental: micrômetro 1. Qual é o objetivo deste experimento? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2. Explique como se determina a precisão de um micrômetro. Indique a precisão do micrômetro utilizado no laboratório. Precisão do micrômetro p = mm. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3. Meça 10 vezes o diâmetro da esfera de vidro e anote as medidas na tabela indicada. 204 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV Tabela 44 - Diâmetro da esfera de vidro (DV) Vi D (mm) V Vi(D D )(mm)− 2 2 V Vi (D D ) (mm)− 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3.1. Calcule o diâmetro médio. Considere N o número de medições. V V V1 2 10 V D D ... D D N + + + = = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3.2. Calcule o desvio padrão DVpσ com um algarismo significativo. 2 V VD iV p (D D ) N 1 ∑ − σ = − ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3.3. Compare DVpσ com a precisão p. Se DVpσ < p, o erro da média é D V pε = = _______________________________ 205 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA Se DVpσ ≥ p, calcule o erro da média em DVε , com um algarismo significativo, por meio da fórmula: DV p DV N σ ε = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3.4. Escreva o resultado da medição do diâmetro da esfera de vidro. V DV D ± ε = ______________________________________________________ 4. Meça 10 vezes o diâmetro da esfera de aço e anote as medidas na tabela indicada. Tabela 45 - Diâmetro da esfera de aço (DA) Ai D (mm) A Ai(D D )(mm)− 2 2 A Ai (D D ) (mm)− 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4.1. Calcule o diâmetro médio. Considere N número de medições. A A A1 2 10 A D D ... D D N + + + = = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 206 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 4.2. Calcule o desvio padrão DApσ com um algarismo significativo. 2 A AD iA p (D D ) N 1 ∑ − σ = − ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4.3. Compare DApσ com a precisão p. Se DApσ < p, o erro da média é DA pε = = _______________________________ Se DApσ ≥ p, calcule o erro da média em DAε , com um algarismo significativo, por meio da fórmula: DA p DA N σ ε = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4.4. Escreva o resultado da medição do diâmetro da esfera de aço. A DA D ± ε = _____________________________________________________ 5. Apresente o resultado final de cada medição: Diâmetro da esfera de vidro: V DV D ± ε = _______________________________ Diâmetro da esfera de aço: A DA D ± ε = ________________________________ 6. Qual diâmetro medido possui maior precisão? Justifique sua resposta. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 207 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 8 ROTEIROS EXPERIMENTAIS II 8.1 Queda livre Queda livre é um movimento vertical que ocorre nas proximidades da superfície terrestre, em que um objeto é abandonado no vácuo ou em um local onde a resistência do ar é desprezível. 8.1.1 Objetivo Medir as posições ocupadas por um objeto, em queda livre, em função do tempo, a fim de determinar a aceleração da gravidade do local. 8.1.2 Introdução teórica A queda de um corpo abandonado, próximo ao solo, foi um dos primeiros movimentos que os pensadores da Antiguidade tentaram explicar. Figura 93 – Ilustração de Galileu Galilei em um dos seus experimentos sobre a queda livre dos corpos Galileu realizou uma série de experiências sobre a queda livre dos corpos e, quando foi desprezada a resistência do ar, chegou às seguintes conclusões: • Todos os corpos, independentemente de seu peso ou massa, caem com a mesma aceleração. Próximo da superfície da Terra, a velocidade de queda é proporcional ao tempo, isto é, a aceleração é constante. 208 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV • As distâncias percorridas pelos corpos abandonados em queda livre são proporcionais ao tempo de queda ao quadrado, ou seja, a função horária obedece a uma função do segundo grau. Se a aceleração é constante, S = f(t) é uma função do segundo grau. Sendo assim, conclui-se que o movimento de queda livre obedece a um movimento uniformemente variado (MUV). Nomeia-se aceleração da gravidade a aceleração constante de um movimento de queda livre, representada pela letra g. Seu valor é levemente variável, com a latitude do lugar, altitude, presença de montanhas vizinhas etc. É menor no equador que nos polos devido à rotação da Terra: • No equador: g = 9,789 m/s2. • Nos polos: g = 9,823 m/s2. O valor normalmente utilizado para aceleração da gravidade é tomado ao nível do mar a uma latitude de 45°. g = 9,80665 m/s2 De acordo com o diagrama de forças durante o movimento de queda livre do corpo (figura a seguir), admite-se: S(t) 0 P +g Referência Figura 94 – Diagrama de forças de um corpo em queda livre F m aΣ = ⋅ yF m aΣ = ⋅ P m a= ⋅ m g m a⋅ = ⋅ → a = g(constante) Considerando a trajetória orientada para baixo (figura a seguir), definem-se as equações que regem o movimento de queda livre. 209 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA S(t) 0 v0 S0 +g Referência Figura 95 – Desenho esquemático de um corpo em queda livre Equações do movimento de queda livre Substituindo a aceleração a do MUV pela aceleração da gravidade local g: 2 0 0 0 2 2 0 1 S S v t g t 2 v v g t v v 2g S = + ⋅ + ⋅ = + ⋅ = + ⋅∆ 8.1.3 Material utilizado • Arranjo experimental de queda livre; • 2 fotocélulas; • Cronômetro; • Esferas de diversos diâmetros. 8.1.4 Procedimento experimental A seguir estão descritas as etapas da montagem para o estudo de um corpo em movimento de queda livre. 1) Montar o arranjo experimental da próxima figura. 2) Alinhar o prumo do trilho por meio dos parafusos de níveis. 3) Ligar o eletroímã e prender a esfera. 210 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 4) Fixar a fotocélula (1) bem próximo da esfera a fim de garantir que v0 = 0 e S0 = 0. Deixá-la parada durante a execução da experiência. 5) Fixar a fotocélula (2) a 20 cm da fotocélula (1) e liberar a esfera. 6) Anotar o tempo que a esfera demora para percorrer 20 cm. 7) Movimentando a fotocélula (2), aumentar a distância para 40 cm, 60 cm, 80 cm, 100 cm, 120 cm e medir os respectivos intervalos de tempo. Cesta aparadora da esfera Ligação do eletroímã Eletroímã Esfera Fotocélula (1) Fotocélula (2) CronômetroFio de prumo LuzS Trilho de alumínio Parafuso de nível Parafuso de nível Figura 96 – Desenho esquemático detalhado do aparato experimental para o estudo do movimento de queda livre Figura 97 – Aparato experimental usado para o estudo do movimento de queda livre 211 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 8.1.5 Roteiro experimental: queda livre 1. Qual é o objetivo do experimento? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2. Indicar os instrumentos de medição utilizados e suas respectivas precisões. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3. Preencher a tabela a seguir, de acordo com o procedimento experimental. Tabela 46 S(cm) t1(s) t2(s) t3(s) 1 2 3 t t t t (s) 3 + + = t2(s2) 0 0 0 0 0 0 20 40 60 80 100 120 212 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 4. Construir em papel milimetrado o gráfico do espaço (S) em função do tempo (t). 213 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 5. Construir em papel milimetrado o gráfico do espaço (S) em função do quadrado do tempo (t2). 214 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 6. A partir do gráfico S × t2, determinar a aceleração da gravidade. Sabendo-se que: 2 1 S g t 2 = ⋅ e 2 S g 2 t ∆ = ∆ . ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 7. Sabendo-se que gteórico = 9,80 m/s 2 = 980 cm/s2 ao nível do mar, calcular o desvio percentual na determinação de g. teórico calculado teórico g g Desvio (%) 100 g − = × ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 8.2 Cinemática A Cinemática é o lado da Mecânica que estuda conceitos relacionados ao movimento dos objetos, independentemente das causas desse movimento. As principais grandezas estudadas na Cinemática são: posição, velocidade, aceleração e tempo. Na Cinemática o objetivo é estabelecer as posições que os objetos ocupam ao longo do tempo e suas velocidades. 1 m 0 S = -2m S = +2m S = 0 Ordem dos espaços Referência Escala Trajetória orientada Figura 98 – Exemplo de um objeto que se movimenta por uma trajetória indicando as posições ao longo do tempo 215 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 8.2.1 Objetivo Estudar o movimento unidimensional de uma partícula. 8.2.2 Introdução teórica Nesse experimento o movimento estudado é unidimensional, portanto será utilizada apenas uma coordenada para posicionar o móvel: x = x(t). Sendo assim: 2 2 dx v(t) dt dv d x a(t) dt dt = = = Considere o móvel em um plano inclinado sem atrito, cuja aceleração na direção do movimento seja constante. Sendo assim, esse objeto obedece a um movimento uniformemente variado (MUV). θ θ P +g x y N Figura 99 – Desenho esquemático de um móvel desenvolvendo um movimento em um plano inclinado sem atrito De acordo com o diagrama de forças, admite-se: � � F m a F m a P sen m a m g sen m a a g sen x � � � � � � � � � � � � � � � � � (constante) Como o objeto obedece a um MUV, as equações horárias que regem o movimento são: x x v t a t v v a t a g sen � � � � � � � � � � 0 0 2 0 1 2 � (constante) 216 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV No experimento adota-se espaço e velocidade iniciais iguais a zero (x0 = 0 e v0 = 0). Portanto as equações horárias mostradas anteriormente se apresentam como: x a t v a t � � � � 1 2 2 8.2.3 Material utilizado • Trilho de ar; • Fotocélulas; • Trena ou régua; • Cronômetro digital ligado às fotocélulas; • Compressor de ar. 8.2.4 Procedimento experimental A seguir estão descritas as etapas da montagem para o estudo do movimento unidimensional de uma partícula. 1) Montar o arranjo experimental da próxima figura. 2) Fixar a fotocélula (1) no ponto A. A fotocélula (2) é deslocada ao longo do trilho de 10 cm em 10 cm a partir do ponto A. 3) Deslocar o carrinho inicialmente bem próximo do ponto A a fim de garantir que v0 = 0 e x0 = 0. 4) Ligar o compressor de ar e ajustar a saída de ar de modo a garantir que a força de atrito seja desprezível entre o trilho e o carrinho. 5) Fixar a fotocélula (2) a 10 cm da fotocélula (1) e liberar o carrinho a partir do repouso, no ponto A. 6) Anotar a leitura do tempo no cronômetro para o carrinho atingir o ponto B genérico a uma distância de 10 cm do ponto A. 7) Movimentando a fotocélula (2), aumentar a distância para 20 cm, 30 cm, 40 cm, 50 cm, 60 cm, 70 cm, 80 cm e anotar os respectivos intervalos de tempo. 8) Anotar o ângulo de inclinação do trilho de ar. 217 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA Compressor Carrinho Fotocélulas Ar com prim ido A B θ Cronômetro Figura 100 – Desenho esquemático detalhado do aparato experimental para o estudo do movimento unidimensional de uma partícula Figura 101 – Aparato experimental usado para o estudo do movimento unidimensional de uma partícula 218 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 8.2.5 Roteiro experimental: Cinemática 1. Qual é o objetivo do experimento? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2. Indicar os instrumentos de medição utilizados e suas respectivas precisões. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3. Preencher a tabela a seguir de acordo com o procedimento experimental. Tabela 47 θ = (inclinação do trilho de ar) x(cm) t(s) t2(s2) 10 20 30 40 50 60 70 80 219 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 4. Construir em papel milimetrado o gráfico do espaço (x) em função do tempo (t). 220 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 5. Construir em papel milimetrado o gráfico do espaço (s) em função do quadrado do tempo (t2). 221 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 6. A partir do gráfico (S × t2), determinar a aceleração do movimento. Sabendo-se que: 2 1 x a t 2 = ⋅ e 2 x a 2 t ∆ = ∆ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 7. Sendo a = g . senθ, determinar a aceleração da gravidade (g). ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 8. Sabendo-se que g teórico = 9,80 m/s 2 = 980 cm/s2 ao nível do mar, calcular o desvio percentual na determinação de g. teórico calculado teórico g g Desvio (%) 100 g − = × ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________9. A partir dos resultados experimentais, o movimento do carrinho pode ser caracterizado como um movimento uniformemente variado (MUV)? Justifique. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 222 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 8.3 Lançamento de projéteis (plano de Packard) O lançamento de projéteis, conhecido também por ser um movimento oblíquo, é composto de dois movimentos: um na vertical e outro na horizontal. Como exemplo, considere uma pedra arremessada de certa angulação com a horizontal, ou mesmo uma bola sendo chutada descrevendo um determinado ângulo com a horizontal. A seguir estão ilustrados dois exemplos de lançamento de projéteis. Componente vertical da velocidade de lançamento Componente horizontal da velocidade de lançamento Velocidade de lançamento oblíquo. Faz um ângulo alfa com a horizontal Para um observador externo, a trajetória é parabólica Voy Vox Vo α Figura 102 – Lançamento de uma bolinha por meio de um estilingue 1,0 m α V0 Figura 103 – Lançamento de uma pedra por meio de uma catapulta 8.3.1 Objetivos Estudar os princípios físicos que regem o movimento de projéteis. Determinar a velocidade de lançamento de um projétil. 223 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 8.3.2 Introdução teórica Um projétil é lançado horizontalmente com velocidade inicial v0. Desprezando a resistência do ar, a trajetória do projétil será parabólica, conforme mostrado na figura a seguir. h O X y A Solo V0 V0 V g Vy Figura 104 – Lançamento de um projétil desenvolvendo uma trajetória parabólica No eixo x, o projétil descreve um movimento retilíneo e uniforme (MRU), obedecendo, portanto, às condições que seguem: x 0v v= (constante) 0 0 x x v t t v = ⋅ → = (I) No eixo y, o projétil descreve um movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV), obedecendo, portanto, às condições que seguem: y y 0y a g (constante) v v g t = = + ⋅ Sendo v v g ty y0 0� � � � 2 0 0y 1 y y v t g t 2 = + ⋅ + ⋅ Considerando 0y 0= ; 0yv 0= → 21y g t 2 = ⋅ (II) 224 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV Substituindo as equações I e II e rearranjando as grandezas: 2 0 1 x y g 2 v = ⋅ → 22 0 g y x 2v = ⋅ (III) A equação da trajetória do projétil é representada pela equação III, cuja curva característica é dada por uma parábola. 8.3.2.1 O plano de Packard O plano de Packard é um instrumento metálico, em forma de rampa. Coloca-se sobre a placa uma folha de papel milimetrado e por cima desta uma folha de papel carbono. Por essa rampa, lança-se, sobre o plano, uma esfera de aço que entra com direção praticamente horizontal. Verifica-se que sobre o papel milimetrado ficará marcada a trajetória da esfera em queda. Como o plano tem um ângulo de inclinação com a bancada, a aceleração da esfera segundo o eixo y, no qual o projétil descreve um MRUV, não será a aceleração da gravidade (g), mas, sim, uma fração dela. Dessa forma, as equações II e III sofrerão modificações. A aceleração segundo o eixo y será determinada pelas leis da Dinâmica. Conforme indicado na figura a seguir e supondo desprezível a força de atrito entre o projétil e o plano inclinado, a esfera descreverá o movimento sob a ação das forças peso e normal. θ θθ P Fy +g+g N Figura 105 – Lançamento de um projétil pelo plano de Packard De acordo com o diagrama de forças, admite-se: � � F m a F m a P sen m a m g sen m a a g sen y � � � � � � � � � � � � � � � � � (constante) ((IV) Portanto, a = g . senθ é a aceleração do movimento ao longo do plano. 225 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA Como o objeto obedece a um MRUV no eixo y, a equação horária que rege o movimento nesse eixo é: 21y a t 2 = ⋅ → Substituindo a aceleração (a) pela equação IV: 21y g t sen 2 = ⋅ ⋅ θ (V) E, como o objeto obedece a um MRU no eixo x, a equação horária que rege o movimento nesse eixo é: 0 0 x x v t t v = ⋅ → = → Substituindo o tempo (t) na equação V: 2 2 0 1 x y g sen 2 v = ⋅ ⋅ θ (VI) Reescrevendo a equação VI e comparando com uma equação do 2º grau, tem-se: 2 2 2 0 1 sen y g x y K x 2 v θ = ⋅ ⋅ → = ⋅ Portanto, 2 0 1 sen K g 2 v θ = ⋅ (VII) 8.3.3 Material utilizado • Plano de Packard; • Papel milimetrado e papel carbono; • Régua; • Esfera. 8.3.4 Procedimento experimental A seguir estão descritas as etapas da montagem para o estudo do lançamento de projéteis por um plano de Packard. 1) Nivelar o plano de Packard. 2) Montar o arranjo experimental prendendo as folhas de papel milimetrado e carbono. 226 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 3) Ajustar a rampa de lançamento de tal forma que a esfera entre no plano seguindo a direção do eixo x. 4) Fazer a esfera cair sobre o plano. 5) Medir o ângulo de inclinação do plano de Packard. 6) Retirar o papel milimetrado marcado com a trajetória desenvolvida pela esfera, por meio do papel carbono. 7) A partir da trajetória obtida no papel milimetrado, anotar 10 pontos à sua escolha (10 pares ordenados (x,y)). Figura 106 – Aparato experimental (plano de Packard) usado para o estudo do movimento oblíquo de um projétil 8.3.5 Roteiro experimental: lançamento de projéteis (plano de Packard) 1. Qual é o objetivo do experimento? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 227 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2. Indicar os instrumentos de medição utilizados e suas respectivas precisões. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3. Preencher a tabela a seguir, de acordo com o procedimento experimental. Tabela 48 θ = (inclinação do plano de Packard) x(cm) y(cm) x2(cm2)228 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV 4. Construir em papel milimetrado o gráfico de x2 em função de y. 229 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 5. A partir do gráfico anterior, calcular a constante K. Sabendo que: 2 y K x ∆ = ∆ → inclinação da reta obtida no gráfico x2 versus y. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 6. Determinar o valor v 0 considerando a aceleração da gravidade g = 9,8 m/s 2 = 980 cm/s2. Sabendo que: 2 0 1 sen K g 2 v θ = ⋅ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 7. Calcular o tempo total do movimento, lembrando que no eixo x o movimento obedece a um MRU. Assim, a equação horária no alcance máximo (xmáx) será: máx máx 0 total total 0 x x v t t v = ⋅ → = ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 230 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV Resumo Nesta unidade, estudou-se um pouco de Mecânica na prática, trabalhando-se em experiências que contemplaram os conceitos básicos de análise de medições, Dinâmica, Cinemática e medida de grandezas. No primeiro estudo, discutiu-se a análise de medições, noção importante para o tratamento dos resultados experimentais. Conceitos fundamentais foram abordados, como processo de medição, precisão experimental, séries de medições, desvios da série, erro da média e apresentação de resultados. As primeiras aulas práticas descreveram um instrumento de medição chamado paquímetro, ensinando como utilizá-lo de forma apropriada. Foram vistas as principais causas de erro nesse tipo de medição e os cuidados na utilização do instrumento. Em seguida, a prática introduziu o micrômetro, outro instrumento de medição, porém de forma física e precisão distintas do paquímetro. Os cuidados com seu manuseio e armazenamento foram mostrados durante a prática. A gravidade local foi determinada por meio do experimento de queda livre desenvolvido por Aristóteles. Este acreditava que um corpo de maior massa, em comparação a outro de menor massa e abandonado em queda livre ao mesmo tempo, tocaria o solo primeiro. Posteriormente, o pai da experimentação, Galileu, comprovaria de forma prática que ambos os corpos em queda livre chegam ao solo ao mesmo tempo. O experimento de Cinemática estudou o movimento unidimensional da partícula. Um carro se desloca por um trilho de ar inclinado e sensores posicionados ao longo do trilho acionam a contagem de tempo num cronômetro digital. A partir desses dados, determinou-se a aceleração da gravidade local. Por fim, estudou-se o comportamento de um projétil lançado sob a ação da gravidade. Decompondo-se a velocidade em dois eixos (x e y), os movimentos foram analisados separadamente. Na vertical o movimento do projétil é uniformemente variado, e na horizontal o movimento é uniforme. Exercícios Questão 1. (Enade 2014) Uma empresa desenvolve, fabrica e vende equipamentos de medição de alta tecnologia. Atualmente a equipe de engenharia de um determinado produto desenvolve um novo 231 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA instrumento de medição. Quatro protótipos do equipamento foram manufaturados e submetidos a teste. Uma peça padrão com dimensão de 50 mm foi usada como padrão de referência. Cada protótipo do instrumento foi utilizado para fazer sete medições na dimensão da peça padrão por um mesmo operador. Os resultados são apresentados na figura a seguir. O centro do alvo representa o valor verdadeiro da dimensão da peça padrão e os pontos representam os resultados das sete medidas da característica. Instrumento A Instrumento C Instrumento B Instrumento D Figura 107 Com relação aos resultados mostrados na figura e às definições de exatidão (capacidade de medir corretamente, em média, o verdadeiro valor da característica) e precisão (variabilidade inerente às medidas), avalie as seguintes afirmações conforme o que a equipe de engenharia do produto da empresa deveria inferir. I – O instrumento A é mais exato que o instrumento C e ambos são precisos. II – O instrumento D é mais exato que o instrumento B e ambos não são precisos. III – Os instrumentos A e B são exatos, mas o instrumento A é mais preciso que o instrumento B. IV – Os instrumentos C e D são exatos, mas o instrumento C é mais preciso que o instrumento D. V – O instrumento A é mais exato que o instrumento D, mas o instrumento D é mais preciso que o instrumento A. É correto apenas o que se afirma em: A) II, III e IV. B) I, III e V. 232 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Unidade IV C) I, IV e V. D) II e IV. E) I, II, III e IV. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I – Afirmativa falsa. Justificativa: o instrumento A é preciso e o B não. Vale ressaltar que ambos não são exatos. II – Afirmativa verdadeira. Justificativa: a média do instrumento D está próxima ao valor-alvo, embora ele não seja preciso. O instrumento B, além de não ser preciso, também não é exato. III – Afirmativa falsa. Justificativa: os instrumentos A e B não são exatos. IV – Afirmativa verdadeira. Justificativa: os instrumentos C e D são exatos (a média das medidas é próxima ao valor-alvo), e o instrumento C tem seus valores muito mais próximos do valor exato que o instrumento D. V – Afirmativa falsa. Justificativa: o instrumento A é mais preciso que o instrumento D. O instrumento D é mais exato que A. Questão 2. O futebol é um dos esportes mais conhecidos e apreciados no mundo. Nas partidas, que são disputadas em um campo de forma retangular, com largura entre 30 m e 40 m e comprimento entre 50 m e 60 m, o objetivo, para ser vencedor, é fazer mais gols que o adversário. Em uma partida entre dois times, um dos jogadores, que possui a capacidade de chutar a bola com velocidade de 95 km/h, está em sua defesa e observa que o goleiro do outro time está longe do gol que deve defender. Ele chuta a bolafazendo com que sua trajetória seja uma parábola com ângulo de partida igual a 45°, pretendendo fazer um gol no time adversário. A situação pretendida está representada na figura. 233 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 MECÂNICA CLÁSSICA 57,56 m 2, 44 m 45 Figura 108 - Situação pretendida pelo jogador Para infelicidade do jogador, a bola bateu no travessão e retornou ao campo. Sabendo que a distância entre o ponto de partida e o ponto em que a bola irá atingir o solo (x) é dada por: 2v sen2 x g ⋅ θ = Em que v é a velocidade da bola, θ o ângulo de partida e g a aceleração da gravidade, que no local da partida é 10 m/s2; considerando que o ângulo de incidência da bola no travessão é 45° e que a partir do travessão a trajetória da bola seria linear, a velocidade da bola no momento do chute é: A) 24,5 m/s. B) 15 m/s. C) 18 m/s. D) 35 m/s. E) 30 m/s. Resolução desta questão na plataforma. 234 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 92 KASCHNY, J. R. Paquímetros e micrômetros: aspectos elementares: uso em laboratório de Física básica. São Paulo: USP, 2008. p. 6. Disponível em: <http://macbeth.if.usp.br/~gusev/PaquimetroMicrometro. pdf>. Acesso em: 11 out. 2018. REFERÊNCIAS Textuais ARNALDO, A. N. Curso de Física: Mecânica racional. Porto Alegre: McGraw Hill do Brasil, 1975. BAUER, W.; WESTFAL, G. 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Acesso em: 14 jan. 2019. 236 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 237 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 238 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 239 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 240 FÍ S - Re vi sã o: Ja ci na ra - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 11 /2 01 8 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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