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DIREITO CIVIL - CONTRATOS

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Parte 1
Teoria Geral dos Contratos
Conceito
Evolução Histórica
Função Social do Contrato
Condições de validade do contrato:
a)Requisitos subjetivos
b) Requisitos objetivos
c) Requisitos formais
BREVE HISTÓRIA DO DIREITO DOS CONTRATOS
Para entender o fenômeno contratual, inicialmente é preciso entender a necessidade e a liberdade de contratar. Dispõe o art 5o. da CF: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei – 
LIBERDADE DE CONTRATAR - AUTONOMIA DA VONTADE
Desde o Direito Romano o contrato esta ao lado da lei e do ato ilícito (direito a reparar dano) como uma das principais FONTES DE OBRIGACOES, tanto que os antigos entendiam o contrato como sendo A UNIAO DE DUAS DECLARACOES DE VONTADE DE PESSOAS QUE MANIFESTAVAM INTERESSES APTOS A CONVERGIREM. A regra era a LIBERDADE PLENA DE CONTRATAR - dessa liberdade devia derivar uma resposta jurídica que era FORCA VINCULANTE DOS CONTRATOS: BREVE HISTÓRIA DO DIREITO DOS CONTRATOS
Ora se posso, livremente, me obrigar ou não, devo, a partir do momento em que opto por me vincular, observar irrestritamente aquilo a que me obriguei. NADA MAIS LOGICO DO QUE ISSO NUM PRIMEIRO MOMENTO.
Essa foi à primeira expressão da liberdade de contratar, ou autonomia da vontade tratada como a força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), ou seja, aquele que contraiu uma obrigação deve cumpri-la na exata medida daquilo a que se obrigou. Obrigou-se --- cumpra.
Concepção clássica/tradicional do contrato: BREVE HISTÓRIA DO DIREITO DOS CONTRATOS: Concepção moderna (concepção social do contrato): Os contratos fazem lei entre si, ainda vinculam às partes aquilo que foi contrato, no entanto não mais de forma absoluta podendo as partes questionar em juízo a licitude ou ate mesmo a legitimidade de prestação, ou seja, o Estado não este mais alheio aos pactos privados dos cidadãos. Nas codificações mais antigas o contrato era tido como algo intangível, esse panorama começou a mudar a partir do séc. XX com o surgimento dos direitos de segunda geração (direitos sociais). Podemos fazer referencia a Constituição Mexicana (1917), a Constituição de Weimar, na Alemanha (1919) e ao Código Italiano (1942) - Foram normas que permitiram ao Estado interferir nas então sagradas autonomia da vontade das partes inserindo nas relações contratuais imposições que limitam a atuação dessa vontade, de forma a impedir que tornem a relação contratual um fardo pesado demais a ser carregado por uma das partes e, ao mesmo tempo, uma vantagem exagerada à outra. Sendo assim, enquanto a automia da vontade em sua forma primitiva aduzia que as partes tinham liberdade não apenas para contratar, mas também para determinar livremente o conteúdo do contrato... Hoje se entende que há liberdade de contratar e determinar o conteúdo dos contratos nos limites impostos pela lei e pela supremacia da ordem publica. Atualmente a autonomia da vontade (subjetivo) foi substituída pela autonomia privada (0bjetiva). Autonomia privada: Marca o poder da vontade no direito de um modo objetivo, concreto e real (Francisco Amaral).
Não se discute a subjetividade do ato de escolha, ou seja, se houve ou não influencia externa sobre a sua vontade e sim se analisa o ato realizado, ou seja, a escolha propriamente dita. Desse conceito se extrai que a vontade, única e simples, perdeu importância que exercia no passado quanto a formação dos contratos tendo em vista a necessidade de aplicação de outros princípios como o da função social e o da boa fé objetiva. CONTRATUAL, ou seja, a imposição de clausulas pela lei ou pelo Estado. (função social do contrato e Boa fé objetiva art 422). Ex. CDC – determina nulidade absoluta de clausulas tida como abusivas. Supremacia Econômica ou politica de uma parte em relação a outra também é fator limitador da vontade nos contratos que por sua vez apresentam-se cada vez mais como CONTRATOS DE ADESAO, ou seja, a vontade tem papel cada vez mais secundário, resumindo-se muitas vezes em aceitar ou não (pegar ou largar) uma proposta de contratação.
Conceito de contrato
Direito Romano: Convenção era o gênero e contrato era espécie de convenção. Código de Napoleão (1806): também distinguia convenção de contrato tal qual o direito romano. Entendia o contrato como um “mero instrumento para aquisição de propriedade cujo acordo de vontades representava uma garantia para os burgueses e para as classes proprietárias sendo que a transferência de bens dependia exclusivamente da vontade” Silvio Venosa. Os contratos na forma estabelecida pelo CC brasileiro tem como paradigma o código Alemão o qual entende que por si só não transfere a propriedade.
Hoje as expressões convenção, contrato e pacto são empregados como sinônimos, em que pese em algumas situações se utilizarem o termo pacto para designar os contratos acessórios (pacto comissório, pacto antenupcial e etc..). Segundo Carlos Roberto Gonçalves “o contrato é a mais comum e a mais importante fonte de obrigação devido às suas múltiplas formas e inúmeras repercussões no mundo jurídico”.
Fonte de obrigação = fato jurídico que dá origem à obrigação
Exemplo: contrato de compra e venda.
Fatos humanos que são considerados geradores de obrigações de acordo com o Código Civil: a) contratos, b) declarações unilaterais de vontade, c) atos ilícitos, dolosos e culposos. A Lei disciplina efeitos do contrato e é ela que obriga o cumprimento das clausulas estabelecidas entre as partes, quer seja, de forma verbal ou por escrito. O contrato é uma espécie de negocio jurídico bilateral ou plurilateral que depende para sua formação, a manifestação de vontade e a participação de pelo menos duas partes.
Segundo Caio Mario: Fundamento ético do contrato: vontade humana desde que atue em conformidade com a ordem jurídica. Habitat: Ordem legal. Efeito: Criação de direitos e obrigações. “O contrato é comumente conceituado como o acordo de vontades, na conformidade da lei, para o fim de adquirir, resguardar, conservar modificar ou extinguir direitos”. (Caio Mario). Assim, sempre que o negócio jurídico resultar de mutuo consenso de um encontro de duas vontades estar-se-á diante de um contrato. Nesse contexto a figura jurídica do contrato ultrapassa o âmbito do direito civil, sendo expressivo o número de contratos celebrados pela sociedade e regulado pelo direito como, por exemplo, o contrato de trabalho regulado pela CLT e o casamento (contrato especial de direito de família). 
Negocio Jurídico bilateral ou plurilateral, cuja finalidade é criar, regular, modificar ou extinguir vinculo jurídico patrimonial entre as pessoas que o celebram.
Patrimonialidade: Prestação contratual, pois em relação ao objeto mediato do contrato não necessariamente se verifica a existência de valor econômico como por exemplo o que ocorre nos contratos de doação sem encargo, cuja finalidade do doador não tem caráter patrimonial no entanto a prestação pode ser valorada economicamente.
Doação de uma biblioteca a uma escola sem encargo o donatário não tem uma obrigação estabelecida, no entanto pode auferir o valor daquele bem.
Quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas: Negocio jurídico pode ser unilateral, bilateral ou plurilateral. O contrato sempre será bilateral ou plurilateral quando o critério utilizado for o da vontade (formação), no entanto de acordo com doutrina se o critério utilizado for o da criação de deveres e direitos (efeitos) pode ser considerado unilateral como por exemplo o comodato (empréstimo de bem infungível para uso). UNILATERAIS: Presença de duas vontades entretanto entanto apenas uma delas será devedora, não havendo contraprestação. Exemplo: a doação pura e simples sem encargo e donatário apenas auferirá vantagens sendo que a obrigação (de dar) é do doador.
BILATERAIS ou SINALAGMATICO: Sinalagma: proporcionalidade das prestações.
Os contratantes são simultânea e reciprocamente credores e devedores uns dos outros de forma proporcional. Ex. Compra e venda e locação
PLURILATERAIS: Envolve varias pessoas, trazendo direitode deveres para todos os envolvidos, na mesma proporção. Exemplo: seguro de vida em grupo e o consorcio.
Quanto ao sacrifício patrimonial das partes: contrato oneroso: Traz vantagem para ambos os contratantes bem como ambas as partes assumem deveres obrigacionais, havendo direito subjetivo de exigi-lo. Exemplo: compra e venda
Contrato gratuito ou benéfico: Aquele que onera somente uma das partes, proporcionando à outra uma vantagem sem qualquer contraprestação. Uma parte obtém vantagem e a outra suporta o sacrifício. Exemplo: doação pura e simples
Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato: contrato consensual, e contrato real: contrato consensual: Esses contratos se formam unicamente com o consentimento das partes ou seja, a manifestação de vontade. Imagine que combinei com Lucas de que lhe venderia minha caneta de quadro. Significa que, se eu encontrar depois alguém que compre por mais, não poderei desfazer o negócio com Lucas, para quem eu havia prometido a caneta. O direito de sequela se opera, e mesmo o terceiro de boa-fé poderá ficar prejudicado, pelo menos a princípio. Exemplo: compra e venda a doação, a locação, o mandato e etc..
Contrato real: Denominam-se reais os contratos que exigem a efetiva tradição do objeto contratual para sua formação, ou seja, além da do consentimento só se aperfeiçoa com a entrega da coisa (objeto) de um contratante para o outro. Contrato real, portanto, é aquele que depende da entrega da coisa para se aperfeiçoar. Só se formam com a tradição efetiva da coisa. Combino de emprestar a caneta semana que vem para o Lucas. Ainda não é contrato. Chegou ao dia de emprestar a caneta, acabei esquecendo e emprestei para minha prima. Neste caso, ele poderá ir atrás da caneta? Não, ele não tem direito real sobre ela! Na melhor das hipóteses ele poderá pedir indenização, caso comprove alguma lesão. Daí a importância de se saber se é um contrato real ou consensual.
Quanto aos riscos que envolvem a prestação: contrato comutativo e contrato aleatório: contrato comutativo: São aqueles que as prestações são pre estimadas, ou seja, conhecida pelas partes. Ex. compra e venda - o vendedor sabe qual preço a ser pago e o comprador qual a coisa a ser entregue. Ex. contrato de aluguel. Contrato aleatório (latim alea - risco/sorte): No momento da celebração pelo menos umas das partes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se pela incerteza e depende de um fato futuro e imprevisível. Joana quer alugar uma sala comercial num shopping. Eu, dono do estabelecimento, pactuo que Joana irá pagar 15% de seu faturamento bruto. Qual é o conteúdo da minha obrigação? Entregar a sala para ela. Isso eu sei. E qual é o conteúdo da obrigação da Joana? Valor incerto! Então é um contrato aleatório, que depende de uma sorte, ou de uma alea, no sentido de que algo em suspenso precisa acontecer. Se Joana nada vender, terei prejuízo, mas não terei motivo justo para terminar a relação contratual. Se, por outro lado, o local for muito bom para Joana de modo que o faturamento dela chegue a centenas de milhares de Reais, ela terá levado vantagem em seu empreendimento comercial por ter escolhido uma ótima localização, mas acabará por sentir o peso de 15% desse total que terá que me dar; em outras palavras, quando ela tiver lucro, ela vai desejar ter celebrado um contrato de valor fixo. Outro exemplo de contrato aleatório: Márcia planta soja, e me interesso em comprar sua safra. E combino hoje de pagá-la R$ 1.000,00 por saca, da colheita de daqui a 6 meses. No total, quanto será pago? Ninguém sabe. Será o total de sacas colhidas pela Márcia. As duas partes estão incertas quanto ao lucro no caso do seguro ele e comutativo para o segurado e aleatório para a seguradora pois o pagamento ou não da indenização depende de um fato eventual. Em decisões do STJ tem se entendido que o seguro é contrato aleatório tendo em vista ser mais benéfico ao consumidor o Código civil 2002 consagra duas formas básicas de contratos aleatórios que podem se referir: a) à própria existência da coisa b) à sua quantidade c) Qualidade
Existência da coisa (art. 458) - hipótese de emptio spei, ou venda da esperança, isto é, da probabilidade de as coisas ou fatos existirem - as partes acordam o preço de uma coisa que se acredita existir no futuro (venda de bezerros de que vão nascer de uma linhagem especial) emptio spei, aquele em que o adquirente compra o risco de as coisas adquiridas virem ou não a existir, como a plantação de Márcia não prosperar. Atenção: aqui, mesmo se não houver nada, comprei. Há também o contrato aleatório futuro emptio rei speratae: quando risco versa sobre a quantidade da coisa: ( art. 459 cc) o risco do negócio será apenas se a coisa avençada será em maior ou menor quantidade. Aqui não se fala mais em existência. A coisa tem que existir. No caso do aluguel da sala para Joana, se ela tem que me dar 15% do faturamento, mas ela nada vender em determinado mês, não receberei nada. É um contrato emptio spei. Todavia podemos fazer assim: “você me dará 15% do faturamento ou R$ 2.000,00, o que for maior.” esse será um caso de contrato emptio rei speratae. Contratos aleatórios que tratam de coisas já existentes: contratos agrícolas são os mais comuns. Márcia já colheu e armazenou o excedente num silo. Não tenho certeza se a produção está deteriorada. Então ofereço R$ 10 mil pelos bens armazenados “no estado em que estiverem”. Poderemos fazer assim. Mas, ela não poderá saber que a soja já estava deteriorada. Isso caracteriza má-fé. Outra observação importante: só se aplicam os vícios redibitórios aos contratos comutativos. Então, não se aplicam vícios redibitórios a contratos aleatórios. Vamos entender. Vício é um defeito na coisa. Mas, vendi para Lucas a caneta de quadro. Como é um contrato comutativo, era obrigação minha entregar a caneta boa. E quanto à soja da Márcia? Era um contrato aleatório. Assim, não tenho o direito de reclamar caso o produto apareça deteriorado.
Quanta previsão legal: Contrato típico e atípico: Contratos típicos também são chamados de nominados, que têm designação própria (têm nome) e são regulados por lei. (arts 481 e ss). Não basta ter nome, claro; eles têm que estar regulados por lei, seja o Código Civil ou um diploma extravagante. Ex. Contratos de apresentação artística: podemos dar um nome para ele! Mas ele não está em nosso Código, então não é um contrato típico, nominado. Isso porque além de ter nome, ele tem que ser regulado por lei. São 23 no nosso Código Civil. Ex. compra e venda locação, prestação de serviço e etc. Os atípicos? (art 425 do cc) Aí fica fácil. São os que a lei não disciplina, mas, se lícitos, são permitidos. Contrato de apresentação de dança é atípico, inominado, mas não tem nada de ilícito, a princípio. Atenção: posso colocar qualquer cláusula num contrato inominado? Não. Não podemos colocar vantagens excessivas para uma das partes. Por isso que, graças à teoria da absorção teoria da absorção – o intérprete ou redator do contrato deve procurar a categoria do contrato típico que mais se assemelha ao contrato em análise (teoria da absorção). O que parece mais o contrato de apresentação artística? Parece mais com prestação de serviços. Se a trupe também vende camisetas, o que usaremos? Regras do contrato de compra e venda.
Quanto à negociação do conteúdo pelas partes: Contrato de adesão - contrato de consumo - contrato paritário: Contrato de adesão: é aquele em que uma parte, o estipulante impõe o conteúdo negocial, restando à outra parte, o aderente, duas opções: aceitar ou não o conteúdo desse negocio. Art. 54 do CDC: Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. Exemplo: seguro, consórcio, transporte, fornecimento de agua, luz, etc.. O aderente de acordo com CC (art. 423 e 424) é tratado como vulnerável.
Contratode consumo: pode ser conceituado como sendo aquele que alguém, um profissional, fornece um produto ou presta serviço a um destinatário final, denominado consumidor, mediante remuneração direta ou vantagens indiretas.
NEM TODO CONTRATO DE CONSUMO E DE ADESAO E NEM TODO CONTRATO DE ADESAO E DE CONSUMO. Exemplo: compra de um tapete negociando o preço e a data de entrega - contrato de consumo negociado 
Contrato de Franquia: contrato de adesão e não de consumo (o franqueado recebe toda a estrutura inclusive o direito de utilização da marca)
Contrato de paritário ou negociado: é aquele em que o conteúdo é plenamente discutido entre as partes.
Quanto à presença de formalidades ou solenidades: contratos solenes e não solenes: Os contratos solenes também são chamados de formais. Para alguns doutrinadores existe uma diferença entre solene e formal. (Flavio Tartuci pag 515) Solenes são os contratos que precisam de escritura pública, enquanto os formais são os que precisam de forma escrita. São contratos que dependem de forma prescrita em lei para se aperfeiçoarem, para existirem, para terem validade. Então, se no contrato de compra e venda do imóvel a lei manda que se faça uma escritura pública, sem esta o contrato não terá validade. Isso é um contrato solene, que tem forma estabelecida em lei.
Os contratos não solenes: são os que independem de forma para se aperfeiçoarem. Têm forma livre; a lei não determina nenhuma forma específica para que eles existam. Será eficaz qualquer que seja sua forma. 
A compra e venda de bens móveis, por exemplo, é um contrato não solene, também chamado de informal. Em regra, a forma é livre.
Quanto à independência contratual: contrato principal e acessório: contrato coligados ou conexos: Contrato principal ou independente: Existe por si só, não havendo qualquer relação de dependência em relação a outro pacto. Exemplo: contrato de locação de imóvel urbano.
Contrato acessório: aquele cuja validade depende de outro negocio jurídico, o contrato principal o contrato acessório acompanha o principal. Isso quer dizer que, nula a obrigação principal, nula a acessória; prescrita a principal, prescrita a acessória! Anulável a principal, anulável a acessória. A nulidade do acessório não prejudica o principal: Respeitada a intenção das partes a validade parcial de um negocio jurídico não prejudicará a parte valida se esta for separável. (art. 184 cc)
Contrato coligados: são aqueles que embora distintos, ou seja, independentes estão ligados entre si por exemplo o contrato de um atleta e o contrato de direito de uso de imagem. O inadimplemento de um não influencia no outro. O não cumprimento do contrato de uso de direito de imagem nao resolve o contrato de trabalho. Contrato de autor com editora x direitos autorais. Jurisprudência: STJ pag. 517
Quanto ao momento do cumprimento: Contrato instantâneo ou de execução imediata - contrato de execução diferida - contrato de execução continuada ou de trato sucessivo: Contrato instantâneo ou de execução imediata: são aqueles que tem aperfeiçoamento e cumprimento imediato: Ex: Compra e venda a vista.
Contrato de execução diferida: São aqueles que têm o cumprimento previsto de uma vez só no futuro. Ex: Compra e venda com pagamento em cheque pré-datado.
Contrato de execução continuada ou de trato sucessivo: São aqueles cujo cumprimento se dá de forma sucessiva ou periódica. Ex: Locação e financiamentos em geral.
Quanto a pessoalidade: Contrato Pessoal, personalíssimo ou intuito personae e contrato impessoal: Contrato Pessoal, personalíssimo ou intuito personae: São aqueles em que a pessoa do contratante é elemento essencial. A pessoa que irá cumprir a obrigação não poderá ser substituída. Ex: Claudia Leite, depois de concordar em vir se apresentar no churrasco que vou fazer lá em casa, não pode ser substituída por Alcione, Aerosmith ou César Menotti & Fabiano. Em geral são usados em função das atribuições pessoais do prestador. O contrato não pode ser transmitido por ato Inter vivos ou mortis causa: Ex: Fiança: a condição de fiador nao se transmite aos herdeiros, mas somente as obrigações vencidas e não pagas enquanto era vivo o fiador e ate o limite da herança (art. 836 CC).
Contrato impessoal: Aquele em que a pessoa do contratante não é juridicamente relevante para a conclusão do negocio jurídico. São aqueles cuja prestação pode ser cumprida por qualquer pessoa. Significa que ela pode ser transmitida por sucessão. Ex: compra e venda, doação
Quanto à definitividade do negocio: Contrato preliminar e contrato definitivo: Contrato preliminar ou pré-contrato: Negocio que tende à celebração de outro futuro (art. 462 e 466 CC) Ex: compromisso de compra e venda de imóvel
Contrato definitivo: Não tem dependência futura. Ex. compra e venda de imóvel.
PRINCIPIOS CONTRATUAIS NO CC 2002
Os princípios são regramentos básicos aplicáveis a um determinado instituto jurídico, no caso em tela os contratos. Os princípios são abstraídos das normas, dos costumes, da doutrina, da jurisprudência e de aspectos políticos, econômicos e sociais. Ou seja, eles são extraídos a partir dos costumes, praticas etc. Ex. Pacta sunt servanda surgiu dos costumes do cumprimento da norma. Os princípios podem estar expressos na norma, como por exemplo, o princípio da função social dos contratos (art. 421 cc), mas não necessariamente como, por exemplo, no CDC o principio implícito de proteção ao vulnerável da relação, no caso, o consumidor.
CDC – CC = aproximação principiológica o que gera adesão à teoria do diálogo das fontes, que decorre substancialmente dos princípios sociais contratuais encampados pela nova codificação, quais seja, a função social do contrato e da boa fé objetiva.
Dialogo das fontes (Tartucci)
A essência da teoria é que as normas jurídicas não se excluem, supostamente porque pertencentes a ramos jurídicos distintos, mas se complementam. A teoria foi desenvolvida por Erik Jayme, na Alemanha, e Cláudia Lima Marques, no Brasil. A última doutrinadora propõe um sentido de complementaridade entre o Código Civil de 2002 e o Código de Defesa do Consumidor, sobretudo nas matérias de direito contratual e responsabilidade civil.
Antigamente quando se deparava com uma situação regulada pelo CC aplicava-se as normas nele contida como, por exemplo, o contrato de transporte, antes do CDC aplicava-se as regras somente CC hoje com o CDC aplica-se as regras deste quando tratar-se de consumidor final.
O diálogo das fontes é um método de interpretação, de integração e de aplicação das normas, que contempla os principais desafios de assegurar a coerência e a efetividade do direito a partir do projeto constitucional (projeto de implementação dos direitos fundamentais como o da dignidade humana) e o sistema de valores que impõe (ou seja, todo o ordenamento deve ser interpretado à luz da CF). Além disso, consiste no método de coordenação e coerência sistemática das várias fontes do direito, assegurando a conformidade entre elas e a supremacia da Constituição e, mais ainda, dos seus valores e direitos fundamentais. (Antônio Herman Benjamin (2012), ministro do Superior Tribunal de Justiça)
Uma associada contratou plano de saúde, cujo prazo de carência para a realização de cirurgia era de 3 anos. Faltando, porem, apenas alguns meses para a expiração do prazo, a contratante descobriu que era portadora de tumor medular e foi obrigada a arcar com todas as despesas médico-hospitalares. De acordo com o STJ, a clausula de carência do plano de saúde não pode ser aplicada de forma abusiva, e nem se contrapor ao fim maior de um contrato de assistência medica, que é o de amparar a vida e a saúde.
O consumidor ficou inadimplente num contrato de alienação fiduciária (financiamento de carro você tem a posse o banco a propriedade) e teve sua divida quadruplicada em período inferior a dois anos.O STJ entendeu que se o consumidor fosse compelido ao pagamento da divida abusiva, passaria o resto da vida preso ao débito, o que feriria sobretudo o principio da dignidade da pessoa humana. Sumulavinculante do STF nº 25 é ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de deposito. Em termos jurisprudenciais, a Tese do Diálogo das Fontes ganhou força prática com o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.591, em 2006, que julgou constitucional a aplicação do CDC às atividades bancárias, que possuíam lei complementar disciplinadora(lei do sistema financeiro 4595/64). Em seu voto, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa concluiu: Entendo que o regramento do sistema financeiro e a disciplina do consumo e da defesa do consumidor podem perfeitamente conviver. Em muitos casos, o operador do direito irá deparar-se com fatos que conclamam a aplicação de normas tanto de uma como de outra área do conhecimento jurídico. Assim ocorre em razão dos diferentes aspectos que uma mesma realidade apresenta, fazendo com que ela possa amoldar-se aos âmbitos normativos de diferentes leis. (BRASIL, 2006) – Joaquim Barbosa
Ainda com relação ao voto, o ministro cita a expressão “influências recíprocas” ao falar da aplicação conjunta das duas normas ao mesmo caso, inviabilizando a escolha de uma norma em detrimento da outra como reza o critério clássico de resolução de antinomias (MARQUES, 2012, p. 32-33).
Para consolidar de vez a aceitação dos juízes pela utilização do diálogo, o Superior Tribunal de Justiça, inspirado na ADI 2.591, editou a súmula 297 que considera o Código de Defesa do Consumidor aplicável às instituições financeiras.
Princípio da Autonomia Privada
O contrato está situado no âmbito dos direitos pessoais (direitos reais (dito de propriedade) são oponíveis erga omines enquanto os direitos pessoais são oponíveis somente entre as partes contratantes – clausulas contratual)- sendo de grande importância a vontade – ou seja, “respeito a palavra dada” É necessário diferenciar liberdade de contratar e liberdade contratual. Num primeiro momento á Liberdade de contratar está relacionada com a escolha da pessoa ou pessoas com quem o negocio será celebrado. (previa). É a possibilidade que o indivíduo tem de contratar "se quiser". A pessoa pode contratar ou não: Regra: liberdade plena, no entanto sofre limitação como por Ex. contratar com o poder publico se não houver autorização (lei 8666/93)
Tarifa de agua e esgoto – não tem opção de escolha da empresa - CASAN
Já a liberdade contratual se revela na faculdade de escolher o conteúdo do contrato. (ex. contrato de compra e venda – definir as regras contrato). Do que se vê, estamos diante de situações sucessivas. Em primeiro lugar, a liberdade de contratar, e, depois, a liberdade contratual. De plano, cabe ao indivíduo decidir se irá contratar ou não, e, depois, em sendo possível, determinar as cláusulas do instrumento. Dessa dupla liberdade da pessoa (sujeito contratual) é que decorre a autonomia privada, que constitui a liberdade que a pessoa tem para regular os próprios interesses. Ressalta-se que essa autonomia não é absoluta, pois encontra limitações nas normas de ordem publica e nos princípios sociais.
AUTONOMIA DA VONTADE E AUTONOMIA PRIVADA
Autonomia da vontade: teoria superada tendo em vista que a vontade apresenta conotação subjetiva, psicológica (até que ponto se tem autonomia para decidir sobre o que se vai comprar – influencia de propaganda). A adoção do principio da função social do contrato impõe limites a automia da vontade
AUTONOMIA DA VONTADE E AUTONOMIA PRIVADA
Autonomia privada: Marca o poder da vontade no direito de um modo objetivo, concreto e real (Francisco Amaral), Não se discute a subjetividade do ato de escolha, ou seja, se houve ou não influencia externa sobre a sua vontade e sim se analisa o ato realizado, ou seja, a escolha propriamente dita. Desse conceito se extrai que a vontade, única e simples, perdeu importância que exercia no passado quanto a formação dos contratos tendo em vista a necessidade de aplicação de outros princípios como o da função social e o da boa fé objetiva. Muitas vezes, na formação dos contratos, percebe-se DIRIGISMO CONTRATUAL, ou seja, a imposição de clausulas pela lei ou pelo Estado. Ex. CDC – determina nulidade absoluta de clausulas tida como abusivas.
Supremacia Econômica ou politica de uma parte em relação a outra também é fator limitador da vontade nos contratos que por sua vez apresentam-se cada vez mais como CONTRATOS DE ADESAO, ou seja, a vontade tem papel cada vez mais secundário, resumindo-se muitas vezes em aceitar ou não (pegar ou largar) uma proposta de contratação. Antigamente se dizia que o contrato faz lei entre as partes, hoje não mais. Conceitua-se o principio da autonomia privada: Regramento básico, de ordem particular – mas influenciado por normas de ordem publica – pelo qual na formação do contrato, além da vontade das partes, entram em cena outros fatores: psicológicos, políticos, econômicos e sociais. Trata-se de direito indeclinável da parte de autor regulamentar os seus interesses, decorrentes da dignidade humana, mas que encontra limitações em normas de ordem publica principalmente nos princípios sociais contratuais.
Princípio da Função Social: O Direito Civil surgido após Revolução Francesa privilegiou a força vinculativa do contrato de tal forma que o devedor deveria cumprir sua prestação exatamente como foi contraída. Ex. A evolução do Direito Civil, em geral, não destoa dessa ideia.
OS CONTRATOS CONTINUAM A OBRIGAR E A VINCULAR O CONTRATANTE AO CUMPRIMENTO DA PRESTAÇÃO.
Entretanto, a ordem moderna indica que o cidadão, agora, pode questionar, em juízo, a licitude ou ate mesmo a legitimidade da prestação que ele próprio se obrigou, isso porque o Estado não esta mais totalmente alheio às contratações particulares do cidadão, pois o verdadeiro sentido do principio da igualdade esta em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida das suas desigualdades. O principio da função social é entendido como um principio de ordem publica - art. 2.035 CC que dispõe: que o contrato deve ser necessariamente, interpretado e visualizado de acordo com o contexto da sociedade. Função Social - deve ser visualizada como finalidade coletiva, ou seja, tem como escopo a mitigação ou a reativação da força obrigatória das convenções (Pacta Sunt Servanda), Assim, a limitação que a função social impõe à liberdade de contratar significa que o contrato ainda que decorra da vontade das partes, não pode servir para operar prestações desproporcionais entre os contratantes ou conferir a um deles direitos que destoem das finalidade econômicas e sociais dos contratos em geral, visando sempre, proteger o hipossuficiente contra as desigualdades que possam surgir das diferenças de condições sociais e econômicas entre as partes. A função social do contrato vai além de impor limites à liberdade de contratar, por ela também, não podem as partes se valer de um contrato cujo objeto é licito, mas cujas consequências (interesse coletivo), seja ilícitas. Exemplo 1: como no caso da contratação de empresa que terceiriza prestações de serviços cujas normas internas ofendem as leis trabalhistas. O objeto da contratação é licito o contrato não cumpre sua função social, pois estimula o desrespeito aos trabalhadores. Não se deve mais interpretar os contratos somente de acordo com aquilo que foi assinado pelas partes, mas sim levando em conta a realidade social que o circunda.
Exemplo 2 - o contrato que implique na inobservância das normas ambientais: pode ser anulado e ter seus efeitos obstados por descumprimento da função social.
Conceito: a função do social do contrato como sendo a imposição jurídica de dever contratual através do qual as partes devem contrair obrigações justas e equilibradas (1) e que não violem o direito coletivo (2). 
Primeira imposição: dever de contrair obrigações justas e equilibradas - Eficácia interna (entre as partes)que diz respeito ao equilíbrio da relação contratual tendo-se em vista os próprios contratantes
Segunda imposição: dever de não ofender o interesse coletivo - Eficácia Externa (além das partes)A Eficácia interna (entre as partes) da função social do contrato tem cinco aspectos principais:
1) Proteção dos vulneráveis: o CDC protege o consumidor - A CLT o trabalhador - o CC protege o aderente (art. 423 e 424)
Art. 423 - Havendo nos contratos de adesão clausula ambígua ou contraditória será adotada a interpretação mais favorável ao aderente. Segue a mesma interpretação o art. 57 do CDC que prevê a interpretação pró-consumidor. Nesse sentido, situação interessante é a questão da cláusula de renúncia das benfeitorias necessárias pelo locatário em contrato de locação de imóvel urbano.
Assim, nos termos do art.35 da Lei 8245/91 (Lei do Inquilinato), “salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção”. Por força do art.424 do CC, são nulas nos contratos de adesão as cláusulas que estipularem renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Tal preceito se coloca compatível com a proteção da parte vulnerável na relação contratual, qual seja o aderente, já que este se subordina às condições contratuais previamente arbitradas pela outra parte, sem possibilidade de convencionar sobre as mesmas, restringindo-se sua vontade em apenas aceitar ou não a contratação. Tal instinto protetivo da norma harmoniza-se, como visto, com o preceito da função social dos contratos. Entretanto, o STJ em 2007 editou a súmula 335 que determina ser válida nos contratos de locação a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção. Dessa forma, conjugando tal artigo com a mencionada súmula, passou-se a ventilar a validade de cláusula que no contrato de locação, mesmo este sendo de adesão, determinasse a renúncia do locatário das benfeitorias necessárias e do direito de retenção, o que de certa forma confrontaria a cláusula geral do art.421 e o art.424 ambos do CC. Desse modo, equalizando a questão com os ditames da função social, o alcance da referida súmula acabou por ser reduzido pelo Enunciado 433 do CJF, em sua V Jornada, realizada em 8 e 10 de novembro de 2011, ao determinar que “A cláusula de renúncia antecipada ao direito de indenização e retenção por benfeitorias necessárias é nula em contrato de locação de imóvel urbano feito nos moldes do contrato de adesão.” Logo, apenas nos contratos paritários, em que as partes dispõe com igualdade sobre as condições contratuais, será válida cláusula que preveja a referida renúncia.
2) Vedação da onerosidade excessiva ou desiquilíbrio contratual (efeito gangorra): O que pode motivar a anulação (art. 156 e 157 CC), a revisão (art. 317 cc)ou mesmo a resolução do contrato (art. 478 do cc)
3) Proteção da Dignidade humana e dos direitos da personalidade no contrato: Não pode prevalecer o conteúdo do contrato que traz claro prejuízo à proteção da pessoa humana. Adequação a realidade social. TJ de São Paulo: Agravo de Instrumento: Internação de emergência. Prazo de carência. Menor com 10 anos de idade, com seguros sintomas de H1N1. Limitação de 12 horas. Restrição inadmissível com prevalência da hipossufiencia, da tutela da dignidade da pessoa humana e da função social do contrato. Houve no caso concreto também condenação de indenização por danos morais.
4) Nulidade de clausulas antissociais (abusiva): Planos de saúde que limitam o tempo de internação de paciente - Sum 302 do STJ. Em contratos de financiamentos bancários são abusivas as clausulas de repasse do custo operacional (administrativo) como por exemplo analise de credito, abertura de cadastro, emissão de fichas de compensação e etc... Por estarem intrinsicamente vinculadas ao exercício da atividade econômica.
5) Tendência da conservação do contrato: A extinção do contrato é a ultima medida a ser tomada. Por exemplo, no caso do vicio do negocio por lesão (art. 157 do cc) Ocorre lesão quando uma pessoa sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Ex. compra e venda de um imóvel pela metade do preço de mercado. Nesse caso aplicando-se o principio da função social do contrato a regra seria a de se revisar o contrato e não anulação. A Eficácia externa (além das partes) dois aspectos principais:
1) Proteção dos direitos difusos e coletivos: os contratos não podem prejudicar. Por isso entende-se doutrinariamente como sendo a função socioambiental do contrato.
2) Tutela externa do credito: Possibilidade do contrato gerar efeitos perante terceiros ou de condutas de terceiros repercutirem no contrato. Ex. norma do art. 608 do cc segundo a qual aquele que aliciar pessoas obrigadas, por contrato escrito a prestar serviços a outrem, pagara a este o correspondente a dois anos de prestação de serviços. Uma cervejaria em frente à outra, pelo fato de ter aliciado o famoso pagodeiro, que tinha contrato de prestação de serviços publicitários com a primeira cervejaria. Aplicações práticas do principio da função social do contrato
a) Vedação aos contratos que contraiam o interesse publico: 
1) contratação de empresa terceirizada que não respeita as normas trabalhista
2) obrigações excessivas
3)Atente contra a dignidade humana (por exemplo contratação de pessoas para que se submetam a situações vexatórias e ofensivas - contratar anões para servirem como projeteis humanos em circo.
b) Proteção do terceiro ofendido: Carlos vai ao banco abre conta corrente apresentando documentos falsos (ou extraviados) em nome do Joao da Silva. Esse fraudador passa vários cheques sem fundo na praça e o verdadeiro Joao da Silva tem seu nome incluído no SPC e SERASA por uma instituição bancaria com a qual nunca manteve nenhuma relação contratual. Entre o Joao da silva e o banco não ha relação contratual aplica-se as regras do CDC, como se fosse um consumidor para ter seu direito reparado. Ver jurisprudência pag 846 (jus podium). Outro exemplo: Contrato de seguro: alguém e atingido por um automóvel segurado. Em regra o ofendido não teria legitimidade para acionar a seguradora pois nao faz parte do contrato devendo acionar o segurado e este acionaria a seguradora (direito de regresso). Pela eficácia externa da função social do contrato esse terceiro pode acionar diretamente a seguradora (jurisp pag. 847) e de acordo com o STJ desde que o segurado também faca parte do polo passivo e nao exclusivamente a seguradora.
c) Proteção contra terceiro ofensor: e o caso do aliciamento de prestador de serviço. - Lesão.
d) Proteção de clausulas lesiva de direitos básicos
Não pode haver clausulas que atentem contra direitos básicos a uma das partes como, por exemplo, a clausula que proíbe a utilização compulsória da arbitragem nas relações de consumo (art. 51 , VII do CDC), fixar salario inferior ao sm e etc..
jurispr. pag 848
Princípio da força vinculante dos contratos: Pacta Sunt Servanda: As partes devem cumprir as obrigações assumidas. Encontra-se relativizado (NAO REVOGADO) tendo em vista as diversas possibilidades de revisão ou resolução dos contratos por lesão, imprevisão, onerosidade excessiva e mesmo pelos princípios da função social e da boa fé que operam sobre a vontade das partes. Aquele que contrata e que deixa de cumprir a sua obrigação sofre as consequências: Art. 475 do cc “a parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos”. A força vinculante do contrato será relativizada no caso concreto e não de forma genérica como se não estivesse em vigor. Se caracterizada alguma das hipóteses em que os termos contratuais estejam em desacordo com a função social e a boa fé, bem como os preceitos de ordem publica. Assim decidiu o STJ - (4a. Turma - Luis Felipe Salomão - 2011) no pertinente à revisão das clausulas contratuais, a legislação consumerista, aplicável à espécie, permite a manifestaçãoacerca da existência de eventuais clausulas abusivas, o que acaba por relativizar o principio do pacta sunt servanda.
Princípio da Relatividade dos contratos: Pelo principio da relatividade, tem-se que o contrato gera obrigações entre as partes. As obrigações assumidas pelo realização do negocio jurídico obrigam somente as partes Efeito inter partes: Tem por base a ideia de que terceiros não envolvidos na relação contratual não se submetem aos efeitos do contrato. Assim, o contrato só produz efeitos em relação às pessoas que dele participam e que manifestaram suas vontades. Desta forma, não sendo a obrigação personalíssima, opera-se somente entre as partes e seus sucessores. Somente as obrigações personalíssimas não vinculam os sucessores. Este princípio, entretanto, é regra geral, tendo algumas exceções decorrentes da Lei (CC, artigos 436 a 438) que trata da estipulação em favor de terceiros. 1a. Exceção: HIPOTESE EM QUE O TERCEIRO NAO E PARTE DO CONTRATO MAS E BENEFICIADO POR SEUS EFEITOS E PODE EXIGIR SEU ADIMPLEMENTO. LER: artigo 436 do Código Civil: “o que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação”. EXEMPLO: Contrato de seguro de vida (ler jurisp. pag 850 Juspodium). O CONTRATO E CELEBRADO ENTRE O SEGURADO E A SEGURADORA MAS OS EFEITOS ATINGEM UM TERCEIRO QUE CONSTA DO INSTRUMENTO, MAS QUE NAO O ASSINA Na estipulação em favor de terceiros, os efeitos são de Dentro para fora do contrato, ou seja, EXÓGENOS, uma clara exceção à relativização contratual. O terceiro e beneficiário. 2a. Exceção: Promessa de fato de terceiro ( art. 439 e 440 cc). Caracteriza-se pelo contrato no qual uma pessoa (promitente) se obriga com outra (promissário) por uma obrigação de fazer a ser cumprida por um terceiro que não faz parte da relação contratual. EX. CONTRATACAO DE ESPETACULO ARTISTICO COM EMPRESARIO DE UM CANTOR, QUE SE OBRIGA À PRESTACAO A SER DADA PELO ARTISTA. Terceiro não é beneficiário mas sim DEVEDOR desde que aceite essa função.3a. Exceção: contrato com pessoa a declarar. “Nessa modalidade um dos contraentes pode reservar-se o direito de indicar outra pessoa para, em seu lugar, adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes”. Ver art. 467, do CC. “Trata-se de avença muito comum nos compromissos de compra e venda de imóveis, nos quais o compromissário comprador reserva-se a opção de receber a escritura definitiva ou indicar terceiro para nele figurar como adquirente. A referida cláusula é denominada pro amico eligendo. Tem sido utilizada para evitar despesas com nova alienação, nos casos de bens adquiridos com o propósito de revenda, com a simples intermediação do que figura como adquirente. Feita validamente, a pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigações do contrato com efeito retroativo (CC, art. 469)” 
Princípio da Boa Fé Objetiva
A introdução expressa do principio da boa fé contratual foi muito festejada já que no cc de 1916 não havia essa previsão expressa. (art. 113 e 422 do CC). Trata-se de um principio que atua na verificação do comportamento do agente. Anteriormente era relacionada com a intenção do sujeito de direito - BOA FE SUBJETIVA: Entende-se por boa-fé subjetiva, a intenção do contratante na feitura do contrato, ou seja, o seu entendimento de que aquilo que está fazendo é o correto, de acordo com o seu grau de conhecimento. Nesse entendimento, o ilustre autor Sílvio de Salvo Venosa denota o seu entendimento: “Na boa-fé subjetiva, o manifestante de vontade crê que sua conduta é correta, tendo em vista o grau de conhecimento que possui de um negócio. Para ele há um estado de consciência ou aspecto psicológico que deve ser considerado”. Boa-fé Objetiva: Neste caso, a boa-fé não é analisada sobre o prisma do intelecto do contratante, não é a sua intenção psíquica que vai levar a dizer se a parte agiu ou não com boa fé. Pois bem, o que deve se levar em conta aqui é o homem médio, ou seja, aquele conhecimento que deve ser intrínseco a todo homem, de modo que suas atitudes devem se adequar ao que a sociedade convenciona “conhecimento geral”, de modo que o descompasso de suas atitudes pode demonstrar a má-fé. Assim, mais uma vez Sílvio de Salvo Venosa expressa: “A boa-fé objetiva, o intérprete parte de um padrão de conduta comum, do homem médio, naquele caso concreto, levando em consideração os aspectos sociais envolvidos. Desse modo, a boa-fé objetiva se traduz de forma mais perceptível como uma regra de conduta, um dever de agir de acordo com determinados padrões sociais estabelecidos e reconhecidos”, EXIGENCIA DE CONDUTA LEAL DOS CONTRATANTES (TARTUCCI). Está relacionada aos deveres anexos ou laterais de conduta: Dever de cuidado em relação à outra parte negocial ou dever de confiança: Adotar posturas que garantam que a execução do contrato não implicara em ruptura da confiança. Ex. negativa injustificada da seguradora, de renovar de contrato de seguro de vida depois de longos anos de renovação automática. Dever de informar a outra parte sobre o conteúdo do negocio: Redução de quantidade de produto sem informar. (ler pag 861. Informações sobre os males do tabagismo nas carteiras de cigarro. antigamente não havia ler (jursip. pag. 861 jus podium. Dever de Lealdade e probidade (ex. locação de imóvel em usufruto mas que e celebrado entre o nu-proprietário (quem tem a posse e não a propriedade) e o inquilino) inquilino deixa de pagar os alugueis sob a alegação de que o nu-proprietário não teria legitimidade para executar os valores. Dever de colaboração ou cooperação: Se o contrato e feito para ser cumprido, aso contratantes cabe colaborar para o correto adimplemento da sua prestação principal. (Gagliano e Pamplona). Dever de sigilo ou confidencialidade: Prerrogativa natural de confiar que uma parte nao divulgara dados ou informações a respeito da outra. Ex. advogado cliente/ medico e paciente. Banco e cliente. Dever de agir conforme a razoabilidade, a equidade e a boa razão. A "violação positiva do contrato" ou o "adimplemento ruim" é a violação aos deveres anexos ou laterais, como são os de proteção, informação, cooperação, etc., que se espraiam para além do término da avença contratual. É ligada à boa-fé objetiva, que possui três funções:
a) Teleológica ou interpretativa (CC, art. 113);
b) De controle ou limitadora de direitos (CC, art. 187); e
c) Integrativa ou criadora de deveres laterais (CC, art. 422).
Tais deveres hão de ser ser reconhecidos mesmo que não haja previsão expressa das partes. Derivam do princípio da confiança. A quebra desses deveres anexos gera VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO, com responsabilização civil objetiva daquele que desrespeita a boa fé objetiva (enunciado 24 CJF/STJ). ESSA RESPONSABILIZAÇÃO INDEPENDENTEMENTE DE CULPA ESTA AMPARADA ENUNC. 364 CJF/STJ - IV JORNADA. “Os princípios da probidade e da confiança são de ordem publica, estando a parte lesada somente obrigada demonstrar a existência da violação”.
a) Função Teleológica ou interpretativa (CC, art. 113); Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa fé e os usos do lugar da sua celebração. (art. 113 DO CC). Ex. julgado de TJDF - compra e venda de um ponto comercial. 
b)Função De controle ou limitadora de direitos (CC, art. 187); A função limitadora ou restritiva da boa fé objetiva confere poder de LIMITAR O EXERCICIO DE DIREITO, como nos casos de abuso de direito (art 187 cc e 51 do CDC). Importante instrumento de limitação de direitos, imposto pela boa fé objetiva é a TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL.
TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL: O CONTRATO - INSTRUMENTO PARA A CONSECUÇÃO , EM ULTIMA ANALISE DA: PAZ E DA ESTABILIDADE SOCIAIS, EM ORDEM A NAO SE PODER CONSIDERAR PREVALENTES, AINDA QUE NO ESTEIO DA LEI, PRETENSÕES, QUE TRADUZEM À PARTE BENEFICIADA UMA UTILIDADE MUITO MENOR DO QUE O DANO QUE PROVOCARA NA PARTE ADVERSA. EX. Contratação de seguro em 6 parcela e deixou de pagar 1 ( pag. 863) ver também juspr. TJGO pag 864
c) Integrativa ou criadora de deveres laterais (CC, art. 422): A boa-fé deve ser aplicada em todasas fases do negocio jurídico (desde o inicio ate a execução). Enun 25 CJF/STJ - o art 422 do cc não inviabiliza a aplicação, pelo julgador, do principio da boa-fé nas fases pré e pós contratual. Boa-fé objetiva na fase pre contratual: CASO DOS TOMATES: A empresa Cica distribuía sementes a agricultores gaúchos, de modo a gerar-lhes a expectativa de compra da safra futura, expectativa esta presente na fase pré-contratual, sem que qualquer contrato escrito fosse celebrado. Em determinados momentos, os agricultores plantaram as sementes, que geraram tomates, mas a empresa não adquiriu a produção, o que levou a sua perda. O TJ/RS responsabilizou a empresa por tais condutas de quebra da confiança.
PRETENSÃO DE CELEBRAÇÃO DE CONTRATO FUTURO COM A DISTRIBUIÇÃO DAS SEMENTES: TEORIA DA APARENCIA: O trato contido na intenção configura contrato, porquanto os produtores, nos anos anteriores, plantaram para a CIC e não tinham porque plantar, sem garantia de compra (TJRS - comarca de origem Canguçu/RS). Boa-fé objetiva na fase contratual: Sum 308 do STJ. “A hipoteca firmada entre construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel”. Ex. CONSTRUCAO E INCORPORACAO DE IMOVEIS. Hipoteca - direito real - principalmente sobre bens imóveis - regra seria de efeito erga omnes, ou seja, acompanha a coisa independente de quem esteja com a posse (art. 1419 cc). Resta claro que pelo teor da Sum 308 STJ que a boa fé objetiva também envolve ordem publica, caso contrario não seria possível a restrição de direito real. A ementa traz ainda como conteúdo a eficácia interna da função social do contrato, ou seja, entre proteger o agente financeiro e o consumidor prefere o ultimo, pois e a parte mais vulnerável. Boa-fé objetiva na fase pós-contratual: O credor tem o dever de retirar o nome do devedor do cadastro de inadimplentes após acordo ou pagamento da divida, sob pena do surgimento da responsabilidade pós contratual pela quebra da boa-fé. Vários julgados (tartucci)
Aplicações derivadas da boa-fé: Ao lado das funções do principio da boa-fé objetiva e dos deveres anexos por ela criados temos aqui as denominadas aplicações derivadas de seu conteúdo, que nada mais são, em ultima analise do que decorrência direta de sua aplicação. Muitas vezes coincidem com aplicação praticas do abuso de direito. 1) supressio e surrectio: Os fenômenos da supressio e surrectio se refere a consolidação de determinadas situações de fato surgidas durante a execução do contrato. supressio: seria a supressão ou limitação do direito de alguma das partes por renuncia tácita pelo seu não exercício. Ex. pagamento reiteradamente feito em lugar diverso do acordado faz presumir a renuncia do credor relativo ao que foi contratado. Surrectio: surgimento de um direito subjetivo para uma das partes, por ação positiva ou negativa reiterada de outra. Ex. segurado de um plano de saúde que deixa de adimplir uma das suas mensalidades, no entanto não vem a ser cobrado oportunamente pelo segurador, criando-lhe legitima expectativa de manutenção do contrato e do direito a cobertura dada à adimplência das prestações posteriores. Os dois institutos andam juntos, pois em ambos os exemplos, à supressão do direito de uma das partes (supressio) corresponde ao surgimento (surrectio) de um direito para a outra. 
2) Proibição dos atos contraditórios: A boa-fé objetiva impõe que nas relações jurídicas, as partes se comportem de forma coerente, ou seja, sem adoção de atitudes que, por sua contrariedade, indiquem desvio de comportamento. Dentro dessa regra genérica de proibição de atos contraditórios imposta pelas clausulas gerais da boa fe objetiva e da vedação do abuso de direito encontraremos dois institutos clássicos:
a) Venire contra factum proprium:
b)Tu quoque:
a) Venire contra factum proprium:
Não pode o agente criar situações teoricamente favorável a si e dela se valer enquanto lhe convém, para depois, quando não mais lhe interessa, voltar-se contra fato por si próprio praticado. NINGUEM PODE SE VOLTAR CONTRA FATO PROPRIO. EX. vizinho que sempre promove festividades em alto ruído incomodando os demais, não pode reclamar e postular indenização em situação semelhante. Ex. 2 - seguro saúde - doença preexistente sem realização de exames. 
b)Tu quoque: Consiste na proibição de que o agente invoque direitos, na relação bilateral, antes de cumprir a sua prestação ou atender as obrigações. Decorre da aplicação do art. 476 CC (exceção do contrato não cumprido) - “nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro”. Sempre que a parte tenta aplicar, na relação jurídica dois pesos e duas medidas, estará presente Tu quoque.regra de ouro: é vedado que alguém faça contra o outro o que não faria contra si mesmo (julio cesar apos receber o golpe fatal de seu afilhado Brutos no senado romano disse “tu quoque Bruttus - ate tu Bruttos). 3) “Duty to mitigate the loss” - DEVER IMPOSTO AO CREDOR DE MITIGAR SUAS PERDAS, OU SEJA SEU PROPRIO PREJUIZO A FIM DE NAO ASSOBERBAR SOBREMANEIRA A SITUACAO DO DEVEDOR. Ex. correntista de um banco abre conta em uma determinada agencia porque dava como certa sua contratação por um empregador que costumeiramente depositava o salário dos funcionários. Frustrada a contratação o correntista não movimenta a conta e no entanto o banco passa a imputar, em seu saldo, débitos referente a tarifas de serviços e etc.. mas deixa para exigir o pagamento apos 1 ano de acumulação. A questão apontada aqui é quanto a inercia da instituição, tendo em vista que de acordo com o Banco central considera-se inativa conta sem movimentação por mais de 6 meses. Exceptio dolli É um instrumento pelo qual um contratante pode se proteger do outro agente que, na relação jurídica, pratica comportamento - de forma dolosa - visando obter vantagem em detrimento da própria natureza do contrato celebrado e das intenções nele contidas. NAO E DOLO ENQUANTO DEFEITO DO NEGOCIO JURÍDICO (VICIO DE VONTADE - VALIDADE DO CONTRATO) MAS SIM O SE BUSCA IMPEDIR QUE UM DOS AGENTES SE VALHA DE INTENÇÃO MALICIOSA PARA AUFERIR VANTAGENS EM DETRIMENTO DO PREJUÍZO DO OUTRO. NAO SE BUSCA A ANULAÇÃO/ INVALIDAÇÃO DO CONTRATO MAS SIM A DEFESA DA SITUAÇÃO DA PARTE INOCENTE CONTRA INVESTIDA DOLOSA DA OUTRA PARTE.
N 2 – PROVAS - Formação dos Contratos: O contrato nasce da conjunção de duas ou mais vontades coincidentes, sem prejuízos de outros elementos tais como: objeto licito, agente capaz, respeito aos princípios gerais e etc. O que consubstancia aquilo que se denomina AUTONOMIA PRIVADA: Segundo a melhor doutrina, é possível identificar quatro fases na formação do contrato civil: FASE DA NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES OU DE PUNTAÇAO; FASE DE PROPOSTA, POLICITACAO OU OBLAÇÃO; FASE DE CONTRATO PRELIMINAR; FASE DE CONTRATO DEFINITIVO OU DE CONCLUSÃO DO CONTRATO; 
FASE DAS NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES OU DE PUNTAÇAO. Nessa fase ocorrem debates prévios, entendimentos, tratativas ou conversações sobre o contrato preliminar ou definitivo. MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DE CELEBRAR CONTRATO FUTURO. Essa fase não está prevista no CC, pois é anterior a formalização da proposta ou também conhecida como PROPOSTA NAO FORMALIZADA. O CC se refere, num primeiro momento, quanto a formação dos contratos, à chamada policitação, que corresponde a formalização de uma proposta de contrato feita por uma pessoa (POLICITANTE) a outra (OBLATO). Art. 427 cc: a proposta de contrato obriga o proponente, se o contrario não resultar dos termos dela, da natureza do negocio, ou das circunstancias do caso. Por não estar regulamentada no CC, não se pode dizer que o debate prévio vincula as partes, como ocorre na fase posterior (POLICITACAO), assim poderia se afirmar que não haveria responsabilidade civil contratual nessa fase. Maria Helena Diniz defende a tese: A PROPOSTA OBRIGA O PROPONETE; NAO HAVENDO PROPOSTA, NAO HA OBRIGAÇAO. O Tartucci defende também que essa fase não vincula as partes,no entanto que é possível a responsabilização contratual pela aplicação da boa-fé objetiva na fase pré-contratual. VEJAMOS O EX: Alguém que convida outrem para uma entrevista de emprego em um município distante do seu domicilio, chega-se a dizer “a vaga é praticamente sua, basta preencher os requisitos”. No momento da entrevista, no entanto, tendo o pretenso candidato à vaga tido despesas de locomoção até o local e etc...aquele que lhe havia criado a justa expectativa reflui e deixa de formular proposta formal de contrato. Percebe-se a geração de prejuízos em fase negociação preliminar. NAO SE CRIA A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL, pois não houve a formalização de proposta, mas deve ser reconhecido, pelo menos, no dever secundário de indenizar eventuais danos que se tenham causado com a criação de justa expectativa de iminente possibilidade de contratação, sob pena de violação dos deveres anexos de informação, lealdade, confiança reciproca decorrentes da boa-fé objetiva que deve ser aplicada em todas as fazes do contrato consoante EN 25 e 170 CJF. (pag. 902) e LER pág. 903. Existem alguns julgados de que a responsabilização nessa fase deve respeitar ao regime de responsabilidade extracontratual. Resumindo: em regra, as negociações preliminares não vinculam, ou seja, quem está negociando não é obrigado a contratar e, se não contrata, não é obrigado a reparar eventuais prejuízos experimentados pelo outro. Excepcionalmente, o rompimento das tratativas pode gerar dever de indenizar, desde que ocorra: a) estágio avançado das negociações; b) ausência de transparência por parte de um dos negociantes; c) criação de legítima expectativa de que a contratação ocorrerá; d) rompimento abrupto e injustificado das negociações; e) prejuízos a um dos negociantes. Somente se estes requisitos, que violam a boa-fé objetiva, estiverem presentes é que haverá a responsabilidade civil extracontratual (aquiliana), por ainda não haver contrato.
FASE DE POLICITAÇAO (PROPOSTA DE CONTRATO): A fase da proposta, denominada fase da OFERTA FORMALIZADA, POLICITACAO OU OBLACAO, constitui a manifestação da vontade de contratar por uma parte, que solicita a concordância da outra. Trata-se de uma declaração unilateral de vontade receptícia, ou seja, SO PRODUZ EFEITOS AO SER RECEBIDA PELA OUTRA PARTE. Conforme art. 427 cc: a proposta vincula o proponente, gerando o dever de celebrar o contrato definitivo sob pena de responsabilização pelas perdas e danos que caso concreto demonstrar. Esse caráter recepticio é mantido se a promessa for direcionada ao publico conforme art. 429 CC. Art. 429. A oferta ao público equivale à proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. Exemplo: Ofertas feitas pela internet.
Partes da proposta: Policitante, proponente ou solicitante: aquele que formula a proposta, estando a ela vinculado, em regra, Policitado, oblato ou solicitado: aquele que recebe a proposta e, se acatar, torna-se o aceitante, o que gera o aperfeiçoamento do contrato (consensual) (encontro de vontades). O oblato poderá formular contraproposta, situação em que os papeis se invertem: o proponente passa a ser oblato e vice-versa. Sobre a manifestação da vontade na proposta e na aceitação, o CC exige que esteja revestida pelas seguintes características: Proposta (oferta, policitação ou oblação): DEVE SER, séria, clara, precisa e definitiva - art. 427. Aceitação: Deve ser pura e simples - art. 431. Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Proposta pode ser feita: a) Quanto à presença dos contratantes 1- entre presentes (inter praesentes) resposta imediata. 2 - entre ausentes (inter absentes)- não é possível obter a resposta imediatamente. O critério utilizado pela lei é o da presença jurídica e não o da presença física, como se extrai do art. 428, I, CC, que considera presente a pessoa que utiliza telefone ou meio de comunicação semelhante para contratar. 
art. 428 CC: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; Assim é que presentes são aqueles em que a aceitação pode ser feita imediatamente à proposta. Se o oblato precisar de prazo para aceitar, a proposta será considerada entre ausentes. Os contratos eletrônicos podem ser tanto entre presentes quanto entre ausentes: Nessa linha de raciocínio, poderemos considerar, entre presentes, o contrato celebrado eletronicamente em um chat (salas virtuais de comunicação, skype), haja vista que as partes envolvidas mantêm contato direto entre si quando de sua formação, e, por outro lado, entre ausentes, aquele formado por meio de envio de mensagem eletrônica (e-mail), pois, nesse caso, medeia um lapso entre a emissão da oferta e a resposta. (GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: contratos. Tomo I. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 89). A importância dos contratos verdadeiramente entre ausentes, seja qual for a circunstancia eles assim o sejam, NAO reside no momento da formacao do contrato, pois se a proposta for feita e aceita dentro dos prazos estipulados, aplicam-se as regras gerais, considerando formado o vinculo contratual e, de consequência, a obrigação. A relevância se encontra nas hipóteses em que a proposta deixa de ser obrigatória por não se terem observados os prazos previstos ou presumidos. Hipóteses em que a proposta deixa de ser obrigatória: a) sem prazo a ausentes: art. 428 CC: II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar à resposta ao conhecimento do proponente; tempo suficiente: Conceito legal indeterminado e deve ser entendido como aquele em que ordinariamente, se leva, para chegar uma carta, ou tempo para que o oblato leia a proposta e envie a resposta (por e-mail, por exemplo). b) com prazo a ausentes: Quando existe prazo certo na proposta, a doutrina apresenta duas doutrinas:
 1) Teoria da cognição ou informação: a formação do contrato depende do efetivo conhecimento do proponente acerca da resposta, recebida e lida.
 2) Teoria da declaração: a formação depende apenas da manifestação da vontade do aceitante. Essa teoria tem 3 vertentes:
a) sistema de declaração propriamente dita
b) sistema de expedição
c) sistema de recepção
a) sistema de declaração propriamente dita: basta a formulação da resposta. Assim, por esse entendimento, o contrato se forma desde que o aceitante escreve a carta. Embora lógica a concepção, pois nesse instante o consentimento foi externado, não tem interesse prático, pois a carta, a despeito de escrita, não terá qualquer eficácia antes de expedida. Nenhuma legislação adotou tal sistema. b) sistema de expedição: Não basta formular a resposta é preciso enviá-la, sendo este o momento que ocorre o aperfeiçoamento do contrato, pois nesse instante o aceitante perde o comando sobre a sua vontade, não podendo mais se arrepender (art. 434, CC/2002). c) sistema de recepção: Não basta formular a resposta e enviá-la, é preciso que ela chegue materialmente (não é necessário que ele a leia) às mãos do policitante (art. 434, II, CC/2202). c) Retração: IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Ler julgado pag 906. O cc adota o sistema da expedição (art. 428) e art 434: III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado. I - no caso do artigo antecedente (Retratação) - Se o proponente se retrata e a retratação chega antes da proposta, esta não vincula. Da mesmaforma a retratação do aceitante (art. 434 I) se a resposta for retratada e esta chegar ao proponente antes, considera-se inexistente a aceitação.
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta: Pode ser que a própria pessoa que propôs o contrato se obrigue a esperar a resposta, hipótese em que ficará em aberto a possibilidade do oblato aceitar a proposta, ate que se manifeste - Prazo razoável.
III - se ela não chegar ao prazo convencionado: Em se tendo previsto expressamente que a eficácia da aceitação da proposta depende de ser recebida e não apenas expedida, se a mesma não chegar ao prazo convencionado não há obrigação entre as partes. (Exceção ao sistema de expedição) - Analisando os comandos descritos, é correto afirmar que o CC adotou tanto a teoria da EXPEDIÇAO quanto da RECEPÇAO sendo a primeira regra e a segunda exceção, de acordo com a disposição no próprio código. A duvida reside sobre a formação dos contratos eletrônicos formado entre ausentes, como o caso da contratação por e-mail. Prevalece na doutrina nacional a teoria da recepção. EN. 173 CJF/STJ:”a formação dos contratos realizados entre pessoas ausentes, por meio eletrônico, completa-se com a recepção da aceitação pelo proponente”. 
Aceitação: A aceitação e a declaração unilateral feita pelo oblato a fim de concluir a celebração do contrato. Trata-se de negocio unilateral, mas recepticio, pois deve chegar ao conhecimento do proponente, EXCETUADA a regra contrato entre ausentes (teoria da expedição). A aceitação pode ser classificada: a) expressa; b) Tácita; c) contraproposta; d) retratação; a) Expressa: regra geral. Se por circunstancias imprevistas, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este cientificará imediatamente o aceitante, sob pena de responder por perdas e danos (art. 430). Chegar tarde significa chegar depois do prazo dado para a aceitação, embora a expedição tenha ocorrido antes. b) Tácita: Pode ocorrer de duas formas: b1) Quando o negocio for daqueles em que não se exige a aceitação expressa (proposta de doação pura com prazo - art. 539 cc); b2) Quando o proponente tiver dispensado a aceitação expressa. Assim, se o negocio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído, não chegando a tempo a recusa (art. 432)- Teoria do silêncio circunstanciado. Ou seja, reputa-se concluído o contrato se a recusa não chegar ao prazo dado. É evidente, porém, que não têm qualquer respaldo legal às disposições incluídas em algumas propostas no sentido de que o silêncio do destinatário importará na formação do contrato. (TEPEDINO, Gustavo (org). c) Contraproposta: É a aceitação dada através da formulação de novas condições contratuais configurando uma nova proposta. d) Retratação: A retratação é negocio Jurídico unilateral recepticio. Para gerar seus efeitos (desconsideração da aceitação) deve chegar efetivamente ao conhecimento do proponente - art. 433 Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. 
Lugar da celebração do contrato: Contratos nacionais. Art. 435 - Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar onde foi proposto. Eventualmente, e por questão de logica caso haja contraproposta, o local do contrato deve ser reputado onde essa foi formulada. Podem as partes estabelecer o foro (clausula de eleição de foro, desde que o façam por escrito (art.111do CPC) CARLOS propôs a CONSTRUÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA contrato de prestação de serviços, tendo entregue pessoalmente documento por escrito em que continham todos os termos da proposta. Após uma semana, a CONSTRUTORA entregou a CARLOS uma minuta contratual que modificava alguns dos itens da proposta inicialmente feita. CARLOS, não concordando com os termos minutados, negou-se a celebrar o contrato. Inconformada com a recusa de CARLOS, a CONSTRUTORA ajuizou ação de obrigação de fazer alegando que a proposta tem caráter vinculante e que, além disso, a tutela da confiança proíbe o comportamento contraditório dos negociantes, razões pelas quais requeria que o contrato fosse concluído.
Analisando os fatos acima descritos e tomando por parâmetro o direito contratual brasileiro, responda, JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE:
A)   A proposta foi feita entre presentes ou entre ausentes?
B)   O princípio da força vinculante da proposta obrigará Carlos a responder pela não conclusão do contrato junto à Construtora?
CONTRATO PRELIMINAR - PACTUM DE CONTRAHENNDO: O contrato preliminar apresenta-se como uma novidade no CC previsto entre os art. 462 a 466. Não é uma fase obrigatória sendo dispensável pelas partes. Objeto - outro contrato - DEFINITIVO no qual se assumirão as verdadeiras obrigações intencionadas pelos agentes nas fases de tratativas. Diferencia-se da fase de puntuação pelo fato de que nessa fase gera de fato, OBRIGAÇAO e não apenas potencial aparecimento de direito a indenização por perdas e danos em razão de frustração de justas expectativas. Afasta-se da fase de policitação, pois enquanto a proposta seguida de aceitação configura o encerramento da formação do próprio contrato gerando obrigação principal - o contrato preliminar faz criar obrigação de outra natureza, qual seja a de celebrar o contrato definitivo. Exemplo típico: compromisso de compra e venda. O Compromisso de compra e venda não registrado cria direito meramente pessoal de exigir do promitente vendedor a celebração de contrato definitivo. Já o registrado gera direito real (não de propriedade) que pode ser oposto não só ao promitente vendedor, mas também a terceiros (erga omnes). Ex. Atleta que firma contrato preliminar com outro clube enquanto ainda tem vigência o do outro contrato. Forma do contrato: Exceto quanto à forma (art. 462 cc) o contrato preliminar deve conter todos os requisitos do contrato definitivo. O compromisso de compra e venda de imóvel, por exemplo, não depende de escritura publica, como ocorre com a compra e venda , podendo ser particular. (ler julgado 914). O art. 463 p.u: O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente. A respeito desse dispositivo existem 2 correntes: a) uma que entende ele se refere apenas a necessidade de registro de compra e venda para oposição de efeitos erga omnes, em consonância com a sum. 239 do STJ: O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro de compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. b) outra no sentido de que a referida sumula estaria revogada razão pela qual a partir do cc de 2002, o compromisso, para qualquer efeito, deveria ser registrado. Entendo que a sumula contínua vigente razão pela qual se extrai do art. 1418 que não exige o registro para que o comprador exerça o direito pessoal de obrigar o vendedor a outorgar a escritura definitiva. EN 30 CJF - 1a. Jornada: A disposição do pu. do art. 463 deve ser interpretada como fator de eficácia perante terceiros.
Clausula de arrependimento: Art. 463 caput: “Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive”. A clausula de arrependimento pode ser puro, ou seja, de caráter puramente protestativo (a outra parte não pode recusar-se a aceitar). Imóveis loteados: NAO PODE HAVER ARREPENDIMENTO E NEM CLAUSULA DE ARREPENDIMENTO. Sum 166 STF: inadmissível o arrependimento no compromisso de compra e venda sujeito ao DL 58 de 1937. Imóveis não loteados: prevê a possibilidade de arrependimento desde que haja clausula expressa no instrumento contratual ainda que não registrado. Art. 22 do DL 58/1937: Arrepender-se, quando permitido, não significa simplesmente romper o negocio jurídico sem qualquer consequência. Em havendo pagamento parcial ou total, o arrependimento do promitente vendedor não pode vir desacompanhado da obrigação de restituir os valores. Se quem se arrependeu for o promissário comprador: devoluçãodos valores e retenção dos valores razoáveis para cobrir despesas do promitente vendedor. Pa. 916 NAO HAVENDO ARREPENDIMENTO qualquer das partes tem o direito de exigir a celebração do contrato definitivo notificando a outra parte para fazê-lo em determinado prazo. Inadimplemento do contrato preliminar: Art. 464 Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação. (adjudicação compulsória) - recusa do vendedor em conferir a escritura definitiva.
VICIO REDIBITÓRIO: Vícios redibitórios são defeitos ocultos que existem no objeto do contrato comutativo e oneroso que torne a coisa impropria ao uso a que se destina ou lhe diminuam o valor (art. 411 cc). Objetivo: proteger a boa fé subjetiva do adquirente, minimizando os prejuízos que podem eventualmente surgir das transações que objetiva a transferência da propriedade de bens imóveis e moveis. Tais defeitos vão redibir o contrato, tornando-o sem efeito.  Aplica-se aos contratos de compra e venda troca, locação, doação onerosa (parágrafo único do art. 441) e na dação em pagamento. Exemplos: comprar um cavalo manco ou estéril; alugar uma casa que tem muitas goteiras; receber em pagamento um carro que aquece o motor nas subidas, etc. Em todos esses exemplos poderemos aplicar a teoria dos vícios redibitórios para duas consequências, a critério do adquirente: (efeitos que serão estudados posteriormente). a) desfazer o negócio, rejeitar a coisa e receber o dinheiro de volta; b) ficar com a coisa defeituosa e pedir um abatimento no preço (442).
Diferença entre Vício redibitório e erro: No erro (art. 144 e 146), o adquirente tem uma ideia falsa da realidade. A deficiência é subjetiva. Se o erro é induzido intencionalmente pelo alienante ou por terceiros, o vício de vontade passa a ser dolo. No erro o adquirente recebe uma coisa por outra, o declarante forma uma convicção diversa da realidade, a coisa em si não é viciada. Ex. quem compra um quadro falso, pensando que é verdadeiro, incide em erro. No vício redibitório decorre da própria coisa, que é a verdadeiramente desejada pela parte, e o adquirente não toma conhecimento do defeito, porque está oculto. Ex. quem compra um quadro que apresenta fungos invisíveis, e, após a aquisição, vem a mofar, estará perante um vício redibitório. Ler jur. P.922
5. REQUISITOS: a) a existência de um contrato comutativo e oneroso (translativo da posse e da propriedade da coisa); b) um defeito oculto grave existente no momento da tradição; c) a diminuição do valor econômico ou imprópria para o uso destinado. a) a existência de um contrato comutativo e oneroso (translativo da posse e da propriedade da coisa); Exemplo: compra e venda e doação com encargo; b) um defeito oculto grave existente no momento da tradição (art. 444). O adquirente não tem conhecimento do vício. O vicio pode ser ou não conhecido do alienante (art. 443). Se conhecido: redibição do negocio + perdas e danos. Se não conhecido: não há perdas e danos. Jur. P. 925
Quando o vício incidir em contratos de compra e venda de coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas. Art. 503. Exceto quando o adquirente não se interessaria por nenhuma delas se tivesse ciência do vício em uma, nesse caso poderia redibir o contrato em relação a todas. c) a diminuição do valor econômico ou imprópria para o uso destinado. O defeito apresentado torna a coisa adquirida imprópria ao uso para o qual se destina, ou seja, e valor inferior ao contratado. A coisa pode ser de valor superior aquele pago, mas se não se prestar ao uso que se destinava assiste ao comprador o direito de redibir o contrato. Efeitos: São dois efeitos principais e dão origem a chamadas ações edilícias: Direito à redibição do contrato: (art. 441) É o direito de rescindir o contrato em virtude de defeito, restituindo as partes ao status anterior ao negócio – devolução da coisa e restituição do preço.
Ação pertinente: Ação redibitória. B) Direito ao abatimento no preço (art. 442): Em caso de diminuição do valor da coisa em virtude do defeito, pode o adquirente reclamar o abatimento no preço, proporcional à diminuição do valor da coisa.
Ação pertinente: Ação estimatória ou ação quanti minoris. Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. § 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. § 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. Clausula de garantia Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. Garantia de 1 ano lâmpadas. Vícios e defeitos no CDC serão estudados posteriormente. Conceito: Evicção é a perda da coisa diante de uma sentença judicial que atribui a mesma a outrem, havendo uma garantia nos contratos onerosos (com remuneração, ainda que a venda seja realizada em hasta pública). A responsabilidade pela evicção é característica dos contratos onerosos (aqueles que envolvem contraprestação de natureza ou conteúdo financeiro). Por fim, constitui a evicção na perda, parcial ou total, do bem adquirido, em decorrência de direito anterior de terceiro reconhecido por sentença. É uma garantia legal que se dá ao adquirente, contratos comutativos que visam transferir a propriedade, de que se perdera a posse ou a propriedade da coisa em virtude de uma sentença judicial. Ex. 1. Compra e venda de imóvel perdido posterirormente, em ação de usucapião. 2. Perda do imóvel adquirido por existência de decreto desapropriatório já ao tempo da alienação. (Ato administrativo). Veja-se que o direito de terceiro que se reconhece deve ser, portanto, anterior à alienação. Partes: a. alienante - que transferiu a coisa com o vício da evicção, de forma onerosa; b. evicto, adquirente ou evencido – aquele que perde a coisa adquirida; (sofre a evicção); c. evictor ou evecente – aquele que adquire a coisa via “ação judicial”. (terceiro ao qual e reconhecido o direito sobre a coisa). Direitos do Evicto (LER ART 450CC): Consequência principal da evicção: RESTITUIÇAO INTEGRAL DO PREÇO (art. 450cc), o preço, seja evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional sofrido, no caso de evicção parcial. (art. 450cc). Espécies de Evicção: Total ou parcial. Na evicção parcial, ou seja, de perda não integral da coisa alienada (por exemplo, a reivindicação de parte de livros de uma biblioteca, de parte de um terreno adquirido ou de alguns animais de uma fazenda comprada de “porteira fechada”), poderá o evicto optar entre a dissolução do contrato ou da restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Caso não seja considerável a evicção (circunstância que deverá ser aferida pelo juiz no caso concreto), terá direito apenas à indenização (art. 455 do C.C.). Exemplo: O evicto adquiriu cem alqueires de terra e perdeu sessenta, pode optar por rescindir o contrato, ou ficar com o remanescente recebendo a restituição da parte do preço correspondente aos 60 alqueires que perdeu. Parte considerável para esse fim, a perda que, atentando-se para a finalidade da coisa, faça presumir que o contrato não se aperfeiçoaria se o adquirente conhecesse a verdadeira situação. É necessário analisar além do aspecto da quantidade também o da qualidade. Ex. Alguém

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