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Curso de Fisioterapia 
 
 
 
 
 
 
CAMILA ALLEVATO MOREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR NA 
ATIVIDADE ESPORTIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2007 
 
 
Curso de Fisioterapia 
 
 
 
 
 
 
 
LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR NA 
ATIVIDADE ESPORTIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de 
Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito 
para obtenção do título de Fisioterapeuta. 
 
Por: CAMILA ALLEVATO MOREIRA 
Orientador: Profº Nelson Marques 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Rio de Janeiro 
2007 
CAMILA ALLEVATO MOREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR NA 
ATIVIDADE ESPORTIVA 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao 
Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de 
Almeida, como requisito para obtenção do título de 
Fisioterapeuta. 
 
 
 
 
 
 
 
Aprovada em: ____/____/2007. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Prof. Dr. 
Universidade Veiga de Almeida - Presidente da Banca Examinadora. 
 
 
 
Prof. Dr. 
Universidade Veiga de Almeida - Membro da Banca Examinadora. 
 
 
 
Prof. Dr. 
Universidade Veiga de Almeida - Membro da Banca Examinadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DEDICATÓRIA 
Ao meu Avô Francisco Allevato 
(Em memória). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AGRADECIMENTOS: 
 
 
A Deus por ter me dado o dom da vida e por ter 
me escolhido para esta profissão. A Nossa Senhora 
por me amparar nos momentos mais difíceis e por 
sempre guiar o meu caminho. Agradeço aos meus 
Pais pelo inesgotável apoio e por nunca me deixar 
desistir, aos meus irmãos porque sempre 
acreditaram em mim, e a toda minha família pelo 
carinho e apoio. 
 
RESUMO 
 
 
O trabalho realizado se assemelha pelo fato de objetivar um melhor entendimento das 
estruturas que compõem a articulação do joelho, bem como suas funções atentando para as 
lesões que podem ocorrer devido a uma força maior do que a absorvida pela articulação, e os 
membros mais precisos para uma melhor recuperação. A articulação do joelho envolve três 
ossos: o fêmur, a tíbia e a patela. Esta é rodeada de músculo, ligamentos, menisco e cápsula 
articular, que agem em conjunto para dar harmonia aos movimentos que são de flexão e 
extensão, com pouca rotação. O joelho é articulação mais complexa do corpo humano, para 
isso, tratar da mesma é necessário conhecimento anatômico, fisiológico e de biomecânica. As 
superfícies articulares estão frequentemente expostas à tensões e esforços. A maior ocorrência 
de lesões se dá no ligamento cruzado anterior que pode ser uma lesão isolada ou não, podendo 
acometer meniscos, ligamento colateral e outros. O mecanismo de lesão do ligamento cruzado 
anterior está usualmente associado com a desaceleração ou mudança brusca de direção do 
movimento da perna. As lesões do joelho são suscetíveis a qualquer individuo, seja ele 
praticante ou não de esportes, tanto profissional quanto amador. Ocorrendo a lesão, é preciso 
determinar o grau da lesão ligamentar a fim de preceder um tratamento adequado desde o 
inicio, realizando um prognóstico referente a recuperação definitiva e necessidade de cirurgia 
e descrever procedimentos cinesiológicos no pós operatório caso tenha cirurgia. 
 
 
Palavras-chave: Joelho, Ligamento cruzado anterior, Mecanismo de lesão, Tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The work is similar because of a intention to get a better understanding of the structures that 
make up the knee joint as well as their function looking for injuries that may occur due to a 
force greater than that absorbed by articulation, and the members more precise for a better 
recovery. The articulation of the knee involves 3 bones: the femur, tibia and patella. This is 
surrounded by muscle, ligaments, meniscus and articular capsule, which act together to make 
harmony to movements that are of flexion and extension, with little rotation. The knee is the 
most complex articulation of the human body so to treat it is necessary an anatomical 
knowledge, physiological and biomechanical. The articular surfaces are often exposed to 
tension and efforts. The highest occurrence of injuries is given in the previous ligament cross 
that can be an isolated injury or not, can acometer meniscus, collateral ligament and others. 
The mechanism of injury in the previous cross ligament is usually associated with the 
downturn or sudden change of direction of movement of the leg. The lesions of the knee are 
susceptible to any individual, whether or not practitioner of sports, both professional as 
amateur. If occurs the lesion, we must determine the degree of ligament injury to precede 
appropriate treatment from the beginning, carrying out a definitive prognosis for recovery and 
the need of surgery and describe procedures cinesiológicos in the post operatively if you have 
surgery. 
 
 
Key-words: Knee, Anterior cruciate ligament, Mechanisms injuries, Treatment. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10 
 
CAPÍTULO 1 ANATOMIA DO JOELHO..................................................................... 11 
1.1 Conceito geral do joelho.............................................................................................. 11 
1.2 Osteologia ..................................................................................................................... 11 
1.2.1 Fêmur.......................................................................................................................... 11 
1.2.2 Patela .......................................................................................................................... 12 
1.2.3 Tíbia............................................................................................................................ 12 
1.2.4 Fíbula .......................................................................................................................... 13 
1.3. Meniscos ...................................................................................................................... 13 
1.4 Miologia ....................................................................................................................... 14 
1.4.1 Semitendinoso ........................................................................................................... 14 
1.4.2 Semimembranoso ....................................................................................................... 15 
1.4.3 Bíceps femoral ............................................................................................................ 15 
1.4.4. Adutor magno ............................................................................................................ 15 
1.4.5. Grácil .........................................................................................................................16 
1.4.6. Reto femoral .............................................................................................................. 16 
1.4.7. Vasto lateral ............................................................................................................... 16 
1.4.8. Vasto medial .............................................................................................................. 16 
1.4.9. Vasto intermédio ....................................................................................................... 17 
1.4.10. Vasto medial oblíquo............................................................................................... 17 
1.4.11. Tensor da fáscia lata ................................................................................................ 17 
1.4.12. Poplíteo.................................................................................................................... 18 
1.4.13. Gastrocnêmio........................................................................................................... 18 
1.5. Ligamentos .................................................................................................................. 19 
 
CAPÍTULO 2 MECANISMO DE LESÃO ..................................................................... 21 
 
CAPÍTULO 3 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO LCA ............................. 24 
3.1 Reeducação proprioceptiva nos joelhos com lesão de LCA .................................... 30 
3.2Protocolo domiciliar para reabilitação do joelho após reconstrução do LCA........ 31 
 
 
CONCLUSÃO.................................................................................................................... 34 
 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS 
 
 
Objetivo geral 
Analisar os procedimentos cinesiológicos funcionais em indivíduos submetidos a 
procedimentos cirúrgicos do ligamento cruzado anterior e o tratamento da Fisioterapia nestes 
casos. 
 
 
Objetivos específicos 
Revisar através da literatura a anatomia do ligamento cruzado anterior; 
Abordar uma análise detalhada a respeito da fisiologia do ligamento cruzado anterior; 
Caracterizar os fatores biomecânicos nos mecanismos das lesões do ligamento cruzado 
anterior; 
Relatar e descrever os procedimentos cirúrgicos e pós-operatórios para as lesões do 
ligamento cruzado anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
 
O ligamento cruzado anterior é o ligamento mais acometido na articulação do joelho, 
oitenta porcento dos joelhos acometidos por lesão ocorrem por contato externo. 
 O ligamento cruzado anterior é mais suscetível à lesão vascular que o ligamento 
cruzado posterior em função do aporte menos generoso daquele. 
 O mecanismo de lesão do ligamento está usualmente associado com a desaceleração 
ou mudança brusca de direção do movimento da perna. Segundo Cross a causa mais comum 
de lesão do ligamento cruzado anterior é uma força traumática aplicada no joelho em 
momento de rotação deste. Este auxilia diretamente no controle dos seis graus de movimento 
do joelho, por isso, é mais vulnerável à lesão a partir de múltiplos mecanismos que envolvam 
forças externas excessivas aplicadas ao joelho. 
 Os fatores que contribuem para a lesão do ligamento cruzado anterior podem ser 
classificados em intrínsecos e extrínsecos. Fatores intrínsecos compreendem: alteração do 
ângulo, lassidão articular, influência hormonal e alteração no tamanho do arco intercondilar 
do fêmur. Já os fatores extrínsecos incluem: forças biomecânicas anormais, padrão de 
ativação neuromuscular alterado e fraqueza muscular. O teste de Lachman é um dos mais 
fidedignos para a avaliação do ligamento cruzado anterior em um joelho com aumento de 
volume e doloroso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I – ANATOMIA DO JOELHO 
 
 
1.1.Conceito geral do joelho 
 
 
 
 Segundo GARDNER (1998, p 206) a maior das articulações sinoviais do corpo 
humano é também uma das mais complexas e discutidas. A complexidade resulta 
principalmente das numerosas estruturas que delas fazem parte e as controvérsias giram em 
torno de sua classificação funcional, pois além de permitir os movimentos de uma articulação 
do tipo gínglimo (flexão e extensão) ela também permite certo grau de rotação. A articulação 
do joelho envolve, na verdade, três ossos: o fêmur, a tíbia, e a patela. Assim, os côndilos do 
fêmur articulam-se com os da tíbia e a face patelar recebe a patela quando a perna está fletida 
. Como em todas as articulações do tipo gínglimo, as partes mais resistentes e reforçadas da 
cápsula articular situam-se nos lados da articulação para impedir os deslocamentos medial ou 
lateral. Por outro lado, para facilitar à flexão e a extensão as porções anterior e posterior da 
cápsula são mais fracas. 
A estrutura do joelho permite a sustentação de enormes cargas, assim como a 
mobilidade necessária para as atividades de locomoção. O joelho é uma grande articulação 
sinovial que inclui três junturas dentro da cápsula articular. As articulações responsáveis pela 
sustentação do peso são as duas articulações condilares do complexo articular 
tibiofemoral,com a terceira sendo a articulação patelofemoral. 
 
 
1.2.OSTEOLOGIA 
 
 
1.2.1. Fêmur 
 
 Segundo Dangelo (2007), o fêmur é o maior osso do esqueleto, e é classificado como 
um osso longo, apresentando, portanto, duas epífises, proximal e distal, e um corpo ou diáfise. 
O fêmur articula-se pela sua extremidade proximal com o osso do quadril e pela extremidade 
distal com a tíbia. Em virtude de as articulações dos quadris serem muito afastadas, devido à 
construção da pelve, os fêmures dirigem-se inferior, medial e anteriormente, convergindo para 
os joelhos e formando com as tíbias um ângulo obtuso. 
 Conforme Gray’s (2005), Sua extremidade proximal é caracterizada por uma cabeça e 
colo além de suas projeções (os trocanteres maior e menor) na parte superior da diáfise. A 
cabeça do fêmur é esférica e articula-se com o acetábulo do osso da pelve. O colo do fêmur é 
uma haste cilíndrica de osso que conecta a cabeça da diáfise do fêmur. 
 A parte superior da diáfise do fêmur apresenta os trocanteres maior e menor que são os 
locais de fixação dos músculos que movem o quadril. 
 
 
 
 
1.2.2.Patela 
 
 
 Segundo Gardner (1988), a patela ou capuz do joelho é um osso sesamóide triangular, 
com cerca de cinco centímetros de diâmetro, que está incluído no tendão de inserção do 
músculo quadríceps da coxa. Esta apresenta duas faces, a anterior e a articular: três bordas, 
superior, medial e lateral e um ápice. 
 A face anterior é convexa de lado e de cima para baixo. É recoberta por uma parte do 
tendão de inserção do quadríceps da coxa. Essa parte do tendão, continua do ápice a 
tuberosidade, é denominada ligamento da patela. 
 A borda superior, ou base, inclina-se para baixo e para frente. As bordas lateral e 
medial convergem para o ápice. 
 Conforme Amatuzzi (2004), a patela é o ponto de apoio da alavanca do quadríceps, e 
sua retirada (pateleotomia) implica na perda de quarenta por cento da força deste músculo. 
 Por Hebert (1998), a rótula é um osso sesamóide, situado dentro do prolongamento do 
tendão do quadríceps. Tem a forma triangular com um vértice inferior e está situado frente à 
tróclea femoral. 
 
 
 
1.2.3.Tíbia 
 
 
 
 Conforme Palastanga (2000), a tíbia é um osso que transmite o peso corporal dos 
côndilos medial e lateral do fêmur para o pé. Ela é, de longe, o maior dos doisossos da perna, 
situando-se medial à fíbula. Consiste em uma diáfise e duas extremidades, a extremidade 
superior sendo muito maior do que a inferior. 
Ela possui dois côndilos, que possuem entre eles e anteriormente uma grande área 
truncada e alongada em seu eixo vertical, que se trata da tuberosidade da tíbia, cuja área 
rugosa dá fixação ao tendão infrapatelar. 
Segundo Tria (2002), a tíbia proximal consiste de duas superfícies condilares e do 
tubérculo tibial. O côndilo medial é mais côncavo que o lateral e é mais longo que o lateral no 
plano AP sagital; o côndilo lateral é mais achatado ou, até mesmo, convexo. A tíbia superior é 
observada de cima para baixo, é oval com a superfície do platô medial projetando-se mais 
anteriormente e mais posteriormente que a superfície lateral menor. 
 
 
 
1.2.4.Fíbula 
 
 
 Segundo Gray (2005), a fíbula é muito menor que a tíbia e está posicionada na face 
lateral da perna. Ela faz articulação superiormente com a face articular fibular no côndilo 
medial da tíbia proximal, mas não faz parte da formação da articulação do joelho. A 
extremidade distal da fíbula está firmemente ancorada na tíbia através de uma articulação 
fibrosa e forma o maléolo lateral da articulação talocrural. 
 Conforme Palastanga (2000), a fíbula é um osso delgado longo expandido em suas 
extremidades superior e inferior. A extremidade superior, ou cabeça, expende-se em todas as 
direções, tendo no seu lado súpero-medial uma faceta para articulação com o côndilo lateral 
da tíbia. O resto da extremidade superior é rugosa para a fixação do bíceps da coxa. A 
extremidade inferior pode ser reconhecida facilmente, sendo achatada nos seus lados medial e 
lateral e tendo posteriormente uma fossa maleolar profunda. 
 A forma da fíbula varia de acordo com os músculos nela fixados e pode-se ver que ela 
não carrega peso, mas contribui para a estabilidade lateral da articulação do tornozelo. 
 
 
1.3. Meniscos 
 
 Conforme Palastanga (2000), histologicamente, os meniscos são descritos como 
estruturas fibrocartilaginosas, compostos por uma substância que está entre a cartilagem 
fibrosa densa e a cartilagem hialina, contendo grandes feixes colagenosos em uma matriz. 
 Segundo Amatuzzi (2004), menisco medial é em forma de “C”, seu corno anterior é 
firmemente ancorado a tíbia, na frente da eminência condilar e do ligamento cruzado anterior 
(LCA); atrás, se fixa na tíbia imediatamente à frente da inserção do ligamento cruzado 
posterior (LCP). Toda a sua periferia é fixa a cápsula e a tíbia proximal, através dos 
ligamentos coronários. Já o menisco lateral é mais circular, em forma de “O”, e cobre dois 
terços do planalto tibial lateral. Seu corno anterior se fixa a tíbia em frente à eminência 
intercondilar. O corno posterior se fixa na região posterior a eminência intercondilar, 
adjacente a inserção do corno posterior do menisco medial. O corno posterior também é fico 
ao côndilo femoral medial pelos ligamentos meniscofemorais anterior (ligamento de 
Humphrey) e posterior (ligamento de Wrisberg), respectivamente, anterior e posterior ao 
LCP. 
 Por Jacob (1990), há duas cartilagens semilunares (meniscos) envolvidas na 
articulação do joelho:a medial e a lateral. A cartilagem semilunar medial, aproximadamente 
semicircular, liga-se por fibras curtas a tíbia e esta relativamente fixada nesta posição. 
Funciona para aprofundar a suporte para o côndilo medial femoral. A cartilagem semilunar 
lateral aproximadamente um circulo completo, esta ligada a tíbia, com suas fibras longas, 
permitindo o deslizamento da cartilagem. Funciona para assegurar uma articulação macia. 
 
 
 
1.4. MIOLOGIA 
 
 
1.4.1. Semitendinoso 
 
 
 Segundo Palastanga (2000), a fixação superior deste músculo é da faceta medial 
inferior da seção lateral da tuberosidade isquiática, tendo inserção no côndilo medial da tíbia, 
imediatamente atrás da inserção do sartório e atrás da fixação do grácil. 
 A contração deste músculo gera extensão da articulação d quadril, flexão articulação 
do joelho, rotação medial do joelho e rotação lateral do fêmur e da pelve sobre a tíbia, quando 
o pé apresenta-se fixo. 
 
 
1.4.2. Semimembranoso 
 
 
 Segundo Amatuzzi (2004), o músculo semimembranáceo é um flexor do joelho, que se 
insere na tíbia através de dois cabos. Um, o curto, dá origem ao ligamento obliquo posterior, 
que é inserido no epicôndilo medial do fêmur; outro, o longo, insere-se anteriormente na tíbia. 
 Conforme Palastanga (2000) deriva seu nome do aspecto achatado, longo e espesso de 
seu tendão proximal. Por meio desse tendão, o semimembranoso origina-se na tuberosidade 
isquiática, próximo medialmente ao bíceps femoral e ao semitendíneo. 
 
 
1.4.3. Bíceps femoral 
 
 
 Segundo Ellenbecker (2002), a parte principal do tendão divide-se em torno do 
ligamento colateral fibular e insere-se no aspecto lateral da cabeça da fíbula. 
 Conforme Palastanga (2000), o bíceps femoral encontra-se situado na porção pôstero 
lateral da coxa, sendo originado de duas cabeças. A cabeça longa fixa-se na faceta medial 
inferior, na tuberosidade isquiática, com o tendão do semitendinoso, espalhando-se para o 
ligamento sacrotuberoso.a cabeça curta origina-se na metade inferior do lábio lateral do 
fêmur. 
 Por Amatuzzi (2004), o músculo bíceps femoral é uma estrutura muito usada como 
reforço dinâmico das reconstruções para instabilidade, principalmente as antero-laterais. Este 
é um flexor da perna e extensor do joelho quando o pé está apoiado no solo. 
 
 
1.4.4. Adutor magno 
 
 
 É o maior e mais posterior do grupo, com adutor curto e o adutor longo na frente e o 
semimembranoso e semitendinoso atrás. (Palastanga 2000) 
 
 
 
1.4.5. Grácil 
 
 
 Segundo Palastanga (2000), é um músculo longo, fino, situado no lado medial da 
coxa. Este é o mais superficial do grupo adutor. Sua fixação se dá na frente do corpo do púbis 
e seu ramo inferior, apenas chegando ao ramo do ísquio. 
 
 
1.4.6. Reto femoral 
 
 
 Segundo Amatuzzi (2004), o músculo reto femoral é longo e fusiforme, sendo o único 
feixe biarticular do quadríceps. Origina-se na espinha ilíaca ântero-superior e no rebordo do 
acetábulo. Suas fibras continuam sobre a patela e formam o ligamento patelar. 
 Conforme Palastanga (2002) trata-se de um músculo que se salienta na frente da coxa. 
Suas origens ocorrem na espinha ilíaca ântero-superior e em uma área rugosa imediatamente 
acima do acetábulo. A partir desta origem em comum, as duas porções encontram-se e segue 
em sentido caudal, para fixar-se no bordo superior da patela. Daqui partem algumas fibras 
ajudando a formar o ligamento patelar (tendão infrapatelar). 
 
 
1.4.7. Vasto lateral 
 
 
 Segundo Hebert (1998), o vasto lateral tem origem nos três quartos superiores da face 
externa do fêmur e sua inserção é formada por três fascículos distintos: sobre o bordo externo 
da rótula, sobre o bordo lateral do tendão rotuliano e sobre a face interna da rotula, após 
cruzar sua face anterior. 
 
 
1.4.8. Vasto medial 
 
 Segundo Amatuzzi (2004), o vasto medial é considerado um estabilizador medial da 
patela. 
 Conforme Hebert (1998) o vasto medial origina-se sobre a linha áspera nos três 
quartos superiores do fêmur e participará do tendão quadriciptal, sendo que nesse sitio suas 
fibras tem uma inclinação aproximadamente de cinqüenta graus em relação ao eixo do fêmur. 
 Por Palastanga (2000), a inserção do vasto medial ocorre no tendão do reto femoral, no 
bordo medial da patela e na frente do côndilo medial da tíbia. 
 
 
1.4.9. Vasto intermédio 
 
 
De acordo Hebert (1998), origina-se nos três quartos superiores da face externa ântero-
externa do fêmur e tem sua inserção na base do pólo superior da rotula, constituindo o plano 
mais posterior dotendão quadriciptal. 
Pela citação de Ellenbecker (2002), o vasto intermédio tem origem na diáfise femoral 
anterior e lateral. 
 
 
1.4.10. Vasto medial oblíquo 
 
 
 Segundo Hebert (1998), o vasto medial oblíquo tem sua origem na parte inferior da 
linha áspera, no terço distal do fêmur, passando sobre o tubérculo dos adutores e inserindo-se 
no bordo interno e superior da patela, formando uma angulação de aproximadamente sessenta 
e cinco graus de suas fibras com o eixo do tendão do quadríceps. 
 
 
1.4.11. Tensor da fáscia lata 
 
 
Amatuzzi no ano de 2004 relata que a fáscia lata é a fáscia superficial do fêmur que se 
estende pela superfície anterior da coxa recobrindo o músculo quadríceps da coxa. Contribui 
na formação do retináculo medial e lateral da patela, juntamente com fibras aponeuróticas dos 
músculos vastos medial e lateral. Lateralmente há um espaçamento da fáscia lata, chamado 
banda iliotibial, que se insere no epicôndilo lateral do fêmur e no tubérculo de Gerdy. Ela se 
move, em relação aos côndilos femorais, para frente na extensão e para trás na flexão, mas 
esta tensa em ambas as posições. 
 
 
1.4.12. Poplíteo 
 
 
 Segundo Palastanga (2000), é um músculo de forma triangular situado profundo na 
fossa poplítea, abaixo e lateral a articulação do joelho. Origina-se dentro da cápsula articular, 
de uma fixação tendinosa a partir da face anterior do sulco na superfície externa do côndilo 
lateral do fêmur, abaixo do epicôndilo lateral e da fixação do ligamento colateral fibular. 
 Conforme Amatuzzi (2004), sua principal função é a de rotador interno da pena no 
inicio da flexão. 
 O músculo poplíteo é o único músculo do corpo humano que se contrai da inserção 
para a origem. Em virtude desta situação mais estática do tendão, Kaplan atribuiu a ele uma 
função mais estabilizadora do que dinâmica. A contração do músculo poplíteo provocaria uma 
tração posterior do menisco externo e uma rotação interna da tíbia durante os estágios iniciais 
de flexão. Por esta função pode-se dizer que ele destrava o joelho, permitindo assim então a 
flexão. 
 
 
1.4.13. Gastrocnêmio 
 
 
 Segundo Amatuzzi (2004), se origina na região posterior dos côndilos femorais através 
das cabeças medial e lateral. Estas agem no joelho puxando o fêmur para trás e no sentindo de 
estender o joelho quando a perna está apoiada. 
 Conforme Ellenbecker (2002) origina-se por duas cabeças: a cabeça medial que é 
maior origina-se de uma depressão no aspecto posterior do côndilo medial do fêmur, por trás 
do tubérculo do adutor, e de uma área minimizada elevada na superfície poplítea do fêmur, 
acima do côndilo medial. A cabeça lateral surge da superfície lateral do côndilo lateral e do 
aspecto inferior da linha supracondilar. 
 
 
1.5. Ligamentos 
 
 
Segundo Tria (2002), os quatro ligamentos importantes no joelho são os dois 
colaterais e os dois cruzados. Os colaterais são particularmente importantes para estabilidade 
medial e lateral do joelho, e os ligamentos cruzados são estão localizados no centro da 
articulação do joelho e são importantes para a estabilidade AP e rotacional do joelho. 
O ligamento colateral medial é o principal estabilizador da face medial do joelho. Este 
se origina do côndilo femoral medial no tubérculo adutor. 
Strobel escreve no ano de 2000, que o ligamento colateral lateral é um cordão redondo 
de cinco a sete centímetros de comprimento, que corre do côndilo femoral lateral em direção 
obliqua, caudal e posteriormente para a cabeça da fíbula. 
O ligamento colateral lateral tem exatamente a mesma orientação que o ligamento 
cruzado posterior, enquanto o trajeto ligamento colateral medial correspondente ao do 
ligamento cruzado anterior. Os ligamentos cruzados estão localizados no centro da articulação 
do joelho e são importantes para estabilidade AP e rotacional do joelho. 
Conforme Tria (2002), o ligamento colateral lateral é muito menor e mais curto que o 
medial. Origina-se do côndilo femoral lateral na linha média do plano coronal dois e meio 
centímetro da linha articular e se dirige distal e posteriormente para a face posterior da porção 
proximal da cabeça da fíbula. 
Para JAMES (1993), os ligamentos cruzados anterior e posterior são cordões 
arredondados de tecido conjuntivo localizados dentro da cápsula articular do joelho entre os 
côndilos femorais, repousando na parte externa da cavidade sinovial articular. Estão 
posicionados entre os compartimentos sinovial medial lateral e atrás da parede posterior da 
cavidade sinovial anterior. 
O LCP origina-se em uma depressão na área intercondiliana posterior da tíbia. O LCP 
passa anterior medial e proximalmente do lado do LCA para inserir-se na parte anterior da 
superfície lateral do côndilo femoral medial (Palastanga ,2000). 
SegundoTria (2002), o LCP é responsável por cerca de noventa e quatro por cento da 
restrição do deslizamento posterior da tíbia sobre o fêmur, além de trinta e seis por cento do 
desvio lateral e trinta por cento da resistência do desvio medial. Uma ruptura do LCP provoca 
um arrasto posterior da tíbia de até vinte e cinco milímetros. 
Conforme Strobel (2000), o LCA origina-se de uma área elíptica, com 
aproximadamente quinze a vinte milímetros de comprimento na superfície póstero-medial do 
côndilo femoral lateral. Passa ventral, caudal e medialmente á área intercondilar anterior da 
tíbia onde se insere entre as fixações anteriores dos meniscos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 – MECANISMO DE LESÃO 
 
 
 
 As lesões do ligamento cruzado anterior ocorrem com mais freqüência em indivíduos 
jovens que praticam algum tipo de esporte, principalmente em pacientes do sexo masculino. A 
força causadora frequentemente é a hiperextensão com estresse forçando a rotação lateral na 
tíbia, estando o pé fixo, segundo KISNER (1998). 
 Para KISNER (1998), após o trauma, geralmente leva algumas horas para haver 
derrame articular. Quando este ocorre, o movimento fica restrito. A articulação assume uma 
posição de mínima sobrecarga, geralmente por volta de vinte e cinco graus de flexão. Se for 
testado antes do derrame articular, o paciente sente dor quando o ligamento lesado é 
tensionado. Se ocorrer uma ruptura completa, a instabilidade é detectada quando o ligamento 
rompido é testado. 
 Segundo Amatuzzi (2004), a lesão do ligamento cruzado anterior é a lesão do jovem 
quer pratica esporte. Nas crianças, pelo mesmo tipo de trauma, ocorrem os deslocamentos 
epifisários; no adulto mais velho, as fraturas do planalto tibial. O mecanismo mais freqüente 
desta lesão é o trauma torcional. Nesses casos, o corpo gira em rotação externa sobre o 
membro inferior apoiado no solo. Outro mecanismo da lesão do ligamento cruzado anterior, 
mais raro, é a hiperextensão do joelho sem apoio, chamado chute no ar, que pode determinar o 
aparecimento da lesão isolada do ligamento. 
 A lesão do ligamento cruzado anterior determina uma frouxidão no joelho. Esse joelho 
frouxo torna-se instável e essa instabilidade inicialmente se faz presente na atividade 
esportiva e, depois, nas atividades da vida diária. 
 No entendimento de Cailliet (2001), a lesão do ligamento cruzado anterior ocorre 
comumente pela lesão rotacional forçada externa em valgo. Uma lesão ao ligamento cruzado 
anterior que ocorra por esse mecanismo está muitas vezes associada com lesões a outras 
estruturas mediais de suporte, tais como os ligamentos colaterais mediais. Pode ocorrer uma 
lesão isolada do ligamento cruzado anterior devido à rotação interna forçada do fêmur com ou 
sem extensão significativa. 
O mecanismo de lesão clássico do ligamento cruzado anterior é de uma torção com o 
pé fixo no solo, mecanismo esteem que a tíbia se move para anterior em relação ao fêmur. 
Outros tipos de trauma também podem levar as lesões do cruzado anterior, principalmente 
durante a pratica esportiva, mas sem dúvidas, a projeção anterior da tíbia em relação ao fêmur 
é o principal causador da lesão do ligamento (Telini, Mello e Amaral, Acesso 18/11/07). 
Conforme James (1993), as lesões no ligamento cruzado anterior são causadas por 
uma variedade de mecanismos: esses incluem: rotação externa, abdução e forças anteriores 
aplicadas na tíbia, rotação interna do fêmur sobre a tíbia e hiperextensão do joelho. As lesões 
ocorrem mais comumente em situações onde não houve contato. 
A lesão do ligamento cruzado anterior se dá por trauma direto ou indireto. Geralmente 
nas lesões por traumas diretos, o fêmur é levado para trás quando o joelho se encontra fletido 
a noventa graus, com a tíbia fixada, já as lesões por traumas indiretos produzem lesões 
isoladas do ligamento cruzado anterior, e são decorrência da desaceleração brusca, saltos ou 
dribles, sem nenhum contato físico Os traumas ocorre devido a uma ruptura das fibras, 
podendo ser parcial ou total. Tal lesão é comum em esportistas quando estes realizam 
movimentos de pivôs (giros). Geralmente ocorre quando a força colocada no movimento é 
maior que a amplitude normal do movimento, e também por outra lesão interna. ( Castopril, 
1999). 
Nas lesões isoladas do LCA os mecanismos mais comuns são: hiperflexão forçada do 
joelho; flexão forçada e rotação da tíbia sobre o fêmur; hiperextensão forçada do joelho 
Na hiperflexão o mecanismo é o da hiperflexão forçada do joelho;Na flexão, a lesão ocorre 
no joelho fletido acompanhado de rotação externa da tíbia sobre o fêmur, outro mecanismo é 
uma força anteriormente dirigida e aplicada sobre a região posterior da tíbia proximal, isto 
pode ocorrer quando o joelho está em flexão, ou em completa extensão;Na hiperextensão a 
lesão pode ocorrer com ou sem rotação da tíbia .( Turek, 1991 ). 
Segundo Segelov (1990), nas lesões ligamentares, o joelho pode colapsar e tornar-se 
dolorido. No momento da lesão, pode-se experimentar uma sensação de estouro, ou pode não 
ceder, causando um desconforto inicial não muito grave, levando o atleta a continuar a sua 
atividade física. Em poucas horas pode-se observar hemartrose do joelho, seguida de espasmo 
reflexo da musculatura. 
O ligamento cruzado anterior auxilia diretamente no controle dos seis graus de 
movimento do joelho, por isso, é mais vulnerável a lesão a partir dos múltiplos mecanismos 
que envolvem forças externas excessivas aplicadas ao joelho. Os fatores que contribuem para 
essa lesão do ligamento cruzado anterior podem ser classificados em intrínsecos e extrínsecos. 
Fatores intrínsecos compreendem: alteração do ângulo, lassidão articular, influencia hormonal 
e alteração do tamanho do arco intercondilar do fêmur. Já os fatores extrínsecos incluem: 
forças biomecânicas anormais, padrão de ativação neuromuscular alterado e fraqueza 
muscular. 
A desaceleração é um mecanismo principal responsável por grandes números de 
lesões no ligamento cruzado anterior. Lesões causadas por contrações fortes do quadríceps 
com o joelho em extensão. (Tria, 2002) 
Geralmente é devido à ruptura do menisco medial, que se desloca para o centro da 
articulação, produzindo uma obstrução da rotação externa da tíbia e extensão completa. 
Ocorrendo, portanto distensão e ruptura do ligamento cruzado anterior. (Smille, 1980). 
Segundo Rasch (1991), as entorses do joelho resultam de movimentos que ultrapassam 
os limites normais da articulação. Quando forçados além dessa restrição natural, os 
ligamentos podem ser submetidos a uma tensão superior o seu limite elástico (o ponto depois 
do qual ocorre a lesão, ou deformação, permanente), colocando-os na região plástica de sua 
curva de carga extensão. O resultado é uma deformação permanente dos ligamentos cuja 
magnitude depende da força aplicada. No joelho, a entorse ligamentosa pode ocorrer em 
qualquer direção de movimento. No tipo mais comum de lesão do joelho, frequentemente 
visto no campo de futebol, o pé é fixado e o fêmur gira medialmente com referencia a tíbia, 
que ao mesmo tempo gira lateralmente. Todo o joelho é deslocado medialmente, resultando 
em tensão ligamentosa medial. Quando a força é continuada, o ligamento cruzado anterior e, 
por fim o cruzado posterior são submetidos à tensão. 
Segundo Thompson (1998), as características clínicas no momento da lesão: dor: há 
uma dor súbita e sensação de náusea no momento da lesão. A intensidade da dor diminui, 
(mas pode ser reproduzida se o movimento causador for repetido); edema (surge rapidamente 
e é devido ao escape de ligamento tecidual nos espaços fasciais ao redor do ligamento. Mais 
tarde, o exsudato inflamatório é um componente da tumefação. Se a cápsula articular for 
lesada, o ligamento sinovial pode estar presente na área edemaciada); equimose (o sangue 
escapa dos vasos sanguíneos lesados para os tecidos vizinhos); perda do movimento (espasmo 
muscular de proteção e movimento articular limitado pela dor); perda da função (uma lesão 
ligamentar no membro inferior irá impedir o uso desse membro especialmente para andar e 
correr). 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 3 – TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO LCA 
 
 
 
Segundo Andrews (2000), o tratamento após lesão do ligamento cruzado anterior 
continua sendo um dos problemas mais controversos da medicina desportiva. Após sofrer 
lesão do ligamento cruzado anterior, deve ser dada atenção imediata a hemartrose e ao 
processo inflamatório geral. O atleta deve passar a utilizar muletas, sendo instruído quanto à 
sustentação parcial do peso. A órtese é desnecessária, a não ser quando existem outras lesões 
associadas como uma entrose do ligamento colateral medial. Os exercícios de movimentação 
devem ser iniciados imediatamente, concentrando-se na extensão passiva para ajudar a 
prevenir fibrose rápida na chanfradura intercondiliana. 
Segundo Tria (2002), a reabilitação física constitui um campo em franco crescimento e 
renovação. Os antigos programas de tratamento enfatizavam a imobilização rígida, numa 
tentativa de manter a estabilidade, porém, a partir da década de setenta, a mobilização 
imediata revolucionou o campo de reabilitação isto ocorreu em função da maior compreensão 
dos efeitos do estresse aplicado no tecido mole e no osso por intermédio dos avanços da 
pesquisas clínicas e científicas. 
Segundo Kisner (1998), a movimentação precoce favorece uma cicatrização melhor, 
no entanto, exercícios muito fortes ou com uma rápida descarga de peso, podem estirar ou 
lesar as estruturas reparadas. A fisioterapia tem se encarregado de realizar a reabilitação 
destes pacientes, com protocolos que visam restabelecer o mesmo nível funcional. 
Conforme Ellenbecker (2002), a aplicação de órteses no pós-operatório do ligamento 
cruzado anterior tem representado uma grande controversa. Com o avanço das técnicas 
cirúrgicas, o uso de órteses vem se tornando cada vez menos importante na fase pós-
operatória imediata. A principal indicação do uso de um imobilizador após a reconstrução do 
ligamento cruzado anterior é a proteção do paciente durante a descarga de peso. 
Segundo Tria (2002), as órteses funcionais oferecem uma alternativa para a 
reconstrução cirúrgica. No pós-operatório do paciente de reconstrução usa-se uma órtese 
funcional sob medida por um período de seis meses a um ano após a cirurgia. A órtese é usada 
para os esportes que envolvem desaceleração, enquanto o enxerto do ligamento cruzado 
anterior está em fase de remodelação. O uso de órtese aumentará a estabilidade estática e, 
portanto, é recomendada em pacientes submetidos a tratamento conservador ou que sofreram 
falhas na reconstrução do ligamento cruzado anterior. 
A órtese é mais eficiente em indivíduos musculosose mais magros. 
Os pacientes fracos ou obesos e com joelho instável podem não se adaptar ao 
programa com uma órtese funcional. Em resumo, as órteses funcionais e de reabilitação dão 
estabilidade estática ao joelho, porém uma estabilidade dinâmica efetiva varia entre os 
pacientes, qualquer prescrição de órtese deve estar associada a um esforço educacional 
direcionado para a modificação da atividade a reabilitação da musculatura do membro inferior 
(TRIA 2002). 
Segundo Andrews (2000), os protocolos de reabilitação acelerada, que se concentram 
nos exercícios de cadeia fechada conforme sugerido por Shelborne e Nitz, tornam mais rápido 
o processo de reabilitação. É crucial a escolha dos exercícios que produzem menor estresse 
sobre o ligamento cruzado anterior. Howell sugeriu que as contrações isométricas ativas com 
quinze graus, trinta graus, quarenta e cinco graus e sessenta graus não produzem mais estresse 
sobre o ligamento cruzado anterior do que os testes instrumentais de frouxidão. 
Segundo Tria (2002) e Ellenbecker (2002), a amplitude de movimento é necessidade 
absoluta para se evitar complicações pós-operatórias. O objetivo da primeira semana pós-
operatória em um programa de reabilitação acelerado é a obtenção de zero a noventa graus de 
flexão. 
 Conforme Tria (2002) a amplitude de movimento de zero a cento e dez graus é 
esperada nas três primeiras semanas, amplitude de zero a cento e trinta graus até a sexta 
semana e amplitude total de movimento na décima semana. No entanto, para Fonseca (1992), 
a amplitude de movimento entre zero e cento e dez graus só deve ser alcançada entre um a 
dois meses pós-operatórios, devido ao processo cicatricial que deve ser respeitado para se 
evitar complicações pós-operatórias. 
Segundo Fonseca (1992), o treino específico para o esporte e retorno a atividade 
esportiva só serão possíveis nove meses após a cirurgia, enquanto que para Tria (2002) em um 
programa acelerado este retorno se dá por volta dos quatro a seis meses pós-operatórios. A 
extensão passiva completa deve ser conseguida imediatamente após a cirurgia. A extensão 
ativa completa deve ser atingida por volta da segunda à terceira semana do pós-operatório 
(ELLENBECKER, 2002). 
Segundo Andrews (2000), o padrão temporal para a progressão na reabilitação do 
ligamento cruzado anterior é bastante variável; entretanto, existem áreas que devem ser 
enfatizadas antes de permitir a progressão do atleta, independentemente do fator tempo. 
Imediatamente após a cirurgia deve ser enfatizado o controle de inflamação, a manutenção de 
uma extensão passiva plena, a promoção da mobilidade patelar e o aumento do recrutamento 
quadriciptal ajudará a promover maior mobilidade patelar e a prevenir a síndrome 
infrapatelar. No inicio do processo de reabilitação, a área patelar pode ficar extremamente 
hipersensível, por causa da incisão do local. A estimulação elétrica pode ser extremamente 
valiosa e facilitar a contração do quadríceps o suficiente para permitir a mobilização superior 
da patela. Durante a estimulação elétrica destinada a ajudar na mobilidade patelar, o joelho 
deve ser colocado numa extensão confortável máxima. A estimulação elétrica de intensidade 
mínima a moderada com a finalidade de aprimorar a mobilidade patelar não deve ser usada 
ate que o atleta esteja próximo da extensão passiva plena, pois com o joelho em flexão e com 
limitações da ADM, poderá ser facilitada uma co-contraçao da musculatura da coxa, em vez 
de uma contração isolada do quadríceps. 
Segundo Ellenbecker (2002), eletroestimulação neuromuscular para facilitação do 
quadríceps também se faz presente no tratamento da reconstrução do ligamento cruzado 
anterior e baseia-se na avaliação do tônus muscular do quadríceps e vasto medial oblíquo 
(VMO). Para Tria (2002) o uso de estimulação elétrica após a cirurgia do joelho somente 
pode ser justificado se o objetivo for à redução da atrofia após um período de imobilização. A 
estimulação elétrica traz como benefício à contração do quadríceps antes que o paciente 
consiga realizar a contração voluntária ou co-contração. 
Exercícios de flexibilidade são realizados antes e depois da reconstrução do ligamento 
cruzado anterior. Os alongamentos dos isquiotibiais e do gastrocnêmio/ solear são indicados 
no dia seguinte à cirurgia. O alongamento mais comum para os isquiotibiais é o alongamento 
para corredores de barreiras (modificado) e, os alongamentos ajudam a controlar a dor que 
ocorre por causa da resposta reflexa criado nos isquiotibiais quando o joelho é mantido na 
posição flexionada. O exercício de tração com toalha também pode ajudar a diminuir o 
desconforto na panturrilha, no tendão de calcâneo e no tornozelo (ELLENBECKER, 2002 e 
TRIA 2002). 
Segundo Tria (2002), o movimento passivo contínuo (MPC), o imobilizador de joelho 
em extensão para caminhar e a sustentação de peso na medida do tolerado sem muletas, deve 
ser realizado ainda no primeiro dia pós-operatório. O papel do MPC após as reconstruções dos 
ligamentos do joelho ainda é controverso. O MPC apresenta algumas desvantagens para o 
paciente, além do alto custo. O MPC não estimula a participação do paciente no movimento 
precoce; requer extrema atenção aos assentos da amplitude de movimento, que podem ser 
afetados pelo movimento do paciente; e a própria máquina pode provocar estresse indesejável 
sobre o enxerto. No entanto, o MPC também produz possíveis benefícios para o paciente, tais 
como: maior nutrição da cartilagem; maior absorção de hemartrose; redução das aderências; e 
ganho de amplitude de movimento. 
Conforme Ellenbecker (2002), a sustentação parcial do peso é permitida assim que 
sejam mínimos a dor e o edema e que o tônus do quadríceps seja satisfatório. É de extrema 
importância à descarga de peso por meio de uma marcha normal, o que evita a posição de um 
joelho travado e incentiva a flexão normal do joelho ao longo de todo o ciclo da marcha. O 
exercício e o apoio de peso podem ser progredidos mais rapidamente após uma reconstrução 
artroscópica com enxerto do tendão patelar. Assim que se inicia a sustentação parcial do peso, 
são iniciados os exercícios de cadeia cinética fechada, que tem por objetivo facilitar um 
controle adequado do quadríceps na marcha, durante a etapa de postura intermediária da 
perna, para evitar a ocorrência de hiperextensão do joelho (TRIA 2002 e FONSECA, 1992). 
Segundo Tria (2002), os exercícios de cadeia cinética fechada permitem uma 
reabilitação ideal do ligamento cruzado anterior reconstruído, minimizando forças 
potencialmente danosas sobre o enxerto e a lesão da articulação patelofemoral. Os exercícios 
de cadeia cinética fechada resultam em co-contração do quadríceps e dos ísquios, pois, como 
esta sendo aplicada uma carga à tíbia através do pé, são produzidos momentos de flexão do 
quadril e do joelho. O momento de flexão do joelho é compensado pela contração do 
quadríceps e o quadril é estabilizado pela contração dos ísquios. Os deslocamentos patelares 
são efetuados em todos os quatro planos (superior, inferior, medial e lateral) com uma pressão 
contínua aplicada à margem patelar apropriada, durante pelo menos dez segundos 
(ELLENBECKER, 2002). 
Conforme Fonseca (1992), para um programa de tratamento conservador a utilização 
da crioterapia, mobilização passiva, eletroestimulação para quadríceps e isquiotibiais, 
mobilização passiva de patela e exercícios para o tornozelo são essenciais para os dois 
primeiros dias de tratamento pós-operatório. 
Segundo Tria (2002), a dor está diretamente relacionada ao grau de edema e aumento 
da temperatura. Estes são mediados pela histamina, bradiquinina, prostaglandina e 
leucotrienos, que se formam nos limites da membrana da célula e unem os receptores dentro e 
ao redor do tecido lesionado. Além de causar dor, esses mediadores causam vasodilatação e 
extravasamento de líquidonos tecidos lesionados. O uso de crioterapia é eficaz porque reduz 
a velocidade de condução do nervo aferente e a transmissão da fibra delta relacionada com a 
dor. A transmissão sináptica das fibras sensoriais pode, também, ser impedida ou bloqueada, 
resultando numa analgesia/anestesia transitória após dez a quinze minutos de aplicação 
constante. Os fusos/células fusiformes dos músculos, que agem como aferentes da dor, 
também reduzem a capacidade de resposta ao alongamento. A crioterapia no tecido lesionado 
causa vasoconstrição, reduzindo o fluxo sanguíneo para a área lesionada. Esta constrição não 
ocorre só localmente, mas também de forma sistêmica desde que a temperatura do núcleo seja 
reduzida. A influência hipotalâmica pode aumentar a atividade autônoma, a fim de manter a 
temperatura do corpo, através da vasoconstrição periférica e da conseqüente redução do 
edema resultante do vazamento da membrana. Além disso, o tratamento com frio desacelera o 
metabolismo celular local, diminuindo a hipóxia e a morte das células na fase aguda. Este 
metabolismo reduzido diminui a liberação de mediadores químicos e o subseqüente edema. 
Segundo Ellenbecker (2002), a crioterapia é uma modalidade amplamente utilizada em 
seguida a uma reconstrução do ligamento cruzado anterior, tipicamente a crioterapia é 
utilizada depois do exercício, ou quando se faz necessária para controlar a dor e o edema, 
sendo mantida durante todo o protocolo de reabilitação pós-operatório. 
Conforme Tria (2002), os benefícios da aplicação do calor são secundários ao aumento 
da extensibilidade do tecido colágeno. O calor da mesma forma que a terapia com frio, tem 
efeito direto nas fibras gama das células fusiformes dos músculos. A atividade e a 
sensibilidade do pulso muscular ao alongamento são reduzidas e, em conseqüência, há alívio 
do espasmo muscular. Os aspectos básicos de comparação entre as modalidades do calor e 
frio são: o calor aumenta o fluxo de sangue, produz resposta inflamatória, aumenta a 
formação de edema, resulta em aumento da hemorragia, após trauma ou cirurgia, e diminui a 
rigidez; o frio diminui o fluxo sangüíneo, diminui a formação de edema e reduz o fluxo de 
sangue após o trauma através da vasoconstrição, mas pode aumentar a rigidez. Ambos 
reduzem o espasmo muscular e a dor. Não é aconselhável o uso de calor pelas razões 
anteriormente mencionadas. 
Segundo Ellenbecker (2002), na fase de reabilitação pós-operatória aguda, o início de 
bons exercícios de contrações isométricas do quadríceps estabelece o ritmo para a progressão 
do programa de fortalecimento. As contrações isométricas do quadríceps são realizadas de 
hora em hora, conforme as seguintes normas: repetição das contrações durante dez segundos, 
dez repetições, dez vezes por dia. 
Conforme Tria (2002), os exercícios isométricos são realizados em zero grau por 
segundo, ou seja, sem movimento articular visível. A velocidade é constante em zero, de 
modo que a resistência varia para igualar a força aplicada, as elevações da perna reta nos 
quatro planos do movimento do quadril são exemplos de exercícios de contração isométrica. 
A elevação da perna em linha reta é um dos movimentos chaves para a reabilitação na lesão 
do joelho. A desvantagem dos exercícios isométricos é que eles somente são eficazes para o 
fortalecimento no ângulo usado, portanto, devem ser efetuados em vários ângulos onde não 
haja dor. Os exercícios isotônicos são realizados em velocidades variadas de (trinta a noventa 
graus/s). As contrações excêntricas geram mais força, o que é útil durante o pós-operatório, o 
objetivo dos exercícios isotônicos proporcionam vários graus de resistência em toda a 
amplitude de movimento (TRIA 2002). 
Segundo Tria (2002), os exercícios isocinéticos proporcionam uma acomodação à 
resistência, permitindo que o paciente trabalhe em seu nível submáximo, com níveis de 
movimento dolorosos e, no nível máximo, nos arcos de movimento sem dor. Os isocinéticos 
também preparam o paciente para contrações de velocidade mais alta, que são usadas nas 
atividades esportivas. 
Conforme Ellenbecker (2002), quando o paciente progride para cinquenta a setenta e 
cinco por cento da descarga de peso, são iniciadas elevações dos dedos do pé para 
fortalecimento do gastrocnêmio/solear, exercícios isométricos com paciente sentado. O treino 
de equilíbrio e propriocepção são iniciados assim que o paciente começa a sustentar 
parcialmente o peso. A progressão do treinamento para a aquisição de equilíbrio leva ao uso 
de sistemas mais sofisticados. Nas fases finais da reabilitação são iniciados exercícios 
pliométricos, com o objetivo de dar maior base funcional para o retorno à atividade. 
De acordo com Tria (2002), a propriocepção é iniciada depois que o paciente é 
liberado das muletas, usando-se agachamento suave, elevações dos calcanhares e prancha 
proprioceptiva cinestésica ou prancha de equilíbrio biomecânico para tornozelo. 
Segundo Tria (2002), os exercícios pliométricos são concebidos de modo a aumentar a 
força muscular através da contração excêntrica de um músculo previamente alongado. A 
contração excêntrica inicial causa distensão muscular permitindo a contração concêntrica 
mais vigorosa, o músculo é treinado para mudar de contração excêntrica para concêntrica 
rapidamente, teoricamente aumentando a propriocepção devido às contrações recíprocas do 
quadríceps e dos ísquios. O paciente pode começar na bicicleta ergométrica assim que tem 
sustentação parcial de peso, e desde que a amplitude de movimento seja adequada para que 
possa completar as repetições. Um programa completo de exercícios cardiovasculares é um 
componente importante das fases mais avançadas da reabilitação e deve enfatizar o sistema 
cardiovascular sem comprometer a articulação. A maioria dos pacientes começa correndo em 
linha reta entre o quarto e sexto mês pós-operatório. Depois de ter retornado as atividades 
diárias e/ou esportivas o paciente é encorajado a continuar com o programa de manutenção 
(TRIA 2002 e ELLENBECKER, 2002). 
 
 
3.1. Reeducação proprioceptiva nos joelhos com lesão de LCA 
 
A perda de informação proprioceptiva no joelho, em decorrência de lesão do 
ligamento cruzado anterior, contribui para o agravamento da instabilidade devido à 
diminuição da sensação de posição e pela ausência do estímulo para a contração muscular 
reflexa. Por outro lado, apesar da lesão do ligamento cruzado anterior e da perda de 
informação aferente dos mecanorreceptores localizados nesse ligamento, existem nas demais 
estruturas do joelho inúmeras outras fontes de informação proprioceptiva, que através de 
treinamento específico de coordenação neuromuscular podem suprir a demanda da reação 
muscular necessária para o controle dinâmico da articulaçãolesada. Existe, portanto, forte 
indicação de se reprogramar a ação proprioceptiva do joelho lesionado no seu ligamento 
cruzado anterior. É consenso que o treinamento muscular simples não aumenta a velocidade 
da reação muscular, mas que o controle muscular dinâmico tem o potencial de diminuir o 
tempo de resposta da reação muscular e quanto menor esse tempo, menor será o stress sobre 
as estruturas ósseas, musculares, meniscais e ligamentares do joelho (Clarete; Vieira; Souza 
1994). 
O método de aplicação da reeducação proprioceptiva nos joelhos com lesão do 
ligamento cruzado anterior é baseado em quatro fatores: 1)exercícios com estímulos especiais; 
2)progressividade e dificuldade dos exercícios; 3)critérios de habilidade; avaliação 
proprioceptiva. 
1) Os exercícios com estímulos especiais são aqueles que usam o desequilíbrio provocado e 
controlado para produzir maior número de informações proprioceptivas ao nível do joelho. Os 
exercícios usam equipamentos simples para produzir os estímulos (planos inclinados, prancha 
oscilante de Dotte, aparelho de Freeman, tábua de equilíbrio, camaelástica, skates, etc.). 
2) A progressividade e a dificuldade dos exercícios permitem levar o paciente a um 
treinamento controlado, de exercícios mais simples para os mais difíceis, com caráter 
repetitivo, até atingir um nível de habilidade compatível com sua atividade. 
3) A habilidade é a capacidade do paciente em fazer os exercícios e de evoluir para exercícios 
de maior complexidade. Essa habilidade é dividida em três graus de dificuldade, 
correspondendo ao grau I os exercícios leves, ao grau II os exercícios moderados e ao grau III 
os avançados. 
O paciente, para passar de um grau para o seguinte, tem que ter desenvoltura perfeita nos 
exercícios, com flexibilidade, coordenação e trofismo muscular, e não apresentar dor e/ou 
derrame articular. O tempo que o paciente passa por cada um dos graus depende de sua 
habilidade prévia, de sua motivação e dedicação aos exercícios, bem como do tipo e evolução 
do tratamento de sua lesão. 
O grau I da reeducação proprioceptiva inicia-se logo após a 4ª semana do nosso protocolo de 
reabilitação do joelho pós-reconstrução do ligamento cruzado anterior. Nos casos de joelhos 
com lesão do ligamento cruzado anterior sem reconstrução, o início é após dez sessões de 
preparação muscular. 
Os exercícios de reeducação proprioceptiva do grau I são caracterizados por serem executados 
no plano e em planos inclinados. Esses exercícios evoluem do apoio bipodal para o 
monopodal, com ou sem auxílio da visão, feitos em vários ângulos de flexão do joelho e com 
desequilíbrio que pode ser provocado ou autoprovocado. 
Os exercícios do grau II são basicamente aqueles que se faz em planos instáveis e a corrida no 
plano sem mudança de direção. Iniciamos os exercícios pela tábua de equilíbrio, evoluindo 
para a prancha oscilante de Dotte e depois para o aparelho de Freeman. Esses exercícios são 
executados como o grau I, variando o apoio, visão, angulação do joelho de desequilíbrio 
(Clarete; Vieira; Souza 1994). 
 
 
3.2. Protocolo domiciliar para reabilitação do joelho após reconstrução do LCA 
O programa domiciliar é discutido com o paciente já no período pré-operatório, onde 
avaliamos se o paciente apresenta o perfil adequado para execução do protocolo. É necessário 
que o paciente seja motivado, tenha interesse em seguir o programa sem assistência direta do 
fisioterapeuta e tenha capacidade de aprender os exercícios. É importante salientarmos que 
devemos sempre respeitar os limites fisiológicos de cada indivíduo e quando ele não 
consegue atingir os objetivos estipulados em cada fase, o programa deve ser modificado, 
através de visitas mais freqüentes e sessões de fisioterapia assistida até que cumpram-se os 
objetivos dentro do prazo pré-estabelecido. 
O Programa de Reabilitação Domiciliar utilizado na cirurgia de reconstrução do LCA 
é eficiente, prático, de fácil aplicação e de baixo custo. Sua utilização, contudo, requer um 
bom relacionamento com o fisioterapeuta para que as avaliações e as orientações sejam 
seguras e eficientes para o paciente (Mello;Marchetto;Telini;Prado) 
Fase I (1º sem): objetivo – controle da dor e edema 
Fase II (2º a 4º semana): objetivo – ganhar arco de movimento (mínimo de 0º a 90º) 
Fase III (2º mês): objetivo – iniciar ganho muscular e controle motor 
Fase IV (3º e 4º meses): objetivo – incentivar ganho muscular e propriocepção 
Fase V (após 4 meses): treinamento dos exercícios de impacto 
 
 
Fase VI (após 6 meses): treinamento esportivo e programa de manutenção 
repouso relativo 
exercícios isométricos para quadríceps 
marcha com muletas e carga parcial 
 
2º semana: exercícios isométricos, flexão ativa (em prono ou sentado) e mobilização da 
patela. 
3º semana: inicia bicicleta estacionária sem carga 
4º semana: acrescenta ½ kg de carga nos exercícios isométricos. 
 
retirada das muletas 
alongamento de isquiotibiais 
treinamento de marcha 
carga progressiva nos exercícios isométricos 
 
inicio das atividade em academia de ginástica 
exercícios de cadeia cinética fechada – bicicleta, “leg press”, mesa flexora, “stepper”, cadeira 
imaginária e propriocepção. 
exercícios isométricos 
 
Inicia corrida progressiva (esteira ou pista) 
alongamentos gerais 
 
Fase VII (após 9 meses): retorno ao esporte competitivo 
Vantagens do Método: 
1- Motivação dos pacientes: a maior parte dos exercícios é feito nas academias de ginástica 
que são mais agradáveis e estimulantes do que as clínicas de fisioterapia. 
2- Menor custo para o paciente: as orientações são mais acessíveis economicamente. 
3- Controle evolutivo preciso pelo Ortopedista, através de visitas programadas. 
4- Desenvolvimento de conscientização e responsabilidade pelo paciente em relação à 
recuperação funcional completa do joelho. 
5- Cria o hábito de praticar exercícios regularmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(exercícios aeróbicos e localizados) 
incentivado o treinamento esportivo sem competição. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 Com base no estudo realizado a respeito da eficácia da Fisioterapia em indivíduos 
praticantes ou não de esportes submetidos à cirurgia do ligamento cruzado anterior constatou-
se que a atuação fisioterapêutica permite ao paciente uma reabilitação ideal, proporcionando 
ao mesmo uma recuperação mais segura. 
 A reabilitação deve minimizar os efeitos adversos da imobilização sem sobrecarregar 
os tecidos em fase de cicatrização, e assim, permitir ao indivíduo retorno ao mesmo nível 
funcional anterior à lesão. 
 A Fisioterapia traz ao paciente uma redução do quadro de dor, ganho de amplitude de 
movimento (ADM) funcional, redução do espasmo muscular, ganho de força muscular e uma 
melhor cicatrização do tecido lesado favorecida pela movimentação precoce. 
 O uso de órtese aumenta a estabilidade estática e é recomendada em pacientes 
submetidos a tratamento conservador, ou que sofreram falhas na reconstrução do LCA, porém 
uma estabilidade dinâmica efetiva varia entre os pacientes. 
 Os exercícios de treino de equilíbrio e propriocepção são considerados importantes 
para facilitar o retorno do paciente a sua marcha normal e também na realização de suas 
atividades de vida diária (AVD’s). Após o trabalho de reabilitação o paciente deve ser 
estimulado a continuar participando de um programa de manutenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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