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Relatório de auditoria Neste capítulo abordaremos a forma de elaboração do relatório de au- ditoria na forma “longa”, normalmente realizada pelos auditores internos, e a forma e espécies de relatório de auditoria na forma “curta”, emitida pelos auditores independentes. A importância do relatório de auditoria na forma “longa” O relatório “longo” de auditoria consiste na última etapa a ser cumprida pelo auditor, após ter empregado todas as técnicas, aplicado as normas e haver sistematizado o seu trabalho através da documentação de auditoria. É na correta elaboração do relatório que o auditor irá levar à administra- ção de uma entidade o produto do seu trabalho, considerando que, para a organização, o que mais importa são os resultados que a auditoria venha a proporcionar para a empresa. De acordo com Cordeiro (2009, p. 44), O que não pode ocorrer é que todas as etapas anteriores da auditoria tenham ocorrido com o máximo de esmero, e justamente ao final, que seria a coroação de um trabalho desempenhado com o máximo cuidado, o auditor coloca tudo a perder, com textos demasiadamente técnicos, pouco atraentes, pontos levantados sem argumentações lógicas, e pior, com erros gramaticais. Por tudo isso, é que o auditor não pode perder a oportunidade de “vender” corretamente a sua imagem e a do seu departamento. Não quere- mos com isso incentivar que os relatórios sejam fantasiosos ou enganosos, mas que seu conteúdo agregue valor tanto para a organização quanto para quem o fez. Conforme Attie (1986), a partir de um relatório adequado a administração pode aprender a aceitar a precisão, a objetividade e o bom senso do auditor e, a partir de então, transformar os relatórios de auditoria em fonte de con- sulta e aprimoramento dos seus controles. 173Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 174 Relatório de auditoria Finalidade do relatório de auditoria na forma “longa” Para Cordeiro (2009, p. 44), “a finalidade principal de um relatório “longo” de auditor é transmitir as informações coletadas no decorrer do trabalho, as observações feitas pela auditoria, além de apresentar as possíveis sugestões de melhoria em relação aos processos atuais”. O relatório de auditoria deve ter por finalidade proporcionar ao leitor uma interpretação cristalina sobre como andam as operações, controles e registros da empresa, onde o auditor apresentará a sua visão ao leitor, e na medida do possível sempre acompanhada por sugestões factíveis para a área ou tipo de empresa auditada. Deve-se ter em mente que a pessoa que irá ler o relatório às vezes deposi- ta expectativas demasiadas em relação ao trabalho executado pelo auditor, como se no relatório estivessem apontadas todas as soluções dos problemas da sua empresa. Não podemos nos olvidar, ainda, de que algumas vezes o leitor do rela- tório não possui conhecimentos específicos sobre o que está escrito, de tal maneira que o relatório deve ser redigido sempre com a finalidade de ser uma informação autoexplicativa, sem a necessidade de haver uma pessoa como “tradutora” daquilo que está escrito. Técnicas para elaboração do relatório de auditoria na forma “longa” Como o relatório de auditoria deve ser o elo de ligação entre o auditor e os diversos usuários que o recebam, é necessário que seja desenvolvido com técnica e apurado rigor metodológico, de tal sorte que atinja a sua finalidade principal que é a de informar. A destreza no desenvolvimento de um relatório é somente obtida com experiência, que normalmente é conseguida com muito esforço, dedicação e esmero. Não existe um padrão universal de redação de relatório de auditoria, porém seguindo a linha de raciocínio de Sá (1998), é necessário ter como requisitos básicos os seguintes elementos: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 175 Clareza O relatório deve ser escrito de forma a ser entendido por quem vai exa- miná-lo. Quando destinado à administração, não deve ter excesso de termos técnicos, nem expressões que possam vir a gerar mais dúvidas do que esclarecimentos. A clareza somente é obtida quando efetivamente o auditor também en- tendeu corretamente o que foi auditado, tendo assim propriedade para ex- pressar adequadamente no relatório aquilo que ele vivenciou. O uso de sentenças curtas, palavras comuns, emprego de uma sequên- cia lógica, aliada à ausência de omissões de fatos e detalhes importantes, contribuem para a compreensão do relatório. Objetividade A objetividade na redação do relatório de auditoria é muito importante, considerando que normalmente ele é direcionado a pessoas extremamente ocupadas e que leem apenas aquilo que é essencial. Evitar o excesso de informações inúteis, bem como abordar diretamente o assunto, facilitam a leitura e conduzem a relatórios mais diretos e objetivos. Todavia não podemos confundir objetividade com superficialidade, pois relatórios com falta de informações são geralmente mais inúteis do que rela- tórios mais abrangentes. O segredo é abordar os temas como em uma conversa franca, sem “ro- deios”, ao ponto que se quer chegar. Método A padronização é exigida em todas as fazes da auditoria, inclusive na da elaboração dos relatórios, portanto esta deve ser desenvolvida dentro de uma linha metodológica que conduza a conclusões com maior facilidade. A melhor forma de apresentar o assunto é ordenar sequencialmente ini- ciando por aqueles que o auditor julga como sendo os mais importantes, os quais exigiram uma atuação imediata da empresa, seguido daqueles temas de importância média e terminando com os menos importantes. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 176 Relatório de auditoria Quanto ao tipo de letra, padrões de parágrafos e margens, sugerimos que o auditor siga as normas já consagradas de metodologia da pesquisa, pois os relatórios de auditoria são trabalhos científicos. Habilidade A habilidade de expressão através do relatório é obtida com a experiência do auditor, pois quanto mais escrever, certamente melhor estará capacitado para expressar suas ideias, críticas e sugestões. Ao elaborar o relatório o auditor deve ter em mente que jamais esta peça deve ser desenvolvida com cunho pessoal, rancor ou atrito que eventual- mente tenha ocorrido no processo da auditoria. Expressões depreciativas sobre as pessoas, críticas mal fundamenta- das e comentários com enfoques pessoais devem ser evitados ao máximo, de modo que o relatório transmita a informação corretamente de forma neutra. Imparcialidade A imparcialidade deve existir em todas as etapas da auditoria e princi- palmente na redação do relatório. Ao auditor não cabe a função de explicar cansativamente o erro de determinada área, e pior, justificar por que a área errou. A redação deve conservar a imparcialidade, de modo a transmitir ao leitor a necessária segurança de que os trabalhos foram executados livres de vín- culos pessoais, que poderiam comprometer a lisura com que houve a execu- ção da auditoria. Precisão Na redação do relatório de auditoria deve existir total confiança da pessoa que está lendo em relação à forma com que foram executados os trabalhos. O relatório deve ser desenvolvido e fundamentado de tal maneira que trans- mita ao leitor completa confiança e verdades irrefutáveis, não permitindo a desconfiança sobre a abrangência dos trabalhos executados. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 177 Deve-se tomar muito cuidado em relação às expressões que na sua es- sência colocam dúvidas em relação ao que efetivamente foi executadoe examinado, dando a impressão de que os trabalhos foram feitos com superficialidade. Expressões tais como “apuramos algumas divergências nos pagamentos”, “tudo leva a acreditar que os cálculos estão corretos”, “nos parece que a em- presa recebeu o valor devido”, são frases que devem ser abolidas da redação, pois não esclarecem e tampouco transmitem segurança sobre a completa execução dos trabalhos, pois não são convincentes. Facilidade de leitura O relatório deve proporcionar ao leitor a compreensão dos textos no menor tempo possível. Isto é obtido normalmente com frases curtas e bem elaboradas, sem palavras rebuscadas que dificultem a interpretação do texto. O auditor deve ter em mente que às vezes “palavras difíceis” podem can- sar o leitor, bem como desviar a atenção do foco principal do texto, “levar por terra” todo o esforço do auditor e transmitir à administração uma mensagem que não seja a desejada. Estilo O relatório deve ser adaptado ao estilo conveniente para o qual foram executados os exames de auditoria, devendo ser conservada a padronização para situação. Assim poderiam ser desenvolvidos relatórios diferenciados de acordo com a exigência da situação, tais como: Relatórios preliminares Relatórios periódicos, emitidos durante o andamento de uma auditoria; � Apresentam maior simplicidade na formulação; � São ágeis na discussão dos pontos junto ao auditado. � Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 178 Relatório de auditoria Relatórios finais São completos e abrangentes; � Incluem informações quanto à natureza dos assuntos, escopo do tra- � balho e índice de pontos; Incluem, além dos fatos e recomendações, uma opinião geral sobre a � área auditada. Relatórios especiais Originários de trabalhos de natureza especial, como por exemplo: � Compra de uma empresa; � Avaliação de um projeto específico; � Acompanhamento da fabricação de equipamento de grande porte � adquirido pela empresa; Assuntos confidenciais, que não podem ser tratados em relatórios nor- � mais; Trabalhos específicos, como: apreciação da atuação de executivos; su- � posições de fraudes etc. Cautela Na elaboração de relatórios, voltados à investigação de fraudes, o audi- tor deve fazer acusações, críticas ou denúncias somente depois de ter total certeza dos fatos, evitando que suas argumentações tenham sido realizadas somente com informações, sem constatações e comprovações adequadas. Devem ficar claros na redação todos os elementos que deram a convicção ao auditor para acusar, delatar ou criticar determinadas operações e/ou pes- soas, de modo que a segurança da opinião não seja desfeita por trabalhos executados com superficialidade. Oportunidade O relatório deve ser desenvolvido com tempestividade, ou seja, no tempo certo, de nada adiantando o administrador de uma empresa ter em mãos tão Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 179 importante documento, se os fatos e processos analisados já estão defasa- dos pelo tempo. Por essa razão é que às vezes é necessária a emissão de relatórios inter- mediários de modo que as sugestões, recomendações e críticas do auditor sejam tempestivas e possam efetivamente contribuir para a correção dos rumos na empresa. Diferença entre relatório de auditoria na forma “longa” e na forma “curta” Passaremos a discorrer sobre as principais diferenças conceituais e estru- turais de apresentação do relatório de auditoria na forma “longa” e na forma “curta”. Relatório na forma “longa” É o documento que tem por objetivo informar o resultado dos trabalhos executados, bem como apontar recomendações de melhoria em determina- dos processos que apresentaram não conformidades, de acordo com pro- grama previamente planejado. Neste tipo de relatório o auditor deve descrever detalhadamente os pro- blemas encontrados, evidenciando as possíveis causas que esses problemas poderão ocasionar para a empresa, se é que já não ocasionaram, e recomen- dar soluções factíveis para eliminar, ou minimizar as ocorrências. Este relatório é mais comum em auditorias internas, que são realizadas por empregados da empresa auditada, pois esses têm mais tempo e normal- mente conhecem com maior profundidade sobre as operações e controles internos da empresa auditada. Todavia, os auditores independentes também emitem esse documento, normalmente em menor grau de profundidade e detalhamento que aquele emitido pelos auditores internos. Exemplo De acordo com modelo apresentado por Cordeiro (2009), a estrutura do relatório na forma “longa” pode ser realizada da seguinte maneira: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 180 Relatório de auditoria RELATÓRIO COMENTADO DE AUDITORIA Curitiba, 20 de agosto de 2009. À Diretoria da Empresa CLAUMAR. Prezados Senhores Realizamos, ao final do mês de julho e no transcorrer do mês de agosto de 2009, auditoria contábil e operacional sobre os principais processos adminis- trativos, financeiros e contábeis da entidade, com o objetivo de emissão de relatório sobre os trabalhos desenvolvidos. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as práticas usuais de auditoria e incluíram a realização de exames documentais à base de testes, de maneira que pudéssemos consubstanciar as nossas conclusões. Efetuamos trabalho de auditoria fundamentado basicamente na contabi- lidade, no entanto procuramos analisar processos internos da entidade que fizeram parte do escopo dos exames, de modo a opinar sobre a adequação dos controles. O relatório desenvolvido está distribuído da seguinte maneira: 1.0 – Auditoria Operacional – Pontos de Controles Internos 2.0 – Auditoria Contábil – Comentários sobre as práticas contábeis Em cada oportunidade procuramos apresentar a situação atual, bem como externar a nossa opinião sobre melhores práticas que poderiam ser adotadas, de modo que os trabalhos desenvolvidos efetivamente agreguem valor para a entidade. Ressaltamos a morosidade que tivemos na realização da auditoria, nesta oportunidade, decorrente do aumento no volume de operações administra- tivas, financeiras e contábeis da entidade, substituição do encarregado da área financeira e atraso nas conciliações da contabilidade, pela falta de docu- mentação, o que comprometeu o andamento normal dos nossos trabalhos. A seguir estão detalhados os itens abordados, e desde já colocamo-nos à disposição para o esclarecimento de eventuais dúvidas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 181 Auditoria operacional 1.0 – Pontos de controles internos Destacamos que vários dos pontos, a seguir relatados, já foram objeto de apontamentos nas últimas auditorias, no entanto, continuam sem soluções, o que aumenta a fragilidade nos controles internos. Ressaltamos que um dos principais riscos a que a entidade está exposta é em relação a contingências fiscais, pois está deixando de cumprir obrigações regulamentadas em legislação, como por exemplo a retenção e posterior re- colhimento de impostos, onde não fazendo responde solidariamente caso os seus prestadores de serviços não recolham tais tributos. Passaremos a discorrer sobre os principais pontos de controles internos que ao nosso ver deveriam ser aprimorados, de modo a proporcionar maior aderência aos processos atuais. Procuramos expressar a nossa opinião sobre a situação atual, bem como apontar possíveis caminhos e soluções para a melhoria nos controles inter- nos atualmente deficitários. Caixa – Ausência de conciliação e formalização da escrituração Na realizaçãoda auditoria sobre o saldo da conta caixa, observamos que a entidade possui numerário disponível tanto em Curitiba quanto em Cas- cavel, porém em ambos os locais o saldo contábil não estava devidamente conciliado, conforme demonstramos: Em Cascavel Observamos que a partir de fevereiro de 2009 houve a “criação” de um caixa destinado aos gastos do projeto CMRC, na cidade de Cascavel, onde todos os meses apresentaram saldo contábil “negativo”, situação tecnica- mente inadequada, considerando que não pode sair mais dinheiro do que o saldo que deveria existir. O fato demonstra total ausência de conciliação das movimentações, além de possível mistura de dinheiro particular, com dinheiro da entidade, o que é contrário às boas práticas administrativas. Constatamos que houve a realização de uma auditoria na cidade de Cas- cavel, efetuada pela empresa CCA – Consultoria Contábil e Administrativa S/S Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 182 Relatório de auditoria Ltda., buscando evidências da real composição do caixa, porém sem efetivi- dade, uma vez que o saldo do balancete da referida conta, em 31/07/2009, continuava “negativo” no valor de R$500,00. Em Curitiba Efetuamos, no dia 11/08/2009, contagem física do caixa, na presença do Sr. João das Coves, com o objetivo de “remontar” o saldo que deveria existir em 31/07/2009, tendo apresentado a seguinte composição: Contagem do caixa Saldo contábil do balancete de 31/07/2009 R$645,38 Balancete Documentos no caixa referentes a pagamentos com juros R$(131,96) (a) Pagamentos diversos através de recibos, notas e RPA R$(553,27) (b) Subtotal R$(39,85) Saldo em dinheiro no dia 11/08/2009 R$5,00 Diferença no caixa R$(34,85) (c) a) Pagamentos de juros em decorrência de atraso na liquidação das obrigações. b) Observamos a existência de documentos de competência de junho e julho/2009, os quais já deveriam ter sido contabilizados nos respectivos meses. c) Saldo negativo no caixa em razão da pessoa responsável ter pago compromissos da entidade com recursos particulares. Obs.: Segundo informações da responsável pelo caixa, no período de 01 a 11/08/2009, não houve entrada de recursos no caixa de qual- quer natureza. Diante das situações acima expostas, recomendamos: 1. Que haja efetivamente a conciliação de ambos os caixas, regulari- zando o saldo “negativo” apresentado tanto em Cascavel quanto em Curitiba. Se constatado o pagamento de despesas da entida- de com recursos dos responsáveis pelo caixa, que haja um do- cumento formal, assinado por representante legal da entidade, autorizando o reembolso do valor aos favorecidos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 183 2. Que a entidade passe a adotar a escrituração diária do caixa, atra- vés de documento próprio denominado boletim de caixa, onde efetivamente sejam transcritos todos os registros à medida que ocorrem, evitando assim pagamentos de despesas da federação com recursos dos responsáveis pelo caixa. 3. Que seja estabelecido um limite de “fundo fixo”, que seria o valor máximo de saldo que poderia permanecer no caixa, controlando assim os suprimentos e pagamentos realizados através desta mo- dalidade. Relatório na forma “curta” O relatório na forma “curta”, anteriormente à NBC TA 700 Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre Demonstra- ções Contábeis, era denominado parecer de auditoria. A NBC TA 700 além de alterar a nomenclatura do documento que exprime a opinião do auditor, que era denominado parecer, e agora de relatório do auditor independente, traz profundas alterações na estrutura de apresenta- ção desse documento. De acordo com a NBC TA 700, no item 6, os objetivos do auditor indepen- dente, são: (a) formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na avaliação das conclusões atingidas pela evidência de auditoria obtida; e (b) expressar claramente essa opinião por meio de relatório de auditoria por escrito que também descreve a base para a referida opinião. Cabe ressaltar que esse documento só pode ser emitido pelo auditor in- dependente, ou seja, aquele que não é empregado da empresa auditada, sendo obrigatória a sua publicação em jornal de grande circulação, para as empresas que possuem ações negociadas na bolsa de valores. Auditores internos não podem emitir documentação dessa natureza. Espécies de relatórios do auditor independente Segundo a Resolução 1231 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), emitida em 27/11/2009, que aprovou a NBC TA 700, existem quatro tipos de relatório dos auditores independentes, a saber: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 184 Relatório de auditoria Opinião não modificada ou sem modificações; � Opinião modificada � 1 (três tipos), a saber: opinião com ressalva; � opinião adversa; � abstenção de opinião. � Opinião não modificada ou sem modificações É a opinião expressa pelo auditor quando ele conclui que as demonstra- ções contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Na NBC TA 700, constam diversas indicações que sinalizam a possibilida- de da emissão de um relatório com opinião não modificada, sendo que des- tacamos os itens 11, 12 e 13 a seguir: 11. Para formar essa opinião, o auditor deve concluir se obteve segurança razoável sobre se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes, independentemente se causadas por fraude ou erro. Essa conclusão deve levar em consideração: (a) a conclusão do auditor, de acordo com a NBC TA 330, sobre se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente (item 26); (b) a conclusão do auditor, de acordo com a NBC TA 450, sobre se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto (item 11); e (c) as avaliações requeridas pelos itens 12 a 15. 12. O auditor deve avaliar se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável. Essa avaliação deve incluir a consideração dos aspectos qualitativos das práticas contábeis da entidade, incluindo indicadores de possível tendenciosidade nos julgamentos da administração (ver itens A1 a A3). 13. O auditor especificamente deve avaliar se, segundo os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável: (a) as demonstrações contábeis divulgam adequadamente as práticas contábeis selecionadas e aplicadas; (b) as práticas contábeis selecionadas e aplicadas são consistentes com a estrutura de relatório financeiro aplicável e são apropriadas; (c) as estimativas contábeis feitas pela administração são razoáveis; (d) as informações apresentadas nas demonstrações contábeis são relevantes, confiáveis, comparáveis e compreensíveis; 1 Detalhada na NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 185 (e) as demonstrações contábeis fornecem divulgações adequadas para permitir que os usuários previstos entendam o efeito de transações e eventos relevantes sobre as informações incluídas nas demonstrações contábeis (ver item A4); e (f ) a terminologia usada nas demonstrações contábeis, incluindo o título de cada demonstração contábil, é apropriada. Opinião sem modificação – exemplo Transcrevemos a seguir o modelo de relatório de auditoria que consta no Apêndice da NBC TA 700, no seu Exemplo 1: Exemplo 1: As circunstâncias incluem o seguinte:auditoria de conjunto completo de demonstrações contábeis; � as demonstrações contábeis foram elaboradas para fins gerais pela � administração da entidade de acordo com as práticas contábeis ado- tadas no Brasil; os termos do trabalho de auditoria refletem a descrição da responsa- � bilidade da administração pelas demonstrações contábeis na NBC TA 210. Relatório do(s) auditor(es) independente(s) sobre as demonstrações contábeis2 (Destinatário apropriado) Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que com- preendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X13 e as respec- tivas demonstrações4 do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis A administração da companhia é responsável pela elaboração e adequa- da apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. 2 No caso do relatório cobrir outros aspectos legais e regulatórios, seria necessário um subtítulo para especificar que essa primeira parte do relatório refere-se às demonstra- ções contábeis e, após a opinião sobre elas e even- tuais parágrafos de ênfase e de outros assuntos, seria incluso outro subtítulo. 3 Embora a Estrutura Con- ceitual para Elaboração e Apresentação de De- monstrações Contábeis utilizada no Brasil deter- mine a apresentação de demonstrações contábeis de forma comparativa e a Lei das Sociedades Anôni- mas fale em apresentação dos valores correspon- dentes do exercício ante- rior, não existe nenhuma determinação legal que estabeleça que o relatório do auditor independente deva incluir também opi- nião sobre o ano anterior, portanto, esta e as demais normas de auditoria que tratam da emissão de rela- tório adotam integralmen- te o modelo internacional em que o relatório cobre somente o ano corrente. 4 No caso em que incluir demonstrações consolida- das ou outras demonstra- ções, como a Demonstra- ção do Valor Adicionado, este parágrafo e o da opi- nião devem ser adaptados. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 186 Relatório de auditoria Responsabilidade dos auditores independentes5 Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas de- monstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas reque- rem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do jul- gamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos rele- vantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contá- beis da companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apro- priados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião6 sobre a eficácia desses controles internos da companhia7. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoa- bilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a ava- liação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropria- da para fundamentar nossa opinião. Opinião Em nossa opinião, as demonstrações contábeis anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Entidade ABC em 31 de dezembro de 20X1, o de- sempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. [Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório) e data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] [Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] 5 Adaptar no caso de au- ditor pessoa física ou firma individual. 6 Nas circunstâncias em que o auditor também tem a responsabilidade de ex- pressar uma opinião sobre a eficácia dos controles internos, em conjunto com a auditoria das demonstra- ções contábeis, a redação desta sentença seria como segue: “Nessas avaliações de risco, o auditor consi- dera os controles internos relevantes para a elabora- ção e adequada apresen- tação das demonstrações contábeis da entidade para planejar procedimentos de auditoria que são apropria- dos nas circunstâncias. 7 Nas circunstâncias em que o auditor também tem a responsabilidade de expressar uma opinião sobre a eficácia dos con- troles internos em con- junto com a auditoria das demonstrações contábeis, a redação desta sentença seria como segue: “Nessas avaliações de risco, o audi- tor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das de- monstrações contábeis da entidade para planejar procedimentos de audito- ria que são apropriados nas circunstâncias. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 187 [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente] Opinião modificada De acordo com a NBC TA 705 (Modificações na Opinião do Auditor Inde- pendente), instituída pela Resolução 1.232/2009, o seu item 2 estabelece que a decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriada depende da: natureza do assunto que deu origem à modificação, ou seja, se as de- � monstrações contábeis apresentam distorção relevante ou, no caso de impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficien- te, podem apresentar distorção relevante; opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos ou possíveis efei- � tos do assunto sobre as demonstrações contábeis. Determinação do tipo de modificação na opinião do auditor independente Seguindo o disposto nos itens 7 a 10 da NBC TA 705, passaremos a apre- sentar os tipos de modificações na opinião do auditor independente. Opinião com ressalva 7. O auditor deve expressar uma opinião com ressalva quando: (a) ele, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou (b) ele não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados. Opinião adversa 8. O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br188 Relatório de auditoria Abstenção de opinião 9. O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas. 10. O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando, em circunstâncias extremamente raras envolvendo diversas incertezas, o auditor conclui que, independentemente de ter obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre cada uma das incertezas, não é possível expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis devido à possível interação das incertezas e seu possível efeito cumulativo sobre essas demonstrações contábeis. Opinião com ressalva – exemplo Transcrevemos a seguir o modelo de relatório de auditoria que consta no Apêndice da NBC TA 705, no seu Exemplo 1. Exemplo 1: As circunstâncias incluem o seguinte: auditoria do conjunto completo de demonstrações contábeis para fins ge- � rais elaboradas pela administração da entidade de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil; os termos do trabalho de auditoria refletem a descrição da responsabilida- � de da administração sobre as demonstrações contábeis na NBC TA 210; os estoques estão superavaliados. A distorção é considerada relevante, � mas não generalizada para as demonstrações contábeis. Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações contábeis8 [Destinatário apropriado]9 Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que compre- endem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X110 e as respectivas de- monstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa11 para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. 8 Título no plural em decorrência do uso mais frequente pelas firmas (pessoa jurídica), todavia deve ser adaptado às cir- cunstâncias de auditor pessoa física. 9 No caso do relatório cobrir outros aspectos legais e regulatórios, seria necessário um subtítulo para especificar que essa primeira parte do relató- rio refere-se às demons- trações contábeis e após a opinião sobre elas e even- tuais parágrafos de ênfase e de outros assuntos, seria incluso outro subtítulo. 10 Embora a Estrutura Conceitual para Elabora- ção e Apresentação de Demonstrações Contá- beis utilizada no Brasil determine a apresentação de demonstrações con- tábeis de forma compa- rativa e a Lei das Socie- dades Anônimas fale em apresentação dos valores correspondentes do exer- cício anterior, não existe nenhuma determinação legal que estabeleça que o relatório do auditor in- dependente deva incluir também opinião sobre o ano anterior, portanto, esta e as demais Normas de auditoria que tratam da emissão de relatório adotam integralmente o modelo internacional em que o relatório cobre so- mente o ano corrente. 11 No caso de também in- cluir demonstrações con- solidadas, adaptar o texto, inclusive no que tange a inclusão da expressão “e controladas”. De forma si- milar, caso o exame inclua outras demonstrações (exemplo Demonstração do Valor Adicionado), este parágrafo e o da opi- nião também devem ser adaptados. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 189 Responsabilidade da administração12 da companhia sobre as demons- trações contábeis A administração da companhia é responsável pela elaboração e adequa- da apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentes13 Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demons- trações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja pla- nejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as de- monstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julga- mento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficá- cia desses controles internos da companhia14. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apre- sentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Base para opinião com ressalva Os estoques da companhia estão apresentados no balanço patrimonial por $ xxx. A administração não avaliou os estoques pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, mas somente pelo custo, o que representa um desvio em relação às práticas contábeis adotadas no Brasil. Os registros da companhia indicam que, se a administração tivesse avaliado os estoques pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, teria sido necessário uma provisão 12 Ou outro termo que seja apropriado no con- texto da estrutura legal específica. Para relató- rios emitidos no Brasil sobre entidades brasi- leiras deve ser utilizada essa expressão. 13 Adaptar no caso de auditor pessoa física ou firma individual. 14 Nas circunstâncias em que o auditor também tem a responsabilidade de expressar uma opinião sobre a eficácia dos con- troles internos em con- junto com a auditoria das demonstrações contábeis, a redação dessa sentença seria como segue: “Nessas avaliações de risco, o audi- tor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das de- monstrações contábeis da entidade para planejar procedimentos de audi- toria que são apropriados nas circunstâncias.” Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 190 Relatório de auditoria de $ xxx para reduzir os estoques ao valor líquido de realização. Consequente- mente, o lucro líquido e o patrimônio líquido teriam sido reduzidos em $ xxx e $ xxx, respectivamente, após os efeitos tributários. Opinião com ressalva Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para opinião com ressalva, as demonstrações contábeis anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a po- sição patrimonial e financeira da companhia ABC em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. [Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório)] [Data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] [Nome do profissional(sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente] Ampliando seus conhecimentos Recorte da NBC TA 706 – parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no relatório do au- ditor independente. Apêndices da citada norma Apêndice 1 (ver item 2) Lista de normas de auditoria que contêm exigências para parágrafos de ênfase Este apêndice identifica itens em outras normas de auditoria que reque- rem do auditor a inclusão de parágrafo de ênfase no seu relatório de audito- ria em certas circunstâncias. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 191 A lista, a seguir, não substitui a consideração das exigências, aplicação relacionada e outros materiais explicativos nas normas de auditoria: NBC TA 210 – Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria, item 19; NBC TA 560 – Eventos Subsequentes, itens 12(b) e 16; NBC TA 570 – Continuidade Operacional, item 19; NBC TA 800 – Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas Conceituais de Contabilida- de para Propósitos Especiais, item 14. Apêndice 2 (ver item 2) Lista de normas de auditoria que contêm exigências para parágrafos de outros assuntos Este apêndice identifica itens em outras normas de auditoria, que reque- rem do auditor a inclusão de parágrafo de outros assuntos no seu relatório em certas circunstâncias. A lista, a seguir, não substitui a consideração das exigências, aplicação relacionada e outros materiais explicativos em normas de auditoria: NBC TA 560 – Eventos Subsequentes, itens 12(b) e 16; NBC TA 710 – Informações Comparativas – Valores Correspondentes e De- monstrações Contábeis Comparativas, itens 13, 14, 16, 17 e 19; NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informa- ções Incluídas em Documentos que Contenham Demonstrações Contábeis Auditadas, item 10(a). Apêndice 3 (ver item A4) Exemplo de relatório de auditoria que inclui parágrafo de ênfase As circunstâncias incluem: Auditoria de conjunto completo de demonstrações contábeis � elaborados pela administração da entidade, em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 192 Relatório de auditoria Os termos do trabalho de auditoria refletem a descrição da res- � ponsabilidade da administração pelas demonstrações contábeis na NBC TA 210. Há incerteza relativa a um assunto litigioso excepcional. � Um desvio da estrutura de relatório financeiro aplicável resultou � em uma opinião com ressalva. Além da auditoria das demonstrações contábeis, o auditor pode � ter outras responsabilidades exigidas pela lei local. No Brasil ine- xiste tal responsabilidade, uma vez que as normas do CFC são de âmbito nacional, portanto, não considerado no exemplo. RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES1 SOBRE AS DEMONS- TRAÇÕES CONTÁBEIS [Destinatário apropriado]2 Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que com- preendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X13 e as respecti- vas demonstrações4 do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração da Companhia pelas demons- trações contábeis5 A administração da companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas con- tábeis adotadas no Brasil, e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentes6 Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas de- monstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas reque- rem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. 1 Título no plural em decorrência do uso mais frequente pelas firmas (pessoa jurídica), todavia deve ser adaptado às cir- cunstâncias de auditor pessoa física. 2 No caso do relatório cobrir outros aspectos legais e regulatórios, é necessário um subtítulo para especificar que essa primeira parte do relató- rio refere-se às demons- trações contábeis e após a opinião sobre elas e even- tuais parágrafos de ênfase e de outros assuntos, seria incluso outro subtítulo. 3 Embora a Estrutura Con- ceitual para Elaboração e Apresentação de De- monstrações Contábeis utilizada no Brasil deter- mine a apresentação de demonstrações contábeis de forma comparativa e a Lei das Sociedades Anôni- mas fale em apresentação dos valores correspon- dentes do exercício ante- rior, não existe nenhuma determinação legal que estabeleça que o relatório do auditor independente deva incluir também opi- nião sobre o ano anterior, portanto, esta e as demais normas de auditoria que tratam da emissão de rela- tório adotam integralmen- te o modelo internacional em que o relatório cobre somente o ano corrente. 4 No caso de também in- cluir demonstrações con- solidadas, adaptar o texto, inclusive no que tange à inclusão da expressão “e controladas”. De forma si- milar, caso o exame inclua outras demonstrações (exemplo Demonstração do Valor Adicionado), este parágrafo e o da opi- nião também devem ser adaptados. 5 Ou outro termo que seja apropriado no contexto da estrutura legal especí- fica. Para relatórios emiti- dos no Brasil sobre enti- dades brasileiras deve ser utilizada essa expressão. 6 Adaptar no caso de auditor pessoa física ou firma individual. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 193 Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção re- levante das demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles in- ternos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demons- trações contábeis da companhia para planejar os procedimentos de audito- ria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da companhia7. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administra- ção, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropria- da para fundamentar nossa opinião de auditoria com ressalva. Base para opinião com ressalva As aplicações financeiras em títulos e valores mobiliários destinadas à ne- gociação da companhia estão apresentadas no balanço patrimonial por $. A administração não ajustou essas aplicações ao valor de mercado na data do balanço, ao invés disso, apresentou tais aplicações pelo valor de custo, o que constitui um desvio em relação às práticas contábeis adotadas no Brasil. Osregistros da companhia indicam que se a administração tivesse apresentado essas aplicações ao valor de mercado, a companhia teria reco- nhecido a perda não realizada de $ xxx na demonstração do resultado para o exercício findo em... O valor contábil das aplicações em títulos e valores mobiliários no balanço patrimonial teria sido reduzido no mesmo valor em 31 de dezembro de 20X1 e o resultado líquido, assim como o patrimônio líquido, teriam sido reduzidos em $ xxx e $ yyy, respectivamente, após os efeitos tributários. Opinião com ressalva Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para a opinião com ressalva, as demonstrações contábeis anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a 7 Nas circunstâncias em que o auditor também tem a responsabilidade de expressar uma opinião sobre a eficácia dos con- troles internos em con- junto com a auditoria das demonstrações contábeis, a redação dessa sentença seria como segue: “Nessas avaliações de risco, o audi- tor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das de- monstrações contábeis da entidade para planejar procedimentos de audi- toria que são apropriados nas circunstâncias”. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 194 Relatório de auditoria posição patrimonial e financeira da companhia ABC em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exer- cício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Ênfase Chamamos à atenção para a Nota X às demonstrações contábeis, que des- creve a incerteza8 relacionada com o resultado da ação judicial movida contra a companhia pela Empresa XYZ. Nossa opinião não contém ressalva relacio- nada a esse assunto. [Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório)] [Data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] [Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente] 8 Ao destacar a incerteza, o auditor usa a mesma terminologia usada na nota às demonstrações contábeis. Atividades de aplicação 1. Defina o que é o relatório de auditoria na forma “longa” e quais as características que devem constar na sua elaboração. 2. Em relação ao relatório de auditoria na forma “curta”, explique a di- ferença que existe entre opinião modificada e opinião sem modifi- cação. 3. No que se refere às técnicas de elaboração do relatório de auditoria na forma “longa”, disserte sobre como deve ser a clareza desse docu- mento. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Relatório de auditoria 195 Referências ATTIE, Willian. Auditoria Interna. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1986. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 1.231/2009. Que aprova a NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Auditor Independen- te sobre Demonstrações Contábeis. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/ docs/RES_1231.doc.> Acesso em: 20 nov. 2010. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 1.232/2009. Que aprova a NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente. Dis- ponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1232.doc.> Acesso em: 20 nov. 2010. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 1.233/2009. Que aprova a NBC TA 706 – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor Independente. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/ docs/RES_1233.doc.> Acesso em: 21 nov. 2010. CORDEIRO, Cláudio Marcelo Rodrigues. A Importância do Relatório e do Pa- recer de Auditoria para o Auditor e para a Organização Auditada. Publicado em: 2009. Disponível em: <www.crcpr.org.br/publicacoes/downloads/revista154. pdf>. Acesso em: 20 nov. 2010. SÁ, Antônio Lopes de. Curso de Auditoria. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1998. Gabarito 1. Relatório de auditoria na forma “longa” é o documento que tem por objetivo informar o resultado dos trabalhos executados, bem como apontar recomendações de melhoria em determinados processos que apresentaram não conformidades, de acordo com programa previa- mente planejado. Nesse tipo de relatório o auditor deve descrever de- talhadamente os problemas encontrados, evidenciando as possíveis causas que esses problemas poderão ocasionar para a empresa, se é que já não ocasionaram, e recomendar soluções factíveis para eliminar ou minimizar as ocorrências. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 196 Relatório de auditoria 2. Opinião sem modificação é aquela expressa pelo auditor quando ele conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Opinião com modificação ocorre quando as demonstrações contábeis apresentam distorção relevante ou, no caso de impossibili- dade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. 3. Em relação à clareza, o relatório deve ser escrito de forma a ser enten- dido por quem deve examiná-lo. Quando destinado à administração, não deve ter excesso de termos técnicos, nem expressões que possam vir a gerar mais dúvidas do que esclarecimentos. A clareza somente é obtida quando efetivamente o auditor também entendeu correta- mente o que foi auditado, tendo assim propriedade para expressar adequadamente no relatório aquilo que ele vivenciou. O uso de sen- tenças curtas, palavras comuns, emprego de uma sequência lógica, aliada à ausência de omissões de fatos e detalhes importantes, contri- buem para a compreensão do relatório. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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