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COMO ENTENDER A ECONOMIA Sobre o autor Sou Matheus Lange, pós-graduado em Gestão Financeira, Professor de Inteligência Financeira e desde 2010 estudante e atuante do mercado financeiro. Em 2013 tive uma primeira experiência em ajudar crianças e adolescentes, sendo professor voluntário ensinando sobre Finanças Pessoais e Economia. Depois desse momento, enxerguei que a educação financeira estava em falta no nosso país, por isso, em 2014 comecei a prestar consultoria financeira e criei o blog, Economizar e Investir. Desde então, atuo como Consultor Financeiro Pessoal e continuo gerando conteúdo sobre finanças através do meu blog. SUMÁRIO 04 10 14 17 26 35 42 51 59 Introdução O Ponto de Partida da Economia Crescimento Econômico Crédito Principais Agentes da Economia Crescimento da Economia e seus Ciclos Crises As Três Regras da Economia Conclusão 4 01 Introdução 5 Pouquíssimas pessoas entendem como funciona a economia no mundo, no Brasil ou na própria cidade. O pior é que muitos acham que economia é um assunto complicado e acabam criando um pré-conceito com a pobre coitada. Nesse e-book eu vou te mostrar como funciona a roda da economia e o ciclo do dinheiro no mundo. Uma coisa eu te digo: é muito mais simples do que você imagina! Nada de jargões técnicos ou cálculos. O máximo que vou demonstrar são simples gráficos, somente para ilustrar como funciona os ciclos econômicos. Se você é economista e está esperando aprofundar no assunto, esse e- book não servirá para você. Ele é recomendado para pessoas das mais diversas carreiras e profissões que nunca tiveram a oportunidade de conhecer o básico sobre o tema. Pode ser que até tiveram a chance, mas como muitos economistas tem o prazer de falar em um dialeto complicado, acabaram não entendendo. Acredito realmente que economia deveria ser uma matéria básica nas escolas e que devemos aprender desde criança. Por um motivo simples: nós somos a economia. 6 Economia não é o governo, não são os bancos, não é uma entidade superior que dita os rumos da nossa sociedade. A economia é o reflexo das decisões diárias de cada pessoa, que vão refletir não apenas na sua cidade, mas em todo o país. O governo somente tenta guiar as decisões dessas pessoas e empresas. Essas são as chamadas políticas econômicas. Veja como é simples! Vou te dar um exemplo de como algumas pessoas gostam de complicar algo que é simples. Olha só o que o Wikipédia fala sobre o que é política econômica: 7 "A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a situação econômica de um país, uma região ou um conjunto de países. Estas ações são executadas pelos agentes de política econômica, a saber: nacionalmente, o Governo, o Banco Central e o Parlamento e internacionalmente por órgãos como, por exemplo, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e os Exim Banks." Não é mais simples falar “as políticas econômicas são as ações do governo para tentar guiar as tomadas de decisões da população, empresas e do próprio governo”? Essa minha definição pode parecer simplista, mas é algo que qualquer pessoa entende. Esse conceito traz necessariamente o que as pessoas precisam saber. Com uma linguagem simples é muito mais fácil educar a sociedade como um todo. 8 Um país, onde a população conta com uma boa educação financeira, é economicamente mais forte. Esse é um ponto vital da economia. O mais louco é que o governo, para melhorar a economia, deveria se preocupar primeiro com a educação de todos. Esse é o primeiro passo, mas é um passo visando o longo prazo. Você começa a ensinar crianças e adolescentes agora para que no futuro, quando eles se tornarem a base da nossa economia, consigam tomar decisões muito melhores no ponto de vista econômico. Infelizmente, nossos governantes não pensam no longo prazo. Eles focam nos próximos 4 anos e em como poderão se reeleger. Por isso tomam somente decisões econômicas que atacam problemas de curto prazo, tentando mostrar para a população que "resolveram" os problemas da economia. Enquanto os governantes não pensarem no bem comum e focarem no longo prazo, depende de nós mesmos busca conhecimento e melhorarmos a nossa vida. Agora você vai entender melhor os cenários econômicos, aprender como aproveitar momentos para comprar um imóvel, negociar taxas de juros de empréstimos e financiamento e descobrir quando vale a pena se endividar. O que vou explicar aqui se baseia na ótima explicação de Ray Dailo (um dos maiores investidores de todos os tempos) sobre os princípios da economia. Bora começar? 10 02 O Ponto de partida da economia 11 Para começar a entender sobre economia, é preciso conhecer o ponto de partida. Onde é o início de tudo. E esse ponto de partida você com certeza já conhece bem, mas ainda não sabe. Lembra que falei na introdução que nós somos a economia? Pois é... A economia começa nas transações que todas as pessoas fazem diariamente. As transações que fazemos é o combustível que move a economia. Quando você vai tomar um café, comprar uma camiseta no shopping, encher o tanque de gasolina, fazer o financiamento do seu primeiro imóvel, trocar de carro… toda e qualquer transação faz a roda da economia girar. Mais simples impossível. As pessoas, as empresas, os bancos e governos estão sempre comprando e vendendo 3 coisas: • Produtos; • Serviços; • Ativos financeiros. Agora quero que você reflita sobre a seguinte pergunta: o que é uma transação? Bruno Trolezi 12 Peço isso porque algumas vezes, não entendemos na raiz o que é uma transação. Por exemplo: O simples fato de deixar seu dinheiro parado numa conta corrente de um banco é uma transação. Você está utilizando um dos serviços do banco, tanto é que a maioria deles cobra tarifas de manutenção de conta. O único momento que não ocorre uma transação é quando alguém guarda o dinheiro que recebe debaixo do colchão. Como são raros os casos de pessoas que fazem isso hoje, posso me arriscar em dizer que para quase todo o dinheiro recebido é feito algum tipo de transação, visto que mesmo deixar o dinheiro parado na conta corrente é uma. 13 Com isso, toda a receita que uma pessoa recebe é consumida. Mesmo que você não propriamente consuma em bens e serviços, está consumindo em forma de ativos financeiros (pode ser poupança, tesouro direto, mercado de ações, etc). Disso surge um conceito importante: toda receita = consumo. A receita de uma pessoa é a despesa de outra pessoa. Esse conceito é determinante para que você entenda todo o restante sobre economia. Praticamente 100% do que é gerado é consumido. Bom, esse é o ponto de início e a primeira “lei” de economia que você tem que aprender. Espero que você esteja se perguntando: Com uma economia pode crescer ou retrair? Se 100% do que é gerado é consumido, então não era para ficar no zero a zero? Mas, existem algumas ferramentas que podem tirar o zero do placar. 14 03 Crescimento econômico 15 A economia tem uma tendência natural de aumento devido ao crescimento da produtividade. Esse crescimento pode acontecer de duas formas. A primeira forma é quando as pessoas passam a produzir mais. Produzindo mais, elas conseguem receber mais renda. Como sabemos que a receita de uma pessoa é o consumo de outra, indiretamente ela melhora a receita de outra pessoa, que também passa a consumir mais… virando um ciclo. Vou explicar melhor te dando um exemplo. Imagine que você é autônomo e começou a trabalhar mais (o conceito de produzir mais que falei pode ser mesmo em forma de trabalhar mais horas, de trabalhar em um melhor formato, etc). Trabalhando mais, você passou a receber mais dinheiro. Então decidiu comprar um carro à vista. Com o dinheiro do seu pagamento a concessionária vai pagar fornecedores e ainda desembolsar a comissão para o vendedor. O fornecedor pagará uma dívida que tem no banco e o vendedor comprará um pacote de viagem… nesse momento já virou o ciclo, pois o banco e a agência de viagem também consumirão esse dinheiro. 16 E o ciclo continua, fazendo com que a economia como um todo melhore. A outra forma de aumentar a produtividade é a melhoria na educação. Por isso comentei da importância da educação no início deste e-book. Quanto maior o grau de instrução e o conhecimento adquirido por uma pessoa, melhor ela consegue produzir, gerando mais dinheiro e dando início ao ciclo que citei. Quer um exemplo de como a educação pode mudar a economia? Então vamos falar do case de sucesso da Coréia do Sul, que deixou de ser um país com sérios problemas de pobreza nos anos 40/50 para se tornar uma das maiores potências da atualidade. A Coréia focou no longo prazo. Na educação. Mas como fica a questão do curto prazo? Se um país precisa de crescimento rápido, como fazer? Lembre que a despesa de uma pessoa é a receita de outra. Como fazer uma pessoa ganhar mais se não for o crescimento da produtividade? Existe uma maneira de aumentar o consumo de uma pessoa sem aumentar a sua renda? Sim. Isso ocorre através de uma das ferramentas chaves de toda e qualquer economia: o crédito. 17 04 Crédito 18 Essa é uma das peças fundamentais para entender sobre economia. O crédito é criado para que as pessoas possam consumir mesmo sem ter dinheiro e receita no momento. Pense quando alguém financia uma imóvel. Ele não tem aquele dinheiro no momento, mas ele promete que em datas futuras ele vai quitar esse compromisso assumido. O crédito surge de 2 necessidades: • Quem não tem dinheiro e quer consumir um serviço/bem mesmo assim. • Quem tem dinheiro parado e quer fazer mais dinheiro, aceitando emprestar para alguém em troca de um prêmio chamado juros. E isso acontece diariamente. Quando você coloca seu dinheiro na poupança, no CDB ou deixa parado na conta corrente, está emprestando para o banco, que vai te remunerar por isso e vai emprestar para quem precisa de crédito. Por isso que tudo é uma transação. 19 Deixar seu dinheiro parado no banco acaba virando uma fonte de crédito para que ele empreste a quem estiver precisando de dinheiro para comprar algo que não poderia. No momento que nasce o crédito, nasce também o irmão dele. O débito. Crédito e débito aqui são diferentes do que você está acostumado a ouvir quando vai pagar uma conta com cartão. Crédito é algo que está disponível para você quando precisa fazer uma compra sem ter todo o dinheiro para efetuar a transação no momento. Débito é o quanto você fica devendo por ter adquirido esse crédito. Vai ser basicamente o quanto você deve, que vai consumir parte da sua renda futura. 20 Quem toma o dinheiro emprestado acaba de assumir um compromisso no futuro que fará a devolução desse valor acrescido de um juros. Ou seja, ele está abrindo mão de consumir no futuro para consumir agora. Isso não é um problema, desde que a pessoa honre com o combinado. O débito é tão importante quanto o crédito. Imagine uma pessoa que fez um financiamento de um imóvel. Ela está assumindo que para os próximos 20 ou 30 anos efetuará um pagamento para o credor. Ou seja, da sua renda, uma parte será para quitar débitos. O que isso significa? Que ela vai diminuir o seu consumo nos próximos 20 ou 30 anos! Veja que o débito é quando uma pessoa paga por algo que já foi consumido. Por conta disso, espera-se um aumento na renda da pessoa que contratou o financiamento, para que honre com sua promessa de pagar o débito e continue consumindo para girar a economia no futuro. Quem tem muito débito e compromete a maior parte da renda os pagando acaba consumindo menos. O consumo de uma pessoa é a receita de outra… e isso pode acabar virando outro ciclo. Então se não for bem controlado, o débito pode se tornar uma arma que destruirá a economia no médio/longo prazo. Voltando para o crédito vou agora explicar como ele é mágico. Uma pessoa que poderia ter pouco ou quase nenhum dinheiro, do dia pra noite, consegue comprar um imóvel ou um carro. Isso faz com que o consumo aumente muito no curto prazo. Se o consumo de alguém aumenta, a receita de outra pessoa aumenta… de novo, um ciclo. A concessionária/imobiliária ou fábrica de automóvel/construtora vai acabar consumindo mais, seja para produzir mais ou em forma de bonificação para funcionários e sócios. Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi Bruno Trolezi 22 Deu para entender como é simples a economia? Ficou claro a mágica do crédito? Simplesmente criamos formas de consumir cada vez mais, conseguindo dinheiro "do nada" para comprar diversos ativos (imóvel, automóvel, etc) e assim todo mundo fica contente. Por vezes, essa mágica pode acabar. O crédito é muito bom quando é utilizado para adquirir um bem que você não tenha, mas que fará você gerar mais renda. Se o crédito for simplesmente para consumo, o débito vai engolir todo o crescimento que ocorreu (e a pancada vai ser pior, porque tem juros no meio disso!) Vou dar um exemplo de como funciona o crédito para algo que aumente sua renda e algo que não aumente. Alguns desses funcionários e sócios aplicarão essa receita extra no mesmo banco. Com isso, o banco terá ainda mais dinheiro para emprestar… de novo o ciclo! 23 Digamos que você compre uma televisão em 12x no cartão de crédito. Você está consumindo crédito com algo que não vai ajudar na produção de nada. Agora se uma pessoa pegar crédito para comprar um trator, com isso aumentar sua plantação e consequentemente aumentando sua renda, é ótimo para a economia! Então o crédito é muito bom quando é utilizado para acelerar a curva do crescimento da produtividade! Ele será ruim quando alguém o utilizar para comprar bens e serviços que não irão melhorar em nada a produtividade. Essa "regra" da economia é comum em diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento, menos no Brasil. Nós temos a cultura de parcelar TUDO! Nós até parcelamos o parcelamento (pagando mais juros). Não é normal você ver pessoas de outros países comprando uma televisão e fazendo em 12x no cartão. No exterior, o crédito é comumente utilizado com mais inteligência. Existe um problema nesse consumo exagerado do crédito: ele começa a se distanciar do crescimento da produtividade. Bruno Trolezi Bruno Trolezi 24 Quanto maior o crédito, maior o consumo. O problema é que com o aumento no consumo sem o aumento da produtividade, vai haver cada vez mais pessoas querendo determinado bem/serviço num mercado onde haverá menos bens/serviços, pois a produtividade não acompanha o ritmo. Por conta disso, esses produtos vão ser cada vez mais disputados no mercado. Nós mantemos a produtividade num aumento estável, mas jogamos crédito nas mãos das pessoas que vão querer comprar e consumir. Ou seja, isso gera uma demanda maior que a oferta. 25 Com uma grande quantidade de pessoas interessadas, os donos desses produtos, serviços e ativos aumentam seus preços. Quando ocorre o aumento monetário do preço, nasce o que damos o nome de inflação. Com certeza você já ouviu falar e já sofreu com o aumento delas, mas será que realmente conhece? Esse é um assunto importante e por isso, merece uma pequena pausa para explicação de alguns agentes que tentam controlar toda essa loucura de crédito, débito, inflação e etc... Vem comigo para o próximo capítulo! 26 05 Principais agentes da economia 27 Dentro da economia, existem dois "agentes" que tentam ditar o rumo dessas transações. Pode-se dizer que eles tentam domar a economia, mas é algo impossível. Isso acontece porque as decisões que eles tomam são pensadas em "como seria o comportamento da sociedade se executarmos tal ação". Como sabemos, nós somos a economia e nem sempre seguimos, mesmo que inconscientemente, o caminho que eles tentam apontar. O primeiro desses agentes é o Banco Central. Cada país tem o seu Banco Central que propõe as diretrizes econômicas de acordo com suas próprias necessidades. No que realmente importa para nós, o Banco Central tem 2 principais atividades, imprimir dinheiro (sim, podem imprimir dinheiro na moeda local) e aumentar ou diminuir a taxa básica de juros do país, conhecida no Brasil como taxa Selic. Primeiro, vamos tratar sobre a taxa básica de juros. Mas afinal, o que é e qual a razão de aumentar ou diminuir essa taxa? Lembra quando falamos que as pessoas podem pegar dinheiro emprestado com quem tem, mas deverão pagar um prêmio por conta disso? 28 Esse prêmio tem como base as taxas de juros básicas definida pelo Banco Central. Ou seja, todas as taxas de juros terão como base a taxa Selic. Isso serve para quem pega dinheiro emprestado e para quem empresta dinheiro. A taxa de juros básica serve também como o principal meio de empréstimos entre os bancos, que são os principais astros no mercado de crédito. Diariamente os bancos comerciais (Itaú, Santander, Banco do Brasil, Bradesco, CEF, etc…) emprestam dinheiro uns para os outros. Eles usam como base a taxa Selic, mas acabam criando outra taxa entre os bancos. O Certificado de Depósito Interbancário (CDI). 29 Ufa, é muita informação, né? Mas todas são extremamente importantes. Espero que esteja fazendo sentido tudo que vimos até aqui! Caso tenha alguma dúvida recomendo que volte aos capítulos e leia quantas vezes forem necessárias. E vão emprestar dinheiro também com base nele, dependendo de quem está pedindo vai ser mais caro ou mais barato (se a pessoa não tem patrimônio, vai ser mais caro, caso tiver três imóveis no seu nome, será mais barato). A diferença do que o banco empresta e do que toma emprestado é chamado de spread bancário. Esse spread é onde mora o lucro dos bancos. Por exemplo: quem quer investir no banco X, vai receber 90% do CDI. Outra pessoa quer dinheiro emprestado vai pagar 150% do CDI ao banco. A diferença (150% - 90% = 60%) é o lucro que fica para o banco. Tudo isso é baseado na taxa de juros (Selic) que é definida pelo Banco Central. Agora vamos entender quais os motivos dela aumentar ou diminuir e como isso interfere na sua vida. Se uma pessoa tem um dinheiro sobrando, vai querer investir. Normalmente, acaba procurando um banco para isso. O banco vai remunerá-la utilizando como base a taxa do CDI. 30 Um motivo para haver alterações na taxa está diretamente ligado com o que eu falei no capítulo anterior sobre a inflação. Quando existe muito crédito disponível para as pessoas e empresas, elas acabam consumindo mais. Com acesso fácil ao crédito, o consumo aumenta muito mais que a produtividade, aumentando a demanda pelos produtos e consequentemente, aumentando o preço deles. O Banco Central não quer uma inflação alta, pois isso prejudica diversas outras áreas da economia (que ainda vamos ver nesse e-book) e pode desencadear numa bela crise. Para manter a inflação sob controle, o Banco Central eleva as taxas de juros. Porque elevando as taxas, vai aumentar os juros pagos aos credores. Aumentando os juros, fica mais caro para quem quer pegar dinheiro emprestado (os devedores). Ficando mais caro adquirir crédito, vai haver menos pessoas querendo esse crédito. Com menos pessoas pegando o crédito, menor será o poder de consumo de algumas pessoas. Diminuindo o consumo, os preços voltam a se estabilizar, reduzindo a inflação. Veja que tudo são consequências que seguem uma lógica. Tudo parte das transações. Se o consumo continuar baixo e a produtividade crescendo num ritmo maior, acontece o inverso da inflação. Ocorre a deflação. Para que não ocorra a deflação, o banco central vai baixar as taxas de juros. Com isso, mais pessoas vão obter crédito, aumentando o consumo e voltando os preços para cima. O Banco Central sempre tenta equilibrar essa balança. Ele tem outras armas também para combater inflação. Uma delas é imprimir dinheiro. Quando ocorre a impressão, o governo toma diversas medidas para incentivar o consumo da população (facilitando financiamento, fazendo obras, etc). Com o consumo maior, o resultado é o aumento da inflação.. 32 Isso faz com que o Banco Central sempre trabalhe com todas as ferramentas em equilíbrio. O outro agente dessa história é o nosso grande sócio: o governo. O governo atua de forma mais prática. Ele não pode imprimir dinheiro, por isso ele precisa, como qualquer pessoa e empresa, ir atrás de renda para poder consumir. A renda do governo é gerada de duas maneiras: arrecadando impostos/taxas e pegando dinheiro emprestado, através da emissão de dívida (através do Tesouro Direto). Vamos pensar na função do governo. Ele acaba recolhendo impostos de empresas e pessoas, o que faz com que essas pessoas tenham uma renda menor e por isso, tenham um consumo menor. De novo, o consumo menor de uma pessoa é a renda menor de outra… Então por qual razão ele recolhe esses impostos fazendo com que a própria economia desacelere? Porque ele utiliza esse valor recolhido no consumo da própria economia, e faz isso onde precisa mais de estimulo de capital. 33 O bom governo vai recolher uma parte do lucro de grandes empresas, que poderiam utilizar esses lucros para reinvestir no negócio ou fornecer bônus para sócios e empregados, para investir em infraestrutura, saúde e educação para toda a sociedade. Pense que isso pode ser até bom para essas empresas, pois uma sociedade com melhor saúde e educação tem uma produtividade melhor e vai passar a ter mais renda, podendo consumir mais, aumentando os lucros da própria empresa e consequentemente aumentando o recolhimento de impostos do governo. Além disso, o governo consegue gerar empregos e dar subsídios para quem ficou desempregado, fazendo com que o consumo continue mesmo em épocas difíceis. Na teoria, o papel do governo é brilhante. É uma verdadeira máquina de incentivo da economia. Infelizmente, a teoria não tem culpa se as pessoas responsáveis por colocar em prática tudo isso não conseguem executar tão bem e honestamente. 34 Veja que o problema não é o governo ou o nosso modelo atual, o problema são as pessoas (de novo). Tudo gira em volta de pessoas, isso que é o incrível da economia. O governo brasileiro arrecada uma quantidade incrível de dinheiro, que era para fazer do Brasil um dos melhores países do mundo para se viver. Como sabemos, a realidade é bem diferente... Mas é verdade que tanto o governo quanto o Banco Central estão sempre buscando o equilíbrio das contas para que o crescimento da produtividade seja o principal (ou pelo menos deveriam…). Claro que nem sempre é possível manter o equilíbrio perfeito da economia… e nesse momento ocorrem ciclos. Agora, vamos entender melhor alguns dos principais ciclos econômicos. 35 06 Crescimento da economia e seus ciclos 36 Existem três principais gráficos para entender melhor como funciona a economia ao longo do tempo. São eles: • Crescimento da Produtividade • Ciclo do Débito Curto Prazo • Ciclo do Débito Longo Prazo Eles podem ser apresentados graficamente como na imagem abaixo. Veja que o crescimento da produtividade normalmente é uma linha contínua. Não há grandes variações ao longo do tempo e geralmente é crescente. É sempre pensado para o longo prazo, normalmente num horizonte de 75 a 100 anos. Já o ciclo de débito no curto prazo é muito variável, mas acaba respeitando alguns limites de alta e queda. Como o próprio nome fala, é pensando para o curto prazo, durando normalmente de 5 a 8 anos. 37 O ciclo de débito no longo prazo é diferente. Ele tem variações muito grandes, onde ocorrem os tais "milagres econômicos" e as crises/recessões. É muito variável o tempo de duração desses ciclos, mas pode ser de 25 a 50 anos. Esses são os três principais fatores para entender a economia ao longo do tempo. Todos os países passam por essas situações e são realmente cíclicas. Juntar os três gráficos é o melhor para entender como é a economia ao longo do tempo. Veja que no gráfico temos a linha do crescimento da produtividade, onde o ciclo de débito no longo prazo acaba atravessando ela. E durante os ciclos de débito de longo prazo, existem os de curto prazo que vão movimentando e afetando a economia em mais vezes. 38 Por isso que é normal notarmos os ciclos de débito de curto prazo, onde o país está em um bom ou mau momento. É mais comum notarmos esse cenário. Já os ciclos de longo prazo, só conseguimos notar quando paramos para analisar o passado ou em períodos de grandes recessões/expansões (como a crise de 2008, por exemplo). O crescimento da produtividade é mais difícil ainda. Raramente é notada, mas é a mais importante. É fundamental entender que cada um dos ciclos de débito de curto prazo vai dando força e potência para o ciclo do longo prazo. Existe um motivo pra isso. Digamos que um desses ciclos de curto prazo é exatamente quando a economia está indo bem e de repente sofre uma queda. Após a queda, dá início ao novo ciclo de recuperação e queda de novo… Agora imagine que cada vez que acontece a queda, não é na mesma proporção do aumento que teve nesse curto prazo. Ou seja, a curva de débito vai sempre aumentando aos poucos no acumulado e tomando distância do crescimento da produtividade. Isso é o normal de toda economia. Pequenas correções (os momentos difíceis que alguns países atravessam) nunca são da mesma proporção de quando um país está indo bem. 39 É essa distância entre a curva de débito no longo prazo e a curva da produtividade que pode ocasionar em uma crise/recessão. Por conta dessa disparidade é preciso ter uma correção muito forte em algum momento dessa linha do tempo e esses são os momentos que vem alguma crise que ninguém esperava. São esses os momentos de recessão que países enfrentam de tempos em tempos. Como exemplo, temos Itália, Grécia, Espanha e Portugal que sentiram há alguns anos atrás essa correção. Nesse momento é o ciclo de longo prazo que está corrigindo essas imperfeições dos ciclos de curto prazo. Claro que não é o simples fato de corrigir. É preciso uma causa para isso acontecer. 40 Veja que como falei, cada vez que se encerra um ciclo do débito de curto prazo, ele sempre tem um pouco mais de crescimento do que de queda. Isso acontece, pois mesmo em períodos de crise as pessoas continuam pagando seus financiamentos e empréstimos. É muito difícil eliminar todo o débito acumulado. Com as políticas públicas é possível diminuir o consumo do crédito, mas não é tão simples parar assim o débito. Pois quando alguém consome crédito, o consumo é feito na hora. Mas o débito pode durar 5, 10, 15 ou 30 anos. Por isso que o débito está sempre em constante evolução. Quanto mais o débito vai acumulando, menor vai sendo o consumo. Em algum momento a renda pode estar sendo destinada em maior volume para pagar débitos do que utilizada no consumo de produtos e serviços. Então mesmo um país produzindo bastante, o consumo pode ser baixo devido à grande quantidade de débito sendo quitado e que foi acumulado nos anos anteriores. Lembra que pagar os débitos é pagar um consumo que já foi feito no passado, então isso não agrega para ninguém na economia. Bruno Trolezi 41 Quando existe uma diminuição do consumo, aos poucos isso vai refletindo na renda, que também vai diminuindo. As pessoas já atoladas pagando seus débitos, não conseguem pegar mais crédito, fazendo com que isso dificulte ainda mais o consumo. Sem crédito e com a renda caindo, muitas pessoas simplesmente param de quitar seus débitos. Quando param de honrar com a promessa, o credor precisa tirar dinheiro de uma outra maneira para quitar seus próprios débitos ou consumo. Com isso, ele começa a vender ativos financeiros e imóveis. Com muita gente vendendo esses ativos, joga o preço do mercado de ações dos imóveis lá para baixo, pois sem crédito disponível, ninguém mais está comprando. Se tem muita oferta e pouca demanda, derrete o preço desses ativos. Isso acaba sendo um ciclo que derruba toda a economia de uma maneira muito rápida. Essas são as conhecidas Crises. 42 07 crises 43 Uma crise pode acontecer por diversos fatores. Normalmente, elas envolvem uma grande quantidade de débito que toma conta de quase toda a renda da população, formando o ciclo que já falei anteriormente. Imagine que pessoas que não tem débito, podem continuar consumindo sem problema nenhum. Agora, pessoas que tem muitos débitos precisam de alguma maneira melhorar sua produtividade. É por isso que o ideal na hora de pedir crédito é para adquirir algo que realmente vai agregar valor para sua produtividade, como o pagamento de uma faculdade, para abertura de uma empresa, para aquisição de maquinário, etc… Pegar crédito para o consumo simples é um verdadeiro tiro no pé da economia (e nisso somos campeões mundiais). E isso tem um preço alto, que são os períodos de crise. Os nossos 2 agentes (Banco Central e o governo), que comentei anteriormente, são os principais atores que poderão guiar o país para fora de uma crise. Dos 2, o governo é quem detém o maior poder para trazer a economia de volta aos trilhos. Bruno Trolezi 44 Vai depender muito de cenário para cenário, mas normalmente o governo encontra 4 saídas para uma crise. 1. Cortar Despesas: uma das armas do governo seria cortar despesas gerais. Esse ponto serve também para as empresas e pessoas. Todos devem se concentrar em cortar gastos e focar em quitar seus débitos. Mas claro que isso gera também outros problemas, como deflação e uma continuação da queda no consumo, pois pessoas que focam em pagar débitos param de consumir e gerar renda para outras pessoas. Empresas começam a demitir funcionários e isso piora bastante o cenário macro. Porém, isso é necessário para começar a quitar débitos, que seria o principal problema da economia. 45 Nesse momento aqui o governo foca nas políticas fiscais, que nada mais é do que reequilibrar suas receitas e suas despesas. Então escutar "O governo trabalha em uma proposta para alterar a previdência com o intuito de melhorar suas políticas fiscais" significa simplesmente que o governo vai procurar formas de reduzir a previdência de algum grupo de pessoas para cortar gastos. 2. Redução/Renegociação dos Débitos: Como é um momento de aperto, as pessoas que estão com seus débitos vencendo e não tem como pagar, procurarão seus credores para renegociar a dívida. Irão propor baixar a taxa de juros, alongar por mais alguns anos o financiamento/empréstimo e outras estratégias de redução de débitos. Essa é uma necessidade que todos estarão sujeitos: governo, bancos, empresas e pessoas. Por conta de acordos, o consumo continua caindo, gerando ainda mais deflação. 3. Redistribuição de Riqueza: Como a crise e outras medidas acabam reduzindo a receita, isso gera um grande problema para o governo: sua receita também diminui. Visto que o principal meio de captação de recursos do governo é através de impostos, quanto menos as empresas vendem e faturam, menos o governo arrecada. Para aumentar sua receita ele tem duas saídas: aumentar os impostos ou pegar dinheiro emprestado. Como aumentar impostos é uma alternativa "recorrente" dos governos que já cobram muito, é algo difícil de ser aplicado em momentos de crise, pois poderia agravar ainda mais a situação. Então a solução é pegar emprestado. Eles fazem isso numa tentativa de distribuição de riqueza. Mesmo em épocas de crise, ainda haverá muitas pessoas com dinheiro aplicado. Esse dinheiro estará espalhado entre ativos financeiros e bens. É um dinheiro que não está sendo aplicado na economia para consumo imediato. 47 Para conseguir esse dinheiro, o governo precisa premiar melhor essas pessoas que tem dinheiro. Nessa hora é que ele pede para o Banco Central elevar a taxa Selic. Elevando a taxa básica de juros, o prêmio para quem emprestar suas economias para o governo aumenta. Então pessoas começarão a tirar suas aplicações em ações e outros ativos para comprar títulos públicos (Tesouro Direto). Com o dinheiro na mão, o governo vai injetar na economia. Como? Através de investimentos em infraestrutura e outros meios como esse. Quando se investe em infraestrutura, gera diversos empregos e com isso, o consumo volta a subir. Com mais pessoas conseguindo empregos, significa injeção direta no consumo, pois essas pessoas não vão se concentrar em contrair mais débitos (estão enfrentando uma crise, com taxa de juros altas e crédito em escassez) nem aplicar esse dinheiro (mercado em queda). É importante frisar que tudo depende do momento da economia do país. Algumas vezes nem aumentando a taxa de juros é possível captar mais dinheiro, pois o risco do país não pagar é grande. Isso leva o país para a quarta saída. 48 4. Imprimir Dinheiro: O país sempre poderá imprimir dinheiro para conseguir quitar dívidas. Dependendo o nível do país, pode até imprimir dinheiro para injetar na economia e começar a gerar empregos. O problema disso é que nunca é saudável, pois a impressão em massa de dinheiro gera um descontrole da inflação, agravando muito a situação. Um caso extremo dessa situação ocorreu há alguns anos no Zimbábue. O país africano emitiu notas de 100 trilhões de dólares do Zimbábue. Esse valor equivalia a 1 dólar americano. Se não quisermos ser tão extremistas, basta olhar o Brasil antes do plano real ou até a Venezuela da segunda década do século XXI. Como imprimir dinheiro é a saída mais fácil, muitos países acabam optando por isso. 49 Porém, imprimir dinheiro deveria ser feito com muita cautela ou ser utilizado com sabedoria. Os EUA, por exemplo, imprimiram muito dinheiro em 2008. Muito mesmo. Com sabedoria? Pode ser que sim. Pode ser que tenham criado uma bomba sem precedentes. Toda a moeda em circulação de um país somado com as reservas financeiras do Banco Central é chamada de base monetária. Até a crise de 2008, a base monetária dos EUA era estável em aproximadamente U$ 800 bilhões. Após a crise, com o intuito de salvar quase todos os bancos do país, o governo americano decidiu imprimir dinheiro. E foi dinheiro! Houve um salto de U$ 800 bilhões para U$ 2,3 trilhões na base monetária somente durante a crise. É bastante coisa. No final de 2017 a base monetária já estava em U$ 3,8 trilhões. Essa impressão desenfreada pode acarretar em problemas, mas a gestão da economia é sempre buscar o equilíbrio. O governo americano trabalha para que essa expansão da base monetária não acarrete em outros problemas. Caso não fizer o controle direito, pode gerar uma crise extremamente forte. 50 E após a crise, vai encontrar uma forma de se reerguer. Esses são os ciclos da economia que nós mesmos criamos. O ser humano é incrível. O principal ponto desse e-book é você entender a economia em si, para entender como você e o todo o seu meio estão envolvidos e participando da economia. Esse é o início para adquirir inteligência financeira. Saber como funciona a economia e começar a aproveitar crises e momento de alto desenvolvimento para melhorar sua situação. Mas dá pra tirar algumas boas sacadas com suas finanças pessoais. Conseguiu pegar algumas? Vou te passar aqui 3 regras básicas da economia que podem (e devem!) serem usadas diretamente para sua vida. 51 08 As Três regras da economia 52 Essas três regras valem para economia e valem para sua vida. São conceitos que parecem básicos, mas nem as grandes mentes que conduzem uma nação conseguem colocá-los em prática 100% do tempo. Por isso que deve se tornar parte da sua filosofia de vida. São regras simples de entender e aplicar diretamente no seu dia a dia. Regra 1: Nunca deixe o débito crescer mais que a renda. Você pode estar pensando "é claro que não vou deixar, como vou assumir prestações maiores que minha renda?” Isso é bastante comum nos governos e pode ser até comum para algumas pessoas. Agora, quando se trata das suas finanças pessoais, não basta simplesmente o valor de financiamento, empréstimos e compras parceladas se encaixarem na sua renda. O ideal é você ter uma reserva financeira que consiga suprir todas suas despesas por pelo menos 6 meses. Se você tem prestação da casa de R$ 1.000, do carro de R$ 500 e outras compras de R$ 500, gastando R$ 2.000 você precisa ter uma reserva de pelo menos R$ 12.000 em casos de emergência. 53 Contar simplesmente com a renda que ainda vai ser gerada é um equívoco grande. É o que coloca alguns países em grandes crises e pode colocar você também. Uma diferença grande é que as nações podem imprimir dinheiro, você não. Fique atento com seus débitos. Lembre-se que qualquer compra parcelada ou financiamento/empréstimos estará consumindo sua qualidade de vida no futuro. Agora que você tem o conhecimento sobre isso a responsabilidade é 100% sua. Saiba utilizar o crédito com inteligência. Pense sempre em como ele poderá aumentar sua produtividade. Adquirir crédito para fazer uma boa pós-graduação (que pode te fazer ser promovido) é algo ótimo, pois vai melhorar sua renda no futuro e ficará mais fácil pagar esse débito. 54 Se você trabalhar em casa e depender do computador, é ótimo você investir e comprar um top de linha, pois o retorno que pode ocasionar em produtividade pode alavancar sua receita. O que não vale a pena é utilizar crédito para o que não vai mudar em nada o que você produz. Pense que você quer trocar de televisão, comprar um super lançamento. Só que você não tem o dinheiro agora e opta por parcelar em várias vezes. Nesse momento pode aparecer uma oportunidade única de você fazer um workshop com o profissional que você mais respeita da sua área de trabalho. O problema é que você está preso à prestação da televisão e não consegue adquirir outra, pois não vai caber no orçamento. Você acaba comprometendo seu crescimento de produtividade por conta de consumo que não vai gerar mais renda para você. Por isso que é importante pensar no formato de sempre tentar pagar à vista gastos de consumo (compras de viagens de férias, carro para passeios, etc). Guarde seu crédito para o que realmente poderá te levar para um próximo nível de produtividade e consequentemente de renda. 55 Regra 2: Não deixe que a receita cresça mais que a produtividade. Existem diversos casos onde a receita cresce muito mais que a produtividade. Pode ser uma promoção que você não estava devidamente preparado e não correu atrás para se preparar melhor, ou até mesmo ganhar um dinheiro que não estava esperando (loteria ou herança). Com certeza promoção e ganhar dinheiro quando não se espera é ótimo. Espero que aconteça com você. Mas o problema surge quando você não se prepara para isso. Quando você obtém uma promoção e não está preparado para ela, acontece de sua renda aumentar e a produtividade ficar estável. Sua receita aumentar junto com a produtividade é um dos fatores econômicos mais importantes que você pode ter. Agora, quando você aumenta a renda e não a produtividade, uma hora essa renda vai ser um problema. Provavelmente você será demitido da sua nova função ou gastará todo o dinheiro que recebeu. Regra 3: Foque o máximo possível para aumentar sua produtividade. Quando falo em produtividade é seu conhecimento, sua performance e suas habilidades. Todo e qualquer aspecto que melhore sua produtividade deve ser o seu foco. A decorrência de você focar na sua produtividade é a melhoria na renda. Isso serve para as nações e serve para você também. O aumento da renda natural advém de quanto você se esforça para chegar ao máximo da sua produtividade. 57 Caso dependa de alguma habilidade para crescer na sua carreira (caso for artista, esportista, etc) invista sempre no que vai melhorar essa habilidade. Invista tempo, dinheiro e esforço o máximo que der. No futuro isso vai gerar resultados. Se você depende dessa habilidade, o que pode ser mais importante que ela? Melhorar a performance é crucial para melhorar sua produtividade. Foque no seu desenvolvimento pessoal. A performance está muito alinhada em como você executa suas tarefas. Todo e qualquer tarefa que você tenha, se estiver com o desenvolvimento pessoal aprimorado, conseguirá realizar num tempo muito menor e gastando menos energia. Esse é um dos segredos de pessoas que parecem ter 30 horas no dia. E o mais importante: conhecimento nunca é demais. Além disso, a busca pelo conhecimento tem uma vantagem enorme: ela cresce como juros compostos. Quando mais você aprende sobre um assunto quando lê um artigo ou assiste um vídeo, mais conhecimento você vai adquirir ao consumir um segundo conteúdo. Bruno Trolezi Você vai entendendo o que é bom e o que não é. Consegue analisar diferentes pontos de vistas sobre um assunto. Sempre vale muito a pena. Ao pesquisar e adquirir conhecimentos sobre um novo assunto, o melhor formato é sempre ir atrás de um profissional que te colocará vários passos na frente de começar do zero sozinho. Você trocará dinheiro por tempo. Lógico que o tempo é muito mais precioso e importante, pois não tem como recuperar. Por isso que quando você efetua a compra de um curso ou contratar um profissional, é sempre um investimento. 59 09 conclusão 60 Espero que tenha ficado claro como é simples e fácil entender como funciona a economia. Realmente é algo muito simples. Tudo começa com as transações que ocorrem no dia a dia e entender como que a receita de uma pessoa é o consumo da outra. Depois disso é preciso entender como funciona o crédito, para que serve e o que ele ocasiona na economia. Muito crédito na economia gera inflação, que gera problemas. Com o crédito, é criado o irmão dele, o débito. O débito vai consumir renda no futuro e isso vai diminuir o número de transações, pois diminui o consumo. O acúmulo de débito sendo gerado no longo prazo vai gerar uma recessão/crise onde o governo, junto com o Banco Central, precisam tomar algumas ações para corrigir isso. Veja que a base de tudo são as transações. Entenda esses conceitos e entenderá economia. E leve as três regras com você. Elas são fundamentais para que você consiga prosperar na sua vida como um todo. Espero que tenha gostado e aprendido muito. Compartilhe com as pessoas ao seu redor. Todos crescemos quando as pessoas à nossa volta entendem de economia e conseguem prosperar. Grande Abraço, COMO ENTENDER A ECONOMIA�� Sobre o autor Slide Number 3 Introdução Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 O Ponto de partida da economia Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Crescimento econômico Slide Number 15 Slide Number 16 Crédito Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20 Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Principais agentes da economia Slide Number 27 Slide Number 28 Slide Number 29 Slide Number 30 Slide Number 31 Slide Number 32 Slide Number 33 Slide Number 34 Crescimento da economia e seus ciclos Slide Number 36 Slide Number 37 Slide Number 38 Slide Number 39 Slide Number 40 Slide Number 41 crises Slide Number 43 Slide Number 44 Slide Number 45 Slide Number 46 Slide Number 47 Slide Number 48 Slide Number 49 Slide Number 50 As Três regras da economia Slide Number 52 Slide Number 53 Slide Number 54 Slide Number 55 Slide Number 56 Slide Number 57 Slide Number 58 conclusão Slide Number 60 Slide Number 61
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